

título: Correspondência Epistolar entre o Bispo Português Manuel Nunes Gabriel e os Bispos da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (1975-1996) – Volume 2
introdução e organização: Ana Luísa Silva e Carlos Alberto Alves edição: Edições Ex-Libris ® (Chancela Sítio do Livro)
revisão: Beatriz Oliveira
arranjo de capa: Ângela Espinha paginação: Alda Teixeira
1.ª Edição
Lisboa, maio 2025
isbn: 978-989-9198-28-9 depósito legal: 545881/25
© Ana Luísa Silva, Carlos Alberto Alves
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Luísa Silva e Carlos Alberto Alves
Esta publicação surge na sequência do livro que editámos em 2024, com 64 cartas e 2 telegramas, escritos pelo bispo português Manuel Nunes Gabriel (1912-1996) e pelo bispo angolano Eduardo André Muaca (1924-2002)1. Neste livro, com 38 cartas, 2 telegramas, 1 homilia e 1 comunicado que cobre o período cronológico entre 1975 e 1996, a correspondência reproduzida foi escrita pelo bispo missionário português Manuel Nunes Gabriel e 10 bispos da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST), entre os quais 1 é italiano, Pedro Luís Scarpa, 2 são portugueses, Francisco da Mata Mourisca [José Francisco Moreira dos Santos] e Abílio Ribas, e 7 angolanos, Manuel Franklin da Costa, Zacarias Kamwenho, Alexandre do Nascimento, Eugénio Salessu, José Puaty, Óscar Braga, Pedro Luís António.
Os bispos Manuel Franklin da Costa, falecido em 2003, e Pedro Luís António, falecido em 2014, os mais velhos, nasceram em 1921. O bispo Eugénio Salessu, falecido em 2011, nasceu em 1923 e os bispos Alexandre do Nascimento, falecido em 2024, e Pedro Scarpa, falecido em 2018, nasceram em 1925; os bispos José Puaty, falecido em 2001, e Francisco da Mata Mourisca, falecido em 2023, nasceram em 1928; os bispos Óscar Braga, falecido em 2020, e Abílio Ribas, falecido em 2025, nasceram
1 Ana Luísa Silva e Carlos Alberto Alves, Correspondência Epistolar entre o Bispo Português Manuel Nunes Gabriel e o Bispo Angolano Eduardo André Muaca, 1975-1993. Lisboa: Ex-Líbris, 2024.
em 1931, e o bispo mais novo, Zacarias Kamwenho, nasceu em 1934. Os 7 bispos nascidos em Angola viveram a sua juventude e foram ordenados sacerdotes durante o Estado Novo, regime político que vigorou em Portugal e nas ex-colónias africanas entre 1933 e 1974.
Em dezembro de 19752, altura em que o bispo Manuel Nunes Gabriel resignou, Angola tinha onze dioceses: as de Luanda, de Nova Lisboa (atual arquidiocese do Huambo) e de Silva Porto (atual Bié), que foram criadas em 1940; as dioceses de Sá da Bandeira (atual arquidiocese do Lubango) e da atual arquidiocese de Malanje, criadas em 1955 e em 1957; as dioceses do Luso (atual diocese do Luena) e de Carmona e S. Salvador do Congo (atual diocese do Uíje), criadas em 1963 e em 1967; a diocese de Benguela foi criada em 1970 e as dioceses de Novo Redondo (atual diocese do Cuanza Sul), Menongue e Onjiva foram criadas em 19753.
O bispo Manuel Franklin da Costa escreveu 2 cartas e o bispo Manuel Nunes Gabriel escreveu 4, entre 1975 e 1984; o bispo Zacarias Kamwenho escreveu 4 cartas e o bispo Manuel Nunes Gabriel, 3, no período cronológico entre 1976 e 1995; o bispo Kamwenho enviou ao bispo português 1 comunicado sem data (s/d) que dá conta do rapto de missionários e missionárias pela UNITA e 1 homilia proferida pelo bispo Kamwenho em Fátima, em setembro de 1994; entre 1977 e 1994, o bispo Alexandre do Nascimento escreveu 8 cartas e o bispo Manuel Nunes Gabriel, 4; o bispo Manuel Nunes Gabriel escreveu 2
2 Depois de 1975, foram criadas a diocese de Cabinda e a diocese de Mbanza Congo, em 1984; a diocese de Ndalatando, em 1990; a diocese do Dundo, em 2001; a diocese de Caxito e de Viana, em 2007; e a diocese do Namibe, em 2009.
