Catálogo de exposição | Vila Velha, Por exemplo: 60 anos de um teatro do Brasil | Parte III

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vila velha por exemplo

Apoio

Produção Coprodução

Realização

Ministério da Cultura e Banco do Brasil apresentam:

vila velha por exemplo

performance de abertura da exposição com a Universidade LIVRE do Teatro Vila

Foto:

Velha, Ariel Ribeiro e Loiá Fernandes
Escada de Lina Bo Bardi — Museu de Arte Moderna da Bahia
Maiara Cerqueira

60

vElha, poR exEMplo

aNos de uM teatRo do BRasiL

Makota Valdina, em depoimento incorporado à narrativa de Bença1, nos disse: “Vocês pensam que estão sozinhos quando estão no palco? Não… tem muita gente aí com vocês”. É sobre isso a exposição Vila Velha, Por Exemplo – 60 Anos de um Teatro do Brasil. Muitas pessoas passaram por essa espiral do tempo, que permanece enquanto experimentamos o intervalo desta vida, e continuam em memória, energia e inspiração em suas voltas. A tarefa maior da curadoria foi optar pelo que não entraria na exposição, apesar da importância de sua passagem na história desse teatro. Algumas coisas foram deixadas de fora por falta de documentos no arquivo do Vila e impossibilidade de localizar, em outros acervos, o que faltava, enquanto preparávamos os recortes. Outras, porque foi difícil conseguir liberação e autorização para incluí-las na exposição, devido ao apego que alguns têm por seus documentos. Outros ainda por absoluta falta de espaço no grande salão do MAM para conter tantas ações, projetos, batalhas, artistas, nomes, coletivos, objetos, sonoridades, movimentos.

A decisão curatorial foi contextualizar este teatro no Brasil e na cidade de Salvador: a existência do Vila Velha antes do prédio e a construção deste prédio; suas fases, seus momentos de crise, seus momentos de brilho. O que ficou claro a partir daí foram as convergências de momentos históricos e fases do teatro: o surgimento da Sociedade Teatro dos Novos e a ideia do Vila Velha coincidem com um momento de desenvolvimento econômico e florescimento cultural e artístico da Bahia. Sua construção e inauguração, quatro meses depois do golpe civil-militar que instalou uma ditadura no país, dizia que, enquanto portas se fechavam encerrando pessoas que ousavam pensar, discordar e lutar, surgia um palco onde a democracia, a

liberdade e a defesa da justiça eram sua razão de ser. Onde a liberdade é uma parceira constante orientando caminhos.

Em 1968, quando é promulgado o AI-5, também há uma lacuna na produção do Teatro dos Novos, construtor do Vila. O AI-5 marca um momento de virada mais violenta no país, e é quando uma parede do teatro cai com as chuvas torrenciais que desabrigaram em torno de sete mil pessoas na cidade. A reconstrução acontece ao mesmo tempo em que o Teatro Livre da Bahia segura o bastão entregue pelos Novos e segue numa virada mais política, mais militante, apoiando inclusive o movimento pela anistia aos presos políticos.

O fim do AI-5 acontece pouco mais de um mês antes da morte de João Augusto, como se ele pudesse descansar da luta contra um estado de barbárie, porque o fluxo do tempo daria conta de restaurar a democracia. Isso aconteceu e não. Houve a anistia, mas os carrascos que torturaram e mataram em nome do Estado não foram punidos; houve eleições diretas, mas os agentes da ditadura continuaram ativos e atentos. Tudo isso foi sinalizado pelo teatro. Jango – Uma Tragedya, de Glauber Rocha, comemorou os 50 anos do Teatro Vila Velha e sinalizava que a tragédia se repetiria, e não como farsa, mas novamente como tragédia, com a morte de milhares de pessoas pela Covid-19. Mortes que poderiam ser evitadas por políticas públicas consequentes, e não pelo negacionismo e terraplanismo, e não pelo incentivo à violência, nem com cancelas abertas para a boiada, as armas, a milícia passarem. Foi o que tivemos. O Teatro Vila Velha anunciou: A Tempestade Virá e assim foi apresentada a montagem do texto de Shakespeare, em 2019. Algum tempo depois dessa estreia, em janeiro de 2020, a tempestade desabou. As apresentações da peça foram canceladas, o

teatro fechou, o mundo se fechou para tentar conter a pandemia.

Trinta anos antes, no início dos anos 1990, quando o Brasil se recompôs e houve uma certa estabilidade democrática e econômica, um grupo de artistas retomou a ideia original do Teatro Vila Velha. Com o projeto Novo Vila miravam a revitalização e a reconstrução completa do prédio para que pudesse abrigar os novos tempos e novas invenções poéticas em seu palco. Agora não mais frontal, um palco capaz de se transformar a cada montagem, reinventando a relação com a plateia. Uma renovação total, não só arquitetônica. Do prédio original ficaram duas paredes e seu espírito. Um quase condomínio de grupos reinstalou o movimento e o som em suas paredes. E ao longo dos últimos 30 anos, muitos outros artistas e coletivos têm mantido esta labuta de fazer e refazer o caminho que se faz ao caminhar.

A partir de 2022, o Brasil se recompõe, refazse em dignidade e humanidade. O dragão da maldade, mais vivo do que nunca, fortalecido pelo alimento de ódio e iniquidade que recebeu nos últimos anos, revira-se e almeja voar. A luta é muito grande e a arte tem seu papel de guerrear. Nesta reconstrução de país, estruturas precisam ser implantadas e consolidadas.

Em 2024, o Centro Cultural Banco do Brasil instala-se na Bahia, no Palácio da Aclamação, vizinho ao Teatro Vila Velha, e, em sua chegada, estreita os laços com o Vila e propõe patrocinar esta exposição, relato dos 60 anos do teatro, enquanto começa a percorrer seu ano zero em Salvador.

E, neste momento de reconstrução do país, o Teatro Vila Velha prepara-se para mudar a pele novamente. Vai adaptar-se aos novos tempos e adequar-se às novas políticas de acessibilidade. Um espaço sempre acessível como conceito

agora cria, na nova reforma, recursos arquitetônicos que ampliam fisicamente sua capacidade de acolher quem tem alguma dificuldade de acessá-lo.

Um teatro é fruto e espelho de sua época, mas não só tem a tarefa de refletir. Em um teatro também se cria o que não existe, e esta é a sua função maior: criar o que ainda não existe, mas pode acontecer e apontar caminhos, tanto para sinalizar os perigos que podem vir como as possibilidades de evitá-los. Um teatro é um baralho de Tarô, um jogo de I-Ching, um espelho de um tempo espiralar no qual “o amanhã enviou pássaros pra ontem. Quando a gente conhece o passado, a gente trabalha para que haja o futuro. No presente a gente faz, a gente se assenta”2

Salvador, 11 de agosto de 2024

Marcio Meirelles

aPResENtaçãO

Banco do Brasil apresenta e patrocina Vila Velha, por Exemplo – 60 Anos de um Teatro do Brasil, uma exposição que mostra a vida de um teatro construído e gerido por artistas, que se reinventou com a cidade e os tempos.

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) será vizinho do Teatro Vila Velha e, a partir desse momento, as duas histórias passam a dialogar, criando um potente parque artístico, junto com outras organizações, no Corredor Cultural do Centro de Salvador.

Enquanto prepara sua instalação definitiva no Palácio da Aclamação, o CCBB já se faz presente na cidade com programação em parceria com diversos espaços culturais, a exemplo do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), que calorosamente nos acolheu para a realização desta importante exposição.

Ao realizar este projeto, o CCBB reafirma o compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura e com a valorização da produção cultural nacional. Viva! O CCBB chegou à Bahia.

CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL

Ressonância é uma expressão oriunda do campo das ciências da natureza, utilizada para definir um sistema de vibrações que se superpõem amplificando as vibrações originais. E inicio esse texto mencionando-a porque ela foi a primeira expressão - e também a primeira imagem - que me veio à mente quando tomei conhecimento da exposição “Vila Velha, Por Exemplo: 60 Anos de Um Teatro do Brasil”, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM).

Ao abrir as portas de suas instalações para receber esta, o MAM ressoa, no tempo e no espaço, a história de um dos mais simbólicos e significativos equipamentos culturais da Bahia, amplificando o alcance de ambos. Trata-se de uma espécie de metalinguagem cultural: a Cultura falando de Cultura! Um equipamento cultural do Estado da Bahia reconhecendo e reverenciando a grandiosidade do outro.

O Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, entendendo a importância de reverberar a história do Vila e celebrar os seus 60 anos, vem atuando de maneira a fomentar e articular apoios para que as histórias que marcaram tantas vidas que passaram pelo Vila Velha sejam agora rememoradas. Nesse sentido, é oportuno mencionar o imprescindível apoio do CCBB para que esta mostra chegasse ao MAM com todas as suas possibilidades de ações interativas, mas também educativas.

BRUNO MONTEIRO

Secretário de Cultura do Estado da Bahia

Da estabilidade econômica, a retomada e reconstrução do Vila, a tentativa do país de manter a democracia, passando pelo golpe parlamentar, a pandemia, o pandemônio, o projeto de reconstrução do Brasil e a nova reconstrução do teatro.

O VILA se reinventa

ato 2 — o vila se reinventa
Salão do Museu de Arte Moderna da Bahia
Foto: Maiara Cerqueira

1994—

UM BRASIL PARA O NOVO SÉCULO

Nos últimos anos do século XX e início do século XXI o Brasil buscava estabilizar a sua condição democrática e superar o cenário de crises econômicas. Em decorrência das décadas anteriores, no início dos anos 1990 o país continuou enfrentando uma profunda crise econômica, caracterizada por uma hiperinflação que corroía o poder de compra da população e dificultava o planejamento econômico. Diante dessa conjuntura, mais um projeto para lidar com a situação financeira do Estado foi aprovado, o Plano Real, no governo do presidente Itamar Franco. Desenvolvido por uma equipe de economistas liderada por Fernando Henrique Cardoso, então Ministro da Fazenda, o plano introduziu uma nova moeda por meio de um processo de transição. Além da mudança na moeda, o Plano Real incluiu medidas complementares, como a desindexação da economia, liberalização do comércio, reformas estruturais e privatizações de empresas estatais.

Essa nova estratégia conseguiu desempenhar impacto considerável na redução da inflação e proporcionou certa estabilidade econômica após longos anos de crise. A estabilização teve um impacto positivo na redução da pobreza e na melhoria das condições de vida. Com a queda da inflação, o poder de compra da população foi preservado, criando um ambiente mais favorável para investimentos.

Como consequência direta do sucesso do Plano Real, Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente do Brasil em 1994. A campanha de FHC focou fortemente na continuidade das políticas econômicas bem-

Luiz Inácio Lula da

PRESIDENTE Petista é recordista mundial de votos São Paulo - Usando gravata verde-e-amarela,o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de sua mulher, Marisa,e de seu vice,José Alencar,foi apresentado ontem à noite,no auditório do Hotel Intercontinental,como o novo presidente da República. Depois de posar para os fotógrafos,fazendo com as mãos o símbolo da vitória e a letra “L”, Lula falou à Nação. Ele não respondeu às perguntas dos jornalistas. No seu primeiro pronunciamento como presidente eleito, Lula agradeceu ao atual presidente,Fernando Henrique Cardoso, pela condução do processo de transição.

exagero dizer que a nossa equipe será suficiente para governar o País com seus problemas”,afirmou. Para cumprir essa tarefa,o petista disse,como já havia feito durante a campanha,“convocar toda a sociedade brasileira”. “Vamos convocar sindicalistas,intelectuais,a sociedade brasileira para que a gente possa construir um País mais justo,fraterno e solidário”,afirmou. Ele disse também que irá fazer o que estiver ao seu alcance “para que a paz seja uma conquista definitiva do País”. Afirmou ainda que com sua vitória,“a esperança venceu o medo”. O petista disse que o Brasil votou “sem medo de ser feliz”,slogan de sua primeira campanha derrotada à Presidência da República,em 1989. Lula disse que leria livros do poeta Carlos Drummond de Andrade para se preparar “espiritualmente”para a nova fase. “Vou me deliciar com esses Carlos Drummond de Andrade para me preparar espiritualmente para os próximos dias”. Declarando-se “tranquilo”e “otimista”,tinha nas mãos duas obras da autoria de

Salvador, segunda-feira, 28/10/2002
Silva está eleito

sucedidas, contrastando com as décadas anteriores. No decorrer do seu mandato, o presidente conseguiu aprovar uma emenda constitucional que permitiu a reeleição aos ocupantes de cargos no poder Executivo, impactando diretamente nas eleições seguintes. Além disso, algumas das políticas de austeridade adotadas pela gestão FHC levaram ao aumento do desemprego e à precarização do trabalho, especialmente nos setores industrializados. Ademais, o controle fiscal rigoroso exigiu cortes em gastos públicos, gerando a diminuição de recursos para os programas sociais e investimentos públicos.

Apesar disso, a estabilidade econômica que a gestão FHC proporcionou foi fator decisivo para sua reeleição em 1998. O governo seguiu nos diversos setores, inclusive na cultura, um posicionamento de promotor da modernização e da globalização do Brasil, a partir da lógica neoliberal. Sua administração implementou políticas que visavam integrar o Brasil mais profundamente na economia global. Todavia, as reformas econômicas empregadas até então também geraram críticas quanto ao beneficiamento desproporcional entre os setores mais ricos da sociedade, ao passo em que as dificuldades para os mais pobres se intensificavam.

Os novos arranjos dos movimentos sociais, em expansão desde os anos 1980, e a recente estabilização econômica criaram novos horizontes para os brasileiros, que progressivamente exigiam políticas sociais eficazes. Nesse novo quadro, Luiz Inácio Lula da Silva, líder do Partido dos Trabalhadores (PT), foi eleito presidente em 2002, após três tentativas. Sua vitória representou uma mudança de paradigma na política brasileira, com a ascensão de um líder de origem operária ao mais alto cargo político do país. Após os dois mandatos de FHC, marcados pela implementação de reformas econômicas neoliberais, muitos brasileiros buscavam alternativas que promovessem maior justiça social e inclusão econômica. Lula conseguiu capitalizar essa demanda, apresentando-se como um candidato de mudança, comprometido com a redução da desigualdade e a melhoria das condições de vida dos mais pobres, o que

fez com que essa eleição fosse vista como uma conquista histórica para movimentos sociais, sindicatos e grupos marginalizados, que viam em Lula um representante legítimo de suas lutas e aspirações.

Os anos 2000 também foram marcados pela maior visibilidade aos movimentos de luta pelos direitos civis, como os da população LGBTQIAPN+, resultando em maior representação na mídia e na política. O movimento negro também teve um papel crucial, lutando contra o racismo e promovendo a cultura afro-brasileira. A internet foi decisiva nessa conjuntura, mudando a forma como as pessoas se comunicavam, consumiam informação e entretenimento e impulsionando a globalização. Politicamente, houve aumento na demanda por democracia e direitos humanos em várias partes do mundo, repercutindo no cenário interno do país.

A ascensão do Partido dos Trabalhadores à presidência do Brasil e o sucesso das políticas sociais implementadas, junto às dinâmicas de mudanças gerais no mundo, influenciaram as eleições dos governos estaduais no país. Na Bahia, Jaques Wagner, também do PT, baseou sua campanha na promessa de renovação e mudança. O candidato, que fez parte da liderança sindical e da criação do partido no estado, venceu as eleições em 2006, buscando investir no desenvolvimento econômico e social da Bahia. A aprovação das suas ações em diversas áreas, como a territorialização da cultura, garantiu a Jaques Wagner sua reeleição em 2010.

Apesar dos significativos avanços sociais e econômicos durante a primeira década dos anos 2000, incluindo a redução da pobreza e da desigualdade, ainda havia insatisfações com a qualidade dos serviços públicos no Brasil. Problemas crônicos, como a má qualidade do transporte, educação e saúde, geraram frustração entre a população que lutava por mais direitos. Além disso, a percepção generalizada de corrupção entre os políticos e a falta de transparência nas instituições públicas também contribuíram para um crescente descontentamento. Vários escândalos de corrupção durante os governos petistas

minaram a confiança do público nessas lideranças políticas.

Esse emaranhado de complexas questões teve como consequência as Jornadas de Junho de 2013, durante o governo de Dilma Rousseff, sucessora de Lula. Inicialmente motivadas pelo aumento das tarifas de transporte público em São Paulo, as Jornadas rapidamente se expandiram para incluir uma ampla gama de insatisfações sociais, políticas e econômicas. Embora as demandas das primeiras mobilizações tenham sido atendidas, com a revogação do aumento das tarifas, os eventos de junho contribuíram para o desgaste da popularidade do governo de Dilma Rousseff, o que não a impediu de ser reeleita em 2014.

Todavia, os desgastes políticos, aliados a uma crise econômica, serviram de pretexto para o início do processo de impeachment contra Dilma, ocorrido em 2016, e que frequentemente é referido como um golpe parlamentar. Fato é que, após as Jornadas de Junho e o início da Operação Lava Jato, uma investigação de grande escala sobre corrupção envolvendo a Petrobras, outras empresas e políticos, aumentou consideravelmente a pressão sobre o governo. Com o impeachment, liderado pelo deputado Eduardo Cunha (depois preso por conta de acusações como as das operações Lava Jato e Sepsis), e a chegada de Michel Temer à presidência, houve o aprofundamento da polarização política nos anos seguintes.

Também em consequência da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso em 2018, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, quando foi acusado de ter recebido um apartamento como propina da construtora OAS em troca de favorecimentos em contratos com a Petrobras. Ainda naquele ano, outro acontecimento impactante no campo político foi o brutal assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e do seu motorista, Anderson Gomes. A vereadora atuava na defesa dos direitos de minorias e na denúncia das ações milicianas no Rio de Janeiro.

Em 2018, havia no Brasil um ambiente de

forte descontentamento com a classe política tradicional, com escândalos de corrupção nos anos anteriores e uma crise econômica prolongada. Com isso, Jair Bolsonaro, ex-capitão do Exército e deputado federal, colocou-se durante a campanha como um candidato antiestablishment, prometendo combater a corrupção, a criminalidade e promover valores conservadores. Diante da prisão de Lula, que o impediu de participar do pleito quando era favorito, abriu-se o caminho para que Jair Bolsonaro fosse eleito.

Desde o início de seu governo, Jair Bolsonaro adotou uma postura raivosa em relação às políticas ambientais, às organizações não governamentais que atuam na área e aos povos indígenas. A sua gestão enfraqueceu as agências de fiscalização, como o Ibama e o ICMBio, reduzindo seus orçamentos e interferindo em suas operações. As ações do governo Bolsonaro frequentemente favoreceram o agronegócio e a exploração de recursos naturais na Amazônia. Em 2019, o desmatamento foi o mais alto em uma década, tendência que continuou nos anos seguintes. Também no início de 2019 outra tragédia ambiental já tinha abalado o país, o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, Minas Gerais, resultando em 270 mortes e em indescritível devastação ambiental, o que expôs falhas da fiscalização governamental e da atuação das mineradoras.

A redução na fiscalização e o incentivo a atividades econômicas na região amazônica e no Pantanal contribuíram para o aumento das queimadas e da destruição da floresta. Nesse contexto, um dos casos mais emblemáticos e simbólicos foi o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em 2022, durante a produção de um livro e documentário sobre atividades ilegais na região do Vale Javari, gerando comoção da comunidade internacional e escancarando a situação conflituosa que se desenhava na região amazônica.

No que se refere à política externa, houve o rompimento de parcerias estratégicas com diversas nações, ao tempo em que o governo buscou aproximar-se de outros países governados pela direita e extrema-direita, principalmente com os Estados Unidos, em

uma perspectiva subserviente. Com isso, a credibilidade política e econômica do Brasil junto à comunidade internacional entrou em declínio, impactando nas possibilidades de colaboração com outros países em diversas áreas.

Na saúde pública, a pandemia de Covid-19 reforçou a perspectiva negacionista do governo Jair Bolsonaro, que negligenciou a necessidade de atuação intensa no combate à pandemia, atrasando a compra de vacinas, negando o uso de máscaras, além de agir para que a população usasse métodos ineficazes de cura, o que causou centenas de milhares de mortes. A gestão Bolsonaro, entre outras, também ampliou a crise econômica, aumentando a pobreza da população.

