Tribuna Rural 12 - Abr2010

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Tecnologia garante sucesso da agricultura no DF

Distrito Federal e Entorno Ano II N.º 12 Abril de 2010

R$ 1,00

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Plano de Utilização Documento é fundamental para titulação das terras Página 04

Arquivo público

Dâmares Vaz

Caderno 50 Anos Conheça a Brasília que produz alimentos

A produção agropecuária no Distrito Federal chama a atenção pela diversidade. Mel, leite, suínos, orgânicos, grãos, flores, frutas, hortaliças, aves, búfalos, ovinos e caprinos são algumas culturas que podem ser vistas na capital do País, centro do poder e das decisões políticas, mas que também é referência de desenvolvimento agrícola. E é esta Brasília quase desconhecida que apresentamos a você, leitor, nesta edição comemorativa. Confira páginas 9 a 15

COMUNIDADE Produtores que mantiveram destinação das chácaras serão fundamentais para regularização de Vicente Pires

Eleições no campo Moradores do Jardim II denunciam dificuldades para votar ou regularizar o título

página 15

página 03

Eleições na Fape-DF Conheça a nova diretoria página 03

J O R N A L

III Feira Agrobrasília

Edição N.º 05

Degradação de mananciais e desperdício são desafios para abastecimento da capital

Abril de 2010

■ Quase tudo pronto para 11 de maio A

mais importante Feira do Cerrado Brasileiro, a Agrobrasília, que será realizada no período de 11 a 15 de maio, no Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), abrangerá uma área de 500 mil metros quadrados, representando um aumento de 25% em relação à área de suas edições anteriores, que era de 400 mil metros quadrados. A Feira deste ano receberá uma nova configuração. Terá uma planta mais simétrica, com os pontos de interesse dos visitantes melhor distribuídos e com áreas temáticas, facilitando a visitação. As praças de alimentação serão ampliadas, contemplando mais lanchonetes e restaurantes espalhados por toda a feira. Também foi construída mais uma praça com outro lago artificial, que terá em torno de 1,6 milhão litros de água, o dobro do primeiro lago, assim como novos sanitários. Além disso, a Agrobrasília é uma ótima oportunidade para a realização de negócios. As ótimas previsões para a colheita e a oferta de linhas de financiamento a juros bastante razoáveis sinalizam operações para além da marca dos R$ 100 milhões.

Inovação Segundo o coordenador do Parque Ivaldo Cenci, Carlos Vitor Silva, a ampliação do Parque tem como finalidade levar empresas de insumos para essa área e também criar

um espaço destinado para pecuária. Carlos avisa que as obras estão bastante adiantadas e que até a primeira semana de maio estarão prontas, conforme o cronograma. Para esta edição já foram comercializados mais de 90% do total dos plots e estandes disponíveis para instalação. Porém, caso necessário, a configuração da nova planta permite o aumento da área de expositores. Até o momento, mais de 200 expositores diretos e indiretos, já confirmaram participação em estandes que variam de 12 a 1.500 metros quadrados. Estarão presentes as maiores indústrias de tratores e colheitadeiras, assim como dezenas de fabricantes de implementos agrícolas, de insumos, montadoras de caminhões e utilitários, aviação agrícola, prestadores de serviços, bancos, entidades de classe, instituições governamentais, mídia e outros. Durante o evento serão promovidas demonstrações de máquinas e equipamentos e implementos agrícolas, além de test-drive de picapes. Também foram reformulados e ampliados os estacionamentos, agora para comportar 2.500 veículos, visando facilitar o ingresso e oferecer mais conforto e segurança aos esperados 50 mil visitantes, de cinco estados brasileiros e de países africanos, além dos expositores. A Agrobrasília 2010 é uma realização da Cooperativa Agropecuária do DF (CoopaDF), com a coordenação e

AGROBRASÍLIA 2010 A Grande Feira do Cerrado Brasileiro

11 A 15 DE MAIO

ENTRADA FRANCA

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DIVULGAÇÃO AGROBRASÍLIA

Público terá mais espaços para visitar nesta terceira edição da Agrobrasília

apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) e Secretaria de Agricultura(Seapa-DF).

Pecuária A área experimental destinada para pecuária terá uma extensão de 7 mil m² será dividida em quatro espaços para exposição de gado leiteiro da espécie girolando, ovelhas, cavalos de raça e cães. Segundo o coordenadorgeral da Agrobrasília, Ronaldo Triacca, a implantação dessa área preenche uma lacuna na Feira, satisfazendo um desejo dos pecuaristas da região. Esse espaço é uma reivindicação antiga dos produtores, pois, além da agricultura, a pecuária também

movimenta a macro região composta pelos estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. A Agrobrasília deve ser um espaço completo para o setor. A pecuária tende a dar sustentabilidade para a Feira de forma a atender e a atrair todo tipo de público.

Agricultura Familiar Com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), espera-se repetir na Agrobrasília o sucesso dos programas de agricultura familiar. É o caso do Programa Mais Alimentos, que proporciona aos produtores comprarem máquinas e implementos agrícolas com juros adequados a sua realidade. Criado em junho de 2008 pelo MDA, o Programa tem

como objetivo fortalecer a agricultura familiar, num momento em que os alimentos começaram a impactar a inflação, quando houve a crise por falta de alimentos no mundo. O programa financia projetos até R$ 100 mil, com juros de 2% ao ano, até três anos de carência e prazo de até dez anos pra pagar o empréstimo. Além de tratores, maquinários e implementos agrícolas, o Mais Alimentos viabiliza crédito para construção de armazéns, silos, cerca elétrica para isolamento do rebanho, melhoramento genético, correção de solo, formação de pomares e melhoria da logística administrativa das propriedades rurais, como a informatização dos estoques, entre outras ações de crescimento.

Confira na Agrobrasília 2010: Circuitos Tecnológicos da Agricultura Familiar

Vitrine Embrapa

O Espaço de Valorização da Agricultura Familiar terá 38 mil m² nesta 3° da Agrobrasília. Todo este espaço será dividido em oito circuitos: Circuito Organizações Sociais, Circuito Qualidade e Sabor, Circuito Leite, Circuito Carne, Circuito Hortaliças e Fruteiras, Circuito Mais Alimentos, Circuito Agroecologia, Circuito Floricultura.

A Embrapa leva à Agrobrasília 2010 seis centros nacionais de pesquisa - Embrapa Cerrados, Embrapa Hortaliças, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Soja, Embrapa Algodão e Embrapa Transferência de Tecnologia - demonstrados na sua vitrine tecnológica de 7.000 m².

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Heula Hamara

NEYFLA GARCIA

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Quantidade, definitivamente, não é problema para o abastecimento do Distrito Federal nas próximas décadas, já que duas novas captações estão prestes a entrar em funcionamento – Corumbá IV e Lago Paranoá. Especialistas alertam, no entanto, para os custos crescentes de buscar água cada vez mais longe e para a degradação dos corpos d’água locais tribunarural@tribunarural.com.br

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Tribuna Rural Abril de 2010

editorial

o completar 50 anos, Brasília ocupa espaço no imaginário do brasileiro como a capital do poder e centro das decisões políticas. Sim, a cidade é isso tudo mesmo. Mas, sob essa ótica, o que ocorre no setor agropecuário passa despercebido. Então, com a intenção de lançar luz sobre a riqueza da atividade, trazemos nesta edição o Caderno Especial 50 Anos. Limitada pela baixa disponibilidade de terras em razão do tamanho do Distrito Federal, a atividade agropecuária local, no entanto, destaca-se pela diversidade, pelo alto grau tecnológico e por alguns dos mais altos índices de produtividade do País. A participação do setor nas exportações também é considerável – 90% de tudo o que o DF manda para fora são produzidos no campo. Brasília tem tudo para ser a vitrine do agronegócio nacional para o mundo. O produtor local investe em tecnologia, o serviço

charge de assistência técnica e extensão rural é bem estruturado, a capital está perto de representações diplomáticas de todo o mundo, e, o mais importante, o setor produtivo vem buscando a organização política. Apesar da pujança do agronegócio nacional e local, o campo tem que vencer um problema sério, que pode ameaçar a produção de alimentos, o êxodo rural. E a solução para essa questão passa pelo desenvolvimento social do meio rural, de forma a garantir a produtores, trabalhadores rurais e moradores do campo o mesmo padrão de vida de quem vive na cidade. A manutenção das áreas rurais tem papel importante ainda na contenção da urbanização e na preservação dos recursos naturais, dos quais o mais importante seja talvez a água. No caso de Brasília, a degradação dos mananciais é apontada por especialistas como uma das questões mais sérias que a sociedade terá que enfrentar.

EM UM FUTURO NÃO MUITO DISTANTE...

H2O

Interatividade Qual a importância da extensão rural para o desenvolvimento do campo?

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Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF completa 32 anos como referênneyfla garcia

campo em foco Dâmares Vaz

cia no trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural no País. Destaca-se no trabalho de apoio

técnico e promoção social do campo. Confira os depoimentos sobre o trabalho do órgão.

Existe uma revolução silenciosa em curso no campo em razão do trabalho de assistência técnica e extensão rural. É possível constatar avanços econômicos, tecnológicos e sociais grandes

onde as Emateres sobreviveram. E este é um processo que se autoalimenta. Nas regiões onde o trabalho foi bem feito, os produtores acabaram se engajando na defesa das instituições.”

Luciano Monteiro, presidente da Carpil neyfla garcia

neyfla garcia

A Emater trabalha com dedicação para promover o desenvolvimento pessoal, econômico, tecnológico e também o fortalecimento da organização dos produtores no DF. Recentemente, por exemplo, tive um problema de infecção

nas aves de postura que crio na minha propriedade, em Taguatinga. Fui prontamente atendida pelo veterinário do escritório regional. E não é só o apoio técnico. Também temos o suporte necessário à organização do setor.”

Massae Watanabe, produtora orgânica Estou na Emater há 21 anos e sinto uma alegria muito grande em dizer que o nosso trabalho é fundamental para promover o desenvolvimento rural e a permanência do agricultor familiar

no campo. Ao longo desses anos, aprendemos que nosso papel não é apenas levar tecnologia para as áreas rurais, mas também adotar como nossos os anseios e prioridades dos produtores.”

Roberto Guimarães, coordenador de Operações da Emater-DF neyfla garcia

A Emater é minha segunda família. Além do papel fundamental que temos junto a família rural com o nosso trabalho de desenvolvimento social e econômico, todos na empresa são muito uni-

Na propriedade de Dejair Bernardo da Silva, na cidade Vicente Pires, aranhas não são sinônimo de abandono. As teias formadas pelos animais funcionam como uma grande tela, que impede mosquitos de voarem para fora da mata e transmitir doenças aos humanos e às plantas

EXPEDIENTE Elo entre o campo e a cidade

Diretora Executiva Lydia Costa Diretor Comercial Carlos Fernando Editora Lydia Costa

dos. O foco do meu trabalho são as mulheres, a geração de renda para esse grupo e também ações para elevar sua autoestima. É o caso dos grupos de artesanato que coordeno.”

Sedma Queiroz, coordenadora da área social da Emater-DF Subeditora Dâmares Vaz Projeto Gráfico Elisângela Nunes Diagramação Lucivam Queiroz Mônica Pineda Jornalista responsável Lívia Rospantini - DRT/DF 4649/08-50

Redação Dâmares Vaz Neyfla Garcia Eder Fritsch Ana Paula Santos

Administrativo Kelly Campelo

Revisão Luiz Alberto Guimarães

Circulação Distrito Federal e Entorno

Comercial Luciana Pessôa Taine Côrte - (61) 8529-1328 comercial@tribunarural.com.br

Tiragem 20.000 exemplares

Impressão F Câmara

Editado por Vincere Editora Ltda

Endereço para correspondência SCLN 406 Bl. E - Sala 201 2º Andar - Asa Norte - Brasília - DF Cep: 70.847-550 Tel.: (61) 3039-1258 Telefax: (61) 3447-1998 tribunarural@tribunarural.com.br www.tribunarural.com.br

É permitida a reprodução parcial ou total das matérias desde que citada a fonte. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.


