Tribuna Rural 9 - Jan2010

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SAFRA 2009/2010 Recuperação das lavouras conduz à segunda maior safra da história

www.tribunarural.com.br Distrito Federal e Entorno Ano II N.º 09

Janeiro de 2010

ÁGUA

R$ 1,00

ANA alerta para investimentos necessários ao abastecimento urbano Página 16

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tribuna rural

Produtores mais próximos da regularização Cerca de 3,7 mil agricultores do Distrito Federal já podem procurar a Secretaria de Agricultura para dar início ao processo de renovação dos contratos de concessão do Direito Real de Uso. O órgão prevê que os primeiros documentos devem sair até o fim de janeiro página 03

Solo preservado Uso de plantas de cobertura garante sucesso ao Sistema de Plantio Direto, tecnologia que contribui para a recuperação e conservação do solo. Apesar da técnica ser ainda pouco adotada pelos agricultores nacionais, os benefícios que as plantas de cobertura trazem são incontestáveis: maior controle de doenças, reciclagem de nutrientes e diminuição no uso de adubos químicos

página 06

Agrobrasília 2010 de 11 a 15 de maio ENTREVISTA Secretário-executivo do Senar fala sobre a conquista da felicidade página 07

Lei de Assistência Técnica e Extensão Rural garante R$ 626 milhões por ano ao setor página 04

Camila Venina representa turismo rural

COMUNIDADE Grupo de Folia de Reis mantém tradição no Novo Gama, Entorno do DF página 11

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classificados: (61) 3447-1998

assinatura, atendimento ao leitor e anunciante: (61) 3039-1258

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editorial O ano começa bem para o agronegócio brasileiro. Os números do quinto levantamento da safra 2009/2010, divulgados pelo Ministério da Agricultura, levam a crer que o País colherá a segunda maior safra de grãos da história, 141,35 milhões de toneladas. E isso numa área pouco maior, o que sugere que o agricultor investiu em tecnologia para aumentar sua produtividade e garantir ao Brasil a posição no ranking dos maiores países produtores do mundo. No Distrito Federal, 2010 promete ser o ano do retorno dos agricultores à legalidade. O governo do DF começou a chamar os produtores para renovar os contratos de concessão do Direito Real de Uso das propriedades em áreas rurais públicas. O GDF também prometeu que, em até um ano, deverá ser feita a venda direta aos proprietários. É a solução para um problema que se arrasta há três décadas e que tem impedido o

charge campo de alcançar o desenvolvimento pleno. As boas notícias nos levam a crer que tudo será melhor neste ano recém iniciado. E não só economicamente, mas também relativamente à qualidade de vida e segurança jurídica de quem tira da terra o próprio sustento e o de 180 milhões de brasileiros. Nessa busca de segurança para o campo, queremos expressar nossa preocupação com o recente Programa de Direitos Humanos, que prevê mudanças na lei de propriedade, instituindo mecanismos que dificultam a reintegração de posse no caso de invasão de terrenos. Ainda não aprovado pelo Congresso Nacional, o Programa exige uma discussão mais ampla, que inclua o setor agropecuário, que, afinal, é quem garante a segurança alimentar da sociedade e ainda o superávit da balança comercial.

campo em foco

Interatividade O que fazer para melhorar o mundo?

H

á sete anos o Senar-DF está presente nas escolas rurais com o programa Agrinho. A partir do mote “Saber e atuar para melhorar o mundo”, professores são capacitados para ensinar a importância de preservar a natureza e da profissão de Tribuna Rural

carlos fernando

Tribuna Rural

“ “

produtor. Em novembro, ocorreu a premiação de desenhos e redações elaborados pelos alunos em 2009. O Tribuna Rural aproveitou o evento e perguntou a crianças de 7 a 13 anos o que aprenderam para fazer do mundo um lugar melhor.

Aprendi que devemos cuidar da natureza, não matar os animais, não jogar lixo no chão, e respeitar os mais velhos. O mundo não pode ter guerra, violência, nem esses rabiscos na parede Caíque, 13 anos

que eu vejo sempre. No lugar deles, deveria haver arte. Também aprendi que não posso falar palavrão. Toda criança quer um mundo bom, e para isso temos que respeitar as outras pessoas.”

Para melhorar o mundo, não pode desperdiçar água, poluir o rio, fazer queimadas. Um mundo sem guerras ia ser melhor. Na minha comunidade, precisamos de

pessoas mais educadas, que tratem os outros com mais respeito. Os governantes também precisam melhorar a cidade, com mais escolas, ruas e hospitais.”

Aline, 13 anos Tribuna Rural

Para um mundo melhor é preciso educação para as crianças, porque elas são o futuro. E é o governo quem tem que

investir. Mas não são todas as crianças que querem estudar, só algumas.”

Alana,13 anos

Tribuna Rural

Com a ocupação do Centro Oeste, o Cerrado foi quase todo degradado. Mas ainda é possível ver representantes da imensa biodiversidade do bioma. Na foto, a ema passeia por uma lavoura de soja, no município de Cristalina (GO)

EXPEDIENTE Elo entre o campo e a cidade

Subeditora Dâmares Vaz Projeto Gráfico Elisângela Nunes

Diretora Executiva Lydia Costa

Diagramação Lucivam Queiroz

Diretor Comercial Carlos Fernando

Jornalista responsável Lívia Rospantini - MTB 8.000/36/79

Editora Lydia Costa

No Agrinho aprendi que não pode poluir o rio, nem jogar lixo no chão. Para o mundo ser maravilhoso, tem que ter piscina, qua-

dra de esporte, campo de futebol. O que me deixa triste é quando amigos brigam. Então todo mundo deveria viver em paz.”

Rodrigo, 8 anos

Redação Dâmares Vaz Neyfla Garcia Priscila Nascimento Revisão Luiz Alberto Guimarães Comercial Taine Côrte - (61) 9128-6779 (61) 8529-1328 comercial@tribunarural.com.br

Relações Públicas Luiza Damigo Impressão F Câmara

Endereço para correspondência SCLN 406 Bl. E - Sala 201 2º Andar - Asa Norte - Brasília - DF Cep: 70.847-550 Tel.: (61) 3039-1258 Telefax: (61) 3447-1998

Circulação Distrito Federal e Entorno

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Tiragem 20.000 exemplares

É permitida a reprodução parcial ou total das matérias desde que citada a fonte. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Editado por Vincere Editora Ltda


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política

GDF convoca primeiros produtores para renovar contratos de concessão do Direito Real de Uso tribuna rural

Dâmares Vaz

C

erca de 3,7 mil produtores podem procurar a Secretaria de Agricultura do Distrito Federal (Seapa) para dar início ao processo de renovação dos contratos de concessão do Direito Real de Uso das terras rurais públicas do Distrito Federal. São agricultores que já possuíam algum documento de comprovação de ocupação, como os contratos expedidos pela extinta Fundação Zoobotânica, ou ainda pela Novacap, Terracap, Seapa ou Secretaria de Assuntos Fundiários. A Seapa estima um prazo de 30 dias até que os primeiros contratos sejam assinados. Mas a ideia é que esse prazo diminua, com contratos fechados em até 15 dias a partir do início do processo no órgão. O DF tem hoje 17 mil produtores que ocupam terras rurais públicas sem alguma documentação válida. O secretário-adjunto de Agricultura, Agnaldo Alves, estima que, neste primeiro momento, devam ser fechados 500 contratos. Ele explica que o pro-

dutor deve procurar a Seapa ou um dos 16 escritórios da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater), levando documento de identidade e o contrato ou termo de uso que já possui da propriedade. O ocupante da terra também tem que fazer a atualização do Plano de Utilização. O secretário-adjunto ressalta ainda que apenas poderão ser regularizadas neste primeiro lote propriedades totalmente inseridas em zonas rurais. Aquelas localizadas em áreas urbanas, mas que mantiveram a destinação rural, ainda não vão ser atendidas. Pioneiro do PAD-DF, Egydio Bonato analisa que a regularização garante segurança ao produtor Para a obtenção da concessão do Direito Real reta. Alves informa que o GDF conta própria, se quiserem mais de Uso, não serão necessários já iniciou o georreferenciamento agilidade no processo. Depois de ainda o georreferenciamento e das primeiras propriedades. Mas cumpridos esses passos, a venda a comprovação da averbação da explica que produtores podem direta poderá ser feita. Um dos mais antigos proreserva legal. Esses passos só se- fazer tanto o registro quanto a averbação da reserva legal por dutores do Distrito Federal e rão obrigatórios para a venda di-

Criação de batalhão próprio para zona rural poderá levar mais segurança ao campo no DF Moradores da área rural do Distrito Federal sonham com a criação de um batalhão especializado em combater a violência dessas regiões, que são mais afastadas e sofrem com a falta de policiamento. A boa notícia é que, em janeiro, será decidida a reestruturação da Polícia Militar do DF (PMDF).