Nesse contexto, a insatisfação de parte do eleitorado com o governo Bolsonaro e a liberdade de Lula – ao ser constatado que o juiz Sérgio Moro, junto com procuradores da República, atuou de forma combinada e ilegal com o objetivo de condenar o ex-presidente – foram cruciais para a mudança no cenário político. Assim, a candidatura Lula, que prometeu reconstrução econômica, justiça social e uma gestão mais competente, tornouse vitoriosa nas eleições de 2022. Nessas eleições, o Brasil viu o aumento significativo na representatividade LGBTQIAPN+ e indígena, com a eleição de vários deputados dessas comunidades, refletindo maior diversidade no Congresso. No entanto, a maioria dos assentos foi conquistada pela direita e pelo Centrão.

Importante mencionar que durante o período eleitoral, e nos últimos anos, em grande medida pela política do governo Bolsonaro, houve frequentes debates políticos sobre as mudanças climáticas e os impactos da flexibilização dos códigos ambientais. Esses debates ficaram ainda mais importantes, necessitando ações efetivas de redução dos impactos da ação humana, tendo como exemplo o grave desastre que o Rio Grande do Sul enfrentou em 2024. As enchentes no estado causaram mortes, destruição de propriedades e impactos econômicos e sociais profundos, reforçando a urgência de políticas ambientais mais eficazes no país.

1993— 2024

O VILA E A CIDADE

SE TRANSFORMAM

O VILA SE TRANSFORMA (1994-1998)

O Teatro Vila Velha está em permanente metamorfose. Quando o Vila completou 30 anos de inauguração, em 1994, um grupo de artistas, liderado por Marcio Meirelles, assumiu a gestão do teatro e convidou o arquiteto Carl von Hauenschild para elaborar um projeto de reforma e ampliação da sede.

A primeira versão do projeto, datada de fevereiro de 1995, previa a preservação quase integral da caixa cênica e de sua estrutura metálica, propondo apenas a criação de galerias técnicas em aço sobre o palco e um revestimento acústico convexo nas paredes.

No ambicioso projeto definitivo, executado entre dezembro de 1995 e maio de 1998, a intervenção contemplou a construção das galerias técnicas e a instalação do revestimento acústico, mas foi muito além, com a total reformulação da sala.

O palco italiano foi substituído por uma caixa cênica flexível, com duas galerias perimetrais estreitas que circundam todo o espaço. Os equipamentos cenotécnicos e os praticáveis de madeira móveis e de altura regulável passaram a permitir inúmeras configurações de palco e plateia, ampliando as possibilidades cenográficas e dramatúrgicas, o que potencializou o Vila como sede de diversos grupos residentes e espaço privilegiado de espetáculos teatrais, musicais e de dança, além de debates sobre a cidade e a cultura.

As referências de Marcio Meirelles e Carl von Hauenschild nesse projeto foram os espaços

cênicos projetados por Lina Bo Bardi nos anos anteriores, como o Teatro do Sesc Pompeia, em São Paulo (inaugurado em 1982, coautoria de Lina com André Vainer e Marcelo Ferraz); o Teatro Gregório de Mattos, em Salvador (1986-1987, coautoria com Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki); e, especialmente, o Teatro Oficina, em São Paulo (1984-1993, coautoria com Edson Elito).

O bloco do foyer foi totalmente reconfigurado, com a criação de um segundo pavimento abrigando um caféteatro – o Cabaré dos Novos –, com acesso independente pelo Passeio Público através de uma escada-passarela.

As duas fachadas principais do Vila, voltadas para o Passeio Público e para a Rua Gamboa de Cima, foram redesenhadas, passando a ressaltar a modulação da nova estrutura de concreto armado.

Internamente, uma série de rampas e escadas conectam os três níveis da caixa cênica com o foyer e o Cabaré. As mais expressivas são a rampa que conecta o Cabaré e a caixa cênica em balanço sobre o jardim externo e a escada que se projeta sobre a calçada da Gamboa de Cima. Carl criou, assim, uma série de percursos arquitetônicos especialmente ricos.

Os antigos camarins foram demolidos e, no lugar, foi erguido um bloco de apoio de três andares, abrigando camarins e as duas salas de ensaio (João Augusto e Mário Gusmão).

O artista plástico Bel Borba realizou uma série de intervenções artísticas no edifício, com destaque para o painel de cacos de azulejos executado na contenção do Passeio Público e representando Dom Quixote, símbolo do Vila, em uma alusão ao espetáculo Um tal de Dom Quixote, que reinaugurou o teatro em maio de 1998.

Em dezembro de 2023, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), órgão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia voltado à preservação do patrimônio cultural, abriu o processo de Registro Especial do Teatro Vila Velha como espaço destinado a práticas culturais coletivas.

Com a implantação do Centro de Tecnologia da Rede Sarah (CTRS), em 1994, criado pelo arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, e pelo médico Aloysio Campos da Paz, Salvador assume um papel importante na arquitetura brasileira, pois nele são concebidos, desenhados e pré-fabricados os hospitais da Rede Sarah de Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília Lago Norte, Rio de Janeiro e Salvador – este, construído ao lado do CTRS.

No campo do urbanismo, o acontecimento mais relevante é a implantação do metrô de Salvador. A Linha 1, inaugurada em 2014, conecta a Estação Lapa, nos arredores do centro histórico, à Estação Acesso Norte, no novo centro urbano, sendo progressivamente ampliada até o bairro de Águas Claras. A Linha 2, inaugurada em 2016, conecta a Estação Acesso Norte com o aeroporto de Salvador.

Em 2010, um concurso público de arquitetura promovido pela Fundação Cultural do Estado (Funceb) e organizado pelo Departamento da Bahia do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-BA) escolhe o projeto do escritório Estudio America para a requalificação do Teatro Castro Alves. A primeira etapa, inaugurada em 2016, corresponde à requalificação da Concha Acústica e à construção de um edifíciogaragem encimado por uma esplanada.

O VILA SE PREPARA PARA O FUTURO (2024)

Passados 60 anos da inauguração e 30 da grande reforma, o Vila precisa atualizar-se novamente. Como na intervenção dos anos 1990, o novo projeto apropria-se da versão anterior, conformando um palimpsesto de camadas sobrepostas umas sobre as outras ao longo do tempo.

As obras de requalificação, iniciadas em 2024 pela prefeitura de Salvador, baseiamse no projeto arquitetônico concebido a partir de 2023 pelo escritório A+P Arquitetos Associados, com consultoria do autor do projeto anterior, Carl von

Hauenschild. Os objetivos desse projeto são ampliar os espaços de apresentações e administrativos, qualificar tecnicamente as salas de espetáculo e adequar o edifício às normas mais atuais, além de fortalecer a conexão do teatro com o Passeio Público, jardim histórico no qual o Vila nasceu e ao qual sempre esteve vinculado. A premissa geral do projeto é a preservação dos valores arquitetônicos e históricos do Vila.

A caixa cênica será integralmente preservada, recebendo apenas intervenções voltadas à sua qualificação técnica, como ampliação do número de varas e novo sistema de ar-condicionado.

As principais alterações relacionam-se à adequação às normas de acessibilidade universal e segurança contra incêndio e pânico. As rampas construídas na segunda metade da década de 1990 possuem inclinações mais acentuadas que as permitidas pela legislação vigente. A criação de um elevador que articula os três níveis da caixa cênica e aqueles do foyer e do Cabaré permitirá que todas as pessoas tenham acesso a todos os espaços da edificação.

Algumas rampas e escadas construídas nos anos 1990 serão demolidas para permitir a construção do elevador e das novas escadas. A marcante rampa envidraçada construída em 1995 será substituída pelo elemento mais icônico do novo Vila: uma passarela metálica conectando o Passeio Público ao hall de circulação do teatro. À passarela se acoplará a nova bilheteria.

O Cabaré dos Novos receberá tratamento acústico, instalações cenotécnicas e climatização que o transformarão em uma sala de espetáculos com funcionamento independente do restante do teatro. A sala de ensaios João Augusto será qualificada para abrigar pequenos espetáculos.

O futuro Vila apresenta outros elementos justapostos ao teatro existente, como um novo bloco administrativo que será construído sobre o volume principal, voltado para a Rua Gamboa de Cima, além de um contêiner-depósito instalado na área externa, ao lado do foyer. Os novos volumes são construídos com elementos metálicos

pintados em vermelho e explicitam-se como inserções contemporâneas que contrastam com o edifício branco preexistente.

O anúncio da instalação do Centro Cultural Banco do Brasil no Palácio da Aclamação, localizado do outro lado do Passeio Público, só reforça o protagonismo do Vila no ambiente cultural soteropolitano e brasileiro e amplia a esperança de que os dois equipamentos culturais possam impulsionar o processo de reocupação do Passeio Público.

1994— TeatRO

RETOMADA

Carlos Petrovich estabiliza as contas do Vila e deixa o prédio limpo e organizado, mas sem equipamentos e com uma estrutura defasada. Marcio Meirelles entende que é o momento de ter um espaço para seu trabalho, que incluía o Bando de Teatro Olodum. Ângela Andrade adere ao projeto e, juntos, buscam firmar parceria com o Teatro

Vila Velha. A Sociedade Teatro dos Novos, proprietária do Vila, aceita a integração dos dois ao grupo, caso aportem valor igual à avaliação patrimonial do Teatro Vila Velha.

Inicia-se um movimento para a revitalização do teatro, protagonizado também por Chica Carelli, Cristina Castro, Gordo Neto, Hebe Alves, Marísia Motta, Tereza Araújo, Débora Landin e vários outros. O publicitário João Silva abraça o projeto Novo Vila, que ganha estrutura profissional de marketing. Artistas diversos, a comunidade e a imprensa, como há 30 anos, unem-se ao Novo Vila

Com os Shows Pruvila, artistas com carreiras iniciadas no teatro doam a arrecadação de bilheteria de suas apresentações para as obras. O Meia-Noite se Improvisa, série de espetáculos de variedades com curadoria a partir de inscrições voluntárias, tem sua estreia marcada pelo cortejo final, já ao amanhecer, conduzido por Carlinhos Brown e Os Árabes, levando o público do Teatro Vila Velha até o Campo Grande e depois retornando ao teatro. Esses eventos, além de espetáculos dos novos grupos residentes: Bando de Teatro Olodum, Cereus, Nossa Cara e Tribo de Teatro; as feijoadas; as caminhadas para o Bonfim; e vários outros encontros, como o de Branford Marsalis com o Olodum, também foram imprescindíveis para visibilizar a necessidade urgente da reforma.

O movimento toma conta de Salvador e repercute no Brasil. Chama a atenção dos administradores públicos da arte. O Governo do Estado da Bahia e o Ministério da Cultura são procurados e é apresentado um projeto de reconstrução do teatro, assinado por Carl von Hauenschild. Resolvem investir na reconstrução e mobilizam empresas estatais para entrar também com patrocínios.

Em dezembro de 1995 é iniciada a reforma e, em meio à demolição e operários transitando, o Vila não para de oferecer surpresas. A série O que o S. Bertolt Tem a Ver Comigo traz artistas de várias gerações, como Harildo Déda, Daniela Mercury, Jurema Pena, Lucélia Santos, Paulo Betti e Lúcio Tranchesi, para ler peças de Brecht. O Revilavolta , em três dias de apresentações, une bandas como Munda Mundistas, Crack, Brincando de Deus e Apaches do Tororó a cineastas, artistas performáticos e visuais, como Marepe.

O prédio, de um pavimento, passa a ter três, triplicando sua área construída. São criadas salas de ensaio, área administrativa, um café-teatro. O orçamento atinge o triplo do que tinha sido avaliado para o prédio. Dois terços dele foram empregados na compra e instalação de equipamentos de ponta, inclusive uma central de ar-condicionado. O Vila renasce e, naquele 1998, é reinaugurado com Um Tal de Dom Quixote , com Carlos Petrovich, aos 62 anos de idade, liderando um elenco de 60 pessoas.

O Teatro dos Novos reestrutura-se, o Bando de Teatro Olodum consolida-se como uma referência de teatro negro, o Viladança surge inaugurando uma política de dança no Vila. A seguir, outros grupos ocupam os espaços do Teatro Vila Velha, reconstruído a partir de duas paredes do prédio original e uma ideia.

EDSON RODRIGUES

UM TEATRO DE GRUPOS

O Teatro Vila Velha notabilizou-se como um espaço de grupos. Em sua trajetória fica evidente a escolha por projetos que não se limitam à aparição esporádica de um espetáculo ou show em determinado espaço de pauta. De maneira diferente, o teatro foi se moldando junto à formatação de diferentes núcleos de produção de arte, transformando-se em lugar de formação. No Vila desenvolveram-se movimentos, tendências, artistas, políticas públicas, maneiras de produzir e exibir arte. Nessa construção, foram muitos os coletivos que ligaram suas histórias à do Teatro Vila Velha.

A própria construção do Vila, inaugurado em 31 de julho de 1964, deu-se pelos esforços de um grupo, o Teatro dos Novos, atuante desde 1959. E quando o teatro passou a ser uma realidade, outros coletivos foram sendo formados, por vezes a partir de iniciativas já existentes na casa. Foi assim, por exemplo, com o Teatrinho Chique-Chique, dedicado a espetáculos para crianças, coordenado por Maria Manuela, atriz de João Augusto em vários espetáculos, inclusive Eles Não Usam Bleque-Tai (1964). O grupo de teatro de bonecos estreou em 1965. Em 1967, Maria Manuela realizou o espetáculo Boi de Carro , a partir de texto de Guimarães Rosa, e participou do II Festival de Marionetes e Fantoches da Guanabara (no atual Rio de Janeiro), conquistando Menção Honrosa.

Um grupo de músicos que se reuniu no Nós, Por Exemplo… continuou trabalhando em rede e criando outros shows em que atores e atrizes se revezavam lendo textos ou fazendo a luz.

A peça Stopem/Stopem , de 1968, foi a última montagem com direção de João Augusto, assinada pelo Teatro dos Novos. Nessa época, cada participante havia tomado diferente rumo na carreira e o grupo parou de produzir espetáculos por um longo período. À época, João Augusto ficou no Vila com atores e atrizes que participaram dos elencos dos Novos, mas sem um grupo estruturado como tal. Isso não por muito tempo. A partir da montagem

de GRRRRrrrrrr , em 1971, iniciou-se uma relação com o Teatro Livre da Bahia, para o qual João criou o espetáculo, e com a banda Creme, que fazia a parte musical. O Teatro Livre era formado por Sônia dos Humildes, Nilda Spencer, Kerton Bezerra e Nonato Freire, e já tinha uma história fora do Vila Velha. Depois de GRRRRrrrrrr , Sônia dos Humildes e Kerton Bezerra continuaram com João, e vieram Teatro de Cordel n º 2 (1972), Quincas Berro D’Água (1973) e vários outros; participações em festivais de teatro pelo país e excursões internacionais, em uma parceria artística que só terminou com a morte de João Augusto, em 1979.

Mesmo durante sua maior reforma, entre 1994 e 1998, o Vila Velha não deixou de fomentar a ideia da construção artística coletiva. O período marca a chegada de Marcio Meirelles e Ângela Andrade à Sociedade Teatro dos Novos, que é proprietária e administra o teatro. Nessa época, a política de ocupação por meio de coletivos ganhou novas cores e dinamismo. Em um primeiro instante passaram a ser grupos residentes o Bando de Teatro Olodum, o Grupo Cereus (coordenado pela diretora, atriz e educadora Hebe Alves) e os grupos Tribo de Teatro e Nossa Cara (ambos formados pelo Centro de Referência para a Infância e Adolescência (Cria), tendo à frente a atriz, educadora e diretora teatral Maria Eugênia Milet, a atriz Tereza Araújo e o ator Gordo Neto.

Essa nova política de ocupação do espaço foi incrementada por Marcio Meirelles, inspirada pelo histórico do próprio Teatro Vila Velha. Os momentos em que o Vila havia passado por dificuldades foram exatamente aqueles em que o grupo teatral em residência estava em crise ou se repensava artisticamente. Ter vários grupos produzindo diminuiria as chances de surgirem espaços vazios na programação do teatro. Dessa forma, a partir de 1994, o Teatro Vila Velha transformou-se em um equipamento cênico de contínua criação por parte dos coletivos, que foram tendo o espaço como seu lugar de elaboração de projetos e exibição de produções.

Durante esses quase quatro anos (1994 a 1998) o Cria ganhou uma sede no Centro

Histórico de Salvador e transferiu para lá a residência de seus grupos, Tribo de Teatro e Nossa Cara, mantendo a parceria com o Vila. E o Cereus encerrou sua carreira como grupo, sendo que alguns de seus participantes continuaram atuando em outros projetos no teatro.

Ainda em 1995, o grupo musical Confraria da Bazófia apresentou um projeto de shows no teatro. O Vila articulou a participação do grupo no Show Pruvila , feito por Tom Zé para apoiar a reforma do teatro. Jarbas Bittencourt, da Confraria da Bazófia, passou a ser artista residente do Vila, compondo e dirigindo trilhas musicais para os vários grupos da casa; e Ray Gouveia, também “confrade”, foi responsável por trilha sonora e direção musical de espetáculos do grupo que se formaria em 2000, a Companhia Novos Novos de Teatro.

Em março de 1996, o Teatro dos Novos, agora sob a direção artística de Marcio Meirelles, inicia uma reestruturação com a criação do projeto 3&Pronto e a realização de oficinas. Em homenagem aos 40 anos de eternidade de Bertolt Brecht, foi viabilizado um ciclo de leituras cênicas de peças do dramaturgo alemão – O Que o Sr. Bertolt Tem a Ver Comigo? – em uma parceria com o Instituto Goethe. No ano seguinte, um dos frutos das oficinas que vinham sendo feitas, a peça Barba Azul , estreou. Todas essas ações foram configurando o “novo velho” Teatro dos Novos.

Em 1998, Cristina Castro criou o Viladança, primeira companhia de dança residente no teatro, que estreou com 200 e Poucos Megabytes de Memória e implementou uma política e um olhar sistemático sobre a linguagem no Vila Velha. Sua criadora gerou ainda outros projetos, como o Baila Vila , o Improvilação e finalmente o Vivadança Festival Internacional , que teve 15 edições dirigidas por ela.

Em 1998 também estreou Um Tal de Dom Quixote , espetáculo especialmente construído para a reinauguração do Teatro Vila Velha. Trouxe no elenco dois atores do grupo originário do Teatro dos Novos: Carlos Petrovich, no papel-título, e Sonia Robatto, que ainda residia em São Paulo,

em uma participação especial. O elenco contou com o Bando de Teatro Olodum (residente do teatro), em que Lázaro Ramos participava, interpretando Sancho Pança. Cristina Castro, que acabara de formar o Viladança, criou as coreografias da montagem e fazia Dulcineia. O elenco tinha ainda artistas que vieram dos projetos e grupos que a essa altura já gravitavam pelo Vila. Somando elenco e músicos, mais de 60 artistas trabalhavam no espetáculo, que tomava o palco principal e as galerias, explorando a caixa cênica e outras possibilidades do novo espaço do Teatro Vila Velha reconstruído.

O processo também serviu para marcar em definitivo a nova fase do grupo Teatro dos Novos. A partir de Um Tal de Dom Quixote ficou decidido que aquele coletivo de artistas que dividiam o espetáculo com o Bando de Teatro Olodum era o novo elenco do Teatro dos Novos.

A produção no Teatro Vila Velha reinaugurado foi intensa. Em 2000, Marcio Meirelles faz a adaptação do livro Pé de Guerra , de Sonia Robatto, e dirige a encenação. Para contar a história de uma família que tem seu cotidiano alterado pela Segunda Guerra Mundial, monta um elenco com o Teatro dos Novos e 11 crianças que responderam a uma chamada pública de seleção. Nesse projeto, Marcio convidou dois então jovens artistas para o auxiliarem como assistentes de direção: Elísio Lopes Jr. trabalhava com o elenco adulto e Débora Landim, com o infantil.

Em Pé de Guerra, o desempenho do elenco de crianças foi de tal forma importante que gerou um pensamento: não seria o momento de, na nova fase do Vila, reconfigurar a exitosa, mas rápida, experiência de Maria Manuella com um grupo de teatro para as infâncias, desenvolvendo projetos no teatro? A ideia fortaleceu-se e Débora Landim foi convidada para dirigir esse coletivo, que, em uma homenagem ao grupo primeiro do Vila, passou a chamar-se Companhia Novos Novos de Teatro, tendo Sonia Robatto como referência e madrinha. Em 2001, a Novos Novos monta seu primeiro espetáculo, Imagina Só... Aventura do Fazer, e depois, como grupo residente, leva à cena as peças

Mundo Novo Mundo (2003), Alices e Camaleões (2004), Diferentes Iguais (2006), Ciranda do Medo (2007) e Paparutas (2012).