3 Anuário Católico de Angola e S. Tomé, Luanda, CEAST, 1988.
cartas ao bispo Eugénio Salessu, 1 em 1981 e outra em 1983; o bispo Manuel Nunes Gabriel, em 1981, escreveu 1 carta ao bispo José Próspero e outra, em 1981, ao bispo português Francisco da Mata Mourisca; o bispo Pedro Luís Scarpa escreveu 2 cartas ao bispo Manuel Nunes Gabriel, 1 em 1984 e outra em 1994; o bispo Abílio Ribas escreveu ao bispo Manuel Nunes Gabriel 1 carta em 1992 e outra em 1996; o bispo Óscar Braga escreveu 1 carta s/d a D. Manuel Nunes Gabriel; o bispo Pedro Luís António escreveu ao bispo Manuel Nunes Gabriel 1 carta em 1993 e outra s/d; o bispo Manuel Nunes Gabriel escreveu 1 carta para o bispo Pedro Luís António em 1984 e outra em 1993; por fim, o livro reproduz 1 carta que o bispo Manuel Nunes Gabriel escreveu ao Presidente da CEAST, em 1983, 1 telegrama da CEAST, enviado ao bispo Manuel Nunes Gabriel e a respetiva resposta de 1994.
O bispo italiano Pedro Luís Scarpa e os bispos portugueses Francisco da Mata Mourisca e o bispo Abílio Ribas, iniciaram a sua atividade missionária em Angola durante o Estado Novo, o primeiro como bispo e o segundo como missionário espiritano. Porém, o bispo Manuel Nunes Gabriel, primeiro bispo da atual arquidiocese de Malanje, após ter sido cónego em Luanda, professor no seminário de Luanda e exercido outras funções na arquidiocese de Luanda, e o bispo Francisco da Mata Mourisca, primeiro bispo da atual diocese do Uíje, criada em 1967, após ter sido provincial dos capuchinhos em Portugal, tornaram-se bispos durante o Estado Novo, quando Angola era uma província ultramarina. O bispo Francisco da Mata Mourisca continuou como bispo da diocese até resignar, em 2008. De facto, com data de 8 de novembro de 1990, o bispo Francisco da Mata Mourisca escreveu 1 carta ao político português Mário Soares (1924-2017), presidente da República Portuguesa (1986-1996), que transcrevemos a seguir na íntegra:
“Senhor Presidente da República:
Quem lhe escreve é um Bispo português que está em Angola há 23 anos, o único da era colonial.
Tomei conhecimento da campanha dinamizada por Vossa Excelência contra a fome e a miséria deste povo angolano, martirizado por uma guerra que, aqui no norte, se arrasta há 30 anos.
Sensibilizou-me a referência expressa que fez do Uíje, numa das suas intervenções, pois esta zona, apesar de ser agora a Mavinga da guerra no País, foi ignorada pelo recente programa de ajuda das Nações Unidas e da CEE.
Por isso, não resisti à tentação de lhe endereçar estas palavras para, no meu nome e no destas gentes dizer desde já um veemente “Deus lhe pague”, por esse gesto tão humanitário e tão cristão.”4
O bispo Zacarias Kamwenho tornou-se bispo auxiliar de Luanda após o 25 de abril de 1974, isto é, em agosto daquele ano, quando o bispo Manuel Nunes Gabriel era o arcebispo de Luanda desde 1966, altura em que a Santa Sé aceitou o pedido de resignação de D. Moisés Alves de Pinho (1883-1980). O bispo Óscar Braga, natural de Malanje, foi sagrado bispo em fevereiro de 1975; o bispo Manuel Franklin da Costa, nascido em Cabinda, foi ordenado bispo em setembro de 1975; o bispo Alexandre do Nascimento, nascido em Malanje, foi ordenado bispo
4 Arquivo Histórico da Presidência da República Portuguesa (AHPR), www.arquivo.presidencia.pt, PT/PR/AHPR/CC/CC207/5424/041. Em resposta, o presidente Mário Soares escreveu: “(...) Como deve compreender, os especiais laços que ligam Portugal e Angola tornam-nos particularmente sensíveis ao sofrimento injustificadamente prolongado que martiriza o povo angolano há largos anos e que se tem vindo a agravar ultimamente (...)” PT/PR/AHPR/CC/CC0207/5424/042 (consultado no dia 1 de setembro de 2024).
em agosto de 1975. Dois anos depois, em 1977, foi ordenado bispo Eugénio Salessu, nascido em Nunda; em julho de 1979, foi ordenado bispo Pedro Luís António, nascido em Caconda; em outubro de 1983, foi ordenado bispo Pedro Luís Scarpa, missionário capuchinho italiano em Angola desde a década de 60, nascido em Veneza, tornando-se assim o primeiro bispo não nascido em Angola e em Portugal a ser nomeado bispo em Angola. O português Abílio Ribas, nascido em Várzea de Soajo, missionário espiritano em Angola durante o Estado Novo e na República Popular de Angola, também conhecido pelo acrónimo RPA, foi ordenado bispo em fevereiro de 1985, tendo sido bispo de S. Tomé até 2006.