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política

Moradores do Jardim II sem seção eleitoral em 2010

Fape escolhe nova diretoria Dâmares Vaz

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Comunidade alega que eles não existem somente no período eleitoral e que são capazes de terem voz ativa na sociedade unidade em área rural. Uma alternativa seria o próprio órgão disponibilizar ônibus em horários diferentes para que toda a população possa ter suas pendências resolvidas. “Fizemos um pedido de transporte ao TRE para a região, mas há dificuldades no processo”, disse. Além disso, outra reivindicação dos moradores é com relação à criação de uma zona eleitoral no Núcleo Rural. Maura explica que antes havia uma seção na comunidade, mas que foi retirada e a partir de 2006 eles passaram a votar no PAD-DF, o que dificultou muito nas últimas

Neyfla Garcia

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Federação da Agricultura e Pecuária do DF (Fape-DF) promoveu em 2 de março eleições diretas para a diretoria e o conselho fiscal. O processo é inédito em federações de todo o País, nas quais o processo de escolha dos membros de diretorias e conselhos ocorre de forma indireta, com o voto apenas de presidentes de sindicatos ou seus delegados eleitos. “Foi a primeira vez na história do sindicalismo rural brasileiro em que tivemos um sistema de votação direta para escolha dos dirigentes de uma Federação. Todas as demais, inclusive de outros setores, adotam a eleição indireta”, diz o presidente reeleito da Fape-DF, Renato Simplício.

eleições. “Não temos como nos locomover para o PADDF para votar, ficamos a mais de 20km da seção, e o transporte que existe na região é um de manhã que vai e outro no final do dia que volta. Quem perde o ônibus na ida, na maioria das vezes fica sem votar. Mais de 500 famílias estão nessa situação”, ressalta. Procurado pelo Tribuna Rural o Tribunal Regional Eleitoral do DF não quis prestar informações sobre o assunto, devido a mudança de presidente. Enquanto isso, moradores aguardam uma posição da instituição com relação às reivindicações.

Mudança de seção eleitoral obriga moradores do Jardim II a se deslocarem para o PAD-DF

Ao todo, 367 produtores participaram do processo eleitoral. Para o triênio 2010/13 foi eleita a chapa Consolidação. O nome remete ao compromisso assumido pela nova gestão de consolidar as metas alcançadas pela administração passada, como a conclusão da titulação das terras rurais públicas e a finalização da nova sede do sistema Fape/ Senar-DF (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Outras metas são a criação de um departamento sindical para reforçar o apoio logístico a sindicatos; a escolha de um delegado em cada comunidade rural do Distrito Federal para representar o sistema; e a implementação do planejamento estratégico, concebido com ampla participação das lideranças sindicais, cooperativas e comunitárias da região.

Conheça a nova diretoria e o conselho fiscal da Fape Divulgação

ncerra o prazo dia 5 de maio para que todos os cidadãos do Brasil façam seu título de eleitor ou resolvam suas pendências eleitorais, junto a uma unidade do Tribunal Regional Eleitoral mais próxima de sua residência. Mas o que fazer quando se mora na zona rural? Muitos moradores têm dificuldades para se locomoverem por falta de transporte público. Um drama vivido pelas famílias que moram no Núcleo Rural Jardim II, localizado próximo à região do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF). Eles reclamam da falta de um posto de atendimento do TRE-DF mais próximo à região, para que possam resolver as pendências relativas ao registro eleitoral. Ou seja, quem mora no Núcleo Jardim II precisa se deslocar até São Sebastião, Paranoá ou Planaltina, que são as cidades mais próximas, mesmo assim a distância pode chegar até 60 km. A moradora Maura Pereira do Santos sabe que é difícil para o TRE manter uma

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Presidente Renato Simplício Lopes 1º Vice-presidente - Antonio Mazurek 2º Vice-presidente - Luiz Gonzaga Rodrigues Lopes 3º Vice-presidente - João Carlos Werlang Diretor-administrativo - Paulo Horta Barbosa da Silva Diretor-financeiro - Roberto Mesquita Melo Diretor de Relações Sindicais - Tamim Teixeira Mattar Diretora-secretária - Bernadete Passos Andraus Diretor-tesoureiro - Egydio Aldino Bonato

Suplentes da Diretoria 1º Suplente - Renato Calixto Saliba 2º Suplente - Walmor Raimundo Tiggemann 3º Suplente - Fragmar Diniz Leite Conselho Fiscal Conselheiro titular - Henrique José Cruz Laender Conselheiro titular - Ivo Marzall Conselheiro titular - Dante Scolari Cons. suplente - Carlos Alberto Reis Cons. suplente - Francisco Alves Ribeiro Cons. suplente - Carlos Alberto Quaresma

Produtores de Brazlândia recebem primeiras outorgas de uso de canais

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Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) concedeu as primeiras 149 outorgas de uso de água de canais para os usuários dos ribeirões Jatobazinho/Capão Comprido (53) e Rodeador (96), em Brazlândia. Os documentos foram entregues no último dia 23.

Os usuários de água de canal dos córregos Jatobazinho (42) e Capão Comprido (11) vão poder captar, cada um, cinco litros por segundo, para atender às demandas de irrigação, abastecimento humano, criação de animais e outros. Os 96 usuários do Rodeador serão abastecidos num único posto de captação

e também poderão dispor, cada um, de cinco litros por segundo. Com a liberação das primeiras outorgas, a Adasa intensifica o processo de regularização de todas as captações de água do DF. A ação tem como objetivo promover o uso racional dos recursos hídricos e a distribuição igualitária da água, evitando

conflitos entre os usuários. A regularização visa ainda definir papéis quanto às tarefas comuns de manutenção dos canais, de forma a evitar a redução da disponibilidade de água em razão de perdas decorrentes de vazamentos, assoreamento e da degradação da vegetação ao longo dos cursos. A fiscalização dos

canais será feita em tempo real pelos usuários associados. A Adasa fixou um prazo de 180 dias para que os usuários regularizem seus canais, de acordo com os procedimentos e determinações estabelecidos em lei. O prazo expira em julho. Fonte: Adasa

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política

Plano de Utilização é fundamental para regularização das terras rurais Documento deverá ser entregue por produtores que já deram entrada no processo de titulação. Para facilitar a produção, Fape vai oferecer apoio técnico Dâmares Vaz

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processo de regularização, devemos publicar um novo edital de convocação em breve”, informa o secretário-adjunto de Agricultura, Aguinaldo Alves. O secretário-adjunto reconhece que a burocracia e a complexidade de alguns documentos exigidos, como o PU, podem ser as causas da baixa procura. Mas Alves esclarece que os agricultores podem procurar a Seapa e também os escritórios regionais da Emater-DF para obter mais informações sobre a titulação. “Depois de produzido pelo proprietário, o PU tem que ser aprovado por um conselho e uma comissão. Se o agricultor quiser mudá-lo, terá que repetir todos esses passos. Então, é recomendável que o documento

seja feito da forma mais correta possível”, afirma Alves. Iniciados na Seapa ou nos escritórios regionais da EmaterDF, os processos são encaminha-

dos diretamente à Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap). Segundo a Seapa, os primeiros 100 contratos devem ser assinados em maio. Laercio Tomaz

Federação da Agricultura e Pecuária do DF (Fape), o Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do DF (Sebrae) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater) firmaram parceria para oferecer apoio técnico aos produtores na elaboração do Plano de Utilização. O documento é essencial para a conclusão do processo de titulação das terras rurais públicas do DF. O PU é um roteiro técnico da propriedade. Deve conter informações sobre todas as atividades econômicas desenvolvidas na unidade de produção, as edificações e benfeitorias, assim como dados ambientais sobre

reserva legal, áreas de proteção permanentes e ainda a necessidade ou não de licenciamento ambiental. Os custos de elaboração do plano serão assumidos pelos produtores. O conselheiro da Fape-DF Dante Scolari informa que os preços variam de acordo com o tamanho da propriedade. “A tabela ainda está em discussão.” Atualmente, cerca de 2,6 mil produtores se encaixam nos padrões para a regularização. De acordo com a Secretaria de Agricultura do DF (Seapa), o número de produtores que já procuraram o órgão para dar início à regularização é baixo. “A expectativa era a de que mais produtores viessem até a Seapa. Para levar mais agricultores ao

Primeiros contratos devem sair em maio

Confira o roteiro do Plano de Utilização Publicado em 26 de março de 2010 no Diário Oficial do Distrito Federal, o Termo de Referência estabelece as diretrizes básicas para a elaboração do Plano de Utilização. O roteiro deve conter: 1. Informações gerais, como o nome ou a razão social do interessado; o CPF ou CNPJ; o endereço para correspondência e telefone de contato; o endereço da propriedade e roteiro de acesso; o croqui da propriedade; e a localização na planta Sicad/Codeplan na escala 1:10.000; 2. Caracterização do empreendimento/infraestrutura, com um quadro de distribuição das áreas da unidade de produção; a descrição detalhada das

atividades desenvolvidas e a serem desenvolvidas, contemplando a área total do lote; o cronograma de instalação, quando houver mudança da atividade rural; e a descrição das benfeitorias existentes e/ou a construir; 3. Zoneamento, com informações da macrozona rural em que está inserida a unidade de produção, conforme definido nos artigos 59, inciso II e 61, incisos I e II, da Lei Complementar nº 803, de 25 de abril de 2009,

o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT); 4. Aspectos ambientais, com informações sobre se atividade exige ou não Outorga do Direito de Uso dos Recursos Hídricos, citando a respectiva legislação e, em caso positivo, se existe ou não o ato de outorga, anexando cópia do documento, se for o caso. Também é preciso informar se a atividade exige ou não Licenciamento Ambiental, citando a respectiva legis-

lação e, em caso positivo, se existe ou não a licença, anexando cópia do documento, se for o caso. O produtor deve especificar ainda as áreas de previsão de Reserva Legal, bem como as Áreas de Preservação Permanente, e os recursos hídricos existentes, delimitadas em planta Sicad/Codeplan, na escala 1:10.000;

Conselho de Classe; 6. CD com os mapas e croquis digitalizados em dwg e cópia do PU no formato pdf e fotografias atuais do local, anexados;

5. O nome do responsável técnico, com cópia da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), registrada no respectivo

O PU deverá ser entregue em duas vias para análise e aprovação da Seapa. O documento tem que ser formatado em fonte Arial, tamanho 12, utilizando-se espaçamento entre linhas 1,5 e folha tamanho A4, numeradas sequencialmente.

Com dificuldades para fazer o Plano de Utilização? Para agilizar a titulação das terras, a Federação de Agricultura e Pecuária buscou as melhores empresas de planejamento do Distrito Federal para atender o produto rural na elaboração do Plano de Utilização.

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mercado

Câmara aprova Fundo de Catástrofe

Brasil colhe safra recorde

A medida tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do mercado de seguro agrícola no País Dâmares Vaz

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O fundo será instituído e administrado por uma pessoa jurídica criada para esse fim, mas, se até dois anos depois da publicação da futura lei a personalidade jurídica ainda não existir, a gestão do fundo será feita pelo Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Os rendimentos do fundo não ficarão sujeitos ao Imposto de Renda na fonte ou ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e sobre as suas re-

ceitas não incidirão o PIS/Pasep e a Cofins. As cotas adquiridas pelos participantes do Fundo poderão ser deduzidas do lucro real, para efeito de apuração do Imposto de Renda, e da base de cálculo da CSLL. No entanto, o texto aprovado pela Câmara prevê o fim da isenção tributária existente para o seguro rural, a partir de 1º de julho do ano seguinte ao de início de operação do fundo. *Com informações da Agência Câmara. Divulgação

Câmara dos Deputados aprovou, no último dia 17, Projeto de Lei Complementar que cria o Fundo de Catástrofe, instrumento que representa uma cobertura suplementar para seguradoras e resseguradoras no pagamento de indenizações decorrentes de eventos climáticos. O texto segue agora para o Senado, para ser votado. O Fundo terá um aporte inicial do governo federal de R$4 bilhões, sendo R$2 bilhões imediatamente e mais R$ 2 bilhões nos próximos três anos. Além do governo, participarão do fundo cooperativas, seguradoras, resseguradoras e a indústria de insumos agrícolas. As cotas serão definidas apenas na regulamentação, assim como os limites de cobertura de risco.