O ano de 2001 ainda marca a primeira produção de outro residente: com Trilhas do Vila , um espetáculo-show com músicas criadas para montagens do teatro, o VilaVox iniciou sua construção cênica, tendo a expressão vocal como importante ferramenta estética. Coordenado pelo ator e diretor Gordo Neto e pelo músico Jarbas Bittencourt, o VilaVox estreou no Vila os espetáculos Almanaque da Lua (2002), Primeiro de Abril (2003) e Canteiros de Rosa (2006).

Em 2004, outro grupo é criado no Vila Velha. A Outra Companhia de Teatro surgiu do encontro de artistas da casa e de outros vindos por meio dos projetos Tomaladacá, que promovia o intercâmbio com grupos amadores de periferia, e Teatro de Cabo a Rabo, que fazia a ligação entre as diversas cidades da Bahia e o Vila. O Tomaladacá permitiu a junção de interesses artísticos do diretor Vinício de Oliveira Oliveira com o grupo Trilharte, dirigido por Inácio D’eus. O encontro rendeu duas montagens teatrais antes da efetivação d’A Outra Companhia - com a peça Arlequim, Servidor de Dois Patrões (2004) - como grupo residente do Teatro Vila Velha.

Com as novas ferramentas de políticas culturais, oferecidas a partir de 2007 pela recém-criada Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, e do consequente fortalecimento e consolidação de estruturas de criação, produção e difusão das artes cênicas, muitos grupos alçaram voos. Assim, o VilaVox, a Outra Companhia de Teatro e a Companhia Novos Novos de Teatro montaram sedes para desenvolvimento e apresentação de suas pesquisas. São centros de encontros e apoio a outros grupos e artistas, espaços de liberdade para criar e produzir micropolíticas para o desenvolvimento da linguagem e da economia artísticas: todos reverberam o DNA do Teatro Vila Velha.

Em 2011, o Teatro dos Novos e o Bando de Teatro Olodum eram os grupos residentes; e o Viladança constituiu-se como um núcleo de pesquisa e produção da dança.

Repensado o sistema e adequando-se à nova realidade, foi feita uma chamada pública para grupos em residência. Nessa fase, e sob esse status , vieram para o Teatro Vila Velha os grupos: Supernova, de Ciro Sales, Luisa Prosérpio e Will Brandão; NATA (Núcleo Afro-Brasileiro de Teatro de Alagoinhas), liderado por Fernanda Júlia (Onysagé); e o Teatro da Queda, tendo à frente Thiago Romero.

Todos os grupos que viveram a experiência de residência no Teatro Vila Velha contribuíram para sua história e tiveram suas trajetórias reforçadas por ela. Alguns decidiram sair do teatro e continuam produzindo, outros foram desativados por circunstâncias diversas. Em comum a todos esses coletivos, a experiência no Vila Velha fortaleceu uma forma de ver a arte como construção que reflete a sociedade de maneira crítica, na busca da transformação do mundo para o melhor.

UM TEATRO DE PROJETOS

Muitos dos esforços iniciais do Teatro dos Novos, anteriores à inauguração do Teatro Vila Velha, foram amparados por projetos bem delineados. A exibição de espetáculos em bairros de Salvador e cidades do interior foi resultado dessa organização.

As muitas campanhas para construir o teatro são projetos. Somente com organização um grupo de artistas conseguiria não só erguer, como reformar por algumas vezes e manter um equipamento dedicado à cultura, à educação e às artes no Brasil.

Já antes do início do Vila, desde 1959, a Sociedade Teatro dos Novos desejava uma sede, objetivo concretizado em 1964. Nesse intervalo, diferentes iniciativas foram levadas à frente: livro de ouro, bingos, leilão de obras de arte, shows, apresentações e campanhas, como Ajude os Novos a Dar um Teatro à Bahia e a Campanha da Cadeira. Projetos, todos, que tiveram como objetivo a criação do Teatro Vila Velha.

Nesse caminho, o Vila foi construindo uma trajetória de luta e de defesa das liberdades e da equidade social. Tem participação histórica e de destaque em temas como teatro popular, bossa-nova, tropicalismo, negritude, diversidade, crítica social, participação política cidadã, enfim, lutas que necessitam de voz ativa na defesa de posições contra-hegemônicas. E todos esses temas foram desenvolvidos em projetos que propiciaram exposição e leitura transversais dos assuntos, em espetáculos, mostras, oficinas, intercâmbios, festivais, leituras cênicas, enfim, projetos.

No período em que necessitou ser totalmente reestruturado, foi sede, entre 1994 e 1998, de apresentações memoráveis de diversos artistas em Shows Pruvila e no Revilavolta.

À época, o teatro estava em obras e ganharia equipamento de iluminação e sonorização de ponta, como também sua caixa cênica atual, com um alto pé-direito que propicia aos encenadores voos criativos diversos, em variadas configurações de palco/plateia, como nos mais modernos teatros do mundo.

Outro projeto exitoso do Vila é o Meia-Noite Se Improvisa. De 1995 a 2004 (com exceção de 1998, ano principal das obras no Vila), sua programação semanal nos meses de verão foi um sucesso na cidade, proporcionando a centenas de pessoas, a cada edição, uma experiência artística múltipla. Da meianoite de sexta-feira até quase o raiar do sol do sábado, o palco do Vila era ocupado por apresentações de dança, música, performance, teatro, artes visuais, shows de drag queens e transformistas, capoeira, maculelê, manifestações diversas da cultura popular, circo, cinema… enfim, o cardápio sempre foi variado.

Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Paulo Miklos, Chico César, Marina Lima, Lazo Matumbe, Bagageryer Spielberg, bandas como o Mundo Mundista e The Dead Billies são alguns dos literalmente centenas de nomes que passaram pela programação do MeiaNoite Se Improvisa em sua trajetória. E tudo em celebração das artes e da diversidade.

Depois do período entre 1995 e 2004, o MeiaNoite... teve uma edição em 2009, dentro

da programação de comemoração pelos 45 anos do teatro. E no período da pandemia de Covid-19 (2020) foi realizada uma versão web do projeto. Em suas diferentes fases e edições, foi coordenado por Marísia Motta, Tereza Araújo, (Adelina) Dedé Rebouças, Débora Landim e Sara Victória.

Depois da primeira etapa das obras, com a inauguração do café-teatro Cabaré dos Novos e das salas de ensaios, vieram as Oficinas Livres e as Oficinas Vila Verão, oferecidas pelo teatro e inicialmente coordenadas por Hebe Alves e Chica Carelli.

Depois, o Viladança criou um programa de oficinas continuadas de dança para crianças e a Companhia Novos Novos de Teatro fazia oficinas e montava espetáculos. Outros grupos residentes também montaram espetáculos para esse público. Criou-se o Vilerê, um festival de artes para crianças, com ênfase nas cênicas.

Nessas experiências, as ações abrangiam o público de crianças e jovens, mas também seus pais, responsáveis e profissionais do ensino. Iniciação teatral, sensibilização pela arte, canto, dança, música, capacitações nas áreas técnicas de teatro e arte-educação foram alguns dos temas e linguagens desenvolvidos.

Na dança, vários projetos foram criados por Cristina Castro. O BailaVila, coordenado também por Rita Brandi e Selma França, em 1997, com programação mensal, homenageava diversos coreógrafos fundadores da cena de dança na Bahia e trazia ao palco intérpretes de diferentes gerações e tendências. Uma iniciativa que teve impacto na cena local, fortalecendo artistas e grupos e fomentando inclusive o surgimento de outros coletivos, como o próprio Viladança.

Além do BailaVila , outros projetos foram realizados: o Improvilação , sessões de improviso de dança e música; o Vivadança Festival Internacional , que surgiu como Mês da Dança no Vila , teve 15 edições, todas dirigidas por Cristina Castro, e gerou muitos frutos de integração internacional e fomento à dança local. E, mais recentemente, as Residências

Artísticas Internacionais de dança resultaram em espetáculos que circularam internacionalmente, abrindo portas para dançarinos baianos, em sua maioria negros, moradores de bairros periféricos.

A partir de 2006, o Vila Velha levou à frente um projeto que circulou por grande parte do interior da Bahia em diferentes edições. Apenas no seu primeiro ano, o Teatro de Cabo a Rabo realizou oficinas diversas e apresentou espetáculos em Madre de Deus, Jacobina, Santo Antônio de Jesus, Ilhéus, Camaçari, Alagoinhas, São Francisco do Conde, Feira de Santana, Rio de Contas e Bom Jesus dos Pobres. E, mais importante, conectando grupos dessas cidades entre si, numa mostra no Teatro Vila Velha. Muitos deles criaram circuitos entre suas cidades e voltaram a Salvador, cumprindo temporadas no Vila, ou em outros teatros, como O Teatro Popular de Ilhéus e o grupo NATA, de Alagoinhas.

Em relação ao teatro negro, destacam-se: as três edições do Fórum de Performance Negra, que foram encontros para pensar, propor e implementar políticas para o teatro negro, em uma parceria entre o Vila, a Cia. dos Comuns (RJ), dirigida por Hilton Cobra, e o Bando de Teatro Olodum; e o festival de artes A Cena tá Preta, que continua sendo realizado pelo Bando.

Em 2013, o Vila iniciou seu mais planejado e amplo projeto na área da formação para as artes. A universidade LIVRE do teatro vila velha nasce de uma preocupação com a diminuição de público para o teatro. Da necessidade de refletir que teatro ainda é necessário e qual formação um artista precisa desenvolver para dar conta desta questão. É criado um projeto alicerçado em metodologia própria de formação, com ênfase em atuações nos diversos territórios necessários à realização do teatro.

Por conta da pandemia de Covid-19, o Vila teve que se reinventar para cumprir sua função de repensar o mundo através da experiência da arte. Foi criado então o Novo Vila Virtual, usando as experiências com a inter-relação entre teatro e as tecnologias de transmissão e de audiovisual. E o teatro cumpriu sua missão, ajudando o público a se sentir um tanto mais vivo naquele período de confinamento.

Com a reforma, o Teatro Vila Velha revive suas origens, os tempos antes do prédiosede, e cria o programa O Vila Ocupa a Cidade . Vem realizando uma série de projetos ao longo de 2024, reafirmando seu lugar na vida cultural do país, distribuindo suas ações em outros espaços da cidade. O Pé de Feijão, por exemplo , é um projeto que tem ido para escolas e comunidades. Nesse cenário, o Museu de Arte da Bahia (MAB) estabeleceu um contrato de colaboração acolhendo o Vila e algumas de suas produções. O Teatro Casa do Comércio, o Cine Glauber Rocha, O Teatro do Icba, o Teatro Moliére, o Teatro Sesc/Senac do Pelourinho são outros espaços ocupados pelo Teatro Vila Velha.

O Teatro Vila Velha foi criado para a cidade, para o público e para os artistas e produtores culturais. Assim, todas as linguagens sempre tiveram espaço nos palcos e salas do Vila. Pode-se perceber uma linha de atuação e reinvenção no teatro, na música, em relação às ações para a infância e juventude, bem como para a arte negra e a produção LGBTQIAPN+. Mas no que se relaciona à dança, mesmo estando a linguagem representada no Vila desde sua inauguração, percebe-se que não havia uma linha de pensamento de produção e nem uma política de ações no teatro até a chegada da coreógrafa e dançarina Cristina Castro, já na década de 1990. Nesse trajeto, muitos projetos de dança foram exitosos no Vila, mas dispersos em atuações que, ainda que importantíssimas, foram pontuais e descontinuadas.

Na programação de inauguração do Teatro Vila Velha, em 31 de julho de 1964, esteve presente a Escola de Samba Juventude do Garcia, com sua música negra e seus passistas. Quase um mês depois, o palco do Vila recebeu o Conjunto Folclórico do IEA, sob a direção de Emília Biancardi. Em setembro, foi a vez da dança moderna da Escola de Dança da Universidade da Bahia realizar uma temporada de apresentações no teatro. Também é possível destacar a dança contemporânea da coreógrafa Lia Robatto, com o espetáculo Invenções

O VILA SE MOVE

(1969); as Oficinas Internacionais de Dança Contemporânea, organizadas por Dulce Aquino; e as apresentações do Grupo TranChan e de outros coletivos e artistas.

A dança popular e a dança de matriz africana – que se misturam e se confundem como denominação, de acordo com as épocas em que atuaram –, por sua vez, tiveram o teatro como espaço parceiro desde o início do Vila. Além do já citado Conjunto Folclórico do IEA, grupos como Afro Bahia, Baiafro, Folclórico Oxum, Frutos Tropicais, Chama, África

Poesia e Gesto, dentre outros, trouxeram ao teatro artistas como Augusto Omolú, Armando Pekeno, Paulo Fonseca, Mestre King e Clyde Morgan.

No Vila foram realizados os concursos anuais dos passistas da Escola de Samba Juventude do Garcia, coletivo que inaugurou o palco do teatro com sua “batucada”, como anunciado à época. E a capoeira marcou presença, naquela fase inaugural do Vila, com atividades diversas, como a participação da Roda de Angola de Mestre Pastinha no espetáculo

Auto da Liberdade e da Independência da Bahia, criação do Teatro dos Novos que foi a palco em 1963; e até hoje, como prática de preparação de atores e dançarinos e em eventos de troca de cordões periodicamente realizados no teatro, “terreiro” de várias rodas e vários mestres.

Dentro das realizações do Teatro Vila Velha, no período da reforma que modificou sua estrutura arquitetônica e lhe deu a formatação geral que hoje dispõe (19941998), o projeto BailaVila marca o momento de repensar a dança no espaço. Coordenado por Cristina Castro em colaboração com as dançarinas Rita Brandi e Selma França, o BailaVila foi uma iniciativa exitosa, que começou com um chamamento geral de acolhimento à dança, ocupando o palco com uma diversidade de estilos e gerações de artistas. Foi modelo de micropolítica de incentivo à dança, fazendo conexões importantes entre a história e o futuro. O projeto antecedeu aquele que foi o passo definitivo para o incremento da linguagem no teatro: o surgimento do grupo Viladança.

Cristina Castro, em 13 de abril de 1998, criou o Viladança, que surgiu impondo-

se o desafio de propor diálogos entre as culturas local e universal através da dança contemporânea. Estreou no recémreinaugurado Teatro Vila Velha com uma nova leitura da coreógrafa para 200 e Poucos Megabytes de Memória , espetáculo que teve uma versão anterior criada para o Balé Teatro Castro Alves. E, produtivo desde o nascedouro, no mesmo ano o grupo oferecia ao público o espetáculo Sagração da Vida Toda , que ganhou o reconhecimento do Prêmio Mambembe de Revelação Nacional (Funarte, 1998). Além de Sagração … e 200 e Poucos …, o grupo apresentou, ainda em 1998, outras duas coreografias de menor duração, como pequenos contos ou curtas-metragens: Exposição Sumária e HOT . A sequência de espetáculos de dança, logo no primeiro ano de atividades do Vila após a reforma, ajudou a trazer para o espaço um público diferente: os apreciadores da dança.

Ter na casa um grupo residente de dança fez com que a linguagem, de maneira natural, ganhasse ainda maior importância na construção dos espetáculos teatrais do Vila, à semelhança daquele que inaugurou o espaço cênico pós-reforma, em 1998: Um Tal de Dom Quixote, realização conjunta do Teatro dos Novos e do Bando de Teatro Olodum. A produção marca a continuação de uma colaboração artística entre Cristina Castro e Marcio Meirelles, que tinha se iniciado na montagem d’A Ópera de 3 Mirréis, de Brecht, criada para o Bando de Teatro Olodum. Uma colaboração artística que se mostrou, com o passar dos anos, duradoura e produtiva.

Os diversos grupos que passaram a ser residentes do Vila logo incorporaram o interesse, em suas criações, por essa linguagem múltipla em sonoridades e movimentos. VilaVox e Companhia Novos Novos de Teatro passaram a ter seus próprios coreógrafos, que em muito ajudaram a fazer do movimento parte da narrativa de seus espetáculos. Em especial, o Bando de Teatro Olodum destacou-se nesse sentido, apresentando as propostas de José Carlos Arandiba, o Zebrinha, que assinava as coreografias do grupo e ajudou a construir espetáculos contundentes e memoráveis. Em seu trabalho, criando a movimentação cênica e coreografias do

Bando, pulsa uma estética de reafirmação da identidade racial como pilar do trabalho do grupo e do próprio Teatro Vila Velha.

Da mesma forma que o trabalho do Viladança, como grupo de dança, influenciou na estética das produções de teatro, o constante contato com a linguagem teatral também influenciou o Viladança. Os entrelaçamentos e as inspirações advindos da relação com outras linguagens artísticas foram sendo incorporados às criações do grupo de Cristina Castro. Mas sempre tendo a dança como fio condutor do processo.

O Viladança começou a apresentar suas criações em outras cidades do estado e do país. Conquistou o EnCena Brasil, da Fundação Nacional de Artes e Ministério da Cultura, em dois anos seguidos (2001 e 2002); o Prêmio Unesco (Prize to Promote the Arts –2003); e o edital do Prêmio Funarte-Petrobras de Fomento à Dança, em 2005; dentre outros. No período, o Viladança viabilizou, construiu e circulou com os trabalhos CO2 (2000), no qual os dançarinos interagem com um cubo de tela de seis metros de altura em cenário de Moacyr Gramacho; Hai-Cai Baião (2000), com o coletivo traçando paralelos entre a cultura regional e a construção delicada e sofisticada do haicai (breve composição poética escrita, de origem japonesa); e José ULISSES da Silva (2002), que trata de andanças, mudanças e desafios a partir da inspiração do herói mitológico grego.

Em 2003, o grupo iniciou carreira internacional. Foi convidado para o Festival Movie Berlin, onde apresentou CO2. Logo depois, veio o espetáculo Headhunters, resultado da parceria, na criação, entre Cristina Castro e a coreógrafa alemã Helena Waldmann, com estreia no Teatro Burghof Lörrach, também na Alemanha. Após a estreia internacional, Headhunters teve longa temporada no Teatro Vila Velha.

Em 2006, o Viladança ganha, de Milton Nascimento, uma composição inédita para ser coreografada por Cristina, e ela propõe novo mergulho nas referências brasileiras com Aroeira – Com Quantos Nós Se Faz Uma Árvore. O espetáculo incorporou o audiovisual à narrativa, explorando fotogramas e

fotografias, numa relação contínua com as “imagens sonoras” oferecidas pelo universo musical do artista mineiro.

Outros compositores também colaboraram com a coreógrafa em criações: Jarbas Bittencourt, em Um Tal de Dom Quixote, CO2, José ULISSES da Silva (com Marcos Póvoas) e Da Ponta da Língua à Ponta do Pé (espetáculo para crianças); João Milet Meirelles, em HABITAT e Muvuca (esse com Roberto Barreto). Artistas plásticos participaram de projetos, como no caso de ULISSES, espetáculo que contou com a colaboração do coletivo NAP (Núcleo de Artes Plásticas do Vila).

Nessa sequência de montagens e ações na área da dança, a linguagem fortaleceu-se no Teatro Vila Velha. E, em 2007, a primeira edição do Vivadança Festival Internacional –ainda com o nome de Mês da Dança no Vila – marcou um novo momento dessa relação. Com direção e curadoria artística de Cristina Castro, o festival passou a ter edições anuais e sucessivas, trazendo ao palco do Vila, e de outros espaços de Salvador, cidades do interior e de outros estados, espetáculos, oficinas e discussões acerca da linguagem, além de promover uma série de intercâmbios, residências e rodadas de negócios que ajudaram a colocar a Bahia como referência na rota internacional da dança.

A CENA SEMPRE FOI PRETA NO VILA

Existe outro teatro que teve seu palco batizado por uma escola de samba na abertura de sua programação? Talvez. Não sabemos. O que sabemos é que a Escola de Samba Juventude do Garcia, campeã do Carnaval, em 1964, fez o primeiro espetáculo do Vila, no dia 7 de agosto.

E, como prova de confluências, a Juventude do Garcia foi criada em novembro de 1959, mesmo mês e ano da Sociedade Teatro dos Novos.

