Jornal Agrobrasília 2010 Ed.02

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J o r n a l

III Feira Agrobrasília

Edição N.º 02

Janeiro de 2010

■■ IrrigaTec Coopa-DF: a vez das culturas irrigadas DÂMARES VAZ

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razer o que há de melhor e mais moderno em tecnologias irrigadas para o Parque Ivaldo Cenci, num grande dia de campo. Para tanto, a Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF) promoverá a primeira edição do IrrigaTec Coopa-DF, previsto para setembro de 2010. O IrrigaTec Coopa-DF terá como foco produtores que trabalham com irrigação, tanto agricultores familiares quanto patronais. Serão abordadas várias culturas, como hortaliças, frutas, trigo e feijão. De acordo com o coordenador-geral da Agrobrasília e do IrrigaTec Coopa-DF, Ronaldo Triacca, o dia de cam-

po cumpre a função de levar ao produtor as possibilidades dos sistemas irrigados. “Na Agrobrasília, não temos condições de mostrar todas as potencialidades da região em culturas irrigadas.” Exemplos disso são o trigo, que necessita de temperaturas baixas e clima seco; e o feijão. No caso da leguminosa, Triacca explica que a alta incidência da mosca branca nas lavouras impede que tecnologias voltadas para a cultura sejam exploradas na Agrobrasília. O coordenador-geral ressalta ainda que o foco do IrrigaTec Coopa-DF será exclusivamente disseminar tecnologias e alternativas entre os produtores, a exemplo do que ocorre em dias de

campo tradicionais. “O objetivo não é gerar negócios neste evento.” E Triacca faz o convite: “No IrrigaTec Coopa-DF, o produtor terá a oportunidade de participar de vários dias de campo inseridos em um só. Ele poderá conhecer tecnologias de produção variadas, como novas variedades, alternativas para controle de pragas e doenças e técnicas para garantir a alta produtividade de suas lavouras.”

Tecnologia Empresas de insumos, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) já confirmaram

dIvULGAÇÃO

IrrigaTec Coopa-DF mostrará tecnologias para culturas irrigadas

presença no IrrigaTec CoopaDF. Os parceiros apresentarão tecnologias diversas. As empresas prometem levar ao dia de campo soluções em genética de sementes, fertilizantes, adubos foliares, corretivos, plantio direto e plantas de cobertura. Embrapa e Emater

focarão as tecnologias para o feijão e o trigo. Também deverá ser assinado em breve acordo de cooperação técnica com a Embrapa Arroz e Feijão, o que deverá impulsionar o evento, conta o coordenador-geral da Agrobrasília.

■■Mais seis meses para investir DÂMARES VAZ

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tes e de valor agregado alto, estavam 35% abaixo das de 2008. No fim do ano, a diferença caiu para - 15%. “O produtor estava com dificuldades de investir. Desde 2005, tirando os tratores do Mais Alimentos, tratores e colheitadeiras não estavam sendo repostos na taxa ideal de acordo com a vida útil das máquinas. Ou seja, desde 2005 a frota brasileira de tratores estava envelhecendo. O ponto de renovação foi a linha de financiamento”, explica Rego. Davidson Mauriz, gerente de negócios da Concessionária HOHL Máquinas/Casa do Pica-pau, extensão do fabricante John Deere, em Goiânia, que atende 150 municípios, concorda que a medida, assim como as linhas de financiamento do Programa Mais Alimentos, do Ministério do

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entrada franca

A Grande Feira do Cerrado Brasileiro

de maio

Conheça mais a Agrobrasília2010

res por mês. O número deu um salto para uma média de 48 mil tratores mensais. Com a prorrogação da linha de financiamento, o gerente de negócios espera que os bons resultados de 2009 se repitam neste ano. “O ano de 2010 já está garantido por essa medida.”

Circuito de máquinas na Agrobrasília 2009

Na próxima edição, confira entrevista exclusiva com o secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, Joe Valle, sobre a instalação do Centro Tecnológico e de Treinamento no Parque da Agrobrasília

www.agrobrasilia.com.br

LAÉRCIO TOMAZ

Agrobrasília 2010

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Desenvolvimento Agrário (MDA), foram os principais responsáveis pelo aquecimento do mercado a partir do segundo semestre de 2009. Mauriz ressalta ainda que, antes das ações, a média de venda do setor automotivo nacional era de 28 mil trato-