De acordo com a PMDF, a corporação passa por um processo de mudanças na administração e na forma de combater a violência. Uma das propostas encaminhadas à Câmara Legislativa trata da criação de um batalhão rural para atender somente núcleos rurais. A instituição informa ainda que essa é

pioneiro na região do PAD-DF, Egydio Bonato deu entrada no processo de regularização, mas conta que não foi estabelecido um prazo para a entrega do documento. Mas comemora a medida, que, além de dar segurança jurídica a quem ocupa a terra, possibilita o acesso ao crédito. “Ter o documento da terra é uma garantia que temos. Também posso investir na minha propriedade, já que os bancos atendem quem tem a escritura.” Bonato tem planos de comprar a propriedade que ocupa desde 1977 assim que a opção da venda direta for viabilizada pela Terracap.

serviço Produtores deverão procurar a Secretaria de Agricultura (SAIN Norte, Edifício Sede, 1º andar, Gerência de Controle de Contratos da SFA/Seapa-DF), ou uma das dezesseis unidades locais da EmaterDF, com o documento de identificação (carteira de identidade, CPF ou CNPJ) e o contrato assinado com o poder público do DF, ambos com cópias autenticadas. Mais informações no site www.sa.df.gov.br ou pelo telefone 3348-7912

Ministério da Agricultura estabelece substituição de acaricida

uma reivindicação antiga da corporação, e que agora será possível realizar. Enquanto a decisão não sai, uma das alternativas para os moradores da zona rural são os Conselhos Comunitários de Segurança Rural (Conseg-Rural), que se configuram como espaço livre de debates e denúncias da situação de insegurança.

A produção e a importação de agrotóxicos e seus componentes, como o ingrediente ativo (molécula à base de Cyhexatina), que atua como acaricida (combate aos ácaros), serão proibidas, a partir de 31 de outubro de 2011, quando esses registros serão cancelados. Essa decisão ocorreu após a reavaliação toxicológica do produto em análises do Ministério da Agricul-

tura, de pesquisadores e do setor produtivo, que identificaram outras alternativas para controle de ácaros. “Para que o setor agrícola não fique desprovido de produtos sem aumentar os custos, o ministério está priorizando a análise de ingredientes substitutivos”, explicou o coordenadorgeral de Agrotóxicos e Afins da Secretaria de Defesa Agropecuária, Luís Eduar-

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do Pacifici Rangel. O ingrediente ativo Cyhexatina é mais usado na plantação de citros (laranja, limão, lima e tangerina) e é o primeiro dos 14 produtos que estão sendo reavaliados. O Ministério da Agricultura deverá fazer análise de risco e dos benefícios dos produtos, além de propor novas formas de manejo ou substituição. Fonte: Ministério da Agricultura

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política

Presidente Lula sanciona a nova Lei de Ater ricardo stuckert/pr

Neyfla Garcia

O

s agricultores familiares têm o que comemorar. No dia 11 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Projeto de Lei 5665/09, que cria Lei de Ater. Após a sanção, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, anunciou que a agricultura familiar vai contar com pelo menos R$ 626 milhões por ano. Esta é a verba destinada para Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). A Lei de Ater institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pnater), que define os princípios e os objetivos dos serviços de Ater e cria o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária. O objetivo da lei é fomentar o desenvolvimento rural sustentável da agricultura familiar e dos assentamentos da reforma agrária. Segundo o ministro, a iniciativa vai permitir maior agilidade e eficiência na

prestação de serviço aos agricultores, aumentando a produção de alimentos do país. Para o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Expansão Rural do Distrito Federal (Emater), Dílson Resende, a Lei de Ater prevê a substituição dos atuais convênios firmados para prestação dos serviços de assistência técnica e extensão rural por chamadas públicas de projetos. “A Lei de Ater estabelece uma relação entre os prestadores de serviços e os clientes da assistência técnica e extensão rural, e possibilita a contratação direta tanto das empresas públicas quanto das entidades privadas prestadoras de serviços”, disse. A lei contempla agricultores familiares tradicionais, assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas, pescadores artesanais, extrativistas, e ribeirinhos. O diferencial desta medida é que todos os atendimentos serão prestados com a mesma qualidade em todas as regiões brasileiras.

Lula assina Projeto de Lei que cria a Lei de Ater

Segundo Resende a agricultura familiar é responsável por boa parte dos alimentos consumidos no nosso dia a dia. “A Lei de Ater visa aumentar a produtividade, que automaticamente aumenta a sustentabilidade do agricultor familiar. Isso só foi possível por causa da existência de tecnologias para este setor”, ressaltou.

Para a Emater-DF, a criação desta lei resulta na redução da prestação de assistências técnicas e da pressão em cima do órgão. Agora, a instituição ganha autonomia para escolher as regiões onde irá oferecer o serviço de assistência, para focar melhor o trabalho e manter um grau de qualidade e excelência. Dílson explica que o quadro

de técnicos da Emater é insuficiente para atender a demanda, e que agora, com as chamadas públicas, ficará mais fácil suprir as necessidades dos produtores. Para ele, a Lei de Ater também vai gerar empregos. “O profissional não precisará ser servidor público para participar. Existem muitos técnicos capacitados na extensão rural privada.”

mercado

Suinocultores do DF se mobilizam para incentivar consumo de carne suína Dâmares Vaz

R

Suinocultura, Douglas explica que estão previstas para este ano medidas que incentivem o consumo de carne suína. Entre elas, uma ação de marketing para nutricionistas e médicos, para difundir o conceito de que a carne de porco é saudável. O PNDS é um programa da Associação Brasileira dos

e pode ser portadora de doenças. “Quando fomos aos restaurantes, constatamos que muitos ainda tinham essa ideia a respeito da carne de porco.” Ivo pontua que os clientes e os restaurantes passaram a conhecer a qualidade dos cortes de suínos como o lombo, a picanha e o filé. E ele faz uma aposta: “As pessoas que provaram os pratos do Festival puderam constatar que a carne suína é magra, saborosa e saudável, e vão preferir suínos nos próximos pedidos.”

Criadores de Suínos (ABCS), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional) e da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que visa aumentar o consumo per capita de carne suína entre os brasileiros, de 13 kg para 15 kg, num prazo de três anos.

COTAÇÃO

■■ Projeto

Cotação

mín

máx

média

Como parte do Projeto Nacional de Desenvolvimento da

Algodão Caroço @ Algodão Pluma @ Arroz 60kg Café Beneficiado 60kg Feijão Carioca 60kg Feijão Preto 60kg Milho 60kg Soja 60kg Sorgo 60kg Trigo 60kg Leite Granel Leite Latão Boi gordo @ Boi gordo rastreado @ Vaca gorda @ Vaca gorda rastreada @

27,60 37,50 29,00 230,00 55,00 71,00 14,00 36,00 10,00 38,00 0,45 0,40 69,56 71,61 66,50 68,54

27,60 38,03 39,00 235,00 75,00 71,00 18,00 43,00 14,00 38,00 0,77 0,70 71,61 73,65 68,54 70,58

27,60 37,74 34,83 232,50 64,00 71,00 15,10 38,22 11,59 38,00 0,60 0,51 70,99 72,63 67,77 69,56

Divulgação/Sindisuinos

ealizado de 20 de novembro a 20 de dezembro, o Festival Sabor Suíno representou um aumento de mais de 300% na comercialização de cortes de carne suína para os 32 restaurantes participantes. Iniciativa da Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSuin) e do Sindicato dos Suinocultores do Distrito Federal (Sindisuinos), o Festival propôs uma leitura dos grandes chefs da cidade dos cortes de carne suína, para incentivar as pessoas a consumir e os restaurantes a comprar de produtores e indústria locais. “O Festival foi um sucesso. Alguns pratos elaborados apenas para o evento acabaram incluídos no cardápio permanente dos restaurantes em razão do sucesso que fizeram”, conta o gestor-executivo do Sindsuinos, Douglas Mello. Ele também constatou que alguns restaurantes criaram mais pratos para atender os clientes conquistados no Festival. Boa parte da carne consumida no Sabor Suíno foi proveniente de suinocultores e da indústria do Distrito Federal. A 1ª edição do Festival focou o

público das classes A e B, mas há planos de torná-lo mais abrangente, com a incorporação de restaurantes populares na próxima rodada, prevista para o fim de 2010. Para o suinocultor Ivo Jacó de Souza, o Festival significou um aumento grande no fornecimento da sua empresa aos restaurantes participantes. No período do Festival, que durou 30 dias, foram vendidos 1,6 mil kg de carne. O número cai para 300 kg, em um mês normal. Ele ressalta que o aspecto mais importante do evento foi a derrubada do mito de que a carne suína tem muita gordura

Corte nobre: lombo da Nonna foi um dos pratos do Festival

Atualizado em 11 de janeiro de 2010 - Fonte: http://faeg.org.br/


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economia

Safra de grãos se recupera e deve ser a segunda maior da história Wilson Dias/ABr

Dâmares Vaz

O

Brasil deve ter este ano a segunda maior produção da história. É o que revela o quarto levantamento da safra de grãos 2009/2010, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os números foram divulgados pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, no último dia 5. A colheita, praticamente concluída, deve apresentar um volume de 141,35 milhões de toneladas. O resultado é menor apenas do que o registrado no ano-safra 2007/2008, que foi de 144,1 milhões de toneladas. Em relação à safra anterior, o volume atual apresentou crescimento de 4,6%, correspondentes a 6,21 milhões de toneladas a mais que as 135,13 milhões da safra 2008/2009. De acordo com a Conab, a estimativa favorável ao aumento da produção decorre das boas condições climáticas nos meses de plantio das culturas do algodão, arroz, feijão primeira safra, milho pri-

neladas a mais que o volume da safra passada. A produção já é considerada recorde. O feijão primeira safra também registrou crescimento, apesar de ter havido diminuição da área plantada. O aumento foi de 8,3%, correspondentes a 111,1 mil toneladas. Os bons resultados também se devem à recuperação das lavouras, que na O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, anuncia o quarto levantamento da safra anterior sofreram com a essafra 2009/2010 de grãos tiagem. meira safra e soja, de outubro a ■■ Soja é cultura que mais cresce Sofreram queda, no entandezembro passados. O levantamento confirma to, culturas como a do milho Destaca-se aí a recuperação ainda que a soja se mantém das plantações de milho primei- como a cultura que mais cres- (-3,9% ou 1,31 milhão), algora safra e de soja, que no ano-sa- ceu, conforme indicado nos es- dão (-1,2% ou 22 mil toneladas) fra passado foram afetadas pela tudos anteriores. Serão colhidas e arroz (-4,6% ou 573 mil toseca , principalmente no Paraná, 65,16 milhões de toneladas da neladas). Com exceção da soja, Rio Grande do Sul e Mato Gros- oleaginosa – 7,99 milhões de to- todas as culturas pesquisadas acusaram redução de área. Nesso do Sul.

ta safra, foram cultivados 47,88 milhões de hectares, extensão 0,4% maior que a calculada na temporada anterior.

