Catálogo de exposição | Vila Velha, Por exemplo: 60 anos de um teatro do Brasil | Parte I

Page 1


vila velha por exemplo parte

Apoio

Produção Coprodução

Realização

Ministério da Cultura e Banco do Brasil apresentam:

vila velha por exemplo

performance de abertura da exposição com a Universidade LIVRE do Teatro Vila

Foto:

Velha, Ariel Ribeiro e Loiá Fernandes
Escada de Lina Bo Bardi — Museu de Arte Moderna da Bahia
Maiara Cerqueira

60

vElha, poR exEMplo

aNos de uM teatRo do BRasiL

Makota Valdina, em depoimento incorporado à narrativa de Bença1, nos disse: “Vocês pensam que estão sozinhos quando estão no palco? Não… tem muita gente aí com vocês”. É sobre isso a exposição Vila Velha, Por Exemplo – 60 Anos de um Teatro do Brasil. Muitas pessoas passaram por essa espiral do tempo, que permanece enquanto experimentamos o intervalo desta vida, e continuam em memória, energia e inspiração em suas voltas. A tarefa maior da curadoria foi optar pelo que não entraria na exposição, apesar da importância de sua passagem na história desse teatro. Algumas coisas foram deixadas de fora por falta de documentos no arquivo do Vila e impossibilidade de localizar, em outros acervos, o que faltava, enquanto preparávamos os recortes. Outras, porque foi difícil conseguir liberação e autorização para incluí-las na exposição, devido ao apego que alguns têm por seus documentos. Outros ainda por absoluta falta de espaço no grande salão do MAM para conter tantas ações, projetos, batalhas, artistas, nomes, coletivos, objetos, sonoridades, movimentos.

A decisão curatorial foi contextualizar este teatro no Brasil e na cidade de Salvador: a existência do Vila Velha antes do prédio e a construção deste prédio; suas fases, seus momentos de crise, seus momentos de brilho. O que ficou claro a partir daí foram as convergências de momentos históricos e fases do teatro: o surgimento da Sociedade Teatro dos Novos e a ideia do Vila Velha coincidem com um momento de desenvolvimento econômico e florescimento cultural e artístico da Bahia. Sua construção e inauguração, quatro meses depois do golpe civil-militar que instalou uma ditadura no país, dizia que, enquanto portas se fechavam encerrando pessoas que ousavam pensar, discordar e lutar, surgia um palco onde a democracia, a

liberdade e a defesa da justiça eram sua razão de ser. Onde a liberdade é uma parceira constante orientando caminhos.

Em 1968, quando é promulgado o AI-5, também há uma lacuna na produção do Teatro dos Novos, construtor do Vila. O AI-5 marca um momento de virada mais violenta no país, e é quando uma parede do teatro cai com as chuvas torrenciais que desabrigaram em torno de sete mil pessoas na cidade. A reconstrução acontece ao mesmo tempo em que o Teatro Livre da Bahia segura o bastão entregue pelos Novos e segue numa virada mais política, mais militante, apoiando inclusive o movimento pela anistia aos presos políticos.

O fim do AI-5 acontece pouco mais de um mês antes da morte de João Augusto, como se ele pudesse descansar da luta contra um estado de barbárie, porque o fluxo do tempo daria conta de restaurar a democracia. Isso aconteceu e não. Houve a anistia, mas os carrascos que torturaram e mataram em nome do Estado não foram punidos; houve eleições diretas, mas os agentes da ditadura continuaram ativos e atentos. Tudo isso foi sinalizado pelo teatro. Jango – Uma Tragedya, de Glauber Rocha, comemorou os 50 anos do Teatro Vila Velha e sinalizava que a tragédia se repetiria, e não como farsa, mas novamente como tragédia, com a morte de milhares de pessoas pela Covid-19. Mortes que poderiam ser evitadas por políticas públicas consequentes, e não pelo negacionismo e terraplanismo, e não pelo incentivo à violência, nem com cancelas abertas para a boiada, as armas, a milícia passarem. Foi o que tivemos. O Teatro Vila Velha anunciou: A Tempestade Virá e assim foi apresentada a montagem do texto de Shakespeare, em 2019. Algum tempo depois dessa estreia, em janeiro de 2020, a tempestade desabou. As apresentações da peça foram canceladas, o

teatro fechou, o mundo se fechou para tentar conter a pandemia.

Trinta anos antes, no início dos anos 1990, quando o Brasil se recompôs e houve uma certa estabilidade democrática e econômica, um grupo de artistas retomou a ideia original do Teatro Vila Velha. Com o projeto Novo Vila miravam a revitalização e a reconstrução completa do prédio para que pudesse abrigar os novos tempos e novas invenções poéticas em seu palco. Agora não mais frontal, um palco capaz de se transformar a cada montagem, reinventando a relação com a plateia. Uma renovação total, não só arquitetônica. Do prédio original ficaram duas paredes e seu espírito. Um quase condomínio de grupos reinstalou o movimento e o som em suas paredes. E ao longo dos últimos 30 anos, muitos outros artistas e coletivos têm mantido esta labuta de fazer e refazer o caminho que se faz ao caminhar.

A partir de 2022, o Brasil se recompõe, refazse em dignidade e humanidade. O dragão da maldade, mais vivo do que nunca, fortalecido pelo alimento de ódio e iniquidade que recebeu nos últimos anos, revira-se e almeja voar. A luta é muito grande e a arte tem seu papel de guerrear. Nesta reconstrução de país, estruturas precisam ser implantadas e consolidadas.

Em 2024, o Centro Cultural Banco do Brasil instala-se na Bahia, no Palácio da Aclamação, vizinho ao Teatro Vila Velha, e, em sua chegada, estreita os laços com o Vila e propõe patrocinar esta exposição, relato dos 60 anos do teatro, enquanto começa a percorrer seu ano zero em Salvador.

E, neste momento de reconstrução do país, o Teatro Vila Velha prepara-se para mudar a pele novamente. Vai adaptar-se aos novos tempos e adequar-se às novas políticas de acessibilidade. Um espaço sempre acessível como conceito

agora cria, na nova reforma, recursos arquitetônicos que ampliam fisicamente sua capacidade de acolher quem tem alguma dificuldade de acessá-lo.

Um teatro é fruto e espelho de sua época, mas não só tem a tarefa de refletir. Em um teatro também se cria o que não existe, e esta é a sua função maior: criar o que ainda não existe, mas pode acontecer e apontar caminhos, tanto para sinalizar os perigos que podem vir como as possibilidades de evitá-los. Um teatro é um baralho de Tarô, um jogo de I-Ching, um espelho de um tempo espiralar no qual “o amanhã enviou pássaros pra ontem. Quando a gente conhece o passado, a gente trabalha para que haja o futuro. No presente a gente faz, a gente se assenta”2

Salvador, 11 de agosto de 2024

Marcio Meirelles

aPResENtaçãO

Banco do Brasil apresenta e patrocina Vila Velha, por Exemplo – 60 Anos de um Teatro do Brasil, uma exposição que mostra a vida de um teatro construído e gerido por artistas, que se reinventou com a cidade e os tempos.

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) será vizinho do Teatro Vila Velha e, a partir desse momento, as duas histórias passam a dialogar, criando um potente parque artístico, junto com outras organizações, no Corredor Cultural do Centro de Salvador.

Enquanto prepara sua instalação definitiva no Palácio da Aclamação, o CCBB já se faz presente na cidade com programação em parceria com diversos espaços culturais, a exemplo do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), que calorosamente nos acolheu para a realização desta importante exposição.

Ao realizar este projeto, o CCBB reafirma o compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura e com a valorização da produção cultural nacional. Viva! O CCBB chegou à Bahia.

CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL

Ressonância é uma expressão oriunda do campo das ciências da natureza, utilizada para definir um sistema de vibrações que se superpõem amplificando as vibrações originais. E inicio esse texto mencionando-a porque ela foi a primeira expressão - e também a primeira imagem - que me veio à mente quando tomei conhecimento da exposição “Vila Velha, Por Exemplo: 60 Anos de Um Teatro do Brasil”, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM).

Ao abrir as portas de suas instalações para receber esta, o MAM ressoa, no tempo e no espaço, a história de um dos mais simbólicos e significativos equipamentos culturais da Bahia, amplificando o alcance de ambos. Trata-se de uma espécie de metalinguagem cultural: a Cultura falando de Cultura! Um equipamento cultural do Estado da Bahia reconhecendo e reverenciando a grandiosidade do outro.

O Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, entendendo a importância de reverberar a história do Vila e celebrar os seus 60 anos, vem atuando de maneira a fomentar e articular apoios para que as histórias que marcaram tantas vidas que passaram pelo Vila Velha sejam agora rememoradas. Nesse sentido, é oportuno mencionar o imprescindível apoio do CCBB para que esta mostra chegasse ao MAM com todas as suas possibilidades de ações interativas, mas também educativas.

BRUNO MONTEIRO

Secretário de Cultura do Estado da Bahia

ABERTURA

Da descoberta do petróleo na Bahia até a saída dos alunos da Escola de Teatro da UFBA para a formação da Sociedade Teatro dos Novos

a bahia antes do vila

abertura —a bahia antes do vila
Salão do Museu de Arte Moderna da Bahia
Foto: Maiara Cerqueira

1939— 1945

PETRÓLEO, GUERRA, DEMOCRACIA

E DESENVOLVIMENTO

Entre o final da década de 1930 e início dos anos 1940, a Bahia e o Brasil conheceram o despertar de importantes transformações. A descoberta do petróleo (1939) na região do Lobato, em Salvador, e o início da sua produção comercial (1941), em Candeias, no Recôncavo baiano, geraram modificações significativas na sociedade, economia e cultura do estado, que atuou como principal produtor de petróleo do país. O Brasil ainda vivia em meio ao regime ditatorial do Estado Novo (1937-1945), no limiar das políticas desenvolvimentistas, quando o “ouro negro” (como ficou conhecido o petróleo no período) foi um fator singular nos projetos modernizantes pautados no intervencionismo estatal.

Nesse processo, a partir de 1946 as questões acerca da administração do petróleo intensificaram-se. Era tempo de investir na exploração da nova descoberta, e a Constituição aprovada naquele ano abria brechas para a possível participação do capital estrangeiro na indústria petrolífera. Diante disso, partidos, grupos militares e civis que defendiam o monopólio estatal na exploração do petróleo travaram grandes embates no cenário político com aqueles que acreditavam que as parcerias com empresas estrangeiras eram o melhor caminho na exploração do mineral.

Nesse cenário, em 1948, o presidente Eurico Gaspar Dutra enviou ao Congresso Nacional um anteprojeto do Estatuto do Petróleo, recebido por parte dos parlamentares como uma declarada intenção de abrir o mercado de combustíveis para a iniciativa privada e estrangeira. Em decorrência, e

1942— 1959

AS VANGUARDAS E A

MODERNIZAÇÃO URBANA, ARQUITETÔNICA E CULTURAL DE SALVADOR

O ESCRITÓRIO DO PLANO DE URBANISMO DE SALVADOR (EPUCS)

Nas décadas de 1940 e 1950, Salvador vive um período de transformações vanguardistas em diversos campos. Em 1942, é criado o Escritório do Plano de Urbanismo da Cidade do Salvador (Epucs), coordenado por Mario Leal Ferreira e contratado pela prefeitura.

Inicialmente, o Epucs elabora exaustivos trabalhos de pesquisa, levantamento de dados e definição de diretrizes para os principais problemas de Salvador, incluindo levantamento aerofotogramétrico e pesquisas sobre temas como geologia, topografia, meteorologia, climatologia, arquitetura, higiene e saneamento, redes de infraestrutura urbana, abastecimento alimentar, produção industrial, educação, cultura, religião, esportes, artes, literatura, finanças, economia urbana e legislação urbanística.

Esses levantamentos subsidiaram as propostas do plano, dentre as quais estavam a diferenciação de zonas urbanas; a definição de vias de comunicação, de áreas destinadas a parques e jardins e de zonas de habitações; a localização dos diversos serviços públicos, bem como de centros cívicos de alcance local e urbano e de centros de abastecimento.

A partir do entendimento geomorfológico de Salvador e da ocupação que, historicamente, privilegiara o topo dos morros, o Epucs identificou e adotou um sistema

1939— 1959 TeatRO

TEATRO AMADOR, ESCOLAS DE ARTE

Entre os anos 1950 e 1960, a Federação Baiana de Teatros Amadores era composta pelos coletivos Teatro de Amadores da Bahia, Teatro Espírita da Bahia e Grêmio Dramático Familiar, sendo que este último, dirigido por Paulo Serra, vinha realizando anualmente, nos períodos de Semana Santa , a encenação Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo , ocupando o auditório do Instituto Central de Educação Isaías Alves, no bairro do Barbalho. O próprio instituto, aliás, possuía um grupo de teatro desde os tempos em que a instituição era conhecida como Escola Normal da Bahia.

Em julho de 1958, no governo de Antônio Balbino, o Teatro Castro Alves pegou fogo, faltando poucos dias para sua abertura oficial. Antes, entre 1954 e 1956, sob o comando do reitor Edgard Santos, a criação das novas escolas de música, teatro e dança, que se unem à já existente Escola de Belas Artes, foi decisiva para a consolidação das atividades artísticas na cidade e no estado.

Mas essa consolidação, com incremento profissional e mesmo acadêmico, não significou o silenciamento dos amadores. Em 1960, o Teatro de Cultura da Bahia, que um ano antes havia sido premiado no Festival do Norte, usou a imprensa local para convidar artistas amadores para um festival a ser realizado em Salvador, nos meses de agosto e setembro.

À época, os Amadores do Fantoches, sob a organização de Oscar Tôrres, ocupavam o Clube Fantoches da Euterpe e tinham uma produção orientada por ensaiadores designados pelo Serviço Nacional de Teatro.

temendo a cooptação do petróleo brasileiro pelas multinacionais, partidos políticos e organizações da sociedade civil deram início à campanha de protestos intitulada “O petróleo é nosso!”. A campanha teve grande aderência entre a população, protestando em favor do monopólio estatal sobre o petróleo. Vitoriosa em suas reivindicações, impediu a tramitação e aprovação do anteprojeto do Estatuto, contribuindo para a aprovação da lei que criou a Petrobras, em 1953.

Na Bahia, após sua criação, a Petrobras teve como um dos seus patrimônios a Refinaria Landulpho Alves-Mataripe, localizada no Recôncavo baiano, em São Francisco do Conde. A inauguração da refinaria, em 1949, trouxe impactos significativos na economia e sociedade da região, que até então vivia principalmente da agroindústria da cana-de-açúcar.

Nesse contexto de transformações econômicas e sociais a partir da exploração do petróleo, o Brasil também mudou politicamente. A proximidade do fim da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) trazia consigo o enfraquecimento da ditadura varguista, tendo em lente as contradições da participação das forças nacionais ao lado da Aliança na defesa da democracia no ocidente europeu. Assim, o ano de 1945 viu o fim da guerra no cenário global e, no Brasil, a convocação de eleições diretas após 15 anos da Era Vargas. No processo de restabelecimento da democracia, as eleições de 1945 contaram com a legalização dos partidos excluídos da política pela ditadura varguista.

Na Bahia, Otávio Mangabeira, que foi perseguido e exilado durante o regime de Vargas, retornou à política e foi eleito governador do estado em 1947, contando com o apoio, inclusive, do Partido Comunista do Brasil, que atuou legalmente entre os anos de 1945 e 1947. Durante seu governo, Mangabeira implementou uma série de reformas e projetos de desenvolvimento, com ênfase na educação e infraestrutura.

A criação da Universidade da Bahia (depois Universidade Federal da Bahia), em 1946, potencializou as transformações nas

radioconcêntrico de ocupação, com vias radiais ligando os bairros ao centro e vias concêntricas fazendo as ligações bairrobairro. Eram previstas, ainda, a articulação entre cumeadas e vales; a separação do tráfego por modos de circulação que incluíam os automóveis, os bondes e os pedestres; e a criação de vias de tráfego rápido nos vales da cidade, então livres.

As avenidas de vale são, certamente, o aspecto mais conhecido do plano do Epucs, uma vez que a primeira delas – a Avenida do Centenário – começou a ser implantada em 1949, como parte das comemorações do quarto centenário de fundação de Salvador, a partir de traçado definido por Diógenes Rebouças, principal responsável pela espacialização das propostas do Epucs.

Também a partir da geomorfologia do sítio, o Epucs identifica, no território de Salvador, um conjunto de altiplanos, associados à figura de um trevo de quatro folhas e que têm ao centro áreas relativamente planas, nas quais são propostos 19 centros cívicos, onde seriam concentrados os bens e serviços de consumo diário, como comércio, higiene, assistência e segurança.

É também no âmbito do Epucs que são construídos equipamentos fundamentais para a cidade, como o Hotel da Bahia (projeto de Diógenes Rebouças e Paulo Antunes Ribeiro datado de 1948 e inaugurado em 1952), a Escola Parque e as Escolas Classe (cujas primeiras etapas, desenhadas por Diógenes Rebouças e Hélio Duarte, foram inauguradas em 1951) e a Penitenciária Lemos de Brito (projeto de Rebouças e João Augusto Calmon, construído a partir de 1950). Essas edificações vieram no rastro do projeto de Rebouças para o Complexo Esportivo da Fonte Nova, iniciado em 1942 e inaugurado, em sua primeira etapa, em 1951.

ANÍSIO TEIXEIRA E A CONSOLIDAÇÃO DA ARTE MODERNA EM SALVADOR

A consolidação da arte moderna em Salvador deve muito à incorporação de obras artísticas de grande porte em edificações como o Hotel da Bahia, com o gigantesco mural Festas Regionais (1950),

Dessa experiência surgiu a tentativa de se viabilizar uma escola de teatro na Bahia, que durou apenas de 1950 a 1953, mas que deixou dezenas de seus ex-alunos criando e atuando na cena local. A produção somava-se à de vários outros grupos, para um público também variado e numeroso.

Inaugurada em 1956, a Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia tem cursos livres até 1963, quando se formalizaram o curso de direção teatral, em nível superior, e o de formação do ator, em nível médio. Para dirigir esse projeto, o reitor Edgard Santos convidou um pernambucano com experiências artísticas e acadêmicas em seu estado, em São Paulo e no Rio de Janeiro: Eros Martim Gonçalves.

Martim Gonçalves vinha colecionando elogios e prêmios como cenógrafo e experimentavase na direção teatral com o elenco do grupo que ajudou a criar no Rio de Janeiro, em 1951, o Teatro O Tablado. Também no Rio, era professor de cenografia e de história do teatro em curso promovido pela União Nacional dos Estudantes. Sua vinda para a Bahia tornou real o projeto de se discutir o teatro sob os moldes considerados modernos naquela iniciada segunda metade do século XX. A experiência com os amadores, principalmente de O Tablado, mostrou-se importante para o entendimento da cena artística que se desenvolvia em Salvador.

Para dar corpo a seus projetos na Bahia, Martim Gonçalves convidou, durante sua permanência à frente da Escola de Teatro, vários artistas oriundos de polos diferenciados, como o encenador e cenógrafo italiano radicado no Brasil Gianni Rato e os estadunidenses Charles Mac Gaw (diretor do Goodmann Theatre, Chicago) e George Izenour, hoje reconhecido como pioneiro mundial no design e tecnologia teatral. “Izenour é creditado pelo Diário de Notícias como inventor da aparelhagem instalada na Escola de Teatro.1” Importante destacar que o Teatro Santo Antônio (hoje Teatro Martim Gonçalves), construído para equipar a Escola de Teatro, no bairro do Canela, foi inaugurado em 1958. A chegada de Mac Gaw e Izenour a Salvador data de 1959.

Antes, em 1956, Martim Gonçalves trouxe com ele, para exercer as funções de professor de dramaturgia e de história do teatro, um jovem

áreas de educação e cultura nas décadas seguintes. A instituição foi responsável pela formação técnica e o incentivo às expressões artísticas, com a incorporação de faculdades já existentes, como a Escola de Belas Artes (1947) e a Escola Politécnica (1948), além da criação de outras unidades. Surgem a Escola de Música (1954), a Escola de Teatro e a Escola de Dança, ambas em 1956.

A universidade foi um importante vetor da produção cultural na Bahia, tendo o professor Edgard Santos na reitoria. A partir do engajamento com artistas de diversos lugares do país e do mundo, a instituição recebeu renomados profissionais, especialmente das artes, para criação e ampliação dos cursos ofertados, como Eros Martim Gonçalves, Gianni Ratto, João Augusto, H. J. Koellreutter, Ernst Widmer, Walter Smetak e Yanka Rudzka. Em 1950, a arquiteta italiana Lina Bo Bardi chegou a Salvador para dirigir o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), que também se tornou parte do circuito cultural da cidade.

Dentro desse caldeirão de novidades, a figura do educador Anísio Teixeira como secretário de Estado de Saúde e Educação, na gestão Otávio Mangabeira, também foi importante. Entre as iniciativas e projetos desse período destacam-se a criação do Salão Baiano de Belas Artes, em 1949, com a Divisão Moderna, que buscava integrar a Bahia ao movimento modernista em voga no Brasil e no mundo. A Escola Parque foi uma das iniciativas mais emblemáticas de Anísio Teixeira na Bahia. Inspirada nas ideias de educação integral e de comunidade-escola, a Escola Parque foi concebida como um complexo educacional que integrava ensino acadêmico, atividades culturais, esportivas e recreativas.

As décadas de 1940 e 1950 transformaram profundamente a capital do estado. Com o crescimento vertiginoso da população na capital, as obras urbanas buscavam redistribuir tal contingente entre os espaços do município, abrindo novas avenidas e vias, estimulando a ocupação dos locais periféricos, objetivando, inclusive, transformar a primeira cidade do país em uma metrópole moderna.

de Genaro de Carvalho, e o conjunto de obras integradas – especialmente murais – de Carybé, Mario Cravo Júnior, Carlos Bastos, Maria Célia Amado, Jenner Augusto e Carlos Magano que foram executadas no Pavilhão de Atividades de Trabalho da Escola Parque e nas Escolas Classe I, II e III do Centro Educacional Carneiro Ribeiro (CECR), entre 1949 e 1956. No caso do CECR, essa iniciativa se deve a Anísio Teixeira, secretário estadual de Educação e Saúde no Governo Otávio Mangabeira (1947-1951) e responsável pela concepção dos Centros de Educação Elementar formados por uma Escola Parque e quatro Escolas Classe.