dIvULGAÇÃO

édios e grandes produtores terão até 29 de junho de 2010 para acessar os recursos da linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para aquisição e produção de bens e capital e inovação tecnológica. Com encerramento proposto para 31 de dezembro, a linha foi prorrogada por decreto do governo federal, publicado em 15 de dezembro. A linha de R$ 44 bilhões deverá ter um incremento de R$ 20 bilhões. A taxa de juros de 4,5% ao ano permanece. A prorrogação é uma das ações do pacote de medidas pró-investimento anunciado em dezembro. De acordo com o BNDES, cerca de R$ 27 bilhões dos R$ 44 bilhões da linha de finan-

ciamento tinham sido acessados até o prazo final anterior. De acordo com a Superintendência de Agronegócios do Banco do Brasil, o produtor deve ir a uma agência para conhecer seu limite de crédito. Ou pode passar antes na concessionária e ir ao banco já certo do que quer comprar. É preciso levar as certidões que o banco exige e, para máquinas com valor acima de R$100 mil, é necessário um projeto de viabilidade econômica. De acordo com o vicepresidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Milton Rego, a linha do BNDES foi a responsável pela recuperação do mercado de máquinas agrícolas. Ele conta que até agosto, as vendas de colheitadeiras, por exemplo, que são máquinas importan-


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JORNAL AGROBRASÍLIA - JAN2010

editorial

vitrine

O choque de tecnologia e o agronegócio familiar

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de máquinas e equipamentos. Uma indústria que poderia estar enfrentando sérias dificuldades e que hoje respira grandes negócios e perspectivas. É neste contexto que a Agrobrasília se aproximou tanto de lideranças do MDA quanto da Abimaq e da Anfavea, representantes dos fabricantes de máquinas e veículos, no sentido de criar condições para que a Agrobrasília desempenhe da mesma forma um papel central neste processo. Os dirigentes industriais ficaram visivelmente motivados diante dos esforços da Agrobrasília para que produtores de pelo menos cinco estados venham ao Distrito Federal para fazer negócios, usando o instrumento do Mais Alimentos e o palco da Agrobrasília. De uma maneira geral, a transformação da Feira numa vitrine dos negócios do Programa é um jogo de ganha-ganha – bom para produtores, para as empresas fabricantes e para a Agrobrasília, que aqui mais uma vez se utiliza de sua estratégica proximidade geográfica com o poder federal. É natural, por exemplo, que os produtos vendidos para o agronegócio familiar brasileiro abram um frutífero caminho no mercado internacional, a partir do crescente interesse das embaixadas pela exposição. Os grandes produtores de hoje precisam acompanhar este quadro dentro de seu prisma estratégico e do que pode representar para o fortalecimento da agricultura brasileira como um todo. Afinal, eles são, em sua imensa maioria, os pequenos produtores de ontem. A profissionalização, o desenvolvimento tecnológico, a inserção mercadológica dos pequenos produtores estão muito mais a serviço de uma visão de mercado e de regras estáveis para o setor do que de ideologias. Por exemplo, se o pequeno que hoje tira 80 sacas de milho por hectare conseguir chegar perto das 200 sacas do grande, com certeza irá defender de maneira aguerrida as bandeiras óbvias, como a de que não podem existir dois conceitos de propriedade no país – um para os apartamentos de Brasília, outro para as fazendas no campo. Ou seja, uma agricultura forte e organizada, em todos os seus tamanhos e instâncias, esconjura ideias plantadas no século XIX, e principalmente faz perder o sentido da mão que apedreja. A agricultura brasileira, líder mundial inconteste, merece o Mais Alimentos, assim como merece também estabilidade jurídica para trabalhar. Deixem a agricultura trabalhar.

NEYFLA GARCIA

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Cooperativa Agropecuária da Região do Piratinga (Coopertinga) comemorou, em 8 de janeiro, 20 anos de existência. Fundada em 10 de janeiro de 1990, a cooperativa oferece assistência técnica aos pequenos e médios produtores rurais de Formoso (MG), a 330 km de Brasília. O surgimento da Coopertinga representou a abertura de uma nova fronteira agrícola para o desenvolvimento do Cerrado brasileiro. Como resultados, houve aumento na produção de alimentos e avanços na promoção sustentável do desenvolvimento regional, contribuindo efetivamente para o aumento da oferta mundial de alimentos. A ocupação do Cerrado tornou-se o grande indutor na criação de pólos de desen-