Distrito Federal registra queda Em todos os indicativos relativos ao Distrito Federal houve redução. A área cultivada passou de 113,5 mil hectares para 109,7 mil hectares. A produtividade média, que estava em 4.439 kg por hectare, teve registro de 4.124 kg por hectare. A produção total, por sua vez, passou de 503,8 mil toneladas para 452,4 mil toneladas, redução de 10,2%. As culturas pesquisadas no DF foram a do feijão 1ª, 2ª e 3ª safras, milho 1ª e 2ª safras, soja, sorgo e trigo.

NOTAS Exportações do agronegócio caem, mas cresce participação do setor nas vendas totais A balança comercial do agronegócio registrou em 2009 superávit de US$ 54,9 bilhões. O resultado é 8,5% inferior ao de 2008, quando se chegou ao recorde de US$ 60 bilhões. Com a retração dos preços no mercado internacional, o valor das exportações do setor caiu 9,8%, ficando em US$ 64,7 bilhões. As importações também diminuíram 16,9%, totalizando para US$ 9,8 bilhões. Apesar da queda, as exportações do agronegócio representaram 42,5% de tudo que o país produziu e embarcou para o exterior no ano passado. Em 2008, mesmo com superávit maior e mais exportações, a participação do setor foi menor, ficando em 36,3%. Para o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que apresentou os números no último dia 8, isso mostra que a tese defendida pelo governo no início da crise mundial estava correta. “Nós dizíamos, quando

começou a crise, que o mundo estava comendo, ia continuar comendo e que a produção agrícola seria, possivelmente, o último item a ser afetado”, afirmou. Para assegurar a atividade, o ministro disse que o governo fez o maior incentivo já realizado para a comercialização de produtos agrícolas, gastando R$ 5,5 bilhões a fundo perdido. Sobre a queda no valor das exportações, Stephanes lembrou que, em 2008, antes da crise, houve uma bolha em relação aos preços das commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional), que bateram recordes históricos. “A agricultura manteve o nível de exportação, mas não dá para comparar, porque tínhamos no período pré-crise todas as commodities em níveis elevados”. As perspectivas para este ano, no entanto, são de crescimento em valor. Isso porque os preços dos produtos agropecuários estão maiores

Conab executou R$ 2,88 bi da PGPM em 2009 do que os de 2007, antes do pico de 2008, e porque em dezembro de 2009 foi registrado o melhor resultado do mês desde 1989, quando começou a ser calculada a média histórica. Segundo Stephanes, esse pode ser um sinal de que os países estão voltando a aumentar o consumo de alimentos após a crise. Alguns produtos já se destacam. “Tem-se demonstrado uma boa tendência de aumento na exportação, principalmente de açúcar, carne e soja”, afirmou o ministro. Ele também acredita que o algodão e o etanol aumentarão as vendas para o exterior. Para o ministro, os estoques mundiais de alimentos estão muito baixos e, à medida que os países voltam a crescer, eles devem, por questão de segurança alimentar, recompor essas reservas, o que também beneficiaria países produtores como o Brasil.

O governo federal executou em 2009, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), R$ 2,88 bilhões em operações da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Isso representa 87,3% do total disponibilizado, que foi de R$ 3,3 bilhões. Os recursos foram aplicados em aquisição de produtos (nas modalidades Aquisição do governo federal - AGF e contratos de opção), na manutenção de estoques, tributos e outras despesas com armazenagem. Com a PGPM, o governo assegura renda ao produtor rural, garantindo a compra de seus produtos pelo preço mínimo, forma estoques e regula o abastecimento interno. As aquisições somaram mais de 5 milhões de toneladas de produtos, sendo milho (4,1 milhões t), trigo (506 mil t), arroz com casca (470 mil t), feijão (172 mil t), sisal (10,7 mil t), café (9,2 mil t), sorgo (6 mil t) e fécula de mandioca (1 mil t). Comparado a 2008, o volume de compras do ano passado é 339% maior. Isso ocorreu porque os preços dos produtos em 2009, principalmente do milho, trigo, arroz e feijão, estavam abaixo dos valores amparados pela PGPM.

Fonte: Agência Brasil

Fonte: Conab


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tecnologia

Uso de plantas de cobertura assegura a recuperação do solo Controle de doenças, reciclagem de nutrientes e diminuição no uso de adubos químicos são outros atrativos do uso de planta de cobertura. Apesar dos benefícios, técnica ainda é pouco utilizada por produtores rurais divulgação

Neyfla Garcia

U

ma tecnologia simples e de pouco investimento, mas ainda pouco utilizada por produtores rurais, vem ganhando espaço nas lavouras brasileiras. É o uso da planta de cobertura do solo, responsável por grande parte do sucesso do Sistema de Plantio Direto (SPD). O SPD consiste em deixar palha de culturas de cobertura sobre a superfície do solo, o que cria um ambiente extremamente favorável ao crescimento vegetal. A técnica contribui para a estabilização da produção e recuperação ou manutenção das características e propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, de tal modo que a sua qualidade seja melhorada. O Brasil tem a segunda maior área de plantio direto. Ao todo, são 25 milhões de hectares ocupados por esse sistema. As plantas de cobertura propiciam a manutenção e a recuperação de características físicas que podem ser viabilizadas pela adoção de práticas de manejo do solo. Essas técnicas conservacionistas diminuem os efeitos da compactação, um problema comum em lavouras sob plantio direto que deixam o solo descoberto. A maioria dos produtores não tem o hábito de usar essa tecnologia. Segundo o engenheiro agrônomo do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Ademir Calegari, o maior desafio no momento é descobrir por que produtores não usam plantas de cobertura. “Acredito que alguns agricultores conheçam essa alter-

nativa, mas não fazem por falta de uma política mais adequada. Há outros que conhecem, mas não têm uma clareza suficiente para entender os benefícios que a prática traz para a produção”, disse. Para Calegari, adotar a técnica significa ter um sistema de plantio direto mais equilibrado, reduzindo os custos de produção. Ao aumentar a reciclagem melhora a infiltração e o armazenamento de água. “A adição de resíduos nas plantas aumenta o ponto essencial para o manejo do solo do cerrado, já que aumenta a matéria orgânica. Ela é a chave do manejo sustentável e essa adição de resíduos eleva o tempo da matéria orgânica no solo”, explica. O cultivo intensivo de plantas necessita de rotação ou diversificação das espécies, para evitar o aumento de organismos no solo. Muitos desses organismos são doenças como fungos, bactérias, nematóides ou pragas, que deixam o solo fraco e pobre para um novo plantio. As plantas de cobertura, além de fornecer uma quantidade grande de resíduos, fundamental para o solo, exercem maior controle das doenças. Também contribuem para a reciclagem de nutrientes que estão perdidos, por causa da profundidade de suas raízes, e abrem canais de infiltração de água e maior oxigenação. O custo de produção para o produtor não aumenta. A ideia central é que, ao comprar as sementes, apenas para a primeira colheita, elas não sejam usadas para o consumo imediato da propriedade. Ou seja, a partir da primeira plantação, o produtor

O produtor Milton Zacanaro usa planta de cobertura há seis anos: pragas e doenças controladas

já obtém a planta para cobrir o solo e também a semente, o que evitará comprar outra vez. Para Ademir Calegari, essa técnica pode ser usada em uma pequena área da propriedade, destinada ao consumo familiar. “É como se o produtor fizesse uma fábrica de fertilizante a partir do orifício do solo. Ele vai obter insumos de forma muito mais barata. Assim, o investimento é pequeno em relação aos benefícios, tanto para o agricultor quanto para a sociedade”, garantiu. O produtor rural Milton César Zancanaro adotou essa prática há seis anos, quando alguns problemas afetaram a sua produção. “Comecei a usar a proparalia como planta de cobertura para resolver problemas de nematoides que chegaram a

níveis altíssimos, e a safra ficou comprometida. A partir daí comecei o plantio e com apenas um cultivo resolvemos o problema. Isso foi em um pivô numa fazenda que eu tinha em Rio Verde (GO).” Zancanaro ressalta que a partir desse momento passou a estudar mais sobre o assunto, adotou novas técnicas e parcerias sobre o sistema. Assim, à medida que os problemas apareciam, podiam ser combatidos com as plantas de cobertura. Mesmo assim, ele percebeu que, em áreas irrigadas, os problemas eram maiores do que em áreas de sequeiro, devido ao manejo errado. “Em áreas assim, tivemos muito mais problemas de fusário e nematoides, ao ponto de termos baixa produtividade.

