Jornal Sinditest | Número 14 - Abril 2015

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Jornal do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná

edição 14 | ano 22 | abril 2015 | gestão sindicato é pra lutar conjuntura

Um pior do que o outro!

A Greve Geral é o caminho para barrar o ajuste fiscal do PT e do PSDB!

Beto Richa (PSDB) reapresenta seu pacote de maldades e Dilma Rousseff (PT) prepara novos ataques aos trabalhadores.

Leia nas páginas 2-3 e 8-11

XXII CONFASUBRA Congresso da Federação ocorrerá em maio. Leia sobre sua importância e confira a data das próximas assembleias pág 04

Começou a campanha salarial dos trabalhadores da FUNPAR/HC Definida a pauta de reivindicações e a Comissão de Negociação! pág 05

Entrevista A diretora Larissa Gysi fala sobre a Lei do Feminicídio pág 06


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edição 14 Abril 2015

editorial

Não tem atalho: pra avançar,

só com lutas!

por Carlos Pegurski

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último ano exigiu de nós muita mobilização: construímos uma longa greve, aproximamos o diálogo com os câmpus do interior, resistimos até a última batalha contra o golpe da EBSERH, ocupamos o câmpus Guarapuava no dia da inauguração, protestamos contra os gastos públicos na Copa do Mundo, debatemos o rumo do país nas eleições, iniciamos a desburocratização da estrutura organizativa do SINDITEST-PR, filiamos o sindicato à CSP Conlutas. Somamos diversas vitórias, assim como as Reitorias e o governo nos impuseram duras derrotas. E, assim, 2014 deixou uma lição: não devemos ter nenhuma esperança em quem ataca e trai a classe trabalhadora. Nem Dilma, nem Aécio, nem Marina são ou serão alternativas para o trabalhador. Essa foi a razão pela qual a Direção do SINDITEST-PR quis deixar claro a todos os técnico-administrativos que as manifestações dos dias 13 e 15 não nos dizem respeito. Nas páginas 8 a 11 aprofundamos esse tema, que também foi debatido através de vídeo nas redes sociais do sindicato. Por um lado, não iremos às ruas defender um governo que precariza as universidades públicas e ataca nossa carreira, sequer nos recebe para diálogo e diz ser a Pátria Educadora, mas começa o ano aumentando a taxa de juros para engordar os banqueiros, e ainda corta em 1/3 o orçamento da Educação. Além disso, o PT não tem nenhum constrangimento em entregar nossos recursos

para a mão privada, como ocorreu com o petróleo do campo de Libra ou com a própria EBSERH. Quem está do lado desse governo, não está do lado do trabalhador. Por outro lado, embora muitas entre as milhares ou milhões de pessoas que foram às ruas estivessem dispostas a protestar contra a corrupção e a falta de prioridade do governo federal, as manifestações do dia 15 foram convocadas pelo que há de mais rançoso e podre na política. A história mostra que o patriotismo, mesmo quando

tisfeitos com seus lucros! Não nos interessa o “menos pior”, o “menos corrupto” ou o clássico “rouba, mas faz”. Aos trabalhadores, interessa um governo que atenda os trabalhadores. O caminho é a luta. Os servidores estaduais deram uma aula no início desse ano e mostraram que não existe atalho ou fórmula mágica: o que precisamos é que os trabalhadores estejam organizados e fortalecidos para fazer frente aos ataques que partem do governo em suas diversas instân-

Assembleia dos educadores do estado reuniu 20 mil na Vila Capanema no dia 04 de março. CSP-Conlutas, presente!

bem intencionado, deixa espaço para os setores fascistas avançarem com seu discurso de ódio. É verdade que o governo do PT é corrupto, mas é, no mínimo, ingenuidade política participar de atos puxados pela direita. Ou será que ninguém lembra o que foram os anos de chumbo da ditadura militar ou o desastre da era FHC? Além disso, o capital especulativo, que, de fato, dirige o país, não tem problemas com o governo Dilma: “nunca antes na história desse país” os bancos estiveram tão sa-

cias – Governo Federal, Reitorias e até mesmo os pelegos dentro da própria categoria, que contribuem ao seu modo com a traição à classe trabalhadora. (Você já reparou como alguns ex-dirigentes sindicais conseguem cargos de direção ou liberação do trabalho com mais facilidade que os próprios dirigentes sindicais?) Então, mãos à obra! Ainda em abril, os trabalhadores da FUNPAR/HC devem começar a mobilização por seu acordo coletivo e o sindicato já deu início

à campanha salarial. Na página 5, trazemos mais informações a esse respeito. Já em maio, teremos uma tarefa muito importante para avançar na organização da nossa categoria: entre os dias 4 e 8 desse mês, ocorrerá em Poços de Caldas o XXII CONFASUBRA. Trata-se do Congresso da Federação que nos organiza a nível federal. Esse evento tem o objetivo de discutir a conjuntura política e os rumos da categoria para os próximos dois anos, além de eleger a Direção da FASUBRA para esse período. É muito importante que elejamos companheiros e companheiras com disposição real de luta e independência frente ao governo. Na página 4, falaremos mais sobre o Congresso. Essa edição também traz algumas novidades. Na página 6, inauguramos uma seção de entrevista — nesse número, falaremos da Lei do Feminicídio. Trataremos ainda do setorial de mulheres do sindicato. Outra coisa nova está na página 13: a partir dessa edição, o SINDITEST-PR deixará um espaço destinado para que os servidores e servidoras apresentem denúncias de irregularidades, assédio moral ou problemas do tipo para que possamos apurar e divulgar, respeitando o sigilo à fonte. Por fim, incluímos também uma coluna com dicas culturais, para apresentar livros ou filmes que abordem a realidade do ponto de vista do trabalhador. Nesse número, você lerá sobre o romance “Germinal”, do escritor Émile Zola, que descreve uma greve dramática dos trabalhadores de uma mina de carvão francesa no século XIX. Boa leitura!

Expediente O Jornal do Sinditest-pr é uma publicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná. Avenida Agostinho Leão Junior, 177 – Alto da Glória - Curitiba/Paraná | Telefone: (41) 3362-7373 | Fax: (41) 3363-6162 www.sinditest.org.br | imprensa@sinditest.org.br Fotos: Sinditest-PR. Jornalista Responsável: Adriana Possan - DRT 10049. Diagramação: Ctrl S Comunicação (www.ctrlscomunicacao.com.br) Tiragem: 6.000 exemplares. Gráfica: Mega Impressão Gráfica e Editora - fone: 3598.1113 e 9926.1113. É permitida a reprodução com a citação da fonte. Os textos sem assinatura são de autoria da Direção do Sinditest.