O bispo Manuel Franklin da Costa estudou em Cabinda, Luanda, Paris e Braga. Entre 1960 e 1974, esteve exilado por razões políticas em Portugal5, país onde foi professor de Filosofia, na Universidade Católica de Braga, cidade portuguesa onde concluiu o doutoramento com a tese publicada em livro na década de 906. Foi bispo de Henrique de Carvalho, atual Saurimo, arcebispo do Huambo e arcebispo do Lubango.
O bispo Zacarias Kamwenho nasceu no Bailundo, concluiu os estudos de Filosofia e Teologia no Seminário Maior de Cristo Rei, no Huambo. Foi professor na missão católica da Bela Vista, vice-reitor e reitor do Seminário Maior de Cristo Rei, vigário geral da diocese de Nova Lisboa (atual arquidiocese do Huambo).
5 Carlos Alberto Alves, Esperar pela hora de Deus. O exílio forçado de sacerdotes angolanos em Portugal, 1960-1974, Luanda: Mayamba Editora, 2015.
6 Manuel Franklin da Costa, A Existência da Filosofia de Jean Paul Sartre: Caminhos da Liberdade entre a Ideologia e a História, Porto: Fundação Eng.º de Almeida, 1997.
O bispo Américo Henriques (1923-2006)7, que chegou a Nova Lisboa em 29 de junho de 1972, para dirigir os destinos da diocese, escolheu o padre Zacarias Kamwenho para vigário geral da diocese e para Reitor do Seminário Maior de Cristo Rei. A nomeação inicialmente foi mal recebida pelo clero europeu e entre alguns angolanos, que preferiam o padre Eugénio Salessu, Reitor do Seminário do Quipeio, que escreveu ao padre Jorge da Silveira Sanches, conselheiro geral em Roma dos Espiritamos (1968-1974), uma carta onde se pode ler: “Temos uma grande novidade. O padre Zacarias Kamuenho acaba de ser nomeado e empossado no cargo de vigário geral da diocese de Nova Lisboa. A vossa luta vai produzindo os seus frutos, serôdios, é certo, mas são fruto, e isto é o que importa.”8
Zacarias Kamwenho foi também bispo auxiliar da arquidiocese de Luanda, em 1974, bispo do Sumbe e arcebispo do
7 Os missionários, apesar de tudo, aceitavam a situação com algum desconforto, pois era notório na diocese o conluio entre alguns sacerdotes angolanos, nomeadamente entre os padres Eugénio Salessu, Pedro Luís António e Tomás Pilartes da Silva, que procuravam influenciar o padre Zacarias Kamwenho, vigário geral da diocese de Nova Lisboa, criada em 1940, sendo o seu primeiro bispo Daniel Gomes Junqueira (1894-1970).
8 Carta com data de 9 de dezembro de 1973, enviada pelo padre Eugénio Salessu ao padre Jorge Silveira Sanches; Informação ao Governador Geral n.º 7/74 D. inf 1.a SEC. (2), 12 de fevereiro de 1974, PIDE/DGS, Delegação de Angola, PI 68708, Américo Henriques, NT 1611, folha 10; PIDE/DGS, Delegação de Angola, Proc. Ind 48 258 NT 1415, folha 3. O padre Zacarias Kamuenho e os padres Jorge Sanches e Eugénio Salessu estavam referenciados pela PIDE/DGS, desde 1970, por serem defensores dos naturais de Angola e assumirem lugares de responsabilidade na diocese; daí o facto de serem vistos como defensores da “africanização/negritude”, tendência partilhada pelo bispo D. Américo Henriques ao permitir a nomeação, como vigário geral da diocese, de um padre natural de Angola.
Lubango. Em 2001, foi galardoado com o Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento.
O bispo Alexandre do Nascimento estudou em Malanje, Luanda, Roma e Lisboa. Esteve exilado em Portugal por razões políticas na década de 609. Alexandre do Nascimento foi bispo da sua terra natal, arcebispo do Lubango e de Luanda10. Raptado pela UNITA, em Môngua, em 1982, em 1983 tornou-se o primeiro cardeal nascido em Angola.
O bispo Eugénio Salessu estudou no Huambo e em Roma. Foi professor nos Seminários de Cristo Rei e do Quipeio, capelão do hospital central do Huambo, missionário no Lungongo e na paróquia do Cubal. Foi vigário geral da diocese de Nova Lisboa (atual arquidiocese do Huambo), bispo de Malanje.