■■ Administração

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Fundo: aporte de R$ 4 bilhões em três anos

Brasil vai colher safra recorde de grãos. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção deve chegar a 146,31 milhões de toneladas. O resultado do sétimo levantamento do ano é o melhor da história, 8,3% superior às 135,13 milhões de toneladas da última safra. O desempenho supera o último recorde, registrado no ciclo 2007/2008, quando a produção foi 144,14 milhões de toneladas. O bom regime de chuvas nas áreas de maior produção, a ampliação de área do milho segunda safra e a antecipação do plantio da soja no estado de Mato Grosso foram os grandes responsáveis por este desempenho. A soja deve alcançar 67,39 milhões de toneladas, 17,9% ou 10,22 milhões de toneladas a mais que na safra anterior. O milho segunda safra teve aumento de 19,5%, totalizando 20,73 milhões de toneladas. O resultado foi influenciado pela previsão de crescimento de 3%

na área e de 15,9% na produtividade. Somadas a primeira e a segunda safras do cereal, a produção atingiu 54,14 milhões de toneladas, ganho de 6,1% em relação ao período passado, o que representa 3,13 milhões de toneladas a mais. Cerca de 50% da safra já foi colhida. Em Mato Grosso, a colheita está em fase final; Goiás e Paraná, em 63% e Rio Grande do Sul, 27%. Em todo o País, a situação é de 60% para o milho primeira safra, de 65% para a soja e de 40% para o arroz. O feijão primeira safra foi todo colhido. Algumas culturas tiveram ampliação de área, embora não tenham contribuído para elevação do total plantado. O milho segunda safra registrou aumento de 24,8% (374,8 mil hectares) em Mato Grosso e de 13,8% (51,3 mil hectares) em Goiás. A soja também teve elevação de área, de 6,8% (1,48 milhão de hectares). Fonte: Conab

Radar

Superintendência de Agricultura alerta para riscos do uso de cama-de-frango na alimentação animal om a finalidade de garantir a sanidade animal do estado, a Superintendência Federal de Agricultura no Distrito Federal (SFA-DF) alerta para o risco da utilização da cama de frango na alimentação de ruminantes (bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos). De acordo com a Instrução Normativa nº 8 de 25 de março de 2004, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), são proibidas em todo o território nacional a produção, a comercialização e a utilização de produtos destinados à alimentação desses animais que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal. Dentre os ingredientes proibidos na alimentação está a cama de aviário, também chamada de cama de frango. Trata-se do conjunto do material utilizado para forrar o piso dos galpões, que pode ser de maravalha, palha de arroz, feno de capim, sabugo de milho triturado ou serragem com as fezes, urina, restos de ração e penas que se misturam com esse material. Além da cama de frango, estão proibidos o uso de sangue e derivados, farinha de sangue, de carne e ossos, de ossos autoclavados, de resíduos de açougue, de vísceras de aves, de penas, de resíduos de abatedouros de aves e qualquer produto que contenha, em sua composição,

proteínas, gorduras de origem animal e resíduos da exploração de suínos. Este produto pode ser utilizado de maneira legal como adubo. A Superintendência alerta ainda para que produtores verifiquem, antes de alimentar seus animais com ração, concentrados e suplementos protéicos, se no rótulo destes produtos não se encontram os dizeres Uso proibido na alimentação de ruminates. Também é importante guardar os comprovantes e notas fiscais de aquisição de rações, concentrados, suplementos protéicos e também matérias-primas (caso a ração seja preparada na propriedade). ■■ Doenças

Um dos motivos da proibição é o risco que seu uso traz para a sanidade do rebanho nacional. Dentre as doenças que podem ser veiculadas pela cama de frango estão o botulismo e a encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como doença da Vaca Louca. Um perigo que pode estar relacionado com a cama de frango é a possível presença de bactérias, arames, pregos e resíduos de inseticidas e antibióticos, além da possibilidade de causar uma doença chamada botulismo. O botulismo é causado pela ingestão da toxina do Clostridium botulinum. A bactéria

Priscila Nascimento

C

SFA alerta para uso de cama de frango na alimentação de ruminantes.

pode ser encontrada no meio ambiente, além de ossos, fezes e, até mesmo, no tubo gastrointestinal de animais mortos. A doença caracteriza-se pela paralisia muscular do animal. A Vaca Louca pode ser transmitida por meio de uma proteína chamada prion, presente na farinha de carne e ossos de animais infectados com a doença. Os primeiros casos da doença ocorreram na Europa em 1986, e há registros também em outros continentes. O Brasil é considerado país de baixo risco da doença. Por isso, o IMA, na intenção de preservar esse status, inspeciona constantemente produtores rurais visando a não utilização deste produto na alimentação dos ruminantes, di-

minuindo o risco do surgimento da doença. O descumprimento da legislação gera auto de infração, e a documentação referente à vistoria é enviada ao Mapa para demais providências. É importante frisar que o consumo de produtos de origem animal provenientes de bovinos tratados com cama de frango também representa risco para a saúde humana. ■■ Uma saída rentável

Como o uso da cama aviária na alimentação de ruminantes é proibido, utilizá-la como adubo orgânico foi a saída encontrada por avicultores para tornar segura e rentável a destinação desse resíduo da criação. Em

Minas Gerais e nos estados do Centro-Oeste, a oferta de adubo feito a partir da cama de frango está sendo toda absorvida por produtores de milho, algodão e café. Barata e rica em nutrientes, a forração dos aviários, a chamada cama de frango, melhora a produtividade das lavouras com custo reduzido. “A cama de frango pode ser aproveitada como fonte de nutrientes para as culturas vegetais após sofrer compostagem ou biodigestão, sendo os produtos desses processos o composto e o biofertilizante”, informou o fiscal federal agropecuário Paulo Mocelin. Fonte: SFA


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entrevista

Área rural do DF completa 32 anos de assistência prestada pela Emater Dâmares Vaz

Neyfla Garcia

N

os últimos 32 anos, a agricultura do Distrito Federal e Entorno enfrentou uma série de problemas como a regularização das terras, por exemplo. Mas também houve muitas conquistas no cenário econômico. Os produtores rurais vivem um momento de muitas lutas e vitórias para o setor agrícola do DF e Entorno. Presente nessa luta diária, a Empresa de Assistência técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) celebra as mais de três décadas de apoio prestado à área rural e aos trabalhos realizados nesse tempo. Os avanços do setor agrícola do DF se devem a uma série de iniciativas feitas pelos Núcleos Rurais e pela Emater-DF, que busca beneficiar o setor e expandi-lo. E é sobre esse importante aspecto da evolução do setor e do desenvolvimento de novas tecnologias que o presidente da Emater-DF, Dílson Resende, fala nesta entrevista exclusiva ao Tribuna Rural. Tribuna Rural: A Emater-DF comemora 32 anos de apoio à área rural do DF, no mesmo mês em que Brasília celebra 50 anos de história. E o setor agrícola não poderia ficar de fora desse momento. Como o senhor analisa a evolução do setor rural e de toda a tecnologia desenvolvida para a atividade? Dílson Resende: Quando Brasília veio para cá, quando Juscelino Kubitschek projetou e planejou a vinda da capital do país para o Planalto Central, ele também projetou o abastecimento, quer dizer, havia a necessidade de criação de um cinturão verde para produção de hortaliças e a busca de outras atividades produtivas, como pecuária, para fornecimento de carne e leite. O Goiás era um estado muito incipiente na agricultura, era mais pecuária extensiva. Tive a oportunidade de conhecer o planejamento, ler a história desses projetos de Brasília e da agricultura. A produção de grãos era uma incógnita naquele tempo, não se pensava que o Cerrado pudesse produzir. Então, a preocupação básica era segurança alimentar, abastecimento a partir da produção de hortaliças e hortifrutigranjeiros. TR: Quais os primeiros núcleos rurais a serem criados no DF? DR: Os primeiros núcleos rurais, as primeiras chácaras a serem criadas dentro desse cinturão foi Vargem Bonita e Taguatinga, na área de produção de hortaliças. Com a abertura do Cerrado, e a criação da Embrapa, a pesquisa começou a traba-

Dílson Resende, presidente da Emater-DF

lhar o desenvolvimento de variedades e o Cerrado mostrou para os produtores o que realmente ele é. Mostrou o potencial que tinha e passou a ser considerado celeiro do Brasil. Foi aí que a agricultura tomou outra dimensão no País, em razão da abertura e do desenvolvimento do bioma. Nesse sentido o próprio governo, no caso, a Fundação Zoobotânica, trabalhava no parcelamento das glebas. Surgiu aí a necessidade de lotear e chamar os colonos para abrir o Cerrado. TR: Como o componente ambiental era visto? DR: Naquele tempo não se tinha ainda esta preocupação ambiental de hoje e alguns erros foram cometidos. Mas o importante foi que a agricultura cresceu, o Distrito Federal se tornou autossuficiente e referência em muitos segmentos. Não é autossuficiente em grãos, entretanto, é reconhecido por sua produtividade e pelo alto uso de tecnologia. TR: O que representa a agricultura do DF para o Brasil? DR: A agricultura do DF para o Brasil é uma vitrine. As tecnologias que temos aqui, que são quatro grandes centros da Embrapa, hoje, se dividem em Embrapa Cerrados, Embrapa Hortaliças, Recursos Genéticos e Agroenergia, além da sede da Embrapa. Com isso, o DF serve de vitrine para o Brasil. Quando uma variedade, um cultivar de algum grão, de alguma hortaliça é desenvolvido, é plantado primeiro aqui, e daqui são mostrados a sua qualidade e potencial para as demais regiões do país, até porque nós somos o centro do poder. Aqui estão as autoridades do Governo Federal, do Executivo, Legislativo e Judici-

ário. Aqui estão as embaixadas, então nós somos uma vitrine para mostrar toda a tecnologia desenvolvida pela Embrapa, e somos vitrine também, como extensão rural. Por isso que a gente recebe tanta demanda da área internacional do governo com relação a outros países. A Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) também tem essa visão, hoje, de utilizar o espaço do DF e o trabalho da Emater-DF como exemplo de difusão de tecnologia e de extensão rural. TR: E quais os impactos que a produção do DF causa na economia brasileira? DR: O Distrito Federal não tem uma produção significativa em termos de quantidade, a gente tem em termos de qualidade e em termos de tecnologia, Servimos na verdade como referência. O impacto que tem e que posso dizer, por exemplo, é na área de hortaliças além do DF ser praticamente autossuficiente, produzimos também tomate e cenoura, concorrendo com outros estados mais próximos que possuem uma grande agricultura. Exportamos pimentão para o Norte, somos importantes para o abastecimento dos estados de Belém e Porto Velho com pimentão. A agricultura do DF, também, é importante para o abastecimento local e logicamente na formação de preço. No caso do feijão, por exemplo, a gente ajuda a segurar o preço, no caso de hortaliças nós somos um grande mercado consumidor, mais de 2 milhões de pessoas com um bom poder aquisitivo. TR: Com a regularização das terras o que muda para o setor?

DR: A regularização das terras é a garantia que o produtor tem de edificar, construir, investir a sua vida num patrimônio que é seu e vai ficar para os seus descendentes. Acredito que todos têm essa preocupação e acham importante dar continuidade ao seu trabalho. O sistema que foi implantado no DF, de concessão de direito real de uso,se perpetuou e, com o tempo, surgiram dificuldades legais. A questão nunca foi resolvida até por falta de vontade política de alguns dirigentes. Então, nasceram a ansiedade e insegurança no setor. Os produtores estavam desistindo de produzir, passando a propriedade a qualquer preço, tendo dificuldades de crédito rural, pois a política de crédito é muito importante para a produção e para a pesquisa. Com o advento da regularização e a possibilidade de concessão de uso no primeiro momento e de venda no segundo, o produtor voltou a ficar otimista. A regularização significa um avanço para o desenvolvimento rural no DF. TR: Qual o papel da EmaterDF? DR: A Emater-DF celebra 32 anos de existência. Foi criada como instrumento de desenvolvimento rural, para levar as tecnologias necessárias à produção no Cerrado na época de sua abertura. Então, a Emater foi criada nesse contexto, no momento do milagre econômico, em que a assistência técnica era importante e priorizada em relação a extensão rural. A Emater cresceu muito nesses anos, como toda a extensão rural. Entretanto, aqui no DF, nós tivemos mais respaldo do Estado e talvez uma compreensão maior por parte dos produtores, e conseguimos sobreviver a todas as adversidades. Estamos, hoje, comemorando com muito orgulho sermos reconhecidos nacionalmente como exemplo de empresa de extensão e profissionalismo e temos, principalmente, o que é mais importante, o reconhecimento das comunidades e produtores do DF. TR: A Emater-DF está presente em todos os núcleos rurais do DF? DR: Nós atendemos todo o Distrito Federal. Somos 16 escritórios na área rural em diversas comunidades. Em Planaltina, que é a maior área rural do DF, há cinco unidades; no Paranoá, três; aí vem São Sebastião, Vargem Bonita, Ceilândia, Sobradinho. Enfim, também temos o escritório de Brasília que fica na Ceasa e que atende essa região mais próxima do Plano Piloto, Guará e a região do Lago Oeste. Temos um centro de treina-

mento que fica, hoje, na Escola Técnica Federal, mediante convênio, e é onde a gente faz capacitação de produtores e damos suporte ao trabalho de campo. E temos o nosso escritório central que auxilia nesse suporte. TR: Como a Emater-DF ajuda a desenvolver, a difundir essas tecnologias na região? DR: A Emater trabalha tanto na área de produção quanto na área de segurança alimentar, social, educação alimentar e de higiene. Temos uma ação sistêmica dentro da propriedade rural. Não atuamos somente em uma ponta na produção. A gente atua junto à família no processo de comercialização. A Emater-DF está envolvida em todo o processo, em toda a rede de produção. A influência da Emater na questão de desenvolvimento de tecnologias é naturalmente fruto de uma parceira com a Embrapa, cujos técnicos e pesquisadores estão nos laboratórios, fazendo pesquisas, enquanto nós fazemos esta ligação. E a Emater leva, também, de volta para Embrapa a resposta, se a tecnologia está realmente adequada, se precisa de alguma adaptação ou se a tecnologia não teve sucesso. TR: Qual a importância de se ter uma instituição como a Emater que represente o setor agrícola do DF? DR: Acredito que o produtor rural vê a Emater como uma companheir para todas as horas. Ele tem a certeza de que no momento em que precisar rever, planejar ou talvez tomar alguma decisão sobre a produção, poderá contar com um extensionista rural que estará com ele no momento da decisão, levando bons conselhos, conhecimento e tecnologias apropriadas. TR: Então, tanto a Emater quanto a área rural do DF têm muito que comemorar nesses 32 anos de história? DR: Com certeza. Tenho a convicção de que temos o respaldo de toda a área rural. Principalmente, em virtude do nosso compromisso com o setor, qualquer política entra e sai, e nós não estamos sempre com o produtor. Os sucessos ou insucessos dessas fases ficam sempre com o técnico da extensão que está presente na comunidade. A gente vivencia o dia a dia da comunidade. Na hora em que está tudo bem, estamos lá para comemorar; na hora em que as coisas não estão tão boas, estamos lá para ajudar a achar solução e dar a volta por cima. Então esse compromisso, essa ligação estreita do extensionista com a família é o nosso diferencial.


