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Í N D I C E

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ÍNDICE

ARQUITETURA E DECORAÇÃO Arts arquitetura Aldeline Cordeiro e Adrina Barth

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ENTREVISTA Por Natália Concentino Daniela Albuquerque

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ARQUITETURA E DECORAÇÃO Arts arquitetura Aldeline Cordeiro e Adrina Barth

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ENTREVISTA Por Regina Machado Clubinho dos Pititicos

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ARQUITETURA E DECORAÇÃO Arts arquitetura Aldeline Cordeiro e Adrina Barth

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ENTREVISTA Por Jessika Bona Renata Moura

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ARQUITETURA E DECORAÇÃO Zinher’S Interiores Flávia Caroline Zinher e Guilherme Henrique Zinher

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ENTREVISTA Por Iza Zilli Eduardo Mourão

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ARQUITETURA E DECORAÇÃO Elisabeth Abduch O mundo do vidro

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ENTREVISTA Por Ale Maya Celso Coppio

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ARQUITETURA E DECORAÇÃO Fátima Regina de Fraga Balan

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ENTREVISTA Por Mira Graçano Christiane Yared

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ARQUITETURA E DECORAÇÃO Jefferson Siqueira

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ENTREVISTA Por Ana Paula Ulrich Tavares Byron de Quevedo

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ENTREVISTA Por Natália Concentino Leandro Gilioli

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CULINÁRIA Por Bruna Bittencourt

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ÍNDICE

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MARKETING DIGITAL Janderson Leite

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COLUNA SOCIAL Por Giselle Macedo

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PAISAGISMO Por Heloiza Rodrigues

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SUSTENTABILIDADE Por Cledson Bernardo

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DRESS CODE EMPRESARIAL Por Ana Franciscato

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PSICOLOGIA Por Jaqueline Vicelli

Í N D I C E

Capa: Daniela Albuquerque, modelo, jornalista e apresentadora do programa SENSACIONAL da REDETV. Foto: Tiago Ornellas

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E D I T O R I A L

Editorial

Editor Mihail Dudcoschi revistaartium@gmail.com

“Artium vem do latim que em português significa artes”, “ars do latim para o português é arte”, que é técnica, habilidade natural ou adquirida que temos de fazer ou criar alguma coisa, quando vemos uma obra de arte sentimos estética e emoção como na pintura, música, dança, escultura, arquitetura, cinema, teatro e hoje ainda temos as criações digitais.

Comercial RM EDITORES Projeto gráfico RM Editores Diagramação RM EDITORES Assessoria Cristina Moreira

A arte é o resultado da cultura de cada povo, e o artista manifesta suas emoções e ideias através de estilos ou comunicações visuais. Segundo a filosofia a arte é uma intuição, e expressão do mundo divino imaterial, sendo projetado no mundo material, usando o artista como veículo e intérprete da sua obra.

Revisão Regina Machado Fotografia Ale Maya Distribuição RM Editores

A importância da arte para a humanidade vem desde os primórdios dos tempos onde encontramos formas, construções arquitetônicas, pinturas rupestres, esculturas e é através delas que percebemos a evolução humana, pelos movimentos e manifestações artísticas, sendo a arte pré histórica e regionais como a grega, a romana e outras.

Periodicidade Mensal Impressão e acabamento RM Editores Assesoria juridica Dr. Valmir Parisi Telefone: (41) 33392774

O editor.

Revista Artium é editada pela RM Editores Rua: Leonidas Xavier de Freitas, 183 casa 02 Bairro: Pilarzinho CEP 82.115-040 Curitiba - Paraná (41) 3149-38-63 Celular (41) 9265-29-32 www.revistaartium.com.br revistaartium@gmail.com

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BELEZA E COMFORTO com apenas 32 m2 Com apenas 32m², este apartamento foi reformado para receber uma jovem estudante que passaria a morar sozinha. A proposta foi criar um ambiente integrado, inclusive incorporando uma antiga sacada para transformá-la em um local de estudos. Os pisos laminados e cerâmico foram substituídos por um único porcelanato em todos os espaços, ajudando a criar uma unidade visual.

temente neutro, com toques de cor nos objetos de decoração. Exemplo disso é o tapete, que além de tornar o espaço aconchegante, traz um toque lúdico à decoração. Espelhos foram utilizados para ampliar o ambiente de medidas enxutas. O estar também foi projetado para eventualmente acomodar hóspedes. Para isso o sofá escolhido foi um modelo que se transforma em cama para até duas pessoas. Sem perder a beleza e o conforto necessários no dia a dia. O pufe com rodízios é um móvel multifuncional, que pode servir como mesa de apoio e também como assento extra. Atrás do sofá foi criado um nicho iluminado para destacar os quadros e papel de parede.

A iluminação foi trabalhada para ser funcional e estética ao mesmo tempo. Para isso foram utilizados spots de embutir direcionáveis, pendentes e luminárias de piso. Todas as lâmpadas são de LED, gerando economia e reduzindo o calor.

O ambiente de estar é predominan-

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ANTES

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AMBIENTE INTEGRADO O local de estudos é integrado a bancada de refeições e se beneficia da claridade natural que vem da antiga sacada. As pinceladas de cor estão presentes nos nichos, que acomodam livros e objetos de decoração.

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Além da mesa, há um balcão para organizar materiais de estudo, tornando o ambiente aconchegante e prático.

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COZINHA COMPACTA A cozinha, integrada com o estar, utiliza os mesmos acabamentos neutros com toques de cor. O grande destaque é o pendente em estilo cascata, com nove lâmpadas. Embora compacta, a cozinha conta com vários armários, inclusive sob a bancada, que cumprem a função de deixar o ambiente sempre organizado. Uma divisória em vidro foi instalada separando a cozinha da lavanderia, isolando os dois espaços sem perder a luminosidade natural.

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QUARTO O quarto teve todas as paredes revestidas com papel de parede da loja Complementos Decorações, criando um clima aconchegante sem perder a jovialidade. O aconchego também se faz presente na cabeceira, em couro sintético branco.

As pinceladas de cor ficam por conta da mesa de apoio, luminária de piso e tapete. O quarto conta com baús e nichos para livros, além de um armário com portas de ANTES vidro. ANTES

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FOTOS: ARQUIVO PESSOAL ALDELINE CORDEIRO E ADRINA BARTH

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COM NOVA IDENTIDADE O projeto da loja Billie Brothers

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O projeto da loja Billie Brothers foi desenvolvido como um meio para criar a nova identidade da loja, mais sofisticada e atual. Na fachada foi utilizada a cor preta e perfis em inox, destacando e valorizando as mercadorias ali expostas. A vitrine com o fundo fechado permite a criação de cenários de acordo com a estação ou datas específicas, gerando dinamismo e movimento.

Os tablados possibilitam diversos tipos decomposição com os manequins. A porta de entrada foi ampliada, dando mais permeabilidade à loja. Além disso, nas duas laterais da porta foram posicionados painéis com fotos, permitindo que as pessoas que chegam pela lateral da loja consigam identificá-la.

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EXPOSITORES VERSÁTEIS No interior da loja foram mesclados diversos tipos de revestimentos, criando um mix agradável, moderno e aconchegante. Tijolos de demolição foram usados em alguns pontos de destaque, valorizando o pé direito alto. Os expositores de parede foram criados em módulos, que podem ser alterados de acordo com o tipo de mercadoria e com a forma de exposição desejada. Os móveis soltos e araras mesclam madeira e inox. Possibilitam a exposição de peças penduradas e dobradas, além de sapatos e acessórios. Espelhos com moldura foram posicionados em toda a loja, pois além de decorativos, auxiliam na decisão de compra. Para dar conforto ao cliente que deseja provar sapatos, foram utilizados troncos de madeira como bancos, pois são práticos e funcionais.

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CAIXA Em diversos pontos da loja foram utilizados elementos na cor preta, criando um diálogo com a linguagem da fachada, porém sem tornar o espaço escuro ou carregado. No caixa foram instalados pendentes com desenho curvo, contrastando com o balcão de linhas retas. Na parede lateral um outro modelo de pendente, também na cor preta, se destaca entre as mercadorias e dá um toque inusitado à composição. Outro elemento preto do projeto são as sancas de iluminação do teto.

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ILUMINAÇÃO planejada

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL ALDELINE CORDEIRO E ADRINA BARTH

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Os spots das sancas são de trilho, possibilitando o direcionamento e movimentação dos mesmos de acordo com a necessidade da loja. As lâmpadas são todas de LED, do tipo AR 111 e PAR 30. Nos provadores foram utilizados pendentes em estilo industrial, dando um charme especial a este espaço. Um dos provadores é adaptado para portadores de necessidades especiais. Para esta loja, além de todo o projeto de revestimentos, mobiliário, araras e iluminação, também foram desenvolvidos os porta preços, um modelo de bancada e outro para ser usado nas araras.

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O PROJETO DA MY COMFORT novo visual A diretriz inicial para o projeto da My Comfort foi a criação de uma nova linguagem visual, porém sem descaracterizar a identidade da loja. Por se tratar de uma loja nova e não de uma reforma, foi possível criar com uma liberdade total de composição, pois não existiam elementos a serem reaproveitados. A vitrine foi trabalhada em dois planos principais: um frontal e um lateral, que permitem a fácil visualização por quem circula pelos corredores do shopping. A iluminação das vitrines é formada por trilhos embutidos nos rebaixos em MDF e

por lâmpadas nas prateleiras, ressaltando as mercadorias. Os tablados foram revestidos com o mesmo material do piso, uniformizando os revestimentos, e neles foi aplicada a logomarca da loja. Para chamar ainda mais a atenção na entrada da loja, foram instalados expositores suspensos sobre bases de inox, que criam verticalidade de uma forma extremamente delicada. A fachada, em marrom escuro, destaca a logomarca iluminada e contrasta com o interior da loja, onde predominam as madeiras claras e o branco.

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REVESTIMENTOS COM DIFERENTES TEXTURAS Os revestimentos utilizados nas paredes trazem textura e aconchego ao ambiente. Nas laterais, acima dos expositores de prateleiras, foi aplicado um porcelanato amadeirado. O fundo dos expositores suspensos foi feito com papel de parede em tom neutro, harmonizando com os outros revestimentos. Já na parede do fundo, criando um ponto focal para quem entra na loja, instalou-se uma lâmina de pedra, valorizada pela iluminação de destaque embutida no rebaixo em MDF.

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EXPOSITORES COM REGULAGEM

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FOTOS: ARQUIVO PESSOAL ALDELINE CORDEIRO E ADRINA BARTH

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Para provar os calçados existem duas cadeiras DCW de Charles & Ray Eames com estampa de pelo de vaca e pufes em couro sintético nas cores da logomarca da loja. Em conjunto com as cadeiras foi utilizado um tapete compondo um ambiente agradável e moderno.

Na parte interna da loja foram utilizadas prateleiras fixas com iluminação nos expositores que possuem gavetões para armazenar mercadorias, e as outras prateleiras possuem regulagem de altura, que podem ser ajustadas de acordo com a estação. Todos os expositores permitem que o cliente tenha contato direto com a mercadoria, o que estimula a compra. 17

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Arts Arquitetura atua com o objetivo de proporcionar aos seus clientes projetos exclusivos, que tragam satisfação e comforto.

No segmento comercial buscam, através dos projetos, definir e reforçar a identidade da marca, com soluções versáteis e dinâmicas. Atuam ainda na execução de obras para o varejo, oferecendo ao lojista a garantia da perfeita execução do projeto e atendendo aos prazos estabelecidos, sem deixar de lado a qualidade do trabalho.

As arquitetas Aldeline Cordeiro e Adrina Barth, contam com larga experiência e muita criatividade em seus projetos e obras.

Procuram a renovação e o aprimoramento constante na prestação dos serviços, para atender com excelência clientes e parceiros.

Dentro do segmento residencial criam projetos de construção, interiores, paisagismo, mobiliário e luminotécnica.

Adrina Barth e Aldeline Cordeiro

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL ALDELINE CORDEIRO E ADRINA BARTH

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Av. SĂŁo JosĂŠ, 1095 Cristo Rei - Curitiba-PR CEP: 80.050-350 Telefone: (41) 3262-1385 / 3262-8120 http://www.complementosdecoracoes.com.br/ E-mail: contato@complementosdecoracoes.com.br 19

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FOTOS: ALE MAYA

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AMBIENTES ASSINADOS ZINHER’S INTERIORES Como fazer um pequeno banheiro se transformar em um espaço grandemente requintado e luxuoso? Essa foi a meta imposta pelos profissionais do Escritório Zinher’S Interiores para esses projetos. E foi em um apartamento no Residence Life, em Curitiba, aonde encontraram esse desafio, tendo em vista o perfil dos clientes.

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A base inicial do conceito foi o LUXO, onde surgiu a ideia de utilizar como referencias os metais preciosos, nesse caso, o Ouro e a Prata, as quais deram o desenvolvimento para toda a ideia final.

BANHEIRO PRATA No espaço Prata, banheiro social, deram destaque a uma parede toda em pastilha prata espelhada, remetendo a ideia de cristais e aumentando a elegância e glamour do espaço, criando harmonia com um belo pendente de cristal também utilizado. Espelhos bisotês em disposição de mosaicos complementam a composição de forma sofisticada, junto da pedra de apoio em Silestone e uma linda cuba prata sobreposta, a qual dá o toque final ao projeto.

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BANHEIRO OURO Já no espaço Dourado, banheiro da suíte do casal, a ideia foi usar materiais mais quentes remetendo ao Ouro, inspirados nas fantásticas edificações dos Emirados Árabes, Dubai. Uma faixa de revestimentos com detalhes em Ouro e Cobre aumentam a amplitude do espaço, proporcionando um leve toque clássico por causa dos desenhos em arabescos dourados. Espelhos bronzes enriquecem a composição, e mais uma vez a pedra em Silestone com as duas cubas douradas se sobressaem dando destaque ao projeto.