Como secretário de Educação e Saúde, Anísio Teixeira promoveu também as três primeiras edições do Salão Bahiano de Belas Artes, em 1949, 1950 e 1951, no Hotel da Bahia (ainda em construção à época das duas primeiras edições). Nesses salões, além da tradicional e conservadora Divisão Geral, Anísio criou uma Divisão de Arte Moderna, com júri próprio. Já na primeira edição, em 1949, a Divisão de Arte Moderna expôs obras de Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Anita Malfati, Iberê Camargo, Milton Dacosta, Alfredo Volpi, Aldo Bonadei, Guignard, Poty, Clóvis Graciano, Emeric Marcier, Inimá de Paula e dos baianos Carlos Bastos, Genaro de Carvalho e Mario Cravo Jr.

O CENTRO EDUCATIVO DE ARTE TEATRAL (CEAT) E O TEATRO CASTRO ALVES (TCA)

A revolução promovida por Anísio nos campos da educação e da cultura baianas inclui ainda a decisão de construir um teatro no Campo Grande, concebido pelo então secretário estadual de Educação e Saúde, como não apenas uma imensa sala de espetáculos, mas um equipamento que integraria música, dança e artes cênicas e conciliaria entretenimento, cultura e formação em artes cênicas. O próprio nome escolhido para o equipamento – Centro Educativo de Arte Teatral (Ceat) – já destacava que, mais do que um conjunto de salas para apresentação de espetáculos, tratava-se de um centro de formação artística. O projeto arquitetônico do Ceat foi elaborado por dois arquitetos do Rio de Janeiro, Alcides da Rocha Miranda

que havia sido também da turma inaugural d’O Tablado, em 1951. Era João Augusto.

É compreensível que a existência e a produção da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia tenham causado controvérsias nesse ambiente em ebulição. A isso se somou a presença de Eros Martim Gonçalves, que respeitava os amadores, mas incentivava a profissionalização dos trabalhadores da arte, sobretudo por meio da instrumentalização acadêmica. Sucederam-se polêmicas. Umas alimentadas por ranços políticos alheios aos interesses culturais; outras de cunho pessoal, quando acusavam Martim Gonçalves de ditador, arrogante e pouco afeito às dramaturgias local e nacional.

Pressionado, Eros Martim Gonçalves deixa a direção da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia em 1961 e retorna para o Rio de Janeiro. Fecha-se um ciclo que constitui, controvérsias à parte, um legado, com realizações que ajudaram a reformatar o teatro feito na Bahia.

EDSON RODRIGUES

O Modernismo, que emergiu no final do século XIX e início do século XX, com suas implicações extensas e que duraram décadas, desde a literatura até a arquitetura, passando pela música e o teatro, buscou uma nova identidade cultural, rompendo com o passado e integrando influências internacionais de forma criativa e inovadora.

A ambiência baiana, especialmente de Salvador, foi campo fértil para o seu desenvolvimento.

Na política nacional, os anos de 1950 foram intensos, e o suicídio de Getúlio Vargas (1954), em meio a um mandato conturbado, agitou ainda mais o cenário brasileiro. A partir da chegada de Juscelino Kubitschek à presidência (1955), o desenvolvimentismo acentuou-se, com a construção de grandes obras, rodovias e usinas hidrelétricas. O mandato de JK também introduziu as empresas automobilísticas estrangeiras no Brasil, visando incentivar o comércio do setor. Porém, o marco mais significativo de seu mandato foi a construção de Brasília em 1960, que, além de ser o símbolo da modernização, passou a ser o Centro Administrativo e a sede do governo federal. Mas o alto custo da sua construção e as precárias condições de trabalho trouxeram à tona algumas das problemáticas do desenvolvimento acelerado, impulsionando as críticas ao governo.

A Bahia, por sua vez, imersa no processo de urbanização e industrialização, crescentes desde a descoberta do petróleo, passou pelo crescimento da região metropolitana e pelo processo de migração dos trabalhadores rurais para os centros urbanos locais, fenômenos comuns em meados da década de 1950. Esse cenário gestou o aumento das demandas por melhores condições de vida e trabalho, contribuindo para a formação de novas iniciativas e movimentos sociais. Entre as profundas e contínuas mudanças, cresceram os sindicatos e os movimentos operários. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e o Sindicato dos Comerciários da Bahia, ambos criados em 1957, foram exemplos desse processo de crescente articulação.

As ruas da cidade de Salvador tornaramse mais cheias. Lugares como o centro

e José de Souza Reis, indicados por Diógenes Rebouças, e sua principal sala de espetáculos, com 2.400 assentos, deveria receber o nome de Teatro Castro Alves.

A construção do Ceat, iniciada pela Construtora Christiani & Nielsen, foi interrompida em 1951, no final do governo Mangabeira, sendo retomada apenas em 1957, no governo Antônio Balbino, já com uma outra empreiteira – Construtora Norberto Odebrecht S.A. –, que apresenta um novo projeto arquitetônico, de autoria do arquiteto José Bina Fonyat Filho. O projeto de Bina Fonyat abandonava o caráter de centro de formação que o Ceat possuía e tinha a capacidade da sala principal reduzida para 1.500 assentos.

A construção do Teatro Castro Alves –nome conservado no novo projeto do equipamento – é conduzida de forma bastante acelerada, com a inauguração agendada para 14 de julho de 1958. Cinco dias antes dessa data, contudo, com as obras praticamente concluídas, um incêndio destruiu o TCA. Sua reconstrução foi realizada de forma lenta e intermitente, ao longo dos anos seguintes, e a efetiva inauguração somente ocorreria em 1967.

EDGARD SANTOS E A UNIVERSIDADE DA BAHIA

A criação, em 1946, da Universidade da Bahia, sob a liderança do reitor Edgard Santos, representa outro importante acontecimento do período. A Universidade Federal da Bahia (Ufba), nome que adota a partir de 1950, teve um papel fundamental tanto em áreas como direito, medicina e engenharias, quanto nos diversos campos artísticos, com destaque para a criação, na década de 1950, das escolas de Teatro, Música e Dança, as primeiras do país.

O longo reitorado de Edgard Santos encerrase em 1960, em parte como consequência do desgaste decorrente de uma greve de mais de cem dias promovida em 1959 pelos estudantes do curso de arquitetura da Ufba,

da cidade e o Rio Vermelho tornaram-se eixo de encontro para artistas, músicos e intelectuais. A boemia baiana então nasceu no bojo dos eventos urbanizantes. Músicos, artistas plásticos modernistas e escritores frequentemente se encontravam, enriquecendo mutuamente suas práticas artísticas. Nesse ínterim, a Bossa Nova surgiu, no final dos anos 1950, com raízes profundas no samba que ecoava das periferias nas grandes cidades e influenciada pelo jazz norte-americano, que alcança o Brasil no cenário de maior abertura internacional do pós-guerra. A bossa também refletia o estilo de vida de uma classe média urbana que se expandia com o crescimento econômico do país e que compunha as novas boemias.

E é nesse clima de expansão da participação popular na política, nessa efervescência artística, com o país em metamorfose, com a luta dos trabalhadores por melhores condições de vida e trabalho, modernização do país e das cidades, que a década de 1950 abre espaço para os anos seguintes, marcados por profundas tensões políticas, que culminaram na implantação da ditadura militar no Brasil.

que pleiteavam a saída do curso da Escola de Belas Artes e a criação de uma Faculdade de Arquitetura autônoma.

A Ufba teve um papel importante na consolidação da arquitetura moderna em Salvador, com edifícios como os da Faculdade de Direito, construído na Graça entre 1956 e 1961 a partir de projeto do arquiteto mineiro Décio Corrêa Machado; da Escola Politécnica, concebido por Diógenes Rebouças, Fernando Machado Leal e José Bina Fonyat Filho a partir de 1953 e inaugurado em 1960, na Federação; e da Faculdade de Arquitetura, projetado por Rebouças e um grupo de estudantes da própria unidade entre 1963 e 1964 e construído entre 1965 e 1971, também na Federação.

NIVALDO ANDRADE 25

Do início das atividades do Teatro dos Novos, passando pela implantação da Ditadura Militar e do AI-5, até a morte de João Augusto, primeiro diretor do grupo e do Vila.

O VILA COMO

PROJETO E ESPAÇO

ato 1, cena 1 — o vila do teatro dos novos
Salão do Museu de Arte Moderna da Bahia
Foto: Maiara Cerqueira

1960— 1979

DEMOCRACIA, DITADURA E ABERTURA

DOS ESPAÇOS CULTURAIS EM SALVADOR 1960— 1979

Em um ambiente político cada vez mais polarizado, principalmente após o suicídio de Getúlio Vargas (1954), o início dos anos 1960 presenciou o crescimento, mais uma vez, da sombra de outro período autoritário. A eleição de Jânio Quadros, com uma plataforma de moralização da política, e sua rápida renúncia em 1961, na tentativa de retornar ao poder nos “braços do povo”, agitaram ainda mais a cena política brasileira. De tal forma que a posse do vicepresidente João Goulart foi impedida pelos setores conservadores e militares. Jango, identificado com o trabalhismo e apoiado por forças democráticas e da esquerda, era visto com desconfiança pelos militares e pelas elites conservadoras, que temiam uma guinada socialista no país, tendo em perspectiva a conjuntura internacional dos conflitos político-ideológicos da Guerra Fria (1947-1991), protagonizada pelos Estados Unidos e pela União Soviética, que também exercia influência no pensamento social e político brasileiro.

Durante dias as tensões se acentuaram, surgindo a proposta para João Goulart assumir a presidência a partir da instituição de um sistema parlamentarista de governo. Tal proposta não foi aceita unanimemente e acontecem mobilizações populares e até mesmo de algumas alas dos militares. A Campanha da Legalidade, liderada por Leonel Brizola, é um exemplo disso. Envolveu a mobilização de tropas militares e a disseminação de propaganda favorável à legalidade constitucional, na defesa de que Jango assumisse a presidência incondicionalmente. No entanto, a Emenda Constitucional foi

TRANSFORMAÇÕES

ARQUITETÔNICAS

E URBANÍSTICAS EM SALVADOR

A DÉCADA DE 1960 E A CRIAÇÃO

Em 1959, a arquiteta italiana Lina Bo Bardi, radicada em São Paulo desde 1946, é convidada pelo governador Juracy Magalhães para criar e dirigir o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). O museu é instalado provisoriamente, em 1960, no foyer do Teatro Castro Alves (TCA), no Campo Grande, que sobreviveu imune ao incêndio que destruiu o palco e a plateia, dois anos antes. Entre 1960 e 1963, Lina promove exposições de artistas modernos locais e estrangeiros no foyer e elabora a arquitetura cênica da Ópera dos Três Tostões, de Brecht , montada por Martim Gonçalves, diretor da Escola de Teatro da Ufba, no teatro arruinado pelo fogo. Com a iminente reconstrução do TCA e a consequente perda da sede provisória, Lina restaura o conjunto industrial do Unhão, ao mesmo tempo em que se constrói, ao lado, a Avenida de Contorno, projeto do arquiteto e urbanista Diógenes Rebouças. A sede definitiva do MAM-BA no Unhão –e do Museu de Arte Popular, igualmente concebido por Lina – é inaugurada em 1963; quatro anos depois, a construção do TCA é finalmente concluída.

1960— 1968 TeatRO

O VILA ANTES DO

VILA OCUPA A CIDADE

A Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, sob a direção de Eros Martim Gonçalves, estava prestes a formar a sua primeira turma de intérpretes. O ano era 1959. Aquela formatura era esperada pela comunidade baiana. Havia uma pressão no ar, que infelizmente se somou a insatisfações diversas, já existentes na Escola de Teatro, para dar contornos a um ambiente de desarmonia e enfrentamentos.

Foi nesse cenário que, no último ano do curso, os formandos Sonia Robatto, Carlos Petrovich, Carmen Bittencourt, Echio Reis, Maria Francisca (Thereza Sá) e Othon Bastos – que já planejavam formar a Sociedade Teatro dos Novos após a formatura – e mais Nevolanda Amorim, Mário Gadelha e Martha Overbeck decidiram abandonar a Escola de Teatro. Aos alunos juntou-se um professor, o carioca João Augusto Azevedo.

A vontade era fazer um teatro profissional ligado às camadas sociais populares, com capacidade de intervir na realidade. Para isso, quando escolhido um autor, esse deveria ser daqueles que enxergam a potência revolucionária da arte. E mais, textos estrangeiros precisavam ser integrados ao contexto local, com adequações de realidade, personagens e mesmo transposição cênica (cenário, figurino, adereços...). Essa defesa atraiu outros jovens atores ao grupo que se formava. Da Escola de Teatro ainda veio Mário Gusmão, que, com vivência e consciência em questões do campo da negritude, muito influenciou o grupo e o diretor. Do teatro amador chegou Wilson Mello. Estabelecia-se a formação inicial

O VILA DO TEATRO DOS NOVOS

1

1

PRIMEIRA SEDE

Av. Princesa Leopoldina, nº 4, Graça Do final de 1959 até 5 de junho de 1961, quando o imóvel teve de ser desocupado porque seria demolido.

PRIMEIRA SEDE

Av. Princesa Leopoldina, nº 4, Graça Do final de 1959 até 5 de junho de 1961, quando o imóvel teve de ser desocupado porque seria demolido.

2

2

SEGUNDA SEDE

SEGUNDA SEDE

Largo da Vitória, nº 12, Vitória (suposta localização)

Largo da Vitória, nº 12, Vitória (suposta localização)

Proprietário: Miguel Lima Dias Santos

Proprietário: Miguel Lima Dias Santos

De 5 de junho de 1961 a 5 de outubro de 1961, quando o imóvel teve de ser desocupado porque seria demolido

De 5 de junho de 1961 a 5 de outubro de 1961, quando o imóvel teve de ser desocupado porque seria demolido

3

3

A . TERCEIRA SEDE

A . TERCEIRA SEDE

Antiga Galeria Oxumaré, no Passeio Público

Antiga Galeria Oxumaré, no Passeio Público

Proprietário: Odorico Tavares

Proprietário: Odorico Tavares

De 5 de outubro de 1961 até a transferência para a sede definitiva em 1964

De 5 de outubro de 1961 até a transferência para a sede definitiva em 1964

B. QUARTA SEDE

Teatro Vila Velha no Passeio Público

B. QUARTA SEDE

Proprietária: Sociedade

Teatro Vila Velha no Passeio Público

Teatro dos Novos

Proprietária: Sociedade

Teatro dos Novos Sede definitiva construída a partir de 1962 e inaugurada em 31 de julho de 1964 em terreno cedido pelo Governo do Estado da Bahia em 1961

Sede definitiva construída a partir de 1962 e inaugurada em 31 de julho de 1964 em terreno cedido pelo Governo do Estado da Bahia em 1961

4

TERRENO BARRIS

4

TERRENO BARRIS

Além dessas quatro sedes, em 1961, por meio de um contrato de comodato, houve a cessão de uso de um terreno de 15m de testada por 50m de profundidade, pertencente à Cia. Aliança da Bahia e localizado à Rua João Florêncio, Barris. Foi solicitada autorização à prefeitura para construção de um “teatro desmontável” no local. O teatro desmontável não chegou a ser construído

Além dessas quatro sedes, em 1961, por meio de um contrato de comodato, houve a cessão de uso de um terreno de 15m de testada por 50m de profundidade, pertencente à Cia. Aliança da Bahia e localizado à Rua João Florêncio, Barris. Foi solicitada autorização à prefeitura para construção de um “teatro desmontável” no local. O teatro desmontável não chegou a ser construído

FORTE SÃO MARCELO

MERCADO MODELO

MERCADO MODELO

SOLAR DO UNHÃO

PRAÇA DA PIEDADE

PASSEIO PÚBLICO

PASSEIO PÚBLICO PRAÇA DA PIEDADE SOLAR DO UNHÃO FORTE SÃO MARCELO

LARGO DA VITÓRIA

DA VITÓRIA

LARGO DA GRAÇA

DA GRAÇA

IGREJA SANTO ANTÔNIO DA BARRA

IGREJA SANTO ANTÔNIO DA BARRA CAMPO GRANDE FAROL DA BARRA

DA BARRA

OCEANO

PRIMEIRA SEDE

Av. Princesa Leopoldina, nº 4, Graça Do final de 1959 até 5 de junho de 1961, quando o imóvel teve de ser desocupado porque seria demolido.

SEGUNDA SEDE

Largo da Vitória, nº 12, Vitória (suposta localização)

Proprietário: Miguel

Lima Dias Santos

De 5 de junho de 1961 a 5 de outubro de 1961, quando o imóvel teve de ser desocupado porque seria demolido

A . TERCEIRA SEDE

Antiga Galeria Oxumaré, no Passeio Público

Proprietário: Odorico Tavares

De 5 de outubro de 1961 até a transferência para a sede definitiva em 1964

B. QUARTA SEDE

Teatro Vila Velha no Passeio Público

Proprietária: Sociedade

Teatro dos Novos

Sede definitiva construída a partir de 1962 e inaugurada em 31 de julho de 1964 em terreno cedido pelo Governo do Estado da Bahia em 1961

TERRENO BARRIS

Além dessas quatro sedes, em 1961, por meio de um contrato de comodato, houve a cessão de uso de um terreno de 15m de testada por 50m de profundidade, pertencente à Cia. Aliança da Bahia e localizado à Rua João Florêncio, Barris. Foi solicitada autorização à prefeitura para construção de um “teatro desmontável” no local. O teatro desmontável não chegou a ser construído

aprovada, sendo adotado o regime parlamentarista, que reduziu os poderes presidenciais. Isso fez com que, em setembro de 1961, Goulart assumisse a Presidência da República, tendo Tancredo Neves como primeiro-ministro.

Não obstante as turbulências políticas do início da década de 1960, o avanço econômico e as transformações urbanas no Brasil e na Bahia ao longo das décadas anteriores potencializaram diversas movimentações culturais. Tendo a Universidade Federal da Bahia como polo difusor de ideias e um dos eixos dessas movimentações no estado, estudantes e professores se engajaram nos debates ideológicos em voga no país e no mundo. As revistas estudantis da universidade, como Ângulos e Mapas, foram difusoras de discussões culturais e de propostas de leituras de mundo inovadoras. Ademais, a articulação dos movimentos estudantis passou por ampliações no início da década, sendo os Diretórios Acadêmicos e o Diretório Central dos Estudantes, além da União dos Estudantes da Bahia, importantes espaços para a formação política da juventude universitária.

Outro local de sociabilidade de Salvador era o Museu de Arte Moderna da Bahia, inaugurado em 1960 no foyer do Teatro Castro Alves. No ano seguinte, o cinema também foi introduzido ao espaço, em uma parceria com o Clube de Cinema da Bahia. Essa ambiência inspirou e foi produto de um Ciclo de Cinema Baiano, embrião de ideias e cineastas do Cinema Novo. Após o lançamento de Rio 40 Graus (1955), o movimento de valorização do ser brasileiro nas telas do cinema tomou força no país e na Bahia, onde cineastas ainda ensaístas, como Glauber Rocha e Roberto Pires, produziram seus primeiros curtas-metragens buscando explorar o experimentalismo e mostrar a realidade baiana. O impulso por retratar um mundo com questões sociais marcadas pelo subdesenvolvimento e desigualdade tinha origem nas referências ideológicas em voga no ambiente artístico do período.

Nesse cenário, combinando parte dos anseios de expressão cultural dos artistas envolvidos com a militância estudantil, inspirados pelos movimentos revolucionários

OS PRIMEIROS ANOS DA SOCIEDADE TEATRO DOS NOVOS, UMA COMPANHIA NÔMADE (1959-1964)

O Teatro Vila Velha foi construído no Passeio Público, entre 1962 e 1964, como sede da Sociedade Teatro dos Novos, no mesmo período e nas proximidades do MAMBA e do TCA, até hoje os dois principais equipamentos culturais de Salvador. Entretanto, entre a criação da Sociedade Teatro dos Novos, em 1959, e a inauguração do Vila, em julho de 1964, a companhia teatral teve três sedes provisórias.

A primeira foi um solar neoclássico situado na Avenida Princesa Leopoldina, na Graça, ao lado da famosa Casa dos Carvalho e próximo à Igreja da Graça, no local onde atualmente se encontra um edifício de apartamentos. A companhia esteve sediada nesse solar durante aproximadamente um ano e meio até que, em junho de 1961, transferiu-se para outro solar, de propriedade do Sr. Miguel Lima Dias Santos, com um amplo jardim frontal e localizado no igualmente nobre Largo da Vitória. Em outubro de 1961, o Teatro dos Novos precisou desocupar o imóvel, pois ele seria demolido.

Embora naquele mesmo mês o governador Juracy Magalhães tenha cedido um terreno no Passeio Público para a construção da sede definitiva da Sociedade Teatro dos Novos – o Teatro Vila Velha –, ela só seria inaugurada em 31 de julho de 1964, e, neste intervalo, a companhia teria como sede provisória a Galeria Oxumaré, também no Passeio Público, emprestada pelo seu proprietário, Odorico Tavares, diretor dos Diários Associados na Bahia.

Além dessas quatro sedes, deve-se registrar que, em 1961, a Companhia de Seguros Aliança da Bahia autorizou, por meio de um contrato de comodato, o uso de um terreno de 750 metros quadrados de sua propriedade, localizado na Rua João Florêncio, nos Barris, para a construção de um teatro desmontável. Esse teatro, contudo, não chegou a ser construído.

da Companhia Teatro dos Novos, grupo artístico ligado à sociedade.

Os Novos já nasceram produzindo. Afinal, a intenção era viver do exercício da profissão, meta difícil nas artes cênicas baianas até hoje. Para isso, ainda no mesmo ano do desligamento da Escola de Teatro, no dia 19 de dezembro, o grupo trouxe à cena a sua primeira criação. O Auto do Nascimento, com texto de Sonia Robatto e direção de João Augusto, estreou na cidade de Itabuna, no Auditório da Ação Fraternal. Dali até o dia 7 de janeiro de 1960, os Novos fizeram apresentações da peça nos cinemas de Ilhéus, Mataripe e Pojuca, no Club da Cidade (Catu), nos conventos da Mercês e Soledade (Salvador), e ainda realizaram um seminário na cidade de Itaparica.

