21 minute read

Capítulo 9: A porta larga

CAPÍTULO 9: A PORTA LARGA

Quando olho em volta eu vejo que muitas pessoas não tem nenhuma preocupação acerca das coisas eternas. Essa é uma ideia confirmada pela Bíblia (Mateus 24.37-38). C. H Spurgeon (1890) em seu livro “Around the Wicket Gate – Diante da Porta Estreita” escreveu:

Advertisement

“Eles se preocupam mais com seus gatos e cachorros do que com suas próprias almas. É uma grande misericórdia que nós tenhamos sido levados a pensar sobre nós mesmos, e como estamos diante de Deus e do mundo eterno. Esse é um sinal frequentemente suficiente que a salvação é vinda a nós. Por natureza nós não gostamos da ansiedade que a preocupação espiritual nos causa, e tentamos, como preguiçosos, dormir de novo. Isso é grande tolice; pois é por nossa própria conta e risco que negligenciamos quando a morte está tão perto, e o julgamento tão certo. Se o Senhor nos escolheu para a vida eterna, Ele não nos deixará retornar à nossa soneca. Se formos sensíveis, devemos orar para que a ansiedade sobre nossas almas nunca termine até que estejamos realmente salvos.”

(SPURGEON, 1890, p.6)

Como já dito no capítulo anterior, nossa única esperança para salvação de nossas almas está no Senhor Jesus Cristo (João 3.16; 1 Timóteo 2.5. É como o próprio Spurgeon (1890) diz, que está nele completamente, somente, e apenas, salvar tanto da culpa quanto do poder do pecado (Hebreus 4.15; João 8.32). Foi dito a José acerca de Maria:

“Ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados”. Mateus 1.21

“O Filho do Homem tem poder para perdoar pecados” (Lucas 5.24). Agradou a Deus desde a antiguidade desenvolver um método de salvação que estaria todo contido em Seu único Filho. O Senhor Jesus, para a obra desta salvação, se tornou homem, e sendo achado em figura humana, se tornou obediente até

a morte, e morte de cruz (Filipenses 2.5-8). Como já dito antes - se outra forma de livramento fosse possível, o cálice de sofrimento teria passado dele.

Certamente é verdade que “Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12).

TEMOS UMA ESCOLHA COM DUAS OPÇÕES

Em Mateus 7.13-14 Jesus estava pregando uma parte de seu famoso “Sermão da Montanha”, e Ele nos ensinou algo muito profundo, que é o tema central desta obra: Ir para o céu ou para o inferno é uma escolha nossa. Vejamos:

“Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que levam à perdição, e muitos são os que entram por esse caminho. Porque estreita é a porta e difícil o caminho que conduzem à vida, apenas uns poucos encontram esse caminho!”

Mateus 7.13-14

Existem duas portas e dois caminhos, e temos que escolher apenas uma delas - não existe uma opção mista. Primeiramente precisamos considerar que:

1 – A porta é a entrada do caminho, e o caminho nos leva a um destino:

a) No primeiro caminho a porta (a entrada desse caminho) é larga, e esse caminho é muito amplo, sendo que, esse caminho nos conduz a um destino: a perdição (Salmos 1.6b; Filipenses 3.19). b) No segundo caminho a porta (a entrada desse caminho) é estreita, e esse caminho é difícil, sendo que, esse caminho nos conduz a um destino: a vida (Romanos 6.23b; 1 João 2.25).

2 – Enquanto eu não chegar ao destino que o caminho me leva eu posso trocar de caminho:

a) Quem está caminhando pelo caminho que leva a perdição, pode a qualquer momento em vida mudar de caminho, e ir para o caminho que leva a vida. Existem na Bíblia exemplos de pessoas que em vida

mudaram do caminho da perdição e foram para o caminho da vida: o

Apóstolo Paulo fez isso, a população de Nínive e Manassés (Atos 9;

Jonas 3.5; 2 Crônicas 33.12-19). b) Quem está caminhando pelo caminho que leva a vida, pode também a qualquer momento ir para o caminho que leva a perdição. Podemos elencar aqui algumas pessoas que mudaram do caminho da vida e enveredaram pelo caminho da perdição: Salomão, Joás e Demas (1

Reis 11; 2 Crônicas 24.2,17-19; 2 Timóteo 4.10).