Tomamos algumas atitudes para resolver o problema, e voltamos com o plantio das propalarias. Adotamos, agora, um sistema de prevenção. Quando percebemos um pequenino canto da nossa área com problemas a gente já trata todo o talhão com uma cobertura específica”, explica. Zancanaro avalia a cobertura do solo como algo fantástico, já que, além do controle de doenças, a técnica permite o aumento da produção e a diminuição dos custos da adubação química. “Temos que pensar ao longo dos anos. Se eu considerar apenas um mês, eu realmente estou gastando mais com o plano de cobertura. Mas, quando penso a longo prazo, um ano, por exemplo, vou conseguir diminuir custos de produção e economizar”, enfatizou.

bertura evita erosões, e o mais importante dessa técnica é o manejo de pragas e doenças, além da reciclagem de potássio, fósforo e nitrogênio para o solo”, informa. Fávero explica que essa é uma tendência de tecnologia simplificada, que busca a cultura e a agricultura conserva-

cionista, uma vez que o manejo sustentável é importante para a semeadura. “Saber o que plantar e como plantar é uma sequência da rotação de cobertura. A técnica assegura uma agricultura melhor, com menos riscos, mais rendimentos, menor custo de produção e maior renda líquida”, disse

Formosa recebe II Encontro Regional de Cobertura e Gestão da Entre-Safra

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os dias 15 e 16 de dezembro, ocorreu em Formosa (GO) o II Cober Safra - Encontro Regional de Cobertura e Gestão da Entre-Safra, trazendo como tema o uso das plantas de cobertura. Promovido pela Agro-Sistemas Consultoria Agronômica, o evento reuniu produtores, pesquisadores, téc-

nicos e fornecedores de todo o país. O propósito foi difundir tecnologias para o Sistema de Plantio Direto na região. Segundo o consultor da Agro-Sistemas, Volmir Antônio Fávero, é importante os produtores terem contato com organizações e associações de plantio direto dos cerrados para

obterem informações sobre os trabalhos realizados com a cultura de cobertura do solo. Fávero revela que o plantio direto se torna sustentável à medida que se usa planta de cobertura durante a produção. “Existe uma falta de interesse muito grande de alguns produtores. A planta de co-

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entrevista

divulgação/senar

Seja feliz!

Omar Hennemann, secretário-excutivo do Senar, fala sobre a conquista da felicidade Dâmares Vaz

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tual secretário-executivo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o administrador de empresas Omar Hennemann é especialista em inteligência competitiva. O trabalho consiste em ministrar palestras que motivem as pessoas a serem melhores profissionais e a buscarem a felicidade. Buscar a felicidade? Será possível abordar um tema tão abstrato de uma forma racional? Os números provam que sim, e que Hennemann tem sido bemsucedido na tarefa. Ao longo de 12 anos, ele já fez cerca de 1,5 mil palestras, assistidas por mais de 300 mil pessoas. Sua palestra mais famosa, A Conquista da Felicidade, virou DVD que vendeu mais de 10 mil cópias. É sobre esse importante aspecto do ser humano que Omar Hennemann fala nesta entrevista exclusiva ao Tribuna Rural. Tribuna Rural: O senhor nasceu numa pequena cidade do Rio Grande do Sul, vem de uma família humilde, mas conseguiu ser bem sucedido na área que escolheu atuar. Como sua própria história de superação se reflete no seu trabalho motivacional? Omar Hennemann: Nasci em Uimatá, a 500 km de Porto Alegre, que hoje tem pouco mais de 2 mil habitantes. Cresci trabalhando numa ferraria com o meu pai. Fazia soldas, foices, enxadas, carroças. Foi quando passei no vestibular. E foi uma ousadia o filho do ferreiro fazer vestibular. Quando dei a notícia ao meu pai, ele disse: “Eu até acho inte-

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ressante você estudar, mas você vai ter que se virar para pagar os estudos.” Fui atrás porque tinha muita vontade de sair daquela mesmice. Consegui crédito educativo e fui estudar. Ali começou a minha sorte, as portas se abriram. E eu rompi uma trajetória daquele rapaz fadado a ficar o resto da vida na cidade pequena, trabalhando com o pai numa ferraria. Depois disso, passei no concurso do Banco do Brasil, onde comecei uma carreira brilhante. Àquela altura do campeonato, já casado, com dois filhos, fui para o recém criado Tocantins. Com o tempo, meu trabalho chamou a atenção de outras pessoas, como o governador do estado na época, Moisés Avelino. Ele me convidou para ser o superintendente do Sebrae-TO. E lá fui eu, emprestado do BB ao Sebrae. Depois, fui secretário de Planejamento. Quando retornei ao BB, não tive paciência de continuar no banco, e saí. TR: Como foi o caminho desde a ruptura numa carreira brilhante até o trabalho de palestrante? OH: Quando saí do BB, entendi que, para iniciar um segundo tempo na vida, eu tinha que estudar. Depois que concluí minha faculdade, nos 17 anos seguidos em que fiquei no BB, nunca mais tinha estudado. Fora do banco, no entanto, percebi que o que eu sabia era muito pouco. Fiz então uma pós-graduação em inteligência competitiva. Toda quinta-feira, subia num ônibus em TO, que levava 14 horas para chegar a Brasília, onde fazia o curso. Tomei gosto pelo tema e resolvi fazer mestrado, em

Marselha, na França. Com isso, portas se abriram e entendi que era hora de repassar meus conhecimentos e a experiência de vida. Então virei palestrante. TR: A motivação profissional é um dos temas centrais das suas palestras. Que abordagem o senhor faz do assunto? OH: Na palestra Profissional de Resultados, abordo as características que um profissional precisa ter para conseguir resultados no mercado. Existem três grupos de profissionais no mundo: o primeiro são os fracos. Esses querem sempre saber quais são as suas vantagens em qualquer coisa que fazem. O segundo grupo são os bons, e eu digo que os bons só têm uma serventia – ser genro de alguém, ou compadre, ou amigo. O mercado não quer mais somente os bons. E o terceiro grupo são os fantásticos, os extraordinários, os imprescindíveis, aqueles de que a empresa, o mercado e a sociedade não abrem mão. TR: E quais são as dificuldades que os profissionais encontram para se tornarem imprescindíveis? OH: A principal dificuldade é a falta de autoconhecimento. As pessoas precisam conhecer suas características pessoais. Autoconfiança também é importante. Ou eu acredito no meu taco e tomo uma atitude, ou fico parado. Mas não basta tão somente acreditar no próprio taco. Ter foco, saber aonde quer chegar, é fundamental. E tem uma terceira característica: a superação. As pessoas desistem muito facilmente dos seus sonhos. Todos temos um gigante dentro de nós que precisa ser

acordado. E muitos não cutucam esse gigante porque, quando ele desperta, exige mudança de atitude. E muitos preferem o conformismo, a faixa do conforto. Quando alguém entra neste estágio de água morna, deixa de ter sonhos, deixa de buscar novas alternativas, sempre acha que tudo está bom demais no emprego, no negócio próprio. TR: A busca pela felicidade é outro tema recorrente. Como abordar um assunto tão abstrato de uma forma que as pessoas entendam e ponham em prática o que foi falado? Como é falar sobre isso? OH: Falar sobre a felicidade é uma delícia por uma razão muito especial. Se eu perguntasse o que é que você mais quer na vida, e se você for sincera comigo, vai me dizer que é ser feliz. E este conceito de felicidade é muito relativo porque o que me faz feliz pode não fazer você feliz. Para uns o sonho é ganhar sozinho na loteria, para outros é comprar um apartamento de cobertura, e para outros o sonho é simplesmente reencontrar uma pessoa querida que mudou de endereço e mora a apenas 200 km de distância. Mas para essa pessoa é muito difícil subir num ônibus e ir até a outra cidade realizar o seu sonho. Não há nenhum livro que diga: “Esse é o caminho da felicidade”. Não existem dicas ou orientações para isso. Mas este tema – A Conquista da Felicidade – é o que eu mais tenho falado nos meus 12 anos de palestrante. Numa forma simples, um feijão com arroz com muito tempero, digo às pessoas o se-

guinte: não há uma receita pronta de felicidade, mas que só tem vantagem ser feliz. É como se a gente, ao ser feliz, fizesse os outros felizes. São os efeitos colaterais da felicidade. TR: Mesmo que não haja uma receita pronta de felicidade, há atitudes que podem tornar uma pessoa mais feliz? OH: Sim. Primeiro, nós elogiamos muito pouco as pessoas, não falamos que as amamos. Os pais falam pouco para seus filhos que os amam; os companheiros não falam para suas companheiras que as amam e assim por diante. Então é a primeira dica: elogiar. Segundo ponto – perdoar. Nós magoamos o próximo com muita facilidade e a gente até percebe isso. Somos capazes de ficar sem falar com alguém de dentro da nossa casa por uma semana, dez dias. Se for parente, fica o resto da vida sem falar um com o outro por causa de alguma diferença. Pedir perdão é uma obrigação nossa, porque isso faz bem para a nossa alma, para o nosso coração e para a outra pessoa. Há ainda outros caminhos para a conquista da felicidade e eu saliento outro. É o de que muitas vezes nós abandonamos essa figura imprescindível para a nossa felicidade que são os nossos amigos. Conquistamos amigos com muita facilidade, mas os abandonamos com a mesma facilidade. E todos nós temos amigos que nos são caros sentados no meio fio do asfalto da vida, esperando da nossa parte um bilhete que diga “Volta para o círculo da amizade.” Como última dica, extremamente importante, não tenho dúvida de que sem Deus no coração não tem jeito de ser feliz. TR: Que mensagem o senhor deixa aos leitores do Tribuna Rural neste começo de ano, para que possam buscar a felicidade? OH: A felicidade é uma conquista. E depende de eu querer chegar lá, ao topo. Nunca vi alguém chegar ao topo sem ter começado a escalada da vida, que não é fácil. Também nunca ouvi falar que um alpinista frouxo tenha chegado ao topo. Isso é pra gente que tem vergonha na cara, sangue nas veias e vontade de chegar lá. Quando a gente está disposto a chegar lá, tudo conspira a favor e sempre há alguém para te estender a mão, para que você tenha mais facilidade de chegar ao topo. Mas nunca vi alguém ser ajudado sem que antes tenha ajudado alguém. É preciso essa troca. Tudo o que já recebi da sociedade eu agora quero devolver, e devolvo promovendo a felicidade.