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edição 14 | 3 Abril 2015

Governo Pra Quem?

LUTA DOS SEVIDORES NO PARANÁ é exemplo para todos os trabalhadores! Dilma e Beto Richa seguem a mesma cartilha. Os servidores públicos e demais categorias devem se unir pra enfrentar os ataques! por Adriana Possan

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Brasil todo e em particular a população paranaense testemunhou nesse início de ano uma das maiores lutas feitas pelos trabalhadores nos últimos anos no estado. Irresponsável, o governador Beto Richa promoveu uma verdadeira baderna em todo o estado, lançando um pacote de maldades contra os trabalhadores na base do tratoraço e dando calote nos fornecedores. Richa recebeu de volta forte resposta dos servidores que construíram uma greve unificada com apoio massivo da sociedade. Parece até que PSBD e PT andam fazendo reunião de planejamento juntos de tão idênticas suas propostas. Dilma abriu seu pacote de maldades lá do Palácio do Planalto e Richa no Palácio Iguaçu e entregaram para explodir no colo da classe trabalhadora. Pois é do alto dos Palácios realmente que governos neoliberais fazem suas escolhas, deixando os trabalhadores com a carga pesada da crise, cortando orçamento da saúde e educação e concedendo regalias e baquetes para os ricos. Em fevereiro a Assembleia Legislativa do Paraná pela primeira vez na história representou um desejo coletivo bastante aguardado, de quem acredita na verdadeira justiça: o povo — os trabalhadores e trabalhadoras — ocupou a casa que deveria ser sempre do povo e os(as) deputados(as) que estavam loucos para aprovar o pacote de maldades, em suas vestimentas adquiridas pelo auxílio terno, estavam dentro de um camburão da PM, presos, enjaulados, medo da coragem. Uma simbólica e significativa inversão de papéis como esta não se vê todo dia, por isso a luta dos servidores do Paraná é um exemplo para todos os trabalhadores. Com um corpo forte e robusto, com unidade, eles mostraram que é possível vencer e lutar contra os políticos que atendem à classe dominante.

Nós somos divididos em categorias profissionais meramente por uma questão organizativa de acordo com as atividades específicas de cada um, mas somos todos trabalhadores, somos todos explorados. A cada dia somos usurpados dos nossos direitos mais elementares como 13º, férias, progressão em carreira. Além de tudo tem os ataques que são generalizados que são os que o Beto Richa está implementando aqui, que é essa reforma da previdência. É preciso unificar as lutas. É muito importante que os técnicos federais, assim como os servidores estaduais compreendam a necessidade de estarmos juntos. Quanto maior em número e quanto mais unificados em torno de reivindicações comuns, mais forte nós seremos Amanda Gurgel é vereadora pelo PSTU em Natal, no Rio Grande do Norte. Educadora e militante da CSP-Conlutas, cedeu entrevista também para o canal de TV do Sindicato dos Metalurgicos da Grande Curitiba

Puxadas pelos(as) educadores(as), que representam maior número, as manifestações tomaram proporções gigantescas. Durante a greve Curitiba foi tomada por uma passeata que reuniu 50 mil pessoas e por assembleias lotadas de educadores, que em seu maior pico, na Vila Capanema, atingiu 20 mil participantes. A educadora Amanda Gurgel, que ficou conhecida por militar pela educação no Rio Grande do Norte, veio ao encontro dos educadores em greve em sinal de apoio e solidariedade. Para ela a greve tem servido de inspiração pra outras categorias em outras cidades, em outros estados que também estão em processo de mobilização. “Nas redes sociais as pessoas falam sobre os professores do Paraná e repercutem os panfletos das atividades da greve”, comentou Amanda. É para o horizonte dessa unidade e disposição, com a certeza de que é necessário lutar

para não retroceder nas conquistas e direitos e continuar avançando, que os servidores técnico-administrativos federais devem olhar nesse momento. A categoria, em unidade com as demais categorias do funcionalismo federal, tem assim mais impulso para atingir uma Campanha Salarial vitoriosa em 2015. A Jornada Nacional de Luta no mês de abril em Brasília deverá cumprir esta função. O CONFASUBRA será também um fórum delineador do cenário que se aproxima para os TAEs e por isso o engajamento de todos(as) se faz indispensável. É necessário construir a greve que está apontada para maio ou a categoria continuará sob os ataques do Governo Dilma, assim como os servidores do Paraná foram atacados, entretanto, lutaram e seguem lutando. É necessário se juntar às demais lutas e greves de toda classe trabalhadora e construir muito em breve uma greve geral no Brasil.


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edição 14 Abril 2015

TAE’s NA LUTA!

O CONFASUBRA 2015 decidirá sobre o futuro dos técnicos federais! O maior e mais importante fórum de deliberações da categoria acontece em maio em Minas Gerais por Adriana Possan

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ntre os dias 04 e 08 de maio de 2015 a cidade de Poços de Caldas, Minas Gerais, será palco do mais importante debate para a carreira dos servidores técnico-administrativos federais. No XXII CONFASUBRA serão discutidas e votadas as diretrizes políticas da Federação que serão cultivadas nos próximos dois anos, até que ocorra novo congresso. É neste fórum que os TAE’s escolhem como, quando e pelo quê a FASUBRA deverá lutar. O sindicato está fazendo a lição de casa e realiza desde o começo de março assembleias de eleição de delegados em toda a sua base. O número de delegados eleitos é proporcional ao número de participantes em cada assembleia, a cada 10 presentes, uma pessoa é

eleita. Por isso o envolvimento de cada um e cada uma é imprescindível para que haja uma representação de peso no Congresso. O Sinditest pode eleger uma comissão de cerca de 100 delegados(as)! Não dá pra abandonar este direito, porque significaria abrir mão dos rumos que a entidade nacional tomará. Significa dar espaço para a base governista boicotar a luta e agir do lado do patrão. 2015 começou com ataques covardes do governo do PT contra a classe trabalhadora e com certeza será ainda pior para o funcionalismo público. Os servidores federais terão que lutar novamente contra um governo que se senta à mesa para negociar com os empresários, mas se recusa a negociar com os trabalhadores. Os governistas, representados pelas entidades de base filiadas à CUT e à CTB, e que ainda são maioria na Direção da

Federação, levarão o maior número de delegados que conseguirem para blindar o Governo neoliberal de Dilma e desmobilizar a categoria. Portanto, é preciso atingir o maior número possível de delegados para defender um plano de lutas que atenda as demandas da categoria, que não aceita ser capacho do Governo Federal. A Plenária da FASUBRA realizada nos dias 07 e 08 de março de 2015 no Rio Janeiro aprovou indicativo de greve para maio caso Dilma continue dando às costas para a educação! Nesse momento é necessária a união das forças de todos(as) os(as) trabalhadores(as) para vencer as políticas de estrangulamento e privatização dos serviços públicos aplicadas por décadas nos governos Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e assimiladas por Lula e Dilma.