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volvimento em diversas regiões do Brasil. Para o presidente da Coopertinga, Irineu José Balbinot, os 20 anos da cooperativa foram marcados por muitas conquistas. “Estamos felizes por reunir todos os produtores e autoridades numa festa tão bonita, para apreciar os resultados da safra”, disse. A cooperativa atua Irineu José Balbinot, presidente na comercialização de da Coopertinga cereais (soja, milho, cooperativa pretende exsorgo e feijão), insumos pandir os trabalhos, com a agrícolas e combustíveis. criação de uma fábrica de Também oferece ao pro- ração, leite e frango. “Já tedutor serviços de armaze- mos ideias e, atualmente, nagem e beneficiamento. estamos conversando com Atualmente, o número de a Superintendência do Decooperados chega a 70, e senvolvimento do Nordesrepresenta 23 mil hectares te (Sudene), que tem um de área plantada. grande interesse em deBalbinot revela que, senvolver a região Noroespara os próximos anos, a te de Minas”, ressaltou.

gente que faz DIvULGAÇÃO

“Desde a Agrobrasília 2009 o responsável pelo comercial da Nidera Sementes Ltda, Marcelo Grespan, organiza caravanas para trazer produtores de outros estados. “Para 2010 as expectativas são melhores, traremos visitantes do Tocantins e Minas Gerais para o evento”, afirma. Na Agrobrasília 2010 a Nidera Sementes ampliará o espaço a ser utilizado na Feira e apostará no lançamento de novos produtos e no aumento das vendas. “Com a presença de um maior nú-

mero de produtores poderemos fazer uma melhor comercialização na Feira. Um evento com essa magnitude trará bons resulta-

“A Agrobrasília foi responsável por um salto na adoção de tecnologias pelos produtores de Rio Preto. Este ano espero que, além da adoção de novas tecnologias invistam na conscientização de boas condutas na agropecuária”, afirma Valter Baron, presidente da Cooperativa Agrícola do Rio Preto (Coarp). Segundo o produtor, a região sofre com a ausência de vazios sanitários. Com o clima favorável, muitos produtores de soja não fizeram o vazio

sanitário o que contribuiu para uma forte concentração de ferrugens. “A Agrobrasília será um espaço para conscientizar os produtores para que isso não se repita”, fala Baron. Com boas expectativas Valter espera que, como no ano passado com o caso do milho, a soja seja um ponto forte a ser abordado na Feira. “As tecnologias apresentadas no ano passado pela Agrobrasilia em relação ao milho deram bons resultados. Hoje as lavouras de milho estão mais

Caravana da Nidera Sementes na Agrobrasília 2009

dos para a divulgação das novas tecnologias que serão lançadas e ainda acreditamos em boas vendas”, conta Grespan. LYdIA COSTA

ma nova revolução verde se desenha no campo brasileiro e chega com força capaz de produzir impacto semelhante à expansão de produtividade e volume de produção capitaneada pelo agronegócio de médio e grande portes, nos anos 80 e 90. Acostumada a operar em níveis de produtividade no mínimo modestos, apesar de responsável por mais da metade da produção agrícola nacional, a agricultura familiar experimenta um choque tecnológico sem precedentes. O carro chefe deste fenômeno, desta mudança de patamar, são o Programa Mais Alimentos e seus juros subsidiados, instituídos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). E a Agrobrasília faz questão de estar posicionada no epicentro da oportunidade de negócios que este processo oferece. É bem possível que ainda vamos continuar a falar de uma agricultura de características familiares, realizada em pequenas unidades. O tempo em que a acumulação de terras era algo relativamente fácil de ser feito no Brasil ficou no passado. Mas, a agricultura dita familiar começa rapidamente a se transformar num braço efetivo e promissor do agronegócio brasileiro. O acesso à tecnologia oferecido pelo Mais Alimentos transforma o que antes era sinônimo de improvisação e sobrevivência numa agricultura de pequeno porte, é verdade, mas cada vez mais profissionalizada, preparada, inventiva, e, muitas vezes, verticalizada e comercialmente agressiva. As duas últimas décadas do século passado assistiram à produção do agronegócio decolar de 60 para 120 milhões de toneladas por ano, com um acréscimo da área utilizada de cerca de apenas 10%. Algo de proporções similares pode acontecer agora na agricultura familiar. Temos que reconhecer que o governo Lula, na sua versão “a mão que afaga”, está produzindo algo inédito e histórico na agricultura nacional. Com juros de 2% ao ano e três anos de carência, os pequenos agricultores, ao final do prazo de dez anos para quitação das máquinas e implementos adquiridos, se deparam com um animador e consistente valor real de subsídio para seus investimentos. Estamos falando de uma verdadeira revolução, cujo último capítulo foi o senso de oportunidade do mesmo governo Lula, de aproveitar o ambiente da crise financeira internacional, fazendo com que o Mais Alimentos se transformasse numa alternativa igualmente para a indústria