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entorno Agronegócio

Etcheverria é o novo presidente da ADIF Neyfla Garcia

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sócio da Tche Agrícola, o engenheiro agrônomo Jorge Antonio Etcheverria tomou posse no dia de 10 de dezembro, em Formosa (GO), como presidente da Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas de Formosa (ADIF). Ao tomar posse Jorge Etcheverria, o novo presidente ressaltou a importância da ADIF para o meio ambiente de Formosa e entorno, pois a associação retira do campo, 120 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos por ano. “Fico feliz em assumir essa cadeira, é uma responsabilida-

de muito grande, representar uma entidade que presta relevantes serviços para a comunidade de Formosa e região. A ADIF tem a função de unir o agronegócio da cidade e entorno. Somos o elo entre o produtor rural e a indústria de defensivos agrícolas”, disse. Fundada em 2002, a ADIF possui hoje 10 associados os quais empregam cerca de 70 profissionais na área administrativa, e 80 profissionais dentre técnicos e agrônomos que são capacitados para rodarem de 4 a 5 mil km/mês, levando informação de boa qualidade e produtos de alta tecnologia.

Segundo Etcheverria a ADIF é um grande parceiro do produtor rural, pois além de produtos e serviços, disponibiliza um volume expressivo de crédito para Formosa e entorno. Para ele suas maiores responsabilidades como presidente será trabalhar para construir uma sede social da Associação. Além de capacitar os profissionais, fortalecer a política de distribuição, fortalecer a política de crédito e cobrança, e trabalhar os eventos sociais Campo Limpo e Mérito Fitossanitário. “O meu maior desafio é fortalecer as ações e a ética dentro do contexto da ADIF”, enfatizou.

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11 de janeiro - dia do controle da poluição por agrotóxicos “Não há motivo para comemorar o controle da poluição por agrotóxicos, mas sim para refletir sobre o uso indiscriminado. É preciso saber se o agrotóxico é necessário, se o bene-

fício que ele traz compensa os impactos que ele causa.” Julio Cesar Rech Anhaia – engenheiro agrônomo de Alegrete (RS)

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Turismo

Chapada Imperial abriga riquezas naturais abertas para turistas

Conheça as trilhas

O brasiliense que não viajou tem alternativas no DF para se divertir Priscila Nascimento

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m janeiro, o Distrito Federal fica deserto. Brasília é um dos maiores emissores de turistas do país, de acordo com dados da Pesquisa de Hábitos de Consumo do Turismo. Mais de 70% dos viajantes do país tiveram a capital como ponto de origem entre 2007 e 2009. Mas para quem ficou há alternativas baratas e divertidas. Exemplo disso é a propriedade Chapada Imperial, maior área particular preservada do Distrito Federal, a 50 km do centro de Brasília, e que oferece serviços de ecoturismo. Lá é possível fazer caminhadas, trilhas e desfrutar de mais de 30 cachoeiras e piscinas naturais. Todas as caminhadas são realizadas por trilhas naturais feitas pelo gado.

O visitante também vai encontrar fauna e flora típicas do cerrado brasileiro. As trilhas, divididas em curta, média e longa, são feitas em grupos, acompanhadas por guias locais que ministram aulas de educação ambiental. Arvorismo e tirolesa também estão no roteiro da Chapada. Para as crianças, há passeios em pôneis. Além do contato com a natureza, a propriedade oferece um ambiente aconchegante, com bela arquitetura, móveis e decoração coloniais. Todos os pacotes incluem almoço típico goiano, com galinhada, farofa e feijão. ■■ Cerrado

A Chapada Imperial é um santuário ecológico de 4,8 mil hectares, localizado na Área de

Proteção Ambiental de Cafuringa. Existe há mais de 10 anos, mantida pela família Imperial, que preserva a fazenda e resgata animais e plantas ameaçados de ex18 metros de queda d’água tinção. Há cinco Serviço anos, a propriedade faz um trabalho em parceria com o Trilha Curta R$ 35,00 por pessoa Instituto Brasileiro do Meio (criança de 7 a 12 anos R$ 20,00) Ambiente e dos Recursos NaTrilha Média R$ 45,00 por pessoa turais Renováveis (Ibama) para (criança de 7 a 12 anos R$ 25,00) a reintegração à natureza de Trilha Longa R$ 55,00 por pessoa animais comercializados ile(criança de 7 a 12 anos R$ 25,00) galmente. Mais de mil exemCrianças de até 6 anos, acompanhadas plares já foram devolvidos ao dos pais, não pagam. meio ambiente.

Curta Tem um 1 km, grau de dificuldade leve, recomendada para adultos e crianças a partir dos três anos. Ao longo da caminhada é possível encontrar vegetações variadas do cerrado, e são feitas paradas para banhos em quatro poços cristalinos, três cachoeiras e dois mirantes. Dura 1h30min. Média Tem 3 km e grau de dificuldade leve-moderado. São feitas visitas a 15 cachoeiras, com paradas para piquenique e banho. O retorno é feito por um transporte interno, modelo “pau-de-arara”. Dura 2h30min. Longa Tem 4 km e grau de dificuldade moderado. Os visitantes passam por 30 cachoeiras. Dura 4h30min.

vitrine

Na sede da fazenda é servido almoço para os visitantes

Pista de arvorismo com obstáculos atrai visitantes

Crianças a partir dos 3 anos já podem participar das trilhas ecológicas

Casais de araras já foram reintegrados ao habitat

Direito Ambiental Direito do Trabalho Rural Cooperativa Agrícola

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Eventos

Cursos gratuitos oferecidos pelo Centro de Tecnologia de Piscicultura da Granja do Torto

Encontro de Folias de Reis reúne grupos de todo o Brasil divulgação

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décima edição do Encontro de Folias de Reis espera congregar até 50 mil pessoas, de 28 a 30 de janeiro, no Parque de Exposições da Granja do Torto, em Brasília (DF). O evento, organizado pelo presidente da Organização não-Governamental Clube do Violeiro de Brasília, Volmi Batista, atrai grupos de Folia de Reis de todo o Brasil. O Encontro é marcado por música de Encontro de Folia de Reis atrai grupos de todo Brasil viola, danças regionais e culinária típica. “É manter a tradição e a formação um evento que marca o momen- de novas folias”, explica Volmi. to da Folia de Reis que chamaE tem dado certo. Para se ter mos de diversão. É também uma ideia, na primeira edição do Enconforma de incentivar os grupos a tro, foram identificados apenas dois

10 24 e 25

Minicurso Piscicultura Básica Minicurso Piscicultura Básica Minicurso Piscicultura Básica Minicurso Reprodução de Peixes

Abril 22 23

Minicurso Piscicultura Básica Minicurso Produção de Iscas Vivas - Lambaris

Maio 10 24 e 25

Minicurso Piscicultura Básica Minicurso Criação de Peixes com Recirculação de Água

Junho grupos de folia no DF. Atualmente, já são 10. Essas folias estão localizadas nas cidades com áreas rurais expressivas, como Planaltina, Brazlândia, São Sebastião e Gama.