CONFASUBRA de 2012

O Sinditest fez a diferença no CONFASUBRA de 2012! De maneira inédita, a delegação do Paraná foi protagonista no Congresso Por Bernardo Pilotto

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m abril de 2012, a FASUBRA (Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras) realizou o seu 21º Congresso. Foi o segundo realizado em Poços de Caldas. O quarto após o primeiro governo de Lula. O sexto desse século. E o primeiro em que a delegação paranaense teve protagonismo! Até pouco tempo atrás, as direções do Sinditest-PR se omitiam em relação aos espaços nacionais do nosso movimento. O entendimento da direção era que as viagens “eram caras” e que nós devíamos apenas receber informes das reuniões e que, para isso, apenas uma pessoa presente era suficiente. Esse entendimento começou a mudar lá por 2009. Depois de muita gente se opor a essa ideia nas assembleias e nos espaços do sindicato, o Sinditest passou a enviar mais representantes para os espaços nacionais da FASUBRA. Esse novo entendimento vinha a partir de duas ideias básicas: a

renovação de quem vai, possibilitando maior formação política e vivência para mais pessoas da categoria; e a percepção de que a FASUBRA não é um todo único, que há diferenças lá dentro e que nós precisamos nos posicionar e influenciar nesses rumos. E foi isso que fizemos no Congresso de 2012. Naquela ocasião, ainda elegemos uma delegação aquém do que o Sinditest poderia levar (isso depende, além da boa vontade da direção sindical, que foi máxima na época, também do número de pessoas presentes nas assembleias) mas isso não nos impediu de termos um protagonismo. Em 2012, a direção do Sinditest construiu um manifesto público, em que demonstrava sua posição sobre o Congresso. Era um manifesto baseado naquilo que os então membros da diretoria haviam defendido durante todo o período da greve de 2011, quando a maior parte nem era da diretoria do sindicato. Nesse manifesto, defendíamos que todos aqueles que tinham construído aquela greve

deveriam se unir numa chapa comum para a Direção Nacional da FASUBRA, ainda que tivessem que deixar algumas diferenças de lado. E isso aconteceu. Quando chegamos lá, parecia distante. Mas a maioria de nossa delegação, a maior que o Sinditest já havia levado, optou por batalhar sua posição durante o andamento do Congresso. E fomos vitoriosos: ao final, uma chapa formada pelas teses que entendem que o papel da FASUBRA não é ficar de conchavo com o governo federal, foi a mais votada.

Mesmo assim, muitas dificuldades seguem existindo. Primeiro, porque a FASUBRA não é só sua direção. Segundo, porque mesmo tendo sido a chapa vitoriosa, ela não obteve mais de 50% dos votos e, portanto, não ocupou a maioria das vagas na Direção Nacional. E agora que chegamos perto novamente de um Congresso, é nosso papel participar de novo deste processo e, novamente, fazer com que uma delegação do Paraná seja protagonista.

E como são as teses? No CONFASUBRA deste ano estão inscritas oito teses de diferentes concepções políticas. As teses contêm análises políticas gerais e encaminham propostas para votação ao final do Congresso. Através das teses são montadas chapas eleitorais para disputar a Direção Nacional da entidade no último dia do Congresso. As teses estão disponíveis em www.fasubra.org.br


edição 14 | 5 Abril 2015

FUNPAR/HC

Começa a Campanha Salarial 2015/2016 FUNPAR/HC! Trabalhadores se mobilizam pela estabilidade nos empregos e por um reajuste salarial de 16,6% Por Adriana Possan

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m assembleia realizada no dia 19 de março na Sede Social do sindicato os (as) trabalhadores(as) FUNPAR/HC aprovaram o eixo da Campanha Salarial 2015/2016. Também foi escolhida a Comissão Obreira, que já se prepara para negociar e exigir o cumprimento completo da pauta de reinvindicações. Os trabalhadores lutam por um reajuste salarial de 16,6%, considerando a inflação, perdas históricas da categoria, que não são poucas, e aumento real. Eles também lutam para que a estabilidade nos empregos seja garantida e assinada pela FUNPAR e pelo Reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, no Acordo Coletivo de Trabalho. Fabiano Camargo da Silva, economista do DIEESE, participou da assembleia para explanar a conjuntura política e econômica do país. Em seu balanço o economista alertou que o Brasil está crescendo menos. Em 2014 o PIB estagnou e o cenário em 2015 está pior, com aumento de desemprego e medidas de austeridade contra os trabalhadores lançadas pela presidente Dilma, como as MPs 664 e 665. Para Fabiano esses fatores irão influenciar nas negociações com os patrões, mas não são determinantes. “Esperamos conquistar esse ano muito mais do que no ano passado. O ganho real vai depender muito da mobilização dos trabalhadores. Mesmo nesse cenário de

EIXO da campanha salarial 2015/2016 A pauta da Campanha é bastante extensa, abaixo segue o conteúdo principal Nenhuma demissão FUNPAR /HC! Garantia de cinco anos de emprego no ACT! Reposição da inflação de 7,28%! Recomposição das perdas históricas de 6,08! Aumento real de 2,46%. Total de reajuste de 16,60% já! Piso da base de cálculo do adicional de insalubridade de R$1.178,00! Aumento auxílio-alimentação de R$31,65! Pela valorização dos trabalhadores FUNPAR/HC!

incerteza e instabilidade muitas categorias conseguiram um ganho real acima da inflação. Vai depender muito da luta que será feita pelo sindicato e pelos trabalhadores”, afirmou. O diretor Márcio Palmares apontou a greve dos servidores públicos do Paraná, que ocuparam a ALEP e fizeram a marcha dos 50 mil em Curitiba, e a greve dos trabalhadores da GM, que conseguiu reverter 800 demissões como exemplos de lutas vitoriosas. Mesmo tendo espaço negado pela EBSERH/HC dentro do hospital, trabalhadores e trabalhadoras FUNPAR/HC estão de cabeça erguida e vão lutar pela Campanha Salarial da categoria. Os fundacionais sofrem há