Em abril de 1960, os Novos estreiam a peça O Casaco Encantado . Nessa experiência fica claro o compromisso em valorizar o coletivo. Para encenar o texto de Lúcia Benedetti, a direção ficou a cargo de Carlos Petrovich. Entre abril de 1960 e dezembro de 1961, fizeram 39 apresentações de O Casaco Encantado, em espaços como: Auditório do Colégio Dois de Julho, Instituto Normal, Iate Club da Bahia, Associação Atlética da Bahia, em hospitais como o Santa Terezinha (Pau Miúdo) e Preventório Eunice Weaver (Águas Claras) e também em escolas municipais nos bairros de Pau da Lima, Itapagipe, Mata Escura do Retiro, Bom Juá e Brotas, dentre outros locais.

O sucesso na empreitada inaugural deu à Sociedade Teatro dos Novos uma boa visibilidade e o convite para uma residência artística fora das fronteiras da Bahia. Em matéria do jornal A Tarde de 3 de dezembro de 1960 anuncia-se excursão de quatro meses do grupo a Ouro Preto, Minas Gerais, viabilizada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Na ocasião, traz o jornal, os baianos foram acolhidos por Domitila Amaral, atriz que havia sido professora da Escola de Teatro, dissidente, como eles.

EDSON RODRIGUES

em diferentes partes do mundo, como Cuba, China e alguns dos países africanos, o Centro Popular de Cultura (CPC) foi criado em 1961, no Rio de Janeiro, ligado à União Nacional de Estudantes (UNE). O CPC articulou projetos voltados para construção de uma “cultura nacional, popular e democrática”, visando conscientizar a classe trabalhadora, e influenciou a produção artística no território nacional.

Concomitantemente a tudo isso, as agitações populares também se faziam sentir no meio rural. As Ligas Camponesas, fundadas por Francisco Julião em Pernambuco, foram um dos principais exemplos de organização rural. Elas buscavam a reforma agrária e a defesa dos direitos dos trabalhadores rurais, enfrentando a resistência dos grandes proprietários de terra. Em paralelo, nas áreas urbanas, sindicatos e movimentos operários começaram a se organizar de forma mais efetiva, lutando por melhores condições de trabalho e direitos trabalhistas, principalmente por meio das greves. Diante da pressão exercida pelos setores sociais e da condição política instável, o governo enfrentou a situação por meio de reformas “de cima”, como a sindicalização dos trabalhadores rurais e a criação do 13º salário. Todavia, em 1962, diante da falta de apoio às reformas e do contínuo declínio do parlamentarismo, o presidente do Conselho de Ministros e o seu Gabinete optaram pela demissão coletiva, acelerando o processo de retorno ao presidencialismo.

Nesse contexto, em 1963 um plebiscito fez com que o Brasil retornasse ao presidencialismo. O Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), uma das mais importantes entidades sindicais da época, teve papel crucial na mobilização popular a favor do retorno ao presidencialismo. Reunia diversas entidades sindicais e trabalhistas do país e reivindicava a implementação de reformas de base, acirrando ainda mais as tensões políticas e sociais no Brasil. A reforma agrária era uma das principais demandas do CGT e de Goulart, tendo em perspectiva a desapropriação de terras improdutivas para redistribuição entre pequenos agricultores. Ademais, ainda compunha as “reformas de base” a reforma urbana, visando à melhoria das condições de vida nas cidades, além das

NASCE O TEATRO VILA VELHA (1964)

O Teatro Vila Velha inaugurado em 1964 era um edifício simples, construído com materiais obtidos em grande medida por meio de doações, o que não impediu que ele se convertesse rapidamente em um espaço fundamental para a cultura brasileira: a “pia batismal dos artistas baianos”, como afirmou Gilberto Gil, um dos artistas a quem o Vila deu régua e compasso.

O projeto arquitetônico do Teatro Vila Velha foi elaborado por Silvio Robatto e Alberto Fiúza, que implantaram a caixa cênica no trecho mais largo do terreno, com estrutura em pórticos metálicos treliçados e palco italiano, com nítida separação entre palco e plateia. O foyer está instalado na extremidade norte do terreno, na cota mais baixa de uma ladeira do Passeio Público que remonta a meados do século XIX. Enquanto a caixa cênica tem um caráter industrial, o singelo bloco do foyer emula a arquitetura colonial, com cobertura em telhas cerâmicas e amplo beiral, alvenaria de pedra aparente na fachada voltada para a Rua Gamboa de Cima e gelosias de madeira nas portas e janelas.

A empena norte da caixa cênica é recoberta com telhas cerâmicas, replicando uma solução encontrada em sobrados do centro histórico de Salvador. O chapisco grosseiro das paredes, por sua vez, remete à restauração do conjunto do Unhão, conduzida por Lina Bo Bardi naqueles mesmos anos.

O desabamento de parte do foyer, no final de abril de 1971, leva a uma reforma, projetada por Silvio Robatto, na qual a configuração daquele bloco é bastante alterada: a localização do acesso é modificada, assim como a dos sanitários e da bilheteria. Uma ampla escada externa conectando o foyer à Rua Gamboa de Cima é construída.

Além da restauração do Unhão por Lina, o projeto de Silvio e Fiúza aproxima-se, na sua reinterpretação da arquitetura histórica e adoção de materiais tradicionais, a outras obras construídas na cidade, no mesmo período, por arquitetos da mesma geração, como a residência dos escritores Jorge

DE REBELDIA E CONSTÂNCIA

De volta à Bahia, o grupo divide seus interesses em duas frentes: continuar realizando espetáculos e erguer um teatro para abrigar essa produção. Quanto ao teatro, o primeiro desafio era conseguir o terreno. Os Novos vinham realizando reuniões e eventos públicos, assim como guardando equipamentos e material cênico, em casarões que lhes foram emprestados inicialmente no bairro da Graça e depois no Corredor da Vitória. Mas, primeiro um e depois o outro, foram vendidos e posteriormente demolidos. Nessa busca por espaço, chegaram a firmar contrato de comodato de dois anos com a Aliança Seguros da Bahia para erguer um teatro provisório e desmontável em um terreno nos Barris, mas logo desistiram da empreitada.

Foi quando a Sociedade Teatro dos Novos conseguiu autorização para realizar os ensaios na Galeria Oxumaré, no Passeio Público, de onde surgiu a ideia de ocupar um espaço vazio naquele parque. O governador à época, Juracy Magalhães, autorizou que a Sociedade Teatro dos Novos erguesse sua sede no terreno, por meio de Cessão a Termo Precário expedida no dia 5 de outubro de 1961.

Mas ter um terreno não significa ter um teatro, e os Novos tiveram que continuar a estrear as próximas montagens e leituras de peças em espaços diversos de Salvador e em outras cidades. Fizeram 136 apresentações no primeiro ano de atividades. A repercussão na imprensa chamava a atenção para a consolidação do grupo, e ficou comum, à época, a comparação entre os resultados da Companhia Teatro dos Novos com os d’A Barca, grupo da Escola de Teatro, que tinha equipe e elenco formados por professores e alunos da unidade, sempre reforçados, a cada montagem, por artistas convidados, inclusive atores, vindos de fora da Bahia.

Essas comparações tinham um objetivo específico. Em grande parte, eram

reformas educacional e fiscal.

É nesse contexto que, em 13 de março de 1964, João Goulart fez o histórico discurso na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, reafirmando seu compromisso com tais reformas. Em sua fala, Goulart anunciou a assinatura de decretos que regulamentavam a reforma agrária e a encampação das refinarias privadas de petróleo. O discurso gerou grande apoio entre os trabalhadores e os movimentos sociais, mas acirrou a oposição de setores conservadores, militares e do empresariado, que viam nas propostas de Goulart uma ameaça. Diante do evidente acirramento da política no país, combinado a fatores externos, o comício da Central do Brasil adensou o clima de tensões que culminaria no golpe militar de 31 de março de 1964.

A movimentação de tropas militares de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro é um marco no processo golpista. O presidente João Goulart, sem apoio suficiente para resistir, seguiu para o Rio Grande do Sul, ao passo em que o general Olímpio Mourão Filho iniciou a marcha das tropas, que rapidamente ganharam o apoio de outras unidades militares. Após o golpe, a ditadura que se seguiu impôs uma dura repressão política e cultural, utilizando a censura e a perseguição para silenciar a oposição. Ao mesmo tempo, o regime tentou promover uma cultura nacionalista que reforçasse sua ideologia e legitimidade, resultando em um período complexo e contraditório para a cultura brasileira.

Na Bahia, durante esse período, as atividades culturais em curso sofreram alterações com as novas limitações do regime imposto. O Teatro Vila Velha, inaugurado em 31 de julho de 1964, poucos meses após o golpe militar, desde o início se destacou como um espaço de inovação artística e de resistência cultural. A Sociedade Teatro dos Novos, grupo responsável por sua fundação, tinha uma postura crítica em relação ao regime, utilizando o teatro como plataforma para expressar ideias de liberdade e democracia. Além do teatro, o cinema também encontrou formas de reconfigurar-se e seguir existindo com as Jornadas de Cinema da Bahia, nos anos 1970. Na música e demais artes não foi diferente. A formação da Tropicália e a construção do Tropicalismo, nos anos 1968 e 1969, afetaram estruturalmente o setor artístico no período. Os artistas precursores do movimento sofreram gravemente com a censura e a perseguição,

Amado e Zélia Gattai, no Rio Vermelho, projetada por Gilberbet Chaves entre 1962 e 1963; o Edifício Ipê, na esquina da Rua do Bispo com a Rua da Oração, no centro histórico de Salvador, desenhado por Paulo Ormindo de Azevedo e construído entre 1964 e 1965; e o Edifício dos Arquitetos, sede do Departamento da Bahia do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-BA), na antiga Ladeira da Praça, hoje Ladeira dos Malês, também no centro histórico, projetado em 1962 por Ary Penna Costa, Ary Magalhães Andrade, Armando Pontes, James Farias, José Maria Drummond e Sérgio Pinheiro Reis, concluído em 1966.

Essas obras inauguram um novo momento da arquitetura baiana, distante das experimentações construtivas e exploração formal de materiais como o concreto e o aço, observadas, no mesmo período, nos projetos de arquitetos da geração anterior, como Diógenes Rebouças e José Bina Fonyat Filho. Entre as obras de Diógenes Rebouças (em coautoria com Assis Reis) inauguradas no início da década de 1960, merecem destaque a biblioteca (1961) e os pavilhões da Cantina e Serviços Gerais (1962) e da Administração e Atividades Socializantes (1962) da Escola Parque, na Caixa d’Água, com coberturas em concreto plissado; a Estação Rodoviária Armando Viana de Castro, das Sete Portas (1961-1963), primeira edificação erguida na Bahia em concreto protendido; e a Estação Marítima de Passageiros Visconde de Cairu (1962), no Porto de Salvador, primeira construção em concreto pré-moldado do estado. Quanto às obras de Bina Fonyat, destacamos o Teatro Castro Alves, inaugurado em 1967, com sua plateia em balanço sobre o foyer; e o edifício-sede do Banco do Brasil, no Comércio, construído entre 1962 e 1968 e, à época, o maior edifício da Bahia, com 40 mil metros quadrados de área construída.

EXPANSÃO URBANA E NOVA

CENTRALIDADE NOS ANOS 1970

O Plano do Centro Industrial de Aratu (CIA), concebido pelo arquiteto Sérgio Bernardes em 1967, propõe uma nova centralidade

incentivadas pelo jornalista Odorico Tavares, que dirigia, na Bahia, os veículos de comunicação dos Diários Associados1 e alimentava uma série de discordâncias com relação a Martim Gonçalves e seu projeto. Em 1961, esse debate ficou muito forte, confrontando seguidamente as produções daquele ano do Teatro dos Novos (Brasil Antigo, História da Paixão do Senhor e A Farsa do Mestre Pedro, ou Pathelin – as duas últimas dirigidas por João Augusto) e d’A Barca (Ópera dos 3 Tostões, com a participação de Eugênio Kusnet; e Calígula, com Sérgio Cardoso – ambas dirigidas por Martim Gonçalves, com cenários de Lina Bo Bardi). As duas montagens de 1961 do grupo A Barca ocuparam as dependências de um Teatro Castro Alves ainda destruído por recente incêndio e onde Lina Bo Bardi montou, inicialmente, o Museu de Arte da Bahia.

Os Novos estrearam A História da Paixão do Senhor com o firme intuito de mostrar o espetáculo ao maior e mais diverso público possível. Assim, promoveram sessões em escolas, em praças de bairros periféricos, no Terreiro de Jesus e em adros de igrejas. Sobre isso há uma elogiosa crítica de Napoleão Lopes Filho, publicada no jornal A Tarde (3/4/1961): “O espetáculo popular que o Teatro dos Novos vem apresentando constitui um dos pontos altos da história do teatro na Bahia”.

Nessa fase, os Novos organizam e realizam, em espaços públicos de Salvador e do interior da Bahia, leituras dramáticas de peças de Bertold Brecht e Nelson Rodrigues, ao tempo em que também criam campanhas para levantar recursos que viabilizem o projeto da casa de espetáculos, sede do grupo, que já tinha terreno e estrutura metálica cedidos pelo governo do estado.

Àquela altura, os Novos já possuíam um símbolo: a figura do sol, que ilustra até hoje as ações e, por consequência, a história do Teatro Vila Velha.

Em 1962, os Novos montam uma comédia: Da Necessidade de Ser Polígamo, de Silveira Sampaio, dirigida por João Augusto. A empreitada buscava levantar dinheiro para a construção do teatro. Também com esse fim, o grupo organizou seguidas ações junto

NÓS, POR EXEMPLO... OU TUDO ERA POSSÍVEL PORQUE ERA O COMEÇO 1964— 1968 MÚsicA

Se a peça Eles Não Usam Bleque-Tai1 tivesse ficado pronta a tempo de integrar a série de espetáculos de inauguração do Teatro Vila Velha, talvez o Vila não tivesse a mesma vocação musical. E provavelmente as expressões Tropicália e Doces Bárbaros seriam palavras sem o significado que passaram a ter para todos nós. Por sorte, a montagem não ficou pronta, e o diretor teatral João Augusto sugeriu a um ator de seu grupo, Roberto Sant’Ana, que fizesse um show musical com seus amigos no lugar da peça. O show colocou pela primeira vez Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa e Tom Zé juntos num palco, atando para sempre seus destinos musicais.

Nós, Por Exemplo… foi o nome escolhido por Caetano para o espetáculo, indicando que aquele grupo era mais um exemplo, entre tantos daquela geração, que devia seu surgimento à Bossa Nova, mas com as reticências que, inconscientemente, apontavam para um futuro que continua acontecendo, como num big bang sonoro que se expande indefinidamente.

Às 21 horas do sábado, 22 de agosto de 1964, no Teatro Vila Velha, subiram ao palco Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, o cantor Fernando Lona, o pianista Perna Fróes, o percussionista Djalma Corrêa e o violonista Alcyvando Luz. Tom Zé participaria dos shows do mês seguinte, substituindo Fernando Lona. Apresentando suas intenções, o Nós, Por Exemplo… dava as caras ao público:

Gilberto Gil – Somos todos amigos, apenas tentamos fazer a coisa da maneira mais

sendo impelidos ao exílio, como nos casos de Gilberto Gil e Caetano Veloso.

A ditadura militar instaurada estabeleceu ainda uma série de Atos Institucionais (AIs) que serviram como instrumentos legais para consolidar e perpetuar o regime autoritário. O mais emblemático dos Atos Institucionais foi o AI-5, de 1968. Ele permitiu o fechamento do Congresso Nacional, a intervenção em estados e municípios, a suspensão de direitos políticos, a censura prévia e a prisão de opositores sem necessidade de justificativa judicial. Esse ato marcou o auge da repressão durante a ditadura.

No mesmo ano de aprovação do AI-5 acontecia a II Bienal da Bahia, que reuniu obras de diversos artistas brasileiros e estrangeiros, refletindo as tendências vanguardistas e experimentais da arte contemporânea. A censura foi aplicada rigorosamente ao evento e várias obras de arte foram consideradas subversivas pelo regime militar e “presas”, com a destruição de algumas. A bienal foi fechada pela polícia sob a acusação de promover conteúdo contrário aos interesses do governo.

Em resposta a tudo que estava ocorrendo, grupos de oposição armada surgiram contra a repressão política e a falta de liberdades democráticas. Entre os mais conhecidos estavam a Ação Libertadora Nacional (ALN) e a VAR-Palmares, que tinham como principais líderes, respectivamente, o militante baiano Carlos Marighella, ex-deputado e líder comunista, e Carlos Lamarca, capitão do Exército Brasileiro. O governo militar respondeu com uma intensa campanha de repressão e os agentes do DOI-Codi e do Centro de Informações do Exército (CIE) utilizaram tortura, assassinatos e desaparecimentos para desarticular os focos de resistência.

Também defendendo a luta armada como meio de derrubar a ditadura, a Guerrilha do Araguaia foi um movimento insurgente organizado pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), entre 1972 e 1974, na região do Araguaia, no sul do Pará. E da mesma forma a repressão contra a Guerrilha do Araguaia foi brutal. Muitos guerrilheiros foram capturados, torturados e executados sumariamente, com os militares destruindo aldeias e intimidando a população local.

Lutando contra a ditadura em um momento

para Salvador em uma localização menos excêntrica geograficamente que aquela da cidade colonial. No mesmo ano, é inaugurada a nova residência do governador, no bairro de Ondina, que conduz ao abandono do Palácio da Aclamação, que havia abrigado essa função por meio século e que se localiza nas proximidades do Teatro Vila Velha, do outro lado do Passeio Público.

A nova centralidade proposta por Bernardes é efetivamente implementada na década seguinte. Por um lado, o Governo do Estado constrói a Avenida Paralela (1971), a nova Estação Rodoviária (1974) e transfere a administração pública estadual para o novo Centro Administrativo da Bahia (CAB), implantado entre 1972 e 1974 em um terreno desabitado a mais de 10 km de distância do centro histórico. Por outro lado, a iniciativa privada constrói o Shopping Center Iguatemi (1975) – atual Shopping da Bahia – em frente à nova rodoviária e, nos arredores, cria loteamentos residenciais voltados às classes abastadas, como o Caminho das Árvores (1973) e o Itaigara (1976). Em 1979, um pouco mais ao sul, nas proximidades da orla atlântica, seria inaugurado o Centro de Convenções da Bahia, hoje abandonado.

Apesar do lema adotado pelo governador Antônio Carlos Magalhães em sua primeira gestão (1971-1975) – “A Bahia constrói o seu futuro sem destruir o seu passado” –, o resultado da promoção dessa nova centralidade urbana contribuiu de modo decisivo para o esvaziamento funcional da região que foi, por mais de quatro séculos, o centro econômico e político de Salvador, com impactos que podem ser percebidos ainda hoje.

NIVALDO ANDRADE

à comunidade de Salvador: bingos, livro de ouro, leilão de obras de arte, além de campanhas, como Ajude os Novos a Dar um Teatro à Bahia e a Campanha da Cadeira, na qual era possível colaborar com a aquisição de uma ou mais cadeiras permanentes na plateia do teatro, por meio de uma doação financeira. Essa campanha, em específico, viabilizou a compra das cadeiras de um cinema de Santo Amaro que acabara de ser desativado, em articulação levada à frente por Rodrigo Velloso, ator da companhia, irmão de Caetano e Bethânia.

EDSON RODRIGUES

OS NOVOS NO VILA

Em 1964, o país passava por um dos mais difíceis momentos de sua trajetória política. Entre 31 de março e os primeiros dias de abril, consolidou-se o golpe militar. Dali pra frente, toda expressão intelectual e/ ou artística passava a ser monitorada, desincentivada ou impedida. A apreensão e o medo tomaram o Brasil. Porém, como contraponto da resistência, em 31 de julho de 1964, exatos quatro meses depois do golpe militar, foi inaugurado o teatrosede da Sociedade Teatro dos Novos em Salvador, na Bahia.

Batizado de Vila Velha – como era conhecida a vila construída e habitada por indígenas e portugueses antes da fundação de Salvador2 –, o teatro foi inaugurado com exposição que registrava a produção cênica da Companhia Teatro dos Novos até então. No mês seguinte, a Batucada da Escola de Samba Juventude do Garcia batizou seu palco com uma apresentação performática repleta da força do Carnaval e da cultura negra, abrindo caminho para um agosto musical no Vila, que seguiu com o Madrigal, grupos de Câmara e a Orquestra dos Seminários Livres de Música da Universidade da Bahia, o Coral dos Franciscanos, o grupo de óperas e o antológico show Nós, Por Exemplo… dentre outros.

Apesar das dificuldades, os Novos estreiam, em dezembro de 1964, no recém-inaugurado Teatro Vila Velha, em um Passeio Público transformado em área de segurança, o

bonita possível.

Caetano – E se cantamos é porque achamos que toda pessoa, de algum modo, deve cantar.

Bethânia – Nós, por exemplo, acreditamos no Carnaval.

Fernando Lona – Cantar é o que gostamos de fazer, e, como encontramos este lugar, isto é uma festa.2

Caetano, Gil e Roberto Sant’Ana assinaram a direção, enquanto Djalma fez a sonoplastia. “Antigamente era tudo assim, mais bonito, coletivo”3, lembrou Roberto, que também foi produtor e iluminador do show. A turma ainda ajudou o Teatro Vila Velha a ficar pronto. Perna se virou para arranjar um piano que a Sociedade Teatro dos Novos tivesse condições de comprar, enquanto as cadeiras do teatro foram adquiridas de um cinema que estava fechando as portas, em Santo Amaro, graças à indicação de Rodrigo Velloso, irmão de Caetano e Bethânia.

“Foi a primeira vez que eu pisei num palco na minha vida, assim com público na minha frente, e eu cantei Se É Tarde, Me Perdoa e outras músicas mais. Foi maravilhoso, inacreditável”4, contou Gal Costa.

“Haverá voz de menina moça mais afinada, mais maviosa, mais meiga, mais instrumental do que a de Maria da Graça?”5, escreveu à época o jurista, crítico e compositor Carlos Coqueijo, entusiasta do grupo. Pensando no registro agudo da voz de Gal e no grave da voz de Bethânia, Caetano compôs Sol Negro para o canto das duas se entrelaçarem no palco do Vila.