09 23 -24

Minicurso Piscicultura Básica Minicurso Piscicultura Básica

Agosto 10 24 e 25

Minicurso Piscicultura Básica Minicurso Criação de Peixes com Recirculação de Água

Setembro

Cobrança de Funrural na comercialização é irregular Produtores podem pedir devolução dos valores pagos pesar de ainda não finalizado o julgamento do recurso extraordinário nº 363.852, em virtude do pedido de vista do ministro Cezar Peluso, o Supremo Tribunal Federal (STF) vem demonstrando que é indevido o desconto de 2,1% da receita sobre a comercialização dos produtos rurais – Funrural – dos produtores (pessoas físicas) por frigoríficos, cooperativas e agroindústrias. Cinco ministros votaram a favor dos produtores rurais, sem qualquer posição contrária à tese. Sendo assim, mais um voto acabaria com a discussão, em favor do contribuinte. O chamado Funrural, que é descontado pelas cooperativas, frigoríficos e agroindústrias, no percentual de 2,1% da produção comercializada, surgiu em 22 de dezembro de 1992, com o art. 1º da lei nº 8.540, alterando os arts. 12, V, 25 e 30 da lei nº 8212/91. No entanto, esta lei e demais alterações têm sido questionadas no STF. Os ministros

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Março

artigo

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Fevereiro

que votaram a favor dos produtores entenderam que a Constituição Federal não permite exigir o Funrural sobre a receita da comercialização, pois: •  Somente é possível no caso de segurados especiais, ou seja, produtores rurais sob regime de economia familiar; •  Não se pode distinguir o contribuinte urbano do rural, por desrespeitar o princípio da igualdade; •  A Constituição Federal não permite tributação sobre resultado da comercialização, pois ela não se confunde com faturamento ou receita. Há forte tendência de que o resultado do julgamento seja favorável, pois alguns tribunais regionais federais já reconheceram a inconstitucionalidade do Funrural. Cabe lembrar ainda que o STF, no julgamento da Adin nº 1103/DF, reconheceu sua inconstitucionalidade para agroindústrias. Portanto, produtores rurais poderão procurar o Poder

Judiciário para pedir a devolução dos valores indevidamente recolhidos, devidamente atualizados pela taxa Selic. Aliás, convém frisar que, apesar de não ser o contribuinte do tributo, as cooperativas possuem legitimidade para a propositura de referida medida judicial em nome de seus cooperados, desde que os estatutos e uma assembleia específica autorizem. José Luiz Matthes Fábio Pallaretti Calcini

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serviço Para esclarecer dúvidas sobre o assunto, os escritórios Teixeira e Ferraz Sociedade de Advogados (61)39638888; DEGE Auditores Associados (62)3942-2680 e Brasil Salomão e Matthes Advocacia (16)3603-4400, ministram palestras para grupos de produtores rurais pessoas físicas em todas as regiões do país.

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Minicurso Produção de Iscas Vivas – Lambaris Encontro de Piscicultores do DF e Entorno

Outubro 13 27 e 28

Minicurso Piscicultura Básica Minicurso Reprodução de Peixes

Novembro 10 24 e 25

Minicurso Piscicultura Básica Minicurso Produção de Iscas Vivas – Lambaris

Observação: Minicursos – até 20 participantes Encontro de piscicultores – 200 participantes

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comunidade

Dâmares Vaz

É dia de Santos Reis! Moradores do Novo Gama realizam a Folia de Reis há dez anos. Festejo reúne cerca de 500 pessoas Dâmares Vaz

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Dâmares Vaz

s ladainhas e o som da sanfona e do violão anunciam o início da Folia de Reis no município goiano do Novo Gama, no Entorno, a 45 km de Brasília. Realizada há dez anos pela família Vieira Brandão, a festividade dura dois dias – 9 e 10 de janeiro – e reúne cerca de 500 pessoas. É a comemoração ao nascimento de Jesus e à visita dos três reis magos, Belchior, Baltazar e Gaspar. Adaptada para o ritmo ace-

lerado da cidade, a Folia de Reis do Novo Gama é a continuidade de uma tradição da família de Bonfinópolis de Minas (MG), onde ocorre há quase 100 anos. Deveria começar no dia 25 de dezembro e acabar no dia 6. “Quando eu era pequeno produtor lá em Minas Gerais, essa folia começava em 25 de dezembro e terminava em 6 de janeiro, que seria do dia exato do nascimento de Cristo até o dia dos Santos Reis. Era feita, então, em 12 dias. Aqui fazemos em dois, por causa da falta de tempo”, explica o capitão da Folia, José

O grupo de Folia de Reis do Novo Gama completa 10 anos

Nucias Vieira Brandão. Morador do Novo Gama há 20 anos, Nucias se esforça para dar continuidade a festa. Por ser o capitão da Folia, é ele quem sabe os versos do festejo e quem O alfer José Vieira Brandão abre a Folia recebendo a bandeira: tradição permanece puxa a cantoria. “As pessoas oferecem suas casas ço do que temos aqui”, diz. Ele explica que O alfer conta que é difícil o seu grupo – Grupo de Cati- para receber a Folia. Muitas são ra e Folia de Reis Irmãos Vieira de pessoas da família, e não da- manter a Folia, principalmente – é formado por 13 músicos e mos conta de passar em todas as por causa do tempo. “As pesquatro pessoas responsáveis por que se oferecem, porque nosso soas trabalham muito. Lá todo cantar, que são o guia e o contra- tempo é pouco. A gente tem que mundo trabalhava também, claro, mas não tinha um emguia e os dois ajudantes, que se fazer uma seleção”, diz Nucias. O alfer da Folia, o trabalha- prego fixo.” Mas Brandão não revezam em duetos. Participam da Folia do Novo dor rural José Vieira Brandão, desanima e afirma que a Folia Gama pessoas de várias cidades relembra os tempos da festa tem crescido no município do Distrito Federal, como São quando morava no interior de goiano. “A notícia da festa vai Sebastião, Santa Maria e Recan- Minas Gerais – por ser um fes- se espalhando e os moradoto das Emas, e até de Minas Ge- tejo típico do estado, a Folia de res aqui do Lago Azul gostam rais vem gente. A festa começa Reis é chamada também de Fo- muito. Desde o começo dessa com o pedido da Folia, na casa lia dos Mineiros. “Meu pai era folia aqui que sou o alfer, e do dono da festa. Depois ocor- uma pessoa pobre, não tinha gosto de ter esse cargo. É imre a janta, o canto das ladainhas condições financeiras, mas com portante, acho bonito e tenho e começa o giro do grupo. Este a ajuda da comunidade fazíamos fé no santo. Já saí até doente e ano foram 14 casas visitadas. a festa. E lá tínhamos mais espa- dei conta, graças a Deus.”

Herança preservada Dâmares Vaz

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O capitão da Folia, José Nucias Vieira Brandão, e a dona da festa, Mafalda Vieira Brandão

Folia de Reis é uma festa católica, herdada do campo. Comemora o nascimento de Jesus e a visita dos reis magos, no período que começa em 24 de dezembro e vai até 6 de janeiro, dia marcado pelo giro das folias e que representa o auge do festejo. A folia expressa a luta pela preservação dos costumes rurais. Não houve muita inovação nos ritos, a não ser a introdução de instrumentos musicais mais modernos, além dos tradicionais, que são a viola caipira, a caixa de folia, o violão, o pandeiro, a rabeca ou sanfona,

Dâmares Vaz

o reco-reco ou rapa-pau. Há também as vozes, que vão de 4 a 7. O grupo de Folia de Reis é formado pelos músicos e por foliões, que, para serem aceitos, devem receber uma divisa (lenço, toalha ou broche). Os grupos são formados por famílias ou comunidades. Quem faz a agenda e o itinerário das folias é o gerente. O trajeto é feito Um dos músicos recebe a divisa: peça garante que o folião foi aceito no grupo a pé, durante o dia. O presidente da ONG Clube do Violeiro de ta, afirma que o maior desafio à fazer que as gerações mais novas Brasília, que organiza o Encon- manutenção da tradição é a falta deem continuidade a tradição. tro de Folias de Reis do Distrito de apoio à cultura popular, que Para tanto, o presidente sugere Federal e Entorno, Volmi Batis- poderia vir na forma de políti- que a cultura popular entre para cas públicas. Outro desafio é o currículo de escolas.


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produtos & serviços

Bomguy cresce no mercado de rações para animais Neyfla Garcia

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mercado veterinário está em crescente expansão no Brasil. São muitos os cuidados que se deve ter com os animais, principalmente quando o assunto é alimentação. Desenvolver rações com qualidade e garantir o desenvolvimento dos animais é fundamental, uma vez que a saúde deles está ligada a nutrição. Comprar ração não é uma tarefa tão simples como parece. Os produtores e pessoas que possuem animais domésticos devem estar atentos em relação ao produto, é o que esclarece a gerente de distribuição da Basa

Alimentos S/A, a veterinária Waldelúcia Alessandra de Brito Araújo. A empresa é dona de uma das marcas de rações mais reconhecidas no país, a Bomguy. Waldelúcia Araújo explica que a empresa visa o bem estar do animal. “Produzimos rações para animais de estimação como gatos e cachorros, e para animais de produção como suínos e bovinos, por exemplo. Para cada espécie temos uma ração específica. O uso de uma ração adequada proporciona ao animal um crescimento saudável”, disse. As rações da Bomguy são o resultado da fusão de qualidade, atendimento diferenciado e prestígio no mercado. “Es-

tamos há 14 anos no mercado do Distrito Federal, acompanhamos o crescimento real do setor, e procuramos, por meio de ações de marketing, difundir a marca. Passamos aos nossos clientes que o produto é de qualidade e que pode confiar”, ressaltou Waldelúcia. Além de produzir rações, a Bomguy também desenvolve, em parceria com órgãos públicos e instituições privadas, em áreas rurais e feiras agropecuárias, atividades para ensinar como ministrar a ração. Segundo o diretor de vendas, Valmi Cavalcante Leite Filho, a Bomguy, tem o papel de orientar os produtores rurais.

Sede da Bomguy em Brasília

“Em 2009, participamos de ações de dia de campo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), e da Agrobrasília, quando disponibilizamos um veterinário, durante os quatro dias do evento, para que o

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variedades Garota da capa

Curiosidades Parabéns ao leitor Fábio Venturolli, de Goiânia. Ele foi o primeiro a acertar a resposta do nosso desafio. Fábio respondeu: “Acredito que esta foto seja do cultivar laranja “Imperial” – que apresenta frutos e folhas variegatas, possui frutos firmes com casca de espessura média, pouco açucar e acidez mediana, pouca fibra e poucas sementes.” De quebra, ainda mandou o nome científico da fruta: “Citrus sinensis: laranja “Imperial”. Infelizmente, Fábio não pôde pegar o prêmio na redação do Tribuna Rural. No lugar dele, veio o irmão, Sílvio Venturolli, que recebeu o kit da editora do jornal, Lydia Costa.