3 – Mas a partir do momento que eu chego ao destino do caminho não têm volta, eu fico nesse destino para sempre (Hebreus 9.27). Billy Graham (1981) em seu livro “A segunda volta por Cristo” disse:

“Quando formos chamados diante de Deus para sermos julgados, não haverá mais tempo para reverter a nossa decisão. É durante a nossa vida aqui na terra que decidimos o nosso destino eterno.”

(GRAHAM, 1981, p.18)

Estabelecido essas premissas, vamos entender os pormenores de cada caminho. Podemos explicar esses caminhos abordando 4 pontos: porta, caminho, destino e público. Vamos começar pelo primeiro ensinado por Jesus em Mateus 7.13-14:

CAMINHO AMPLO DA PORTA LARGA QUE CONDUZ A PERDIÇÃO:

“Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que levam à perdição, e muitos são os que entram por esse caminho.” Mateus 7.13

Porta: Jesus disse que a porta que conduz a esse caminho é larga. Segundo o dicionário Michaelis (2020) a palavra larga significa algo de grande extensão ou amplidão. Já percebeu que quando passamos por uma porta larga, não precisamos fazer praticamente esforço nenhum para passar?

Pois bem, tendo em vista os capítulos anteriores, percebemos que isso se dá por que:

a) Somos pecadores por natureza (Gênesis 8.21), logo estamos naturalmente fadados à perdição/condenação eterna (Romanos 3.23; 6.23a). Então é muito fácil entrarmos por essa porta, nossa própria natureza caída nos direciona para esse caminho. b) Satanás é o grande idealizador desse caminho e como já dito antes, ele procura atuar de maneira muito sutil, para que as pessoas não percebam que estão debaixo da influência e até do domínio dele (2

Coríntios 11.14-15).

Como essa porta é larga, podemos ser conduzidos por Satanás a entrar nesse caminho através de muitas vãs religiões, ou através de nenhuma religião. Podemos enveredar por esse caminho através de uma vida afundada em inúmeros tipos de pecados, ou através de uma vida praticamente perfeita no sentido das obras (2 Coríntios 4.4; 1 João 3.8a).

Essas vãs religiões são religiões idólatras, ou seja, são religiões que idolatram outra coisa que não é o verdadeiro Deus (Isaías 42.8). Essas religiões vão estabelecer suas bases distantes da Palavra de Deus, e vão proclamar outro “deus” ou “deuses”, mas que na verdade sabemos quem realmente está por trás dessas religiões (Satanás – 2 Coríntios 11.14-15). Identificamos uma religião idólatra, quando Jesus não é o centro dela17 .

Acerca dos pecados, podemos elencar alguns, tais como: imoralidade sexual, impureza, libertinagem; idolatrias e feitiçarias; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias, adultério, homossexualidade de qualquer espécie, roubo, avareza, vício em álcool ou outras drogas. (Gálatas 5.19-21; 1 Coríntios 6.9-10). E existem claro, outros tantos.

17 Não cito nenhuma por nome por respeito e ética ao leitor, que pode perfeitamente ter uma crença diferente da minha. Apenas procuro registrar, da maneira mais respeitosa o possível, o que as Escrituras dizem sobre o assunto.

Caminho: Dizer que a porta desse caminho é larga significa dizer que entrar nesse caminho é fácil, e que podemos entrar por essa porta de inúmeras maneiras, afinal é uma porta larga. Machado (2015) explica que as palavras usadas no original grego “platôs” e “euruchóros” significam algo largo, espaçoso e confortável. Ele explica que isso se aplica porque há muito espaço neste caminho para a diversidade de opiniões e a frouxidão moral. É o caminho da tolerância e da permissividade. Não tem freios nem limites de pensamento ou de conduta (Gênesis 6.1-5, 11; 2 Timóteo 3.1-5).

Os viajantes deste caminho seguem as suas próprias inclinações, isto é, os desejos do coração humano em sua degradação. Superficialidade, egoísmo, hipocrisia, religião mecânica, falsa ambição, condenação; estas coisas não precisam ser aprendidas ou cultivadas (Gênesis 8.21; Eclesiastes 7.20). É preciso esforço para resistir a elas, e nenhum esforço para praticá-las. Por isso o caminho é largo é fácil.