Mas, ainda antes da apresentação da Juventude do Garcia no Vila, o Anjo Negro, Mário Gusmão, e outros atores e atrizes trouxeram suas contribuições às montagens

do grupo dos Novos em praticamente todos os seus espetáculos. E tudo isso numa Bahia que até bem pouco tempo não conhecia e reconhecia esses artistas como artistas.

A partir da inauguração do Vila, a cultura negra sempre esteve presente: na participação da Juventude do Garcia e de Mário Gusmão também em Eles não Usam Bleque-tai, primeira peça do Teatro dos Novos, no Vila; nos concursos de sambaenredo e de passistas da Juventude e da Escola de Samba do Politeama; nas trocas de cordão de academias de capoeira; nas apresentações de grupos de dança tradicionais, folclóricas e afros, como o Frutos Tropicais, Chama, África Poesia e Gesto. E na participação de muitos dos poucos artistas negros que subiam aos palcos soteropolitanos: em elencos, solos, coreografando ou dirigindo. Poucos tinham visibilidade na Bahia, mas a maioria deles tem história no Teatro Vila Velha.

Até a chegada do Bando de Teatro Olodum, como grupo residente em 1994.

Novamente convergências, a peça que o grupo ensaiava era Bai Bai Pelô, terceira da trilogia que incluía Ó Paí, Ó!. A peça tratava da retirada dos moradores do centro histórico pela reforma perpetrada pelo governador Antônio Carlos Magalhães. O grupo também dizia “bai bai” geograficamente ao território onde começou e do qual guardava a identidade e se transferia para o também histórico Teatro Vila Velha. Eram duas histórias se encontrando: a do teatro - que contava 30 anos de trabalho politicamente inclusivo em relação à raça, gênero, classe social, cultura -, e a do Bando, com seus recentes quatro anos, mas com uma trajetória que já incluía participações em festivais e excursões por outras cidades.

No Vila Velha, o grupo consolidou-se e tornou-se referência, não só pelos muitos espetáculos que montou, mas por sua atuação política antirracista.

A partir da estreia de Bai Bai Pelô foi remontada a trilogia, incluindo Essa é Nossa Praia e Ó Paí, Ó. Foram produzidas novas peças, inclusive Zumbi, que teve sua versão londrina, com a mesma equipe de criadores: Cícero Antônio (música), Zebrinha (coreografias) e Marcio

Meirelles (encenação). E a versão cortejo de rua Zumbi Está Vivo e Continua Lutando, que incluía cerca de 200 participantes entre estudantes de escolas públicas e as bandas mirins do Ilê Aiyê, do Olodum, dos Filhos de Gandhi, do Araketu, do Malê Debalê, dos Apaches do Tororó e o coral do Gantois.

Zumbi foi a despedida de Mário Gusmão do teatro nesta dimensão. Logo após foi para o Orum iluminar outras esferas. Mas continua presente no Vila em energia e inspiração.

No Vila, o Bando de Teatro Olodum construiu a maior parte de seu repertório e maior sucesso, Cabaré da RRRRRrrrrraça, espetáculo que segue em cartaz desde 1977, quando estreou com a polêmica de propor o pagamento de meia-entrada para negros. Numa política afirmativa, que se discutia à época e ao mesmo tempo um chamado para que a população negra ocupasse o teatro para discutir suas questões, uma vez que somente 1% das pessoas que frequentavam teatro em Salvador naquele momento eram negras. E deu certo, a partir de Cabaré pelo menos 60% da plateia era negra, formada de público espontâneo, não de convidados.

O Bando também desenvolveu projetos no teatro: A Cena tá Preta, festival de artes negras, com ênfase nas artes cênicas e na música, a partir de 2004 e realizado anualmente. O Fórum de Performance Negra, com três edições, reunindo representantes de coletivos de teatro e dança de todas as regiões do Brasil para discutir questões pertinentes à pratica, estética, poética e política do exercício do teatro e da dança por artistas negros e negras.

Desenvolveu-se também o programa formativo Oficinas de Performance Negra, inicialmente como forma de selecionar novos participantes para o grupo, mas, a seguir, para discutir questões sobre o que de fato seria uma performance negra e preparar artistas nessa direção.

A partir daí, outros grupos e muitos artistas pretos começaram a frequentar, propor, atuar e apresentar seus trabalhos no Teatro Vila Velha, berço de atores e coletivos que são referências na luta antirracista, como Lázaro Ramos, Gustavo Melo, grupo Nata, Onisajé, Thiago Romero e tantos outros.

O VILA TAMBÉM É VILERÊ

O Teatro Vila Velha tem especial atenção ao público infantojuvenil. Desde seu surgimento, foi ocupado por produções diversas para essa faixa etária, contribuindo para a formação de diretores, elencos e plateias, além de também contribuir para a sensibilização das crianças pela arte.

O grupo Teatro dos Novos, antes da inauguração do Vila, realizou várias produções e nelas voltou-se também para o público infantojuvenil. Em 1959, encenou O Auto do Nascimento, texto adaptado por Sonia Robatto e direção de João Augusto, em um projeto que interessava ao público adulto, mas, por conta do tema e do fato de ter sido apresentado em espaços abertos, atraiu muito a atenção de crianças e jovens.

A montagem de O Casaco Encantado, em 1960, é outro marco. O texto de Lúcia Beneditti é um dos primeiros escritos para crianças na dramaturgia brasileira e sua montagem baiana teve direção de Carlos Petrovich, com apresentações em vários espaços, escolas particulares e públicas, comunidades e teatros. Um ano depois, veio a montagem de Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara Machado, com direção de João Augusto.

No ciclo de apresentações do período de inauguração do Teatro Vila Velha, em 1964, ou seja, com o prédio já em atividade, consta Bumba Meu Boi, com alunos da Escola Parque, em evento que voltou a ocupar o teatro um ano depois. E também um festival de bandinhas infantis. Em 1965, a partir das realizações de Maria Manuela com o Teatrinho Chique Chique, foi iniciado um projeto para crianças no Vila; seu grupo passou a construir diferentes produções com foco na linguagem do teatro de bonecos.

Dando um salto na história, na década de 1980 o Vila Velha recebeu diversas produções realizadas para o público infantojuvenil. E, tanto no período de gestão de Echio Reis quanto no de Carlos Petrovich, as produções para crianças, deles próprios ou de parceiros,

O VILA DE TODOS OS SONS

As palavras aqui vêm da memória. Do que vi e vivi como um jovem músico que pisou pela primeira vez no palco do Vila como baixista de uma banda punk chamada Dissidentes (abrindo o show da banda Cólera) e que anos depois voltaria ao mesmo palco como integrante do grupo Confraria da Bazófia. Que se tornou em 1996 diretor musical do Bando de Teatro Olodum e membro de um colegiado de artistas que geriu o Teatro pós-1998. Que assumiu a função de curador musical dos projetos de música do teatro e que aqui tem a oportunidade de contar parte dessa história incrível que é a história do Teatro Vila Velha.

No início da década de 1990, a cidade de Salvador vivia um desses momentos de efervescência cultural que não se vê toda hora e no qual a música teve um papel crucial. A música produzida para o carnaval de rua da Bahia havia dado um passo importante na descentralização do mercado fonográfico brasileiro, havia rompido fronteiras e ganhado status de gênero musical. Todas as áreas da cadeia produtiva da música em Salvador foram impactadas pelo fenômeno axé music.

Veio a reboque dessa revolução a profissionalização de músicos, técnicos, produtores, estúdios, compositores, cenógrafos, designers, profissionais de outras áreas envolvidas na gravação, difusão e circulação de música. Artistas de outros gêneros também em atividade naquele momento tiveram suas produções impactadas pelo axé, ainda que estivessem esteticamente em posição por vezes antagônica ao mesmo. A música instrumental, o rock em suas mais variadas matizes, a música de câmara (experimental ou não), o blues, a MPB, o samba e todas as fusões que eram possíveis de se imaginar no caldeirão afrodiaspórico da música baiana: tudo foi afetado.

ajudaram e muito financeiramente o teatro. Essas parcerias se deram, dentre outros, com Maria Manuela, Yumara Rodrigues, Lúcia de Sanctis e Manuel Lopes Pontes, assim como realizações com projetos de arte-educação, de escolas e de centros de formação de artes cênicas para as infâncias.

Até 1994, o Vila seguiu abrindo espaço para o teatro infantojuvenil, mas sem um projeto definido e contínuo que expandisse a experiência desse público com a arte. Isso começou a mudar com as oficinas promovidas a partir de 1997, coordenadas inicialmente por Hebe Alves, com inclusão de algumas voltadas para essa faixa etária.

Em 2000, Pé de Guerra, a partir de texto de Sonia Robatto, contou com um grupo de crianças participando do elenco. Para auxiliá-lo, o diretor Marcio Meirelles convidou Débora Landim para ser sua assistente para trabalhar com o núcleo infantil. A peça foi um sucesso e, a partir dessa experiência, Débora foi chamada para coordenar um grupo de teatro com e para crianças. Sonia Robatto foi madrinha da empreitada e contribuiu para a escolha do nome do coletivo: Novos Novos, que nascia trazendo a homenagem ao primeiro grupo do Teatro Vila Velha, o Teatro dos Novos.

A Companhia Novos Novos de Teatro representa um diferencial à cena baiana, antes só experimentado nas peças de Adroaldo Ribeiro Costa (1917-1994), com A Hora da Criança: ter um elenco formado por crianças e jovens para falar para crianças e jovens. Depois, a companhia acrescentou a participação especial de adultos em elencos que continuaram a ter, em maioria, crianças e jovens. No Teatro Vila Velha, construiu e estreou seis espetáculos como grupo residente, de Imagina Só... Aventura do Fazer (2001) a Paparutas (2012). Depois, passa a manter parcerias com o Vila e, nessa condição, estreia no teatro a peça Caderno de Rimas do João e Sem Rimas da Maria (2017), de Lázaro Ramos.

Débora Landim assina todas as encenações da Companhia Novos Novos, auxiliada por artistas-colaboradores que participam dos processos ativamente, sendo os mais constantes Marísia Motta (cenários, figurinos

Foi nesse contexto que o Vila ressurgiu com a força do projeto de revitalização chamado Novo Vila!. E foi para lá que todos esses artistas olharam ao mesmo tempo. Isso porque àquela altura o Vila já era um teatro desejado por artistas de todas as vertentes da música. Era como se cantar e tocar ali fosse um batismo pelo qual teriam que passar aqueles e aquelas cujas carreiras seriam abençoadas pelo que de força ancestral cerca aquele lugar. Os ecos do que havia acontecido no palco do Teatro Vila Velha décadas atrás com o Nós, Por Exemplo... ainda se mantinham no ar, e qualquer artista da música baiana queria estar ali. Desde os que estavam protagonizando o sucesso do axé aos que estavam apenas dando os passos iniciais em suas carreiras, passando pelos que haviam se consagrado nacional e internacionalmente e que voltariam, quando convocados a contribuir para esse renascimento do teatro, capitaneado por Marcio Meirelles.

Naquele período, quem adentrava o Teatro Vila Velha levando nas mãos uma fita cassete, um CD ou um release para apresentar seu trabalho e pleitear uma pauta, para mostrar sua arte naquele palco, era recebido por um grupo de artistas que havia ocupado as suas trincheiras para dar vez a uma grande reforma que reconstruiria o teatro. E era o próprio Marcio, muitas vezes, quem receberia a cada um e a cada uma que chegava lá.

Marcio estava muito atento ao que acontecia musicalmente naquele período e com a mente sempre aberta à novidade. Acho que, para além da música que alguém lhe apresentava, ele queria saber quem eram as pessoas que estavam ali entregando o material, que forças estavam atuando nesse ou naquele projeto artístico, que movimento era “esse” ou “aquele” que ali se mostrava às vezes ainda embrionário. E, ainda, rapidamente era imaginada e proposta uma maneira de reunir alguns desses artistas que chegavam com seus trabalhossolo, gerando ações de cooperação musical que resultaram em diversos projetos de programação do teatro. Alguns inesquecíveis, como os encontros de Caetano Veloso com a atriz Arlete Dias; Carlinhos Brown com Gereba; e Tom Zé com a Confraria da Bazófia, para citar apenas três dos inúmeros realizados nos shows pró-reforma.

e participação como atriz), Ray Gouveia (criação e direção musical), Lulu Pugliese (movimentação cênica e coreografias) e Edson Rodrigues (dramaturgia).

A Paparutas da Novos Novos (2012) foi uma nova montagem do texto que Lázaro Ramos, também autor da peça, dirigiu no Vila Velha em 2002 e que foi incorporada ao projeto Teatro de Cabo a Rabo, percorrendo vários municípios da Bahia. No mesmo ano, 2002, o núcleo que viria a ser A Outra Companhia, residente do teatro, apresentou a peça Remendo Remendó. Em 2004, Zeca Abreu dirigiu o espetáculo infantojuvenil H2O –Uma Fórmula do Amor. No ano seguinte, o Viladança fez um musical coreográfico para esse público com a montagem Da Ponta da Língua à Ponta do Pé. Em 2009, o Bando de Teatro Olodum estreou sua primeira peça para o público infantojuvenil, Áfricas, dirigida por Chica Carelli.

Em 2008, como evolução do pensamento prático e ativo sobre a importância da fruição e vivência de crianças em relação a experiências de teatro e dança, foi criado o Vilerê. Festival de arte para as infâncias e adolescências, o Vilerê surge a partir de uma provocação de Gordo Neto, que dirigiu o espetáculo Rerembelde no Teatro Vila Velha, em 2005.

A CONSTRUÇÃO DO ARTISTA

O Teatro Vila Velha também é um espaço de formação. Atores, diretores, cenógrafos, iluminadores, músicos, coreógrafos, dançarinos e outros artistas, técnicos e gestores têm a oportunidade de desenvolver seus ofícios no Vila. Desde sua fundação, várias ações desta natureza foram se fortalecendo com o tempo. A partir de 1998, com o novo prédio do Vila, o programa de formação ganha espaço, com diversas iniciativas realizadas por projetos e pelos grupos residentes.

Em 2013, com a preocupação de formar artistas conscientes de seu papel na sociedade e da relação com o público, instala-se a universidade LIVRE de teatro vila velha, marcando um novo capítulo no campo da formação no Vila.

Muitas vezes alguém chegava ao teatro com o intuito de conseguir uma data para fazer um show, ou de ser selecionado para participar de algum projeto específico, como o Meia-Noite se Improvisa, e saía de lá com uma ideia na cabeça para desenvolver algo a convite do Vila.

Além dessa capacidade de Marcio como agitador cultural e programador musical, um outro traço de sua personalidade artística influenciou e influencia a forma como a linguagem musical se faz presente no Vila: o fato de ter sempre sido um entusiasta da composição de músicas originais e da execução ao vivo dessas músicas em todas as peças teatrais dirigidas por ele e por outros diretores e diretoras que viriam a atuar no Novo Vila. Foi isso que me trouxe para dentro do teatro.

Virei uma espécie de “compositor residente” do Vila entre 1996 e 2014. Enquanto eu compunha e dirigia musicalmente as peças do Bando de Teatro Olodum, da Companhia de Teatro dos Novos, do Viladança e do VilaVox, outros dois compositores assumiram de forma constante mais dois grupos: João Meirelles, com A Outra Companhia de Teatro, e Ray Gouveia, com a Companhia Novos Novos de Teatro. Nós três atuamos de forma constante ao longo de grande parte desse período, nessas posições, mas não de forma estática. Compusemos, todos, para a maioria dos seis grupos residentes, atuando sozinhos ou em parcerias.

Também não fomos os únicos. As Trilhas do Vila, por exemplo, foram compostas ao longo desse período com a participação de artistas como Capinam, Tom Zé, Carlinhos Brown, Ronei Jorge, Pablo Sotuyo, Pedro Filho, Carlos Alberto Augusto, Aloízio Menezes e outros, que você pode ir descobrindo ao investigar mais de perto os programas dos espetáculos. Conseguimos gravar trilhas sonoras no próprio Vila Velha e algumas delas começam a ficar disponíveis para a escuta a partir desta exposição.

No rastro dessa atividade de música original e ao vivo, não posso deixar de lembrar do projeto criado e tocado pela coreógrafa Cristina Castro, intitulado Improvilação, com o qual colaborei intensamente. Eram sessões

A LIVRE é uma iniciativa do Teatro dos Novos que visa à renovação de seu elenco e do Vila, a renovação de seus quadros. Com metodologia própria e caráter profissionalizante, a LIVRE periodicamente abre inscrições para aqueles que desejam integrar suas turmas e se capacitar para atuar nas artes cênicas, em diversas funções.

O programa de formação da LIVRE inclui atividades técnicas, gerenciais e artísticas, sempre com a percepção de que o teatro é um sistema em que o público e o palco se complementam e dialogam. Onde o coro é uma representação do público que pode se rever no palco e se repensar. Assim se formam artistas como pessoas de atuação sociopolítica. As montagens da LIVRE colocam seus integrantes em diversas funções, para além da interpretação. Os espetáculos, desde sua elaboração, servem como exercício das diferentes funções necessárias à realização da cena.

Os espetáculos são precedidos de Experimentos, apresentações públicas de processos. São apresentadas as etapas de construção de uma montagem. Proposições de cenas, leituras de textos em elaboração, células coreográficas ou musicais, debates sobre determinados temas que estão no texto escolhido para a montagem, em textos complementares a ele.

Passam pela Livre muitos colaboradores, artistas ou outros profissionais que guardam em suas práticas e métodos de trabalho determinados repertórios e se dispõem a compartilhá-los. Assim, para trabalhar o gesto, podem ser colaboradores que vêm do futebol, e a cena de rua que antecede a morte de Mercúcio, em Romeu e Julieta , torna-se uma partida coreografada desse jogo. E, por aí, outras experiências e experimentos surgem e as vivências desses artistas em formação se abrem junto com as muitas possibilidades que cada colaborador compartilha.

Assim, nesses 11 anos, foram apresentados em torno de 40 experimentos, em que foram organizadas as vivências com mais de 200 colaboradores. Foram levados à cena mais de 30 espetáculos, alguns assinados com o Teatro dos Novos e dirigidos por diferentes encenadores.

de livre improvisação de dança e música que reuniram no palco principal do Vila, não poucas vezes, mais de 30 intérpretes das duas linguagens, conduzidos por nós numa investigação que nos proporcionou, e ao público, momentos grandiosos de experiência e arte.

Durante todo esse período de grande produção interna, o Vila continuou a receber shows que se tornaram históricos, como a apresentação de Ramiro Mussoto lançando seu álbum Civilização e Barbárie, e o show de Itamar Assunção chamado Preto Brás (que inclusive tocou com meu violão nesse dia!).

Importante registrar aqui a Roda de Choro do Teatro Vila Velha. Projeto idealizado e coordenado pelos musicistas e pesquisadores Juvino Alves Filho e Elisa Goritzki. Era um sucesso de público que o Cabaré dos Novos, espaço do teatro, abrigou durante muitos anos e que marcou a agenda cultural da cidade enquanto existiu.

No final dos anos 2000, o Vila afirmou-se uma vez mais como espaço de encontro e música. Os projetos Encontro de Compositores e Vila da Música intensificaram o diálogo do teatro com a cena musical daquele período e mostraram que a música da Bahia tinha um lugar especial nos palcos do Vila.

Foi o Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha que pariu o Encontro de Compositores. Em 2009, diferentemente de outros momentos, o Vila não tinha projeto continuado de música em sua programação mensal. E parecia que as paredes do teatro estavam sentindo falta de acordes, melodias e ritmos para além daqueles produzidos nas salas de ensaio pelos seus seis grupos residentes.

Fui convocado por Vinicius Oliveira (que àquela época dirigia o teatro) para propor algo, e foi numa conversa no Cabaré dos Novos que, olhando e escutando o que aquele espaço parecia nos dizer sobre o que lhe cairia bem naquele momento, nasceu o Encontro de Compositores. A vocação daquele lugar sempre apontou para algo além da divisão tradicional de palco/plateia, como já havia sido experimentado nas linguagens cênicas, mas agora era a vez de a música arriscar outra relação espacial no diálogo artistas e público. Decidimos pelo

A CONSTRUÇÃO DO FUTURO

O Teatro Vila Velha sempre esteve preocupado em oferecer ao público o que ele ainda não sabe que quer. Propondo novas experiências e vivências no diálogo entre o palco e a plateia, mesmo quando a plateia – o lugar de onde se vê teatro – é na rua, em salas de ensaio ou outros espaços do laboratório sempre vivo, na usina de pensamento e ação cênica que é o Vila.