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O Escritório Zinher’S Interiore’S é formado pelos Designers Flávia Caroline Zinher e Guilherme Henrique Zinher, irmãos e sócios.

Curitiba e ali eles encontram a inspiração para seus projetos. Descrevem o quanto a ideia de Home Office é sustentável e facilita a vida, otimizando o tempo, dinheiro e principalmente lhes proporcionando conforto em poder “trabalhar em casa”, garantem eles que isso se reflete de uma forma muito positiva na profissão.

A ideia surgiu de Flávia, 24 anos, aonde se formou em Designer de Interiores pela Instituição Unicuritiba em 2012. Como o Irmão Guilherme, 22 anos, também estava envolvido na área de criação e do Design, em meados de 2014 resolveram juntar o útil ao agradável e formar essa grande parceria!

E é essa mesma qualidade de vida que eles prezam em proporcionar ao cliente, aplicando esses conceitos em cada detalhe dos projetos. Destacam o quanto é importante ao chegar em casa, depois de um dia corrido de trabalho, não só ter a sensação de encontrar ali a sua casa, mas sim o seu lugar de paz, refúgio e equilíbrio, se sentir acolhido e confortável, para então poder desfrutar do seu lar e recarregar as baterias para mais um dia, mas agora de uma forma muito mais produtiva e satisfatória.

Eles possuem seu próprio escritório como Home Office e dizem prezar muito por essa decisão. “-Apreciamos e achamos essencial o uso da Sustentabilidade e traços da natureza em nosso trabalho”. Afirmam eles, contando que moram em uma chácara na região metropolitana de

FOTOS: ALE MAYA

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O mundo do design em vidro por Elisabeth Abduch.

FOTOS: KOBAI STUDIOS

Nesta primeira edição da revista Artium trago para vocês um projeto de interiores bastante interessante que foi carinhosamente publicado por mim na edição inaugural do meu Blog em “Glass for You”, sessão totalmente dedicada ao design em vidro, que mostra trabalhos incríveis feitos com vidros e espelhos e revela como esses materiais podem fazer verdadeiros milagres na decoração quando bem especificados e aplicados de forma estratégica.

Mais detalhes sobre este projeto e outras matérias sobre o maravilhoso mundo do Design: www.eastudio.com.br; Blog de Elisabeth Abduch (empresária, arquiteta e designer com especializações em vidro, no Brasil e exterior).

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Uma tradicional e movimentada steakhouse em Hong Kong, com culinária do aclamado chef internacional David Laris, precisava passar por uma modernização para continuar se mantendo entre os melhores e mais atraentes restaurantes da cidade. Todos sabem que mexer em algo que vai bem é um desafio para lá de grande. Nesse caso então, era mais delicado ainda, pois se corria o risco de desagradar os habitués clientes da famosa casa. A renovação do restaurante foi atribuída ao escritório de arquitetura Kokaistudios, China, que lançou uma solução arquitetônica bem inusitada e totalmente centrada no material espelho, que ajudou a superar todas as expectativas. Para conferir uma atmosfera intimista de jazz e criar um ambiente sofisticado à altura da experiência gastronômica proporcionada pelo restaurante, os designers optaram

por materiais luxuosos e uma paleta de cor em tons escuros. Diversos painéis de espelhos com recortes geométricos no teto a 6 m do chão criam um efeito tridimensional ao teto que assume o protagonismo nesse design. Por ilusão de ótica (muito bem planejada), tem-se a impressão de ver o céu e as estrelas em determinados pontos. O conjunto de espelhos também intensifica o brilho de superfícies cintilantes de elementos ao redor que compõem o décor, criteriosamente especificados como o cobre e o latão e, em especial do complexo sistema de iluminação, resultando em um dinâmico jogo de reflexão, luz e sombra aos ambientes do salão. Mobiliários clássicos confortáveis e materiais nobres como o mármore, couro e a madeira mesclam-se com as formas incomuns dos painéis do teto e completam o memorável dark mood desse fabuloso projeto.

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Projeto de reforma do piso da área de lazer com piscinas

Escolha dos pisos – Porcelanato Super Deck Imbuia Claro, 90X90, e o piso St Remy Crema 60X60, ambos, duráveis e resistente as variações climáticas. Local – Condominio Club Residencial, Curitiba-PR.

FOTOS: ALE MAYA

Objetivo da reforma – Deixar o espaço revitalizado, aconchegante e funcional com novos revestimentos e mobiliário para valorizar o que já tinha construido.

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Nescessidades do cliente – Trocar o piso da área externa das piscinas; especificar e posicionar o mobiliário, trazendo modernidade ao espaço.

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Metragem – 550 m² de piso.

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Contornando as piscinas o piso imitando Deck de madeira de demolição em forma de porcelanato deu um toque de elegância e naturalidade ao ambiente. O uso do porcelanato claro trouxe amplitude e leveza marcando o posicionamento do mobiliário e o equilíbrio entre a área da superfície da água e o espaço para o banho de sol. Mobiliário – Todo o mobiliário foi posicionado priorizando a área de circulação necessária entre as mesas, cadeiras e espreguiçadeiras para não perder a funcionalidade e o conforto em prol do descanso dos moradores. Grandes ombrelones amarelos completam o decor. O paisagismo já existente com pequenos jardins foram revitalizados e valorizados com uma iluminação pontual deixando o ambiente aconchegante e moderno.

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FOTOS: ALE MAYA

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Fátima Regina de Fraga Balan, designer de interiores. “Procuro unir em meus projetos criatividade, conhecimento e sensibilidade, priorizando os desejos, as necessidades e expectativas dos clientes numa confiança mutua, estabelecendo uma parceria que resulta na satisfação e sucesso do trabalho realizado.”

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Um apartamento zen insp Situado nas alturas no 27º andar, nos remete ao silêncio das montanhas e dos templos budistas com uma bela vista para o Jardim Botânico de Curitiba. POR JEFFERSON SIQUEIRA

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pirado no Velho Oriente.

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FOTOS: JEFFERSON SIQUEIRA

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A ideia foi criar um ambiente aconchegante e moderno com uma leitura sofisticada do místico. O desejo da cliente foi atingido por aliar elementos de espiritualidade e energia ao ambiente sóbrio e neutro, marcado por texturas e acabamentos refinados. O apartamento como um todo, segue a mesma leitura em todos os ambientes, marcando um ritmo e criando uma identidade única. Situado nas alturas no 27º andar, nos remete ao silêncio das montanhas e dos templos budistas com uma bela vista para o Jardim Botânico de Curitiba. 37

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FOTOS: JEFFERSON SIQUEIRA

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Jefferson Siqueira é Técnico em Edificações e formado em Arquitetura e Urbanismo. Há 15 anos no mercado, atua na criação, desenvolvimento, consultoria e supervisão de projetos arquitetônicos resi denciais, comerciais e de decoração de interiores.

Seus trabalhos visam soluções criativas, aliadas a beleza e funcionalidade. Preza pela realização do sonho de seus clientes, sempre buscando inovações no mercado para criação de projetos de excelência.

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FOTOS: JEFFERSON SIQUEIRA

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O RENASCIMENTO DE UM PRÉDIO

Com mais de 120 anos de existência um prédio ainda pode ter o charme e a beleza da época em que foi construído? Pode sim, e esse é o caso de uma antiga construção localizada em uma esquina do centro histórico de Curitiba. O local que abrigava uma das mais famosas e luxuosas lojas da capital paranaense, a Ferragens Hauer, sofreu uma intensa restauração visando a recuperação e a funcionalidade de uma estrutura feita no século XIX que representa o estilo arquitetônico Eclético da Curitiba antiga.

Por Natália Concentino

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A estrutura do prédio ficou bem comprometida depois de um incêndio – até hoje não explicado – no local, que após isso, ficou abandonado por muito tempo, gerando um processo, que durou nove anos, entre a prefeitura da cidade e a família proprietária, resultando em um leilão no qual um investidor conseguiu arrematá-lo e proporcionar seu restauro (mesmo que a princípio não tenha sido esta ideia devido aos altos custos que geraria).

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL LEANDRO GILIOLI

Gilioli conta que no início das obras, em março de 2012, a preocupação era com a possibilidade da fachada cair, por isso foi escorada, preenchida com cola em algumas partes, recebendo toda uma estrutura para que ficasse segura assim como o resto do prédio, que inclusive estava sem os pisos de madeira que foram totalmente perdidos durante o incêndio. Isso fez com que a equipe precisasse fazê-los de concreto para dar sustentação às paredes aos quatro andares, como originalmente.

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Nós buscamos as esquadrias, que hoje em dia não se usa mais, para colocarmos iguais as originais, assim como a cor e decoração da fachada, que ficou com o vermelho e os detalhes do passado, como a textura mais rústica, diferente da bem lisa que é feita agora, com o avanço dos materiais e mão-de-obra. Já na parte de dentro temos pisos de porcelanato, elevador e escadas de incêndio, que atendem às normas atuais e não são uma tentativa de fazer algo parecido com o passado, porque perdemos muitos dos elementos originais, então opta-se pelo novo”, informa Leandro Gilioli.

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL LEANDRO GILIOLI

E N T R E V I S T A

Além da restauração dos tradicionais andares e fachada, dois elementos novos agora fazem parte do prédio, sendo um terraço com uma bela vista para o centro histórico curitibano, criado na parte de cima do local, e a incorporação de um outro imóvel – um prédio vizinho – que passou por reformas e ficou com um visual moderno e todo rodeado de vidros, aumentando a metragem quadrada do antigo e fazendo com que ele esteja pronto para ser alugado futuramente.

cio da região. “Quando estávamos fazendo a obra, que a todo momento foi observada de perto pelo IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), vários comerciantes e pessoas da região foram relatar sua felicidade de ver o edifício sendo revitalizado, trazendo novamente olhares mais atentos e curiosos para o local”, relata Gilioli.

O arquiteto comenta que esse tipo de trabalho – que ele estudou profundamente no período em que esteve na Itália – traz não só benefícios históricos como sociais, pois um local abandonado acaba ficando feio, atrapalhando a paisagem e o comér-

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Assim renasceu o prédio da antiga Ferragens Hauer, em julho de 2015, por muito tempo abandonado e se deteriorando, que agora ganha uma nova vida e está pronto para que um novo comércio seja instalado com toda a segurança estrutural, atendendo todas as normas do mundo moderno e mantendo seu charme do passado.

Arquiteto Leandro Gilioli 42


Esquadrias de Madeira JES Com a experiência de quem está hà 35 anos no mercado, a ESQUADRIAS DE MADEIRA JES LTDA, utiliza matéria prima de qualidade, madeiras de itauba, jequitibá rosa e Louro, com certificação e com tempo correto de secagem, na fabricação de suas esquadrias.

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A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO E FAMÍLIA DE

DANIELA ALBUQUERQUE

Por Natalia Concentino

Além de brincar, fazer “arte” (nas palavras dela) e viajar com as meninas, ela mesma se preocupou com a decoração do quarto das garotas, assim como outros cômodos de sua casa e seu camarim, sempre fazendo questão de colocar um porta-retratos com fotos da família. “Eu adoro decoração, gosto de pesquisar, descobrir coisas novas mesmo sendo mais clássica e preferindo tons pasteis. Porta-retratos também são minha paixão, gosto de ter fotos da minha família em todos os lugares”, declara.

Família em primeiro lugar! É a frase que me vêm à cabeça quando converso com Daniela Albuquerque, apresentadora da Rede TV, que se divide entre sua atração dominical e sua família com muito prazer. De origem humilde, Daniela fala sobre a importância do companheirismo e da divisão de tempo para conseguir realizar e se dedicar às tarefas que compõe seu dia a dia. Além de falar sobre a influência na decoração de seu camarim e do quarto das suas filhas.

Agora conciliar um programa dominical com a dedicação à família não é muito simples, por isso a apresentadora comenta que o segredo é acordar cedo e fazer tudo ao seu tempo, assim consegue fazer ginástica, ficar o máximo de tempo possível com as filhas, sair com o marido e trabalhar. “Tenho minha agenda corrida, mas com organização dá tempo de tudo”, completa.

Quem vê Daniela Albuquerque apresentando o “Sensacional” da Rede TV aos domingos e estampando matérias de sites e revistas exibindo boa forma nem imagina suas origens e valores, principalmente quando falamos de família. Com uma origem simples, despontou como modelo na adolescência depois de já ter atuado em outras áreas para ajudar a sustentar a família sul mato-grossense. “Sempre tive uma relação de companheirismo muito grande com a minha mãe, dividíamos tudo, desde confidências até o quarto e a cama da nossa casa, que era bem humilde”, comenta a apresentadora.

Sobre seu novo programa, o “Sensacional”, que é exibido nas tardes de domingo, Daniela conta que é uma experiência nova e gratificante. “Mesmo sabendo que domingo é um dia bem concorrido focamos no que achamos que o público gostaria de assistir. Desde quando atuei no ‘Manhã Maior’, ‘Dr. Hollywood’ e ‘Sob Medida’ venho trabalhando com diversos públicos e meu novo projeto me dá a oportunidade de falar com as famílias, está sendo muito gostoso dividir o domingo com essas pessoas”, afirma.

Daniela conta que foi criada com muita união e isso é uma das coisas que ela tenta passar às suas filhas, Alice de três anos e Antonella de um, frutos do casamento com Amílcare Dallevo Junior, presidente da emissora. Aliás, quando fala de suas meninas a apresentadora se derrete, “nasci para ser mãe! Adoro ficar grávida, me sinto poderosa, elas mudaram minha vida, meus valores, minha percepção das coisas, é mágico! ”.

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Quando perguntada sobre o que mais gosta na sua nova atração Daniela fala empolgada, “é um programa de variedades que nos permite fazer qualquer tipo de pauta, e essa diversidade me encanta, além de ter plateia, que para mim é uma coisa nova, que me passa bastante energia de perto, é sensacional”, termina rindo.