A porta desse caminho é larga porque podemos entrar por milhares de vãs religiões e consequentemente por inúmeros tipos de pecados (1 João 3.8; 1 Coríntios 6.9-10). Andar por esse caminho amplo significa manter e evoluir cada vez mais nessas práticas (Romanos 1.21-32). Andar por esse caminho não existe transformação nenhuma por nossa parte, é um caminho amplo, eu posso andar de qualquer jeito. Evidentemente, não há limites para a bagagem que podemos levar conosco. Não precisamos deixar nada para trás, nem mesmo nossos pecados, a justiça própria ou o orgulho (MACHADO, 2015). O autor ainda diz:

“O caminho do mundo, dos incrédulos, daqueles que não são discípulos do Reino, é fácil de ser percorrido, pois tem amplo espaço para receber todos os tipos de pessoas, com muitas e diferentes ideias sobre os alvos e valores da vida. As multidões podem caminhar livremente por esse caminho espaçoso. Esse caminho é tão espaçoso que diversos indivíduos podem viajar por ele sem atrapalhar uns aos outros, e mesmo sem notar outros viajantes.” (MACHADO, 2015, p.1)

Esse caminho é tão amplo que possibilita com que pessoas muito boas se enveredem por esse caminho. Não é obrigatório ter uma religião para entrar nesse caminho, o ateísmo é também uma forma de andar por esse caminho, não precisa acreditar na existência de Deus para andar por esse caminho (Salmos 10.4; 14.1). Nesse caminho eu posso acreditar e servir vários “deuses”, um “deus” só que não seja Jesus ou posso até não acreditar em “deus” nenhum.

Além disso, para andar por esses caminhos não precisa ser uma pessoa má ou extremamente afundada em alguns pecados. Existem pessoas maravilhosas que estão andando nesse caminho. Pessoas altruísticas, amorosas, simpáticas, que tem uma vida até exemplar no sentido da sua conduta como ser humano.

Isso acontece porque não importa o quão boa uma pessoa seja: as boas obras não podem salvar ninguém da condenação eterna, a única forma de salvação é pela fé em Jesus Cristo (Efésios 2.8). Mesmo se eu for um marido exemplar, um profissional honesto, uma pessoa caridosa, mansa, humilde, sociável, amorosa, mesmo que todo meu dinheiro seja investido em obras sociais e filantrópicas, se eu não crer em Jesus, eu não sou salvo (Atos 16.31).

Como já dito antes, eu não preciso fazer nada para estar nesse caminho, simplesmente por sermos pecadores sem professar a fé em Cristo já estamos andando por esse caminho, sabendo disso ou não (p.112). Muitos buscam caminhos rápidos e fáceis na trajetória de sua vida. É natural ao ser humano caído gostar da porta larga e do caminho espaçoso. É o caminho aparentemente bonito, atraente aos olhos e que pode até aparentar certa verdade (Provérbios 14.12). Mas o destino que esse caminho leva...

Destino: O destino desse caminho é a perdição eterna. Bruce Anstey (2017) explica que o termo perdição refere-se ao julgamento que cairá sobre aqueles que não creram em Cristo (Mateus 25.46). É uma eternidade no inferno. Já expliquei nos capítulos anteriores desse livro o porquê isso acontece: O salário do pecado é a morte (Romanos 6.23), como somos pecadores temos que pagar por isso, com a morte eterna (justiça de Deus em ação). No entanto Deus proveu uma maneira de sermos salvos (amor de Deus em ação). Jesus

morreu por nós em nosso lugar, e pela fé nele não precisamos mais pagar por nossos pecados, porque Ele já pagou, e saímos de uma morte eterna para uma vida eterna (João 3.16).

No entanto, quando escolhemos não crer em Jesus, aí infelizmente não tem como nossos pecados serem remidos, e aí temos que pagar o preço por nossos pecados. Billy Graham (1981) escreveu:

“Deus não quer que os homens se separem dEle eternamente. Ao mesmo tempo, Deus não forçará um homem a viver no céu contra a sua vontade. Em II Pedro 3:9, o apóstolo diz que Deus é "paciente (...), não querendo que alguns pereçam, mas que todos venham ao arrependimento". João 3:16 diz que "amou Deus ao mundo, que deu seu Filho unigênito, para que lodo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (o grifo é meu). Pagando um grande preço, Deus tornou possível a cada um de nós viver com Ele eternamente. Aqueles que rejeitarem a oferta de Deus de um lar celeste serão mandados para o inferno.”