“É certo que Caetano se consagrou, naquela noite memorável, um dos melhores compositores brasileiros populares contemporâneos – assim, na galeria de Jobim e Vinicius, sem exagero. Suas composições são fabulosas. Aquela do duo feminino, então, não se fala”6, decretou Coqueijo.

Gilberto Gil, o mais conhecido do público até então, apresentou as suas Maria (Me Perdoe, Maria) e Samba Ainda Sem Nome, indo às lágrimas com sua participação no show. “E era lindo a gente cantar naquele Teatro Vila Velha, nós todos jovens, e a gente descobrindo que a gente podia falar com as

em que a repressão se acirrava, artistas de diversos segmentos, como do cinema, música e teatro, contestavam o regime autoritário, entusiasmados com o movimento contracultural estadunidense. Criticados pela esquerda armada, esses artistas foram denominados pejorativamente como desbundados, despolitizados e alienados. Mas, de fato, o desbunde representou uma alternativa política da juventude brasileira, uma forma de contestação não armada, mas também subversiva.

E todos os que lutaram contra a ditadura, de forma armada ou não, foram perseguidos pelos militares. Essa repressão era camuflada para a sociedade em geral, em virtude do “milagre brasileiro”, que corresponde ao período de grande crescimento econômico no Brasil entre 1968 e 1973. Esse fenômeno foi marcado por altas taxas de crescimento do PIB, industrialização e investimentos em infraestrutura. No entanto, o “milagre” também teve consequências sociais e econômicas significativas, incluindo a ampliação das desigualdades e o endividamento externo.

E o fim da ditadura ocorreu em um contexto de pressões internas e externas por uma abertura política, contribuindo para isso o aumento da inflação e da dívida externa, que mostraram os sinais de fim do suposto milagre vivido até então. Nesse processo, em fins dos anos 1970, movimentos de direitos humanos ganharam força, denunciando os abusos cometidos pelo regime. Assim, em 1979 foi decretada a revogação do AI-5 e a Lei de Anistia foi promulgada, permitindo o retorno ao país de diversos artistas, políticos e intelectuais que foram obrigados a deixar o Brasil. E, sem dúvida, a anistia demonstrou simbolicamente que a ditadura não duraria muito mais tempo.

espetáculo Eles Não Usam Bleque-Tai, a partir do texto de Gianfrancesco Guarnieri. A montagem trouxe direção de João Augusto, cenografia de Calasans Neto e participação da Batucada da Escola de Samba Juventude do Garcia, mesmo grupo que participou da programação de estreia do teatro.

Grupos teatrais – profissionais, amadores e experimentais – tiveram o palco do teatro à disposição para seus projetos. O Vila também abriu seu espaço para escolas de samba, estudantes e sua produção cultural, encontros políticos e reuniões. É muito grande o conjunto de iniciativas e projetos que passaram a ser desenvolvidos entre suas paredes, sobre seu tablado, logo a partir do primeiro ano de atividades.

A música contemporânea de concerto do Grupo de Compositores da Bahia teve sua apresentação inaugural no Vila. Depois, em 1966, os Compositores da Bahia, junto com a Companhia Teatro dos Novos, apresentaram o espetáculo Romanceiro da Paixão, com a parte musical coordenada por Ernst Widmer e a teatral dirigida por João Augusto. Trouxe composições de Widmer e também de Fernando B. Cerqueira, Milton Gomes, Nicolau Kokron, Jamary Oliveira, Rinaldo Rossi e de um certo Antônio José Santana Martins, que depois veio a ficar mundialmente conhecido como Tom Zé3. Nesse espetáculo, atores faziam as partes faladas das obras em diálogo com o Coro e a Orquestra da Universidade Federal da Bahia.

Quanto à música popular, o palco do Vila recebeu, nesse período histórico, apresentações de grupos e artistas diversos. Do pessoal do Nós, Por Exemplo… a Sylvia Telles, Batatinha, Aracy Cortes, Clementina de Jesus, Hermínio Belo de Carvalho e Edu Lobo, dentre outros. Como também recebeu artistas de teatro que já tinham reconhecimento nacional, como Tônia Carrero, Sérgio Brito e Nathalia Timberg.

A defesa do Teatro dos Novos aos princípios de liberdade e democracia continuou até o término da produção do grupo, em 1968. Em A Paixão Segundo os Retirantes , de 1965, os Novos discutem, em plena Semana Santa, uma questão à época muito viva e

pessoas, que as pessoas reagiam com alegria ao que a gente dizia. Era uma verdadeira descoberta, assim, gostosa”7, encantou-se Tom Zé, que no show cantou A Moreninha, música que depois foi gravada por Gil.

As canções de Fernando Lona resplandeceram a dor do povo nordestino, enquanto Perna Fróes exibiu seu virtuosismo ao piano. Em Tema de Candomblé, inspirouse no avô pianista, o maestro Silvio Deolindo Fróes. Em Crepúsculo, compôs paisagens marítimas inspiradas por Dorival Caymmi. “Foi um show muito bonito, com uma qualidade que não tinha na Bahia”8, relembrou Perna.

Na sua futurista Bossa 2000 D.C., Djalma Corrêa usou uma parafernália eletrônica. “Só eu que fazia isso na Bahia”9, garantiu ele, que aproveitou para gravar as apresentações do Nós, Por Exemplo…, guardadas por ele durante toda a vida. A gravação registra até a interferência do telégrafo do governo, ali perto, naquele início de ditadura. Mas, no Vila Velha, a revolução era musical.

“As pessoas ovacionaram, o impacto que a gente causou nessas pessoas foi muito grande. E na cidade de Salvador todo mundo ficou falando nisso durante muito tempo. Foi uma coisa muito impressionante”10, declarou Caetano.

Com o sucesso do Nós, Por Exemplo…, que superlotou o Vila, a turma emplacou um novo show no teatro, o Nova Bossa Velha & Velha Bossa Nova.

“O que aconteceu foi uma propaganda espontânea, as pessoas falando sobre o assunto, os estudantes falando sobre os shows em seus colégios e faculdades. Ainda não existia o termo, mas podemos utilizálo em retrospectiva: viralizou”11, sintetizou Orlando Senna, produtor do espetáculo.

NOVOS ENCONTROS MUSICAIS

NO VILA VELHA

O Teatro Vila Velha não tinha nem seis meses de vida, mas já promovia encontros musicais definidores para o futuro da cultura brasileira. No final de 1964, Carlos Coqueijo levou Nara Leão a um ensaio do grupo no Vila. Na virada do ano, surgiu o convite de Nara para Bethânia substituí-la no show Opinião, no Teatro de Arena, no Rio de Janeiro.

Antes de ser a primeira da turma musical do Vila a cruzar as fronteiras da Bahia com sua voz, Bethânia protagonizou Mora na Filosofia, seu show individual dirigido por Gil e Caetano, aproveitando o cenário da peça Eles Não Usam Bleque-Tai, que enfim foi encenada, tendo Fernando Lona e Roberto Sant’Ana no elenco.

Em 1965, os shows individuais agitaram o Vila Velha. Em março, Gil apresentou Inventário, sua despedida de Salvador, como ficava claro na nova canção Eu Vim da Bahia. “É uma música que eu fiz quando eu já sabia que tava indo embora. Ainda estou nessa situação até hoje: indo da Bahia pro mundo e voltando do mundo pra Bahia”12, disse Gil.

Com script de João Augusto – parceiro de Gil na música Roda – e narração do ator Othon Bastos, o show contava com as participações de Tom Zé, do sambista Batatinha e de Bethânia, já de volta do Rio, cantando o grande sucesso Carcará. A banda de apoio era comandada pelo Perna Trio –formado por Perna Fróes, Tutty Moreno e Moacyr Albuquerque –, ao lado de Perinho Albuquerque e Pitti. O sucesso foi tanto que apresentações extras tiveram que ser realizadas.

Em seguida foi a vez de Terra de Ninguém, espetáculo individual de Fernando Lona, dirigido por Orlando Senna. No mês seguinte, a já famosa nacionalmente Maria Bethânia retornou ao Vila para mais um show individual, É Um Tempo de Guerra, com direção de Augusto Boal. O texto baseado em Bertolt Brecht foi motivo de autoritária implicância do Departamento de Ordem Política e Social da ditadura, que o considerou subversivo

pulsante: a ida de centenas de milhares de nordestinos para o Sul e o Sudeste do Brasil, fugindo da miséria, da seca, da falta de trabalho e oportunidades. Em 1966, dentre outros destaques, ressalta-se a sequência de espetáculos a partir de textos de cordel e da relação desse material com a obra de Gil Vicente.

O TEATRO DOS NOVOS: PAUSA NA CRIAÇÃO

Em 1968, ano do AI-5, ocorreu um fato relacionado à montagem de texto de Alcyr Ribeiro Costa, dirigida por Álvaro Guimarães. A estreia de Senhoritas foi proibida pela censura “em todo o território nacional”. Um ensaio geral da peça, realizado para um público de artistas e jornalistas no Teatro Castro Alves, foi invadido pela polícia, que mostrou armas, espancou e prendeu o elenco e outras pessoas presentes. Ao serem liberados, seguiram para o Teatro Vila Velha, onde foi redigido um manifesto de protesto e planejada uma exposição de fotos dos ensaios, feitas por Sérgio Maciel.

As constantes revistas da Polícia Federal aos espectadores, desde o AI-5, afastam o público do Teatro Vila Velha, provocando o cancelamento de pautas por parte das companhias. [...] Além disso, dificulta-se o acesso ao Passeio Público, local onde se situa o Teatro Vila Velha.4

Foi também em 1968 encerrado o ciclo da Sociedade Teatro dos Novos como criadora de conteúdos no Vila. Em abril daquele ano, o grupo estreou a última produção para os palcos com sua assinatura. Stopem/ Stopem teve direção de João Augusto e Haroldo Cardoso para um texto-colagem de João, com fragmentos de Maiakovski, Shakespeare, Joyce, Daniel Defoe, Alexandre Dumas, Pero Vaz de Caminha, Oswald de Andrade, Dalton Trevisan, Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade, dentre outros. O cenário foi assinado por Jameson Pedra e Gilson Rodrigues.

Na montagem considerada revolucionária já não havia sócios do Teatro dos Novos

e intimou a atriz Carmen Bittencourt, administradora do teatro, para depor.

No primeiro aniversário do Teatro Vila Velha, a música foi representada pelo show Nossa Bossa, com o Perna Trio reforçado por Perinho Albuquerque, Tuzé de Abreu e Walmir Oliveira, além das cantoras Maria Eugenia e Judy Spencer. Poemas de Carlos Drummond de Andrade foram lidos por Othon Bastos.

Em novembro – depois de participar com Gil, Bethânia, Gal, Pitti, Tom Zé e Roberto do Arena Canta Bahia, em São Paulo –, Caetano voltou ao Vila Velha para o seu show solo Cavaleiro. Com coreografias executadas por sua namorada, Dedé Gadelha, aluna da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia, o show trazia as músicas Cavaleiro e Samba em Paz, gravadas por ele naquele mesmo ano em seu primeiro compacto.

Em dezembro foi a vez do show da jovem estrela Edu Lobo, com direção de Orlando Senna. No mesmo mês, mais um encontro decisivo no Vila. Trazida pelo onipresente Coqueijo, Sylvinha Telles ensaiava até de madrugada com Perinho Albuquerque e o Perna Trio. Chamado por João Augusto para roteirizar o show, Caetano conheceu a cantora, que no ano seguinte seria sua cicerone no Rio.

“Terminei fazendo uma encenação e pus no palco. Bolei uma iluminação com o pessoal do teatro e resolvi botá-la [Sylvinha] conversando com um boneco daqueles de ventríloquo, que eu manipulava debaixo de uma mesa, para levá-la a falar entre as canções, dar uma certa teatralidade”13, contou Caetano.

A série de apresentações do grupo musical que estreou no Vila só terminou em março de 1966, com Depois do Carnaval, show de Gal Costa em dupla com Pitti, outro que também esteve na peça Eles Não Usam Bleque-Tai. Pitti era passista da Escola de Samba Juventude do Garcia, responsável pelo primeiro ato musical da história do Vila, em agosto de 1964. “Pitti não sambava, ele deslizava”14, derreteu-se Roberto Sant’Ana. Depois do Carnaval encerrou uma jornada

no elenco, apesar de o grupo assinar a produção do espetáculo. Carlos Petrovich, Echio Reis, Othon Bastos, Sonia Robatto e Thereza Sá estavam em outros lugares, seguindo suas carreiras. Carmen Bittencourt, por sua vez, havia decidido se afastar dos palcos, tendo entregue a João Augusto uma carta comunicando isso, na qual relata ter tomado a decisão para cuidar de assuntos familiares. Apesar da carta e de não integrar o elenco de Stopem/Stopem, Carmen seguiu em seu ofício e trabalhos com arte, vez por outra, em projetos e palcos da cidade e continuou a cuidar da administração da Sociedade e do Teatro Vila Velha até 1994.

Sobre Stopem/Stopem, Glauber Rocha escreveu:

Quando vi os ensaios do Teatro de Cordel, disse a João Augusto que sua concepção de cena já estava adiante do Teatro de Arena de São Paulo. João não acreditou muito. Hoje, depois da revolução de José Celso Martinez com Rei da Vela e Roda Viva, toda crítica do Sul pensa que o teatro brasileiro chegou ao máximo. Mas Stopem/Stopem ultrapassa tudo. Ele reconstruiu nossa estrutura estourada e montou um documento vivo, crítico, atuante, agressivo e original da realidade brasileira, de ontem e de hoje. É um teatro ‘teatral’. Não um teatro cinematográfico ou pirotécnico. Um teatro, eu diria, ‘Godardiano’. Uma montagem de fatos e fotos, uma montagem de temas e textos, uma estrutura aberta, uma neo-tropicália.5

EDSON RODRIGUES

iniciada com o Nós, Por Exemplo…, um ciclo que Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa e Tom Zé completaram como grupo e indivíduos. “E esse grupo tinha uma liberdade e uma irmandade muito bonita, inesquecível. Acho que uma fonte, um início de vida artística deslumbrante”15, disse Bethânia.

Em agosto de 1968, em pleno auge do Tropicalismo, Tom Zé voltou a se apresentar no Vila, logo depois do lançamento do LP coletivo Tropicália.

Se os Beatles brotaram no Cavern Club antes de invadirem a América no The Ed Sullivan Show, e a Bossa Nova soou no Beco das Garrafas antes de ecoar no Carnegie Hall, os jovens baianos que ganharam o mundo como tropicalistas e doces bárbaros estiveram primeiro no Vila Velha, num batismo duplo deles e do teatro que Gilberto Gil chamou de “pia batismal dos artistas baianos”.

LUCAS FRÓES

ato 1, cena 2 — o vila do teatro livre
Salão do Museu de Arte Moderna da Bahia
Foto: Maiara Cerqueira

1969— 1979 TeatRO

O VILA Após o dilúvio

O VILA ENTRE A REPRESSÃO E

O DESBUNDE

Com a interrupção de produção artística do Teatro dos Novos, o grupo continuou na administração do teatro, mas seus integrantes buscaram diferentes caminhos profissionais a partir daqueles penúltimos dois anos da década de 1960. O Vila, então, teve que, novamente, repensar seus caminhos. Era uma quadra difícil. O presidente Costa e Silva publicou, em 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5, o AI-5, que foi o mais duro entre os 17 grandes decretos do governo militar, tornando todo o cenário ainda mais espinhoso para as liberdades, o pensamento e, consequentemente, as artes.

É possível dimensionar o quanto os anos 1969 e 1970 foram desafiadores para as artes no Brasil. Quanto mais para um teatro que sempre se impôs pela visão crítica de mundo e pela defesa da liberdade para a criação artística. O momento inóspito asseverou desavenças e impôs dificuldades. João Augusto decidiu levar à frente os projetos do Vila Velha para reanimar o teatro.

Apesar dos constantes obstáculos, o Teatro

Vila Velha continuava abrindo espaço para o novo e o criativo. Em agosto de 1969, com roteiro de Paulinho Boca de Cantor e Galvão, o show musical O Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio Universal fez três apresentações no Vila, marcando a temporada inaugural do coletivo, que se transformou em Os Novos Baianos. No mesmo mês, Tom Zé e Os Trogloditas se apresentaram no teatro.

Também em 1969, o Vila foi palco do primeiro Baile das Atrizes, evento que marcou época na cena artística, cultural e boêmia da Bahia.

O VILA DO TEATRO li vre

2

Nilda Spencer foi a primeira rainha, tendo Gessy Gesse e Sônia dos Humildes como princesas. No ano seguinte, Helena Ignês foi a rainha e, em 1971, Gessy Gesse foi a escolhida para ser homenageada. Em 1972, em fevereiro, Gal Costa assumiu a coroa, no mesmo mês em que apresentou no Vila Velha o show Fa-Tal – Gal A Todo Vapor, que havia estreado em outubro do ano anterior no Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro. Fa-Tal fez da intérprete baiana, mesmo em meio à repressão militar, a maior expressão musical do período de desbunde brasileiro1.

O Baile das Atrizes representou, nessa difícil época e até a década de 1980, um importante suporte financeiro para o Teatro Vila Velha, homenageando e recebendo artistas em festa que antecedia o período carnavalesco. No Vila, foram coroadas rainhas, além das já citadas: Laura Ohara (1973), Sônia dos Humildes (1974), Marina Montini (1975), Wilma de Leonah (1977), Maria Adélia (1978), Baby do Brasil (à época Baby Consuelo, 1979), Tereza Rachel (1980), Elba Ramalho (1981), Dulce Schwabacker (1983), dentre outras. Os valores angariados com as primeiras festas produzidas para o Baile das Atrizes serviam, por exemplo, para ajudar em reparos necessários no prédio do Vila.

A CHUVA E O SALVE O VILA

Aberto diariamente para ensaios, reuniões, planejamentos e espetáculos, o teatro teve que improvisar mais uma vez para continuar. Na última semana de abril de 1971, fortes chuvas atingiram Salvador, causando grandes estragos na cidade. Jornais da época relatam mais de sete mil desabrigados e uma centena de mortes. Uma das paredes do Teatro Vila Velha desabou, destruindo o seu foyer e inviabilizando apresentações. O espetáculo Orin Orixá (Sinfonia dos Orixás), que teve sua estreia em Belo Horizonte, em março, e iria ocupar o Vila no início do mês de maio, teve as apresentações transferidas para o auditório da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia.

Orin Orixá foi um espetáculo que teve textos e direção de João Augusto e Mário Gusmão. Unia teatro, dança e música. Na

O DESEMBARQUE

DOS NOVOS TEMPOS NO VILA:

DOS NOVOS BAIANOS

À TEMPORADA DE VERÃO

Os anos 1960 começaram em preto e branco e terminaram coloridos. E não foi só nas fotografias, mas também na lisergia e no desbunde que contrastavam com a barra pesadíssima da repressão. O Ato Institucional nº5, o famigerado AI-5, era uma espada de Dâmocles colocada sobre as cabeças pensantes.

Na mesma noite em que o homem foi à Lua pela primeira vez, Gil e Caetano se despediram da Bahia no Teatro Castro Alves, bem perto do Vila, antes de rumarem para o exílio. Como numa passagem de bastão, a banda que os acompanhou no show de despedida, Os Leif’s, tinha na bateria e na guitarra os irmãos Jorginho e Pepeu Gomes.

Menos de um mês depois, em 7 de agosto de 1969, Os Leif’s vieram acampar no espaço sideral do Vila no show O Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio Universal. Com eles estavam no palco Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor e Bernadete Dinorah, que ficaria conhecida como Baby Consuelo. Eles ainda não tinham esse nome, mas no fim daquele ano passariam a se chamar Novos Baianos.

“À noite, quando as luzes foram acesas, surgia no ar o disco voador sobrevoando o palco e aterrissando num canto. Em seguida, a portinha do disco foi aberta e o elenco do show saiu por ela pisando o palco como se chegasse pela primeira vez ao nosso planeta. A transa do disco lembra a abertura dos programas de Xuxa”1, escreveu o poeta Luiz Galvão, letrista dos Novos Baianos.

O texto de apresentação do show foi escrito por Caetano Veloso. No espírito de colaboração típico da época, o artista plástico argentino Edigardos Ramón apareceu no Vila e já começou ali mesmo uma transa com o cenário do show, juntando forças criativas com Ivan Mariotti,

parte musical, promovia junções do rock da banda Creme e a música de candomblé com a percussão de alabês. Mário foi o grande protagonista da apresentação, trazendo, mais uma vez, a força de seu talento e de sua ancestralidade para o Vila.

Além da imediata necessidade de reconstrução de seu foyer e realização de várias obras de manutenção, o Vila enfrentava outro problema. Iniciadas obras de recuperação no parque onde está localizado o teatro, o Passeio Público, houve movimentos no Departamento de Parques e Jardins para a retirada do teatro do espaço. Diante da pressão, mais uma vez a comunidade artística baiana se mobilizou a favor do Vila.

O produtor Lázaro Guimarães organizou o show Salve o Vila, reunindo artistas da música baiana. Batatinha, Edil Pacheco, Ederaldo Gentil e os grupos Terminus e Creme foram alguns que responderam ao chamado. O show foi um sucesso de público e também serviu para destacar a importância do Teatro Vila Velha para a vida cultural da Bahia. Sucederam-se matérias e notas em jornais, e, pressionado, o poder público desiste de retirar o Vila do Passeio. No mesmo compasso, o teatro recebe da Secretaria de Educação e Cultura uma verba para sua reforma2, à época em que o governador da Bahia era Antonio Carlos Magalhães. No dia 15 de janeiro de 1972, reformado, o Teatro Vila Velha é reaberto ao público.

Provando mais uma vez sua relevância para as cenas artísticas baiana e nacional, logo depois de reformado, no primeiro mês de 1972, o Vila recebe uma série de shows, começando pelo de Vinícius de Moraes, Toquinho, Maria Creuza e Trio Mocotó. Estava novamente em cena, revigorado, o Teatro Vila Velha.