O bispo José Puaty, natural de Cabinda, estudou em Angola e em Itália, foi professor nos Seminários de Luanda, do Huambo e bispo da diocese do Luena. O padre José Puaty, em 1968, dava aulas de latim, no seminário, foi professor de francês e matemática no Colégio da Casa das Beiras. Foi pároco no Bairro Prenda e sempre que podia manifestava-se “favoravelmente pelos nativos, (…) Dentre os alunos nativos, aqueles que mais se têm distinguido nas suas ideias pró-independência de Angola, citam-se: Miguel João Damião e César Viana, natural da Quibala.”11
9 Carlos Alberto Alves, Esperar pela hora de Deus. O exílio forçado de sacerdotes angolanos em Portugal, 1960-1974, ob.cit.; João Miguel Almeida, “D. Alexandre do Nascimento: um sacerdote angolano na transição do colonialismo português para a independência de Angola”, Lusitânia Sacra. 46 (julho-dezembro 2022) 149-174.
10 Autor de vários livros, com destaque para O Meu Diário, S.l., Ed. Autor, s.d [2015]; Minhas Origens e Aprendizagens. Autobiografia do Cardeal, Luanda: EAL – Edições Angola [2005].
11 “Relato de notícia n.º 479/359/1968, da Polícia Internacional e de Defesa do Estado, Delegação de Angola, 29 de Julho de 1968”, PIDE/DGS,
O bispo português Francisco da Mata Mourisca12 estudou em Portugal e Espanha. Antes de ser nomeado, pelo Papa Paulo VI, bispo de Carmona e S. Salvador do Congo, diocese do Uíje desde 1979, foi professor nos seminários no norte de Portugal, comissário provincial dos Frades Menores Capuchinhos.
O bispo Pedro Luís Scarpa estudou em Veneza e Roma, missionário da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Angola desde a década de 60, foi professor no seminário de Luanda e do Huambo, Superior Regular dos Capuchinhos em Angola, bispo auxiliar de Luanda e bispo de Ndalatando.
O bispo Abílio Ribas, durante o período em que esteve como missionário em Angola, foi professor nos Seminários de Luanda e do Huambo, secretário adjunto da Cáritas, Superior Principal dos Espiritanos e diretor da Rádio Eclesia. Foi preso no Lukembo de 24 a 26 de agosto de 1975. Foi bispo de S. Tomé e Príncipe até 200613.
O bispo Óscar Braga estudou agronomia antes de ingressar no Seminário dos Olivais, em Portugal, para estudar Filosofia e Teologia. Foi professor de Religião e Moral, prestou assistência ao escutismo, aos cursos de cristandade, foi vigário geral e chanceler da diocese de Malanje, bispo de Benguela, fundou o Movimento Promaica para a promoção da mulher na Igreja católica, empenhou-se na criação de obras sociais e na formação do clero da diocese de Benguela.
Delegação de Angola, SR 6868 José Próspero da Ascensão Puaty, NT 1090, folha 3.
12 Autor de vários livros, entre os quais: Escândalo da Justiça, Lisboa: Aster, 1975; Socialismo científico e cristãos comunistas, Lisboa: Multinova, 1979; Angola: escândalo da paz, Coimbra: Gráfica de Coimbra, 2001; Lágrimas e sorrisos: recordações de Angola, Coimbra: Gráfica de Coimbra, 2011.
13 Publicou em 1987 a “Carta Pastoral sobre a Família: a Todos os Cristãos e Santomenses de Boa Vontade”.
O bispo Pedro Luís António foi missionário nas missões católicas do Quipeio, de Cuima, do Londuimbale e do Alto Hama. O Comando da PSP de Luanda escreveu, em 13 de julho de 1957, uma carta à esquadra policial de Nova Lisboa para averiguações da ação do padre Pedro Luís António. Após investigação, em janeiro de 1958, o referido sacerdote católico “foi considerado um elemento perigoso, tanto na área do Cuima, como na do Lépi, visto que assiduamente as frequentava no exercício da sua função e aproveitava-se disso para propalar as suas ideias separatistas. Além das referências que o mesmo Padre tem feito sobre a independência de Angola, tomou outras atitudes que encheram de indignação os bons portugueses que as ouviram…”14. Por razões políticas, após a independência de Angola, foi enviado para o Campo de S. Nicolau, Bentiaba, Moçâmedes (atual Namibe), onde esteve entre 5 de janeiro de 1977 e 29 de janeiro de 1977. Antes de ser nomeado bispo do Kwito-Bié, foi vigário geral da arquidiocese do Huambo.
Tal como no livro publicado em 2024, neste livro e nos próximos que estão a ser preparados, dos quais farão parte correspondência diversa, cartas pastorais, mensagens, comunicados, circulares, exortações pastorais, entre outros, não será incluída nenhuma fotografia, porque o projeto prevê a publicação de um livro com fotografias, com o intuito de apresentar o percurso de vida do bispo Manuel Nunes Gabriel em Portugal, em Angola e no estrangeiro. As fotografias fazem parte do acervo da família que as cedeu para a preparação do respetivo livro.
14 ANTT, Arquivo PIDE/DGS, Delegação de Angola, PI 4719, folha 28.
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