(GRAHAM, 1981, p.18)

A Bíblia continuamente adverte sobre um lugar chamado inferno. Aliás, quem mais falou sobre o inferno foi o próprio Jesus (Mateus 5.30, Apocalipse 20.15). Em certa ocasião de seu ministério, Jesus contou a história de um rico avarento18 e um mendigo (Lucas 16.19.31).

Esse rico se vestia de púrpura e linho finíssimo, e vivia esplendidamente, com fartura e banquetes diários. Havia também um mendigo, um homem que vivia de forma completamente oposta ao rico. Esse mendigo “desejava se alimentar das migalhas que caíam da mesa do rico” (Lucas 19.21). Talvez por conta da

18 Outra coisa interessante é que o rico sabia muito bem quem era Lázaro. Ele admite conhecer pelo nome o mendigo que ficava jogado à sua porta esperando por compaixão. Suas palavras no além apenas confirmaram o quanto ele negligenciou a Palavra de Deus. Ele não amou a Deus sobre todas as coisas, muito menos seu próximo como a si mesmo, diferentemente de Lázaro (CONEGERO, 2020).

condição precária em que vivia, ele era portador de uma doença de pele. Seu corpo era coberto de feridas, as quais os cães vinham lambê-las.

Em um determinado momento, o rico e o mendigo morreram. A alma do mendigo foi amparada pelos anjos do Senhor e conduzida a um local de descanso para estar junto de Abraão. Já o rico foi sepultado e sua alma foi para um local de tormento, onde estava em constante tormento (Lucas 16.23).

Então o rico clamou a Abraão pedindo que o mendigo molhasse pelo menos a ponta do dedo na água e lhe refrescasse a língua. No entanto, Abraão lhe advertiu que isso não seria possível. Ele lhe fez lembrar-se do tipo de vida que ele teve enquanto estava vivo na Terra (Lucas 16.25). Além do mais, Abraão também lhe informou que havia um grande abismo entre eles, de modo que o mendigo não podia ir até onde ele estava e vice e versa (Lucas 16.26).

O rico também suplicou para que Abraão mandasse o mendigo à casa de seu pai. Ele queria que Lázaro avisasse seus irmãos sobre aquele lugar de tormento, a fim de que pudessem se arrepender e evitar ter o mesmo fim que ele estava experimentando:

“Diante disso, suplicou: ‘Pai, então eu te imploro que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. Permite que ele os avise, a fim de que eles também não venham para este terrível lugar de sofrimento.” Lucas 16.27-28

Todavia, Abraão lhe respondeu que eles tinham acesso a Moisés e os profetas, ou seja, as Escrituras (Lucas 16.29). Se eles não ouviam os mandamentos do Senhor claramente expressos em sua Palavra, também não iriam ouvir alguém que ressuscitasse dos mortos (Lucas 16.30-31). É justamente isso que estou fazendo aqui, estou te avisando pela Palavra de Deus dessa terrível realidade, que não precisa ser vivida por nós. Um escritor desconhecido em um texto chamado “A realidade do inferno” 19 escreveu:

19 Esse texto pode ser achado em: https://www.gospelfree.com.br/?s=a+realidade+do+inferno

“Assim que você deixa seu corpo – você descobre que algo está acontecendo. Você ouve um som aumentando, aumentando, gritos, súplicas, choro e ranger de dentes. Terror e medo além do que você possa imaginar caem sobre você. "Isso não pode estar acontecendo", você grita. Suas narinas já não suportam o mau cheiro de almas queimando. Seu rosto começa a queimar. Chamas estão agora em seus olhos, narinas, ouvidos, boca – todas as aberturas de seu corpo são tomadas por chamas ardentes. Seu corpo está chamuscando e se arrebentando com as chamas. Seu corpo agora está convulsionando terrivelmente pela horrível dor. "Porquê não morro?", você grita. Você começa a chorar e ranger os dentes junto com milhões. "Quando vai acabar esse sofrimento?" Mas você sabe que não vai acabar... A escuridão é tão aterrorizante, e ela começa a te engolfar. Você sente algo se movendo no escuro...algo horrível está acontecendo. "Não! Não! “Isso não pode estar acontecendo” você grita. Você começa então a amaldiçoar o dia em que você nasceu. E grita – "Oh! Deus, por que não me avisou?" – mas aí você se lembra do pregador convidando-o a aceitar Jesus como seu Salvador. Você se lembra daquele folheto evangélico. Você chora –"Deus, o senhor não se importa?" – e aí se lembra de João 3.16 – "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,..." "Deus é um Deus de amor – Ele não permitirá isso", você chora. Mas aí se lembra de João 3.36,"... Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus." E então você logo vai perceber que Jesus Cristo estava certo! De fato há um lugar chamado inferno. E VOCÊ ESTÁ NELE — PARA SEMPRE!”