Em paralelo, a produção de João Augusto ganha novas cores. Em dezembro de 1969, o grupo Teatro Livre da Bahia apresentou no espaço a peça Aquela Garota dos Olhos Grandes. Nascia ali uma relação entre o coletivo e João Augusto. Passados dois anos, João dirigiu o Teatro Livre na peça GRRRRrrrrrr, contando com a banda Creme na parte musical e trazendo no elenco Nilda

que fez uma pintura psicodélica no disco voador de Ramón.

“Outra grande criação de Ramón foi o robô que confeccionou com papelão e que circulou pelo palco com ele dentro. A certa altura do espetáculo, o robô encostou-se em determinado ponto do palco, junto a uma parede de papelão, dando condições para que Edigardos Ramón o deixasse sem que a plateia percebesse, para minutos depois todo o elenco do show destruir o robô ante os olhos do público”2, descreveu Luiz Galvão, que dividiu a direção do espetáculo com o cineasta José Walter Lima e fez o roteiro junto com Paulinho Boca de Cantor.

“Eu me lembro Paulinho vendedor de laboratório, de terno e gravata. E um dia ele me disse que pintou um cara do disco voador que falou pra ele que ele tinha uma missão, que ele ia criar um movimento” 3, disse o tropicalista Rogério Duarte.

Foi no Teatro Vila Velha que os Novos Baianos desembarcaram na música brasileira, numa corrida espacial própria, desbundada, propícia para quem buscava, no espírito do seu tempo, encontrar e ser o mistério do planeta.

BAHIA, ANOS 70

Arembepe, Porto da Barra, Pedra da Sereia, Berlinque, Ponta de My Friend, Janis Joplin em Salvador curtindo com Judy Spencer e Pitti. Os cães e os gorilas rosnam, mas a caravana da contracultura continua passando.

Em 1971, um temporal com consequências trágicas para a cidade fez também uma parede do teatro desabar. Quando o Vila reabriu, seus filhos da década passada voltaram crescidos ao palco em que começaram. Gal, a menina de voz maviosa, voltou a todo vapor com os espetáculos Fa-Tal e Índia.

Em 1974, a Temporada de Verão em Salvador reuniu Caetano, Gil, Gal, Jorge Ben, Luiz Melodia, Jards Macalé, Jorge Mautner e Marcelo Costasantos em uma série de shows que tomou conta do Vila entre 10 de janeiro e 20 de fevereiro, em plena alta estação.

Spencer, Kerton Bezerra, Sônia dos Humildes e Nonato Freire.

Ainda em 1972, em maio, João Augusto retoma um projeto que sempre é lembrado ao se falar da trajetória desse homem de teatro: a encenação de folhetos populares. Leva à cena, em maio, Teatro de Cordel nº 2, que traduzia para o teatro a produção literária dos cordelistas, devidamente creditados no programa. Uma iniciativa que teve marco inaugural com as peças Histórias de Gil Vicente e Teatro de Cordel, de 1966, encenadas pelo Teatro dos Novos, com direção de João Augusto, Othon Bastos, Orlando Senna, Péricles Luiz e Haroldo Cardoso.

Na sequência, o Teatro Livre da Bahia adentra o universo de Jorge Amado, que, cerca de um ano antes, havia tecido elogios à montagem de Teatro de Cordel nº 2:

“Realmente não sei de experiência teatral mais séria entre todas as realizadas no Brasil no último decênio”3, opinou o escritor baiano sobre a montagem. Em 1973, João Augusto assina adaptação e direção de Quincas Berro D´Água, que traz grande elenco e conta com cartaz e programa assinados pelo artista plástico Calasans Neto.

A produção foi de Roberto Sant´Ana, o ex-ator de João Augusto e primo de Tom Zé que, em 1964, produziu o show Nós, Por Exemplo...

O ano de 1974 começou com o Temporada Verão 74, uma programação musical que teve a produção de Guilherme Araújo e José Walter Lima. Entre janeiro e fevereiro, o Vila recebeu shows de Caetano Veloso, Pitti, Luiz Melodia, Jorge Mautner, Jorge Ben (Jor), Jards Macalé, Marcelo Costasantos e Gal Costa, cuja banda contava com Dominguinhos do Acordeon. Meses depois, o Teatro Livre da Bahia traz à cena uma nova investida de João Augusto no universo popular nordestino: o espetáculo Um, Dois, Três, Cordel, outra adaptação para o teatro realizada a partir de uma dezena de cordéis, desta feita em parceria com Haroldo Cardoso. O espetáculo foi apresentado na Feira da Bahia no Ibirapuera (São Paulo), como representação do teatro baiano.

Com João Augusto à frente do Teatro Livre da Bahia, o grupo circulou por diversos

Nas bandas de Gil e Caetano estavam outros habitués daquele palco, como Perna Fróes, os irmãos Perinho e Moacyr Albuquerque, Tutty Moreno e Tuzé de Abreu, que também participou do espetáculo O Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio Universal.

“Eu lembro que Gil falou meu nome durante o show, dizendo que ia cantar uma música a meu pedido”4, diz José Walter Lima, que produziu aquela série de espetáculos com Guilherme Araújo. Trechos dos shows de Caetano, Gil e Gal integraram o LP Temporada de Verão

Na sua estreia na temporada, Caetano subiu ao palco vestido com uma camisa vermelha e um calção branco do Bahia, frente a um público que se espalhava pelo chão do teatro. Nem Gal Costa conseguiu uma poltrona para se acomodar. Sentado numa cadeira azul, Caetano tinha um brinco pequeno e brilhante na orelha esquerda, além de pulseiras nos tornozelos.

Ele ainda se curava da rouquidão adquirida dias antes, na Lavagem do Bonfim, mas o show já havia sido pensado por ele como algo intimista. “Mas nesse show a gente está se testando. Vai parecer mais como um ensaio, é meio fora do esquema de verão, sem nada para esquentar o público”5, disse Caetano.

A sinergia e a proximidade entre a plateia e o público foram uma marca daqueles tempos, como no show que Caetano fez em prol da Anistia, em 1979, e em tantos outros com variados artistas de rock, bossa nova, MPB, música regional, samba, festivais estudantis. O teatro abriu alas também para o mais famoso representante da antiga turma do Elvis Rock Club , que sacudia o Cine Roma: Raul Seixas, que em seu último disco fez galhofa com o Vila na divertida canção Rock’n’Roll .

Em agosto de 1973, um trio de sambistas símbolos da Bahia, formado por Riachão, Panela e Batatinha – este último com raízes na Ladeira dos Aflitos, pertinho do Vila –levou sua arte popular da rua para o palco. “Batatinha era um lorde, sempre gentil e atencioso. Apresentou-me a Riachão e a Panela, também compositores populares, e me comprometi a produzir um show

estados do Brasil e pelo exterior. Em 1977, participou do Festival de Arte de São Cristóvão, de 23 a 25 de setembro. Na cidade sergipana, o Livre apresentou espetáculos em teatro e na rua. A leitura d’Os Fuzis da Senhora Carrar ocupou um teatro de câmara; A Chegada de Lampião no Inferno – Oxente Gente e Felismina Engole Brasa foram duas peças que tiveram sessões na rua. Realizaram também uma oficina de teatro de rua, que deu origem ao grupo sergipano Imbuaça. Em 1978, o Teatro Livre da Bahia participou do Mambembão, projeto do Serviço Nacional de Teatro que proporcionou a grupos selecionados a circulação pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Também fez excursões internacionais com suas criações, em festivais na França, Itália, Colômbia e Venezuela.4

Durante as excursões do Teatro Livre da Bahia, o Vila Velha era ocupado por outros grupos de teatro e por uma programação diversa. Mas não só durante esses períodos. O teatro sempre foi um espaço aberto a muitos outros grupos, consolidados ou iniciantes. Espetáculos de Álvaro Guimarães foram apresentados no teatro, e muitos outros grupos, inclusive o Avelãz y Avestruz, dirigido por Marcio Meirelles, ali fizeram temporadas.

Em 1978, João Augusto montou com o Teatro Livre da Bahia as suas últimas produções. Quis o destino que trabalhasse com dois extremos, como se fosse uma oportunidade para ratificar a genialidade desse diretor, dramaturgo, ator, cenógrafo, figurinista, enfim, desse criador de teatro. Em janeiro, assinou textos e direção de Oxente Gente, Cordel; em novembro, estreou Mulheres de Troia (a partir de Eurípedes, JeanPaul Sartre e Maria do Socorro Matoso), espetáculo que traz sua assinatura na adaptação e direção.

No mesmo ano em que o AI-5 foi revogado, 1979, João Augusto morreu, na tarde de 25 de novembro, devido a um câncer. Era como se o Vila pudesse descansar um pouco de sua tarefa de ser um antídoto à repressão. Era um dia daqueles nos quais ele se acostumou a brilhar. Um domingo.

deles, que chamei de Samba da Bahia , no Teatro Vila Velha” 6, escreveu o produtor Paulinho Lima.

Samba da Bahia virou disco por iniciativa do próprio Paulinho, que aproveitou a estada em Salvador do técnico de som escocês Maurice Hughes para registrar o show.

“Era menção obrigatória, naqueles tempos de fervura cultural, o Teatro Vila Velha, que viu Vinicius de Moraes sem Toquinho, em um show beneficente que dirigi, chamado Vinicius Sois entre as Mulheres. Foi lindo”7, relembra a atriz Gessy Gesse, que foi casada com Vinicius e chegou a ser coroada como rainha no Baile das Atrizes do Vila.

Do início ao fim, o Teatro Vila Velha de João Augusto esteve com as portas abertas para novos e velhos baianos.

LUCAS FRÓES

JOÃO AUGUSTO 1928— 1979 TeatRO

João Augusto Azevedo Filho nasceu no Rio de Janeiro em 1928 e, ao longo dos seus 51 anos de vida, foi autor, ator, diretor, crítico teatral, contrarregra, iluminador, cenógrafo, sonoplasta, figurinista, compositor, entre tantos. Aos nove anos, sua peça O Rei que Virou Jacaré foi encenada no teatro de fantoches da escola. Aos 17 anos, passou a efetivamente acompanhar o movimento teatral do Rio e entrou no Teatro do Estudante do Brasil (TEB), participando pela primeira vez de uma grande montagem, Hamlet. Em fins da década de 1940, João Augusto foi um dos fundadores do Teatro de Fantoches de Brighella e também participou do Teatro 48. Aos 20 anos, adaptou para o teatro o texto A Matrona de Efheso, sua primeira tentativa profissional como autor teatral, peça que foi encenada anos mais tarde.

No início dos anos 1950, João Augusto começou a trabalhar na Rádio Nacional. Concursado como técnico em comunicação social, anos mais tarde foi transferido para o Serviço Nacional de Teatro, para o cargo de professor do Conservatório Nacional de Teatro. Concomitantemente, em 1951, participou da fundação do Teatro O Tablado, com Maria Clara Machado e Eros Martim Gonçalves, dentre outros. Esteve na Bahia, em Salvador e no interior, entre 1952 e 1953, colhendo material para escrever sua peça premiada, A História de Jerônimo e Maria, inspirada em um tema da literatura de cordel. E com o pseudônimo de Didina Guerra venceu o concurso Martins Pena de 1956. Nesse contexto, começou a escrever sobre teatro para jornais do Rio de Janeiro.

Em 1957, recebeu o convite do diretor da Escola de Teatro da Ufba, Martim Gonçalves, para ser professor e dirigir o Departamento de Documentação. Mas, em 1959, em meio a uma série de conflitos entre o corpo discente e Martim, João deixou a Escola de Teatro, junto com um grupo de estudantes. Decidiu permanecer na Bahia, dirigindo o

Teatro dos Novos, o primeiro grupo de teatro profissional do estado.

Se no Rio de Janeiro João Augusto teve sua formação teatral iniciada, foi na Bahia, nas duas décadas seguintes, que ele consolidou e amadureceu o seu ofício, colocando seu nome como uma das grandes figuras das artes cênicas no Brasil. Dirigindo o Teatro dos Novos, em 1964 inaugurou o Teatro Vila Velha. A peça Eles Não Usam Bleque-Tai, sucesso de público e crítica, foi dedicada “aos habitantes dos Alagados, agrupamento aviltante onde moram milhares de baianos”. Segundo João, sua busca era fazer “um teatro crítico, popular e pelo povo”, já que “o teatro é sintoma do que acontece no mundo”.

Ao permanecer no estado, criou um “teatro na Bahia, em lugar de baiano”, que suportava “tudo, graças a Deus e ao Diabo”. Diante da implantação da Ditadura Militar (1964-1985), João Augusto teve censurados trechos de peças e/ou peças integrais, como no caso de Quem Não Morre Não Vê Deus.

Em 1965, João Augusto abriu as portas do Teatro Vila Velha para outras manifestações artísticas, sendo o palco da estreia de muitos “tropicalistas”. João dirigiu espetáculos de poesia e música, como os de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Piti. Com dez anos residindo em Salvador, tornou-se uma figura importante da cena artística da cidade, de tal forma que em 1967 foi convidado para ser o diretor artístico do Teatro Castro Alves, principal equipamento teatral do estado.

Até sua morte, em 1979, João manteve sua atuação artística e de crítico teatral. Para ele, o teatro deveria ser “popular, pelo povo, profissional, político e bonito que não excluía o feio”. João Augusto, “baiano por acaso, hoje por convicção” ou “baiano honorário”, teve sua vida inteiramente ligada à arte e ao teatro. E, quando viajava, dizia sentir “saudades enormes da Bahia – terra maldita. A gente tenta se livrar e não pode. Acho que virei baiano mesmo”.

A arte de João Augusto muito contribuiu para a Bahia e o Brasil, servindo até hoje de inspiração.

CaPtiOnS /imagEs

1. Discovery of oil in Bahia. Newspaper article: `O Ouro Negro do Lobato´.

2. EPUCS map showing the Zoning scheme of Salvador. 1940s. Source: Municipal Historical Archive of Salvador/ EPUCS Fund

3. Aerial photo of the Mataripe Refinery, in the municipality of São Francisco do Conde, Bahia. 1956. Source: Center for Research and Documentation of Contemporary History of Brazil of the Getúlio Vargas Foundation

4. Article from the newspaper `O Momento´ (1945) about the elections for the Constituent Assembly of October 15, 1945. Source: Newspaper `O Momento´

5. Teatro Amador do Puppets, 1947. Facade of the Cine Teatro Guarany. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

6. `A Cigana me Enganou´, 1955. Play by the amateur group Teatro Espírita. In the photo: Echio Reis and unidentified actress. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

7. Teatro Amador do Puppets, 1947. Audience at the Cine Teatro Guarany. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

8. Photo of the artist Genaro de Carvalho finishing the mural `Festas Regionais´, in the restaurant of the Hotel da Bahia. 1950. Source: Pierre Verger Foundation

9. `Amateur Theater in Bahia´, 1960. Article in an unidentified newspaper - Vila Velha Theater Collection

10. Inauguration of the Fine Arts Hall, November 1949. Source: CEDOC A TARDE/Cultural Project

11. Support from the Communist Party of Brazil for Otávio Mangabeira’s candidacy for governor of the state of Bahia, in 1947. Source: CEDOC A TARDE/Cultural Project

12. Centenário Avenue, in the city of Salvador, shortly after its inauguration. 1950s. Source: Salvador Municipal Historical Archive

13. Photo of the newly inaugurated Hotel da Bahia, seen from Passeio Público. 1950s. Source: Salvador Municipal Historical Archive

14. Canela Campus of the Federal University of Bahia. A) School of Pharmacy (now the Institute of Health Sciences); B) School of Law; C) Hospital das Clínicas (now Professor Edgard Santos University Hospital); D) Rector’s Palace; E) School of Nursing; F) Institute of Hispanic Culture (now Institute of Information Sciences); G) Free Music Seminars (now School of Music); H) School of Dentistry; I) Institute of French Culture (now Institute of Public Health). 1960s. Source: UFBA Places of Memory Collection

15. Rector’s Palace of the Federal University of Bahia. 1960s. Source: Municipal Historical Archive of Salvador

16. Drawing of the `Bay Sports Square’, which would later become the Fonte Nova Sports Complex. 1942. Source: Municipal Historical Archive of Salvador/EPUCS Fund

17. Model of an unexecuted project for the Educational Center for Theater Arts - Castro Alves Theater. 1948. Source: Christiani Nielsen Construction Company Collection

18. Anísio Teixeira inside the Work Activities Pavilion of the Escola Parque. 1950s. Source: Carneiro Ribeiro Educational Center

19. Inauguration/Fire of the TCA - July 1, 1958. Source: `Diário de Notícias´ newspaper

20. Castro Alves Theater, on July 11, 1958, two days after the fire. Source: Novonor Collection

21. Hans-Joachim Koellreutter: Music Seminars of the University of Bahia. In the photo: Koellreutter (center) with his students, among them, on the left, Jamary Oliveira; behind him, on the left, Nicolau Kokron, and standing on the right, Lindembergue Cardoso. (undated). Emus-Ufba Archival Fund

22. `The Three Sisters´, 1958. Play by the group A Barca, from the Theater School of the Federal University of Bahia. Text by Anton Chekhov, directed by Gianni Ratto. In the photo: Carmen Bittencourt, Sonia Robatto and Nilda Spencer. Photographer not identified - Vila Velha Theater Collection

23. Martim Gonçalves, 1959. Audience of the Santo Antônio Theater. In the photo: Álvaro Guimarães, Maria da Conceição (Muniz), Cecília Rabelo, Roberto Assis, Dulce Schwabacher, Martim Gonçalves, Robert Bonini, Geraldo Del Rey, Helena Ignez, Glauber Rocha and Sante Scaldaferri. Source: Martim Gonçalves Institute Archive

24. Yanka Rudzka, 1957. Polish dancer and choreographer (center), with her students, Photo: Anthony R Worley - UFBA Dance Memorial Collection

25. Edgard Santos with the Spanish ambassador, Marquis de Prat de Nantouillet, walks along the balcony of the UFBA Rectory. In the background, the Hospital das Clínicas and the School of Nursing (1953)

26. Fire at the Castro Alves Theater, on July 9, 1958. Source: CEDOC A TARDE/Cultural Project

27. Juscelino Kubitschek greets the people at the inauguration of Brasília, in 1960. Photo: Gervasio Batista - Public Archive of the Federal District

28. People on the roof of the National Congress Palace, on the day of the inauguration of Brasília, April 21, 1960, Photo: Thomaz Farkas - Instituto Moreira Salles

29. Construction of the National Congress building, in Brasília. Around 1958. Photo: Marcel Gautherot - Instituto Moreira Salles

30. 1945 elections, on November 19: presidential and Constituent. Source: Newspaper `O Momento´

ACT I

31. Students’ split with Martim Gonçalves. Newspaper article: `Theater Students Resigned from Graduation Ceremony’. Source: `A Tarde’ Newspaper (11/11/1959) - Vila Velha Theater Collection

32. Maria Tereza Goulart and President João Goulart at the Central do Brasil rally, on March 13, 1964. Photo: CPDOCJB/ Folhapress

33. Play `Senhoritas’. Newspaper article about censorship: `Police Invade Castro Alves and Arrest Artists’. Source: `Diário de Notícias’ Newspaper

34. Implementation of the civil-military dictatorship of 1964, on April 1, 1964. Source: CEDOC A TARDE/Projeto Cultural

35. Implementation of the civil-military dictatorship. Repercussion on April 2, 1964. `Goulart in Exile´. Source: CEDOC A TARDE/Cultural Project

36. Photo of Solar do Unhão, headquarters of the Museum of Modern Art of Bahia (MAM), and the recently inaugurated Avenida Contorno. 1960s. Source: Municipal Historical Archive of Salvador

37. Assassination of Marighella, on November 5, 1969. `Marighella Machine-Gunned´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´

38. President Emílio Garrastazu Médici heads to the site of the inauguration of the first stretch of the TransAmazonian highway, in Pará, on November 27, 1972. Source: Folhapress

39. Redesign of Sergio Bernardes’ Plan for the Aratu Industrial Center, 1967. Source: Bernardes, Sergio. Master Plan for the Aratu Industrial Center. Salvador: Government of the State of Bahia, 1967

40. Aerial photo of Avenida Paralela, in Salvador. 1970s. Source: `Bahia. Bahia builds its future without destroying its past´. (Booklet). Salvador. Government of the State of Bahia, 1975. Photo: Bruno Furrer.