Coopertinga completa 20 anos

Valter Baron, presidente da Coarp

resistentes e de excelente qualidade”, conclui.

expediente Publicação oficial da AGROBRASÍLIA Instituição Responsável COOPA-DF

Presidente João Carlos Werlang Vice-presidente Leandro Maldaner Diretor-secretário Derci Cenci Coordenador geral do Evento Ronaldo Triacca Coordenador do Parque Carlos Vitor Silva Gerente Emater-PAD-DF Marconi M. Borges Coordenador de marketing Fernando Barros

Produção Vincere Consultoria e Editora Ltda Edição Lydia Costa Redação Dâmares Vaz • Neyfla Garcia • Priscila Nascimento Diagramação Lucivam Costa Comercialização Carlos Lages • Taine Corte telefone 61.3339.6500 site www.agrobrasilia.com.br e-mail agrobrasilia@agrobrasilia.com.br End. P/ correspondência BR 251 - Km 06 - PAD-DF Caixapostal - 063 - 70.351-970 Brasília-DF


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JAN2010 - JORNAL AGROBRASÍLIA tecnologia

■■ Wehrmann lança cultivares de soja na Agrobrasília 2010 LYdIA COSTA

PRISCILA NASCIMENTO

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erão lançadas, na Agrobrasília 2010, novas variedades de soja pela Agrícola Wehrmann, que está de volta ao mercado de desenvolvimento de cultivares de soja. Atualmente, as atividades da empresa são a produção de sementes, hortaliças, batatas, grãos e pesquisa em melhoramento genético vegetal. Com relação ao melhoramento, o objetivo da Wehrmann é criar variedades mais adaptadas a diferentes climas, com maior produtividade e maior resistência a doenças e nematoides. Dentre as novas variedades, há convencionais e transgênicas. Segundo o engenheiro agrônomo e diretor da Wehrmann, Luiz Antônio de Oliveira, com um grande número de variedades é possível atender diferentes estados, solos e climas. “Atuamos no Brasil Central e precisamos de uma maior gama de produtos para atender à demanda de nossos clientes. Com o desenvolvimento das novas variedades,

Werhmann: 10 mil hectares são reservados para pesquisas e desenvolvimento de novos cultivares

adaptadas a diversas condições climáticas, podemos oferecer um produto diferenciado ao mercado, disponibilizando produtos e serviços de qualidade e aos nossos clientes.” Há cinco anos, a Agrícola Wehrmann faz pesquisas para a obtenção de novas va-

riedades. De acordo com o gerente de pesquisa, o engenheiro agrônomo Anderson Doná, com duas safras ao ano foi possível desenvolver variedades altamente competitivas em todos os quesitos de valor agronômico. “Todas as sementes foram amplamente testadas e avaliadas nas regi-

ões de adaptação”, afirma. Para Verni Wehrmann, sócio da empresa, o lançamento das novas variedades na Agrobrasília 2010 é uma oportunidade de negócios e também de divulgação dos novos produtos. “O evento tem grande visibilidade e a cada ano desperta maior atenção do público.”

Meio ambiente e educação Além das atividades de pesquisa e produção, a Agrícola Wehrmann possui também um projeto ambiental voltado para a preservação das nascentes e cursos d’água da região em que atua. Há dez anos, a empresa produz mudas de espécies nativas do Cerrado para plantio nas margens das nascentes, córregos e represas. São oferecidas, pela Agrícola Wehrmann, mudas para as escolas com o intuito de favorecer o trabalho de educação ambiental nelas desenvolvido. Também se faz a coleta seletiva de lixo nas escolas e nas comunidades rurais onde a empresa atua. O projeto social da Empresa está dividido em quatro áreas principais: complementação do transporte escolar; incrementação da merenda escolar; treinamento de professores e melhoria da infraestrutura da rede escolar da região.