A Bíblia ensina que os que morreram sem Cristo ressuscitarão para serem julgados e condenados (Apocalipse 20.12-13). Savioli (2017) explica que corpo e alma serão lançados no inferno (Mateus 13.42). Jesus descreveu o inferno como um lugar de escuridão, tormento, tristeza, vergonha e revolta.

As palavras que Jesus utilizou para ilustrar esse lugar foram: fogo, trevas, choro, vermes e ranger de dentes. Que o inferno é um lugar terrível não há dúvidas. Pense na pior dor que você já sentiu na vida, seja física (no corpo) ou emocional (na alma). O inferno é um local onde essas dores são intensificadas e prolongadas (Mateus 8.11-12, 13.49-50, 18.8-9, 22.13, 25.30, Marcos 9.4344, Lucas 13.28). E o pior detalhe: é para sempre. Veja:

“Sendo assim, estes irão para o sofrimento eterno, porém os justos, para a vida eterna.” Mateus 25.46

Essa ideia de “tormento eterno” não acontece apenas em Mateus 25, nós também vemos em outros textos “fogo eterno” (Mateus 18.8), “vergonha e desprezo eterno” (Daniel 12.2), “atormentados dia e noite, para todo o sempre” (Apocalipse 20.10), “reservadas para sempre as mais densas trevas” (Judas 1.13, 2 Pedro 2.17), “onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga” (Marcos 9.44), e “não há repouso nem de dia nem de noite” (Apocalipse 14.11). Todas estas passagens demonstram que a possibilidade do tormento no inferno ser algo eterno é enorme! Tanto para o Diabo e seus anjos (Mateus 25.41), quanto para nós (Apocalipse 20.15).

Muitos ainda argumentam que não tem como o inferno ser justo se a punição é a mesma para todos. Entretanto, a Bíblia traz fortes evidências de que o sofrimento será mais intenso para uns do que para outros, de acordo com o que foi feito em vida (Apocalipse 20.12-13).

Segundo Savioli (2017) frases como “estes receberão maior condenação” (Lucas 20.47, Tiago 3.1), “serão castigados mais severamente” (Mateus 23.14), “condenação mais severa” (Marcos 12.40), dão a entender que a condenação será mais rigorosa para aqueles que conhecem a verdade, mas não a praticam (Lucas 12.46-48) e para aqueles tiveram mais oportunidades para arrependimento (Mateus 11.23-24). Mas uma coisa é certa: o inferno será o destino de todos aqueles que não seguem a Cristo nesta vida (João 3.18, João 3.36). Ele ainda disse:

“E se o inferno é algo incompreensível pra nós, Deus fez algo ainda mais incompreensível. Ele enviou seu único filho, que deixou sua glória (João 1.10-14), para nascer e ser educado por seres que Ele mesmo criou, pra depois ser humilhado, torturado (Isaías 53.5-6), perfurado com pregos nas mãos e nos pés, ter uma coroa de espinhos cravada na cabeça e ser morto sem ter culpa alguma.

Você daria seu filho para salvar qualquer pessoa que fosse? Certamente não. Pois é, Deus fez isso, assim como tudo aquilo que Ele descreveu nas Escrituras e fará tudo aquilo que as Escrituras ensinam (Mateus 5.18), inclusive sobre o inferno.

Por que será que Jesus usou palavras tão duras e assustadoras ao se referir ao inferno? A resposta é simples: por amor! (Provérbios 3.12) Jesus conhece profundamente a realidade do inferno, e Ele mesmo garante:

“Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida.” João 5.24

(SAVIOLI, 2017, p.1)

A realidade do inferno torna ainda mais esplêndido o perdão de Deus estabelecido na cruz, pois revela sua profunda ira contra o pecado (Colossenses 3.5-6) e a extraordinária graça da cruz (Romanos 5.21).