41. Mapping prepared by Marcio Meirelles and Nivaldo Andrade. Document produced based on the cadastral survey of Salvador, published by the city government in 1955, and the aerial photogrammetric survey of Salvador from 1947 - Teatro Vila Velha Collection

42. Letter to Governor Juracy Magalhães (page 1). Teatro Vila Velha Collection

43. Letter to Governor Juracy Magalhães (page 2). Teatro Vila Velha Collection

44. Transfer of area of Passeio Público. Teatro Vila Velha Collection

45. Demarcation of land to be donated to Teatro dos Novos. Vila Velha Theater Collection

46. Loan Agreement. Vila Velha Theater Collection.

47. Project for a small, collapsible theater. Vila Velha Theater Collection

48. Vila Velha Theater, 1964. Unidentified photographerVila Velha Theater Collection

49. Vila Velha Theater, 1964. Unidentified photographer. Teatro Vila Velha Collection

50. Teatro Vila Velha, 1964. Unidentified photographerTeatro Vila Velha Collection

51 to 58. Teatro Vila Velha at different times during its construction and recently inaugurated, 1964. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

59. Stage plan of the original project for Teatro Vila Velha,

on tracing paper - Teatro Vila Velha Collection

60. 1:200 scale plan of the foyer and garden of Teatro Vila Velha, in Passeio Público, on tracing paper, with notes by Silvio Robatto - Teatro Vila Velha Collection

61. Longitudinal section of the original project for Teatro Vila Velha, drawn in pen, with lighting study - Teatro Vila Velha Collection

62. Longitudinal section of the original project for Teatro Vila Velha, drawn in pen, with lighting study - Teatro Vila Velha Collection

63 to 66. Teatro Vila Velha, recently inaugurated, 1964. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

67. `Story of the Passion of the Lord´, 1961. Play with dramaturgy and staging by João Augusto. In the photo: Echio Reis and cast. Photo: Silvio Robatto - Teatro Vila Velha Collection

68. `Story of the Passion of the Lord´, 1961. Booklet with dates of performances of the play with dramaturgy and staging by João Augusto - Teatro Vila Velha Collection

69. `Auto do Nascimento´, 1959. Text by Sonia Robatto and directed by João Augusto. In the photo: Nevolanda Amorim, Yeda Rodrigues, Carmen Bittencourt, Echio Reis, Mário Gadelha, Sonia Robatto, Carlos Petrovich, Castro Negrão and Gileno Pinho. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

70. `Auto do Nascimento´, 1959. Play poster - Teatro Vila Velha Collection

71. `Os Fuzis da Senhora Carrar´, 1961. Dramatic reading of the text by Bertolt Brecht, held at the Clube Social Filhos de Apolo, in Santo Amaro/BA. In the photo: actors from Teatro dos Novos (back to back); Maria Bethânia and Dona Canô (in the audience, on the left). Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

72. `Os Fuzis da Senhora Carrar´, 1961. Dramatic reading of the text by Bertolt Brecht, held at the Clube Social Filhos de Apolo, in Santo Amaro/BA. Advertising brochure - Teatro Vila Velha Collection

73. `Fluft, o Fantasminha´, 1961. Text by Maria Clara Machado, directed by João Augusto. In the photo: Fernando Marcos (Froes), Martha Overbeck and Sonia Robatto. Photographer not identified - Teatro Vila Velha Collection

74. `Fluft, the Little Ghost´, 1961. Program of the play. Text by Maria Clara Machado and directed by João Augusto - Teatro Vila Velha Collection

75, 76, 78 - `Old Brazil´, 1961. Program of the play. Texts by Mattos Moreira, Machado de Assis and Bartolomeu de Guimarães. Directed by Othon Bastos and João Augusto - Vila Velha Theater Collection

77. `Fluft, the Little Ghost´, 1961. Program of the play. Text by Maria Clara Machado and directed by João Augusto - Vila Velha Theater Collection

79. `Old Brazil´, 1961, in the city of Nazaré das Farinhas. Texts by Mattos Moreira, Machado de Assis and Bartolomeu de Guimarães. Directed by Othon Bastos and João Augusto. In the photo: teenagers from the city, Carlos Petrovich, Mário Gadelha and Carmen Bittencourt. Unidentified photographerVila Velha Theater Collection

80. `Old Brazil´, 1961. Trip of the Teatro dos Novos and friends to present the play in the city of Nazaré das Farinhas. In

the photo: Nevolanda Amorim and the couple José and Zuleide Collier (in the first row); Lia Robatto, Mário Gadelha, (Maria Francisca), Thereza Sá and Sonia Robatto (in the second row); Martha Overbeck, Carmen Bittencourt (in the third row); Carlos Petrovich (standing). Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

81. `Old Brazil´, 1961. Cast of the play that featured texts by Mattos Moreira, Machado de Assis and Bartolomeu de Guimarães; directed by Othon Bastos and João Augusto. In the photo: Carlos Petrovich, Carmen Bittencourt, Echio Reis, Maria Francisca (Thereza Sá), Martha Overbeck, Nevolanda Amorim and Othon Bastos. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

82. `The Enchanted Coat´, 1960. Program of the play. Text by Lúcia Benedetti and directed by Carlos Petrovich – Vila Velha Theater Collection

83. `The Enchanted Coat´, 1960. Presentation of the play in Mata Escura, a neighborhood on the outskirts of Salvador. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

84. `The Enchanted Coat´, 1960. Program of the play - Vila Velha Theater Collection

85. Construction of the Vila Velha Theater, 1963. Newspaper article: `A Theater is Born on the Passeio Público´ - `RDN´ (11/17/1963) - Vila Velha Theater Collection

86, 87. Construction of the Vila Velha Theater, 1961. Photo of the assembly of the metal structure. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

88. Construction of the Teatro Vila Velha, 1963. Feijoada da Cumeeira, an event held by Teatro dos Novos to celebrate a stage in the construction of the Teatro Vila Velha. In the photo: Othon Bastos (center); Olga Maimone (in the background, serving the feijoada). Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

89. Galeria Oxumaré, 1960s - Unidentified photographerTeatro Vila Velha Collection

90. Construction of the Teatro Vila Velha, 1964. Construction of the stage of the Teatro Vila Velha. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

91. Inauguration of the Vila Velha Theater, 1964. Newspaper article: `For the First Theater of the City, the First Name of Bahia: Vila Velha´ - newspaper `Diário de Notícias´ (05/24/1964) - Vila Velha Theater Collection

92. `The Farce of Master Pedro (or Pathelin)´, 1961. Program of the play - Text by an unknown author, directed by João Augusto, set design by Carlos Bastos - Vila Velha Theater Collection

93. `The Farce of Master Pedro (or Pathelin)´, 1961. In the photo: Othon Bastos. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

94, 95. Chair Campaign, 1962. Pamphlet for the campaign to buy chairs for a disused movie theater in the city of Santo Amaro, in the interior of Bahia - Teatro Vila Velha Collection

96. Receipt for payment of compensation for the absence of an actor, 1963. The receipt lists the agreement between filmmaker Glauber Rocha and actor Othon Bastos to make the film `Deus e o Diabo na Terra do Sol´. Notebook `Companheiro´ with several notes - Teatro Vila Velha Collection

97. `A Paixão Segundo os Retirantes´, 1965, a play written

and directed by João Augusto. Poster/Program - Vila Velha Theater Collection

98. Promotional banner of the Vila Velha Theater, 1966. Print on fabric - Vila Velha Theater Collection

99. Dance School of the University of Bahia, 1964. Modern dance presentation in the period after the inauguration of the Vila Velha Theater. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

100 and 104. Samba School `Juventude do Garcia´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (03/17/1972) – Vila Velha Theater Collection

101. `They Don’t Use Bleque-Tai´, 1964/1965. Text by Gianfrancesco Guarnieri, directed by João Augusto. In the photo: samba dancers from the `Juventude do Garcia´ Samba School´. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

102. Opening of the Teatro Vila Velha, on July 31, 1964. Audience at the entrance to the theater. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

103. Opening of the Teatro Vila Velha, 1964. General photo of the retrospective exhibition of the history of Teatro dos Novos. On the lower left of the photo, in the middle of a group of five people, it is possible to identify João Augusto, in a dark suit. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

105. `Estórias de Gil Vicente´, 1966. Playwright and director by João Augusto. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

106. `Auto dos Físicos´, one of the texts performed in the play `Estórias de Gil Vicente´, 1966. Dramaturgy and direction by João Augusto. In the photo: Wilson Melo, Carmen Bittencourt, Fernando Peltier (standing) and Alberto Luís Viana (lying down). Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

107. `Todo Mundo e Ninguém´, one of the texts performed in the play `Estórias de Gil Vicente´, 1966. Dramaturgy and direction by João Augusto. In the photo: Marta Overbeck and Mário Gusmão. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

108. `A Chegada de Lampião no Inferno´, one of the texts performed in the play `Estórias de Gil Vicente´, 1966. In the photo: Alberto Luís Viana and Mário Gusmão. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

109. Teatrinho Chique-Chique, 1965. In the photo: Maria Manuela and the character Dona Antônia’s puppet. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

110. `Teatro de Cordel´, 1966. Dramaturgy and direction by João Augusto. In the photo: Maria Manuela and Martha Overbeck. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

111. `Stopem/Stopem´, 1968. Text collage and direction by João Augusto and Haroldo Cardoso. In the photo: Paula Martins and part of the cast (unidentified). Unidentified photographerTeatro Vila Velha Collection

112. `Stopem/Stopem´, 1968. Text collage and direction by João Augusto and Haroldo Cardoso. In the photo: Yumara Rodrigues and Cilene Guedes. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

113. Inauguration of the Vila Velha Theater, 1964. Symphony Orchestra of the University of Bahia (OSUFBA), conducted by Sergio Magnani. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

114. `Northeast Exhibition´, 1963, which inaugurated the Museum of Popular Art, in Solar do Unhão. Photographer: A. Guthmann - Source: © Instituto Bardi / Casa de Vidro

115. Scenic architecture designed by Lina Bo Bardi for the `Threepenny Opera´, by Bertold Brecht and Kurt Weil, staged by Martim Gonçalves at the Castro Alves Theater, which had burned down in the early hours of July 9, 1958, five days before opening to the public. Author: A. Guthmann - Source: ©Instituto Bardi / Casa de Vidro

116. Inauguration of the Vila Velha Theater, 1964. Detail of the retrospective exhibition of the history of the Teatro dos Novos, on the opening night. Unidentified photographerVila Velha Theater Collection

117. João Augusto in a photocollage with records of actions and shows put on by him after 1964. Unidentified photographers - Vila Velha Theater Collection

118. Ondina Palace, official residence of the Governor of Bahia from 1967 onwards. Photo from April 26, 1991. Source: Salvador Municipal Historical Archive

119. `They Don’t Use Bleque-Tai’, 1964/1965. Text by Gianfrancesco Guarnieri, directed by João Augusto. In the photo: Othon Bastos (back), Mário Gadelha, Fernando Barros, Wilson Melo, Mário Gusmão, Fernando Lona, Maria Manuela, Robernival Ribeiro (Pitti) and samba dancers from the Juventude do Garcia Samba School. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

120. `They Don’t Use Bleque-Tai’, 1964/1965. Text by Gianfrancesco Guarnieri, directed by João Augusto. In the photo: Mário Gusmão, Sonia Robatto, Carmen Bittencourt, Fernando Lona. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

121. `They Don’t Use Bleque-Tai’, 1964. Typography advertising the play. Text by Gianfrancesco Guarnieri, directed by João Augusto - Teatro Vila Velha Collection

122. Advertisement by the Government of the State of Bahia showing the contours of the land where the Bahia Convention Center would be built. Source: `Revista Aratu´, 1976

123, 124. Aerial photos of the Bahia Administrative Center during its construction. 1970s. Photo: Bruno Furrer. Source: `BAHIA. Bahia Builds Its Future Without Destroying Its Past´ (booklet). Salvador: Government of the State of Bahia, 1975

125. Iguatemi Shopping Center, now known as Shopping da Bahia, shortly after its inauguration in 1975. Source: Novonor Collection

126. Salvador Bus Station, when it had just been inaugurated, in a photo from 1974. Source: Novonor Collection

127. `Nós, Por Exemplo...´, 1964. Musical show directed by Caetano Veloso, Gilberto Gil and Roberto Sant’Ana. In the photo: Djalma Correia, Perna Fróes, Fernando Lona, Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Maria Bethânia and Alcyvando Luz - Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

128. `Nós, Por Exemplo...´, 1964. In the photo: audience, with Calasans Neto (center), Auta Rosa and Dona Mariá, Gal Costa’s mother (bottom left). Unidentified photographerConceição and Orlando Senna Collection

129. `We, For Example...´, 1964. In the photo: Gilberto Gil.

Unidentified photographer - Conceição and Orlando Senna Collection

130. `We, For Example...´, 1964. In the photo: Tom Zé during a rehearsal. Unidentified photographer - Conceição and Orlando Senna Collection

131. `We, For Example...´, 1964. In the photo: Alcyvando Luz and Perna Fróes. Unidentified photographer - Conceição and Orlando Senna Collection

132. `We, For Example...´, 1964. In the photo: Gal Costa. Unidentified photographer - Conceição and Orlando Senna Collection

133. `We, For Example...’, 1964. In the photo: Gilberto Gil and Gal Costa. Photographer not identified - Conceição and Orlando Senna Collection

134. `We, For Example...’, 1964. Program of the show directed by Caetano Veloso, Gilberto Gil and Roberto Sant’Ana - Vila Velha Theater Collection

135. Inauguration of the Vila Velha Theater, 1964. Invitation to the retrospective exhibition on the trajectory of the Sociedade Teatro dos Novos - Vila Velha Theater Collection

136. Reopening of the Vila Velha Theater. Newspaper article: `December Will Mark the Return of Vila Velha to General Joy’. Source: `Diário de Notícias’ Newspaper (10/20/1971)

137. `Gal-Fatal’. Newspaper article: `Gal Costa’. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (01/29/1972)

138. The end of AI-5. Newspaper article: `For Admiral, the End of AI-5 Brings Stability´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (01/06/1979)

139 `Actresses’ Ball´. Newspaper article: `Today the Actresses’ Ball at Vila with Many Starlets´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (02/11/1972)

140. Carnival Queen. Newspaper article: `The Queen’s Show Today at Vila´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (02/02/1972)

141. Reopening of the Vila Velha Theater. Newspaper article: `Vila Velha is Coming with New Hits´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (01/15/1972)

142. Poster for the play `A Nova Helena & O Vaso Suspirado´, 1967, which brought together two texts by Francisco Pereira da Silva. Directed by Haroldo Cardoso - Teatro Vila Velha Collection

143. Last show by Caetano Veloso and Gilberto Gil in Salvador before leaving for exile. Newspaper article: `Farewell of Caetano and Gil at Canto de Vai Simbora´. (07/19/1969). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

144. Gal Costa in a photo from 1974, in a show performed during the Summer Season program, held at Teatro Vila Velha. Photo: Eva Cristina (Evinha)

145. `Oxente Gente, Cordel!´. Play written and directed by João Augusto. In the photo, produced between 1977/78: Braulio Tavares, Zelito Miranda, Roberto Mendes and Raimundo Sodré. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

146. `Gracias A La Vida´, 1976. Play by the Teatro Livre da Bahia group, with text by Isaac Charcón and directed by João Augusto. In the photo: Harildo Déda and Bemvindo Sequeira. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

147. `Cordel 3´, 1972. Cast of the play by the Teatro Livre da Bahia group, written and directed by João Augusto. In the photo: Zelito Miranda, Wilson D’Argolo, Harildo Deda, Bemvindo Sequeira, Moisés Augusto, Maria Adélia, Jurandir Ferreira, Marise Castro, Olga Maimone, Normalice Souza, Sonia Medeiros (top); João Augusto (lower part, from the side), Francisco de Paula, Fernando Lona, Thereza Sá, Waldemar Nobre (lower part). Unidentified photographerTeatro Vila Velha Collection

148. `Cordel 3´, 1975. Poster for the presentation of the Teatro Livre da Bahia group at the Giornata Internazionale dello Espetacolo, Rome/Italy. On the poster, Jurandir Ferreira - Teatro Vila Velha Collection

149. `Filismina Engole Brasa´, 1977. Text by João Augusto and direction by Bemvindo Sequeira for a street/cordel show. In the photo: Maria Adélia (center). Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

150. `Gracias a la Vida´, 1976. Play by the Teatro Livre da Bahia group with text by Isaac Charcón and direction by João Augusto. In the photo: João Augusto, Maria Adélia, Normalice Souza, Moisés Augusto, Vilma de Leonah. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

151. Teatro Livre da Bahia - Cordel Theater Procession on the Street, in 1977. In the photo: Harildo Déda, Zelito Miranda, Sônia dos Humildes and Bemvindo Sequeira. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

152. `Quincas Berro D ́Água´, 1976. Adaptation and direction by João Augusto of the book by Jorge Amado. In the photo: Wilson Melo and cast. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

153. `Quincas Berro D ́Água´, 1976. In the photo: Harildo Déda, Sônia dos Humildes, Nilda Spencer, Bemvindo Sequeira, unidentified actor, Normalice Souza and Zizi Possi. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

154. `Baile das Atrizes´, the year Wilma de Leonah was the queen (1977). Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

155. Partial collapse of the Vila Velha Theater foyer, 1971. Newspaper article about the rains in Salvador: `There are seven thousand homeless people´ - `Diário de Notícias´ newspaper (04/29/1971) - Vila Velha Theater Collection

156. Poster for Tom Zé’s show with the musical group Os Trogloditas, in 1969 - Vila Velha Theater Collection

157. Poster from 1974 with the Vila Velha Theater logo, the Sol do Vila. The brand was created by the artist Calasans Neto - Vila Velha Theater Collection

158. Poster for the `Summer Season´, 1974 - Vila Velha Theater Collection

159. `Samba da Bahia´, 1973. Cover of the album by Riachão, Batatinha e Panela, recorded at the Vila Velha Theater. Art by Gilson Rodrigues. Photos: Evandro Texeira

160. `Quincas Berro D ́água´, 1972. Poster created by Calasans Neto for the first production of the play, which was adapted and directed by João Augusto based on the book by Jorge Amado - Teatro Vila Velha Collection

161. `Oxente Gente, Cordel!´, 1978. Poster for the play written and directed by João Augusto - Teatro Vila Velha Collection

162. Poster for the show `Off-Sina Pombas, Bahia´, 1977.

Directed by João Augusto - Teatro Vila Velha Collection

163. `GRRRRrrrrrrr´, 1971. Poster for the first play directed by João Augusto for the Teatro Livre da Bahia group - Teatro Vila Velha Collection

164. Letter from Carmen Bittencourt to João Augusto, dated 1968 - Teatro Vila Velha Collection

165. Letter from João Augusto to Manuel Veiga on the partial collapse of the foyer of the Vila Velha Theater due to the rains that fell in Salvador in 1971 - Vila Velha Theater Collection

166. Edil Pacheco, Riachão, Batatinha and Ederaldo Gentil at the time of the show and recording of the album `Samba da Bahia´, 1973. Photo: Arlete Soares

167. `Night for Amnesty´. Newspaper article announcing the show: `Fagner, Gil, Tom Zé, Cae and Other Values Sing for Amnesty´ (07/02/1979). Source: `Correio da Bahia´ newspaper

168. `Mulheres de Tróia´, 1978. Play by the Teatro Livre da Bahia group, with text and direction by João Augusto. Photo: Mario Cravo Neto - Teatro Vila Velha Collection

169. `Women of Troy´, 1978. Play by the Teatro Livre da Bahia, with text and direction by João Augusto. In the photo: Yumara Rodrigues, Maria Adélia, Arly Arnaud, in the center, flanked by Jacinta Ferraz, Luci Ball, Maria Celeste, Raimunda Lee and Zoila Barata Photo: Mario Cravo Neto - Teatro Vila Velha Collection

170 to 172 – João Augusto, in the 1970s, in Salvador, BahiaUnidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

173 - `Pluft, the Little Ghost´, in a production by the Teatro O Tablado group (1955), text and direction by Maria Clara Machado. In the photo: João Augusto, Eddy Resende Nunes and Roberto de Cleto - Unidentified photographer - O Tablado Collection

174 – `Pluft, the Little Ghost´, in a production by the Teatro O Tablado group (1955), text and direction by Maria Clara Machado. In the photo: Carmem Sylvia Murgel, Kalma Murtinho, João Augusto, Roberto de Cleto, Eddy Resende Nunes and Vânia Velloso Borges - Unidentified photographer - O Tablado Collection

175 - `Pluft, the Little Ghost´, in a production by the Teatro O Tablado group (1955), text and direction by Maria Clara Machado. In the photo: Roberto de Cleto, Eddy Resende and João Augusto - Unidentified photographer - O Tablado Collection

176 - `Pluft, the Little Ghost´, in a production by the Teatro O Tablado group (1955), text and direction by Maria Clara Machado. In the photo: Eddy Resende Nunes, João Augusto, Roberto de Cleto and Emílio de Mattos - Unidentified photographer - O Tablado Collection

177 – The actor Othon Bastos, in 1961, in front of Carlos Bastos’ set for the play `A Farsa do Mestre Pedro (ou Panthelin)´, directed by João Augusto - Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

178. João Augusto. Newspaper article about his career: `Thanks to God and the Devil Theater Here Supports Everything´. Source: `Jornal da Bahia´ (26 and 27/11/1972)

179 to 188 – João Augusto traveling around Brazil and the world, in the 1970s, with the Teatro Livre da Bahia groupUnidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

189 – In the city of Santo Amaro, 1960 (?). From left: Rodrigo

Velloso, Wilson Melo, João Augusto, Othon Bastos and Mário Gadelha – Photographer not identified – Teatro Vila Velha Collection

190 – Photo from the early 1960s. From left: João Augusto, Carmen Bittencourt, Echio Reis and Sonia Robatto –Photographer not identified – Teatro Vila Velha Collection

191 - In the window of the Teatro Vila Velha office (early 1960s)

192 to 197 - In the rehearsals for “Gracias a la Vida” (1977)

198 to 203 – Born in Rio de Janeiro, João Augusto worked and lived in Bahia during the last 22 years of his life, training young artists, creating shows, and contributing decisively to the development of the arts, especially theater. In 1964, he saw the opening of the Vila Velha Theater, a project that he was the fundamental promoter and creator of, from its first idea to its realization and subsequent consolidation. On November 25, 1979, João Augusto died of cancer in Salvador, the city he adopted as his home and the place for his various artistic creations, which from there crossed borders in Brazil and the world.