Lucivam Queiroz

Camila Venina Lira Silva tem 18 anos, é recepcionista no Solar da Águia, propriedade de turismo rural, e sonha estudar enfermagem.

redação Se você tem algo muito curioso na sua propriedade e que merece destaque, mande para nós que contamos a sua história na coluna Curiosidades. Pode ser um produto inventado, um vegetal diferente, um animal e até um fenômeno natural. Envie e-mail com foto para: redacao@tribunarural.com.br

HUMOR Margarida Os bandidos invadiram um banco e fizeram uma fila de reféns, que eles pretendiam matar. Então, o assaltante fala para a primeira pessoa da fila: −− Como é o seu nome? Quero saber quem eu vou matar. E a mulher, trêmula: −− É. . . Margarida. . . - O marginal pensou e respondeu: −− Margarida é o nome da minha mãe. Então, vou deixar você fugir! - Aí, o meliante foi falar com o próximo da fila: −− E você? Como é seu nome? −− Olha, meu nome é Pedro. Mas o pessoal lá de casa só me chama de Margarida. . .

O Tombo O filho e a filha chegaram em casa machucados depois de um passeio ao zoológico. A mãe, aflita, perguntou a filha: −− O que aconteceu? −− Eu cai quando tentava subir em uma árvore - respondeu a menina. A mãe cobra o filho: −− E você, por que está machucado? −− Eu ri do tombo dela!

Sorvete de Feijão O garotinho foi na sorveteria e pediu para a atendente: −− Moça, tem sorvete de feijão? −− Quê?! Feijão?! Não tem isso aqui não. −− Ah, tá, brigado! No dia seguinte, volta o garotinho na sorveteria: −− Moça, tem sorvete de feijão? −− Não, filho, não tem isso não. . . No dia seguinte, a mesma coisa: −− Moça, tem sorvete de feijão? −− Menino, já falei que não tem isso aqui! - No outro dia: −− Moça, tem sorvete de feijão? −− Quantas vezes eu vou ter que falar? Não tem sorvete de feijão aqui! Mas a mulher ficou tão intrigada que resolveu procurar o tal sorvete e comprar para a sorveteria. Levou o sorvete e esperou o menino no dia seguinte: −− Moça, tem sorvete de feijão? −− Tem! −− Eca.

Passatempo

lucivam queiroz


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variedades culinária

COMO CULTIVAR

Banana: segundo fruto mais consumido no Brasil

Bolinho de chuva de banana ingredientes •  •  •  •  •  •  •  •

1 xícara de (chá) de farinha de trigo 1/2 xícara de (chá) de amido de milho 1/2 colher de (sopa) de fermento em pó 6 bananas nanicas picadas em cubos médios 2 ovos 1/2 xícara de (chá) de açúcar óleo para fritar açúcar e canela à gosto

preparo Em um recipiente misture a farinha de trigo, o amido de milho, o açúcar, o fermento e os ovos até ficar homogêneo. Reserve. Pique as bananas em cubos médios e reserve. Com a ajuda de duas colheres envolva o cubo de banana com a massa e coloque em óleo quente para fritar. Por último passe no açúcar e canela.

Clima e Solo divulgação

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Nanica, da terra, prata e maçã são variações da segunda fruta mais consumida no Brasil, a banana. Oriunda da Ásia, ela é cultivada em 130 países e está entre os quatro alimentos mais produzidos no mundo. Nesta edição, confira as dicas de como cultivá-la.

A banana exige temperaturas anuais que vão de 10° a 40° C. Para o desenvolvimento da planta, as chuvas devem estar acima de 1200 mm/ano, bem distribuídas (100-180 mm/ mês) para não haver períodos de déficit hídrico, principalmente na formação da inflorescência ou no início da frutificação. Nas bananeiras, 70% das raízes se encontram nos primeiros 30 cm do solo. No entanto, o ideal é que penetrem de 60 a 80 cm. As plantas se desenvolvem melhor em solos ricos em matéria orgânica, bem drenados, argilosos ou mistos, que possuam boa disponibilidade de água e topografia favorável.

tio. O cultivo deve ser iniciado com as primeiras chuvas. Após a preparação da terra, é necessário que o espaçamento entre as covas seja feito de acordo com cada espécie de banana, variando de 2 a 4 metros. Uma das operações mais importantes no manejo da banana é o desbaste, processo para limpar e podar futuras mudas. O primeiro, que irá eleger a planta mãe, deve ser realizado quando os brotos atingirem 60 cm. O desbaste deverá ser realizado periodicamente, visando manter mãe e filho até o lançamento da inflorescência pela planta-mãe. Nesta fase, é feita a escolha de um novo broto no corpo do filho. Este será o neto. O número de desbastes varia de 3 a 5 vezes por ano.

Adubação

Plantio O preparo do terreno é o mesmo adotado para outras culturas: limpeza, aração, gradagem, subsolagem e abertura de sulcos ou de covas para plan-

A adubação deve ser feita a partir dos resultados de análise do solo e de acordo com os períodos de maior demanda por nutrientes, como na fase

de crescimento vegetativo e de “lançamento” do cacho. Aí ocorrem maiores demandas de nitrogênio. Na engorda, por sua vez, a maior demanda é por potássio. As adubações deverão ser parceladas. Devem ser feitas nos meses de setembro, dezembro e abril, com solo úmido, procurando-se distribuir os adubos na “parte da frente” da bananeira, no sentido do caminhamento do bananal, onde estão os brotos que ficarão para a próxima produção, a uma distância de 20 a 40 cm, formando um semicírculo.

Colheita Considera-se que a banana está apta para a comercialização quando os frutos se encontrarem fisiologicamente desenvolvidos, ou seja, quando atingirem o estágio de desenvolvimento característico da variedade. Fonte: www.embrapa.com.br

www.bomguy.com.br.

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orgânicos

Compostagem é opção para baixar custos da produção orgânica Produtores de orgânicos buscam alternativas ao alto preço de insumos orgânicos e à baixa oferta priscila nascimento

Priscila Nascimento

I

priscila nascimento

nsumos especializados para a produção de orgânicos são grandes vilões para os agricultores familiares. Isso porque são difíceis de encontrar e muito mais caros do que os convencionais. Para suprir as necessidades da propriedade, por exemplo, o casal Rosangela Moraes e Augusto Grossi desenvolveu uma técnica de produção de composto orgânico eficiente, rápida e mais acessível. Até 2007, ano em que desenvolveram o composto, o adubo usado na propriedade era trazido de São Paulo, a um custo de R$1 mil, e demorava cerca de cinco meses para chegar. Atu-

almente, a Chácara Passárgada, em Sobradinho (DF), produz 18 toneladas de adubo orgânico a cada 35 dias. Para Augusto Grossi, a tecnologia de produção de adubos adaptou-se bem a realidade da Passárgada. “Com o composto orgânico desenvolvido na chácara, pudemos cortar pela metade o tempo de preparo, dispensando a necessidade de mão-de-obra em tempo integral”, afirma. Produtor de goiaba e goiabada orgânica há mais de oito anos, o casal está satisfeito com as melhorias no pomar, uma vez que as goiabeiras adubadas passaram a produzir mais frutas e com maior tamanho. “Sempre foi muito complicado conseguir

Grupo de visitantes conhece a nova tecnologia na produção de compostagem

insumos para a nossa produção. Então, acabamos tendo que inventar maneiras para suprir nossas necessidades, como foi o caso do adubo enriquecido”, fala Grossi. ■■ Como funciona o sistema

Para a composição do adubo orgânico, Augusto Grossi utiliza cama de matriz de frango caipira, pó de rochas naturais como o sulfato de potássio e fósforo, cinzas das podas das goiabeiras e 18 toneladas de adubo são fabricadas a cada 35 dias capim Napier. Agora eles terão que fazer visitas de técnicos e alunos para O sistema de produção é praticamente automatizado. O aprender e conhecer o projeto uma nova avaliação para provar processo que conta com a ajuda desenvolvido por Grossi. “Ao a autencidade dos produtos adde bactérias aeróbicas, decompõe lado do meu composto tem o quiridos, como é o caso da maos restos de origem animal e ve- composto da Embrapa, que é triz de aves, e assim iniciar a cergetal, tornando-os disponíveis às produzido pelo processo con- tificação. O resultado da nova plantas na forma de nitrogênio, vencional. Fizemos vários testes avaliação fará com que o casal fósforo e potássio. Para suprir a e esperamos uma aceitação gran- possa pleitear o registro junto ao necessidade de revirar o compos- de de estudiosos. Eles se impres- Ministério da Agricultura, Pecuto foi instalado um controle di- sionam com a automação do ária e Abastecimento. O Serviço de Apoio às Pegital de temperatura no material sistema”, afirma. quenas e Médias Empresas do em preparação. Como deve ficar Distrito Federal (Sebrae-DF) abaixo de 70º C, a temperatura é ■■ Certificação para orgânicos O casal de agricultores apoia subsidia 70% do custo da cermedida várias vezes por dia. “Não temos que interferir em nada, o a exigência de certificação para a tificação para pequenos emprecomputador me dá a temperatu- venda de produtos orgânicos. “Já endimentos, em parceria com o ra e injeta ar para resfriar. Todos temos a certificação das goiabas, Sindicato dos Produtores de Oros dados do composto podem ser falta só a do adubo”, comenta Au- gânicos (Sindiorgânico), do qual conferidos, em tempo real, por gusto. Em julho de 2008, amos- fazem partes os proprietários da computador ou celular via inter- tras do composto orgânico foram Chácara Passárgada. enviadas ao Laboratório do Insnet”, conta. serviço Com o avanço tecnológico tituto Agronômico de Campinas e a otimização da produção a (IAC). Os resultados confirmarda.moraes@hotmail.com Chácara recebe frequentemente ram a boa qualidade do produto. (61) 3500-1442