■■ Ministro da Agricultura da Sérvia visita a Coopa-DF e o Parque da Agrobrasília DÂMARES VAZ

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Representantes da Coopa-DF, Emater-DF, Ministério da Agricultura do Brasil e Ministério da Agricultura da Sérvia

ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Reinhold Stephanes, e o ministro da Agricultura, Florestas e Gerenciamento de Águas da Sérvia, Saša Dragin, assinaram, no último dia 5, memorando de entendimento no setor agrícola, com o objetivo de expandir a cooperação nas esferas econômica e técnico-científica. A troca de material genético e de experiências em inseminação artificial, a produção de fertilizantes minerais, a proteção de plantas e a defesa sanitária

animal, além do intercâmbio em agroecologia e produção orgânica são temas incluídos no documento. O ministro da Sérvia visitou áreas rurais do Distrito Federal e Goiás para conhecer a tecnologia agrícola brasileira. No dia 4 de janeiro, Saša Dragin foi ao PAD-DF, onde visitou as instalações da Coopa-DF e pôde conhecer o bem-sucedido modelo de produção da região, que detém os maiores índices de produtividade do País em culturas como a do milho, feijão e trigo. Dragin conheceu ainda centros da Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (Embrapa) e se encontrou com o presidente da instituição, Pedro Arraes. De acordo com o analista de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura nacional Juliano Vieira, a Sérvia poderá se tornar um parceiro estratégico para o Brasil, principalmente porque está em vias de ingressar na União Europeia. O país europeu também é destino dos produtos agrícolas nacionais, como a carne e a laranja. O memorando abre caminho para a implementação de projetos de cooperação técnica.


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JORNAL AGROBRASÍLIA - JAN2010

panorama

■■ Circuito Mais Alimentos deve atrair 5 mil produtores NEYFLA GARCIA E dÂMARES

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setor de máquinas agrícolas está se expandindo no Distrito Federal impulsionado pelas linhas de crédito oferecidas pelo governo e pelo programa Mais Alimentos, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Pensando nessa expansão, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) organiza o Circuito Mais Alimentos, que ocorrerá durante a Agrobrasília 2010. Uma oportunidade para os produtores da agricultura familiar adquirirem novos equipamentos.

A novidade para este ano é a vinda de aproximadamente cinco mil produtores rurais de Minas Gerais, Goiás, Bahia e Tocantins. Um dos objetivos do Circuito é gerar em torno de R$ 10 milhões em negócios. Para o diretor-executivo da Emater, Lúcio Valadão, esta é uma meta ousada e que contará com a ajuda do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), prefeituras, associações, cooperativas, entre outras instituições. “Precisamos mostrar para os produtores dessas regiões a importância da Feira e as oportunidades que eles encontrarão na Agrobrasília. A

Emater pretende fomentar a participação dos produtores da agricultura familiar desses estados nas outras edições do evento. Quando o agricultor tem a oportunidade de vir e realizar negócios, ao voltar para a sua propriedade, melhora a produção e eleva sua renda”, explicou Valadão. Valadão informou que, na Agrobrasília, a Emater manterá o Espaço de Valorização da Agricultura Familiar, e dentro dele ocorrerão diversas atividades voltadas para o segmento da agricultura familiar, que foram chamadas de circuitos. “Além do circuito Mais Alimentos, teremos os circuitos

de floricultura, agroecologia, olericultura, fruticultura, leite, qualidade e sabor e o das organizações sociais. Em cada circuito haverá atividades para a agricultura familiar”, disse. O Circuito Mais Alimentos será um espaço com 2,5 mil m² dedicados a mostrar equipamentos para a agricultura familiar, como tratores, plantadeiras, pulverizadores, roçadeiras, triturador, enfim, toda uma gama de ferramentas que atendem as necessidades dos produtores. A Agrobrasília contribui para o desenvolvimento do produtor ao oferecer um espaço que reúne diversas ati-

vidades para a agricultura familiar. O agricultor terá a oportunidade de conhecer novas tecnologias e de realizar negócios, para expandir a produção e melhorar a infraestrutura da propriedade, além da aquisição de máquinas. Segundo Lúcio Valadão este projeto visa acolher propostas, discutir aplicações e aquisições de equipamentos junto aos produtores rurais pela linha Mais Alimentos. “Esse programa é a melhor linha existente hoje que o agricultor familiar pode dispor. Os juros são de 2% ao ano e o prazo para pagar é de até dez anos”, ressaltou.