Da esquerda para a direita: Avanilson Araújo (jurídico), Fabiano Camargo da Silva (economista do DIEESE), José Carlos de Assis (diretor), Carmem Luiza Moreira (diretora)

Comissão Obreira de da Negociação, da esquer rlos Ca é Jos ita: para a dire de Assis, Carmem Luiza a, Moreira, Rafael Krasot n J. Celia S. da Silva, Nelso reu, Platner, Maria A. de Ab tos San dos a cid Apare ra. Souza, Valdinei R. Olivei da bém tam te par Faz ra comissão a companhei Adelir J. Andrade

anos com a ameaça de demissão e agora, com a EBSERH/HC, enfrentam constantes ataques que tentam dificultar ao máximo seu direito de organização. A diretora do Sinditest Carmem Luiza Moreira parabenizou os (as) companheiros (as) de trabalho pela resistência que demostram e pela disposição de luta. “Somos guerreiros e vencedores, vamos estar aqui pra ter aumento de salário, por dignidade! Não é por que o reitor pode pôr a gente na rua a qualquer momento que vamos desistir de lutar. Não vamos! Vamos nos manter firmes! Todo ano tem acordo coletivo e enquanto existir FUNPAR dentro do HC nós vamos lutar”.

Informes jurídicos O Sinditest entrou na justiça para defender os trabalhadores contra as práticas antissindicais da direção do hospital e da reitoria. No dia 10 de abril haverá audiência para julgar o pedido de dano moral coletivo causado a esses trabalhadores. “A patronal está coagindo as pessoas a não participar do sindicato e isso é crime” afirma Avanilson Araújo, assessor jurídico do Sinditest. A assessoria jurídica também informou que no dia 27 de março houve audiência para julgar o caso das pessoas que atuam em área crítica no HC, mas não recebem pagamento de adicional pelo serviço. Também haverá em breve julgamento sobre o atraso do pagamento de salário e férias dos fundacionais no início do ano.


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edição 14 Abril 2015

ENTREVISTA

Lei do feminicídio representa uma conquista, mas é necessário investimento! Larissa Gysi fala sobre feminicídio e a organização das trabalhadoras para lutar contra o machismo Por Adriana Possan

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o dia 09 de março de 2015 foi sancionada a lei que torna o feminicídio crime hediondo, que é o tipo de crime que causa maior revolta e condenação coletiva. Segundo estudo do Instituto de Estudos Latinoamericano (ILAESE) em parceria com o Movimento Mulheres em Luta (MML) na última década no Brasil 43 mil mulheres morreram vítimas da violência apenas por conta de serem mulheres. Em 89% dos casos as mulheres foram assassinadas pelos próprios companheiros ou ex-companheiros. Nesta entrevista Larissa Piazzetta Gysi, diretora do Sinditest, fala sobre o combate à violência e ao machismo e sobre o papel das entidades sindicais e do movimento feminista para contribuir com estes enfrentamentos cotidianos.

Na sua avaliação qual é a repercussão da Lei do Feminicídio? É uma conquista importante do movimento feminista no Brasil, das mulheres trabalhadoras, sem dúvida. Os índices de assassinatos de mulheres têm aumentado ao longo do tempo, principalmente em decorrência da violência doméstica. No entanto faltou incluir uma parte das mulheres na lei. Ela afirma que é considerado feminicídio o crime de violência contra pessoas do sexo feminino e não do gênero feminino, excluindo as travestis e transexuais que também sofrem todos os dias e são mortas por conta da violência machista... A cada 12 segundos uma mulher é vítima de estupro no Brasil. Neste carnaval uma peça publicitária de cerveja fez apologia ao abuso sexual com a frase “Esqueci o não em casa”. Como pautar a mídia? É importante fazer essa discussão de como a mulher é representada tanto nas peças publicitárias, quanto nos jornais e nas novelas, porque a mídia reproduz o machismo que a gente enfrenta todo dia. O fundamental no combate à violência é nos organizarmos enquanto mulheres trabalhadoras. Por isso, é importante a gente participar do MML, do Setorial de Mulheres... É essa nossa unidade que

vai nos trazer força para combater o machismo. Não fosse a organização das mulheres em outras épocas talvez hoje as mulheres não pudessem trabalhar fora, ter direito a voto, se candidatar... O Governo Dilma não garantiu a efetivação da Lei Maria da Penha. A SPM está sofrendo um corte de 2,4 milhões em 2015. Como garantir a efetivação das políticas de combate à violência contra a mulher? Sem dinheiro não tem como garantir que as políticas sejam efetivadas. Mesmo com a Lei Maria da Penha o atendimento é insuficiente, as delegacias de mulheres não atendem 24 horas, fecham no final de semana, são apenas 77 casas de apoio num universo de mais de 5 mil municípios. Pra garantir apoio é preciso que haja investimento. Por isso o Sinditest, junto com o MML, está promovendo a campanha e o abaixo-assinado exigindo a aplicação de 1% do PIB nas políticas de combate contra a violência à mulher. Como vocês têm abordado a questão da violência contra a mulher no Setorial de Mulheres? Queremos discutir com as mulheres da nossa categoria quais são os pro-

É preciso que a FASUBRA amplie a discussão sobre a política sindical voltada para as mulheres, em todos os sindicatos da sua base, que os oriente. No ano passado, vimos casos sérios de machismo dentro dos sindicatos e isso é muito sério, porque afasta as mulheres da política Larissa Piazzetta Gysi é diretora do sindicato e integrante do Setorial de Mulheres do Sinditest

blemas mais sentidos no dia a dia no trabalho e no ambiente doméstico. Por exemplo, percebe-se que o assédio moral e sexual atinge muito mais as mulheres do que os homens da nossa categoria e isso tem tudo a ver com o machismo. Dentro das universidades não é diferente do resto da sociedade. Como avançar nas políticas para as mulheres dentro da FASUBRA? Qual é o papel do Sinditest neste processo? A FASUBRA tem uma coordenação da mulher trabalhadora, tem adotado posturas duras em relação à violência contra a mulher e tem tentado organizar as mulheres também através de seminários e reuniões de mulheres. Mesmo assim é preciso avançar. Quando vamos às plenárias nacionais, a maioria é formada por homens, sendo que na base a maioria são mulheres, ou seja, o machismo é um obstáculo em qualquer lugar. O Sinditest é dos poucos sindicatos que dá muita importância a isso e faz questão de trazer a política das mulheres para dentro da diretoria e para toda categoria. Sempre que vai aos espaços da FASUBRA nosso sindicato faz essa discussão. Agora teremos o CONFASUBRA e essa discussão estará presente, vamos impulsioná-la.


edição 14 | 7 Abril 2015

POESIA e LUTA

Resenha

Mulheres

em

Luta

Mulheres em movimento Não aceitam exploração, Reivindicam seus direitos, Combatem toda opressão, Entendem que a saída É a mobilização.