A eternidade do inferno expõe a gravidade do nosso pecado e revela claramente o favor imerecido de Deus sobre nós. Mostra que Jesus Cristo escolheu livremente suportar a ira que nós merecíamos (Romanos 5.8-9), para que nós pudéssemos ficar longe desse lugar (1 Tessalonicenses 1.10) e experimentar vida na presença de Deus. Esse amor é indescritível (2 Pedro 3.9).

Segundo Machado (2015) a terrível palavra “perdição” (do original grego apōleia) é empregada no Novo Testamento no sentido de “destruição” dos homens que não creram em Cristo e a consequente perda da vida eterna (2

Pedro 3.7; Apocalipse 17.8-11). É um futuro horrível demais para se contemplar sem lágrimas. Portanto, o caminho espaçoso é o caminho suicida.

Público: Jesus ainda nos explica que muitos são os que entram por essa porta. A maioria das pessoas vai escolher enveredar por esse caminho. Além de ser um caminho que acompanhe nossa tendência pecaminosa natural é um caminho muito mais fácil de trilhar. O problema desse caminho está no destino que esse caminho leva. E por que muitas pessoas não aceitam o evangelho?

Eu penso que um dos motivos é porque a mensagem do evangelho é uma loucura a lógica humana. Paulo disse:

“Considerando que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, foi do agrado de

Deus salvar os que crêem por intermédio da loucura da

proclamação da sua mensagem.” 1 Coríntios 1.21

Se Deus, em sua sabedoria, se agradou em salvar pela fé todos quantos crerem na mensagem do Cristo crucificado e ressurreto, quem sou eu para questionar? Sei que foge a lógica humana, mas também sei que essa é a verdade (João 8.32; 14.6; Salmos 119.160). Paulo viu que para gentios a mensagem da cruz era loucura, enquanto que para os judeus a mensagem da cruz era um escândalo (1 Coríntios 1.23). Mas ele anteriormente já tinha dito:

“Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão sendo destruídos, porém para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.” 1 Coríntios 1.18

O Pastor Hernandes Dias Lopes (2018) explica o porquê que a pregação do evangelho genuíno é uma loucura para a humanidade:

“Em primeiro lugar, a pregação é uma loucura porque seu conteúdo é a cruz. Em segundo lugar, a pregação é uma loucura porque o sua exigência é radical. A pregação exige de todos os homens arrependimento e fé em Jesus. A menos

que o homem reconheça que está perdido e se arrependa de seus pecados, pondo em Jesus sua confiança não pode ser salvo. Não salvação em nenhum outro nome, exceto no nome de Jesus. A pregação é uma oferta da salvação feita a todos, mas somente os que se arrependem e creem são salvos. Em

terceiro lugar, a pregação é uma loucura porque sua

mensagem não agrada aos sábios deste mundo. A pregação não é um discurso humanista, que exalta o homem e o coloca no pedestal. Ao contrário, fere seu orgulho mostrando que sua sabedoria é incapaz de reconhecer a existência de Deus ou mesmo as obras de Deus.”

(LOPES, 2018, p.1)

Por mais que a mensagem fuja da nossa lógica humana, é uma mensagem transformadora, é poder de Deus para libertar e transformar nossas vidas. Eu sou testemunha viva desse evangelho transformador, Jesus mudou totalmente a minha vida, encheu completamente o vazio do meu coração (Eclesiastes 3.14).

No entanto Jesus nos ensina que muitas pessoas vão entrar por esse caminho, rejeitando assim a salvação pela fé em Jesus Cristo. A parábola do semeador demonstra isso, não são todas as pessoas que vão receber de coração a mensagem do evangelho, mas as que receberem, serão salvas e frutificarão (Marcos 4.13-20).

Outro motivo é porque muitas pessoas, apesar de até conhecer um pouco da Bíblia, não querem abrir mão de sua vida de pecado (Romanos 1.26). Muitas estão afundadas em alguns tipos de pecados, e por serem prazerosos simplesmente não querem deixar algumas condutas, e ainda apoiam essas práticas. Em Romanos 1.32 está escrito:

“E, apesar de conhecerem a justa Lei de Deus, que declara dignos de morte todas as pessoas que praticam tais atos, não

somente os continuam fazendo, mas ainda aprovam e

defendem aqueles que também assim procedem.”

Claro que existem muitos outros motivos que levam a muitas pessoas a escolher o caminho que leva a perdição. Em suma o que podemos dizer é que muitos vão escolher entrar pelo caminho amplo com a porta larga (Mateus 7.13). Mas e o outro caminho, como é?

This article is from: