Desde os seus tempos de aluno de Direito em Coimbra que, segundo testemunhos idóneos, Salazar era considerado monárquico. Para isso muito contribuiu também o facto de ter sido processado, em 1919, juntamente com outros professores, acusado de fazer propaganda monárquica nas suas aulas. Salazar, todavia, nunca afirmou publicamente que era monárquico, e em vários momentos da sua vida pública considerou mesmo secundária a questão do modo de designação do chefe do Estado. Por motivos vários, grande parte dos monárquicos aderiu ao «Estado Novo» e alimentou a esperança de que o regime possibilitaria, em data futura e num condicionalismo favorável, a restauração da monarquia. A movimentação monárquica de 1951 teve a sua origem nessas circunstâncias, que aqui se procura explicar.
Carlos Guimarães da Cunha
SALAZAR E OS MONÁRQUICOS: A TENTATIVA RESTAURACIONISTA DE 1951
O autor é licenciado em História e mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Exerceu a docência em vários estabelecimentos de ensino, designadamente no Instituto Militar dos Pupilos do Exército e na Faculdade de Direito da Universidade Católica (Ano Propedêutico). Presentemente está aposentado. Entre vários trabalhos de investigação histórica que publicou, sobressai a obra A «Janeirinha» e o Partido reformista (2003), estudo desse movimento revolucionário oitocentista e das suas consequências.
Carlos Guimarães da Cunha
SALAZAR E OS MONÁRQUICOS: A TENTATIVA RESTAURACIONISTA DE 1951