204 to 206.- Clippings from different newspapers announcing and reporting on João Augusto’s death in 1979. Source: Vila Velha Theater Collection

207 – João Augusto at the Vila Velha Theater - Vila Velha Theater Collection

208 - Written in João Augusto’s own handwriting on the back of photo 207 - Vila Velha Theater Collection

INTERMEZZO

209. `The Women’s Revolution´, 1983. Text by Aristophanes and directed by Echio Reis. In the photo: Walri Reis, Marco Bahia and Carlos Tavares. Photo: Carlos Rizério - Vila Velha Theater Collection

210. Poster for the play `Little Red Riding Hood’s Mischief’, 1985, with text by Ivone Leão Ladeia and directed by Jorge Lírio and J. Mendes - Vila Velha Theater Collection

211. Poster for the play `O Menino Maluquinho’, 1985. Adapted by Marcos Antônio Rodrigues and directed by Adelaide Amorim - Vila Velha Theater Collection

212. Poster for the play `Festival dos Vegetais’, 1985. Text and directed by Wilson da Rocha Besnosik - Vila Velha Theater Collection

213. Poster for the play `Encantado’, 1987. Text by Roberto Trujillo and Edwaldo Franciolli, directed by Roberto TrujilloVila Velha Theater Collection

214. `Cinderella, the Cinderella’, 1983. Costume design for a character in the play written and directed by Echio Reis. Photo: Carlos Rizério - Vila Velha Theater Collection

215. ‘The Aunts’, 1983. Text by Aguinaldo Silva and Doc Comparato, directed by Echio Reis. In the photo: Leonel Amorim, Regina Lúcia, Narcival Rubens, Di Paula, Geraldo Portela, Zezão Pereira. Photo: Carlos Rizério - Vila Velha Theater Collection

216. ‘Cinderella, the Cinderella’, 1983. Text and directed by Echio Reis. In the photo: Andréa Reis and Guilherme Thorbilla. Photo: Carlos Rizério - Vila Velha Theater Collection

217. ‘Cinderella, the Cinderella’, 1983. In the photo: drawing by Echio Reis for Cinderella’s costume. Photo: Carlos RizérioTeatro Vila Velha Collection

218. Poster announcing a show by the bands Moisés Ramsés, Guerra Fria and Dever de Classe, in 1987, at the UFBA School of Architecture - Williams Martins’ personal collection

219. `The Earth Owns Everything’, 1988 - Poster for the Bule Bule show – Teatro Vila Velha Collection

220. Election of João Durval. Newspaper article: `João Durval is Elected: A Landslide Victory’ (11/17/1982). Source: Newspaper `Correio da Bahia´

221. Set of commercial buildings designed by Fernando Peixoto in the Cidadela subdivision, in Salvador, and built in the second half of the 1980s - Source: Fernando Peixoto Architect Collection

222. Creation of Secult - July 16, 1987. Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

223. Photo of Casa do Comércio in 1990, two years after its inauguration. Source: Casa do Comércio Collection - SESC Bahia

224. Current photo of Casa do Benin, designed by Lina Bo Bardi and inaugurated in 1988 - Photo: Nivaldo Andrade, 2024

225. Set of buildings on Ladeira da Misericórdia, restored by Lina Bo Bardi as part of the project to recover the Historic Center of Salvador. 1980s - Source: © Instituto Bardi / Casa de Vidro

226. Photo of the model of the Lapa Transfer Station, in Salvador, opened in 1982 - Source: Instituto João Filgueiras Lima – Lelé

227. Rua do Maciel de Baixo shortly after the requalification of the Historic Center of Salvador, carried out in the first half of the 1990s. Photo: Arlete Soares

228. Lina Bo Bardi and Gilberto Gil with the model of the stairs of the Gregório de Mattos Theater. 1980s. Photo: Luiz PradoCollection: © Instituto Bardi / Casa de Vidro

229. Thomé de Souza Palace, headquarters of the City Hall of Salvador, in a 1986 photo, during its construction - Source: Municipal Historical Archive of Salvador 230. Newspaper article reports the news that the Vila Velha Theater would be administered by the Cultural Foundation of the State of Bahia. `Vila Velha Will No Longer Be a Space for Free Creation´ - `Jornal da Bahia´ (12/29/1983) – Teatro Vila Velha Collection

231. Correspondence from the Teatro dos Novos Society to the Bahia State Cultural Foundation (1987) requesting payment of the insurance that had not been paid over the previous three years - Teatro Vila Velha Collection

232. Correspondence from Eduardo Cabús, director of DEPAT, to the President of the Bahia State Cultural Foundation, in 1987, requesting payment of debts on behalf of Teatro Vila VelhaTeatro Vila Velha Collection

233. Correspondence from the Teatro dos Novos Society, signed by Sandra Berenguer (1987), requesting cancellation of the agreement with the Bahia State Cultural FoundationTeatro Vila Velha Collection

234. Agreement Termination Agreement with the Bahia State Cultural Foundation (1987) - Correspondence from the Department of Theater of FUNCEB to the Secretary of Culture

- Vila Velha Theater Collection

235. New Constitution. Newspaper article: `The Constitution Came to Be Obeyed´ (10/06/1988). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

236. Death of Tancredo Neves. Newspaper article: `Tancredo Now Rests in Peace´ (04/25/1985). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

237. Direct Elections Now. Newspaper article: `Monster Rally for Direct Elections´ (04/11/1984). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

238. Election of Waldir Pires. Newspaper article: `Wladir Guarantees Government for the Humble´ (11/19/1986). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

239. Painted Faces. Newspaper article: `Popular Demonstrations Against Corruption´ (08/15/1992). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

240. Carandiru Massacre. Newspaper article: `Rebellion Ends with More than 100 Deaths´ (10/04/1992). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

241. Election of Fernando Collor. Newspaper article: `Collor Becomes President´ (12/19/1989). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

242. Inauguration of Lídice da Mata. Newspaper article: `Lídice Will Take Over City Hall with a Debt of US$ 500 Million´ (01/02/1993). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

243 – Carandiru Massacre. Newspaper article reports on the massacre: `Governor Admits That Police Action Was Criminal´ (10/08/1992). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

244. `Awakening to Sex´, 1989 - Advertising photo for the play by JF Produções Artísticas Ltda., produced with text by Carlos Figueiredo and directed by José Carlos Silva. In the photo: Sandra Lins, Diego Chaves, Marlete Camargo, Alex Ribeiro - Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

245. `Taras de uma Médica´, 1989. In the photo: unidentified actress and Ary Santiago - Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

246. `As Filhas da Mãe´, 1987 - Poster of the play produced by Nilton Raman - Vila Velha Theater Collection

247. Punks no Vila. Cultural Supplement of the `Jornal da Bahia´ (03/08 and 03/09/1987): `Punk the Other Side of Axé´ - Williams Martins’ personal collection

248. `Enfim Solos´, 1992 - Poster for the show by Arrigo Barnabé and Itamar Assunção – Vila Velha Theater Collection

249. Shirt of the band Cólera, 1987 - Williams Martins’ personal collection

250. Shirt of the band Dever de Classe, 1987 - Williams Martins’ personal collection

251 to 255. Photos of the show by the band Camisa de Vênus at the Vila Velha Theater, 1982 - Vila Velha Theater Collection

ACT II

256. Plano Real. Newspaper article: `The Exchange of the Cruzeiro for the Real Is Now Ready´ (03/07/1994). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

257. June Protests. Newspaper article: `Military Police Reacts to the Invasion of a Terminal with Bombs´ (06/12/2013). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

258. Reelection of FHC. Newspaper article: `FHC Enjoys Victory in Bahia´ (10/10/1998). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

259. June Protests. Newspaper article: `Wave of Protests´ (06/21/2013). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

260. Election of Lula. Newspaper article: `Luiz Inácio Lula da Silva is Elected´ (10/28/2002). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

261. Impeachment of Dilma. Newspaper article: `Dilma Says She Is Innocent and That the Solution Will Be a `Coup´´ (08/30/2016). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

262. Election of Jaques Wagner. Newspaper article: `Wagner Surprises and Is Elected Governor´ (10/02/2006). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

263. Arrest of Lula. Newspaper article: `Lula Surrenders to the Federal Police After Political Act in São Paulo´ (04/08/2018). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

264. Election of Bolsonaro. Newspaper article: `With 55.13% of the Votes, Bolsonaro Wins´ (10/29/2018). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

265. Assassination of Marielle Franco. Newspaper article: `Murder of Marielle Sparks Outrage in the Country and the World´ (03/16/2018). Source: Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

266. Brumadinho Tragedy. Newspaper article: `Minas Gerais Returns to Living a Nightmare of Mud´ (01/26/2019). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

267. Coronavirus Pandemic. Newspaper article: `World Health Organization Declares Coronavirus Pandemic´ (03/12/2020). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

268. Death of indigenous rights activist Bruno Pereira and journalist Dom Phillips. Newspaper article: `PF Confirms Deaths of Journalist and Indigenous Rights Accomplished with Great Violence´ (06/16/2022). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

269. Parliamentary Elections. Newspaper article: `PL Elects Largest Bench in the Chamber of Deputies and Senate´ (10/04/2022). Source: Newspaper `A Tarde´

270. Attempted Coup d’état. Newspaper article: `Bolsonaristas Attack the Country´ (01/09/2023). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

271. Parliamentary Elections. Newspaper articles report on the successful candidacies of indigenous people and trans women (10/04/2022). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

272. Tragedy in Rio Grande do Sul. Newspaper article: `Rains in RS Cause at Least 116 Deaths´ (05/11/2024). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

273. Lula’s inauguration. Newspaper article: `The Inauguration of Democracy´ (01/02/2023). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

274. Photo (2012) of Brotas Station, Salvador Metro, on Line 1 - Source: wikipedia.Org

275. Photo (2019) of CAB Station of Salvador Metro, on Line 2. Source: wikipedia.Org

276. Photo (2016) of the Castro Alves Theater’s Acoustic Shell, after its reopening. Photo: Rosilda Cruz - Source: Secult Bahia

277. Aerial photo of the Sarah Network Technology Center. On the left, you can see the hospital factory for the locomotor system, installed in Salvador between 1992 and 1994; on the right, the Sarah Kubitschek Hospital, at the top of the hill. Projects by architect João Filgueiras Lima, known as Lelé. Source: Instituto João Filgueiras LimaLelé

278. Ground floor plan, on a scale of 1:200, from the first version of Carl von Hauenschild’s project for the renovation of the Vila Velha Theater, 1995 - Vila Velha Theater Collection

279. Floor plan of the audience and stage in the first version of Carl von Hauenschild’s project for the renovation of the Vila Velha Theater, 1995 - Vila Velha Theater Collection

280. Ground floor plan of Carl von Hauenschild’s final project for the renovation of the Vila Velha Theater, 1996Vila Velha Theater Collection

281. Longitudinal section of Carl von Hauenschild’s final project for the renovation of the Vila Velha Theater, 1996Vila Velha Theater Collection

282. Photograph of the Vila Velha Theater from Gamboa de Cima Street, with the curved wall of the Cabaré dos Novos visible in the foreground, 1998 - Vila Velha Theater Collection

283. Initial stage of construction of the new foyer block and Cabaré dos Novos at the Vila Velha Theater, 1996. Photo: Isabel Gouvêa - Vila Velha Theater Collection

284. Construction of the administrative wing and façade of the Vila Velha Theater, facing Gamboa de Cima Street, with the 1964 stage box visible on the right of the photo. Photo: Isabel Gouvêa, 1996 - Vila Velha Theater Collection

285. Interior of the Vila Velha Theater stage box during the initial stage of demolition, 1996 – Photographer unidentified - Teatro Vila Velha Collection

286. Final stage of the assembly of the metal structure of the Vila Velha Theater’s stage box, 1997. Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

287. Interior of the Vila Velha Theater’s stage box, initial stage of demolition, 1996 - Teatro Vila Velha Collection

288. Facade of the Vila Velha Theater facing Rua Gamboa de Cima, highlighting the cantilevered staircase that connects the administrative sector to the Mario Gusmão room and dressing rooms, 1997. Photo: Isabel GouvêaTeatro Vila Velha Collection

289. Main block of the Vila Velha Theater after renovation, showing the door leading to the dressing rooms, 1998 -

Teatro Vila Velha Collection

290. Construction of the Vila Velha Theater’s Cabaré dos Novos, seen from Passeio Público. Photo of the day of the Feijoada da Laje, held to raise money for the work, in February 1996. Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

291. Access to the foyer (below) and to the Cabaré dos Novos (above), seen from the Passeio Público, December 1997. Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

292. Set of ramps and stairs that connect the different levels of the Teatro Vila Velha. In the background, you can see the foyer (below) and the Cabaré dos Novos (above), 1998. Photographer not identified - Teatro Vila Velha Collection

293. Cabaré dos Novos shortly after its inauguration, 1998Teatro Vila Velha Collection

294. Construction of the administrative wing and the façade facing Rua da Gamboa, 1996 - Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

295. Stage box with one of the various possible configurations through the use of platforms, 1998 - Teatro Vila Velha Collection

296. Photograph of the stage box with one of the various possible configurations through the use of platforms, 1998Teatro Vila Velha Collection

297. 1:200 scale plan of the ground floor. First version (February 1995) of Carl von Hauenschild’s project for the renovation of the Teatro Vila Velha - Teatro Vila Velha Collection

298. Sections of the requalification project of the Teatro Vila Velha, 2023 - A+P Arquitetos Associados Collection

299 to 305. Illustrations of the recent requalification project of the Teatro Vila Velha, which is undergoing structural reforms sponsored by the city government of Salvador. Estimated delivery of the work to the public: second half of 2025 - Vila Velha Theater Collection

306. `Projeto Novo Vila´ (1994 to 1998) - In the photo, a group of resident artists at the exit to the Lavagem do Bonfim, in 1995, among them: Rejane Maia (lower left, holding the flag), Tereza Araújo (center, left, holding the flag) and Marísia Mota (last person on the right, standing, in the photo) organizers of the event. Photo: Marcos MC - Teatro Vila Velha Collection

307. `Midnight Improvises´, 1995. Variety show performed by Marísia Motta, Tereza Araújo, (Adelina) Dedé Rebouças. In the photo: Os Zárabe and Carlinhos Brown. Photo: Marcos MCTeatro Vila Velha Collection

308. `Midnight Improvises´, 1995. In the photo: Frieda Guttman rings the bell twelve times, an action that traditionally marked the beginning of the program. In the background, Marísia Motta (in blue) and Zeca Freitas. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

309. `Midnight Improvises´, 1995. In the photo: entrance procession, with Celso Junior, Eneida Rebouças, Guilherme Leme, Virgínia Rodrigues, Katia Borges, Lázaro Ramos and Cícero Antônio. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

310. `Midnight Improvises´, 1995. In the photo: Tracy Whitney, Tanucha Taylor and Bagageryer Spilberg. Photo: Marcos MCVila Velha Theater Collection

311. `ShowPruvila´ - Maria Bethânia, 1995. In the photo: Carlos

Pertovich, Sonia Robatto, Tereza Sá and Wilson Melo reading a poem. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

312. `Midnight Improvises´, 1995. In the photos: Zeca de Abreu and the audience. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

313. `Midnight Improvises´, 1995. In the photo: Bagageryer Spilberg. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

314. `Revilavolta´, 1996. Rock and integrated arts festival that had its program during the Vila’s renovation. In the photo: Banda Ataraxia (Nando, Marcão, Márcio Muniz, Igor Caxixi, Eric Miráua, Serafim Martinez, Flavete, Maurício Aluado and Marcos Barroso). Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

315. `ShowPruvila´ – Gilberto Gil, 1995. In the photo: Gilberto Gil. Photo: Beto Ricardo - Vila Velha Theater Collection

316. `ShowPruvila´ – Caetano Veloso, 1994 - Show to mark the beginning of the `New Vila Project`, a renovation of the theater. In the photo: Caetano Veloso. Photo: Isabel Gouvêa - Vila Velha Theater Collection

317. `ShowPruvila´ – Maria Bethânia, 1995. In the photo: Maria Bethânia. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

318. `ShowPruvila´ – Margareth Menezes, 1995. In the photo: Margareth Menezes and Amadeo Alves, in the dressing room. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

319. `ShowPruvila´ – Gereba, Nana Vasconcelos, Armandinho Macêdo and Carlinhos Brown, 1995. In the photo: Nana Vasconcelos, Armandinho Macêdo and Carlinhos Brown Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

320. `ShowPruvila´ – Tom Zé, 1995. In the photo: Caetano Veloso, Tom Zé and Daniela Mercury, in the dressing room. Photo: Alice Ramos - Vila Velha Theater Collection

321. `ShowPruvila´ – Caetano Veloso, 1994. In the photo: Ruy César, Wilson Melo, Armindo Bião, Nilda Spencer, Yumara Rodrigues, Carmem Bittencourt, Carlos Pertovich and Tereza Sá. In the background, Virgínia Rodrigues and other actors and actresses from the Olodum Theater Group. Photo: Isabel Gouvêa - Vila Velha Theater Collection

322. `A Man is a Man’, 1996. Rehearsal of the stage reading of Bertold Brecht’s play, in the project `What Does Mr. Bertolt Have to Do with Me’, during the renovation of the Vila Velha Theater. In the photo: Gideon Rosa, Daniela Mercury, Marcio Meirelles, Harildo Déda and Lucci Ferreira; in the background, the bands Munda Mundistas and Confraria da Bazófia (Andréz Santana, Celso Carvalho, Arnaldo Almeida, Jarbas Bittencourt, Ray Gouveia and Paulo Romero). Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

323. `A Man is a Man’, 1996. In the photo: Chica Carelli, Gideon Rosa, Lucci Ferreira, Marcelo Prado, Elísio Lopes Junior and Fernando Fulco; in the background, Munda Mundistas and Confraria da Bazófia (unidentified musician, Arnaldo Almeida, Paulo Romero, Jarbas Bittencourt, Ray Gouveia and Bau Carvalho); above, Marcio Meirelles and Harildo Déda. Photo: Marcos MC - Teatro Vila Velha Collection

324. `The Kiriri Are Here´, 1995. Visit of the Teatro Vila Velha to the city of Banzaê, Bahia. In the photo: producer Beverley Randal watches chief Domingos read the program for `Zumbi´, a show dedicated to the struggle of the Kiriri. Other residents of Banzaê observe. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

325. `The Kiriri Are Here´, 1995 - Press article about the occupation of Mirandela by non-indigenous people, which resulted in the death of Adão, a Kiriri leader. It was the murder that led to the theater event, in partnership with ANAI (National Association for Indigenous Action). Newspaper `A Tarde´ (10/04/1995) – Vila Velha Theater Collection

326. `The Kiriri Are Here´, 1995. Event poster - Vila Velha Theater Collection

327. `The Kiriri Are Here´, 1995. In the photo, a show with the Kiriri, the Nau Catarineta group and the Frevos e Dobrados Orchestra. Photo: Isabel Gouvêa - Vila Velha Theater Collection

328. `The Kiriri Are Here´, 1995. Entrance procession of the Kiriri musicians, followed by the audience, at the Vila Velha Theater. Photo: Isabel Gouvêa - Vila Velha Theater Collection

329. `A Tale of Don Quixote´, 1998. Play with text by Cleise Mendes and Marcio Meirelles for the reopening of the Vila Velha Theater. In the photo: Cristina Castro. Photo: Isabel Gouvêa

330. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Ângela Andrade, Hebe Alves, Neyde Moura, Carlos Petrovich, Gil Onawale, Kita Veloso and Sandra Simões. Photo: Isabel Gouvêa

331. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Carlos Petrovich and the choir - Photo: Isabel Gouvêa

332. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Cristina Castro and Carlos Petrovich. Photo: Isabel Gouvêa

333. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: the cast. Photo: Isabel Gouvêa

334. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Carlos Petrovich and choir. Photo: Isabel Gouvêa

335. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Lázaro Ramos. Photo: Isabel Gouvêa

336. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Carlos Petrovich and Lázaro Ramos. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

337. `A Tale of Don Quixote´, 1998. Costumes for Sancho Panza (Lázaro Ramos), Don Quixote (Carlos Petrovich) and Dulcinea (Cristina Castro) created for the show by Marcio Meirelles, restored by Zuarte Junior for the exhibition `Vila Velha For Example – 60 Years of a Theater in Brazil´ - Vila Velha Theater Collection

338. `Supernova´, 2000. Play by Abel Neves, directed by Fernando Mora Ramosnuma. A co-production between Teatro dos Novos, Teatro Nacional São João/DRAMAT (Porto/PT) and CENDREV (Évora/PT), with the collaboration of Culturporto, Teatro Viriato (Viseu/PT) and Cia. Assédio (Porto/PT). In the photo: João Pedro Vaz. Photo: Isabel Gouvêa

339. `Bluebeard´, 1997. Play by Marcio Meirelles, the result of a workshop that brought a new cast to the Teatro dos Novos. In the photo: the cast. Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

340. `Olho de Deus´, 2012. Text by Sonia Robatto, directed by Marcio Meirelles. In the photo: Chica Carelli, Fernando Fulco and Sonia Robatto. Photo: João Milet Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

341. `O Que Você Aque Disso Tudo?´, 1994. Poster for the play by CRIA, directed by Maria Eugênia Milet - Art by Caetano Dias with photos by Aristides Alves - Teatro Vila Velha Collection

342. Confraria da Bazófia, 1998. Poster for the release of the

CD by the band, which became a resident of the theater, with Jarbas Bittencourt as musical director of several projects and groups. On the poster: Arnaldo Almeida, Ray Gouveia, João Luis, Jarbas Bittencourt, Supertom and Jorge Sacramento – Teatro Vila Velha Collection

343. `A Casa Fechada´, 1995. Play by Roberto Gomes, directed by Marcio Meirelles, in the `3&Pronto´ project, from the revival of Teatro dos Novos. In the photo: Chica Carelli, Gerimias Mendes, Lázaro Ramos, Cristiane Mendonça and João Miguel. Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

344. `Bal Trap´, 1994. Play by the Cereus group, with text by Xavier Durringer and directed by Hebe Alves. In the photo: Isabel Noemi (Reis), Aicha Marques, Cynara Isensée, Zeca de Abreu, Maria Menezes, Jorge Borges and Zé Lauro Azevedo. Photo: Rejane Carneiro - Vila Velha Theater Collection

345. `The Incredible Journey´, 1995. A play by the Cereus group, with text by Doc Comparato and directed by Hebe Alves. In the photo: Isabel Noemi (Reis), Cynara Isensée, Aicha Marques and Wagner Moura. Photo: Rejane CarneiroVila Velha Theater Collection

346. `Dracula´, 2012. Poster for the show by Marcio Meirelles for the Supernova group, in residence at the Vila Velha Theater. Created by David Pádua, Iansã Negrão and Rex (Santo Design)

347. `Dracula´, 2012. A show by Marcio Meirelles for the Supernova group, in residence at the Vila Velha Theater. In the photo: Luísa Prosérpio and the eyes of Fernando Fulco on video. Photo: João Milet Meirelles

348. `Aroeira - With How Many Knots Can You Make a Tree´, 2006. A show by Cristina Castro, with music by Milton Nascimento for Viladança. In the photo: Sérgio Diaz, Leandro de Oliveira, Janahina Cavalcanti and Matias Santiago. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

349. `Sacred Life as a Whole´, 1998. A dance show created by Cristina Castro for Viladança. In the photo: Sérgio Diaz (center) and Leandro de Oliveira, Simone Bonfim and Jairson Bispo. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

350. `CO2 - Five Senses and a Little Passion´, 2000. A dance show by Cristina Castro for Viladança. In the photo: Clênio Magalhães, Eduardo Pinheiro, Isis Carla, Izabel Ferreira, Jairson Bispo, Líria Morais, Maitê Soares, Roberto Montenegro, Sérgio Diaz, Silvia Costa. Photo: Márcio LimaVila Velha Theater Collection

351. `Headhunters´, 2003. Dance show by Cristina Castro and Helena Waldmann for Viladança. In the photo: Danilo Bracchi (top), Leandro Oliveira, Sergio Diaz, Maitê Soares and Bárbara Barbará. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