Sobre a maternidade, ela conta que acha o ato de amamentar muito lindo e que ama realizar essa tarefa. “Quero amamentar até quando as minhas filhas decidem não querer mais”, comenta entusiasmada. A questão da amamentação acabou chamando a atenção da mídia neste ano, pois Daniela amamentou o filho de uma telespectadora no momento de uma entrevista, já que o leite da mãe havia secado. “Acabou acontecendo sem ser premeditado, acho muito lindo, para mim foi um ato de amor, foi uma repercussão que eu não esperava, as pessoas comentaram que acharam muito bonito”, explica.

Para encerrar a conversa, comento sobre o futuro e a possibilidade de a família aumentar, já que Daniela diz adorar ser mãe e conseguir administrar sua carreira e família, ela ri, “tenho duas meninas e estou bem feliz! Meu marido já tem mais três filhos, totalizando cinco, acho que esse número está ótimo”, brinca a apresentadora.

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FOTOS: TIAGO ORNELLAS

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CLUBINHO DOS PITITICOS Uma ideia que deu certo Uma proposta que deu certo, idealizada pelas educadoras Bruna e Carmela Bardini, foi o Clubinho dos Pititicos! O projeto surgiu no intuito de acompanhar a fase de desenvolvimento de seus filhos e o resultado foi a criação de um ponto de encontro dos pequenos, voltado ao brincar livre, criativo e cooperativo.

O intuito foi aliar os conceitos do brinquedo simples, feito manualmente, preferencialmente com materiais orgânicos, sem recursos eletrônicos e plásticos. O espaço encanta pais e filhos. Entre os comentários das famílias, prevalece a satisfação em ver seus pequenos brincarem sem nenhum tipo de restrição. Afirmam que em casa há sempre um fator limitante, como pouco espaço de circulação, fogão, gavetas, etc., e quando percebem, estão o tempo inteiro dizendo “aqui não”, “não pode pegar”, entre outras falas proibitivas. Lá tudo é de brincadeira e os pais se dedicam em acompanhá-los entre as panelinhas no fogão, a cabana, a piscina de bolinhas de moletom e os demais brinquedos.

A confecção dos brinquedos é feita junto à Pedagoga e Artesã Clemair Gomes Krukowski e quem se diverti em testá-los são os primos Felipe, um ano e onze meses, e Mateus, com um ano e três meses. Uma vez aprovados pelos Pititicos, entram para compor o cenário colorido, macio e brincante idealizado pelas mamães empreendedoras.

FOTO: ALINE MORENO

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FOTO: BRUNA BARDINI

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As crianças chegam de mansinho, fazem o reconhecimento do ambiente e aos poucos vão explorando os brinquedos, enquanto os pais apreciam toda esta descoberta e movimentação.

Além do brincar, o canto e a dança compõem as atividades entre as famílias. Tudo acontece de forma tranquila e prazerosa, conduzida pelo ritmo das crianças. O projeto continua em expansão e agora incorporou a proposta de levar o Clubinho dos Pititicos até as festas infantis, proporcionando um espaço de brincar que seja compatível à estrutura física e a idade dos pequenos.

Outro ponto positivo da proposta, é o fato do espaço contemplar a criança pequena, considerando que a maior oferta de atividades culturais e de lazer na cidade, são proporcionadas para crianças acima de três anos.

É diversão na medida certa para as famílias que procuram ambientes lúdicos voltados a crianças de seis meses a três anos. O encontro no Clubinho dos Pititicos acontece um sábado por mês. As datas são divulgadas via facebook e no site Muralzinho de ideias.

A mesa de comidinhas caseiras também conquista o paladar dos Pititicos. É produzida principalmente com ingredientes orgânicos e integrais, sem açúcar e sal, como papinhas, saladinha de frutas, mingau, tortinhas salgadas e cremes de frutas. O lanche fica disponível para ser consumido a qualquer momento, conforme a necessidade de cada pititico.

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Produto Rock'n Bowl, parceria com Letícia Matos do 13pompons. Fotos por Régis Fernandez, montagem por Studio Renata Moura.

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Uma coisa curiosa de quando estudei design emocional é que você pode, dentro das emoções, despertar emoções boas ou ruins. 48


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Produto Rock'n Bowl, parceria com Letícia Matos do 13pompons. Crochet feito com cabo de guitarra. Foto por Régis Fernandez.

Jessika Bona: De que forma você avalia a mensagem que as suas criações atingem o emocional das pessoas? É semelhante à mensagem que você gostaria que atingissem?

eu não tinha pensado que gatos iam adorar dormir no revisteiro ou ficar brincando de andar por ali, um amigo comentou que seu gato iria amar e depois vi que acontece mesmo, volta e meia a minha gatinha, a Fumaça, gosta de passar por ali. Isso acontece com outras criações também.

Renata Moura – Geralmente é o resultado que eu esperava. Às vezes as pessoas enxergam um pouco mais de significados, mas raramente remetem a outra coisa ou emoção contrária, como uma emoção ruim. Não lembro de ter acontecido algum caso de pessoas entenderem errado. Cada um tem a sua memória, então alguns lembram mais a casa de vó, outros lembram de outra coisa. As associações variam de acordo com as referências de cada um. Eu geralmente pretendo transmitir boas sensações, gosto quanto remete à boas memórias. Quando eu fiz o banco Toco, além da história do projeto, eu só tinha pensado que ele seria uma mesa auxiliar com um furo elíptico que serve também como um revisteiro, na época

Jessika Bona – Sabemos que sua formação é em Design Emocional. Você acha que existe alguma relação entre a evolução dos mobiliários e interiores versus a crescente preocupação com a saúde psicológica do homem? Assim como a depressão que será a doença mais comum na humanidade segundo a OMS? Renata Moura – Uma coisa curiosa de quando estudei design emocional é que você pode, dentro das emoções, despertar emoções boas ou ruins. Fizemos um exercício em que o professor sorteava um produto e uma emoção e com esses dois tínhamos que 49

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criar um produto. Minha equipe pegou um liquidificador + agressividade. Fizemos o triturador super agressivo, em forma de dentes super afiados. Se eu quisesse atingir esse público e trabalhar com emoções pesadas seria uma opção. Têm artistas que trabalham com esse lado mais dark, como caveira, morte e sangue. Eu evito. Quero ajudar as pessoas a terem uma vida melhor, com mais conforto, alegria e boas surpresas. Não somente no mobiliário, em tudo. Eu coleciono objetos da marca italiana Alessi, e percebo que quando chegam alguns amigos na minha casa e abrem um vinho com o abridor dessa marca, a relação é outra! Percebo o encantamento das pessoas quando elas interagem com os objetos da minha casa, geralmente elas se surpreendem positivamente.

Produto mesas laterais Esquadros, parceria com a Renar Móveis. Foto por Régis Fernandez.

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fotógrafo Bruno Candiotto

Mas quando tudo fica igual na nossa casa, a gente não enxerga mais. Se a gente passa todo o dia na mesma rua, não repara mais nos detalhes, é difícil ver alguma coisa nova no caminho de sempre, então nesse caso, a solução é fazer caminhos diferentes para ir aos mesmos lugares! Para a nova mente se refrescar, e conseguir pensar em coisas novas, é importante a gente mudar coisas na nossa vida! Não precisa comprar coisas novas, você pode usar as mesmas coisas de uma maneira nova! O mesmo acontece com o seu visual, você pode mudar a cor e o corte do seu cabelo, ou arrumá-lo de um jeito novo! Você, ao se olhar no espelho, vai se enxergar de outra forma, assim como as outras pessoas vão te ver de um jeito novo. Penso que é importante ter sempre uma novidade nas nossas vidas! Eu mesma vivo presenteando a mim mesma colocando coisas novas na minha casa, mudando as coisas de lugar ou simplesmente comprando uma planta nova! Toda vez que passo por essa samambaia nova eu abro um sorriso! (risos)

Falando em depressão, isso é muito

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comum, conheço muita gente que teve ou tem, já tive e sei como é, nessa situação você vê o mundo com um filtro diferente, tendendo ao pessimismo. Por isso também sempre busquei fazer criações que remetam à coisas boas, que façam as pessoas abrirem um sorriso, que tenham vontade de interagir, de compartilhar, de viver de forma mais leve. Banco Sela para a Benita Brasil. Foto: divulgação.

Jessika Bona – O design de interiores está muito associado à beleza, porém isso é apenas um aspecto. Quando você desenha um móvel você pensa na ergonomia dele? Como a pessoa vai se sentar naquela poltrona, por exemplo. Se as curvas do corpo vão se adaptar bem ao mobiliário? Renata Moura – Penso na beleza e na ergonomia, mas esses são apenas alguns aspectos, o design de produto envolve um monte de coisas. Ele tem que falar a linguagem do público para o qual foi criado, tem que transmitir uma mensagem, tem que ter um preço adequado, tem que dar segurança tanto para os usuários quanto para os fabricantes, tem que ser viável industrialmente, tem que ter um peso bom, um cheiro bom, um som bom, tem que ser ecologicamente correto, tem que ter qualidade, tem que durar, tem que ter uma textura adequada ao uso, tem que ser fácil de entender e de usar.... É uma infinidade de cuidados que temos ao criar um novo produto! Algumas dessas coisas conseguimos pensar enquanto estamos aqui no escritório projetando, ou observando as pessoas usando produtos similares. Outras dessas características nós vamos testando e adequando durante a execução das primeiras peças testes que chamamos de protótipos.

Foto por Salvador Cordaro.

E são tantas variáveis mesmo, às vezes um cliente meu tem uma sobra enorme de um material específico que ele gostaria que virasse um novo produto ao invés de descartar...

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Jessika Bona – O que levou você sair de Joinville para Curitiba? De Curitiba para São Paulo?

quatro meses foram suficientes. Aí fiz uma lista dos melhores lugares para trabalhar com design de produto no Brasil, na minha opinião. Os primeiros da lista foram as empresas de eletrodomésticos. Fiz a primeira entrevista em uma grande marca de eletrodomésticos em Curitiba, onde o entrevistador me colocou em uma sala cheia de geladeiras brancas, todas com a marca tampada, e falou: “- Vamos andar e você me fale uma por uma o que você acha.” Fui andando e falando! Andando e falando! Quando terminou, ele apertou a minha mão e falou: “- Vai pedir emprego na concorrente que eu acho que você vai se dar melhor lá”. Eu agradeci a indicação, fui na concorrente e consegui uma vaga! Aí fui morar em Joinville, e trabalhei quatro anos e meio na Whirlpool. Quando saí, pensei: “Gente, estou na melhor cidade do Brasil para ter um escritório de design de produto! Tem um monte de fábricas aqui. Tem fábrica de tecidos, de torneira, de tubos e conexões, fundição, etc. São muitas oportunidades aqui!”. Porém eu não conseguia ser atendida pelas empresas,

Renata Moura - Me formei na PUC-PR, em Curitiba/PR e o meu primeiro emprego foi em uma fábrica de móveis populares na região metropolitana de Curitiba. Enquanto eu estava lá, fizeram uma pesquisa do nível de escolaridade dos funcionários, e quando vi o resultado, tinha somente um funcionário com 3º grau completo que era eu. Aí eu pensei: “O quê? Eu quero trabalhar com gente que seja melhor que eu”. Não que fossem pessoas piores, mas como eu era recém formada, precisava evoluir em termos de design. Era legal trabalhar lá, fiquei quatro meses e fazia um monte de coisas: desenhava em 2D, modelava em 3D, aprendi a fazer programação CNC, eu cuidava pessoalmente da execução dos protótipos, mandava cortar as peças, carregava até o centro de usinagem, depois pegava, mandava pintar, e trazia as peças de volta para a minha sala e eu mesma montava os móveis! Os

Pufe UoooU. Foto por Jaksson Zanco.

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eu nunca passava da secretária. Comecei a perceber que atendia mais clientes em Curitiba. Foi aí que decidi morar lá. Quando me mudei para Curitiba, eu não parava na cidade, vinha muito para São Paulo. Cheguei a morar sete meses em hotéis. Então, decidi me mudar para cá.

cliente. Aí eu faço, passo a passo, a pesquisa de mercado, conheço os processos de fabricação disponíveis do meu cliente, entendo as necessidades deles e em seguida começo a gerar ideias, etc. A outra forma de criação é quando crio algo para minha marca, como por exemplo, a pesquisa que fizemos para criar o Concentração, a linha Rock’n Bowl que desenvolvemos em parceria com uma artista do 13pompons. Esses projetos não tiveram um cronograma muito rígido, fomos desenvolvendo a partir do que encontrávamos de materiais legais e quando conseguíamos uma folguinha nos trabalhos do dia a dia. Nesses casos, estabeleço como dead line um evento de lançamento ou algum concurso que eu pretenda inscrever as peças.

Quando saí de Joinville, o mercado de lá começou a me dar atenção. Fui capa de uma revista de lá e foi muito legal porque fui valorizada lá antes de sair em revistas de circulação nacional (como a capa da revista da Gol). Em São Paulo, as empresas estão mais acostumadas a investir em design, muito mais que em Joinville e Curitiba. Outra vantagem que percebo é que se eu estou em São Paulo, vou a vários eventos de design, bares, restaurantes e acabo encontrando clientes e possíveis futuros clientes e assim a relação fica melhor, sou lembrada com mais facilidade e acabo criando relações de amizades que, se eu não morasse aqui, não aconteceriam com tanta facilidade.