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tecnologia

Dias de campo exibem lançamentos da indústria para a próxima safra Cultivar e empresas parceiras levam novidades em sementes, biotecnologia, fertilizantes, aminoácidos e defensivos agrícolas aos municípios de São João d’Aliança (GO) e Buritis (MG)

O

s lançamentos da indústria de sementes, fertilizantes, aminoácidos e defensivos agrícolas para a próxima safra puderam ser conhecidos em dias de campo realizados pela Cultivar. No dia 26 de março, o evento técnico reuniu mais de 60 pessoas, entre agricultores, engenheiros agrônomos e técnicos, no município goiano de São João d’Aliança, a 152 km de Brasília. Em 31 de março, foi a vez da região de Serra Bonita, município de Buritis (MG), a 200 km da capital, sediar o encontro. No total, participaram dos dias de campo da Cultivar mais de 200 produtores rurais, consultores, técnicos, engenheiros agrônomos e professores. Seis empresas parceiras demonstraram seus produtos e serviços para as lavouras de milho e soja.

A italiana Sipcam-Isagro, por exemplo, apresentou defensivos agrícolas. A Juma-Agro, de origem nacional, mostrou aminoácidos. Também brasileira, a Produquímica levou aos produtores fertilizantes foliares. Já a australiana Nufarm é especializada em agroquímicos para lavouras e pastagens. Na área de sementes os parceiros foram a Nidera e a Agromen Tecnologia, do grupo Dow Agrosciences. Destaque aos cultivares de soja e híbridos de milho da Nidera e aos híbridos de milho da Agromen, com a tecnologia Herculex. Para Marcelo Franco, diretor administrativo e de suprimentos da Cultivar, os dias de campo alcançam os agricultores das macrorregiões escolhidas e levam as tecnologias mais adequadas a cada uma delas. “Eventos do tipo são fundamentais para aumentar a credibilidade e o respaldo técnico das ações da empresa.”

Taine Côrte

Dâmares Vaz

Dias de campo promovidos pela Cultivar em São João d’Aliança (GO) e Buritis (MG) atraíram mais de 200 produtores rurais

Confira a opinião de quem participou dos dias de campo da Cultivar

“D

ias de campo são importantes para a nossa região e Entorno porque trazem novidades em variedades e técnicas. E hoje a agricultura é uma coisa muito técnica. O produtor tem que buscar a cada dia novas informações que agreguem qualidade à lavoura. Nesse sentido, os produtos de maior relevância mostrados aqui são as sementes de soja e milho com maior capacidade produtiva.” Eduardo Nascimento, consultor técnico em Formosa

“D

ias de campo são importantes e interessantes para que o produtor veja as novas cultivares e tecnologias de aumento da eficiência da planta. As sementes são o produto mais interessante, já que apresentam alto valor agregado em termos de melhoramento genético.” Everaldo Anastácio Pereira, professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília

“O

produtor passa a ter mais opções a partir dos dias de campo. Ele conhece novas tecnologias em sementes, fertilizantes, que trazem economia e maior produtividade à agricultura. Se não trabalharmos para acompanhar as inovações tecnológicas, ficaremos para trás. E temos que usar os novos conhecimentos para baixar custos e ter rendimento com o que produzimos.” Ivo Bettio, produtor rural

“A

agricultura é muito dinâmica e o produtor tem que sempre absorver os lançamentos da indústria de sementes, defensivos e outros produtos. As sementes mostradas aqui são as tecnologias mais relevantes porque são veículos de inovações. A cada ano novas cultivares são lançadas e quem não se atualizar está fadado ao fracasso na atividade.” Antônio Carlos, produtor de sementes

“D

ias de campo são importantes para o produtor que busca novas tecnologias para aumentar a produção. As variedades de sementes apresentadas aqui, adaptadas a nossa altitude e ao solo, sempre são as tecnologias mais interessantes, como é o caso do milho transgênico, que inova no controle de lagartas, e as variedades de sojas adaptadas a nossa região.” Gilmar Berticelli, produtor rural

“D

ias de campo são fundamentais para o agricultor porque trazem lançamentos de variedades adaptadas ao nosso clima. Além disso, são um espaço de intercâmbio. As tecnologias mais importantes são as de sementes.” Carlos Gomes, produtor rural


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tecnologia

Agricultura do DF faz história no cenário brasileiro Uso de sementes melhoradas, de fertilizantes minerais de alta solubilidade nas lavouras passou a ser práticas usuais e necessárias para melhor desempenho dos índices de produtividade Neyfla Garcia

E

xatamente há 50 anos nasce em meio ao Cerrado brasileiro, Brasília, a capital do país. Bem no centro do país, se concentra o poder político. Mas não é só a política que movimenta a Capital. Existem vários segmentos, principalmente um que tem conquistado cada vez mais espaço. Estamos falando da região agrícola do Distrito Federal. Ninguém imaginava que em meio ao Cerrado pudesse existir uma agricultura sólida e forte no mercado. Esse feito só foi possível graças às tecnologias desenvolvidas para trabalhar o solo e prepará-lo. O Cerrado é caracterizado por uma vegetação “raquítica e torcida”, com sistema radicular profundo; solos fracos e baixa fertilidade, e com uma grande variedade de plantas e animais. Esse sistema recobre 200 milhões de hectares, dos quais 75% estão no Planalto Central. Ao longo dos últimos anos, a pesquisa científica se encarregou de superar as dificuldades naturais e transformou o Cerrado em uma alternativa para a produção de grãos. A melhoria do desempenho dos índices de produtividade, com a substituição de modelos tradicionais por um padrão tecnológico, em que a utilização de sementes melhoradas, de fertilizantes minerais de alta solubilidade, da irrigação e da mecanização da lavoura, passou a ser práticas usuais e necessárias.

■■ Tecnologia

Segundo o pesquisador em fertilidade do solo da Embrapa Cerrados, Djalma Martinhão Gomes de Sousa, até a década de 60, não se produzia nada na região central do país, a única atividade que tinha era a criação de gado. “Iniciou-se um

trabalho de cultivo de hortifrutigranjeiros e de grãos que impulsionou o desenvolvimento da região. A Embrapa foi criada na década de 70 para criar tecnologias para melhorar o solo e as condições de plantio da região”, disse. Atualmente, a produção de trigo e milho do DF é destaque no cenário agrícola, está em primeiro lugar na média nacional. Djalma explica que isso só foi possível devido à correção e adubação do solo, que teve que se tornar adequada para tornálo produtivo. “Desenvolvemos pesquisas na área de pastagem e estudos sobre o cerrado, sobre os recursos naturais que existem. Realizamos estas ações em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF)”, ressalta. Com a necessidade de se produzir, a Embrapa busca cada vez mais corrigir a acidez do solo, que pode ser melhorada por meio de adubação com fósforo, uma das maneiras mais eficientes que existe, de forma econômica e sustentável. O Distrito Federal também se destaca pela produção de leite, ovo, frango e grãos, devido à expansão do mercado e ao uso de alta tecnologia. Para o pesquisador, o que falta na agricultura brasileira são trabalhos que aperfeiçoem a produção. Ou seja, espaço para a agricultura existe o que falta é planejamento, e para isso que existem as tecnologias para aprimorar. “Deve haver mais investimento em pesquisas e políticas públicas que atendam as necessidades do produtor. Temos muitas tecnologias guardadas, não precisamos derrubar mais árvores para ampliar as áreas de plantio, e sim organizar a casa. Nosso maior problema é levar essas tecnologias ao campo”, pondera.

Tribuna Rural

Tecnologias impulsionam agricultura do DF ■■ Ascensão

O crescimento da agricultura do DF é significativo. Para se ter uma ideia nos últimos 20 anos, a quantidade de área plantada cresceu mais de 400%. Em 1980 o total de área plantada era de 27 mil hectares, em 2009 esse número passou para 127 mil hectares. Um salto que impulsionou o setor produtivo do DF. A produção na década de 80 era 69 mil toneladas, em 2009 registrou 827 mil toneladas. O secretário-adjunto da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do DF (Seapa-DF), Aguinaldo Alves, relaciona estes avanços às políticas públicas adotadas para o setor. “O DF se destaca pela produtividade de grãos, isso significa que estamos no caminho certo”, relata. A piscicultura também evoluiu durante esses anos. Antigamente, o DF contava com 100 produtores de peixe, hoje esse número chega a mais de 400

piscicultores. A bacia leiteira também teve sua produção aumentada em 48% no DF. E a suinocultura tem apresentado crescimento. “Apoiamos todos os segmentos agropecuários existentes no DF. Nossa maior preocupação é com a agricultura familiar, que precisa de mais recursos e investimentos. Mas, graças às políticas adotadas, hoje o pequeno produtor consegue máquinas e implementos agrícolas que possibilitam essa expansão”, comenta Aguinaldo. Ele explica que antes a produção no DF era pequena. Com a vinda dos japoneses iniciou-se a produção de hortifrutigranjeiros, em seguida a produção de grãos no Programa de Assentamento Dirigido do DF (PAD-DF), propulsora da agricultura na região, que impulsionou a criação de tecnologias, o que, por sua vez, possibilitou o desenvolvimento e a capacitação do setor. “A modernização só foi possível graças a uma parceria

entre a Seapa-DF e a EmaterDF, que passou a capacitar técnicos extensionistas rurais, para levar tecnologia ao campo, que passou a contribuir de forma gradativa para o crescimento do setor”, ressalva.

Saiba mais O Cerrado brasileiro é o segundo maior bioma brasileiro. Presente em 13 estados, e no Distrito Federal, ocupa 24% da área total do país. Nesse ecossistema estão localizadas as nascentes de cinco importantes bacias hidrográficas, cerca de 6.500 espécies de plantas e uma vasta fauna. É, hoje, um dos biomas que mais se destaca pelo grande potencial de produção alimentar. Fonte: Embrapa.


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50 ANOS

Tecnologia e organização marcam agricultura nos 50 anos de Brasília Setor exibe vitalidade ao comemorar as cinco décadas da capital e otimismo para resolver questões como a regularização das terras rurais públicas e a busca por organização política Arquivo Público

Dâmares Vaz

O

Januzzi/Arquivo Público

s números das exportações do Distrito Federal dão uma ideia da relevância do setor agropecuário na região. A atividade responde por mais de 90% de tudo o que vai para fora, embora as áreas produtivas sejam pequenas. Brasília tem perto de 600 mil hectares, dos quais 420 mil são considerados rurais. Destes, são utilizados pouco menos de 180 mil hectares. Situada na região central do Centro Oeste, onde está a maior fronteira agrícola do país, a capital foi essencial para o desenvolvimento econômico do Cerrado e para o incremento tecnológico por que passou o agronegócio brasileiro. Provas da alta tecnificação adotada pelos produtores daqui são alguns dos melhores índices de produtividade do país em culturas como trigo, milho, soja e feijão. O DF é ainda autossuficiente em hortaliças e tem a produção marcada pela diversidade. É possível encontrar produtores de leite, frutas, pescados, mel, suínos, bois, búfalos, ovinos, caprinos e orgânicos.

Mas o começo da atividade na região não foi fácil. Quando Brasília foi fundada, há 50 anos, não havia agricultura nem cultura de produção. A região do Cerrado era considerada pouco produtiva e havia ainda problemas fundiários sérios, em razão de pendências na desapropriação de terras e na divisão das glebas. Foi adotado no DF, primeiramente, o sistema de arrendamento das terras. Depois instituiu-se a concessão de uso. Estes instrumentos davam aos produtores segurança para investir, já que os bancos aceitavam os contratos de arrendamento como garantia em financiamentos. Essas condições, embora precárias, duraram cerca de 20 anos e possibilitaram o desenvolvimento da região. A calmaria no setor durou até 2005, ano em que os contratos de arrendamento ou concessão do direito real de uso foram declarados inválidos pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, a pedido do Ministério Público. “Foi um desastre. Perdemos muitos recursos e investimentos feitos nos últimos

Granja de Vargem Bonita, DF

Visita as plantações do Programa de Assentamento Dirigido do DF (PAD-DF)

anos. Este é o problema mais sério enfrentado até hoje”, conta o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do DF (Fape), Renato Simplício. A repentina ilegalidade teve consequências graves sobre o acesso ao crédito e investimentos na ampliação da produção e reestr uturação da propriedade. Felizmente, depois de um longo caminho de negociação entre o setor e o poder público, foi achada uma solução. Sancionada em agosto de 2009, a lei 12.024 autoriza o governo do DF a fazer a venda ou a concessão sem licitação a quem ocupa a terra há mais de

O acréscimo de produtividades agrícolas do DF foi decorrente da adoção e difusão de tecnologias inovadoras apropriadas, como a introdução de novas cultivares e híbridos; o manejo correto dos solos e água; a adubação de plantio e cobertura; o manejo integrado de pragas e doenças; a irrigação; a inoculação de sementes de soja e feijão; o controle biológico; os cultivos de safrinhas; o plantio direto; a utilização de sistemas de cultivos protegidos; a mecanização com plantadeiras de alta precisão; a melhoria de comercialização por meio da padronização e classificação, e o manejo pós-colheita.