É rotina social Vê-se mulher espancada. Nos cômodos de sua casa Há sempre uma estuprada. E em seu próprio trabalho Tem mulher assediada.

Em busca de seu espaço Ergueram sua bandeira Pra votar e ser votada, De ser, da família, herdeira. Ir à escola, ao trabalho, Na política ter carreira.

A luta de outrora segue Por emprego e moradia, Creche, saúde, salário Respeito no dia-a-dia, Legalizar o aborto E acabar com a covardia.

Para obter as conquistas Travou-se muita batalha. Por vezes verteu-se sangue, Pelo corte da navalha, Mas a sua força ativa Derrubou muita muralha.

Incluindo as mulheres Em um plano libertário, Além de ser tão urgente, Certamente é necessário. É o caminho mais seguro Para um mundo igualitário.

Germinal Por Carlos Pegurski

S

angue, suor e desespero compõem o cenário descrito por Émile Zola, em Germinal. A obra máxima do Naturalismo, publicada no fim do século XIX, apresenta, de forma crua e intensa, os conflitos vivenciados por um grupo de trabalhadores em uma mina de carvão no norte da França. A insatisfação dos personagens perturba o corpo e a alma dos mineiros e a descrição precisa de Zola é capaz de perturbar também o coração do leitor. Apresentar as condições precárias de trabalho comuns em minas de carvão daquele período não foi a única proposta social do francês. Ao longo do romance, a luta de classes também entra em evidência, já que a história se passa durante uma greve eclodida após uma redução salarial. A organização do operariado e as perspectivas marxista e anarquista são levantadas, dando uma boa noção de como esses ideais ajudaram a sustentar o pensamento revolucionário e a vontade do trabalhador de mudar o mundo e por meio da transformação da própria realidade. Para escrever Germinal, Émile Zola trabalhou dois meses em uma mina de carvão. Queria sentir na pele como era viver no ambiente que queria retratar. Durante esse período, vivenciou uma intensa greve, passando por uma experiência, que, além de marcar sua vida, marcaria para sempre a história da literatura. Dica: quem já leu o livro ou quem não leu, pode dar uma espiada no filme de Claude Berri, de 1993, que foi inspirado na obra!

Nando Poeta

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Autor: Émile Zola Ano: 1885 País: França Gênero: Romance Movimento: Naturalismo Páginas: 556 Editora: Estação Liberdade


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edição 14 Abril 2015

! m i s Aqui especial

Nem ao lado do governo, nem ao lado da direita.


Aqui não!

edição 14 | 9 Abril 2015

Os trabalhadores devem construir suas próprias manifestações! Por Márcio Palmares

Segue


14 10 |edição Abril 2015

Significado do dia 13

A

s mobilizações do dia 13 de março, convocadas pelo governo Dilma e pelo PT, que contaram com a adesão das centrais pelegas CUT e CTB (além da UNE, MST e Consulta Popular), foram um fiasco em todo o país. Reuniram cerca de 30 mil pessoas em São Paulo e apenas 1,5 mil em Curitiba. Um partido que detém o poder há mais de 10 anos, que controla com mãos de ferro parte significativa dos movimentos sociais, não conseguiu mobilizar a classe trabalhadora em sua defesa, sofrendo, por isso, dois dias depois, uma grave derrota moral e política. A aprovação da presidente despencou para míseros 13% da população. Confirmou-se, por outro lado, o que vínhamos dizendo: não havia nenhuma razão naquele momento ou agora para um “golpe de estado” no Brasil. Não houve golpe, nem impeachment, nem intervenção militar, nem nada. Os representantes da oposição burguesa – líderes do PSDB, a grande imprensa (incluindo a Rede Globo) – condenaram o “impeachment” e chegaram ao ponto de lembrar aos desavisados que apologia de golpe militar é crime. A histeria

“anti-golpista” dos governistas, o modo pelo qual tentam defender o governo traidor e corrupto do PT, não tem, por ora, muito fundamento. Pelo seguinte: 1) Os representantes da direita já estão no governo, não há necessidade de “golpe da direita”. Eles já determinam, junto com Dilma, a política econômica e a aplicação do “ajuste fiscal”; 2) As traições do PT são tão escandalosas, o governo da Dilma foi tão ruim, que a direita pode vencer nas urnas mesmo, sem necessidade de golpe. Aliás, Aécio Neves não ganhou a eleição por um fio de cabelo.

Sinditest no 3º ato contra o aumento das passagens em Curitiba

Para o imperialismo, por sua vez, não há necessidade de golpe nenhum. Para eles, “vai tudo muito bem obrigado”. Os bancos estão tendo lucros recordes, as grandes empresas têm muitos privilégios e estão demitindo a rodo, sem enfrentar qualquer resistência por parte do governo. Ou seja, só quem perde com o governo Dilma são os trabalhadores e o povo. É nossa obrigação, portanto, ser oposição a esse governo, razão pela qual não poderíamos aderir à convocação para o dia 13.

Significado das mobilizações do dia 15

A

o contrário do que prevíamos, as mobilizações do dia 15 de março foram muito grandes. Acreditávamos que teriam baixa adesão, por serem convocadas por partidos de direita e organizações que atuam apenas pela internet. Contudo, ocorreram grandes manifestações, com cerca de 2 milhões de pessoas indo às ruas em todo o país. Foram manifestações muito grandes e muito reacionárias, refletindo os sentimentos e opiniões da extrema direita e dos grupos de inspiração fascista, que, embora sejam ainda obscuros e marginais, mostraram ser capazes de mobilizar parcelas significativas das classes médias e mesmo parte dos trabalhadores.

Diretores do SINDITEST na ocupaç

ão da ALEP

Quem foi às ruas no 15 de março?