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Jessika Bona – Como você avalia a evolução do design de mobiliário e de interiores, desconsiderando os avanços tecnológicos, e qual a tendência para o futuro? Renata Moura – Acho que não dá para dissociar os avanços tecnológicos da evolução do design. Durante a evolução dos móveis, eles foram ficando mais compactos, antigamente eles não eram desmontáveis e nem fabricados em escala industrial, era mais artesanal. Até que, em 1859, o Michael Thonet criou a primeira cadeira fabricada em grande escala, desmontável, feita com madeira envergada e assento de palhinha, que foi a Cadeira 214 e acabou mudando a história do design.

Escolhi São Paulo também porque gosto da cidade. Sou uma pessoa agitada, e essa cidade tem um ritmo mais acelerado que combina comigo. Por exemplo, quando eu morava em Joinville, eu não encontrava um restaurante para jantar numa segunda-feira, aqui tenho várias opções incríveis em qualquer dia e horário. Se eu quisesse continuar trabalhando em Curitiba, ia ter que continuar viajando muito e eu cansei dessa vida de passar mais tempo em hotéis do que na minha própria casa.

Outro exemplo foi quando o designer francês Phillip Starck lançou com a marca italiana Kartell, a cadeira Louis Ghost em 2000, uma peça única toda injetada em policarbonato transparente, foi uma ousadia criativa e tecnológica que não seria possível anos antes. Starck lançou a moda de móveis transparentes que está presente até hoje.

Jessika Bona – Como é a metodologia usada no processo de criação sua, e como organiza esta metodologia dentro do estúdio? Renata Moura – Eu geralmente sigo duas linhas bem diferentes de criação. Uma é pra quando eu faço um projeto para um

Agora a “próxima tendência”, pra mim, que já está acontecendo hoje, mas será

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em maior escala daqui em diante, são móveis e objetos impressos em 3D. Eu conheço gente bem “nerd” que consegue montar a sua própria impressora 3D em casa ou seu próprio centro de usinagem em casa e faz suas coisas. Isso será super forte porque, ao invés de pagarmos transporte de produtos pelo mundo todo, a gente pode comprar um produto pela internet e imprimir na própria casa ou num bureau de impressão perto das nossas casas.

pois não acompanho futebol. Até já fiz trabalho pro JEC (Joinville Esporte Clube), mas foi contato profissional. Aquele projeto (Concentração) surgiu de uma forma bem dinâmica. Inicialmente o conceito foi criado para um projeto e acabou sendo utilizado em outro. Um cliente me convidou para lançar uma peça que tinha que ser com produto reutilizado. Começamos a procurar na região do Gasômetro aqui em São Paulo. Me lembro que o vendedor da loja de jogos estava impaciente de tanto tempo que passamos fuçando. Aquele projeto surgiu com bonecos de Pebolim, e foi um aprendizado para nós pois não tínhamos ainda trabalho com resina dentro do escritório, fizemos o molde de silicone aqui mesmo, e também preparamos a resina com os bonecos dentro do molde. Levamos a peça semi pronta para jatear fora e finalizamos a montagem aqui no escritório. Gosto do significado que essa peça tem. Pensando em aspectos que caracterizam o Brasil chegamos à sua diversidade e à sua paixão pelo futebol, e da junção desses surgiu o projeto Concentração. Representando a união da diversidade, a peça é uma concentração de elementos de várias cores, formatos e tamanhos, que buscam simbolizar as diferenças culturais, de opiniões, de crenças e gêneros. Os jogadores estão posicionados em círculo, simbolizando um momento de concentração, momento esse em que se junta a força e o conhecimento de cada um para formar um todo mais forte, mais poderoso e mais rico, afinal de contas, a união faz a força.

Então eu acho que geralmente as tendências estão ligadas com tudo que está acontecendo conosco, tanto em termos de evolução tecnológica, como baseado no que está acontecendo ao nosso redor, lançamento de filmes, exposições, catástrofes, grandes conquistas, tudo! Jessika Bona – Aí a Renata vai desenhar, vender seu projeto e as pessoas vão imprimir uma amarela, uma vermelha e uma azul em casa?

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Renata Moura – Sim! Ou então a pessoa vai imprimir vários de uma cor só e depois pintar para customizar, que são duas coisas que as pessoas gostam de fazer, a customização que é deixar essa caneca com a cara dela, e que ninguém mais vai ter uma igual e ter esse prazer de fazer trabalhos manuais. Outra coisa que está junto com isso é o Open Source, que significa “código aberto”, e começou pelos programadores, que disponibilizam os códigos de sites e softwares para quem quiser criar algo em cima do código já desenvolvido, ou sugerir melhorias. Nós, designers, podemos disponibilizar projetos pela internet, com o manual de instruções e até gabaritos para as pessoas imprimirem e criarem suas próprias peças, tudo sem fins lucrativos.

Jessika Bona – A qual feirinha de antiguidade você gosta de ir? Renata Moura – Eu gosto da praça Benedito Calixto e a feirinha do Bixiga, (todas em São Paulo), também gosto de fuçar em lojas. Esta cadeira da minha mesa comprei numa loja de móveis usados em Joinville por R$20,00, gastei R$90,00 para restaurar. Uma nova está em torno de R$470,00.

Jessika Bona – Como surgiu o projeto Concentração? Qual é o time do coração?

Renata Moura – Não tenho time, 54


Foto por Jaksson Zanco.

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Banco Sela para a Benita Brasil. Foto: divulgação.

Jessica Bona

Produto Rock'n Bowl, parceria com Letícia Matos do 13pompons. Crochet feito com cabo de guitarra. Foto por Régis Fernandez.

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Eduardo Mourão por Iza Zilli

“A inspiração clássica apoiada em materiais modernos de acabamento cria elegância na ambientação resultando em uma leitura atemporal” comenta Eduardo. Aliás, a Studio Casa lançou a sua última coleção na 21@ Abimad - Feira Brasileira de Móveis e Acessórios de Alta Decoração que aconteceu de 16 a 19 de fevereiro no Expo Center Norte em São Paulo. Mourão conta que para estes lançamentos apostou nos tons fendi, branco e teal (verde Turquesa. Tecidos nobres como o linho em diversas texturas e tonalidades.

Foto: ARQUIVO PESSOAL

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Destaque para a linha Rústico Chic, um mix de mobiliário em madeira rústica natural com detalhes em aço inox, e para a linha New Beach inspirada em remos, conchas, estrelas do mar e corais. Objetos de decoração, almofadas e luminárias produzidas em madeira natural, linho e vidro colorido.

Moderno, requintado, arrojado, assim é o renomado arquiteto Eduardo Mourão que atua há mais de vinte e cinco anos na área de Arquitetura e Decoração. Surpreende com criatividade e ousadia em seus projetos, obras importantes residenciais e comerciais concretizadas em diversos países. Participou de onze edições da Casa Cor, em Curitiba e em São Paulo e viaja frequentemente como convidado nos mais importantes eventos ligados à sua área, no Brasil e exterior. Foi homenageado inúmeras vezes e participa de exclusivas publicações nacionais e internacionais.

O ponto alto da coleção é o couro ecológico na cor fendi, exclusiva criação da Studio Casa onde poderá ser conferida a Mostra, as ambientações e a perfeição em todos os detalhes criados pelo arquiteto Eduardo Mourão.

O estilo clássico atualizado predomina na criação dos móveis e objetos decorativos da grife Studio Casa e nos projetos de arquitetura que levam a sua assinatura.

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RM Editores Diagramação Criação de capa Ilustração Inscrição da obra no ISBN Impressão e acabamento artesanal ou industrial Livos e revistas Projeto gráfico Revisão e atualização ortográfica Tratamento de imagens

KADU LAMBACH

OBRAS DO AUTOR Fronteira (1935), Dois romances de Nico Horta (1939), Repouso (1948), A menina morta (1954).

CORNÉLIO DE OLIVEIRA PENNA Nasceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, em 1896. Viveu os primeiros anos em Itabira do Mato dentro, em Minas Gerais. Fez curso de Direito em São Paulo, de 1914 a 1919, tempo em que se dedicou também à pintura. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi redator e ilustrador dos periódicos O Jornal e o Combate. Em 1927, é funcionário público, sediado no Ministério da Justiça. Faz uma exposição de pintura em 1928, e logo declara que abandonará a atividade. Dedica-se, então, a partir de 1930, à Literatura. Os quatro romances que publicou, ainda que pouco divulgados, inovam a linguagem literária brasileira. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1958.

PISTIS SOPHIA

RM EDITORES EDITORA E GRÁFICA Rua Leonidas Xavier de Freitas, 183 casa 02, Pilarzinho, Curitiba, PR 82.115-040 41. 3149-38-63 celular 41. 9265-29-32 rmeditores@gmail.com 57

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CELSO COPPIO POR ALE MAYA Como sempre digo... “O HOMEM SEM ARTE É NADA”.

Foto: ALE MAYA

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ALE MAYA. Você vende apenas telas ou também reproduções (impressões em diversas mídias)?

ALE MAYA. Quando você começou a pintar? CELSO COPPIO. Comecei a desenhar ainda muito criança, com 3 anos de idade, sem qualquer material para executar meus desenhos. Quando minha mãe saia para o trabalho eu pegava o papel que chegava com o pão, alisava-o sobre a mesa e “roubava” seu lápis de pintar sobrancelhas, assim, desenhava tudo aquilo que estava em minha volta. Mais tarde, após ser compreendido da minha necessidade, fui contemplado com a minha primeira caixa de lápis de cor. Este foi meu início.

CELSO COPPIO. Em Celso Coppio Galeria e Escola de Arte são comercializadas telas e também gravuras e mini gravuras, estas em série limitada e numeradas. ALE MAYA. Como você vê o futuro das artes? CELSO COPPIO. Vejo o futuro das artes com um pouco de cuidado, pois atualmente sinto uma certa decadência na verdadeira arte, seja qual for a técnica utilizada ou estilo. Hoje, pode-se dizer que qualquer rabisco passa a ser considerado arte para aqueles que o produz, porém não é bem assim que classifico. Uma arte de qualidade deve ter escola, vivência, conhecimento profundo, inclusive quanto aos materiais e suportes utilizados.

ALE MAYA. Qual a sua técnica utilizada? CELSO COPPIO. Iniciei minha vida artística aos 12 anos de idade e fui encaminhado por uma tia ao mais famoso escultor ceramista da época, em São Paulo, minha terra natal, Tadakyio Sakai. Em seu atelier aprendi todos os segredos e técnicas da escultura em terracota. Comecei a participar de salões de arte em várias cidades e aos 13 anos ganhei meu primeiro prêmio em escultura, com uma peça em terracota inspirada no folclore brasileiro. Mais tarde entrei no mundo da pintura utilizando a técnica do óleo sobre tela, com um dos grandes mestres da pintura brasileira, Salvador Rodrigues Jr., pintor espanhol, radicado em São Paulo.

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Não importa qual estilo ou escola. Eu, por exemplo, não me prendo a nada disto. Pinto aquilo que sinto sem me preocupar com modismos. Os futuros artistas devem estar atentos aos movimentos para que seu produto seja sincero em absoluto. Visitar galerias e museus é muito importante, pois possibilita uma análise mais concreta das obras e assim colaborar com a arte, neste mundo chocante e maravilhoso das cores e das formas.

ALE MAYA. Quais foram suas principais exposições?

Como sempre digo... “O HOMEM SEM ARTE É NADA”.

CELSO COPPIO. Realizei diversas exposições importantes em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia, entre outras. Também transitei com desembaraço em Barcelona, Espanha, onde morei e também em diversas cidades da Itália, minha segunda pátria.

Ale Maya, formada em fotografia pelo Colégio Estadual do Paraná, Autora da Rádionovela Caminhos Cruzados que após sucesso tornou-se livro roteiro, foi locutora na Rádio Cultura no Programa Estação da Tarde e apresentadora na CWB TV em um programa de variedades. Com experiência profissional de 8 anos no meio de comunicação.

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Ela jamais recusa um atendimento. Vai entrando pelo corredor do escritório, em Curitiba, distribuindo abraços e contando “as últimas .” O celular não para, enquanto a agenda cheia vai sendo cumprida. Fala com um, com outro, atende autoridades, eleitores, agenda palestras, atende a imprensa. A maratona várias vezes sacrifica o almoço. Mas, quando os netos Isabela de 9 anos e Lorenzo de 1 ano aparecem na porta ... os problemas ficam pequenos e ela volta a ser apenas a vó, a confeiteira prendada, a mãe que perdeu um filho no auge da juventude e virou a mesa! Saiu da cozinha e foi às ruas pedir justiça, lutar para que outros jovens não sofram o mesmo destino no trânsito.

CHRISTIANE YARED Por Mira Graçano Hoje o uso do celular ao volante é um problema mais sério que o consumo de bebida alcóolica. Estatísticas revelam que o uso do celular aumenta em até 400% o risco de acidentes no trânsito!

Nesta entrevista, a deputada federal Christiane Yared, eleita com o maior número de votos na história do legislativo federal no Paraná, fala de política, do papel de mãe e esposa, de vaidade e dos desafios da vida pública.

Foto: ARQUIVO PESSOAL

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MIRA GRAÇANO. É sempre assim, essa correria?

que os culpados pela morte dos nossos filhos sejam responsabilizados e trabalhamos para impedir que outros jovens percam a vida.

CHRISTIANE YARED. Sim. Rafael era um jovem lindo, forte, passava de 1,80 m. Tinha 26 anos, cursava Comunicação e estava se preparando para estudar na Austrália. Ele era meu parceiro na confeitaria e tinha um bom humor contagiante. Me lembro como se fosse ontem de cada fase da sua infância e juventude. As idas aos médicos, reuniões de escola, toda a rotina de mãe que eu sempre segui com meus três filhos, Daniele, Rafael e Jonathan.

MIRA GRAÇANO. Por falar em abusos no trânsito, a bebida ainda é o maior problema? CHRISTIANE YARED. Hoje o uso do celular ao volante é um problema mais sério que o consumo de bebida alcóolica. Estatísticas revelam que o uso do celular aumenta em até 400% o risco de acidentes no trânsito! Uma troca de mensagens no celular tira 23 segundos da atenção no trânsito. Muitos morrem com o celular na mão. Entre os nove Projetos de Lei que apresentei no Congresso Nacional, um deles muda de grave para gravíssima a infração por usar celular e dirigir ao mesmo tempo. Nos demais projetos, eu tento combater a impunidade nos crimes de trânsito, instituindo a tese do dolo eventual – quando o motorista assume o risco de matar, e obrigando os motoristas infratores a assumir as despesas do SUS para socorro às vítimas.

De repente, na noite de 07 de maio de 2009, uma tragédia virou a minha vida de cabeça para baixo. Recebi a notícia de dois homens que chegaram à portaria do condomínio na madrugada, para tentar aplicar o golpe do DPVAT. MIRA GRAÇANO. Já se passaram sete anos e o caso ainda não foi julgado. O que isso significa para a senhora? CHRISTIANE YARED. Olha, eu creio que Deus tem o controle sobre todas as coisas. Até aqui o ex-deputado Carli Filho, que provocou o acidente e a morte do meu filho e de seu amigo Carlos Murilo, conseguiu 18 recursos junto ao Tribunal de Justiça do Paraná, mais 5 no Superior Tribunal de Justiça e 3 recursos no Supremo Tribunal Federal. Nesse cenário, ou me desespero ou vejo cada adiamento como propósito para que aprendamos alguma coisa. Com a repercussão do caso, muitas famílias que passaram pela mesma situação começaram a me procurar, relatando o desespero, a indignação com a impunidade. Para atende-los, eu e meu esposo criamos o IPTRAN – Instituto Paz no Trânsito. Em seis anos atendemos mais de 700 infratores e mais de 300 famílias, distribuímos mais de 150 equipamentos de segurança, como bebê conforto, cadeirinhas e elevados. Dessa forma, nossa angústia ganhou um propósito. Queremos

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MIRA GRAÇANO. A senhora está exercendo seu mandato num dos momentos políticos mais conturbados da história do país . Como avalia? CHRISTIANE YARED. Considero um privilégio estar em Brasília neste momento. É somente nas crises que mudamos e a política brasileira está passando por um grande processo de realinhamento. Há um rolo compressor sobre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. É uma limpeza necessária e saudável. Quem é corrupto tem que ser denunciado, investigado e afastado do cargo. Esse turbilhão tem o lado construtivo, porque refletimos sobre a responsabilidade do voto. Ainda assim, vejo que há muito espaço para o trabalho sério. Já conseguimos aprovar quase 100 emendas para investimentos no Paraná. Estamos garantindo a distribuição de veículos para unidades do Conselho 61

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Tutelar e mais investimentos em saúde e infraestrutura de pequenos municípios. Aliás, são cidades esquecidas pelos políticos porque não “rendem” votos.

MIRA GRAÇANO. A senhora está conseguindo conciliar o trabalho em Brasília com a família em Curitiba? CHRISTIANE YARED. Não é fácil, até porque continuo com ritmo intenso de palestras de prevenção aos acidentes de trânsito. Toda semana eu falo para centenas de pessoas em empresas, universidades, entidades civis, escolas. Me emociono com os depoimentos de pessoas que tiveram casos de acidentes na família, com relatos de jovens que assumem o compromisso da direção responsável. É um trabalho muito bonito e faço questão de atender cada convite que recebo. As palestras não tem custo e sugerimos doações de alimentos, bebê conforto ou cadeirinhas para distribuição gratuita no IPTRAN.

MIRA GRAÇANO. Mas a sua posição como deputada mais votada do Paraná, certamente desperta muito assédio e especulações... CHRISTIANE YARED. Faz parte do processo democrático. Fui sondada para compor chapas para a prefeitura de Curitiba, convidada para ingressar em vários partidos e me senti honrada com todas as abordagens. Nesse momento estou muito focada no Congresso Nacional e na obrigação que temos de reverter essa crise e colocar o país no eixo. A crise econômica foi extremamente agravada pela instabilidade política. É impressionante observar como deputados arrastam votações decisivas para o país, motivados por interesses pessoais ou de grupos. Desde o início do mandato deixei claro que não tenho interesse em cargos políticos. Quero manter a liberdade de votar com minha consciência. Foi essa a única condição que apresentei, ao ingressar no Partido da República.

MIRA GRAÇANO. ... e o tempo livre em família? CHRISTIANE YARED. ( risos)... quando posso, carrego todos comigo para as palestras. Minha filha Daniele Yared assumiu meu lugar na Coordenação do Iptran. Meu marido sempre foi um grande parceiro e, às vezes, preciso segurá-lo, tamanha a indignação com as injustiças do trânsito. Meu caçula Jonathan é um guardião... tá sempre por perto querendo impedir que eu sofra alguma injustiça. Aliás, eles sofrem mais que eu quando surgem comentários infundados nas Redes Sociais. Da minha parte, tento tirar de letra. E não há dor de cabeça que supere a presença dos meus netos Isabella, de 9 anos e Lorenzo, de 1 ano. Eu esqueço tudo para brincar com eles, fazer bolo, almoçar juntos. Família é meu bem maior.

MIRA GRAÇANO. O que a senhora deseja para o Paraná?

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CHRISTIANE YARED. O Paraná precisa ter mais força no cenário nacional. Estamos entre os primeiros contribuintes do Brasil e ainda não recebemos contrapartida à altura. Além disso, o Estado precisa de um governo sério e competente. Já tivemos grandes governadores e nos últimos anos mergulhamos em profunda crise de gestão. O Paraná foi arrastado, ladeira abaixo, por um governo que prometia, justamente, um choque de gestão. Hoje o governo é alvo de várias denúncias e está sendo investigado pela Procuradoria Geral da República. Não parece ironia?

MIRA GRAÇANO. a senhora se considera vaidosa? CHRISTIANE YARED. Eu me esqueci de mim mesma depois que perdi meu filho. Engordei, tive queda de cabelo e passei por

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E N T R E V I S T A longos períodos em que não queria sair da cama. Nesta fase nós deixamos de ser mães, esposas... deixamos de viver. Depois que assumi a causa do trânsito fui me recuperando aos poucos. Hoje, considero que sou vaidosa na medida necessária para o cargo que ocupo. Gosto sim de estar elegante e gostaria de estar o tempo todo com “cabelo de salão”, mas definitivamente não dá tempo e o melhor foi assumir o cabelo natural! Mas eu estou bem, não?! ( risos)

CHRISTIANE YARED. Sem dúvida alguma, o maior líder, em quem eu tento me inspirar, é Jesus Cristo. Ele teve que assumir posições duras, algumas impopulares, soube falar e se calar na hora certa. Jesus conhecia sua verdadeira identidade e por isso não condicionou suas ações ao medo de ser rejeitado. Na vida pública nós somos amados e criticados o tempo todo. Preciso ter consciência de quem sou e da minha missão, para não perder a identidade e o amor pelo que faço.

Foto: ARQUIVO PESSOAL

MIRA GRAÇANO. Deputada, qual é hoje sua maior inspiração?

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Renato Russo e os Poetas do Ceub

Byron de Quevedo POR ANA PAULA ULRICH TAVARES

Se estivesse vivo Renato Manfredini Junior – o Renato Russo -, faria 56 anos no dia 27 de março de 2016. O líder da geração de milhões de jovens dos anos 80 provavelmente teria escrito dezenas de outras canções lindas, estaria no auge de sua vida artística e ainda vendendo milhões de cd´s, certamente. O músico parece ter feito um pacto com a eternidade, pois suas músicas continuam a serem tocadas até hoje e são bem recebidas pelas novas gerações, sempre. Também não se esgotaram o baú de histórias sobre ele. Em sua entrevista concedida ao jornal Correio Brasiliense, em 12 de outubro de 1996, ele falou sobre um grupo de poetas e intelectuais que conviveram com ele nos tempos da faculdade, no Centro Unificado de Brasília – CEUB (o Atual UNICEUB): “... Depois que fiz jornalismo no CEUB foi a glória. Lá não existia uma rotina tão chata e homogênea como na UnB. No CEUB fiz um filme, um livro de poesias, uma peça de teatro, a gente fazia e desfazia. Era

um ambiente muito bom...” Verdade que esse período de metamorfose do Renato ainda permanece obscuro, mas não deverá continuar por muito tempo. Em breve Byron de Quevedo estará lançando o livro ”Renato Russo e os Poetas do Ceub” – ainda inédito - sobre esses quatro anos esquecidos pela mídia que redesenharam o perfil do grande poeta, até então um ser absolutamente underground. Byron de Quevedo foi um dos integrantes do grupo Poetas do CEUB, que o Renato Russo fez parte. Nesta entrevista exclusiva ele fala dos desafios que era ser um artista engajado nos tempos da ditadura militar. Byron nos explica como o grupo contribuiu para o amadurecimento coletivo dos seus membros; e particularmente, a inegável contribuição para o crescimento pessoal e profissional daquele que veio a se tornar o expoente daquela geração: um 64


menino corajoso e americanizado, mais que aprendia rápido captando tudo que fosse útil para construir a sua trajetória marcante na historia da música que ele mais amava: o rock. “Renato era igual a qualquer um de nós. Ninguém era famoso, muito pelo contrário. Éramos pessoas em estado de caus permanente: vidas indefinidas, carreiras não definidas, futuro indefinido. Estávamos vivendo numa sociedade com direitos e liberdades individuais restringidas, nas épocas dos ditadores Hernesto Geisel e João Baptista Figueiredo, governos que não hesitaram em eliminar opositores das formas mais truculentas possíveis. Hoje nestas passeatas políticas vemos gente pedindo a volta da Ditadura. Aí eu me lembro das palavras de Jesus, quando sacrificado na cruz, lá em Jerusalém: “Pai, perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem...” As peças produzidas sobre o Renato Russo – séries para TV, filmes, e livros (exceto o livro do jornalista Carlos Marcelo “O Filho da Revolução”) sistematicamente omitem esta parte da vida dele junto aos Poetas do CEUB, infelizmente. Logo na sua fase mais criativa e rica em experiências”.

Faculdade. “Cara você tem de largar de ser babaca, com estas revistas inglesas, e este seu inglês da americano. Se vamos fazer um filme nosso foco tem que ser nesta porra de situação de repressão que estamos vivendo” – Enfatizava Gilberto nas discussões com o Renato, empenhando a sua câmera Super 8, que ele ganhara de um velho tio. E o Renato retrucava; “A liberdade não tem fronteiras, ficar limitado aos conteúdos locais é provincianismo, é limitante, temos que olhar para tudo e as situações sempre são mutantes, etc. etc”. Ambos tinham razão mais nunca chegavam a um consenso, o que não os impediu de produzir vários ensaios cinematográficos, determinar dois filmes, inclusive com trilha sonora de autoria do Renato. Ambos eram brilhantes.

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Vendo todo este furor de tantas artistas com suas mentes criativas a poetisa Divina Maria e seu melhor amigo (namorado?) O Gilberto Freire, resolveram conclamá-las para fazer um grupo de produções independentes, já que todos tinham de uma forma ou de outra, iniciados as suas produções artísticas até antes mesmo de entrar na faculdade de Jornalismo. O nome Poetas do CEUB surgiu espontaneamente, pois quando nos perguntavam o que íamos fazer depois da aula ou mesmo em muitos finais de semanas, as pessoas nós respondiámos: “Vou encontrar com os poetas do CEUB, para fazer isto ou aquilo... “ e o nome ficou.

ANA PAULA. Como era o Renato naquela ocasião? BYRON DE QUEVEDO. Ele era ainda muito novo e, claro, tentava entender o que aquela turma de agitadores estava a discutir. Mas ele já chegou com uma boa estatura intelectual, lia muito, já falava inglês muito bem, e se norteava por aquelas revistas dos movimentos punks ingleses e americanos. Mas logo ele bateu de frente com muitos poetas que cultivavam um nacionalismo até bastante exagerado. As discussões eram – às vezes - aos berros. Saltava-se do amor ao ódio em segundos. Certo dia ele saiu nos murros com o líder dos Poetas do Ceub, o Gilberto Freire de Santana, numa briga apartada pela líder feminina do grupo a Divina Maria, mas todo mundo acabou tendo que ir dar explicações na diretoria da

Vivam os Poetas do Ceub literalmente entre tapas e beijos, mas estavam sempre juntos. E o Renato ainda tinha uma arma infalível: seu violão. Era um poeta armado com seus versos prontos para disparar contra os repressores de plantão a dizer coisas do tipo; “Generais de quatro estrelas com o cú na mão... “ou vamos fazer piadas na TV com as suas regras, etc., etc.”: coisas que poderia custar a vida de qualquer um, na ocasião. O jornalista e diretor de jornalismo da TV Cultura de São Paulo, Wladimir Herszog morreu enforcado, depois de várias seções de 65

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tortura, nas dependências do Departamento de Operações de Informações/ Centro de Operações de Defesa Interna – DOI/CODI, em São Paulo, por desafiar o sistema militar vigente. O pai e a mãe do Renato morriam de medo de ele desaparecer de uma hora para outra ou sofrer algum atentado. A poetisa Clara Pinto – tinha parentes com amizades na alta esfera política – identificava os agentes do Serviço Nacional de Informação - SNI a nos espreitar, o que era uma forma de evadir dos locais mais arriscados e salvar a todos.

Bebericávamos também com o pessoal da Convergência pelos bares, mas eles tinham aquela mania de sumirem por um tempo - ou definitivamente - então fomos perdendo o contato. Esses, ditos pelos militares, de “subversivos perigosos” capitaneavam para si as maiores atenção e cuidados. Como o nosso grupo era basicamente de comunicadores e artistas, - muitos, inclusive, já trabalhando em telejornais, radio, revistas - eu mesmo logo comecei a trabalhar na editoria de cultura do Correio Brasiliense - então tínhamos este escudo, mas éramos igualmente vulneráveis como pretensiosas plumas ao vento, a flanar próximos das chamas mortíferas da boca do dragão da opressão. Mas pelo menos nos protegíamos com a presença de muita gente na trope sempre por perto.