Indústria fala da importância do Mais Alimentos

LYdIA COSTA

De acordo com o vicepresidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Milton Rego, O Mais Alimentos foi fundamental para a indústria automotora. Ele afirma que foi graças ao programa que empresas e fábricas conseguiram manter o nível de ocupação. “Se não fosse o Mais Alimentos, teríamos uma diminuição de postos de trabalho. Outra coisa importante para os fabricantes de tratores é que esse programa, que tem o viés do agricultor familiar, fez com que os tratores pequenos, que antes tinham uma participação de 30% no mercado, vendessem mais.” Rego ressalta ainda que num segmento em que a oferta não era tão forte, como a dos pequenos tratores, ocorreu tanto desenvolvimento que as fábricas passaram a nacionalizar produtos e a criar novas máquinas. “O Mais Alimentos significa o renasciAlmoço reuniu representantes da Agrobrasília, mento do setor de Emater, MDA, Anfavea e Abimaq máquinas para o

pequeno agricultor.” O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan, destaca que, antes de ser um programa que viabiliza a venda de máquinas e tratores e estimula a geração de empregos, o Mais Alimentos é um programa de inclusão social. “Aquele homem que ainda planta na enxada vai poder ter o seu trator. É uma vergonha ainda ver imagens de plantio manual, um homem vem na frente abrindo o solo e a mulher vai atrás jogando a semente. Esse homem precisa de mais”, afirma. Marchesan pontua que nessa modernização, a presença de instituições como Emater e Embrapa são fundamentais. O vice-presidente da Anfavea, Milton Rego, concorda que o Mais Alimentos representa uma mudança do tipo de vida do agricultor. “Não é meramente uma questão de transferência de renda. O mais importante é que o agricultor cresce, e nisso o papel da Ater é extremamente importante para o aprendizado, e é que diferencia esse programa dos

LYdIA COSTA

Lançado em junho de 2008, o Mais Alimentos é um programa do MDA cujo propósito é dar condições a agricultores familiares para que modernizem suas propriedades. Destaca-se por ofertar linhas de crédito para o financiamento de tratores, máquinas, implementos agrícolas, construção de armazéns, silos, e melhorias na logística das propriedades. O programa financia projetos até R$ 100 mil, com juros de 2% ao ano e prazo de carência de até três anos. O prazo para pagamento do empréstimo pode chegar a dez anos. Até 2009 mais de 20 mil tratores tinham sido comercializados por meio do programa.

Milton Rego (Anfavea), Hercílio Matos (MDA), João Carlos (Abimaq) e Alexadre Bernardes (Iveco)

outros. Nós realmente estamos vendo mudança na vida dessas famílias”, afirma Rego. Alexandre Bernardes, da fabricante de caminhões Iveco, fala ainda da importância do programa para o Mais Alimentos. “A inclusão do setor de caminhões comerciais e médios deu um grande alento para o agricultor, que tinha muita dificuldade para levar o automóvel para sua propriedade.”

Agrobrasília O vice-presidente presidente da Abimaq elogiou também os eventos rurais como a Agrobrasília. “O objetivo desses eventos é botar o agricultor em

contato com o produto. No caso da Agrobrasília 2010, a ideia é promover caravanas tecnológicas para alcançar agricultores num raio de 700 km, o que deve propiciar a vinda de uns 5 mil produtores”, explica. Para Rego, da Anfavea, o importante da Feira é que ela coloca toda a cadeia do Mais Alimentos junta, ou seja, o extensionista rural, o agente financeiro, e os fabricantes. “Isso é importante porque, para o programa funcionar adequadamente, tem que se conhecer todas as etapas do processo. Numa feira é possível reunir toda a estrutura e difundir o programa muito mais rapidamente.”

■■ Secretário do MDA visita estrutura da Agrobrasília

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o dia 7 de janeiro o secretário adjunto do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Argileu Silva e uma comitiva da Empresa de Assistência Técnica a Extensão Rural (Emater) visitaram o espaço reservado à Agricultura Familiar no parque Ivaldo Cenci, onde ocorrerá a Agrobrasília 2010. Os 20 mil m² que serão destinados ao setor, com adoções de tecnologias para

agrofloresta, plantio de grãos e criação de animais. Para o secretário a visita possibilitou um estreitamento entre laços com os gestores de políticas públicas com representantes do setor. “A Emater é nossa parceira que portamos recursos para ela, com essa visita podemos verificar a aplicabilidade dos recursos”, afirma. Segundo ele, outro ponto forte da Agrobrasília 2010,

será o programa Mais Alimentos. “Pelas circunstâncias agrárias do DF o programa teve poucas ações até hoje. Com a regularização das terras e a exposição pormenorizada durante a Agrobrasília, acredito que o programa vai dar um salto, o que contribuirá com a nacionalização do programa. Será uma verdadeira vitrine do Mais Alimentos”, conclui.

pRISCILA NASCIMENTO

Argileu Silva (ao centro) vistita a área da Agrobrasília 2010


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