E

m São Paulo, de acordo com pesquisa da Fundação Perseu Abramo, 24% dos entrevistados declararam ser empregadores (patrões) ou profissionais liberais. 40% dos entrevistados declararam receber 10 salários mínimos ou mais. Ou seja, embora pudesse haver trabalhadores pobres nas manifestações, eram minoria. No comando dos protestos, havia diversos grupos de direita e de extrema direita, como o “Vem pra Rua” ou o “Revoltados Online”. Nas ruas, desfilaram à luz do dia diversas seitas de vocação fascista, desde a maçonaria, passando por indivíduos com saudades da ditadura militar, “intervencionistas” clamando por golpes variados e até grupos nazistas (a Globo News não conseguiu esconder uma suástica durante a cobertura ao vivo). É verdade que uma parcela mais bem remunerada da classe trabalhadora aderiu às manifestações. É também verdade que esses trabalhadores, em geral, não têm nenhuma simpatia pelos partidos de direita e muito menos pelos grupos de ideologia fascista. O sentimento geral desses trabalhadores era de indignação contra a corrupção, contra o tarifaço, contra o pacote de maldades da Dilma. No entanto, esses trabalhadores não colherão fruto nenhum dessas mobilizações, mas os organizadores, sim. A direita e a ultradireita saíram imensamente fortalecidas desse processo. Sua cotação no mercado de apostas políticas disparou. Agora, um Jair Bolsonaro da vida (do PP, partido envolvido até a medula na corrupção na Petrobras e guia espiritual do “Revoltados Online”), criatura grotesca vista com desdém por líderes burgueses mais “sérios”, será ouvido com um pouco mais de atenção pelos banqueiros, pelas multinacionais. Eventualmente, se as coisas saíssem do controle, ele poderia ser escolhido como alternativa ao governo Dilma (que ainda é a melhor opção para os banqueiros) ou a Aécio Neves. Se isso acontecesse, aí sim estaríamos diante da perspectiva da ascensão do fascismo no Brasil. Mas não é isso o que está acontecendo agora. Bolsonaro e as criaturas de sua espécie foram os únicos vencedores das mobilizações do dia 15, mas, por enquanto, não constituem ameaça real de golpe de estado. Os bancos, as multinacionais, as empreiteiras e o agronegócio querem a dupla Dilma-Levy no poder.


edição 14| 11 Abril 2015

alarme falso, não! Quando os sindicatos, os partidos socialistas e as organizações dos movimentos sociais disserem “Aí vem o fascismo!”, todos os trabalhadores deverão se preparar para uma luta de vida ou morte, uma luta pela sobrevivência das organizações de trabalhadores e da democracia. Este é um assunto muito sério. Não se deve dar alarme falso sobre isso o tempo todo, como o governo traidor e corrupto do PT e seus aliados vêm fazendo, sob pena de não obter resposta quando o alarme verdadeiro for disparado.

De quem é a culpa pelo cenário de grave crise política e econômica que o Brasil enfrenta? De quem é a culpa pelo despertar da ultradireita?

Batalha contra a Ebserh em frente a Procuradoria da República

Para combater a direita e o germe do fascismo, Dilma deveria ter baixado os juros, aumentado os salários, reduzido a jornada de trabalho, rompido com o pagamento da dívida pública e investido os recursos do país onde é preciso. Deveria ter usado seu ‘coração valente’ para enfrentar os banqueiros em benefício do povo, e não para mentir descaradamente e retirar direitos trabalhistas

É unicamente do PT, que traiu a classe trabalhadora, permitindo que a direita e a ultradireita retomassem a iniciativa. Para combater a direita e o germe do fascismo, Dilma deveria ter baixado os juros, aumentado os salários, reduzido a jornada de trabalho, rompido com o pagamento da dívida pública e investido os recursos do país onde é preciso: educação, saúde, reforma agrária, serviços públicos de qualidade, habitação, etc. Assim, teria apoio da maioria da população e da classe trabalhadora. Deveria ter usado seu “coração valente” para enfrentar os banqueiros em benefício do povo, e não para mentir descaradamente e retirar direitos trabalhistas.

contra Beto Richa. Ocupação da ALEP as presentes! lut on Sinditest e CSP-C

O que o sindicato defende?

Temos apenas um lado: o lado dos trabalhadores. Para nós, governo é governo, patrão é patrão, trabalhador é trabalhador. Essas categorias não se misturam. Não se deve, jamais, apoiar um governo traidor como o de Dilma. Não se deve, jamais, apoiar um governo do PSDB

A

burguesia, às vezes, precisa pedir ajuda aos trabalhadores e aos mais pobres para atingir determinado objetivo político. Mas assim que ela consegue o que quer, corta as mãos daqueles que a ajudaram. Por isso, não devemos dar às mãos aos patrões, à direita, para combater o governo traidor do PT, porque se Dilma fosse derrubada por um “impeachment” ou por uma intervenção militar, o resultado mais provável seria uma guinada violenta à direita, ou, na pior hipótese, a ascensão do fascismo: um massacre generalizado contra a classe trabalhadora e os movimentos sociais (prisões, assassinatos, deportações, fim da liberdade de imprensa e de organização sindical, fim de todas as garantias

O sindicato sempre defendeu a mobilização, greves e protestos como seus métodos de luta. Somos também um sindicato de oposição ao governo federal, ao governo Dilma. Somos oposição aos governos de direita “tradicionais”, como Beto Richa (PSDB), que fez com o Paraná o que Aécio Neves faria com o Brasil. Temos apenas um lado: o lado dos trabalhadores. Para nós, governo é governo, patrão é patrão, trabalhador é trabalhador. Essas categorias não se misturam. Não se deve, jamais, apoiar um governo traidor como o de Dilma. Não se deve, jamais, apoiar um governo do PSDB.

constitucionais, rebaixamento de salários, fim do direito de greve, fim da democracia). Quando chegar a hora, os trabalhadores devem derrubar o governo com suas próprias forças! É justa e correta a indignação de todo o povo contra o governo do PT. Os trabalhadores devem barrar todas as medidas de austeridade do governo Dilma, derrotar seu pacote de maldades, derrotar sua política econômica. Os trabalhadores podem derrubar o governo com suas próprias mãos, sem a interferência da burguesia, da extrema direita ou dos militares. Para isso, basta que tenham força suficiente para colocar outra forma de governo e de poder no lu-

gar, o que implica fazer uma revolução operária e popular no país, instaurando um novo tipo de governo, assentado em organizações de trabalhadores (Conselhos ou Assembleias Populares). A Greve Geral é o caminho para derrotar o ajuste fiscal do PT e do PSDB! O Brasil precisa de uma revolução, não de impeachment e muito menos de golpe militar. Este dia certamente chegará, mas ainda não está em nosso horizonte. Até lá, precisamos começar construindo uma greve geral no país, para que os trabalhadores verifiquem o imenso poder que possuem e se reconheçam como classe social, capaz de decidir sobre o seu próprio destino e transformar a sociedade.