De certa forma fomos salvos por outra coincidência. Havia lá uma célula comunista das mais radicais cujos componentes eram também alunos da faculdade. Ele era a Convergência Socialista, liderada pela futura médica sanitarista, a Sônia Maria, e o advogado Arnaldo, de tendência a esquerda da esquerda brasileira. Segundo um dos seus integrante e um dos sindicalistas mais admirados do Distrito Federal na virada do século, Emídio da Costa Neto, Eles queriam literalmente botar fogo no país. Então para aparecer, nas aulas de economia, principalmente, eles botavam em cheque tudo que o professor falava. Eu achei aquele pessoal animado e resolvi entrar para a célula deles. Eles eram vinculados ao PT. Na verdade usavam o PT como Isca - um partido de apoio - pois eles estavam mesmo era construindo a Convergência Socialista. O PT era a corrente de pensamento mais semelhante a deles e tinha muito apoio popular. Nas nossas reuniões eles deixavam claro: “O PT é um partido brando e cheio de limitações”. Eu gostava das ideias deles, mas havia divergências. Nas reuniões fechadas às determinações deveriam ser postas em prática doutrinariamente por todos os simpatizantes. E eu, muito crítico, questionava os porquês das ações e deixava claro que não as seguiria se tudo não estivesse claro para mim. E isto já me colocava numa posição de alguém não muito confiável”.

ANA PAULA. Porque formaram o grupo de rebeldes descontentes se já viviam num tempo tão triste e adverso? BYRON DE QUEVEDO. Mas não precisamos falar desta época nossa e do Renato Russo com amarguras. De fato, inicialmente, houve mais alegrias do que tristezas. As amizades iniciadas na faculdade CEUB, as equipes sendo formadas, as afinidades surgindo e as pequenas inimizades também, com as interferências ideológicas já aparecendo aqui e ali. Verdade que tínhamos os chamados dedos duros infiltrados entre os alunos, muitos inclusive eram professores, sempre a espreita e prontos para delatar nossos perfis e atividades para o abominável SNI. Renato, ainda um desconhecido, vinha sozinho, às vezes sereno outras, muito acelerado. O achei um solitário a principio. Depois vi que nem tão solitário assim. Um grupo de outros jovens frequentemente vinha buscá-lo. Eram músicos, provavelmente, pelas caixas pretas que cada um deles carregava. Só tempos mais tarde os identifiquei: era o Dado Villa-Lobos, o Marcelo Bonfá; e - provavelmente - o pessoal do que

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Foto: ARQUIVO PESSOAL

viria a formar a banda Capital Inicial: Fê Lemos, Flávio Lemos, Paulo Paulista e Eduardo Paraná (não tenho certeza se as quatro ultimas pessoas vistas lá pelo Ceub eram eles mesmos, apenas deduzo pela frequência que eram vistos juntos). O grupo inicial Aborto Elétrico deles não me despertava especial atenção, mas e as garotas bonitas trajando roupas diferentes, que andavam com eles, sem dúvida chamavam a atenção dos muitos machos no cio iguais a mim, na faculdade.

Foto: ARQUIVO PESSOAL

Ao final de 1981 Renato falava que queria formar uma nova Banda, pois estava dando briga demais. Pensava no nome Legião Urbana, pois era semelhante a Legião Estrangeira, uma tropa formada por soldado do mundo inteiro. “Então não existe a Legião Estrangeira, que é uma coisa que todo mundo fala mais ninguém sabe o que é? Então agora nós vamos ter a Legião Urbana, que ninguém sabe o que é mais vai descobrir quando nós começarmos a falar dos problemas urbanos, que eles estão passando” – enfatizava Renato. Em 1982 ele pos a sua ideia em pratica com sua Banda, que era um trio a principio.

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páginas da revista e o chamou de afeminado, mulherzinha e outros termos discriminatório a sua sexualidade.

O mais estranho de todos era o Negrete. Ele começou andar por lá nos últimos anos da faculdade 1981/82. Geralmente já próximo na hora do recreio (intervalos) lá estava ele sempre sério com cara de poucos amigos e ereto como uma daquelas colunas da faculdade. Tinha cara de Brigão. Esse pessoal vinha sempre em grupos de amigos. Um deles ia até à porta da sala, fazia um sinal para o Renato, que logo se levantava, e nem sempre pedia licença aos professores – principalmente àqueles que o hostilizava -, e ia embora com o povo das caixas pretas, como muitos de nós ironizava. Renato foi hostilizado por sua forma de falar. E num determinada aula ele lia umas de suas revista proibidas com o colega de turma Éverton, e uma professora de Português - vou chamá-la de Zinha – creio que viu uma das

- Porque você escolheu a minha aula para trazer estas porcarias. Seja macho. Fica aí falando cheio de trejeitos!! – Exclamou a professora tomada de ódio e preconceitos. O incidente parece sem importância, mas foi ele que levou o poeta Gilberto Freire de Santana a fundar o grupo Poetas do CEUB. Um dia ele me confessou: - Cara quando eu vi aquela mulherzinha prepotente humilhar o Renato daquele jeito, eu resolvi que tinha que fazer alguma coisa para também ajudar acabar com este sistema de educação que permite gente infiltrada nos espionando, de termos que 67

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aguentar estes professores ultradireitistas, racistas, homofóbicos e estúpidos. Nem que seja através das nossas peças de artes nós vamos tentar detonar com estes monstros. Foi uma jura isto que eu decidi cumprir!

do rock. Mais em um ponto todos concordávamos: a música precisava dar um salto à frente. Por isto mesmo quando escutei a música “Faroeste Caboclo”, me senti feliz em constatar que o Renato Russo tinha colocado tudo num saco, misturado e construído uma linha melódica variada, com uma historia que – em minha opinião - veio das historias de um jornalista do Correio Braziliense, chamado Mario Eugênio, que criava a personagem e depois ia entrevistar as pessoas lá na Ceilândia, e elas acabavam completando a invenção dele, dizendo que vira ou dormira com o tal fulano, ou fulana fazendo isto ou aquilo. Ríamos nos muito das histórias do Mario Eugênio: aquela do “Tarado do Opala Amarelo”, que estuprara seis mulheres numa só noite; tinha aquela outra do Bebê Anjo que nasceu falando que o mundo ia acabar e logo depois nasceu o irmão gêmeo dizendo que o carequinha era um mentiroso e tantas outras. Mario Eugênio foi meu colega de redação no Correio Braziliense e me contava sobre seus personagens fictícios que vendiam milhares de jornais. Infelizmente ele morreu assassinado com quatro tiros em frente a Rádio Planalto, onde tinha um programa noturno. Ele descobriu um pessoal envolvido com roubo de carros e começou a fazer longas reportagens dizendo que iria colocar tudo num livro. “Faroeste Caboclo” lembra-me muito a historia do Gregorinho, um cabra ruim que – segundo Mario Eugênio - começou a sua carreira de crimes matando dois cachorros, na porta de um boteco da periferia e acabou se transformando no traficante e inimigo numero um da cidade. A música lembra também a musica Hurricane, de Bob Dylan, mas progredindo para uma saga falada e cantada com cadências diferenciadas e interessantes. Então eu pensei: Gostei. Isto parece um arrastarock... É.. O Renato já esta buscando outros caminhos além do velho pau e corda do rock...”

ANA PAULA. Você disse que os Poetas do Ceub eram todos artistas e você qual era a sua arte e como você se via naquele contexto? BYRON DE QUEVEDO. Os poetas foram amigos e colegas de classe, primeiramente. Renato comigo nunca fazia grandes cenas nem dava aquelas explosões verborrágicas ou lições de moral. Éramos bastante semelhantes na maneira de pensar aquele contexto universitário. Musicalmente - e isto é o que mais me importava nele – ele era mais fanático pelo movimento underground do mundo punk e do rock. Eu também gostava das bandas inglesas e americanas porém admirava mais as voltadas para os rock- baladas, ao estilo Beatles e Rolling Stones; dos rockeiros americanos mais sensitivos como grupo America, do Crosby, Stills, Nash & Young, Paul Simon & Art Garfunk, Jim Croce, Bob Dylan, Chuck Berry; ou os bluzeiros Louis Armstrong, BB King; e certamente adorava os músicos do rock brasileiro e os cantores de xote, baião e MPB: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Luis Gonzaga, Maria Betânia e muitos outros, que acabaram por influenciar muito a minha forma de compor os meus arrastarocks, um estilo próprio. Eu considerava o rock num período de apogeu, com enorme produção – muita coisa inclusive de boa qualidade - que deveria durar mais alguns anos, se tornar repetitivo e começara, a cansar. Queria escrever um tipo de música que passasse de um estilo para o outro explorando os universos e possibilidades sonoras destas passagens; ou seja, um mix transacional entre gêneros já se afastando do pau e corda de cinco acordes, que aquela rockeria toda vinha cada vez mais se tornando repetitiva. Renato não achava isto. Amava todas as variações tradicionais

Depois das amizades do grupo consolidadas vieram as andanças pela cidade. 68


Fazíamos o que chamávamos de assaltos aos palcos. Era quando os músicos paravam para descansar, nos tomávamos o palco e cantávamos. Quem comandava essas invasões era a poetiza e cantora Cássia Portugal. Hoje uma cantora conhecida em Brasília e nas altas rodas de samba do Rio de Janeiro. Alguns músicos achavam as invasões engraçadas e retomavam aos palcos junto com a gente e com seus instrumentos nos apoiavam. Apresentávamos nos e nos divertíamos muito com isto. Altas horas – já amanhecendo o dia - os que tinham carro davam carona para aqueles que não tinham. Eu sempre ia para o Cruzeiro, onde um residia, no fusca Orácio, de propriedade de uma colega negra linda, que era uma daquelas amigas, que não eram artistas, mais adoravam andar com a gente, pois quando as coisas estavam muito monótonas sempre apareciam os policiais disfarçados para nos abordar, com insultos, pois a nossa turma era tida como turma dos comunistas, das lésbicas e dos veados, ou daquele que anda com veados ou sapatões, como eles preconceituosamente diziam; embora, a maioria de nos éramos mesmo heterossexuais. Mas de fato tínhamos gente de variadas opções sexuais e de diferentes níveis sociais na turma. Renato era um tipo eclético, que gostava de meninos e meninas, como ele mesmo veio a revelar em uma de suas canções. Ele nutria uma paixão pelo galã da turma, o poeta Cléber Lettieri, mas saia com – vou chamá-la de Emi –, mais Emi e eu já nos pegávamos há um bom tempo.

o Renato logo parava por causa de um problema no quadris, ou outras vezes quando a palmilha do seu mocassim voava longe e ele ficava mais manco ainda e desconcertado: outras vezes íamos para parques infantis mal iluminados para brincar nos brinquedos gelados e depois comer qualquer sanduíche com coca cola ou cerveja. As vezes as noites ficavam frias, mas a presença de “Emi” nos aquecia. “Emi” cuidava dos dois... Mas “Emi” foi morar com uma garota chamada “Ella”. Vi umas cenas... Entendi e conclui:

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Tudo bem, então tá tudo elas por Ellas! ANA PAULA. Qual foi o fato mais marcante dos Poetas...? BYRON DE QUEVEDO. Não posso me esquecer de uma peça de teatro que fizemos. Ela era para ser exibida no auditório, mas tinha um conteúdo muito revolucionário. Então a Diretoria da Faculdade e os “sensores” só a autorizaria se a exibíssemos em sala fechada. Fizemos na grande sala que lotou. Tiveram que abrir as janelas para centenas de outras pessoas assistirem lá de fora. O Renato fazia o papel de Jesus Cristo. Só que no dia da peça ele chegou completamente bêbado e a Divina Maria, Leila Marcondes e Cássia Portugal pegaram ele, o levaram para o banheiro, dera-lhe um banho frio e ele veio de lá enrolado num lençol branco e fez a peça. Aquilo ficou muito interessante, porque ele falava coisas desconexas, tal qual fosse a língua original de Jesus – o sânscrito. E ele se empolgou mediante os aplausos e fazia gestos enigmáticos, alusões proféticas, etc. Nós - os outros atores - ficávamos contendo as risadas, e toda aquelas faces em desfaçatez deu um tom de zombaria quase verdadeiro perante o agonizante Nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele nosso deboche teatral também funcionou. Muitos aplausos. Maravilha!

E Cléber – que era heterossexual andava com várias garotas pelos cantos da cidade. Creio Cléber e Cássia Portugal que tiveram um romance. Não tenho certeza... Emi era uma mariposa – como dizia Adoniram Barbosa - e vagava entre mim e o Renato, que éramos as suas “Lampidas”. Das festas muitas vezes fugíamos e ficávamos pelas noites errantes conversando. As vezes apenas brincando de escorregar com papelões nos desníveis dos gramados, mas 69

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ANA PAULA. Como eram os professores da faculdade, eles curtiam as coisas que você faziam?

os filhos dessa ditadura. Nem religião temos direito!”. E o professor replicou: “ Você ainda é tão novo e esta com esta desesperança. Construam então o seu próprio tempo já que você sabe acha que tudo esta perdido!”.