Preocupado com o público, criou a universidade LIVRE, que apresenta ferramentas das artes do palco, e modos de usá-las, a jovens artistas que querem se formar. Na perspectiva de que, nessa formação, a centralidade está na questão “que teatro é útil e necessário hoje?”.

Mas não basta, é preciso formar o público, e isso se faz desde a infância. A experiência com as artes é necessária e prazerosa. Para uma criança, as memórias do que viveram num teatro, numa oficina criativa, são para sempre e formam adultos mais sensíveis e críticos, e com a cultura de ir ao teatro.

Foi criado então o Projeto Pé de Feijão – Arte e Educação, por Cristina Castro. Coordenado por ela, desenvolve atividades em escolas da rede pública de ensino, em comunidades e no teatro, com acompanhamento pedagógico junto ao corpo técnico das unidades escolares e comunitárias, culminando na fruição de produções artísticas (montagens de teatro e de dança) por parte de educadores e seus educandos. O projeto, muitas vezes proporciona a estudantes a experiência de entrar pela primeira vez em um teatro.

Os professores e líderes comunitários recebem material especialmente preparado para o desenvolvimento, em sala de aula ou em suas comunidades, do conteúdo artístico que será apresentado, promovendo uma relação para além da experiência do estar na plateia, um incentivo a pensar o espetáculo

abraço. Teríamos o público ao centro de uma quase roda de compositores, cada um com seu instrumento e suas canções.

À medida que íamos conversando com os departamentos do teatro sobre a ideia do Encontro de Compositores, um entusiasmo coletivo foi surgindo e, quando demos por nós, o projeto era de fato um projeto do Vila, com todos os seus departamentos envolvidos: técnica, comunicação, administração, bar e estúdio. Após alguns telefonemas e reuniões, tínhamos um time fixo de dez artistas que receberiam, ao longo de três anos, dois convidados por noite. Éramos Manuela Rodrigues, Ronei Jorge, Tiago Kalu, Carlinhos Cor das Águas, Sandra Simões, Arnaldo Almeida, Pietro Leal, Deco Simões, Dão e eu. Como convidados tivemos tantos e tantas colegas de Salvador, do interior da Bahia e de outros estados que seria impossível elencá-los aqui sem deixar de fora alguém muito importante.

Desse fluxo constante provocado pelo encontro de músicos circulando pelo Vila toda semana, e dos pedidos de pauta para apresentações musicais que passaram a chegar de forma mais intensa nesse período, nasceu um outro projeto que trouxe para o Vila, na metade dos anos 2010, grupos e artistas das mais variadas expressões musicais em atuação na cidade. Era o Projeto Vila da Música!

O Vila da Música! teve uma dinâmica de trazer a programação musical do teatro para as quintas-feiras. Os artistas que eram convidados para participar do Encontro de Compositores na última quinta do mês se apresentavam nas quintas seguintes, criando uma divulgação em rede e permitindo uma mistura de públicos de artistas de linguagens bem diversas, como Grupo de Percussão da Ufba, Banda Velotroz, Claudia Cunha, Marcela Bellas, Álvaro Assmar, Maglore e muitos outros trabalhos musicais.

O repertório musical criado para os espetáculos dos grupos da casa e a programação musical do Vila foram nesse período de mais de duas décadas as duas asas com as quais a música no Vila voou. Voou alto, voou lindo!

e seu tema de diferentes formas, com produção de conteúdo diversificado a partir dessa vivência.

O Pé de Feijão faz com que crianças e jovens de várias comunidades, classes sociais, credos, orientações e bairros se encontrem, como humanidade, no território único e múltiplo do teatro.

EDSON RODRIGUES

Os espetáculos As Palavras de Jó (2014), um monólogo que trouxe Marcio Meirelles à cena, com música de João Meirelles, e Erê pra Toda a Vida (2015), montagem do Bando de Teatro Olodum com música minha, marcam um período de muitas mudanças que, a meu ver, deram-se no próprio modo do fazer artístico e teatral da cidade.

Agradeço por ter vivido boa parte dessa história em que pude presenciar ali, de pertinho, alguns episódios preciosos da nossa música. Ali pude compor canções que foram pra cena nas vozes de artistas como Virgínia Rodrigues e Lázaro Ramos; ali escutei Ricardo Castro, de retorno ao Brasil, expor pela primeira vez a ideia do Projeto Neojibá; ali escutei Beto Barreto esboçar uma ideia do que viria a ser o Baiana System; ali pude escutar Álvaro e Eric Asmar tocarem juntos, mostrando a força do blues na Bahia; ali a Confraria gravou e lançou seu segundo álbum autoral e tantos outros projetos; ali pude ver João Meirelles lançar o projeto Tropical Selvagem ao lado de Ronei Jorge e Lia Cunha e, pouco depois, o Plataforma Largo; ali vimos Jadsa Castro despontar com sua música antes de seguir para o mundo.

Ali, dentro do Passeio Público, em Salvador, na Bahia, há um teatro vivo! Ele respira e inspira a invenção artística;

Como nós, ele tem seus ciclos de vida;

Como nós, ele também atravessou tempos difíceis de regimes autoritários no passado e sofre com a ascensão política de grupos que acham que a arte é uma ameaça;

Como nós, ele atravessou uma pandemia que impediu as pessoas de estarem reunidas;

Como nós, ele aguarda o que virá como resposta às crises que enfrentamos como sociedade e que parecem nos arremessar sem retorno ao individualismo;

Ali, dentro do Passeio Público, em Salvador, na Bahia, há um teatro vivo e cheio de música.

É o Vila! Teatro Vila Velha de Todos os Sons.

JARBAS BITTENCOURT

CaPtiOnS /imagEs

1. Discovery of oil in Bahia. Newspaper article: `O Ouro Negro do Lobato´.

2. EPUCS map showing the Zoning scheme of Salvador. 1940s. Source: Municipal Historical Archive of Salvador/ EPUCS Fund

3. Aerial photo of the Mataripe Refinery, in the municipality of São Francisco do Conde, Bahia. 1956. Source: Center for Research and Documentation of Contemporary History of Brazil of the Getúlio Vargas Foundation

4. Article from the newspaper `O Momento´ (1945) about the elections for the Constituent Assembly of October 15, 1945. Source: Newspaper `O Momento´

5. Teatro Amador do Puppets, 1947. Facade of the Cine Teatro Guarany. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

6. `A Cigana me Enganou´, 1955. Play by the amateur group Teatro Espírita. In the photo: Echio Reis and unidentified actress. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

7. Teatro Amador do Puppets, 1947. Audience at the Cine Teatro Guarany. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

8. Photo of the artist Genaro de Carvalho finishing the mural `Festas Regionais´, in the restaurant of the Hotel da Bahia. 1950. Source: Pierre Verger Foundation

9. `Amateur Theater in Bahia´, 1960. Article in an unidentified newspaper - Vila Velha Theater Collection

10. Inauguration of the Fine Arts Hall, November 1949. Source: CEDOC A TARDE/Cultural Project

11. Support from the Communist Party of Brazil for Otávio Mangabeira’s candidacy for governor of the state of Bahia, in 1947. Source: CEDOC A TARDE/Cultural Project

12. Centenário Avenue, in the city of Salvador, shortly after its inauguration. 1950s. Source: Salvador Municipal Historical Archive

13. Photo of the newly inaugurated Hotel da Bahia, seen from Passeio Público. 1950s. Source: Salvador Municipal Historical Archive

14. Canela Campus of the Federal University of Bahia. A) School of Pharmacy (now the Institute of Health Sciences); B) School of Law; C) Hospital das Clínicas (now Professor Edgard Santos University Hospital); D) Rector’s Palace; E) School of Nursing; F) Institute of Hispanic Culture (now Institute of Information Sciences); G) Free Music Seminars (now School of Music); H) School of Dentistry; I) Institute of French Culture (now Institute of Public Health). 1960s. Source: UFBA Places of Memory Collection

15. Rector’s Palace of the Federal University of Bahia. 1960s. Source: Municipal Historical Archive of Salvador

16. Drawing of the `Bay Sports Square’, which would later become the Fonte Nova Sports Complex. 1942. Source: Municipal Historical Archive of Salvador/EPUCS Fund

17. Model of an unexecuted project for the Educational Center for Theater Arts - Castro Alves Theater. 1948. Source: Christiani Nielsen Construction Company Collection

18. Anísio Teixeira inside the Work Activities Pavilion of the Escola Parque. 1950s. Source: Carneiro Ribeiro Educational Center

19. Inauguration/Fire of the TCA - July 1, 1958. Source: `Diário de Notícias´ newspaper

20. Castro Alves Theater, on July 11, 1958, two days after the fire. Source: Novonor Collection

21. Hans-Joachim Koellreutter: Music Seminars of the University of Bahia. In the photo: Koellreutter (center) with his students, among them, on the left, Jamary Oliveira; behind him, on the left, Nicolau Kokron, and standing on the right, Lindembergue Cardoso. (undated). Emus-Ufba Archival Fund

22. `The Three Sisters´, 1958. Play by the group A Barca, from the Theater School of the Federal University of Bahia. Text by Anton Chekhov, directed by Gianni Ratto. In the photo: Carmen Bittencourt, Sonia Robatto and Nilda Spencer. Photographer not identified - Vila Velha Theater Collection

23. Martim Gonçalves, 1959. Audience of the Santo Antônio Theater. In the photo: Álvaro Guimarães, Maria da Conceição (Muniz), Cecília Rabelo, Roberto Assis, Dulce Schwabacher, Martim Gonçalves, Robert Bonini, Geraldo Del Rey, Helena Ignez, Glauber Rocha and Sante Scaldaferri. Source: Martim Gonçalves Institute Archive

24. Yanka Rudzka, 1957. Polish dancer and choreographer (center), with her students, Photo: Anthony R Worley - UFBA Dance Memorial Collection

25. Edgard Santos with the Spanish ambassador, Marquis de Prat de Nantouillet, walks along the balcony of the UFBA Rectory. In the background, the Hospital das Clínicas and the School of Nursing (1953)

26. Fire at the Castro Alves Theater, on July 9, 1958. Source: CEDOC A TARDE/Cultural Project

27. Juscelino Kubitschek greets the people at the inauguration of Brasília, in 1960. Photo: Gervasio Batista - Public Archive of the Federal District

28. People on the roof of the National Congress Palace, on the day of the inauguration of Brasília, April 21, 1960, Photo: Thomaz Farkas - Instituto Moreira Salles

29. Construction of the National Congress building, in Brasília. Around 1958. Photo: Marcel Gautherot - Instituto Moreira Salles

30. 1945 elections, on November 19: presidential and Constituent. Source: Newspaper `O Momento´

ACT I

31. Students’ split with Martim Gonçalves. Newspaper article: `Theater Students Resigned from Graduation Ceremony’. Source: `A Tarde’ Newspaper (11/11/1959) - Vila Velha Theater Collection

32. Maria Tereza Goulart and President João Goulart at the Central do Brasil rally, on March 13, 1964. Photo: CPDOCJB/ Folhapress

33. Play `Senhoritas’. Newspaper article about censorship: `Police Invade Castro Alves and Arrest Artists’. Source: `Diário de Notícias’ Newspaper

34. Implementation of the civil-military dictatorship of 1964, on April 1, 1964. Source: CEDOC A TARDE/Projeto Cultural

35. Implementation of the civil-military dictatorship. Repercussion on April 2, 1964. `Goulart in Exile´. Source: CEDOC A TARDE/Cultural Project

36. Photo of Solar do Unhão, headquarters of the Museum of Modern Art of Bahia (MAM), and the recently inaugurated Avenida Contorno. 1960s. Source: Municipal Historical Archive of Salvador

37. Assassination of Marighella, on November 5, 1969. `Marighella Machine-Gunned´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´

38. President Emílio Garrastazu Médici heads to the site of the inauguration of the first stretch of the TransAmazonian highway, in Pará, on November 27, 1972. Source: Folhapress

39. Redesign of Sergio Bernardes’ Plan for the Aratu Industrial Center, 1967. Source: Bernardes, Sergio. Master Plan for the Aratu Industrial Center. Salvador: Government of the State of Bahia, 1967

40. Aerial photo of Avenida Paralela, in Salvador. 1970s. Source: `Bahia. Bahia builds its future without destroying its past´. (Booklet). Salvador. Government of the State of Bahia, 1975. Photo: Bruno Furrer.

41. Mapping prepared by Marcio Meirelles and Nivaldo Andrade. Document produced based on the cadastral survey of Salvador, published by the city government in 1955, and the aerial photogrammetric survey of Salvador from 1947 - Teatro Vila Velha Collection

42. Letter to Governor Juracy Magalhães (page 1). Teatro Vila Velha Collection

43. Letter to Governor Juracy Magalhães (page 2). Teatro Vila Velha Collection

44. Transfer of area of Passeio Público. Teatro Vila Velha Collection

45. Demarcation of land to be donated to Teatro dos Novos. Vila Velha Theater Collection

46. Loan Agreement. Vila Velha Theater Collection.

47. Project for a small, collapsible theater. Vila Velha Theater Collection

48. Vila Velha Theater, 1964. Unidentified photographerVila Velha Theater Collection

49. Vila Velha Theater, 1964. Unidentified photographer. Teatro Vila Velha Collection

50. Teatro Vila Velha, 1964. Unidentified photographerTeatro Vila Velha Collection

51 to 58. Teatro Vila Velha at different times during its construction and recently inaugurated, 1964. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

59. Stage plan of the original project for Teatro Vila Velha,

on tracing paper - Teatro Vila Velha Collection

60. 1:200 scale plan of the foyer and garden of Teatro Vila Velha, in Passeio Público, on tracing paper, with notes by Silvio Robatto - Teatro Vila Velha Collection

61. Longitudinal section of the original project for Teatro Vila Velha, drawn in pen, with lighting study - Teatro Vila Velha Collection

62. Longitudinal section of the original project for Teatro Vila Velha, drawn in pen, with lighting study - Teatro Vila Velha Collection

63 to 66. Teatro Vila Velha, recently inaugurated, 1964. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

67. `Story of the Passion of the Lord´, 1961. Play with dramaturgy and staging by João Augusto. In the photo: Echio Reis and cast. Photo: Silvio Robatto - Teatro Vila Velha Collection

68. `Story of the Passion of the Lord´, 1961. Booklet with dates of performances of the play with dramaturgy and staging by João Augusto - Teatro Vila Velha Collection

69. `Auto do Nascimento´, 1959. Text by Sonia Robatto and directed by João Augusto. In the photo: Nevolanda Amorim, Yeda Rodrigues, Carmen Bittencourt, Echio Reis, Mário Gadelha, Sonia Robatto, Carlos Petrovich, Castro Negrão and Gileno Pinho. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

70. `Auto do Nascimento´, 1959. Play poster - Teatro Vila Velha Collection

71. `Os Fuzis da Senhora Carrar´, 1961. Dramatic reading of the text by Bertolt Brecht, held at the Clube Social Filhos de Apolo, in Santo Amaro/BA. In the photo: actors from Teatro dos Novos (back to back); Maria Bethânia and Dona Canô (in the audience, on the left). Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

72. `Os Fuzis da Senhora Carrar´, 1961. Dramatic reading of the text by Bertolt Brecht, held at the Clube Social Filhos de Apolo, in Santo Amaro/BA. Advertising brochure - Teatro Vila Velha Collection

73. `Fluft, o Fantasminha´, 1961. Text by Maria Clara Machado, directed by João Augusto. In the photo: Fernando Marcos (Froes), Martha Overbeck and Sonia Robatto. Photographer not identified - Teatro Vila Velha Collection

74. `Fluft, the Little Ghost´, 1961. Program of the play. Text by Maria Clara Machado and directed by João Augusto - Teatro Vila Velha Collection

75, 76, 78 - `Old Brazil´, 1961. Program of the play. Texts by Mattos Moreira, Machado de Assis and Bartolomeu de Guimarães. Directed by Othon Bastos and João Augusto - Vila Velha Theater Collection

77. `Fluft, the Little Ghost´, 1961. Program of the play. Text by Maria Clara Machado and directed by João Augusto - Vila Velha Theater Collection

79. `Old Brazil´, 1961, in the city of Nazaré das Farinhas. Texts by Mattos Moreira, Machado de Assis and Bartolomeu de Guimarães. Directed by Othon Bastos and João Augusto. In the photo: teenagers from the city, Carlos Petrovich, Mário Gadelha and Carmen Bittencourt. Unidentified photographerVila Velha Theater Collection

80. `Old Brazil´, 1961. Trip of the Teatro dos Novos and friends to present the play in the city of Nazaré das Farinhas. In

the photo: Nevolanda Amorim and the couple José and Zuleide Collier (in the first row); Lia Robatto, Mário Gadelha, (Maria Francisca), Thereza Sá and Sonia Robatto (in the second row); Martha Overbeck, Carmen Bittencourt (in the third row); Carlos Petrovich (standing). Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

81. `Old Brazil´, 1961. Cast of the play that featured texts by Mattos Moreira, Machado de Assis and Bartolomeu de Guimarães; directed by Othon Bastos and João Augusto. In the photo: Carlos Petrovich, Carmen Bittencourt, Echio Reis, Maria Francisca (Thereza Sá), Martha Overbeck, Nevolanda Amorim and Othon Bastos. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

82. `The Enchanted Coat´, 1960. Program of the play. Text by Lúcia Benedetti and directed by Carlos Petrovich – Vila Velha Theater Collection

83. `The Enchanted Coat´, 1960. Presentation of the play in Mata Escura, a neighborhood on the outskirts of Salvador. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

84. `The Enchanted Coat´, 1960. Program of the play - Vila Velha Theater Collection

85. Construction of the Vila Velha Theater, 1963. Newspaper article: `A Theater is Born on the Passeio Público´ - `RDN´ (11/17/1963) - Vila Velha Theater Collection

86, 87. Construction of the Vila Velha Theater, 1961. Photo of the assembly of the metal structure. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

88. Construction of the Teatro Vila Velha, 1963. Feijoada da Cumeeira, an event held by Teatro dos Novos to celebrate a stage in the construction of the Teatro Vila Velha. In the photo: Othon Bastos (center); Olga Maimone (in the background, serving the feijoada). Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

89. Galeria Oxumaré, 1960s - Unidentified photographerTeatro Vila Velha Collection

90. Construction of the Teatro Vila Velha, 1964. Construction of the stage of the Teatro Vila Velha. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

91. Inauguration of the Vila Velha Theater, 1964. Newspaper article: `For the First Theater of the City, the First Name of Bahia: Vila Velha´ - newspaper `Diário de Notícias´ (05/24/1964) - Vila Velha Theater Collection

92. `The Farce of Master Pedro (or Pathelin)´, 1961. Program of the play - Text by an unknown author, directed by João Augusto, set design by Carlos Bastos - Vila Velha Theater Collection

93. `The Farce of Master Pedro (or Pathelin)´, 1961. In the photo: Othon Bastos. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

94, 95. Chair Campaign, 1962. Pamphlet for the campaign to buy chairs for a disused movie theater in the city of Santo Amaro, in the interior of Bahia - Teatro Vila Velha Collection

96. Receipt for payment of compensation for the absence of an actor, 1963. The receipt lists the agreement between filmmaker Glauber Rocha and actor Othon Bastos to make the film `Deus e o Diabo na Terra do Sol´. Notebook `Companheiro´ with several notes - Teatro Vila Velha Collection

97. `A Paixão Segundo os Retirantes´, 1965, a play written

and directed by João Augusto. Poster/Program - Vila Velha Theater Collection

98. Promotional banner of the Vila Velha Theater, 1966. Print on fabric - Vila Velha Theater Collection

99. Dance School of the University of Bahia, 1964. Modern dance presentation in the period after the inauguration of the Vila Velha Theater. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

100 and 104. Samba School `Juventude do Garcia´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (03/17/1972) – Vila Velha Theater Collection

101. `They Don’t Use Bleque-Tai´, 1964/1965. Text by Gianfrancesco Guarnieri, directed by João Augusto. In the photo: samba dancers from the `Juventude do Garcia´ Samba School´. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

102. Opening of the Teatro Vila Velha, on July 31, 1964. Audience at the entrance to the theater. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

103. Opening of the Teatro Vila Velha, 1964. General photo of the retrospective exhibition of the history of Teatro dos Novos. On the lower left of the photo, in the middle of a group of five people, it is possible to identify João Augusto, in a dark suit. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

105. `Estórias de Gil Vicente´, 1966. Playwright and director by João Augusto. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