Também contribuíram fatores como o uso racional dos recursos naturais, o serviço de assistência técnica e extensão rural em todo o território do DF, o incremento de cursos e instituições de ensino ligados ao setor, e o desenvolvimento da pesquisa agropecuária, em órgãos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Merecem destaque ainda políticas governamentais federais e estaduais, investimentos de empresas privadas, a disponibilidade de linhas de crédito rural oficiais e privadas, a exigência de mercado local e nacional, a capacitação da mão-de-obra (em culturas, gerenciamento, máquinas e equipamentos agrícolas), a profissionalização dos produtores rurais, o trabalho de cooperativas, e o microclima seco da região, que dificulta o aparecimento de doenças no período de inverno, além dos fatores climáticos favoráveis durante as safras.

os sindicatos dos produtores de orgânicos; dos avicultores; dos criadores de ovinos e caprinos; dos floricultores, fruticultores e horticultores; dos criadores de bovinos, bubalinos e eqüídeos e de turismo rural e ecológico. Essa nova estrutura representou uma inovação no sindicalismo rural brasileiro e alçou o Distrito Federal à vanguarda de um modelo sindical compatível com a nova

realidade socioeconômica do país. Foi o que possibilitou a criação da Fape. A instituição de sindicatos por categoria econômica teve a vantagem de atender mais especificamente aos interesses dos produtores nas suas atividades. Além disso proporcionou a representação dos segmentos econômicos em Câmaras Setoriais do Ministério da Agricultura.

cinco anos. “A ausência de crédito em função da falta de garantia fundiária deve ser resolvida em breve, é o que esperamos”, afirma Simplício. ■■ Alta produtividade

Setor investe em organização política

A

criação da Federação da Agricultura e Pecuária do DF (Fape-DF) em 2003 deu início a um novo tempo na agropecuária do DF. A emancipação política do setor, no entanto, teve início em 1992, época em que o Sindicato Rural do DF era subordinado à Federação da Agricultura do Estado de Goiás, e não tinha expressão nem autonomia política para ter a sua própria representação na Confe-

deração Nacional da Agricultura (CNA). Para fortalecer o Sindicato, de modo a torná-lo uma instituição legítima de representação política, de 1992 a 1995 foi feito um trabalho para filiar produtores que não eram sindicalizados. A primeira conquista desta época foi a emancipação política de Goiás. O então presidente da entidade, Luiz Gorga, defendeu

a necessidade de uma maior representatividade na CNA. Esta conquista veio na gestão do Nuri Andraus e o Sindicato passou a ter assento à mesa de grandes discussões com políticos locais e nacionais e a ter funções legalmente conferidas pela CNA. O ano de 2003 foi marcado pela criação de seis sindicatos, por categoria econômica, graças à abertura da CNA. Foram eles


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50 ANOS Apicultura

Produtores de mel buscam alternativas para conquistar mercado Emater-DF

Ana Paula Santos

A

picultura é um setor em grande expansão no Distrito Federal. A produção apícola na região começou em 1982 e hoje conta com 160 produtores que pertencem à Associação Apícola do Distrito Federal (API/DF) e ao Sindicato dos Apicultores do Distrito Federal (Sindiapis). Além dos produtores, o setor conta com a participação de técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), vinculada à Secretaria da Agricultura, para dar suporte à produção. Segundo o presidente da Associação Apícola do DF, Nilo Macedo, o perfil dos apicultores da região é de pequeno porte. Em 2004, foi criada

na Granja do Torto a unidade de processamento de mel coletiva, com o sugestivo nome de Palácio do Mel, onde quase toda a extração do mel produzido no DF é feita. A concentração da produção contribui ainda para a certificação do produto e a garantia de qualidade para o consumidor. Por ano, são produzidas 40 toneladas, escoadas para consumidores do Distrito Federal e Entorno. O setor apícola ainda não tem capacidade de produção para abastecer o grande mercado. “A maioria dos produtos fabricados a partir do mel e até o próprio mel encontrado hoje nos supermercados do DF vem de fora, a nossa participação efetiva no mercado ainda é muito pequena”, explica Nilo. O principal ob-

jetivo dos produtores é conseguir abastecer todo o Distrito Federal, oferecendo o produto a um preço mais acessível. A grande dificuldade hoje para o setor é atrair o interesse dos consumidores para o produto. “As pessoas aqui não têm o hábito de usar o mel em sua alimentação, o potencial de consumo é muito baixo, por isso temos que buscar sempre aprimorar a nossa produção para con- Apicultores do DF produzem 40 toneladas de mel por ano quistar a confiança da região já conquistaram didos nossos clientes”, diz Nilo versos prêmios nacionais pela Macedo. qualidade do mel e do pólen Apesar de a produção não produzidos. Além disso, são ser em larga escala, apicultores

oferecidos cursos para capacitar o apicultor e para mantê-lo sempre informado em relação às novidades do setor.

GRÃOS

Produção de grãos no DF se destaca pela alta produtividade Cooperativismo e investimentos em tecnologia são responsáveis pelos bons resultados do setor LYdia Costa

Ana Paula Santos

A

Emater-DF

produção de grãos voltada para a comercialização na região do Distrito Federal e Entorno começou em 1977 por produtores assentados do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF). A primeira cultura a ser produzida foi a de arroz de sequeiro, que logo no início enfrentou grandes

Milho: índices de produtividade altos

dificuldades em decorrência do solo pobre e de baixa fertilidade para a produção. Foi substituída logo depois pelo cultivo de soja, mais viável para as condições do Cerrado. Para o presidente do Sindicato Rural, Luiz Vicente Ghesti, a tecnologia incipiente existente na época foi o principal motivo da baixa produtividade do setor. A criação da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF) no ano seguinte ajudou a alavancar o setor. Além disso, investimentos na correção do solo e na infraestrutura tornaram possível

a introdução de outras culturas na região, como a de milho, feijão e trigo. “A produção de grãos teve uma evolução extraordinária, superando as mais otimistas expectativas em termos qualitativos”, afirma Ghesti. Os produtores ficaram surpresos com os índices de produtividade alcançados em áreas tão pequenas. No DF, pouco mais de 500 mil hectares são destinados a produção. Hoje a região é referência na produtividade de trigo irrigado, feijão e, principalmente, milho. Se fosse considerado município, o DF ocuparia o 8º lugar em volume de produção deste último grão. O bom desempenho na produção de grãos estimulou investimentos na criação de aves e produção de ovos férteis, setor que responde por 90% das exportações locais.

Tecnologia marca produção

O cenário tecnológico para a produção de grãos no DF passou por uma grande mudança e isto pode ser visto comparando-se o volume de produção quando foi iniciado o plantio de grãos para as produções atuais. De acordo com dados da Companhia Na-

cional de Abastecimento (Conab), a produtividade de grãos média do país é de 3,07 mil quilos por hectare, enquanto que no Distrito Federal a produção é de 4,124 a 4,439 mil quilos por hectare.

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50 ANOS

Avicultura

Frangos são quase 90% das exportações do DF Os números confirmam a avicultura como a principal atividade econômica do DF. No entanto, setor apresenta demandas urgentes Dâmares Vaz

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Embrapa Suínos e Aves

s números impressionam. São 600 galpões de frango, 200 galpões de matrizes, mais de 200 avicultores, uma produção de 350 mil frangos por dia (entre animais abatidos e vendidos vivos) que responde por quase 90% de tudo o que o Distrito Federal exporta. São ainda 32 milhões de ovos férteis por ano e quase 150 mil toneladas de carne, quantidade que, além de atender à demanda local, vai para todo o Brasil e para países da América Latina. A atividade teve início na região na década de 60. O frango era comprado em Belo Horizonte (MG) e abatido na Asa Norte pelos irmãos Aroldo e Geraldo Amorim. Foram eles que, um pouco mais tarde, criaram a empresa Só Frango, a pioneira do sistema de integração no Distrito Federal, no início dos anos 90. Aliada às linhas de financiamento para a avicultura, a integração foi a grande responsável pelo desenvolvimento intenso da atividade. Apesar das perspectivas de crescimento, os primeiros galponistas integrados tiveram que enfrentar obstáculos que chamam a atenção pela simplicidade, como a falta de madeira para erguer as

instalações das granjas e a ausência de mão-de-obra especializada em construção civil, como marceneiros e mestres de obras. O boom no setor durou até a metade do decênio 2000/10, impulsionado pelos altos padrões sanitários das granjas locais e pelo elevado nível tecnológico empregado na atividade. “Instituídos pelos pioneiros, os irmãos Amorim, os padrões de biossegurança da avicultura do DF são um modelo para o País”, afirma o presidente do Sindicato dos Avicultores do DF (Sindiaves), Laurentino Fernandes. As granjas da região são instaladas em áreas saneadas, o controle do trânsito de veículos e pessoas é bastante rigoroso, assim como os procedimentos de higienização e desinfecção de quem entra nos galpões. No entanto, o Sindiaves e a Associação dos Avicultores do Planalto Central (Aviplac) alertam para a perda de critérios sanitários ocorrida nos últimos cinco anos. “O adensamento do plantel e a entrada de novas integradoras no mercado local são algumas das causas da queda dos padrões de biossegurança, assim como a falta de fiscalização do setor pelo poder público”, explica Fernandes.

ORGÂNICOS

Orgânicos conquistam mercado Demanda por alimentos produzidos de forma sustentável cresce 30% ao ano Divulgação/Malunga

Malunga é referência em Agroecologia Dâmares Vaz

S

e depender do mercado consumidor, a produção orgânica tem tudo para crescer. A demanda pelos produtos cresce 30% ao ano. Atualmente, existem no Distrito Federal 208 produtores orgânicos, dos quais 106 são sindicalizados, e mais 558 agricultores de transição agroecológica. Por ano, o setor movimenta R$ 15 milhões. A área agrícola é de 430 hectares, e são produzidas 2,58 mil toneladas, principalmente frutas, legumes e verduras. A área de pastagem tem 594 hectares. O rebanho bovino é de 570 cabeças, que produzem 22 mil litros de leite. Há ainda 10,9 mil aves de postura, 82 ovinos e 144 suínos. O cultivo de orgânicos no DF começou nos anos 1970, feito por apenas um agricultor. Em 1985, nasce a fazenda de

Anuncie no jornal que fala diretamente com o produtor

Avicultura teve início no DF na década de 60

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agricultura ecológica Malunga e a Associação de Agricultura Ecológica, que reunia oito produtores. De acordo com o proprietário da Malunga e presidente do Sindicato dos Produtores de Orgânicos do DF (Sindiorgânicos), Joe Valle, tecnologias de produção e a ausência de linhas de financiamento específicas foram as maiores dificuldades do começo. “Naquela época ninguém sabia cultivar tomate orgânico, por exemplo. Faltava o domínio de técnicas de manejo adequadas básicas, como adubação do solo e combate às pragas”, diz Valle. Para desenvolver o setor, o presidente do Sindiorgânicos pontua algumas ações. A primeira delas é o fortalecimento da Cooperativa dos Produtores do Mercado Orgânico de Brasília, criada em dezembro de 2009. Valle também destaca o fortalecimento e ampliação dos

espaços de comercialização e ainda a inclusão de produtos orgânicos na merenda escolar e na compra institucional. “Apesar de haver leis que implementam essas medidas, como a lei da merenda escolar, o DF precisa de uma legislação específica para a agricultura orgânica.” ■■ Malunga

Com uma área de 45 hectares, a fazenda Malunga é modelo no cultivo ecologicamente correto de alimentos. Situada no Programa de Assentamento Dirigido do DF (PAD-DF), a 60 km de Brasília, produz, por mês, 20 toneladas de alimentos, como hortaliças e laticínios. A agricultura orgânica no Brasil é regulamentada pelo decreto 6323, publicado em 29 de setembro de 2007. O documento estabelece critérios para o funcionamento de todo o sistemas de produção e também para o processo de venda.