BYRON DE QUEVEDO. A maioria sim. Mas éramos desafetos de muitos que só estavam ali para nos dedurar. Trabalhar para os órgãos de investigação (SIN e Polícia Federal) como paramilitar ou simplesmente “arapongas”, como eram chamados. Era muitas vezes um bico muito rentável para quem se prestasse aquele papel. No jornal Correio Braziliense tínhamos um militar fardado de plantão, a quem os jornalistas tinham que submeter as suas matérias antes de serem publicadas. Logo depois que lançamos o tal livro que o Renato mencionou o “Sinal Agregado Poético”, eu fiz a reportagem do lançamento deste livro de poesias de, que teve a tiragem inicial de dois mil e quinhentos exemplares. Folheando a matéria o militar do dia comentou que o Renato estava grampeado. Isso significava que as letras de todas as musicas dele já estavam catalogadas no SNI, e o roqueiro corria perigo de fato. Isto chegou aos ouvidos de Renato que ele ficou ainda mais irado. Num certo dia, um professor de araque, que todos suspeitavam que era um agente infiltrado na faculdade, começou sua aula com um papo hiper ufanista. E o Renato tinha se desentendido com ele há algum tempo. “E... Vocês já estão matriculados e em pleno curso de comunicação, letras, publicidade e tão ai na maior tranquilidade né? Agora vocês pertencem a elite do país. Estão com o futuro garantido! Aí o Renato gritou lá do fundo da sala: “Nós não temos futuro!”. E o professor fez que não ouviu e insistiu com os ufanismos. Então o Renato retrucou ainda mais forte: “Nos não temos futuro nenhum por causa de FDP como você, que roubou o nosso futuro. Vocês só fizeram prender, machucar, maltratar, matar! Vocês destruíram as nossas lideranças e agora vem com esta conversa de merda que nós temos futuro! Que futuro esta ditadura vai deixar para nós? Somos uma legião de merdas, uma geração Coca Cola. Somos

Nos anos subsequentes vários termos destas desavenças e tantos outros diálogos da vida universitária, Renato Russo viria a usar em suas músicas de forma ainda mais burilada. Então depois quando vi as canções tiradas de tantos tormentos, eu pensei: Ééé... O tal Manfredini era mesmo um gênio!” Os Poetas do Ceub fizeram ainda exposições de artes, alguns ensaios cinematográficos pela cidade, outras peças, uma delas encenada no Teatro Nacional, em Brasília, e dois filmes, um deles o Renato participou. Havia ainda o projeto para se fazer o segundo livro. Para tanto juntamos outras poesias do pessoal. A capa do atual “Renato Russo e os Poetas do CEUB” A final da tal capa que viria a ser o segundo livro dos Poetas do CEUB, que devo estar lançando em outubro deste ano Os poetas Jarama e Renato Russo se foram. Os restantes ainda se reuniram outras vezes, nos Bares Chorão e Asa Branca, na Asa Norte, em Brasília, para relembrar os tempos de juventude & poesias, mas hoje estão em dispersão, como estrelas errantes o reencontro parece ser impossível nesta encarnação...

Ana Paula Ulrich Tavares Jornalista Carioca, filha de pai norte-americano e mãe brasileira, atua na área de jornalismo para uma grande emissora de TV do país e para uma renomada agência de noticias internacional. 70


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CULINÁRIA BRUNA BITTECOURT Que a cada dia os apartamentos estão menores é um fato. Mas também é verdade, que as pessoas amam se reunir, cozinhar juntas, curtir um fim de semana com os amigos.

Recebendo Amigos de forma prática

E quando os amigos são muitos e o espaço pequeno, o que fazer? Hoje vou compartilhar com vocês a primeira recepção que fiz aqui em casa. Assim que nos mudamos, estávamos ansiosos para receber nossos amigos e apresentar nossa casa. Como seríamos em mais de 10 pessoas em um ambiente pequeno, optei por fazer uma mesa de petiscos, assim não precisaria ter lugar para todos na mesa.

Foto: ARQUIVO PESSOAL

C U L I N Á R I A

Optando por fazer uma mesa assim, sugiro que afaste e espalhe as cadeiras no cômodo, para facilitar a circulação na mesa

e criar espaços em que as pessoas possam sentar para conversar.

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Como eu disse, tinha acabado de me mudar, então não tinha muitos acessórios para a decoração. Usei uma toalha com estampa de cervejinhas que comprei o tecido

em um armarinho e uma amiga fez a barrinha, vasos com verdinhos que fazem parte da decoração da minha casa, e velas, que sempre trazem aconchego ao ambiente.

Montei uma tábua de queijos, uma tábua de palmito com salame, fiz dois patês, comprei pastinhas árabes, pães, barquetes e torradinhas, mini salsichas em conserva,

azeitonas, e fiz um empadão e enroladinhos de vina, pois como não serviria jantar, precisava de alguma comidinha mais substancial, digamos assim…

Na tábua de queijos, coloquei mais um pouquinho de salame, e uvas. Os queijos eu gosto sempre de ter pelo menos um duro e um macio, e colocar doces e mel para acompanhar. Aqui tinha doce de figo (em minha opinião, combina perfeitamente com queijos duros, como Parmesão, Prima Donna ou Grana Padano), geléia de frutas vermelhas (com brie, sempre), e mel com amêndoas. As uvas, sempre prefiram servir as sem sementes, fica mais confortável para o convidado comer e não ter que se incomodar com o que fazer com as sementinhas.

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do reino. Sirva com torradinhas ou barqui-

Como disse, as patinhas árabes, torradinhas e mini salsichas em conserva eu comprei (no Mercado Municipal) e arrumei em travessinhas brancas.

nhas*.

E o patê de cream cheese e damasco: basta misturar o cream cheese com geleia de damasco na proporção que desejar, quanto mais geleia, mais doce.

Atrás, a ricota temperada * Receita express: Amasse bem a ricota ou bata no processador. Tempere com bastante azeite de oliva, salsinha, cebolinha, manjericão, sal e pimenta

Eu sempre procuro servir uma opção salgada e uma opção mais adocicada. Coloquei os enroladinhos de salsicha em um prato com pé de prata e os molhinhos como mostarda, ketchup, pimentas, em volta, com plaquinhas identificando cada item. Para fazer os enroladinhos, basta envolver a salsicha na massa folhada (comprada pronta), pincelar um ovo batido, cortar do tamanho que desejar, e assar até dourar. Esse empadão de palmito é famoso! Receita da minha avó, que todos amam e me pedem para fazer! Em toda festa tem que ter!

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Ao lado do empadão, os talheres, pratinhos e guardanapos para que cada um se sirva. Como eu não tinha porta talheres arrumei dessa maneira e adorei o resultado.

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Foto: ARQUIVO PESSOAL

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Deixei os copos e os descansos no balcão, e uma champanheira bem grande com gelo e cerveja em cima da pia.

Foto: ARQUIVO PESSOAL

Eu adorei essa noite! Além de ter nossos amigos queridos pela primeira vez na nossa casa, amei essa maneira prática e descontraída de servir quando não temos tanto espaço para muita gente. Quero repetir em breve, espero que você também tenha gostado e se inspirado para receber seus amigos.

Até a próxima! Beijos, Bruna. BRUNA BITTENCOURT

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M A R K E T I N G

por Janderson Leite

Como Se Posicionar

no Ambiente Digital, e Começar Agora.

FOTO: ARQUIVO MKTDROPS

D I G I T A L

Novo Ecossistema de mídias

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para se conectar com seus amigos, com as outras pessoas e também para se conectar com as próprias marcas. O que você precisa fazer, agora? Hoje as marcas precisam aprender a utilizar melhor as novas mídias, saber o momento certo, o melhor contexto para usar, e quem é o público para conversar da melhor forma.

Há quanto tempo você utiliza as mídias para conversar com seu público? O que mudou na comunicação das marcas? Há algum tempo atrás a lógica de comunicação era pautada pela televisão. Existia uma mídia, o emissor massivo que conversava com uma grande audiência, que estava sentada na frente do sofá.

Hoje as marcas precisam aprender a utilizar melhor as novas mídias, saber o momento certo, o melhor contexto para usar e quem é o público para conversar da melhor forma.

O que mudou recentemente? Hoje existe as mídias digitais, uma mudança drástica do consumidor que não usa mais uma postura passiva e sim é participativo está o tempo todo utilizando estas novas mídias 76


M A R K E T I N G

Importante hoje é estar participando nas mídias certas, interagir e trazer conteúdo do interesse do seu público neste novo ambiente digital. Estes consumidores hoje em dia estão muito mais antenados e informados, a comunicação precisa ser em “real time”, querem temas e assuntos para discutir nestes ambientes, o conteúdo precisa estar atualizado as mudanças de comportamento, as tendências, o que esta rolando na cultura pop, os trending topics que estão sendo discutidos naquele dia, naquele momento, tudo precisa ser muito dinâmico. É preciso aprender a criar e entregar valor com o consumidor. Hoje temos novos elementos, tecnologias e formas de comunicação.

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Muitas vezes o consumidor quer um conteúdo snack, uma mensagem curta, interação rápida, tirar uma dúvida, um vídeo curto e imagem. Os micros momentos do dia a dia, precisam destes conteúdos. De uma forma prática as empresas precisam escutar e captar dentro das áreas de engajamento. No momento que as empresas estiverem cada vez mais atentas aos insights, comportamentos e tendências de comunicação, estarão mais preparadas para criar e planejar os seus conteúdos.

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É preciso aprender a criar e entregar valor com o consumidor. Hoje temos novos elementos, tecnologias e formas de comunicação.

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A escolha do canal ideal para gerar esta comunicação é um passo muito importante para as empresas se tornarem muito mais efetivas e engajarem esta conversa.

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Hoje é muito comum utilizar a mídia paga para um resultado rápido e potencializar os canais de venda e comunicação, mas também é necessário a marca gerar ambientes para atrair mais audiência na sua própria mídia, seja um convite ao consumidor, conhecer seu blog, ou site e iniciar esta conversa, com isto além de conquistar seguidores, pessoas engajadas que curtem e compartilham, você irá iniciar um marketing de influência, quanto mais atraente e relevante for a mensagem do conteúdo ou vídeo gerando, maior o número de pessoas, vão estar falando sobre este assunto, você ganhará uma mídia compartilhada muito mais intensa, mais poder e valor. A tecnologia é apenas um facilitador! O valor das experiências digitais precisa se centrar em pessoas e experiências. É preciso estimular e reforçar diálogos, através de conversas e histórias criativas que emocionem e permitam que as pessoas conversem e se expressem nos diversos canais que estão presentes.

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D I G I T A L

O consumidor deseja que as empresas sejam rápidas e responsivas, precisam entender e o que conversar com sua audiência. Sejam honestas e autênticas consigo mesma e com o seu público, uma vez que uma marca levanta a bandeira por uma causa ou estilo de vida é importante que realmente exista um comprometimento transparente. Vale lembrar também, qual é a experiência que você esta realizando, é preciso emocionar e ter esta interação para engajar nos diversos momentos que o consumidor tem contato com a empresa, uma promoção ou um aplicativo são formas de iniciar estes pontos de contato.

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M A R K E T I N G

Janderson Leite Empreendedor, designer e especialista em marketing digital, com mais de 15 anos de experiência no mercado. Fundador da MKT drops, agência especializada em campanhas digitais, tráfego e ações no mundo dos negócios online.

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”

A frente de sua agência de comunicação, já desenvolveu trabalhos dos mais diversos aspectos, acelerando empresas a evoluírem no mercado. Inovação, criatividade e transformação de negócios o que impulsiona o seu dia a dia.

CHARLES DARWIN 78


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“Paisagismo: você sabe o que é isto?”

PAISAGISMO? Por Heloiza Rodriguez Para você, o que é paisagismo? Para muitas pessoas, a definição de paisagismo possui um só elemento – as plantas. Esta definição é muito limitada para uma área de conhecimento considerada pelos especialistas como multidisciplinar.

“A ciência e a arte que estuda a organização do espaço exterior em função das necessidades atuais e futuras e aos desejos estéticos do homem” (Studart 1983). Também denominado “arquitetura da paisagem” ou “landscape design”, nos países de língua inglesa, o paisagismo é, portanto, uma arte, já que a criação dos espaços externos é possível graças à criatividade do paisagista, que conhece os elementos da composição de seus projetos e trabalha com sensibilidade para chegar a um resultado harmonioso e assim atender aos anseios de seus clientes.

Em 1983, o Engenheiro Agrônomo Heitor Werther Studart Montenegro, formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – USP, onde também fez mestrado e doutorado e tornou-se livre-docente em 1952, em seu livro A arte de projetar jardins, definiu paisagismo como sendo

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O paisagismo é ainda uma ciência, uma vez que é impossível para o profissional criar os espaços externos sem conhecer conceitos e teorias de arquitetura e urbanismo, como também de áreas distintas como história, sociologia e psicologia. Quando adentramos os conhecimentos sobre as plantas, iniciamos pela morfologia e fisiologia vegetal, depois ecologia, geobotânica e mais atualmente aqueles acerca da sustentabilidade, entre tantos outros. Cada um deles tem as suas técnicas específicas que se relacionam com o paisagismo de modo interdisciplinar.

serão utilizados para atender aos desejos e necessidades daquele cliente. Cada projeto é exclusivo, uma vez que ele deve ser “customizado” para atender às necessidades e expectativas de cada cliente. As possibilidades são infinitas, podendo ser criado tanto para uma simples varanda quanto para um campus de uma universidade; ou para um posto de gasolina ou então para o descanso dos pacientes de uma clínica; também pode ser a área de lazer de uma creche ou de uma grande indústria multinacional. É impossível esgotarmos tantas possibilidades!

Para a organização dos espaços exteriores, o paisagista trabalha com a funcionalidade desses espaços. Primeiramente, traça o perfil de seu cliente através de pesquisas sobre quem utilizará o espaço que será criado, a faixa etária, suas exigências sociais e seus hábitos. Com a pesquisa feita, irá definir quais elementos do paisagismo

A par da funcionalidade de um projeto de paisagismo está sua concepção estética, que embora seja algo subjetivo, deve seguir os princípios da composição para que o resultado possa ser realmente considerado uma obra artística. Então, a unidade, a harmonia, a escala, a proporção, o equilíbrio, o 81

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ritmo, a textura, o volume, a perspectiva, o contraste e o ponto focal estarão presentes em um projeto de paisagismo, e ao se visitar este jardim, após a sua implantação, será possível identificar cada um destes elementos marcando presença na composição.