106. `Auto dos Físicos´, one of the texts performed in the play `Estórias de Gil Vicente´, 1966. Dramaturgy and direction by João Augusto. In the photo: Wilson Melo, Carmen Bittencourt, Fernando Peltier (standing) and Alberto Luís Viana (lying down). Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

107. `Todo Mundo e Ninguém´, one of the texts performed in the play `Estórias de Gil Vicente´, 1966. Dramaturgy and direction by João Augusto. In the photo: Marta Overbeck and Mário Gusmão. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

108. `A Chegada de Lampião no Inferno´, one of the texts performed in the play `Estórias de Gil Vicente´, 1966. In the photo: Alberto Luís Viana and Mário Gusmão. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

109. Teatrinho Chique-Chique, 1965. In the photo: Maria Manuela and the character Dona Antônia’s puppet. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

110. `Teatro de Cordel´, 1966. Dramaturgy and direction by João Augusto. In the photo: Maria Manuela and Martha Overbeck. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

111. `Stopem/Stopem´, 1968. Text collage and direction by João Augusto and Haroldo Cardoso. In the photo: Paula Martins and part of the cast (unidentified). Unidentified photographerTeatro Vila Velha Collection

112. `Stopem/Stopem´, 1968. Text collage and direction by João Augusto and Haroldo Cardoso. In the photo: Yumara Rodrigues and Cilene Guedes. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

113. Inauguration of the Vila Velha Theater, 1964. Symphony Orchestra of the University of Bahia (OSUFBA), conducted by Sergio Magnani. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

114. `Northeast Exhibition´, 1963, which inaugurated the Museum of Popular Art, in Solar do Unhão. Photographer: A. Guthmann - Source: © Instituto Bardi / Casa de Vidro

115. Scenic architecture designed by Lina Bo Bardi for the `Threepenny Opera´, by Bertold Brecht and Kurt Weil, staged by Martim Gonçalves at the Castro Alves Theater, which had burned down in the early hours of July 9, 1958, five days before opening to the public. Author: A. Guthmann - Source: ©Instituto Bardi / Casa de Vidro

116. Inauguration of the Vila Velha Theater, 1964. Detail of the retrospective exhibition of the history of the Teatro dos Novos, on the opening night. Unidentified photographerVila Velha Theater Collection

117. João Augusto in a photocollage with records of actions and shows put on by him after 1964. Unidentified photographers - Vila Velha Theater Collection

118. Ondina Palace, official residence of the Governor of Bahia from 1967 onwards. Photo from April 26, 1991. Source: Salvador Municipal Historical Archive

119. `They Don’t Use Bleque-Tai’, 1964/1965. Text by Gianfrancesco Guarnieri, directed by João Augusto. In the photo: Othon Bastos (back), Mário Gadelha, Fernando Barros, Wilson Melo, Mário Gusmão, Fernando Lona, Maria Manuela, Robernival Ribeiro (Pitti) and samba dancers from the Juventude do Garcia Samba School. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

120. `They Don’t Use Bleque-Tai’, 1964/1965. Text by Gianfrancesco Guarnieri, directed by João Augusto. In the photo: Mário Gusmão, Sonia Robatto, Carmen Bittencourt, Fernando Lona. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

121. `They Don’t Use Bleque-Tai’, 1964. Typography advertising the play. Text by Gianfrancesco Guarnieri, directed by João Augusto - Teatro Vila Velha Collection

122. Advertisement by the Government of the State of Bahia showing the contours of the land where the Bahia Convention Center would be built. Source: `Revista Aratu´, 1976

123, 124. Aerial photos of the Bahia Administrative Center during its construction. 1970s. Photo: Bruno Furrer. Source: `BAHIA. Bahia Builds Its Future Without Destroying Its Past´ (booklet). Salvador: Government of the State of Bahia, 1975

125. Iguatemi Shopping Center, now known as Shopping da Bahia, shortly after its inauguration in 1975. Source: Novonor Collection

126. Salvador Bus Station, when it had just been inaugurated, in a photo from 1974. Source: Novonor Collection

127. `Nós, Por Exemplo...´, 1964. Musical show directed by Caetano Veloso, Gilberto Gil and Roberto Sant’Ana. In the photo: Djalma Correia, Perna Fróes, Fernando Lona, Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Maria Bethânia and Alcyvando Luz - Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

128. `Nós, Por Exemplo...´, 1964. In the photo: audience, with Calasans Neto (center), Auta Rosa and Dona Mariá, Gal Costa’s mother (bottom left). Unidentified photographerConceição and Orlando Senna Collection

129. `We, For Example...´, 1964. In the photo: Gilberto Gil.

Unidentified photographer - Conceição and Orlando Senna Collection

130. `We, For Example...´, 1964. In the photo: Tom Zé during a rehearsal. Unidentified photographer - Conceição and Orlando Senna Collection

131. `We, For Example...´, 1964. In the photo: Alcyvando Luz and Perna Fróes. Unidentified photographer - Conceição and Orlando Senna Collection

132. `We, For Example...´, 1964. In the photo: Gal Costa. Unidentified photographer - Conceição and Orlando Senna Collection

133. `We, For Example...’, 1964. In the photo: Gilberto Gil and Gal Costa. Photographer not identified - Conceição and Orlando Senna Collection

134. `We, For Example...’, 1964. Program of the show directed by Caetano Veloso, Gilberto Gil and Roberto Sant’Ana - Vila Velha Theater Collection

135. Inauguration of the Vila Velha Theater, 1964. Invitation to the retrospective exhibition on the trajectory of the Sociedade Teatro dos Novos - Vila Velha Theater Collection

136. Reopening of the Vila Velha Theater. Newspaper article: `December Will Mark the Return of Vila Velha to General Joy’. Source: `Diário de Notícias’ Newspaper (10/20/1971)

137. `Gal-Fatal’. Newspaper article: `Gal Costa’. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (01/29/1972)

138. The end of AI-5. Newspaper article: `For Admiral, the End of AI-5 Brings Stability´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (01/06/1979)

139 `Actresses’ Ball´. Newspaper article: `Today the Actresses’ Ball at Vila with Many Starlets´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (02/11/1972)

140. Carnival Queen. Newspaper article: `The Queen’s Show Today at Vila´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (02/02/1972)

141. Reopening of the Vila Velha Theater. Newspaper article: `Vila Velha is Coming with New Hits´. Source: Newspaper `Diário de Notícias´ (01/15/1972)

142. Poster for the play `A Nova Helena & O Vaso Suspirado´, 1967, which brought together two texts by Francisco Pereira da Silva. Directed by Haroldo Cardoso - Teatro Vila Velha Collection

143. Last show by Caetano Veloso and Gilberto Gil in Salvador before leaving for exile. Newspaper article: `Farewell of Caetano and Gil at Canto de Vai Simbora´. (07/19/1969). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

144. Gal Costa in a photo from 1974, in a show performed during the Summer Season program, held at Teatro Vila Velha. Photo: Eva Cristina (Evinha)

145. `Oxente Gente, Cordel!´. Play written and directed by João Augusto. In the photo, produced between 1977/78: Braulio Tavares, Zelito Miranda, Roberto Mendes and Raimundo Sodré. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

146. `Gracias A La Vida´, 1976. Play by the Teatro Livre da Bahia group, with text by Isaac Charcón and directed by João Augusto. In the photo: Harildo Déda and Bemvindo Sequeira. Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

147. `Cordel 3´, 1972. Cast of the play by the Teatro Livre da Bahia group, written and directed by João Augusto. In the photo: Zelito Miranda, Wilson D’Argolo, Harildo Deda, Bemvindo Sequeira, Moisés Augusto, Maria Adélia, Jurandir Ferreira, Marise Castro, Olga Maimone, Normalice Souza, Sonia Medeiros (top); João Augusto (lower part, from the side), Francisco de Paula, Fernando Lona, Thereza Sá, Waldemar Nobre (lower part). Unidentified photographerTeatro Vila Velha Collection

148. `Cordel 3´, 1975. Poster for the presentation of the Teatro Livre da Bahia group at the Giornata Internazionale dello Espetacolo, Rome/Italy. On the poster, Jurandir Ferreira - Teatro Vila Velha Collection

149. `Filismina Engole Brasa´, 1977. Text by João Augusto and direction by Bemvindo Sequeira for a street/cordel show. In the photo: Maria Adélia (center). Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

150. `Gracias a la Vida´, 1976. Play by the Teatro Livre da Bahia group with text by Isaac Charcón and direction by João Augusto. In the photo: João Augusto, Maria Adélia, Normalice Souza, Moisés Augusto, Vilma de Leonah. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

151. Teatro Livre da Bahia - Cordel Theater Procession on the Street, in 1977. In the photo: Harildo Déda, Zelito Miranda, Sônia dos Humildes and Bemvindo Sequeira. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

152. `Quincas Berro D ́Água´, 1976. Adaptation and direction by João Augusto of the book by Jorge Amado. In the photo: Wilson Melo and cast. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

153. `Quincas Berro D ́Água´, 1976. In the photo: Harildo Déda, Sônia dos Humildes, Nilda Spencer, Bemvindo Sequeira, unidentified actor, Normalice Souza and Zizi Possi. Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

154. `Baile das Atrizes´, the year Wilma de Leonah was the queen (1977). Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

155. Partial collapse of the Vila Velha Theater foyer, 1971. Newspaper article about the rains in Salvador: `There are seven thousand homeless people´ - `Diário de Notícias´ newspaper (04/29/1971) - Vila Velha Theater Collection

156. Poster for Tom Zé’s show with the musical group Os Trogloditas, in 1969 - Vila Velha Theater Collection

157. Poster from 1974 with the Vila Velha Theater logo, the Sol do Vila. The brand was created by the artist Calasans Neto - Vila Velha Theater Collection

158. Poster for the `Summer Season´, 1974 - Vila Velha Theater Collection

159. `Samba da Bahia´, 1973. Cover of the album by Riachão, Batatinha e Panela, recorded at the Vila Velha Theater. Art by Gilson Rodrigues. Photos: Evandro Texeira

160. `Quincas Berro D ́água´, 1972. Poster created by Calasans Neto for the first production of the play, which was adapted and directed by João Augusto based on the book by Jorge Amado - Teatro Vila Velha Collection

161. `Oxente Gente, Cordel!´, 1978. Poster for the play written and directed by João Augusto - Teatro Vila Velha Collection

162. Poster for the show `Off-Sina Pombas, Bahia´, 1977.

Directed by João Augusto - Teatro Vila Velha Collection

163. `GRRRRrrrrrrr´, 1971. Poster for the first play directed by João Augusto for the Teatro Livre da Bahia group - Teatro Vila Velha Collection

164. Letter from Carmen Bittencourt to João Augusto, dated 1968 - Teatro Vila Velha Collection

165. Letter from João Augusto to Manuel Veiga on the partial collapse of the foyer of the Vila Velha Theater due to the rains that fell in Salvador in 1971 - Vila Velha Theater Collection

166. Edil Pacheco, Riachão, Batatinha and Ederaldo Gentil at the time of the show and recording of the album `Samba da Bahia´, 1973. Photo: Arlete Soares

167. `Night for Amnesty´. Newspaper article announcing the show: `Fagner, Gil, Tom Zé, Cae and Other Values Sing for Amnesty´ (07/02/1979). Source: `Correio da Bahia´ newspaper

168. `Mulheres de Tróia´, 1978. Play by the Teatro Livre da Bahia group, with text and direction by João Augusto. Photo: Mario Cravo Neto - Teatro Vila Velha Collection

169. `Women of Troy´, 1978. Play by the Teatro Livre da Bahia, with text and direction by João Augusto. In the photo: Yumara Rodrigues, Maria Adélia, Arly Arnaud, in the center, flanked by Jacinta Ferraz, Luci Ball, Maria Celeste, Raimunda Lee and Zoila Barata Photo: Mario Cravo Neto - Teatro Vila Velha Collection

170 to 172 – João Augusto, in the 1970s, in Salvador, BahiaUnidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

173 - `Pluft, the Little Ghost´, in a production by the Teatro O Tablado group (1955), text and direction by Maria Clara Machado. In the photo: João Augusto, Eddy Resende Nunes and Roberto de Cleto - Unidentified photographer - O Tablado Collection

174 – `Pluft, the Little Ghost´, in a production by the Teatro O Tablado group (1955), text and direction by Maria Clara Machado. In the photo: Carmem Sylvia Murgel, Kalma Murtinho, João Augusto, Roberto de Cleto, Eddy Resende Nunes and Vânia Velloso Borges - Unidentified photographer - O Tablado Collection

175 - `Pluft, the Little Ghost´, in a production by the Teatro O Tablado group (1955), text and direction by Maria Clara Machado. In the photo: Roberto de Cleto, Eddy Resende and João Augusto - Unidentified photographer - O Tablado Collection

176 - `Pluft, the Little Ghost´, in a production by the Teatro O Tablado group (1955), text and direction by Maria Clara Machado. In the photo: Eddy Resende Nunes, João Augusto, Roberto de Cleto and Emílio de Mattos - Unidentified photographer - O Tablado Collection

177 – The actor Othon Bastos, in 1961, in front of Carlos Bastos’ set for the play `A Farsa do Mestre Pedro (ou Panthelin)´, directed by João Augusto - Unidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

178. João Augusto. Newspaper article about his career: `Thanks to God and the Devil Theater Here Supports Everything´. Source: `Jornal da Bahia´ (26 and 27/11/1972)

179 to 188 – João Augusto traveling around Brazil and the world, in the 1970s, with the Teatro Livre da Bahia groupUnidentified photographer - Teatro Vila Velha Collection

189 – In the city of Santo Amaro, 1960 (?). From left: Rodrigo

Velloso, Wilson Melo, João Augusto, Othon Bastos and Mário Gadelha – Photographer not identified – Teatro Vila Velha Collection

190 – Photo from the early 1960s. From left: João Augusto, Carmen Bittencourt, Echio Reis and Sonia Robatto –Photographer not identified – Teatro Vila Velha Collection

191 - In the window of the Teatro Vila Velha office (early 1960s)

192 to 197 - In the rehearsals for “Gracias a la Vida” (1977)

198 to 203 – Born in Rio de Janeiro, João Augusto worked and lived in Bahia during the last 22 years of his life, training young artists, creating shows, and contributing decisively to the development of the arts, especially theater. In 1964, he saw the opening of the Vila Velha Theater, a project that he was the fundamental promoter and creator of, from its first idea to its realization and subsequent consolidation.

On November 25, 1979, João Augusto died of cancer in Salvador, the city he adopted as his home and the place for his various artistic creations, which from there crossed borders in Brazil and the world.

204 to 206.- Clippings from different newspapers announcing and reporting on João Augusto’s death in 1979.

Source: Vila Velha Theater Collection

207 – João Augusto at the Vila Velha Theater - Vila Velha Theater Collection

208 - Written in João Augusto’s own handwriting on the back of photo 207 - Vila Velha Theater Collection

INTERMEZZO

209. `The Women’s Revolution´, 1983. Text by Aristophanes and directed by Echio Reis. In the photo: Walri Reis, Marco Bahia and Carlos Tavares. Photo: Carlos Rizério - Vila Velha Theater Collection

210. Poster for the play `Little Red Riding Hood’s Mischief’, 1985, with text by Ivone Leão Ladeia and directed by Jorge Lírio and J. Mendes - Vila Velha Theater Collection

211. Poster for the play `O Menino Maluquinho’, 1985. Adapted by Marcos Antônio Rodrigues and directed by Adelaide Amorim - Vila Velha Theater Collection

212. Poster for the play `Festival dos Vegetais’, 1985. Text and directed by Wilson da Rocha Besnosik - Vila Velha Theater Collection

213. Poster for the play `Encantado’, 1987. Text by Roberto Trujillo and Edwaldo Franciolli, directed by Roberto TrujilloVila Velha Theater Collection

214. `Cinderella, the Cinderella’, 1983. Costume design for a character in the play written and directed by Echio Reis. Photo: Carlos Rizério - Vila Velha Theater Collection

215. ‘The Aunts’, 1983. Text by Aguinaldo Silva and Doc Comparato, directed by Echio Reis. In the photo: Leonel Amorim, Regina Lúcia, Narcival Rubens, Di Paula, Geraldo Portela, Zezão Pereira. Photo: Carlos Rizério - Vila Velha Theater Collection

216. ‘Cinderella, the Cinderella’, 1983. Text and directed by Echio Reis. In the photo: Andréa Reis and Guilherme Thorbilla. Photo: Carlos Rizério - Vila Velha Theater Collection

217. ‘Cinderella, the Cinderella’, 1983. In the photo: drawing by Echio Reis for Cinderella’s costume. Photo: Carlos RizérioTeatro Vila Velha Collection

218. Poster announcing a show by the bands Moisés Ramsés, Guerra Fria and Dever de Classe, in 1987, at the UFBA School of Architecture - Williams Martins’ personal collection

219. `The Earth Owns Everything’, 1988 - Poster for the Bule Bule show – Teatro Vila Velha Collection

220. Election of João Durval. Newspaper article: `João Durval is Elected: A Landslide Victory’ (11/17/1982). Source: Newspaper `Correio da Bahia´

221. Set of commercial buildings designed by Fernando Peixoto in the Cidadela subdivision, in Salvador, and built in the second half of the 1980s - Source: Fernando Peixoto Architect Collection

222. Creation of Secult - July 16, 1987. Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

223. Photo of Casa do Comércio in 1990, two years after its inauguration. Source: Casa do Comércio Collection - SESC Bahia

224. Current photo of Casa do Benin, designed by Lina Bo Bardi and inaugurated in 1988 - Photo: Nivaldo Andrade, 2024

225. Set of buildings on Ladeira da Misericórdia, restored by Lina Bo Bardi as part of the project to recover the Historic Center of Salvador. 1980s - Source: © Instituto Bardi / Casa de Vidro

226. Photo of the model of the Lapa Transfer Station, in Salvador, opened in 1982 - Source: Instituto João Filgueiras Lima – Lelé

227. Rua do Maciel de Baixo shortly after the requalification of the Historic Center of Salvador, carried out in the first half of the 1990s. Photo: Arlete Soares

228. Lina Bo Bardi and Gilberto Gil with the model of the stairs of the Gregório de Mattos Theater. 1980s. Photo: Luiz PradoCollection: © Instituto Bardi / Casa de Vidro

229. Thomé de Souza Palace, headquarters of the City Hall of Salvador, in a 1986 photo, during its construction - Source: Municipal Historical Archive of Salvador 230. Newspaper article reports the news that the Vila Velha Theater would be administered by the Cultural Foundation of the State of Bahia. `Vila Velha Will No Longer Be a Space for Free Creation´ - `Jornal da Bahia´ (12/29/1983) – Teatro Vila Velha Collection

231. Correspondence from the Teatro dos Novos Society to the Bahia State Cultural Foundation (1987) requesting payment of the insurance that had not been paid over the previous three years - Teatro Vila Velha Collection

232. Correspondence from Eduardo Cabús, director of DEPAT, to the President of the Bahia State Cultural Foundation, in 1987, requesting payment of debts on behalf of Teatro Vila VelhaTeatro Vila Velha Collection

233. Correspondence from the Teatro dos Novos Society, signed by Sandra Berenguer (1987), requesting cancellation of the agreement with the Bahia State Cultural FoundationTeatro Vila Velha Collection

234. Agreement Termination Agreement with the Bahia State Cultural Foundation (1987) - Correspondence from the Department of Theater of FUNCEB to the Secretary of Culture

235. New Constitution. Newspaper article: `The Constitution Came to Be Obeyed´ (10/06/1988). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

236. Death of Tancredo Neves. Newspaper article: `Tancredo Now Rests in Peace´ (04/25/1985). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

237. Direct Elections Now. Newspaper article: `Monster Rally for Direct Elections´ (04/11/1984). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

238. Election of Waldir Pires. Newspaper article: `Wladir Guarantees Government for the Humble´ (11/19/1986). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

239. Painted Faces. Newspaper article: `Popular Demonstrations Against Corruption´ (08/15/1992). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

240. Carandiru Massacre. Newspaper article: `Rebellion Ends with More than 100 Deaths´ (10/04/1992). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

241. Election of Fernando Collor. Newspaper article: `Collor Becomes President´ (12/19/1989). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

242. Inauguration of Lídice da Mata. Newspaper article: `Lídice Will Take Over City Hall with a Debt of US$ 500 Million´ (01/02/1993). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