Produtos orgânicos e biológicos Produtos naturalmente ecológicos Cientificamente testados e aprovados Incra 7 Gleba 3 Chácara 328 Loja 05 - Brazlândia (61) 3540-1514 (61) 8430-0363 (61) 9827-4439 agrobio_agronegocios@hotmail.com


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Tribuna Rural Abril de 2010

50 ANOS Ovinos E CAPRINOS

Caprinovinocultura: investimento que deu certo Adaptar animais de regiões com clima diferente não foi tarefa fácil para os produtores Emater-DF

Bovinos, BUBALINOS E EQUIDEOS

Nova capital abre portas ao mercado agropecuário Com a vinda da capital em 1960 o Planalto Central abre portas a criação de bovinos, equinos e bubalinos Priscila Nascimento

Melhoramento genético reforça atividade Rebanho tem mais de 20 mil cabeças Eder Fritsch

O

litando a produção em escala de mercado. Segundo levantamento realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o Distrito Federal possui hoje 57 criadores de caprinos e 259 criadores de ovinos, entre as estatísticas prevalecem os pequenos e médios produtores. A atividade gera mais de 398 empregos diretos no DF. A produção mensal da carne desses animais chega a três toneladas, atendendo 10% da demanda do Distrito Federal. Trata-se um produto magro, com baixo índice de colesterol e fácil digestão. A produção de leite de cabra teve um aumento de 51,63 % de 1980 a 2010. Para os ovinos, comparando com o inicio da produção que registrava apenas 1.417 no ano de 1986, che-

gou a marca de crescimento de 1.387,57 % em numero de animais, que passou de 1.417 em 1986 para 21.076 em 2010 De acordo com Borges são desenvolvidas atividades em parceria com o Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do Distrito Federa (Sebrae-DF) que estimulam o criador a manter o manejo, além dos estudos realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), desenvolvendo novas tecnologias para criação desses animais. ‘’Acreditamos que com essas ações podemos dar um novo impulso à atividade levando-a a um patamar de importância que a caprinovinocultura merece ocupar. ’’, afirma Paulo Borges.

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transferência da capital para o interior do país gerou o desenvolvimento de diversos setores da pecuária no Centro Oeste, dentre eles a criação de animais das raças bovinas, equinas e bubalinas. No início, as criações desses animais eram precárias, faltavam recursos e incentivos para uma produção sustentável que garantisse rentabilidade ao produtor. A falta de mão de obra especializada era um grande problema. Insumos vinham de outras regiões o que tornava a criação inviável para muitos produtores. Por volta da década de 70, ouve um grande investimento na atividade. Foram trazidos animais de raça de outras regiões do país. Os primeiros vieram do estado de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Já a criação de bubalinos entrou posterior-

Anuncie no jornal que fala diretamente com o produtor

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3039.1258

mente, na década de 80, em menor escala. Ao longo dos anos esses animais foram sendo aperfeiçoados por meio de melhoramento genético, surgindo então os chamados ‘’rebanhos de elite’’. A chegada das indústrias de insumos e rações serviu de incentivo e facilitou o processo de criação. Atualmente, o Distrito Federal é destaque em uso de tecnologias de laboratório, melhorando cada vez mais a qualidade desses animais, com o foco em bovinos e equinos. Existem cerca de 10 criatórios consolidados de bubalinos na região e tende a crescer pela demanda que aumente. O mercado para os equinos é vasto, são feitos leilões em âmbito nacional desses animais, apostando também na produção de sêmen de animais de raça, tanto para eqüinos quanto para bovinos. Emater-DF

s primeiros registros da ovinocaprinocultura datam entre os anos 70 para caprinos e 80 para ovinos. Trazer animais de regiões de diferentes climas ao Centro Oeste foi um grande desafio aos produtores rurais da época. A criação teve início em pequenas propriedades servindo apenas de consumo para os criadores. ‘’A falta de recursos impossibilitava o crescimento do setor, pois na época, não havia condições adequadas à criação nem mesmo veterinários e zootecnistas especializados’’ conta o presidente do Sindicato dos Criadores de Ovinos e Caprinos do Distrito Federal (SINCCO) Paulo Borges. Junto com crescimento da capital, veio a expansão do setor, possibi-

Eder Fritsch

Criação de bubalinos teve início na década de 80


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50 ANOS

FLORICULTURA, FRUTICULTURA E HORTICULTURA

Turismo rural

Turismo rural cresce com Brasília

Frutas e hortaliças deram início a produção no DF

Nada de política, nada de correria, Brasília aposta no turismo rural

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Divulgação/Chapada Imperial

uem vem a Brasília e vê as grandes obras de arquitetura feitas por Niemayer, nem imagina que a capital da república não se delimita somente a isso. Por trás da correria do dia a dia está o turismo rural, que vem conquistando adeptos diariamente. Pessoas buscam descanso em fazendas, chácaras e sítios. O ambiente preservado proporciona lazer aos turistas e é fonte de renda para proprietários da região. Segundo dados do Sindicato de Turismo Rural e Ecológico do Distrito Federal (Ruraltur), o turismo rural gera cerca de 500 empregos diretos, mais de 1.200 indiretos e recebe anualmente cerca de 55 mil pessoas que buscam os atrativos do setor. De acordo com o estudo ‘’Avaliação do setor de turismo desenvolvido no espaço rural do Distrito Federal e em áreas do Entorno”, existem no DF e Entorno aproximadamente 59 propriedades de turismo rural,

25 delas filiadas a Ruraltur, sem contar com as demais em processo de filiação. Em face do crescimento do setor, foi criado em 1996 pelo Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do Distrito Federal (Sebrae‐DF), em parceria com a Secretaria de Turismo, Lazer e Juventude (Setur‐DF) e o Sindicato Rural, o Programa de Turismo Rural do DF que teve como objetivo gerar fonte de renda aos produtores rurais, desenvolver a área mostrando seus produtos típicos e suas tradições, além de proporcionar lazer às pessoas que vivem na região. Atrações é o que não faltam para as pessoas que visitam a região. Elas podem contar com ribeirões, córregos, cachoeiras, lagos e lagoas naturais, comidas típicas, cavalgadas, esportes radicais (arvorismo, escaladas, etc), além de hotéis fazenda, restaurante rural, pesque pague, pousada, agroturismo, ecoturismo, dentre tantos outros que existem no Planalto Central. ‘’Em seus 50 anos, Brasília nos mostra que está em constante desenvolvimento, tanto no meio urbano, quanto no meio rural, e cada vez mais está preservando suas riquezas naturais, transformando propriedades em ambientes hospitaleiros para receber seus visitantes’’, diz Maria Inês, presidente do Sindicato do Ruraltur.

Cerca de 55 mil pessoas fazem turismo rural no DF por ano

Emater-DF

Ana Paula Santos

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região do Distrito Federal e Entorno tem se revelado uma importante produtora de hortaliças, frutas e flores. Somente o setor de hortaliças representa 51% de toda a produção agrícola do DF. O setor de fruticultura representa 7,6% da produção e, segundo o vice-presidente do Sindicato de Floricultura, Fruticultura e Horticultura do DF, João Bosco Mendonça, a produção de flores por afiliados do sindicato representa 15% do total produzido aqui. A horticultura e a fruticultura foram as primeiras culturas introduzidas no DF. Com a transferência da capital do País para o Centro Oeste, houve a necessidade de produzir para abastecer o mercado. Nos anos 80, pequenas propriedades de Vicente Pires, Planaltina e Ceilândia começaram a produzir flores, mas só na década de 90 o produto passou a ser comercializado. Os produtores dos três setores são, em sua maioria, de pequeno porte. No início, as principais dificuldades que os agricultores enfrentaram para se estabelecer na região foram a precariedade do solo, os altos

Emater-DF

Eder Fritsch

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Produção de flores começou nos anos 80

Produção local de pimentão é a maior do Brasil

preços dos insumos e a falta de apoio técnico. Hoje, a situação é completamente diferente. “Aqui no DF se produz flores e hortaliças o ano inteiro”, diz Bosco. Mas, ainda assim, existem dificuldades, principalmente, em conseguir financiamentos com os bancos, por causa da questão da regularização das terras rurais. O setor que tem o maior movimento financeiro é o de floricultura – cerca de R$100

milhões por ano. No setor de hortaliças, destaque para a produção de pimentão, a maior do Brasil. A área total de hortaliças no DF é de 6,9 mil hectares, e a produção anual chega a 207,3 mil toneladas. O setor movimenta R$65 milhões por ano. A fruticultura é o menor setor, movimentando cerca de R$57 milhões anualmente. Por serem produtores de pequeno porte, o nível tecnológico das propriedades é considerado baixo. Porém, isso não impede que o DF seja autossuficiente e busque sempre o incremento na produção agrícola. “Existe um aumento significativo proporcional ao crescimento da população do Distrito Federal para estes setores”, afirma Jonas Jochims, gestor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape).


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50 ANOS Presidente da Fape fala sobre futuro do setor

SUiNOcultura

Tecnologia e organização marcam atividade na região Produção pequena mas organizada e alta tecnologia são características da suinocultura no DF. Mas setor precisa vencer o baixo consumo para expandir produção Divulgação/Sindisuinos

Transformações tecnológicas ao longo de 50 anos melhoraram qualidade do produto

Dâmares Vaz

O

rganização define a suinocultura no Distrito Federal. Embora a produção local seja pequena, em razão da indisponibilidade de áreas para expansão, a associação de criadores locais é a única do País que reúne produtores e frigoríficos, garantindo o escoamento e o fluxo de mercado. A atividade teve início na região no começo da década de 60. Os primeiros suinocultores tiveram que enfrentar a transição da produção de suíno de banha para suíno de carne e também o histórico baixo consumo de carne suína, problema que persiste até hoje. A atividade passou por muitas transformações nas últimas cinco décadas. A introdução dos mecanismos de aprimoramento genético para maior produção

de carne, a crescente tecnificação e os padrões elevados de sanidade definiram a tecnologia como a principal característica da produção. No DF, o investimento tecnológico é alto. Prova disso é que existe uma granja que está em processo de certificação para se tornar uma multiplicadora genética de suínos. Vai ser a primeira na região a abrigar o processo. E a demanda é grande, já que cada suinocultor precisa repor 40% do plantel por ano. Atualmente, há 30 criadores no DF, a maioria de médio porte. O rebanho ultrapassa as 150 mil cabeças, que rendem uma produção de carne de mais de 10 mil toneladas por ano. Somente matrizes são 20 mil. A cadeia produtiva de suínos gera e mantém mais de 1,1 mil empregos. A produção é quase toda consumida internamente.

■■ Baixo consumo

Um dos maiores desafios da suinocultura é o baixo consumo de carne de porco no Brasil. A média nacional gira em torno dos 13 kg per capita. É uma das mais baixas do mundo. Na Europa, por exemplo, o consumo por pessoa é de 45 kg. Para aumentar o consumo per capita de carne suína entre os brasileiros para 15 kg num prazo de três anos, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional) e a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deram início à implementação formal do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). O aumento de 2 kg deve representar um incremento no rebanho nacional de 200 mil matrizes.

“Em todo lugar, no meio rural, houve êxodo rural grande. Se antes 50% da população viviam no campo, hoje esse número não chega a 20%. As forças que atraem ou expulsam o homem do campo estão na mesma direção. O meio rural não tem educação, saúde, lazer, falta uma política agrícola adequada. Na cidade há esses serviços, embora sejam precários. Mas fica a questão: quem vai produzir comida? Para garantir que a produção de alimentos continue, é preciso haver segurança para o produtor rural, principalmente mecanismos de proteção da renda. Chegaremos a um ponto em que a sociedade vai ter que tratar bem a população rural se quiser ter comida, apesar de todo o desenvolvimento da tecnologia. Nos Estados Unidos, por exemplo, menos de 5% da população vivem no campo. Mas esta população tem a mesma qualidade de vida de quem vive na cidade. Para alcançar esse padrão aqui, algumas questões merecem destaque. No DF, a maior delas é a legalização total das áreas rurais. Apenas 13% dos mais de 19 mil imóveis do DF são legalizados. Todos os outros têm apenas documentos de posse, arrendamento ou direito real de uso. Mas muito antes que os próximos 50 anos cheguem, queremos que todas as áreas sejam regularizadas, para que o produtor exerça sua cidadania com plenitude, produza, cuide da família e preserve o meio ambiente, trate bem seus empregados e cumpra a função social da terra. A implementação do planejamento estratégico do setor e a busca pela organização política são fundamentais também para o desenvolvimento sustentável do DF, que é o berço de três grandes bacias hidrográficas nacionais. São parte ainda do projeto de transformar a capital em polo de desenvolvimento regional e internacional a partir de um modelo de agronegócio produtivo, rentável e que respeite o meio ambiente. Mas para isso é preciso mobilização do governo e dos setores produtivos. A Federação da Agricultura e Pecuária é nova, tem apenas seis anos, mas estou muito satisfeito com o que já alcançamos, como a garantia de regularização das terras. Embora seja uma luta de anos, a Federação teve um papel fundamental nesta conquista. A Fape tem uma estrutura diferente de outras federações de todo o Brasil. Aqui promovemos eleições diretas, em que podem votar todos os associados, que hoje são mais de mil. Em apenas seis anos, já fazemos parte do setor produtivo, temos o reconhecimento da sociedade, e agora temos que cumprir o planejamento estratégico, com seis grandes projetos estruturantes, e ainda parcerias com instituições governamentais e privadas, como Secretaria de Agricultura do DF, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a CNA e o Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Sebrae-DF).” Renato Simplício, presidente da Fape-DF