Certificação obrigatória só será exigida a partir de 2011 A certificação obrigatória dos produtos orgânicos, que será exigida a partir de 31 de dezembro de 2010, vai além de seu objetivo – a regulamentação do mercado, inclusive com os mecanismos de controle a cargo do Estado. A exigência entraria em vigor em 28 dezembro, mas o prazo para os produtores se adaptarem foi prorrogado até o final do ano que vem. Para os envolvidos no processo, é preciso também derrubar mitos, dos quais o principal é a crença generalizada de que os produtos orgânicos são muito mais caros do que os convencionais. Apesar da crescente demanda, a agricultura orgânica ainda ocupa pouco espaço nas 5,2 milhões de propriedades rurais do país. Dados do Censo Agropecuário 2006, divulgado em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE), indicam que apenas 1,8% do total de produtores usam tal técnica. Os ramos mais frequentes são a pecuária e criação de outros animais (41,7%) e a produção de lavouras temporárias (33,5%). A maior parte dos produtos, no entanto, é voltada à exportação (60%), especialmente para o Japão, os Estados Unidos e a União Europeia. A preocupação com a saúde e o meio ambiente é um dos fatores que explicam o aumento da procura por alimentos orgânicos, em todo o mundo. Na produção orgânica, não podem ser usados agrotóxicos, adubos químicos e sementes transgênicas, e os animais devem ser criados sem uso de hormônios de crescimento e outras drogas, como antibióticos. Além de produzir ali-

mentos considerados mais saudáveis, na agricultura orgânica, o solo se mantém fértil e sem risco de contaminação. Os agricultores também ficam menos expostos, já que a aplicação de agrotóxicos, sem os devidos cuidados, é nociva à saúde. Para controlar esse modo de produção, ainda com carência de dados sobre a quantidade de produtores e a área ocupada e de políticas públicas para seu desenvolvimento, o governo criou o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (Sisorg), cujo selo será permitido a partir do momento em que o produtor estiver de acordo com as novas regras. O selo deverá estar em todos os produtos orgânicos brasileiros. A exceção é para os produtos vendidos diretamente por agricultores familiares. Fonte: Agência Brasil

Rótulo – a ligação entre quem produz e quem consome A informação adequada e clara sobre os alimentos é um direito básico e previsto no Código de Defesa do Consumidor. A decisão de compra é estabelecida pelo conhecimento do conteúdo do alimento. Por isso, informações como composição, ingredientes, valores nutricionais, validade e valor calórico por porção são itens imprescindíveis. “É por meio do rótulo que o consumidor decide sobre a compra ou não de um produto. Por isso, as informações contidas no rótulo seguem uma padronização e uma legislação”, destaca o pesquisador Roberto Machado, da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro/RJ). Ele esclarece que, conforme o tamanho da embalagem, os requisitos do rótulo podem ficar comprometidos. Nesses casos, as empresas devem criar outros canais de comunicação com o consumidor, como telefones de contato, endereços da empresa, sites na internet. Ele esclarece que a obrigação de fazer o rótulo é do fabricante. “Se o fabricante, por exemplo, transforma a goiaba em uma goiabada, é dele a

responsabilidade de aplicar o rótulo na embalagem. Quem fraciona produto em pacotes menores, também deve fazer a rotulagem”. Segundo Roberto Machado, existem requisitos obrigatórios previstos na legislação, que devem ser apresentados no rótulo. São eles: a denominação de venda do alimento e sua descrição; a lista de ingredientes; os aditivos, se utilizados, como os corantes, os aromatizantes e os conservadores; o conteúdo liquido – peso do produto em grama ou em volume (ml); o prazo de validade; instruções sobre preparo, se necessário. Por fim, a identificação de origem – endereço completo, incluindo o CNPJ, e informações sobre onde é fabricado o produto. Outro dado importante é o número do lote. “O rótulo é um espaço onde o produtor fala diretamente com o seu consumidor. É uma grande oportunidade de comunicação, pois o rótulo, no ato de compra, sempre vai estar à mão do consumidor”, enfatiza Roberto Machado. Fonte: Embrapa Agroindústria de Alimentos


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meio ambiente

Agência Nacional de Águas alerta sobre investimentos para garantir segurança hídrica do País Atlas de Abastecimento Urbano conseguiu reunir informações relativas ao abastecimento de água de 80% da população brasileira. No Distrito Federal, há carência de mananciais

Elza Fiúza/ABr

Dâmares Vaz

E

studo inédito da Agência Nacional de Águas (ANA) aponta que o país precisa investir R$18,2 bilhões em novos mananciais e na ampliação e interligação dos sistemas produtores até 2015 para garantir a segurança hídrica da população brasileira até 2025. As informações estão reunidas no Atlas de Abastecimento Urbano de Água. De acordo com o documento, dos 2.965 municípios monitorados, 64% (1.896 municípios) necessitam de investimentos prioritários e urgentes. O mapeamento abrangeu apenas sedes urbanas, atendendo 80% da população urbana. As populações rurais não passaram pelo diagnóstico, com exceção de Pernambuco. A Agência desconhece se essas comunidades têm segurança hídrica ou não. Cerca de 12% dos municípios estudados precisam de novos mananciais e 45%, de ampliação e interligação dos sistemas produtores. Foram estimados ainda os investimentos necessários aos sistemas de tratamento de esgoto, orçados em

José Machado: “Investimentos são cruciais para a segurança hídrica do país.”

R$ 23 bilhões, para garantir a qualidade das captações. “Não estamos falando de universalização. Esses investimentos são cruciais para a segurança hídrica da população e garantia de água”, ressalta o diretor-presidente da ANA, José Machado. O presidente chama a atenção para o fato de que muitos dos 64% dos municípios que carecem de investimentos são grandes sedes urbanas, com

mais de 250 mil habitantes. Prova disso é que, dos R$18,2 bi orçados, R$15,7 bi têm que ir para 752 municípios com mais de 50 mil habitantes e apenas R$2,5 bi para 1.144 municípios com menos de 50 mil habitantes. Desses menores, 72% estão no Nordeste. A situação é particularmente grave em São Paulo e Rio de Janeiro, que abrigam bacias estratégicas para o país, como a do Alto Tietê, a do Piracicaba-

Jundiaí e a do Paraíba do Sul. Juntas, as duas cidades requerem 46% dos R$18,2 bilhões, o que significa R$12 bi. ■■ Distrito Federal

De acordo com Machado, no Distrito Federal há necessidade de novos mananciais. Duas são as alternativas: captar água do Lago Paranoá, opção mais viável, já que a qualidade da água é melhor e o custo de captação,

menor; e a construção da barragem de Corumbá IV. “Para se tornar viável, o projeto Corumbá IV depende de um esforço de Goiás. Esse corpo d’água tem que ser protegido pelo governo goiano, para garantir abastecimento do DF”, diz o diretorpresidente. Juntos, os sistemas do Lago Paranoá e de Corumbá IV devem consumir R$ 6,5 milhões. A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride/DF) apresenta baixa disponibilidade hídrica para atender toda a população da região, que chega aos 3,2 milhões de habitantes. A escassez ocorre porque a Ride/DF está em cima das cabeceiras de três das maiores bacias hidrográficas do país, lugar que naturalmente oferece pouca água. Além do DF, municípios do Entorno como Pirenopólis, Cristalina e Formosa exigem investimentos para garantir o abastecimento urbano. Quanto a ampliação e interligação dos sistemas produtores, quase todos os 22 municípios da Ride/ DF requerem atenção. As exceções são Mimoso de Goiás, Abadiânia, Cabeceiras e Buritis.

Atlas deverá ser complementado até 2010 Regiões*

Áreas estudadas

Total de habitantes

Regiões Metropolitanas

430 municípios, entre capitais dos estados, regiões metropolitanas, regiões integradas de desenvolvimento e todas as cidades com mais de 250 mil habitantes 1.892 municípios. Os estados que requerem mais investimentos são Pernambuco e Bahia 789 municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina

94 milhões – 60% da população urbana do país

Região Nordeste Região Sul

40 milhões 13,5 milhões

O

Atlas de Abastecimento Urbano de Água visa traçar um panorama da segurança hídrica nacional a partir do diagnóstico dos mananciais e da infraestrutura hídrica existente. O estudo identificou como principais ameaças ao abas-

tecimento do país o esgotamento da oferta de água e a deficiência dos sistemas de distribuição. Foram pesquisadas fontes superficiais e subterrâneas, com foco na quantidade e também na qualidade dos recursos hídricos.

*Em um ano, será feita a complementação do Atlas de Abastecimento Urbano de Água, com o mapeamento da situação nas outras regiões urbanas do país

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