243 – Carandiru Massacre. Newspaper article reports on the massacre: `Governor Admits That Police Action Was Criminal´ (10/08/1992). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

244. `Awakening to Sex´, 1989 - Advertising photo for the play by JF Produções Artísticas Ltda., produced with text by Carlos Figueiredo and directed by José Carlos Silva. In the photo: Sandra Lins, Diego Chaves, Marlete Camargo, Alex Ribeiro - Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

245. `Taras de uma Médica´, 1989. In the photo: unidentified actress and Ary Santiago - Unidentified photographer - Vila Velha Theater Collection

246. `As Filhas da Mãe´, 1987 - Poster of the play produced by Nilton Raman - Vila Velha Theater Collection

247. Punks no Vila. Cultural Supplement of the `Jornal da Bahia´ (03/08 and 03/09/1987): `Punk the Other Side of Axé´ - Williams Martins’ personal collection

248. `Enfim Solos´, 1992 - Poster for the show by Arrigo Barnabé and Itamar Assunção – Vila Velha Theater Collection

249. Shirt of the band Cólera, 1987 - Williams Martins’ personal collection

250. Shirt of the band Dever de Classe, 1987 - Williams Martins’ personal collection

251 to 255. Photos of the show by the band Camisa de Vênus at the Vila Velha Theater, 1982 - Vila Velha Theater Collection

ACT II

256. Plano Real. Newspaper article: `The Exchange of the Cruzeiro for the Real Is Now Ready´ (03/07/1994). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

257. June Protests. Newspaper article: `Military Police Reacts to the Invasion of a Terminal with Bombs´ (06/12/2013). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

258. Reelection of FHC. Newspaper article: `FHC Enjoys Victory in Bahia´ (10/10/1998). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

259. June Protests. Newspaper article: `Wave of Protests´ (06/21/2013). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

260. Election of Lula. Newspaper article: `Luiz Inácio Lula da Silva is Elected´ (10/28/2002). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

261. Impeachment of Dilma. Newspaper article: `Dilma Says She Is Innocent and That the Solution Will Be a `Coup´´ (08/30/2016). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

262. Election of Jaques Wagner. Newspaper article: `Wagner Surprises and Is Elected Governor´ (10/02/2006). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

263. Arrest of Lula. Newspaper article: `Lula Surrenders to the Federal Police After Political Act in São Paulo´ (04/08/2018). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

264. Election of Bolsonaro. Newspaper article: `With 55.13% of the Votes, Bolsonaro Wins´ (10/29/2018). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

265. Assassination of Marielle Franco. Newspaper article: `Murder of Marielle Sparks Outrage in the Country and the World´ (03/16/2018). Source: Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

266. Brumadinho Tragedy. Newspaper article: `Minas Gerais Returns to Living a Nightmare of Mud´ (01/26/2019). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

267. Coronavirus Pandemic. Newspaper article: `World Health Organization Declares Coronavirus Pandemic´ (03/12/2020). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

268. Death of indigenous rights activist Bruno Pereira and journalist Dom Phillips. Newspaper article: `PF Confirms Deaths of Journalist and Indigenous Rights Accomplished with Great Violence´ (06/16/2022). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

269. Parliamentary Elections. Newspaper article: `PL Elects Largest Bench in the Chamber of Deputies and Senate´ (10/04/2022). Source: Newspaper `A Tarde´

270. Attempted Coup d’état. Newspaper article: `Bolsonaristas Attack the Country´ (01/09/2023). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

271. Parliamentary Elections. Newspaper articles report on the successful candidacies of indigenous people and trans women (10/04/2022). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

272. Tragedy in Rio Grande do Sul. Newspaper article: `Rains in RS Cause at Least 116 Deaths´ (05/11/2024). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

273. Lula’s inauguration. Newspaper article: `The Inauguration of Democracy´ (01/02/2023). Source: CEDOC A TARDE / Cultural Project

274. Photo (2012) of Brotas Station, Salvador Metro, on Line 1 - Source: wikipedia.Org

275. Photo (2019) of CAB Station of Salvador Metro, on Line 2. Source: wikipedia.Org

276. Photo (2016) of the Castro Alves Theater’s Acoustic Shell, after its reopening. Photo: Rosilda Cruz - Source: Secult Bahia

277. Aerial photo of the Sarah Network Technology Center. On the left, you can see the hospital factory for the locomotor system, installed in Salvador between 1992 and 1994; on the right, the Sarah Kubitschek Hospital, at the top of the hill. Projects by architect João Filgueiras Lima, known as Lelé. Source: Instituto João Filgueiras LimaLelé

278. Ground floor plan, on a scale of 1:200, from the first version of Carl von Hauenschild’s project for the renovation of the Vila Velha Theater, 1995 - Vila Velha Theater Collection

279. Floor plan of the audience and stage in the first version of Carl von Hauenschild’s project for the renovation of the Vila Velha Theater, 1995 - Vila Velha Theater Collection

280. Ground floor plan of Carl von Hauenschild’s final project for the renovation of the Vila Velha Theater, 1996Vila Velha Theater Collection

281. Longitudinal section of Carl von Hauenschild’s final project for the renovation of the Vila Velha Theater, 1996Vila Velha Theater Collection

282. Photograph of the Vila Velha Theater from Gamboa de Cima Street, with the curved wall of the Cabaré dos Novos visible in the foreground, 1998 - Vila Velha Theater Collection

283. Initial stage of construction of the new foyer block and Cabaré dos Novos at the Vila Velha Theater, 1996. Photo: Isabel Gouvêa - Vila Velha Theater Collection

284. Construction of the administrative wing and façade of the Vila Velha Theater, facing Gamboa de Cima Street, with the 1964 stage box visible on the right of the photo. Photo: Isabel Gouvêa, 1996 - Vila Velha Theater Collection

285. Interior of the Vila Velha Theater stage box during the initial stage of demolition, 1996 – Photographer unidentified - Teatro Vila Velha Collection

286. Final stage of the assembly of the metal structure of the Vila Velha Theater’s stage box, 1997. Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

287. Interior of the Vila Velha Theater’s stage box, initial stage of demolition, 1996 - Teatro Vila Velha Collection

288. Facade of the Vila Velha Theater facing Rua Gamboa de Cima, highlighting the cantilevered staircase that connects the administrative sector to the Mario Gusmão room and dressing rooms, 1997. Photo: Isabel GouvêaTeatro Vila Velha Collection

289. Main block of the Vila Velha Theater after renovation, showing the door leading to the dressing rooms, 1998 -

Teatro Vila Velha Collection

290. Construction of the Vila Velha Theater’s Cabaré dos Novos, seen from Passeio Público. Photo of the day of the Feijoada da Laje, held to raise money for the work, in February 1996. Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

291. Access to the foyer (below) and to the Cabaré dos Novos (above), seen from the Passeio Público, December 1997. Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

292. Set of ramps and stairs that connect the different levels of the Teatro Vila Velha. In the background, you can see the foyer (below) and the Cabaré dos Novos (above), 1998. Photographer not identified - Teatro Vila Velha Collection

293. Cabaré dos Novos shortly after its inauguration, 1998Teatro Vila Velha Collection

294. Construction of the administrative wing and the façade facing Rua da Gamboa, 1996 - Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

295. Stage box with one of the various possible configurations through the use of platforms, 1998 - Teatro Vila Velha Collection

296. Photograph of the stage box with one of the various possible configurations through the use of platforms, 1998Teatro Vila Velha Collection

297. 1:200 scale plan of the ground floor. First version (February 1995) of Carl von Hauenschild’s project for the renovation of the Teatro Vila Velha - Teatro Vila Velha Collection

298. Sections of the requalification project of the Teatro Vila Velha, 2023 - A+P Arquitetos Associados Collection

299 to 305. Illustrations of the recent requalification project of the Teatro Vila Velha, which is undergoing structural reforms sponsored by the city government of Salvador. Estimated delivery of the work to the public: second half of 2025 - Vila Velha Theater Collection

306. `Projeto Novo Vila´ (1994 to 1998) - In the photo, a group of resident artists at the exit to the Lavagem do Bonfim, in 1995, among them: Rejane Maia (lower left, holding the flag), Tereza Araújo (center, left, holding the flag) and Marísia Mota (last person on the right, standing, in the photo) organizers of the event. Photo: Marcos MC - Teatro Vila Velha Collection

307. `Midnight Improvises´, 1995. Variety show performed by Marísia Motta, Tereza Araújo, (Adelina) Dedé Rebouças. In the photo: Os Zárabe and Carlinhos Brown. Photo: Marcos MCTeatro Vila Velha Collection

308. `Midnight Improvises´, 1995. In the photo: Frieda Guttman rings the bell twelve times, an action that traditionally marked the beginning of the program. In the background, Marísia Motta (in blue) and Zeca Freitas. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

309. `Midnight Improvises´, 1995. In the photo: entrance procession, with Celso Junior, Eneida Rebouças, Guilherme Leme, Virgínia Rodrigues, Katia Borges, Lázaro Ramos and Cícero Antônio. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

310. `Midnight Improvises´, 1995. In the photo: Tracy Whitney, Tanucha Taylor and Bagageryer Spilberg. Photo: Marcos MCVila Velha Theater Collection

311. `ShowPruvila´ - Maria Bethânia, 1995. In the photo: Carlos

Pertovich, Sonia Robatto, Tereza Sá and Wilson Melo reading a poem. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

312. `Midnight Improvises´, 1995. In the photos: Zeca de Abreu and the audience. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

313. `Midnight Improvises´, 1995. In the photo: Bagageryer Spilberg. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

314. `Revilavolta´, 1996. Rock and integrated arts festival that had its program during the Vila’s renovation. In the photo: Banda Ataraxia (Nando, Marcão, Márcio Muniz, Igor Caxixi, Eric Miráua, Serafim Martinez, Flavete, Maurício Aluado and Marcos Barroso). Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

315. `ShowPruvila´ – Gilberto Gil, 1995. In the photo: Gilberto Gil. Photo: Beto Ricardo - Vila Velha Theater Collection

316. `ShowPruvila´ – Caetano Veloso, 1994 - Show to mark the beginning of the `New Vila Project`, a renovation of the theater. In the photo: Caetano Veloso. Photo: Isabel Gouvêa - Vila Velha Theater Collection

317. `ShowPruvila´ – Maria Bethânia, 1995. In the photo: Maria Bethânia. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

318. `ShowPruvila´ – Margareth Menezes, 1995. In the photo: Margareth Menezes and Amadeo Alves, in the dressing room. Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

319. `ShowPruvila´ – Gereba, Nana Vasconcelos, Armandinho Macêdo and Carlinhos Brown, 1995. In the photo: Nana Vasconcelos, Armandinho Macêdo and Carlinhos Brown Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

320. `ShowPruvila´ – Tom Zé, 1995. In the photo: Caetano Veloso, Tom Zé and Daniela Mercury, in the dressing room. Photo: Alice Ramos - Vila Velha Theater Collection

321. `ShowPruvila´ – Caetano Veloso, 1994. In the photo: Ruy César, Wilson Melo, Armindo Bião, Nilda Spencer, Yumara Rodrigues, Carmem Bittencourt, Carlos Pertovich and Tereza Sá. In the background, Virgínia Rodrigues and other actors and actresses from the Olodum Theater Group. Photo: Isabel Gouvêa - Vila Velha Theater Collection

322. `A Man is a Man’, 1996. Rehearsal of the stage reading of Bertold Brecht’s play, in the project `What Does Mr. Bertolt Have to Do with Me’, during the renovation of the Vila Velha Theater. In the photo: Gideon Rosa, Daniela Mercury, Marcio Meirelles, Harildo Déda and Lucci Ferreira; in the background, the bands Munda Mundistas and Confraria da Bazófia (Andréz Santana, Celso Carvalho, Arnaldo Almeida, Jarbas Bittencourt, Ray Gouveia and Paulo Romero). Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

323. `A Man is a Man’, 1996. In the photo: Chica Carelli, Gideon Rosa, Lucci Ferreira, Marcelo Prado, Elísio Lopes Junior and Fernando Fulco; in the background, Munda Mundistas and Confraria da Bazófia (unidentified musician, Arnaldo Almeida, Paulo Romero, Jarbas Bittencourt, Ray Gouveia and Bau Carvalho); above, Marcio Meirelles and Harildo Déda. Photo: Marcos MC - Teatro Vila Velha Collection

324. `The Kiriri Are Here´, 1995. Visit of the Teatro Vila Velha to the city of Banzaê, Bahia. In the photo: producer Beverley Randal watches chief Domingos read the program for `Zumbi´, a show dedicated to the struggle of the Kiriri. Other residents of Banzaê observe. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

325. `The Kiriri Are Here´, 1995 - Press article about the occupation of Mirandela by non-indigenous people, which resulted in the death of Adão, a Kiriri leader. It was the murder that led to the theater event, in partnership with ANAI (National Association for Indigenous Action). Newspaper `A Tarde´ (10/04/1995) – Vila Velha Theater Collection

326. `The Kiriri Are Here´, 1995. Event poster - Vila Velha Theater Collection

327. `The Kiriri Are Here´, 1995. In the photo, a show with the Kiriri, the Nau Catarineta group and the Frevos e Dobrados Orchestra. Photo: Isabel Gouvêa - Vila Velha Theater Collection

328. `The Kiriri Are Here´, 1995. Entrance procession of the Kiriri musicians, followed by the audience, at the Vila Velha Theater. Photo: Isabel Gouvêa - Vila Velha Theater Collection

329. `A Tale of Don Quixote´, 1998. Play with text by Cleise Mendes and Marcio Meirelles for the reopening of the Vila Velha Theater. In the photo: Cristina Castro. Photo: Isabel Gouvêa

330. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Ângela Andrade, Hebe Alves, Neyde Moura, Carlos Petrovich, Gil Onawale, Kita Veloso and Sandra Simões. Photo: Isabel Gouvêa

331. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Carlos Petrovich and the choir - Photo: Isabel Gouvêa

332. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Cristina Castro and Carlos Petrovich. Photo: Isabel Gouvêa

333. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: the cast. Photo: Isabel Gouvêa

334. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Carlos Petrovich and choir. Photo: Isabel Gouvêa

335. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Lázaro Ramos. Photo: Isabel Gouvêa

336. `A Tale of Don Quixote´, 1998. In the photo: Carlos Petrovich and Lázaro Ramos. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

337. `A Tale of Don Quixote´, 1998. Costumes for Sancho Panza (Lázaro Ramos), Don Quixote (Carlos Petrovich) and Dulcinea (Cristina Castro) created for the show by Marcio Meirelles, restored by Zuarte Junior for the exhibition `Vila Velha For Example – 60 Years of a Theater in Brazil´ - Vila Velha Theater Collection

338. `Supernova´, 2000. Play by Abel Neves, directed by Fernando Mora Ramosnuma. A co-production between Teatro dos Novos, Teatro Nacional São João/DRAMAT (Porto/PT) and CENDREV (Évora/PT), with the collaboration of Culturporto, Teatro Viriato (Viseu/PT) and Cia. Assédio (Porto/PT). In the photo: João Pedro Vaz. Photo: Isabel Gouvêa

339. `Bluebeard´, 1997. Play by Marcio Meirelles, the result of a workshop that brought a new cast to the Teatro dos Novos. In the photo: the cast. Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

340. `Olho de Deus´, 2012. Text by Sonia Robatto, directed by Marcio Meirelles. In the photo: Chica Carelli, Fernando Fulco and Sonia Robatto. Photo: João Milet Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

341. `O Que Você Aque Disso Tudo?´, 1994. Poster for the play by CRIA, directed by Maria Eugênia Milet - Art by Caetano Dias with photos by Aristides Alves - Teatro Vila Velha Collection

342. Confraria da Bazófia, 1998. Poster for the release of the

CD by the band, which became a resident of the theater, with Jarbas Bittencourt as musical director of several projects and groups. On the poster: Arnaldo Almeida, Ray Gouveia, João Luis, Jarbas Bittencourt, Supertom and Jorge Sacramento – Teatro Vila Velha Collection

343. `A Casa Fechada´, 1995. Play by Roberto Gomes, directed by Marcio Meirelles, in the `3&Pronto´ project, from the revival of Teatro dos Novos. In the photo: Chica Carelli, Gerimias Mendes, Lázaro Ramos, Cristiane Mendonça and João Miguel. Photo: Isabel Gouvêa - Teatro Vila Velha Collection

344. `Bal Trap´, 1994. Play by the Cereus group, with text by Xavier Durringer and directed by Hebe Alves. In the photo: Isabel Noemi (Reis), Aicha Marques, Cynara Isensée, Zeca de Abreu, Maria Menezes, Jorge Borges and Zé Lauro Azevedo. Photo: Rejane Carneiro - Vila Velha Theater Collection

345. `The Incredible Journey´, 1995. A play by the Cereus group, with text by Doc Comparato and directed by Hebe Alves. In the photo: Isabel Noemi (Reis), Cynara Isensée, Aicha Marques and Wagner Moura. Photo: Rejane CarneiroVila Velha Theater Collection

346. `Dracula´, 2012. Poster for the show by Marcio Meirelles for the Supernova group, in residence at the Vila Velha Theater. Created by David Pádua, Iansã Negrão and Rex (Santo Design)

347. `Dracula´, 2012. A show by Marcio Meirelles for the Supernova group, in residence at the Vila Velha Theater. In the photo: Luísa Prosérpio and the eyes of Fernando Fulco on video. Photo: João Milet Meirelles

348. `Aroeira - With How Many Knots Can You Make a Tree´, 2006. A show by Cristina Castro, with music by Milton Nascimento for Viladança. In the photo: Sérgio Diaz, Leandro de Oliveira, Janahina Cavalcanti and Matias Santiago. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

349. `Sacred Life as a Whole´, 1998. A dance show created by Cristina Castro for Viladança. In the photo: Sérgio Diaz (center) and Leandro de Oliveira, Simone Bonfim and Jairson Bispo. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

350. `CO2 - Five Senses and a Little Passion´, 2000. A dance show by Cristina Castro for Viladança. In the photo: Clênio Magalhães, Eduardo Pinheiro, Isis Carla, Izabel Ferreira, Jairson Bispo, Líria Morais, Maitê Soares, Roberto Montenegro, Sérgio Diaz, Silvia Costa. Photo: Márcio LimaVila Velha Theater Collection

351. `Headhunters´, 2003. Dance show by Cristina Castro and Helena Waldmann for Viladança. In the photo: Danilo Bracchi (top), Leandro Oliveira, Sergio Diaz, Maitê Soares and Bárbara Barbará. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

352. `José Ulisses da Silva´, 2002. Show by Cristina Castro for Viladança. In the photo: Eduardo Pinheiro (back, in the foreground), Leandro de Oliveira, Maitê Soares, Clênio Magalhães, Danilo Bracchi, Janahina Cavalcanti. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

353. `Vivadança International Festival´, 2009. Created and directed for 15 editions by Cristina Castro. Poster for the 9th Edition. On the poster: Camila Kowalski, in a photo by João Meirelles; drawings by Andréa May; graphic design by Pedro Gaudenz - Vila Velha Theater Collection

354. `Habitat – Lat 13º S Long 38º 31′ 12” O´, 2008. Show by Cristina Castro for Viladança. In the photo: the performerscreators: Bárbara Barbará, Ciro Sales, Jaqueline Elesbão, Jorge Oliveira, Leandro de Oliveira, Márcio Vesolli, Mariana Gottschalk, Pedro Ivo Santos, Sérgio Diaz. Photo: João Milet Meirelles - Viladança Collection

355. `Jauria´, 2016. Result of the residency with Vladimir Rodriguez. Photo: Andréa Magnoni

356. `Tomaladacá´, in its First Show, 1999. In the photo: presentation of the Quadrilha Junina Asa Branca, from the Cabula community, led by Antônio Soares. Photo: Isabel Gouvêa

357. `Teatro de Cabo a Rabo´, 2005. Procession for the presentation of the play `Oxente, Cordel de Novo?´, with texts by João Augusto and directed by Marcio Meirelles, in the city of Rio de Contas. In the photo: cast of Teatro dos Novos and Bando de Teatro Olodum and musicians Saulo Gama and João Milet Meirelles. Photo: Márcio Lima - Teatro Vila Velha Collection

358. `Almanaque da Lua´, 2004. Poster for the 2004 production of the play created in 2002 by Gordo Neto for VilaVox - Teatro Vila Velha Collection

359. `Tomaladacá´, 1999. Poster for the 1st Exhibition of the exchange project between resident groups and amateur groups, from which many actors came to Bando de Teatro Olodum and to the creation of A Outra Companhia de TeatroTeatro Vila Velha Collection