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comunidade

Agricultura urbana Ilhados em meio a condomínios e asfalto, produtores que resistiram ao parcelamento em Vicente Pires são agora indispensáveis à regularização da nova cidade

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clima muda quando o visitante entra na propriedade de Dejair Bernardo da Silva, produtor em Vicente Pires, antiga colônia agrícola hoje transformada na mais nova região administrativa do Distrito Federal. O calor do asfalto dá lugar ao frescor e à umidade do verde preservado. Criado para ser parte do cinturão verde de Brasília e servir para abastecimento e qualidade de vida da capital, Vicente Pires é a síntese de Brasília. Nas últimas duas décadas, a ex-colônia agrícola foi alvo das pressões imobiliárias e do crescimento desordenado da cidade. Dejair vive e produz em Vicente Pires desde 1989. Sua chácara é uma ilha em meio a casas suntuosas e ao concreto. Em três hectares, ele cultiva dois mil pés de uva, que rendem 60 toneladas por ano, em duas safras por ano, das quais faz vinho, que é vendido na região mesmo.“Quase tudo que consumo vem daqui. Tiro 500 kg de feijão por ano desta terra. Não uso agrotóxico, cuido para que a planta fique forte para resistir às pragas, até porque não posso jogar defensivos em cima de mim nem em cima dos meus vizinhos”, diz. O produtor conta que, quando começou a especula-

ção imobiliária na ex-colônia agrícola, os agricultores sofreram muito com o assédio de corretores e pessoas que queriam comprar chácaras. E o processo foi dramático. “Até atentado sofri. Chegaram a atirar na minha casa para me forçar a vender a chácara. Isso há uns dez anos, quando a divisão das glebas começou.” O produtor ilustra a situação dos 92 agricultores que ainda seguem produzindo na região. Eles são tudo o que restou de mais de 500 propriedades destinadas à agricultura e à preservação ambiental. Todos os chacareiros de Vicente Pires têm contrato de arrendamento expedido pela extinta Fundação Zoobotânica, e ainda plano de utilização. “A grande maioria das terras do DF não tem plano de utilização. Na colônia agrícola, todos os que resistiram à urbanização têm o documento”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Vicente Pires, o produtor de flores Sebastião Augusto Machado. O presidente conta que quando os contratos foram declarados ilegais pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, a pedido do Ministério Público, muitos produtores tiveram problemas para investir na atividade. “Quem tinha suporte financeiro melhorou a propriedade e incrementou

a produção. Os que não tinham não podiam sequer pegar empréstimos em bancos em razão da situação das terras. Estão lá penando, defendendo o pedaço de terra e vivendo numa economia familiar.”

Dâmares Vaz

Dâmares Vaz

■■ Circuito ecológico

Sebastião está em Vicente Pires desde 1983. Cultiva e desenvolve cultivares de flores na sua chácara, a Hibiscolândia, e exporta a produção para cinco países. Ele é um dos exemplos da variedade que existe na mais nova cidade do DF. Uma das culturas que mais chama a atenção em Vicente Pires é a co- As chácaras em Vicente Pires são ilhas de verde dentro da cidade: produtores resistiram à urbanização cionais de pombos-correio. trazer pessoas da cidade para lombofilia, ou a “Em razão da diversidade de conhecer o campo. Um dos criação de pombos-correio. Há um morador que se produção, queremos mon- parceiros no projeto é o Sededica somente à atividade e tar um circuito ecológico das brae-DF (Serviço de Apoio às já representou o país em cam- chácaras. Estão confirmadas Pequenas e Médias Empresas peonatos nacionais e interna- 50 propriedades. Queremos do DF)”, informa Sebastião.

Regularização de Vicente Pires depende de preservação Dâmares Vaz

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Dejair Bernardo da Silva produz uvas em Vicente Pires: para ele, chácaras preservadas representam qualidade de vida

ressionados pela expansão da cidade, os chacareiros que mantiveram a destinação se mostram agora essenciais à regularização de Vicente Pires. Isso porque foi definido um porcentual obrigatório de áreas verdes para que a nova cidade se torne legal. “Esse porcentual definido pela legislação ambiental é de 15%. Mas a cidade está pronta. Houve então acordo que redefiniu essa porção para 10%. E as chácaras que não foram urbanizadas são exatamente o espaço que for-

nece as condições para o cumprimento da exigência”, afirma Sebastião. Está também em discussão o uso das chácaras para a montagem de aparelhos comunitários. “Os produtores estão abertos a essa proposta, já que a regularização representa o retorno de investimentos e é um estímulo a mais para que produtores se mantenham nas suas propriedades”, afirma o presidente da Associação. Para o produtor Dejair, mais do que necessárias para

a regularização da cidade, as áreas preservadas representam qualidade de vida. “A minha ilha de verde está servindo para os vizinhos que moram em casa de concreto, que usam asfalto, cerâmica, que impermeabilizam o solo. E precisamos cuidar dos lençóis freáticos. Temos que cuidar do patrimônio ambiental para nossos filhos e netos e também em que tipo de qualidade de vida queremos para nós e para os outros. Quando destruo o meio ambiente, destruo a sociedade.”


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eventos Dia de campo promove desenvolvimento de sistemas de produção de leite

Emater e CTZL promovem curso para produtores de leite Eder Fritsch

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Emater Gama

unidade da Empresa de Assistência TÊcnica e Extensão Rural no Gama (DF) realizou, em 13 de março, dia de campo com o tema desenvolvimento de sistemas de produção de leite, voltado para as pequenas propriedades. O encontro focou no uso de gramíneas tropicais e o investimento em melhoramento genÊtico. O evento ocorreu na fazenda Boa Esperança, comunidade Três Vendas, em Alexânia (GO). Os participantes percorreram estaçþes temåticas, onde foram abordados temas como legislação atual sobre o uso de cama de frango, manejo e adubação de pastejo intensivo em mombaça, adubaç ão orgânica em pastagens, escolha de cultivares de milho para silagem e

escritório da Empresa de Assistência TÊcnica e Extensão Rural (Emater) no Gama e o Centro de Transferência de Tecnologias de Raças Zebuínas com Aptidão Leiteira (CTZL) realizaram, em 17 e 18 de março, o curso de capacitação de ordenha higiênica e qualidade do leite. O objetivo do evento foi difundir a produção leiteira sustentåvel, com a garantia de um produto seguro e saudåvel, sem degradação ambiental, de forma a melhorar a qualidade de vida no campo. Participaram do curso 45 pessoas, das quais 36 eram produtores do DF e Entorno. Palestras sobre higienização, ordenha manual e mecânica, formas de refrigeração e a utilização de novos equipamentos foram ministradas com o objetivo de melhorar a produção de leite, com a adequação do produto às exigências do mercado e a garantia da qualidade e segurança desde o manejo atÊ as etapas finais de produção.

va do Brasil e Aminoagro, promoveu palestras com os temas novas tecnologias em sementes, nutrição de plantas e manejo de pragas e doenças. O evento contou com 240 participantes, entre agricultores e consultores da regiĂŁo de Formosa, SĂŁo JoĂŁo d’Aliança, Buritis, UnaĂ­ e PAD-DF.

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CRIADORES

600. Destaque para a grande procura de novilhas para reposição de plantel.Com mercado firme e preços atraentes, a segunda etapa do evento estå marcada para 17 de abril. Na data, jå estão confirmados para serem comercializados mais de 600 bovinos. O Sindicato Rural de Buritis convida ainda os agropecuaristas para a Exposição Agropecuåria do município, de 29 de maio a 6 de junho. Na programação, leilþes, rodeio, shows, rankeada do Nelore e outras atraçþes.

Serviço 2º Leilão dos Criadores 17 de abril (såbado) - 19 horas Parque de Exposiçþes, Buritis (MG) - (38) 3662-1655 e (61) 9978-4866. Leiloeiro: Anderson Lima

GADO NELORE & CRUZAMENTO INDUSTRIAL Tathersal Jorge Ferreira Rosa - Parque de Exposiçþes Agropecuårias

LEILĂƒO DOS

Divulgação

empresa Rural Insumos Agrícolas realizou, no dia 13 de março, o seu primeiro Dia de Campo, na fazenda Salto, localizada na região de Cabeceira de Goiås (GO). O encontro ocorreu na propriedade do agricultor Lauri Phillipsen. O evento focou a produção de sementes convencionais e transgênicas de milho, soja e sorgo. A empresa Nidera mostrou, a partir de plantaçþes, o ciclo de desenvolvimentos das suas sementes. A Nidera Sementes, com o apoio das 1º dia de campo da fazenda Salto reuniu agricultores da empresas Chemino- região de Formosa

Realizada no dia 26 de março, em Buritis (MG), a primeira etapa do Leilão dos Criadores marcou o retorno dos leilþes de gado comercial de corte ao Vale do Urucuia. Organizado pelo leiloeiro Anderson Lima, o remate contou tambÊm com a promoção do Sindicato Rural de Buritis e a assessoria do tÊcnico agropecuårio Zaqueu Moreira e do mÊdico veterinårio Paulo Pichione. Dos quase 500 produtos apresentados, foram vendidos todos. Destaque para os bezerros Nelore de sobreano, cotados, em mÊdia, em R$ 795. Boa parte foi comprada pela fazenda Taquaril, do criador Pedro AmÊrico Pires de Araújo. O pecuarista foi o maior investidor. As fêmeas em pista tambÊm obtiveram bons preços, numa mÊdia de R$

Dia de Campo foca lançamentos da indústria de sementes para a próxima safra Eder Fritsch

Produtores participaram de palestras com intuito de melhorar a produção leiteira

LeilĂŁo marca retorno de gado comercial ao Vale do Urucuia

Pequenos produtores marcaram presença no dia de campo da fazenda Boa Esperança

Parque de Exposiçþes Agropecuårias Vitalino Fonseca Melo RODOVIA MG 400 KM 01

BURITIS - MG

17 de Abril - SĂĄbado - 19h

24 ABRIL

SĂĄbado - 18h

Gado de Corte, Cria, Recria e Engorda

INFORMAÇÕES: (61) 9978 4866 e 9984 4866 com Anderson Lima (38) 3662 1655 com Ester - Sindicato Rural Promoção:

Apoio::

importantes da agropecuĂĄria. Proporciona sustento Ă s famĂ­lias rurais e tem grande valor no mercado. “De nada adianta o produtor fazer um manejo alimentar, sanitĂĄrio e reprodutivo eficiente na sua propriedade se, no momento da coleta do produto, nĂŁo forem empregadas as prĂĄticas de higiene necessĂĄrias para a obtenção de um alimento seguro e com qualidadeâ€? diz Euclides Miranda, veterinĂĄrio e agrĂ´nomo da Emater no Gama. Emater Gama

genĂŠtica para produção de leite a pasto. Açþes como estas tĂŞm como principais objetivos elevar os Ă­ndices zootĂŠcnicos por meio de melhorias no padrĂŁo genĂŠtico, na alimentação e no manejo sanitĂĄrio dos rebanhos, consolidando a bovinocultura leiteira como um importante segmento produtivo. Com a escolha das forragens certas, os animais tĂŞm uma melhor alimentação o que consequentemente gera um aumento na produção leiteira. “A integração entre os produtores e tĂŠcnicos foi muito positiva, pois a troca de experiĂŞncias e a observação in loco estimulam e facilitam a adoção das novas tecnologias existentes para o setorâ€?, afirma Euclides Miranda, extensionista rural e veterinĂĄrio da Emater-DF no Gama.

Eder Fritsch

O mĂŠdico veterinĂĄrio e supervisor do CTZL, Carlos Frederico, afirma que a integração com os produtores da regiĂŁo traz bons resultados. “As tecnologias difundidas sĂŁo desenvolvidas pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuĂĄria) e comprovadas pela Emater, o que facilita a adoção dessas tĂŠcnicas de manejo pelos pequenos, mĂŠdios e grandes produtores rurais.’’ De grande valor na economia brasileira, o leite estĂĄ entre os seis produtos mais

INSCREVA

Assessoria TĂŠcnica: Zaqueu Moreira (38) 3663 2016 e 9979 8497 Paulo Pichione (38) 3662 3222 e 9987 3708

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INFORMAÇÕES: (62) 3451 3044 e 3451 1530

AOS TROFEĂšS DE LOTE PADRĂƒO

Leilão Boi Branco atrai produtores do Nordeste goiano O Sindicato Rural de Campos Belos, em Goiås, promove no dia 24 de abril o tradicional Leilão Boi Branco. O evento ocorre hå 15 anos e Ê referência de mercado para preços e qualidade no Centro Oeste. Para esta edição, jå estão confirmados mais de mil animais, que concorrem a premiaçþes. Aos melhores serão oferecidos trofÊus, numa demonstração de reconhecimento pela qualidade e competência do trabalho de seleção genÊtica. O evento Ê reconhecido pelo pioneirismo na venda de bezerros de qualidade. Os leiloeiros participantes apartam e preparam com antecedência os seus lotes de animais, de forma a alcançar as premiaçþes ofertadas para os melhores grupos.