14 12 |edição Abril 2015

FINALIZANDO A PUBLICAÇÃO DOS DADOS DE 2014

N

a útima edição do Jornal do Sinditest, publicamos a prestação de contas de janeiro a novembro de 2014. Faltava apenas divulgar os dados de dezembro e as informações referentes ao Fundo de Caixa dos meses de novembro e dezembro.

A seguir, divulgamos a planilha de dezembro. No site do sindicato, disponibilizamos também as planilhas do Fundo de Caixa. Na próxima edição do jornal publicaremos a prestação de contas do primeiro trimestre de 2015.

PRESTAÇÃO DE CONTAS - DEZEMBRO DE 2014

N

o dia 31 de março foi realizada Assembleia Geral do SINDITEST para apresentação da prestação de contas de 2014. A Assembleia foi realizada na Sede Social do sindicato, pois a EBSERH/HC está negando aos trabalhadores o direito de realizar assembleias dentro do hospital e não havia salas ou auditórios disponíveis no Ed. Dom Pedro I. Nessa assembleia foi aprovada a prorrogação por mais 90 dias do prazo para a apresentação final da prestação de contas pelo Conselho Fiscal. A prorrogação foi motivada pelo fato de que o antigo contador do SINDITEST, o senhor Ewerton Teixeira, desapareceu há cerca de dois meses, levando consigo todos os documentos relativos à contabilidade de 2014 (e de outros anos). Depois de receber várias notificações do sindicato e deixá-las sem resposta (além de inúmeros telefonemas), estando supostamente residindo em São Paulo, o senhor Eweton Teixeira passou a colaborar com o PT e com o PCdoB, entregando documentos do sindicato para a assim chamada “oposição”. Esse fato foi registrado pelos próprios governistas em vídeo e em notas publicadas no blog de intrigas e campanhas difamatórias comandado por Paulo Adolfo Nitche (Dodô), do PCdoB. O sindicato registrou essas provas em cartório e entrou com representação pela cassação do registro do senhor Ewerton no conselho de Contabilidade do Paraná, por quebra de sigilo profissional entre outras infrações, e acionou a Polícia Civil com denúncia de furto de documentos e apropriação indébita. Quando estava quase saindo a ordem judicial para busca e apreensão dos documentos, no dia 30 de março, o senhor Ewerton, depois de dois meses de desaparecimento, finalmente respondeu um e-mail do sindicato avisando que os documentos estavam na casa da sua sogra. O sindicato foi até lá e recuperou parte da documentação, mas já não havia meios de o Conselho Fiscal trabalhar e apresentar a prestação de contas dentro do prazo. Essa ação tinha o claro objetivo de fazer o Conselho Fiscal perder o prazo definido no estatuto. O contrato com o senhor Ewerton Teixeira foi encerrado no final de 2014, seguindo recomendação da Auditoria interna realizada em 2013. Na ocasião, Ewerton Teixeira se comprometeu a encerrar a contabilidade de 2014, já que o novo escritório de contabilidade não poderia assumir tal responsabilidade. Além de desaparecer com os documentos e colaborar com os agentes do governo, o senhor Ewerton não cumpriu com sua obrigação. Esse é o motivo pelo qual foi necessário prorrogar o prazo da apresentação formal da prestação de contas pelo Conselho Fiscal.

(1) CONTA PRINCIPAL (CAIXA ECONÔMICA C/C 100509-0) ARRECADAÇÃO

Mensalidades UFPR Mensalidades UTFPR Mensalidades FUNPAR Mensalidades UNILA Mensalidades IFPR Mensalidades outros órgãos + mensalidades avulsas

Saldo inicial na conta corrente Transferências da conta investimentos Convênios Diárias (Itapoá + Shangrilá) Contribuição APUFPR (rateio das despesas dos atos contra a EBSERH) Taxa limpeza Sede Social

Total Mensalidades

TOTAL

DESPESAS COM ADMINISTRAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PATRIMÔNIO (Inclui as sedes recreativas, sede social e administrativa)

Telefone Luz Água Internet/Sistema Interno/Manutenção de Rede/Hospedagem e manutenção do site Indenização trabalhista a ex-funcionários Alarme (Itapoá, Shangrilá, Sede Adm.) Panificadora Despesas gerais (Itapoá) Despesas gerais e compras para a sede de Shangrilá) Fotocópias Dedetização Conserto porta de aço (sede administrativa) Papelaria Materiais de escritório Supermercado Licenciamento e despesas gerais veículo Seguro (sede administrativa) Tarifas bancárias Tarifa AR (Correios) Transferência para a Conta Investimentos Transferências para o Fundo de Caixa do sindicado (ver prestação de contas à parte)

TOTAL

R$ 107.996,30 R$ 16.176,29 R$ 7.428,49 R$ 1.834,67 R$ 1.120,28 R$ 1.037,44 R$ 135.593,47 R$ 6.145,55 R$ 28.000,00 R$ 3.793,77 R$ 35.570,00 R$ 35.933,07 R$ 150,00 R$ 245.185,86

R$ 2.557,43 R$ 1.497,60 R$ 2.387,16 R$ 2.629,94 R$ 8.000,00 R$ 348,64 R$ 218,45 R$ 1.470,71 R$ 15.444,35 R$ 663,80 R$ 250,00 R$ 350,00 R$ 636,30 R$ 628,40 R$ 2.309,66 R$ 4.012,06 R$ 328,30 R$ 292,03 R$ 17,80 R$ 35.933,07 R$ 8.500,00 R$ 88.475,70

FOLHA DE PAGAMENTO E GASTOS DA SEDE ADMINISTRATIVA (Inclui todos os funcionários e o pagamento dos salários aos diretores liberados, que não recebem salário pela UFPR) Salários/13º salário/Encargos/Vale Transporte/Plano Odontológico Funcionários/Multa Rescisória/ R$ 68.107,82 Jantar de confraternização dos funcionários Ass. Jurídica (Avanilson Araújo Advogados Associados) R$ 17.000,00 Despesas com passagens/deslocamentos advogados R$ 1.348,41 Contador R$ 1.248,00 TOTAL R$ 87.704,23

ATIVIDADES/FORMAÇÃO SINDICAL/AÇÃO POLÍTICA Jornais (assinaturas/publicações) ILAESE DIEESE FASUBRA Editais de Convocação de Assembleias Passagens aéreas e terrestres atividades Recomposição do salário dos Diretores do sindicato do quadro FUNPAR/HC devido à supressão de parte do salário feita pela FUPAR (adicional de insalubridade) Despesas Seção Sindical UTFPR (Atividades + Reuniões da Coordenação da Seção e Delegados do Interior + Condomínio da Sede e outros) Diárias delegados Plenária Nacional da FASUBRA Confraternização de final de ano Ponta Grossa Confraternização de final de ano UNILA Diárias Seminário do Fórum dos SPFs no Rio de Janeiro Hospedagem delegação (Brasília e Rio de Janeiro) Locação de veículos (Congresso do Sinditest e Encontro de Aposentados) Panfletos e cartazes 1ª Parcela Calendários 2015 Despesas gerais Congresso do Sinditest e II Encontro de aposentados Tenda Almoço do Servidor 2ª Parcela Almoço do Servidor TOTAL