360. `O Contâiner´, 2006. Text by José Mena Abrantes, directed by Vinício de Oliveira Oliveira for A Outra Companhia de Teatro. Photo: João Milet Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

361. `Canteiros de Rosa´, 2006. A play created by Jacyan Castilho, based on Guimarães Rosa, for VilaVox. In the photo: Claudio Machado (above), Fábio Osório (below), unidentified artists (with their backs turned). Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

362. `Remendó Remendó´, 2016. A restaging of the play created in 2002 by Inácio D’Eus, Cell Dantas and Vinício de Oliveira Oliveira. The restaging was directed by Luiz Antonio Sena Jr. and carried out for the `Pé de Feijão´ project. In the photo: Israel Barretto (in the center); Luiz Buranga and Roquildes Júnior (on his right); Anderson Danttas and Eddy Veríssimo (on his left). Photo: Claudio Varela - Teatro Vila Velha Collection

363. `Trilhas do Vila´, 2003. Re-staging of the show created by Gordo Neto, Iara Colina and Jarbas Bittencourt, in 2001, for the VilaVox group. In the photo: Raissa Fernandes. Photo: Jonas Grebler

364. `Teatro de Cabo a Rabo´. Poster of the workshops and presentations of 2005. Project carried out by the Teatro dos Novos group with the participation of the Bando de Teatro Olodum, promoting exchange with theater performed in other cities. Several artists came from this project and joined A Outra Companhia de Teatro – Teatro Vila Velha Collection

365. `Siré Obá - A Festa do Rei´, 2009. Onisajé show for the Nata group (Afro-Brazilian Theater Center of Alagoinhas). In the photo (background, from left to right): Thiago Romero, Jandiara Barreto, Lucas Michel; (front): Fabíola Nansurê, Nando Zâmbia, Antônio Marcelo, Daniel Arcades and Vânia Santana. Photo: Thalita Andrade

366. `Breve´, 2011. A play by Thiago Romero for Teatro da Queda. In the photo: Duda Woyda (standing), Luiza Bocca (in the background, seated), Guilherme Silva, Ricardo Albuquerque, Karen Souza, Márcia Gilbráz (lying down) and, in the audience

on the right, Sonia Robatto, Lia Robatto and Marcos Uzel. Photo by Rodrigo F. Wanderley - Teatro da Queda Collection

367. `II Fórum de Performance Negra´, 2006. Poster for the forum created in partnership between Bando de Teatro Olodum and Companhia dos Comuns (RJ). Event brought together artists and leaders of black cultural organizations to jointly think about and implement policies for the development of black theater in Brazil. On the poster: Mário Gusmão - Teatro Vila Velha Collection

368. `A Cena Tá Preta´, 2012. Poster for the festival created at Teatro Vila Velha to promote the arts of black peopleTeatro Vila Velha Collection

369. `Dô´, 2012. Poster for the show produced in collaboration between Bando de Teatro Olodum and Tadashi Endo. Photo of the poster: João Milet MeirellesTeatro Vila Velha Collection

370. `Bai Bai Pelô´, 1994. Poster for the first show produced by Bando de Teatro Olodum at Teatro Vila Velha. Text by Marcio Meirelles; directed by Marcio Meirelles and Chica Carelli - Teatro Vila Velha Collection

371. `Zumbi is Alive and Still Fighting´, 1995. A processional play between Passeio Público and Campo Grande, with text by Aninha Franco and Marcio Meirelles and directed by Marcio Meirelles, José Carlos Arandiba (Zebrinha) and Chica Carelli. In the photo: Mário Gusmão and cast. Photo: Isabel Gouvêa

372. `O Paí, Ó!´, 2001. Re-staging of the play created in 1992 by Marcio Meirelles for the Olodum Theater Group. Set design by Gaio. In the photo: Rejane Maia, Edvana Carvalho, Nildes Vieira, Aline Menezes and Ana Bárbara (Borga). Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

373. `Cabaret of Rrrrraça´, 1997. Setting of the premiere, with photo of the cast: Auristela Sá, Lenno Sacramento, Cássia Vale, Nildes Vieira, Lázaro Ramos, Valdinéia Soriano, Cristóvão da Silva, Lázaro Machado, Agnaldo Buiú, Jorge Washington, Rejane Maia, Merry Batista, Fernando Araújo and Arlete Dias. Photo: Márcio Lima - Vila Velha Theater Collection

374. `Blessing´, 2010. Installation piece by Marcio Meirelles, with the Olodum Theater Group, movement direction by José Carlos Arandiba (Zebrinha) and musical direction by Jarbas Bittencourt. In the photo, in projection: Makota Valdina Pinto and cast. Photo: João Milet Meirelles

375. `A Midsummer Night’s Dream’, 2006. Text by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles. In the photo: Telma Souza, Auristela Sá, Valdinéia Soriano, Rejane Maia and Jorge Washington. Photo: João Milet Meirelles

376. Bobina Donkey’s Head, 2006. Mask from the Republic of Cameroon used in the play `A Midsummer Night’s Dream’, by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles (on the left)Vila Velha Theater Collection. On the right side of the image, two masks/mammoths created by Zuarte Jr. for the play `From the Tip of the Tongue to the Tip of the Foot´ (2004), by Cristina Castro and João Sanches - Viladança Collection

377. `Just Imagine... The Adventure of Doing´, 2001. Produced by the Novos Novos Theater Company, with text by Edson Rodrigues, directed by Débora Landim, and music by Ray Gouveia. In the photo: Felipe Augusto, Luciana Santiago, Felipe Gonzales, Thierri Gomes, Raissa Fernandes, Jamile Menezes and Elaine Adorno (standing). Chaiend Cruz, Diego Velame, Victor Porfírio and Lucas Carvalho (seated). Photo: Márcio Lima – Novos Novos Theater Company Collection

378. `Vilerê´, 2016. Poster for the edition of the arts festival for children - Teatro Vila Velha Collection

379. `Alices and Chameleons´, 2004. Poster created by the artist Sara Victória for the play by the Novos Novos Theater Company. Text by Edson Rodrigues, directed by Débora Landim, music by Jarbas Bittencourt – Teatro Vila Velha Collection

380. `Alices and Chameleons´, 2004. Play by the Novos Novos Theater Company. In the photo: Rosa Abreu, Tarsila Lima, Adriele Costa, Raissa Fernandes, Malena Bastos, Chaiend Santos (in the front row); Lucas Carvalho, Joana Trindade, Wanessa Carvalho, Vera Lúcia, Victor Porfírio (in the second row); Leonardo Bittencourt and João Milet Meirelles (in the background). Photo: Márcio Lima – Novos Novos de Teatro Company Archive

381. `Dance for Children´, 2015. Dance show from the Viladança Center’s dance workshops. Viladança Center Director: Cristina Castro; workshop coordinator: Janahina Cavalcanti. Photo: Camila Kowalski

382. `Ciranda do Medo´, 2007. Show by the Novos Novos de Teatro Company, directed by Débora Landim, choreographed by Lulu Pugliese, and with music by Ray Gouveia. Free adaptation by Edson Rodrigues of the book by Sonia Robatto. In the photo: Camila Santos, Vida Carvalho, Caio Rocha, Beatriz Casteluccio, Alessandro Xavier, Gabriel Arthur. Photo: Márcio Lima – Novos Novos de Teatro Company Collection

383. `From the Tip of the Tongue to the Tip of the Foot´, 2005. Text by Cristina Castro and João Sanches, directed and choreographed by Cristina Castro. In the photo: Mariana Gotchalk, Jorge Oliveira, Bárbara Barbará, Sérgio Diaz, Leandro de Oliveira and Janahina Cavalcanti – Photo: João Milet Meirelles - Vila Velha Theater Collection

384. `Frankenstein´, 2014. Show by Marcio Meireles for the first class of the LIVRE university. Photo: Marcio Meirelles – Vila Velha Theater Collection

385. `Frankenstein´, 2014. Poster of the show by Marcio Meireles for the first class of the LIVRE university - Vila Velha Theater Collection

386. `Mirror for the Blind´, 2013. Text by Matéi Visniec, directed by Marcio Meirelles. In the photo: Sonia Robatto. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

387. `Mirror for the Blind´, 2013. Poster created by Vinicius Bustani for the play by Matéi Visniec, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university and Teatro dos NovosTeatro Vila Velha Collection

388. `Mirror for the Blind´, 2013. Text by Matéi Visniek, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university and Teatro dos Novos. Photo: Marcio Meirelles – Teatro Vila Velha Collection

389. `Why Hécuba´, 2014. Poster for the play by Matéi Visniek, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university. In the photo: Chica Carelli. Photo: Marcio Meirelles – Teatro Vila Velha Collection

390. `Hamlet + Hamlet Machine´, 2015. Poster for the play. Texts by Shakespeare and Heiner Muller, directed by Marcio Meirelles. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

391. `The Tragedy of Macbeth´, 2015. Poster for the play by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university

392. `Romeo and Juliet´, 2016. Poster for the play by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

393. `Romeo and Juliet´, 2016. Experiment on spaces/ choreographic walk. In the photo: Milena Nascimento, Bruno Torres, Amanda Cervilho, Gilberto Reys, Beatriz Pinho, Clara Romariz, Natália Mascarenhas, Victória Matos and Lavínia Alves. Photo: Marcio Meirelles – Teatro Vila Velha Collection

394. `Why Hécuba´, 2014. Text by Matéi Visniek, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university. In the photo: Chica Carelli (center). Photo: Marcio Meirelles

395. Meeting with Rejane Maia, 2015. Afro Dance Workshop for the LIVRE university. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

396. Meeting with Tadashi Endo, 2015. Butoh Workshop for the LIVRE university, with the Japanese master. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

397. `Romeo and Juliet´, 2016. A play by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles for the LIVRE university. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

398. `Hamlet + Hamlet Machine´, 2015. Texts by Shakespeare and Heiner Muller, directed by Marcio Meirelles. In the photo: Vinicius Bustani. Photo: Marcio Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

399. `The Tempest´, 2020. A play by Shakespeare, directed by Marcio Meirelles. In the photo: Costumes for the characters Caliban (Loiá Fernandes), Prospero (Lúcio Tranchesi) and Miranda (Rodrigo Lélis). Created by Marcio Meirelles and Zuarte Junior

400. `We’re the Boss’, 1997. A theatrical improvisation project in which the audience led the narrative and dramatic structure of the event. In the photo: Hilton Cobra, improvising as Thisbe, a character from Shakespeare’s `A Midsummer Night’s Dream’. Photo: Marcos MC

401. `Vila Verão Workshops´, 1998. Workshop led by Débora Landim. In the photo: the workshop participants, including Marísia Motta, Camila Cordeiro Ribeiro and Maria Clara (in the foreground) Photographer: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

402. `Vila Verão Workshops´, 1998. Stilt Workshop, led by Gordo Neto. In the photo: Gordo Neto (shirtless) and the workshop participants, including Roberto Brito (next to Gordo) and Najla Andrade (in an orange shirt). Photo: Marcos MC - Vila Velha Theater Collection

403. `The Tempest´, 2020. Text by William Shakespeare, directed by Marcio Meirelles. Costume design by Miranda, created by Marcio Meirelles and Zuarte Junior. In the photo: Rodrigo Lélis. Photo: João Milet Meirelles - Teatro Vila Velha Collection

404. `Josefina, a dos Ratos´, 2024. Poster for the play created by Marcio Meirelles, based on the work of Franz Kafka, for the LIVRE university, as part of the project `O Vila Ocupa o MAB´ (Museu de Arte da Bahia/IPAC). Created by Ramon Gonçalves – Teatro Vila Velha Collection

405. `O Que Cabe Neste Palco´, 2012. Poster for the project to occupy the agenda by public call - Teatro Vila Velha Collection

406. `Óperas de Bolso´, 2002. Poster for the project directed by Aldo Brizi for the UFBA School of Music, with short operas written in an extension workshop. Groups from the Tomaladacá project participated in the operasTeatro Vila Velha Collection

407. `A Besta´, 2017. Poster for the show directed by Graeme Poulein, with texts by Alfred Jarry and Ionesco. It was produced as part of the Lusophone project `K Cena´, in collaboration with Teatro Viriato (Portugal) and Centro Português do Mindelo (Cape Verde) - Teatro Vila Velha Collection

408. `Pé de Feijão´, 2016. Cultural mediation project for children and youth, created and coordinated by Cristina Castro. In the photo, the audience at the show. Photo: Claudio VarelaViladança Collection

409. `Pé de Feijão´, 2016. Cultural mediation project for children and youth, created and coordinated by Cristina Castro. In the photo: children participating in an experience. Photo: Claudio Varela - Viladança Collection

410. `Pé de Feijão´, 2024. Cultural mediation project for children and youth, created and coordinated by Cristina Castro. In the photo, children participating in an experience. Photo: Camila Aduke

411. `Pé de Feijão´, 2024. Poster for the 2024 edition of the project. Created by Ramon Gonçalves – Teatro Vila Velha Collection

412 to 423 – Between 2020 and the first half of 2023, the Covid-19 pandemic imposed emergency actions, with social isolation and confinement of people in their homes. The theater had to reinvent itself. Vila Velha produced several productions, presented on the world wide web, on different platforms, in real time. Extensive content was also recorded and later made available on the platforms. The photos show some of these productions - Vila Velha Theater Collection

424 to 426. `Vila Lê´ (from 1997). Stage reading programs, 2023 edition - Created by Ramon Gonçalves

427. `Vila Verão Workshops´, 2024. Exhibition of the Zootomy workshop, supervised by Ariel Ribeiro. Photo: Beatriz de Paula

428. `Vila Lê´ (from 1997). Stage reading program, 2023 edition. Created by Ramon Gonçalves – Vila Velha Theater Collection

429. `Vila Verão Workshops´, 2024. Exhibition of the Zootomy workshop, supervised by Ariel Ribeiro. Photo: Beatriz de Paula

430. `Palco Aberto´, 2022. Debate program created in 2014. This edition discussed the city - Created by Ramon Gonçalves –Teatro Vila Velha Collection

431. `Marighella - 100 anos´, 2011. Poster for the event commemorating the centenary of Carlos Marighella - Vila Velha Theater Collection

432. `Ditadura Não Mais´, 2020. Poster for the event reflecting on the civil-military coup of 1964

433. Amnesties by Glauber Rocha (2010) and Carlos Marighella (2012). Photographic record of one of the scenes from a video about the ceremonies of the trials and granting of amnesties, held at Teatro Vila Velha. Editing: Rafael Grilo – Teatro Vila Velha Collection

VISUALITIES

434. `Jango - Uma Tragédia´, 2014. Cartaz da peça de Glauber Rocha, encenada por Marcio Meirelles com a universidade LIVRE para comemorar os 50 anos do Teatro Vila Velha. Criação: Iansã Negrão e Lia Cunha - Acervo Teatro Vila Velha

435. `Primeiro de Abril´, 2004. Cartaz do espetáculo criado por Gordo Neto para o grupo VilaVox - Acervo Teatro Vila Velha

436. `Brecht´, 1996. Painel criado por Joãozito para vários projetos relativos a Bertolt Brecht, desenvolvidos no Teatro Vila Velha - Acervo Teatro Vila Velha

437 a 442. `Revista da Bahia´, 1967. Fac-símile ano 5, número 6, coordenação: Sostrates Gentil e Juarez Paraiso. Fonte: Acervo da Biblioteca de Arte José Pedreira do Museu de Arte da Bahia - Salvador

443. Gravuras da artista plástica Eneida Sanches – Acervo MAM

444. `Mise en Page´, 1966. Gravura; xilogravura - Sonia Castro (1934) - Acervo MAM

445. `Pelourinho´. (s/data) – Foto: António Valente (1954-2005)Acervo MAM

446. `Habitantes das Dunas´, 1984. Pintura; óleo s/ telaCalasans Neto (1932-2006) - Acervo MAM

447. `Rampa do Mercado´, 1950. Gravura em metal - Poty Lazzarotto (1924-1998) - Acervo MAM

448. `O Colecionador de Primitivos´. (s/data). Pintura; óleo, tela, tecido e papel s/ eucatex - Lênio Braga (1931-1973) - Acervo MAM

449. `S/Título´, 1956. Desenho, guache sobre papel - Yêdamaria (1932-2016) - Acervo MAM

450. `Casulo´, 2000. Objeto. Aço inox, tecido, poliuretano e luvas de borracha - Siron Franco - Acervo MAM

451. `S/Título´, 1978. Desenho; guache s/ papel - Yêdamaria (1932-2016) - Acervo MAM

452. `O Rei da Força e do Conhecimento´. (s/data). Escultura em madeira, cipó mariri e metal etsedron - Edson da Luz (19402023) - Acervo MAM

453. `S/ Título´, 1992. Pintura - Acrílica s/ tela - Zau PimentelAcervo MAM

454. `A Deusa Alemag´. (s/data). Pintura; óleo s/ compensadoEdson da Luz (1940-2023) - Acervo MAM

455. `Procissão de Nossa Senhora da Conceição e do Sr. dos Navegantes´, 1975. Pintura; Óleo s/ eucatex - Emma Valle (19332000) - Acervo MAM

456. `S/Título´, 1975. Gravura; xilogravura policrômica - Juarez Paraíso (1934) - Acervo MAM

EDUCATIONAL

457 to 459. `Fala Vila´, 2024. Photos of the meeting `Memories of a Theater in Brazil´, with Marcio Meirelles and mediation by Edson Rodrigues – Teatro Vila Velha Collection

460. `Students in Museums Program´ (FLEM/IPAC/SEC), 2024. Photo of a session for students from the public school system of the film `Áfricas´, by Bando de Teatro Olodum, directed by Chica Carelli. SaladeArte Cine MAM – Vila Velha Theater Collection

461. `Playful Body Workshop´, 2024. Photo of participants in the Workshop `Playful Body: An Invitation to the Ancestral Territory´, with choreographer Valéria Pinheiro (Cia Vatá-CE) – Vila Velha Theater Collection

462. `Exchange of Knowledge´, 2024. Photos of the workshop `Mediation and Audience Formation´, with Poliana Bicalho. The event brought together MAM mediators, members of the LIVRE university and external audience – Vila Velha Theater Collection

463 to 465. `Exchange of Knowledge´, 2024. Photos of the `Body, Breathing, Action Workshop´, with Edith Meric. The practical training presented the Gyrokinesis method as a form of perception and self-knowledge in relation to the body and its movements – Teatro Vila Velha Collection

466 to 468. `Cinevila´, 2024. Photos of the CineVila sessions at Saladearte at MAM. The meetings were attended by directors, cast members and guests – Teatro Vila Velha Collection

469 to 471. `Fala Vila´, 2024. Photos of the meeting `Mutant Architecture: A Theater in Transformation´, with the presence of architects Nivaldo Andrade and Carl Von Hauenschild. Mediation by Silvana Moura – Teatro Vila Velha Collection

472 to 474. `Oficcina Multimédia´, 2024. Photos of the process exhibition of the workshop `Rítmica Corporal na Encenação´, with the group OFICCINA MULTIMEDIA (BH), held at Casarão, in the middle of the exhibition, and also occupying the external area of MAM – Teatro Vila Velha Collection

475 to 476. `Caravana Livre´, 2024. Photos of the scenic-musical performance, directed by Jaya Batista and musical direction by Cris Meirelles. The troupe’s artists bring together members of the LIVRE university and mediators from MAM – Teatro Vila Velha Collection

477. `Troca de Saberes´, 2024. Photos of the workshop `Performer MC: Voices of Resistance and F(r)esta´, with Cris Meirelles – Teatro Vila Velha Collection

478. `Cine Vila´, 2024. Photo of director Oscar Santana and actress Maria Moniz at the opening of the session of `O Caipora´ (1964) – Teatro Vila Velha Collection

479. `Troca de Saberes´, 2024. Photos of the workshop `Performer MC: Voices of Resistance and F(r)esta´, with Cris Meirelles – Teatro Vila Velha Collection

480. `Fala Vila´, 2024. Photo of the chat `Management, Mediation and Creative Processes: Experiences between Bahia and Ceará´, with mediation by Cristina Castro. The guests of this edition were Valéria Pinheiro and Vinício de Oliveira Oliveira

481. Makota Valdina, in, projection in the hall of the Museum of Modern Art of Bahia - Vila Velha Theater Collection

Exhibition/Acts opening photographs by Maiara Cerqueira - Vila Velha Theater Collection

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