Serviço Leilão Boi Branco 2010 24 de abril (såbado) Horårio: 16 horas Tathersal Jorge Ferreira Rosa Local: Parque de Exposiçþes Agropecuårias de Campos Belos, Goiås Mais informaçþes pelos telefones: (62) 3451-1530 e 3451-3044


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produtos & serviços

O sucesso de um trabalho bem feito O grupo Agrocen conquista mercado brasiliense ao longo de 16 anos de história Divulgação

Eder Fritsch

A

Agrocen ingressou no mercado agropecuário brasiliense e foi se expandindo gradativamente. A primeira loja foi inaugurada em 1994 e vendia apenas cereais, como farelo de arroz e quirera de milho. Hoje, com mais quatro lojas, comercializa todo tipo de produtos agrícolas e pecuários, com ênfase também nos medicamentos veterinários e, principalmente, na linha própria de rações e de sais minerais proteinados. A experiência e os investimentos feitos ao longo de 16 anos garantiram ao grupo Agro-

Agrocen é a maior fabricante de rações do DF

cen o título de maior empresa fabricante de rações do DF. O reconhecimento vindo por meio da venda de insumos agropecuários faz a empresária Salete

Cenci proprietária do empreendimento, mirar objetivos ainda mais altos. O foco da empresa para este ano é ampliar as vendas com a criação de um serviço

especializado para atender dire- Fóscen 90, Fóscen 45, Fóscen tamente os produtores da região. Uréia, Fóscen Seca-Uréia, Fóscen “Com o mercado em cres- Confinamento, Fóscen Bezerros cimento, houve a necessidade e Fóscen Corte e Leite. As rações de expandir a empresa devido são específicas para suínos, oviao grande número de clien- nos, bovinos, caprinos e aves. tes. Com a experiência adquirida ao longo dos Serviço anos criamos nossa próhttp://www.agrocen.com/ pria linha de produtos, Núcleo Bandeirante-Avenida Central. Bloco que buscam suprir as ne475/481. (61) 3386-3409 cessidades de fósforo dos Lago Sul.-QI 15 do Lago Sul. (61) 3248-4208 rebanhos do Centro OesSof Norte- Setor de Oficinas Norte. Próximo ao te”, conta Salete Cenci. As rações e sais são Carrefour Norte. (61) 3465-2144. produzidos em uma fábriSof Sul- Setor de Oficinas Sul. Próximo ao ca na Ceilândia. A linha carrefour Sul e ao casa Park. (61) 3233-4270 de sais é dividida em sete W3 Sul-W3 Sul - Quadra 510. Quadra das categorias: Fóscen 170, Agropecuárias. (61) 3242-6831

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Tribuna Rural Abril de 2010

variedades culinária

COMO Criar

Caprinos garantem bons rendimentos

Carneiro assado ao suco de tangerina ingredientes

Animais apresentam características atrativas para criadores que queiram se dedicar à atividade

preparo

•  1 perna traseira de carneiro de mais ou menos três kg •  90 gramas de sal •  1 copo americano de suco de tangerina concentrado •  1/2 litro de vinho branco seco •  1 maço de hortelã •  1/2 litro de água

Bata no liquidificador o vinho, a água, o sal, o suco e a hortelã; coloque a perna de carneiro em uma vasilha funda, para que o tempero cubra a carne, e deixe até o dia seguinte, para que o tempero penetre. Coloque em uma forma para assado a carne e metade do tempero. Asse em forno quente por quatro horas.

Eder Fritsch

N

obre, com baixo teor calórico, a carne de caprino é uma das mais consumidas no mundo. Com características saudáveis, elevado valor nutritivo e de fácil digestão, chega a ser mais magra que a carne de frango. Com rendimento líquido de 75 a 85% (com a cabeça); gera lucro, já que os custos de produção, em geral, são baixos. Nesta edição, mostraremos um pouco do processo de criação desses animais.

fonte: Mais Você

■■ Instalações

61 3404.0054

mente. Fêmeas em gestação devem ficar ao abrigo de sombra para evitar má formação do embrião. ■■ Abate

A fase ideal para abate é quando o animal tem idade entre um e dois anos e já pesa entre 12,9 a 24,7kg (machos) e 11,2 a 19,7kg (fêmeas). Quando o animal supera a idade de dois a seis anos e pesa entre 20 a 30 kg, deve ser usado na produção de leite e na produção de couro, já que a carne se torna relativamente dura. Fonte: Emater-DF, Embrapa, cabrase-cabritos.webnode.com

divulgação

divulgação

Linguiças Guimarães

O manejo planejado é essencial à criação de caprinos e ao desenvolvimento adequado dos animais. O corral deve ser construído de acordo com o rebanho, utilizando-se uma área de 0,8 m² a 1,0 m² para cada animal adulto. Podem ser utilizados para a construção materiais encontrados na própria propriedade, como madeira redonda e palha de babaçu ou carnaúba para a cobertura. O piso pode ser de chão batido.

pécies de forrageiras que mais se adaptam ao clima do cerrado do Distrito Federal são moçamba, tanzânia, araúna, capim-gordura entre outros, por resistir mais às variações climáticas. Deve-se tomar cuidado com o equilíbrio entre o número de animais e a disponibilidade de forragem de pastagem para evitar o superpastejo ou subpastejo. Com uma alimentação rica em nutrientes o animal ganha peso, o que contribui para maior rentabilidade. Fatores como o clima afetam muito a alimentação do animal. No verão, eles costumam pastar nas horas mais frescas do dia, de manhã ou à noite, quando criados livre-

■■ Alimentação

A principal fonte de alimentação desses animais são as forragens. Eles chegam a passar cerca de 8 horas por dia atrás de alimentos. As es-

Manejo planejado é fundamental na criação de caprinos

SAúDE

Campanha nacional contra influenza H1N1 vai até maio AFP/SITE R7.COM

Eder Fritsch

O

Ministério da Saúde deu início, no dia 22 de março, à segunda etapa da campanha de vacinação conta a influenza H1N1, em rede nacional. São 36 mil pontos de vacinação em todo o Brasil, sendo 94 deles só no Distrito Federal. O órgão pretende vacinar cerca de 200 mil pessoas somente na primeira etapa. Até o fim da campanha, a estimativa é a de que 91 milhões de brasileiros sejam imunizados. O vírus H1N1 é transmitido por via aérea, de pessoa para pessoa, por meio de espirros e tosse. Causa sintomas semelhantes aos de uma gripe comum, como febre acima de 39°C, dores musculares, falta de apetite e tosse. Em 2009, segundo a secretaria de saúde, foram confirmados

678 casos de gripe no Distrito Federal com dez mortes, os levantamentos para o ano de 2010 ainda não foram divulgados. A campanha de vacinação terá quatro etapas. A primeira começou em 22 de março e vai até o dia 2 de abril, e abrange gestantes e população com doenças crônicas, como as cardíacas, respiratórias, renal, sanguíneas, diabetes, imunodepressão ou grande obesidade. Crianças de seis meses a dois anos também estão incluídas na primeira fase e têm que receber a segunda dose depois de trinta dias. A segunda etapa, de 5 a 23 de abril, atenderá à população saudável de 20 a 29 anos. De 24 de abril a 7 de maio, o atendimento será a idosos com 60 anos ou mais. No fim da campanha, será a vez da população saudável de

30 a 39 anos, entre 10 a 21 de maio. A expectativa do governo é vacinar cerca de 1,2 milhão de pessoas em todo o DF. As vacinas são aplicadas em hospitais e postos de saúde da rede pública. De acordo com o Ministério da Saúde, não haverá vacinação na área rural por questões de higiene durante o transporte da vacina. As pessoas devem ir até o ponto de vacinação mais próximo de sua residência para receber a imunização. Em último caso, não havendo possibilidade de locomoção até um dos locais de vacinação, deve-se entrar em contato com a unidade de saúde mais próxima e solicitar a visita de um agente de saúde para aplicar a vacina, de acordo com as datas do calendário de vacinação.

Expectativa da Secretaria de Saúde é vacinar cerca de 1,2 milhão de pessoas em todo o DF ■■ Cuidados

Lavar as mãos, evitar aglomerações, cobrir boca e nariz ao tossir e espirrar, não compartilhar objetos de uso pesso-

al, e, principalmente, ter uma alimentação saudável, são ações que contribuem para a prevenção da doença. O uso do álcool em gel também é grande aliado na eliminação do vírus.


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Tribuna Rural Abril de 2010

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MEIO AMBIENTE

Abastecimento deve ficar mais caro Degradação dos mananciais do DF e desperdício acendem o alerta para o crescente custo de tratamento da água e a necessidade de captá-la cada vez mais longe Dâmares Vaz

U

ma boa notícia para o candango é que não vai faltar água na capital nos próximos anos. Se há uma década havia a dúvida sobre a disponibilidade de novos mananciais, a questão que hoje preocupa o poder público e a sociedade civil relaciona-se com a qualidade cada vez menor dos mananciais locais e a necessidade cada vez maior de buscar água em pontos mais distantes, com custos crescentes. Para prever quais serão as necessidades de abastecimento da cidade, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) usa como base o Plano Diretor de Água e Esgoto. O documento traça um paralelo entre as tendências de crescimento da população e a quantidade de água que a Companhia tem disponível para oferecer, a chamada curva demanda/disponibilidade. Atualmente, o sistema produtor oferece 8,3 m³ por segundo. O volume dá para atender a população prevista até 2011. A partir de 2011, é preciso produzir mais porque a população tende a crescer.

“O medo que se tinha é que, quando a população chegasse a determinado tamanho, não houvesse água suficiente. A pergunta em 2000 era se Corumbá IV seria uma opção. Hoje a barragem já é realidade”, afirma o superintendente de recursos hídricos da Agência Reguladora de Águas e Saneamento do DF (Adasa), Diógenes Mortari. Corumbá IV apresenta capacidade de produção de 10 m³/s, dos quais 3 m³/s irão para Goiás e 7 m³/s para o DF. Há ainda a possibilidade de produção de mais 2,8 m³/s a partir do Lago Paranoá até 2012. “É quase o dobro da atual capacidade até 2012. Mas isso não significa que vamos ter sobra de água. No caso de Corumbá, por exemplo, estamos buscando longe, com custo maior”, pontua o superintendente. Resolvido o fator quantidade, restam os desafios relativos à qualidade dos recursos hídricos. Para o professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília Geraldo Boaventura, o crescimento rápido e sem planejamento da capital nos últimos anos tem impacto grande sobre a qualidade e os custos de tratamento da água.

“A cidade vem sendo invadida por mais e mais obras, setores habitacionais e áreas impermeabilizadas por casas e asfalto. Quando chove, o solo não absorve a água, que então carrega detritos, lixo e entulhos para os corpos d’água”, explica Boaventura. Para o superintendente da Adasa, o maior desafio para o abastecimento da capital é mesmo a degradação dos mananciais. “Há muitas construções sem retenção de entulhos na cidade e falta educação para a destinação correta do lixo. Todos esses sedimentos são carreados para os rios”, afirma. “O Lago Paranoá é um exemplo triste disso. Está assoreado, o que piora a qualidade e compromete a retirada de água para o abastecimento.” Boaventura pontua que, além do abastecimento, o poder público tem que se preparar para suprir as demandas de saneamento. “Mais água implica mais esgoto para ser tratado e mais investimentos no sistema. Hoje não há controle sobre como é feito o tratamento de efluentes pela Caesb”, diz. ■■ Uso racional

As novas possibilidades de cap-

Heula Hamana

Qualidade dos mananciais locais é afetada pela ausência de ações e políticas e conservacionistas

tação de água para o abastecimento do DF afastam o temor de algum dia o morador da capital ligar a torneira e não cair sequer uma gota d’agua. No entanto, especialistas alertam para que, se cada um desperdiçar, nada será suficiente para atender à demanda. De acordo com a Adasa, a taxa que define o uso racional de água é de 200 litros/habitante/dia. Todas as projeções são feitas com base nesse número. No DF, porém, em algumas cidades, a média está em 800 l/hab/dia. “Para sensibilizar o

usuário, as ações por campanhas educativas constantes da população”, afirma Mortari. Para o professor Geraldo Boaventura, além da educação da população para a economia de água e a sua reutilização, há a necessidade de políticas públicas. “O poder público tem que planejar melhor o crescimento da cidade e investir em ações como a preservação das áreas de proteção de mananciais e de recarga de aquíferos e a ampliação dos sistemas de abastecimento e tratamento.”

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