R$ 2.200,00 R$ 639,50 R$ 1.700,00 R$ 1.200,00 R$ 2.040,00 R$ 3.870,00 R$ 1.096,00 R$ 5.000,00 R$ 1.755,94 R$ 1.100,00 R$ 13.200,00 R$ 61.513,80

RESUMO Arrecadação Total Despesas Saldo

R$ 245.185,86 R$ 237.693,73 R$ 7.492,13

R$ 273,58 R$ 2.000,00 R$ 681,67 R$ 6.772,00 R$ 450,00 R$ 12.126,82 R$ 407,00 R$ 5.001,29


edição 14| 13 Abril 2015

DENÚNCIA

Atenção trabalhador(a)! Esta página é seu canal de denúncias. Envie ao sindicato o que está acontecendo no seu local de trabalho. Se preferir, não será necessária sua identificação. Mande um e-mail para imprensa@sinditest.org.br


14 14 |edição Abril 2015

aconteceu #1

Setorial de Mulheres do Sinditest realiza o primeiro encontro em março!

Em abril o Setorial se reunirá novamente para um curso de formação Por Adriana Possan

F

undado em novembro de 2014, durante o II Congresso do Sinditest, o Setorial de Mulheres realizou no dia 05 de março deste ano seu primeiro encontro. O grupo de mulheres se reuniu na sede administrativa do sindicato e debateu as questões ligadas à violência contra mulher, ao machismo, à exploração, ao assédio cotidiano e ao trabalho profissional e doméstico. O grupo se reunirá novamente em abril para fazer uma atividade de formação que será promovida pelo Sinditest em parceria com o ILAESE - Instituto Latino -Americano de Estudos Socioeconômicos. O Setorial de Mulheres tem o desafio se aproximar e atender as demandas das mulheres trabalhadoras da base do sindicato. Fique atenta(o) ao calendário e participe!

Participaram companheiras de Curitiba e do interior do estado!

II Encontro de Mulheres do Sinditest! No dia 05 de fevereiro de 2014, o II Encontro de Mulheres do Sinditest “Trabalhadoras em Movimento na Luta Contra a Opressão e Exploração”, deu um importante passo na luta e na organização das servidoras técnico-administravas da base do Sinditest. Foi

formada uma comissão setorial composta por cerca de trinta representantes e desde então tem como principal objetivo realizar um levantamento nos locais de trabalho sobre as demandas que mais oprimem e dificultam a vida das mulheres cotidianamente.

aconteceu #2

Ato contra EBSERH e privatização do SUS no RJ aponta para a luta unificada!

O Sinditest esteve presente com uma grande caravana!

N

Caravana do Sinditest na concentração para o Ato que saiu da Praça da Cruz Vermelha - RJ

Centenas de pe ssoas no ATO no Rio de Janeiro em de fesa do SUS 100% pú blico e pela revogação da lei da EBSERH

a dia 06 de março o Ato contra a Privatização do SUS e a EBSERH tomou as ruas do Rio de Janeiro. O Sinditest participou com uma delegação de três ônibus da mobilização chamada pela FASUBRA e que reuniu diversas entidades e organizações de todo o país. Além do Paraná, estiveram no ato delegações de técnicos de Santa Catarina, do Amazonas, Brasília, São Paulo, Espírito Santo. Durante o ato o sindicato lembrou da luta contra a privatização do HC na UFPR, que acabou sendo feita usando força policial por parte da Reitoria, com prisão de um militante e através de um golpe pelo telefone celular comandado pelo reitor Zaki Akel. “Travamos uma luta dura, mas a EBSERH foi aprovada de forma criminosa no Hospital de Clínicas. Isso só reforça nosso argumento de que a EBSERH é um crime contra a saúde pública, contra o trabalhador da saúde”, relatou Carla Cobalchini, diretora do Sinditest. O Ato no Rio de Janeiro teve importância central para o chamado de unificação das lutas contra as terceirizações, privatizações e precarizações do serviço público de saúde. Todos e todas rumo à greve geral!


edição 14| 15 Abril 2015

paralisação 8 e 9 de abril Jornada nacional de luta

7 de abril (terça)

8 de abril (quarta)

9 de abril (quinta)

09h00 Assembleia Geral e Seminário sobre 30 horas Local Pátio da Reitoria da UFPR

07h00 Início da paralisação de 48 horas 09h00 Painel sobre a realidade da implementação da EBSERH em todo o Brasil Local Pátio da Reitoria da UFPR

09h00 Cine Feminista Local Sede administrativa do Sinditest


14 16 |edição Abril 2015

Atenção TAE’s da UFPR (Curitiba e Litoral) e UNILA! Confiram a data, local e horário das Assembleias de eleição de delegados para o XXII CONFASUBRA!

15

de abril

16

de abril

17

de abril

Assembleia Geral dos trabalhadores da UFPR lotados em Curitiba (incluindo FUNPAR/HC) Local: Auditório do Setor de Ciências da Saúde (Hospital de Clínicas da UFPR) Rua Padre Camargo, 280 (1 andar. Ao lado da Biblioteca do Setor e em frente ao Laboratório.) Horário: 7:30 (primeira chamada); 8:30 (segunda chamada)

Pauta: 1 Informes 2 Eleição de delegados para o XXII CONFASUBRA; 3 Avaliação do Indicativo de Greve aprovado na Plenária Nacional dos dias 7 e 8 de março

Assembleia Geral dos trabalhadores da UFPR lotados no Litoral do estado do Paraná Local: Sala 13A. UFPR Litoral. Rua Jaguariaíva, 512. Matinhos. Horário: 13:30 (primeira chamada); 14:30 (segunda chamada)

Pauta: Eleição de delegados para o XXII CONFASUBRA

Assembleia Geral dos trabalhadores da UNILA Local: Sala 3. Térreo. Ginásio. Av. Tarquínio Joslin dos Santos, 1000. UNILA - Jardim Universitário. Foz do Iguaçu. Horário: 15h (primeira chamada); 16h (segunda chamada)

Pauta: Eleição de delegados para o XXII CONFASUBRA


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