352. `José Ulisses da Silva´, 2002. Show by Cristina Castro for Viladança. In the photo: Eduardo Pinheiro (back, in the foreground), Leandro de Oliveira, Maitê Soares, Clênio Magalhães, Danilo Bracchi, Janahina Cavalcanti. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

353. `Vivadança International Festival´, 2009. Created and directed for 15 editions by Cristina Castro. Poster for the 9th Edition. On the poster: Camila Kowalski, in a photo by João Meirelles; drawings by Andréa May; graphic design by Pedro Gaudenz - Vila Velha Theater Collection

354. `Habitat – Lat 13º S Long 38º 31′ 12” O´, 2008. Show by Cristina Castro for Viladança. In the photo: the performerscreators: Bárbara Barbará, Ciro Sales, Jaqueline Elesbão, Jorge Oliveira, Leandro de Oliveira, Márcio Vesolli, Mariana Gottschalk, Pedro Ivo Santos, Sérgio Diaz. Photo: João Milet Meirelles - Viladança Collection

355. `Jauria´, 2016. Result of the residency with Vladimir Rodriguez. Photo: Andréa Magnoni

356. `Tomaladacá´, in its First Show, 1999. In the photo: presentation of the Quadrilha Junina Asa Branca, from the Cabula community, led by Antônio Soares. Photo: Isabel Gouvêa

357. `Teatro de Cabo a Rabo´, 2005. Procession for the presentation of the play `Oxente, Cordel de Novo?´, with texts by João Augusto and directed by Marcio Meirelles, in the city of Rio de Contas. In the photo: cast of Teatro dos Novos and Bando de Teatro Olodum and musicians Saulo Gama and João Milet Meirelles. Photo: Márcio Lima - Teatro Vila Velha Collection

358. `Almanaque da Lua´, 2004. Poster for the 2004 production of the play created in 2002 by Gordo Neto for VilaVox - Teatro Vila Velha Collection

359. `Tomaladacá´, 1999. Poster for the 1st Exhibition of the exchange project between resident groups and amateur groups, from which many actors came to Bando de Teatro Olodum and to the creation of A Outra Companhia de TeatroTeatro Vila Velha Collection

360. `O Contâiner´, 2006. Text by José Mena Abrantes, directed by Vinício de Oliveira Oliveira for A Outra Companhia de Teatro. Photo: João Milet Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

361. `Canteiros de Rosa´, 2006. A play created by Jacyan Castilho, based on Guimarães Rosa, for VilaVox. In the photo: Claudio Machado (above), Fábio Osório (below), unidentified artists (with their backs turned). Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

362. `Remendó Remendó´, 2016. A restaging of the play created in 2002 by Inácio D’Eus, Cell Dantas and Vinício de Oliveira Oliveira. The restaging was directed by Luiz Antonio Sena Jr. and carried out for the `Pé de Feijão´ project. In the photo: Israel Barretto (in the center); Luiz Buranga and Roquildes Júnior (on his right); Anderson Danttas and Eddy Veríssimo (on his left). Photo: Claudio Varela - Teatro Vila Velha Collection

363. `Trilhas do Vila´, 2003. Re-staging of the show created by Gordo Neto, Iara Colina and Jarbas Bittencourt, in 2001, for the VilaVox group. In the photo: Raissa Fernandes. Photo: Jonas Grebler

364. `Teatro de Cabo a Rabo´. Poster of the workshops and presentations of 2005. Project carried out by the Teatro dos Novos group with the participation of the Bando de Teatro Olodum, promoting exchange with theater performed in other cities. Several artists came from this project and joined A Outra Companhia de Teatro – Teatro Vila Velha Collection

365. `Siré Obá - A Festa do Rei´, 2009. Onisajé show for the Nata group (Afro-Brazilian Theater Center of Alagoinhas). In the photo (background, from left to right): Thiago Romero, Jandiara Barreto, Lucas Michel; (front): Fabíola Nansurê, Nando Zâmbia, Antônio Marcelo, Daniel Arcades and Vânia Santana. Photo: Thalita Andrade

366. `Breve´, 2011. A play by Thiago Romero for Teatro da Queda. In the photo: Duda Woyda (standing), Luiza Bocca (in the background, seated), Guilherme Silva, Ricardo Albuquerque, Karen Souza, Márcia Gilbráz (lying down) and, in the audience

on the right, Sonia Robatto, Lia Robatto and Marcos Uzel. Photo by Rodrigo F. Wanderley - Teatro da Queda Collection

367. `II Fórum de Performance Negra´, 2006. Poster for the forum created in partnership between Bando de Teatro Olodum and Companhia dos Comuns (RJ). Event brought together artists and leaders of black cultural organizations to jointly think about and implement policies for the development of black theater in Brazil. On the poster: Mário Gusmão - Teatro Vila Velha Collection

368. `A Cena Tá Preta´, 2012. Poster for the festival created at Teatro Vila Velha to promote the arts of black peopleTeatro Vila Velha Collection

369. `Dô´, 2012. Poster for the show produced in collaboration between Bando de Teatro Olodum and Tadashi Endo. Photo of the poster: João Milet MeirellesTeatro Vila Velha Collection

370. `Bai Bai Pelô´, 1994. Poster for the first show produced by Bando de Teatro Olodum at Teatro Vila Velha. Text by Marcio Meirelles; directed by Marcio Meirelles and Chica Carelli - Teatro Vila Velha Collection

371. `Zumbi is Alive and Still Fighting´, 1995. A processional play between Passeio Público and Campo Grande, with text by Aninha Franco and Marcio Meirelles and directed by Marcio Meirelles, José Carlos Arandiba (Zebrinha) and Chica Carelli. In the photo: Mário Gusmão and cast. Photo: Isabel Gouvêa

372. `O Paí, Ó!´, 2001. Re-staging of the play created in 1992 by Marcio Meirelles for the Olodum Theater Group. Set design by Gaio. In the photo: Rejane Maia, Edvana Carvalho, Nildes Vieira, Aline Menezes and Ana Bárbara (Borga). Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

373. `Cabaret of Rrrrraça´, 1997. Setting of the premiere, with photo of the cast: Auristela Sá, Lenno Sacramento, Cássia Vale, Nildes Vieira, Lázaro Ramos, Valdinéia Soriano, Cristóvão da Silva, Lázaro Machado, Agnaldo Buiú, Jorge Washington, Rejane Maia, Merry Batista, Fernando Araújo and Arlete Dias. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

374. `Blessing´, 2010. Installation piece by Marcio Meirelles, with the Olodum Theater Group, movement direction by José Carlos Arandiba (Zebrinha) and musical direction by Jarbas Bittencourt. In the photo, in projection: Makota Valdina Pinto and cast. Photo: João Milet Meirelles

375. `A Midsummer Night’s Dream’, 2006. Text by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles. In the photo: Telma Souza, Auristela Sá, Valdinéia Soriano, Rejane Maia and Jorge Washington. Photo: João Milet Meirelles

376. Bobina Donkey’s Head, 2006. Mask from the Republic of Cameroon used in the play `A Midsummer Night’s Dream’, by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles (on the left)Vila Velha Theater Collection. On the right side of the image, two masks/mammoths created by Zuarte Jr. for the play `From the Tip of the Tongue to the Tip of the Foot´ (2004), by Cristina Castro and João Sanches - Viladança Collection

377. `Just Imagine... The Adventure of Doing´, 2001. Produced by the Novos Novos Theater Company, with text by Edson Rodrigues, directed by Débora Landim, and music by Ray Gouveia. In the photo: Felipe Augusto, Luciana Santiago, Felipe Gonzales, Thierri Gomes, Raissa Fernandes, Jamile Menezes and Elaine Adorno (standing). Chaiend Cruz, Diego Velame, Victor Porfírio and Lucas Carvalho (seated). Photo: Márcio Lima – Novos Novos Theater Company Collection

378. `Vilerê´, 2016. Poster for the edition of the arts festival for children - Teatro Vila Velha Collection

379. `Alices and Chameleons´, 2004. Poster created by the artist Sara Victória for the play by the Novos Novos Theater Company. Text by Edson Rodrigues, directed by Débora Landim, music by Jarbas Bittencourt – Teatro Vila Velha Collection

380. `Alices and Chameleons´, 2004. Play by the Novos Novos Theater Company. In the photo: Rosa Abreu, Tarsila Lima, Adriele Costa, Raissa Fernandes, Malena Bastos, Chaiend Santos (in the front row); Lucas Carvalho, Joana Trindade, Wanessa Carvalho, Vera Lúcia, Victor Porfírio (in the second row); Leonardo Bittencourt and João Milet Meirelles (in the background). Photo: Márcio Lima – Novos Novos de Teatro Company Archive

381. `Dance for Children´, 2015. Dance show from the Viladança Center’s dance workshops. Viladança Center Director: Cristina Castro; workshop coordinator: Janahina Cavalcanti. Photo: Camila Kowalski

382. `Ciranda do Medo´, 2007. Show by the Novos Novos de Teatro Company, directed by Débora Landim, choreographed by Lulu Pugliese, and with music by Ray Gouveia. Free adaptation by Edson Rodrigues of the book by Sonia Robatto. In the photo: Camila Santos, Vida Carvalho, Caio Rocha, Beatriz Casteluccio, Alessandro Xavier, Gabriel Arthur. Photo: Márcio Lima – Novos Novos de Teatro Company Collection

383. `From the Tip of the Tongue to the Tip of the Foot´, 2005. Text by Cristina Castro and João Sanches, directed and choreographed by Cristina Castro. In the photo: Mariana Gotchalk, Jorge Oliveira, Bárbara Barbará, Sérgio Diaz, Leandro de Oliveira and Janahina Cavalcanti – Photo: João Milet Meirelles - Vila Velha Theater Collection

384. `Frankenstein´, 2014. Show by Marcio Meireles for the first class of the LIVRE university. Photo: Marcio Meirelles – Vila Velha Theater Collection

385. `Frankenstein´, 2014. Poster of the show by Marcio Meireles for the first class of the LIVRE university - Vila Velha Theater Collection

386. `Mirror for the Blind´, 2013. Text by Matéi Visniec, directed by Marcio Meirelles. In the photo: Sonia Robatto. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

387. `Mirror for the Blind´, 2013. Poster created by Vinicius Bustani for the play by Matéi Visniec, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university and Teatro dos NovosTeatro Vila Velha Collection

388. `Mirror for the Blind´, 2013. Text by Matéi Visniek, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university and Teatro dos Novos. Photo: Marcio Meirelles – Teatro Vila Velha Collection

389. `Why Hécuba´, 2014. Poster for the play by Matéi Visniek, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university. In the photo: Chica Carelli. Photo: Marcio Meirelles – Teatro Vila Velha Collection

390. `Hamlet + Hamlet Machine´, 2015. Poster for the play. Texts by Shakespeare and Heiner Muller, directed by Marcio Meirelles. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

391. `The Tragedy of Macbeth´, 2015. Poster for the play by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university

392. `Romeo and Juliet´, 2016. Poster for the play by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

393. `Romeo and Juliet´, 2016. Experiment on spaces/ choreographic walk. In the photo: Milena Nascimento, Bruno Torres, Amanda Cervilho, Gilberto Reys, Beatriz Pinho, Clara Romariz, Natália Mascarenhas, Victória Matos and Lavínia Alves. Photo: Marcio Meirelles – Teatro Vila Velha Collection

394. `Why Hécuba´, 2014. Text by Matéi Visniek, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university. In the photo: Chica Carelli (center). Photo: Marcio Meirelles

395. Meeting with Rejane Maia, 2015. Afro Dance Workshop for the LIVRE university. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

396. Meeting with Tadashi Endo, 2015. Butoh Workshop for the LIVRE university, with the Japanese master. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

397. `Romeo and Juliet´, 2016. A play by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

398. `Hamlet + Hamlet Machine´, 2015. Texts by Shakespeare and Heiner Muller, directed by Marcio Meirelles. In the photo: Vinicius Bustani. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

399. `The Tempest´, 2020. A play by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles. In the photo: Costumes for the characters Caliban (Loiá Fernandes), Prospero (Lúcio Tranchesi) and Miranda (Rodrigo Lélis). Created by Marcio Meirelles and Zuarte Junior

400. `We’re the Boss’, 1997. A theatrical improvisation project in which the audience led the narrative and dramatic structure of the event. In the photo: Hilton Cobra, improvising as Thisbe, a character from Shakespeare’s `A Midsummer Night’s Dream’. Photo: Marcos MC

401. `Vila Verão Workshops´, 1998. Workshop led by Débora Landim. In the photo: the workshop participants, including Marísia Motta, Camila Cordeiro Ribeiro and Maria Clara (in the foreground) Photographer: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

402. `Vila Verão Workshops´, 1998. Stilt Workshop, led by Gordo Neto. In the photo: Gordo Neto (shirtless) and the workshop participants, including Roberto Brito (next to Gordo) and Najla Andrade (in an orange shirt). Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

403. `The Tempest´, 2020. Text by William Shakespeare, directed by Marcio Meirelles. Costume design by Miranda, created by Marcio Meirelles and Zuarte Junior. In the photo: Rodrigo Lélis. Photo: João Milet Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

404. `Josefina, a dos Ratos´, 2024. Poster for the play created by Marcio Meirelles, based on the work of Franz Kafka, for the LIVRE university, as part of the project `O Vila Ocupa o MAB´ (Museu de Arte da Bahia/IPAC). Created by Ramon Gonçalves – Teatro Vila Velha Collection

405. `O Que Cabe Neste Palco´, 2012. Poster for the project to occupy the agenda by public call - Teatro Vila Velha Collection

406. `Óperas de Bolso´, 2002. Poster for the project directed by Aldo Brizi for the UFBA School of Music, with short operas written in an extension workshop. Groups from the Tomaladacá project participated in the operasTeatro Vila Velha Collection

407. `A Besta´, 2017. Poster for the show directed by Graeme Poulein, with texts by Alfred Jarry and Ionesco. It was produced as part of the Lusophone project `K Cena´, in collaboration with Teatro Viriato (Portugal) and Centro Português do Mindelo (Cape Verde) - Teatro Vila Velha Collection

408. `Pé de Feijão´, 2016. Cultural mediation project for children and youth, created and coordinated by Cristina Castro. In the photo, the audience at the show. Photo: Claudio VarelaViladança Collection

409. `Pé de Feijão´, 2016. Cultural mediation project for children and youth, created and coordinated by Cristina Castro. In the photo: children participating in an experience. Photo: Claudio Varela - Viladança Collection

410. `Pé de Feijão´, 2024. Cultural mediation project for children and youth, created and coordinated by Cristina Castro. In the photo, children participating in an experience. Photo: Camila Aduke

411. `Pé de Feijão´, 2024. Poster for the 2024 edition of the project. Created by Ramon Gonçalves – Teatro Vila Velha Collection

412 to 423 – Between 2020 and the first half of 2023, the Covid-19 pandemic imposed emergency actions, with social isolation and confinement of people in their homes. The theater had to reinvent itself. Vila Velha produced several productions, presented on the world wide web, on different platforms, in real time. Extensive content was also recorded and later made available on the platforms. The photos show some of these productions - Vila Velha Theater Collection

424 to 426. `Vila Lê´ (from 1997). Stage reading programs, 2023 edition - Created by Ramon Gonçalves

427. `Vila Verão Workshops´, 2024. Exhibition of the Zootomy workshop, supervised by Ariel Ribeiro. Photo: Beatriz de Paula

428. `Vila Lê´ (from 1997). Stage reading program, 2023 edition. Created by Ramon Gonçalves – Vila Velha Theater Collection

429. `Vila Verão Workshops´, 2024. Exhibition of the Zootomy workshop, supervised by Ariel Ribeiro. Photo: Beatriz de Paula

430. `Palco Aberto´, 2022. Debate program created in 2014. This edition discussed the city - Created by Ramon Gonçalves –Teatro Vila Velha Collection

431. `Marighella - 100 anos´, 2011. Poster for the event commemorating the centenary of Carlos Marighella - Vila Velha Theater Collection

432. `Ditadura Não Mais´, 2020. Poster for the event reflecting on the civil-military coup of 1964

433. Amnesties by Glauber Rocha (2010) and Carlos Marighella (2012). Photographic record of one of the scenes from a video about the ceremonies of the trials and granting of amnesties, held at Teatro Vila Velha. Editing: Rafael Grilo – Teatro Vila Velha Collection

VISUALITIES

434. `Jango - Uma Tragédia´, 2014. Cartaz da peça de Glauber Rocha, encenada por Marcio Meirelles com a universidade LIVRE para comemorar os 50 anos do Teatro Vila Velha. Criação: Iansã Negrão e Lia Cunha - Acervo Teatro Vila Velha

435. `Primeiro de Abril´, 2004. Cartaz do espetáculo criado por Gordo Neto para o grupo VilaVox - Acervo Teatro Vila Velha

436. `Brecht´, 1996. Painel criado por Joãozito para vários projetos relativos a Bertolt Brecht, desenvolvidos no Teatro Vila Velha - Acervo Teatro Vila Velha

437 a 442. `Revista da Bahia´, 1967. Fac-símile ano 5, número 6, coordenação: Sostrates Gentil e Juarez Paraiso. Fonte: Acervo da Biblioteca de Arte José Pedreira do Museu de Arte da Bahia - Salvador

443. Gravuras da artista plástica Eneida Sanches – Acervo MAM

444. `Mise en Page´, 1966. Gravura; xilogravura - Sonia Castro (1934) - Acervo MAM

445. `Pelourinho´. (s/data) – Foto: António Valente (1954-2005)Acervo MAM

446. `Habitantes das Dunas´, 1984. Pintura; óleo s/ telaCalasans Neto (1932-2006) - Acervo MAM

447. `Rampa do Mercado´, 1950. Gravura em metal - Poty Lazzarotto (1924-1998) - Acervo MAM

448. `O Colecionador de Primitivos´. (s/data). Pintura; óleo, tela, tecido e papel s/ eucatex - Lênio Braga (1931-1973) - Acervo MAM

449. `S/Título´, 1956. Desenho, guache sobre papel - Yêdamaria (1932-2016) - Acervo MAM

450. `Casulo´, 2000. Objeto. Aço inox, tecido, poliuretano e luvas de borracha - Siron Franco - Acervo MAM

451. `S/Título´, 1978. Desenho; guache s/ papel - Yêdamaria (1932-2016) - Acervo MAM

452. `O Rei da Força e do Conhecimento´. (s/data). Escultura em madeira, cipó mariri e metal etsedron - Edson da Luz (19402023) - Acervo MAM

453. `S/ Título´, 1992. Pintura - Acrílica s/ tela - Zau PimentelAcervo MAM

454. `A Deusa Alemag´. (s/data). Pintura; óleo s/ compensadoEdson da Luz (1940-2023) - Acervo MAM

455. `Procissão de Nossa Senhora da Conceição e do Sr. dos Navegantes´, 1975. Pintura; Óleo s/ eucatex - Emma Valle (19332000) - Acervo MAM

456. `S/Título´, 1975. Gravura; xilogravura policrômica - Juarez Paraíso (1934) - Acervo MAM

EDUCATIONAL

457 to 459. `Fala Vila´, 2024. Photos of the meeting `Memories of a Theater in Brazil´, with Marcio Meirelles and mediation by Edson Rodrigues – Teatro Vila Velha Collection

460. `Students in Museums Program´ (FLEM/IPAC/SEC), 2024. Photo of a session for students from the public school system of the film `Áfricas´, by Bando de Teatro Olodum, directed by Chica Carelli. SaladeArte Cine MAM – Vila Velha Theater Collection

461. `Playful Body Workshop´, 2024. Photo of participants in the Workshop `Playful Body: An Invitation to the Ancestral Territory´, with choreographer Valéria Pinheiro (Cia Vatá-CE) – Vila Velha Theater Collection

462. `Exchange of Knowledge´, 2024. Photos of the workshop `Mediation and Audience Formation´, with Poliana Bicalho. The event brought together MAM mediators, members of the LIVRE university and external audience – Vila Velha Theater Collection

463 to 465. `Exchange of Knowledge´, 2024. Photos of the `Body, Breathing, Action Workshop´, with Edith Meric. The practical training presented the Gyrokinesis method as a form of perception and self-knowledge in relation to the body and its movements – Teatro Vila Velha Collection

466 to 468. `Cinevila´, 2024. Photos of the CineVila sessions at Saladearte at MAM. The meetings were attended by directors, cast members and guests – Teatro Vila Velha Collection

469 to 471. `Fala Vila´, 2024. Photos of the meeting `Mutant Architecture: A Theater in Transformation´, with the presence of architects Nivaldo Andrade and Carl Von Hauenschild. Mediation by Silvana Moura – Teatro Vila Velha Collection

472 to 474. `Oficcina Multimédia´, 2024. Photos of the process exhibition of the workshop `Rítmica Corporal na Encenação´, with the group OFICCINA MULTIMEDIA (BH), held at Casarão, in the middle of the exhibition, and also occupying the external area of MAM – Teatro Vila Velha Collection

475 to 476. `Caravana Livre´, 2024. Photos of the scenic-musical performance, directed by Jaya Batista and musical direction by Cris Meirelles. The troupe’s artists bring together members of the LIVRE university and mediators from MAM – Teatro Vila Velha Collection

477. `Troca de Saberes´, 2024. Photos of the workshop `Performer MC: Voices of Resistance and F(r)esta´, with Cris Meirelles – Teatro Vila Velha Collection

478. `Cine Vila´, 2024. Photo of director Oscar Santana and actress Maria Moniz at the opening of the session of `O Caipora´ (1964) – Teatro Vila Velha Collection

479. `Troca de Saberes´, 2024. Photos of the workshop `Performer MC: Voices of Resistance and F(r)esta´, with Cris Meirelles – Teatro Vila Velha Collection

480. `Fala Vila´, 2024. Photo of the chat `Management, Mediation and Creative Processes: Experiences between Bahia and Ceará´, with mediation by Cristina Castro. The guests of this edition were Valéria Pinheiro and Vinício de Oliveira Oliveira

481. Makota Valdina, in, projection in the hall of the Museum of Modern Art of Bahia - Vila Velha Theater Collection

Exhibition/Acts opening photographs by Maiara Cerqueira - Vila Velha Theater Collection

Apoio

Produção Coprodução

Realização

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.