áreas externas constitui o ponto de partida de um projeto de paisagismo, e definirá os elementos paisagísticos que serão utilizados. A partir dessa definição, passamos a delimitar as áreas de acordo com os seus usos e distribuímos os elementos que comporão o jardim, seguido dos caminhos que de forma delicada e harmônica farão a ligação dos elementos, convidando-nos a um passeio por entre as vegetações, a fauna, a flora, as cores, os sons e os perfumes que integram o jardim.

Projetando áreas de lazer Um dos principais itens relacionados à função do paisagismo diz respeito à criação de áreas de lazer, sejam elas destinadas para uma residência, um empreendimento imobiliário, uma chácara, uma empresa ou mesmo a um shopping. As áreas externas são um dos principais motivos que fazem com que confortáveis apartamentos sejam trocados por uma casa com quintal. Mas esta área externa pode ser apenas isto – um quintal, se ela não tiver algum atrativo que convide seus moradores a permanecerem neste local.

A presença de um simples banco já nos convida a sentar e apreciar as árvores, os arbustos floridos, o canto dos pássaros, as borboletas e até mesmo os insetos que povoam o jardim. Cada um dos elementos definidos deverá estar em sintonia com os demais elementos utilizados e serão eles que permitirão o uso do jardim e principalmente o tão necessário contato com a natureza.

A definição das funções e usos dessas

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Você já imaginou o prazer que você, sua família e seus amigos podem sentir desfrutando seus momentos de lazer junto à natureza no jardim de sua casa? Já imaginou quantas boas lembranças seus filhos terão mais tarde quando se lembrarem dos momentos alegres de recreação que passaram no playground que tinham em casa? Ou então as lembranças que terão das noites de inverno que passaram com os amigos, quando adolescentes, ao redor de um fogo de chão, onde cantaram e tocaram violão?

O contato com a natureza Embora seja possível criarmos um projeto de paisagismo sem utilizarmos qualquer tipo de vegetação, como em um jardim de pedras e areia, por exemplo, as plantas são, sem sombra de dúvidas, o elemento mais importante de um projeto de paisagismo. É por meio delas que o contato com a mãe natureza se torna possível. Podemos sentir com facilidade a diferença que produz em nós a presença de uma única planta em um vaso em nossa mesa de trabalho. Observá-la todos os dias a mostrar suas brotações, o crescimento de suas folhas, o aparecimento das suas flores, respondendo aos cuidados com as regas e adubações, é um prazer que contagia todas as pessoas. O que pensar então quando temos condições de aumentar a escala deste prazer com um quintal que se transformou em um jardim?

Você pode se imaginar à sombra de uma árvore, em um ensolarado domingo de primavera, enquanto desfruta da leitura de um bom livro, tendo ao fundo o canto de sabiás? 83

E aqueles momentos que você pode

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ter tomado sol em uma confortável espreguiçadeira, ouvindo o som da cascata na piscina, enquanto seus filhos brincam no SPA no deck ao lado?

história da humanidade, o homem sempre esteve muito próximo da natureza. É dela que ele retirava seu sustento e a interação que mantinha com todos os fenômenos da natureza eram intensos e de fundamental importância para sua vida.

Para você que gosta de praticar esportes ou fazer caminhadas, o paisagista que criou o jardim de seu condomínio projetou a quadra de esportes, a piscina e a pista de cooper, com uma vegetação especialmente escolhida para cada um dos ambientes. Já para seu filho, a pista de skate parece ter sido feita sob encomenda, à sombra de uma linda paineira.

Assim, podemos concluir que em nenhuma época da história da humanidade o ser humano viveu em condições tão contrárias ao seu habitat natural como nos dias atuais. Nas grandes cidades, o concreto e o asfalto nunca estiveram tão presentes e nem nos damos conta de que isto não é natural para nós. Hoje estamos muito limitados a paredes, concretos e asfalto. Temos a sensação de que nossa real condição de seres humanos está aquém do que estamos vivendo, e que esta não é a forma natural de vivermos humanamente.

Estes momentos da mais pura alegria e prazer tornam-se realidade quando estamos em contato com a natureza. É o que sentimos quando vamos a um parque ou quando estamos de férias em uma praia, ou ainda quando nos refrescamos embaixo de uma cachoeira. E por que isto acontece?

Estar em um belo e harmonioso jardim proporciona ao homem urbano todas aquelas sensações e prazeres que seus ancestrais tinham quando a vida lhes permi-

Para entender o que nos ocorre é necessário recordar que, ao longo de toda a

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tia a liberdade de sentir o cheiro da terra molhada pela chuva, o som do canto dos pássaros e o perfume das flores. O bem estar que o homem contemporâneo sente quando se integra à natureza é traduzido por sensações psíquicas, as mesmas sensações de nossos ancestrais e que estão gravadas na memória de nossa espécie. O contato com as plantas, formas, cores, texturas e perfumes de um jardim, com o som de água por perto, proporciona ao homem contemporâneo, enfim, memórias gratificantes, religando-o ao seu verdadeiro habitat natural.

www.primaplantarum.com.br (41) 3023-70-76

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D R E S S C O D E E M P R E S A R I A L

Dress Code Empresarial

Por Ana Franciscato malidade é necessário entender que roupa de trabalho é diferente da roupa de balada, de fazer atividades físicas ou de ficar em casa. Para compor o guarda-roupa profissional vale investir em peças bem cortadas, em tecidos de qualidade, que não amarrotam e com fibras elásticas por serem mais confortáveis.

Dress Code Empresarial. O que significa esse “palavrão”? É o código de vestir de cada ocasião. As regras de vestuário adaptadas ao ambiente de trabalho. Não basta vestir uma roupa bonita. Ela deve estar adequada ao grau de formalidade do local. Mesmo que inconscientemente, passamos uma mensagem pela forma como nos vestimos, podendo essa ser positiva ou negativa. Avaliamos uma pessoa nos primeiros 30 segundos de contato por meio de comunicação não verbal, ou seja, pela sua aparência, linguagem corporal, sotaque, expressão facial, odor. Numa entrevista de emprego, por exemplo, entre duas pessoas igualmente capacitadas, provavelmente se destacará a que apresentar a postura mais adequada, uma vez que será analisado o seu comportamento, a etiqueta e sua indumentária. Isso é o que chamamos de tripé da comunicação.

Algumas dicas para os homens: -Barba, cabelo e unhas aparadas; -Não se usa camisa de mangas curtas com gravata; -Relógio esportivo não combina com roupa social; -Evite acessórios; -Cinto e sapato da mesma cor; -Meias da mesma cor dos sapatos ou da calça; -Sapato de solado de borracha não combina com roupa social; -O sapato deve estar bem engraxado.

No ambiente corporativo os funcionários estão representando uma empresa, e essa precisa transmitir credibilidade. Para que isso ocorra seus colaboradores também devem transmitir essa imagem e isso se faz por meio da aparência.

Dicas para mulheres. Evite: -Maquiagem e acessórios chamativos; -Roupas justas, decotes e transparências; -Cores e estampas berrantes; -Calçados que deixem os pés a mostra como sandálias; -Saltos altíssimos; -Bolsas pequenas. Elas não servem para ambientes de trabalho, devendo ser de tamanho médio e bem estruturada; -Roupas em tons pasteis, babados e flores miúdas, que deixam a mulher fragilizada no ambiente de trabalho; -Cabelos muito volumosos devem estar presos ou semi presos; -Se o dress code da empresa permitir o uso de jeans, deve-se dar preferência aos azuis escuros, sem muitos detalhes ou enfeites.

Sua imagem é seu cartão de visitas e ela deve estar adequada ao local de trabalho. Existem graus de formalidade que definem a forma correta de se vestir de acordo com o ambiente corporativo e eles são divididos da seguinte forma: - Muito Formal: ambientes sisudos. Embaixadas, tribunais, sedes do Governo, palácios, solenidades nacionais ou estaduais;

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- Formal: ambientes menos austeros, mas ainda formais. Escritórios de direito, empresas tradicionais, bancos, restaurantes; - Pouco formal/casual: ambientes descontraídos. Imprensa, faculdades, instituições de ensino, escritórios de design, arquitetura;

Lembre-se: se você quer ser uma pessoa de sucesso, tenha a aparência de uma pessoa de sucesso.

Mesmo em empresas com pouca for-

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P S I C O L O G I A

Sonhar faz bem, mas ACORDAR também!

O sonhar passa a ser um problema quando sonhamos mais do que agimos. Passamos mais tempo idealizando posturas, conquistas, acontecimentos e planos, do que tentando alcançá-los de fato no mundo real.

Antes de iniciarmos uma construção primeiramente sonhamos com ela. Por nossos pensamentos passam várias possibilidades coerentes ou não e a partir destas ideias distorcidas inicia-se a obra idealizada.

Há aqueles que de tanto sonharem, abandonam a realidade da vida e optam em manter-se sonhando, ainda que de olhos abertos.

Da mesma forma dos arquitetos, que antes planejam na mente e depois “no papel”, é a maneira como conduzimos nossos sonhos e nossas concretizações.

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Viajar no tempo e fechar os olhos para sonhar, sonhar e sonhar, pode ser uma proposta de fuga do mundo, e quando em algum momento não se sentir correspondido, basta abrir os olhos, e pronto! Nada mais o ameaça…

Todos nós sonhamos, e como é bom sonhar. Sonhar acordado, sonhar dormindo, sonhar com o futuro, ou com o que gostaríamos de realizar.

Se você chegou à conclusão de que sonha mais do que realiza procure os recursos fornecidos pela psicologia para acordar e realizar seus desejos.

Sonhos são maravilhosos quando nos servem de inspiração para alcançar nossos objetivos. Porém se estes sonhos nos acomodarem na posição de eternos idealizadores com grande capacidade de sonhar e nada de concretizar, tendemos a nos frustrar.

www.jaquelinevicelli.com.br https://www.facebook.com/bemestarpsico (41) 3088-3880 / (41) 9128-4325

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JoĂŁo Correia Rua: Primeiro Ministro Brochado da Rocha, 182 Pilarzinho - Curitiba - ParanĂĄ (41) 9996-34-93 89

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C O L U N A S O C I A L

Giselle Macedo

JORNALISTA, APRESENTADORA, MESTRE DE CERIMÔNIAS E CORRESPONDENTE NO PARANÁ DO PROGRAMA AMAURY JR. g i s e l l e m a c e d o . g i @ g m a i l . c o m

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A deslumbrante Vitória Ciruelos comemorou a chegada dos 15 anos com maravilhosa festa no Graciosa Country Club, em Curitiba, usando vestidos assinados pelo estilista Samuel Cirnansck. Ao lado dos pais, Scheyla e Euclides Ciruelos (foto 1), e das amigas Sabrina Richa, Laura Santos, AlineWoloschen, Giulia Beraldi, Sofia Calixto, Jessica Surek, Thaís Aguiar, Ana Luíza Teixeira, Larissa Cunha, Julia Coppla, Vicky Chaves, Marcela Calluf,

Gabriela Formigueri, Fernanda Yumi, Leticia Oliveira e Maria Vitória Ibrahim (Foto 2), a aniversariante dançou e encantou. Entre as convidadas, as pequenas Angelina Mazutti, Valentina Mazutti, a super star Rafa Gomes - que também cantou na festa -, e Giovana Coutinho ( Foto 3 ). (Fotos de Vimo Foto e Vídeo) A Coluna parabeniza a jovem Izadora Tavares Arruda, que acaba de receber o diploma da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná. Na foto, durante a solenidade de entrega, a nova advogada entre o presidente da OAB / PR, José Augusto Araújo de Noronha, os advogados Romeu Felipe Bacellar Filho e José Macedo Neto, e o jovem Conrado Oliveira Macedo (Foto de Bebel Ritzmann)

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C O L U N A

‘Olha elaaaas’! As mais novas doutoras de Curitiba: Rafaela Ferro, Thalissa Milani Favreto, Mariana Shibuya Ito, Jessica Maria Telles, Bianca Valduga Guareschi e Alessandra Bernardi. Formandas de Medicina pela PUC/PR. Daqui nossos parabéns! (Foto de Studio Marios Bros)

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A empresária Viviane Kaled inaugurou na capital paranaense novo endereço da charmosa multimarcas, que agora está ao lado da Praça da Espanha e recebe também mudança no nome: SOHO VK. Na foto, esta Colunista com Viviane no espaço que conta também com exposição e comercialização de produtos de renomados artistas plásticos. (Foto de Isa Mayer)

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A Coluna destaca o dinamismo do jovem jornalista e promoter Leo Tramontin, da Assessoria Criativa, que entre tantos eventos diários, recebeu a atriz Agatha Moreira na loja Lança Perfume, em Curitiba (Foto de Naideron Jr.)

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Construção Sustentável

Construção Sustentável: a prática que permite enfrentar e diminuir os problemas ambientais Você pode nunca ter ouvido falar no termo “construção sustentável”, mas saiba que ele está cada vez mais inserido no mercado e no mundo da engenharia e construção civil. Para entender melhor, a construção sustentável é um conceito que denomina um conjunto de práticas adotadas antes, durante e após os trabalhos de construção com o intuito de obter uma edificação que não agrida o meio ambiente. Uma das principais características da construção sustentável é que ela permite o melhor conforto térmico sem a necessidade (ou com necessidade reduzida) de consumo de energia e que melhore a qualidade de vida dos seus moradores/usuários. Além disso, durante todo o processo da construção e estruturação de um prédio, por exemplo, a construção sustentável utiliza materiais e técnicas que garantam uma maior eficiência energética, sem agredir o meio ambiente. Vale lembrar que uma edificação sustentável começa muito antes da construção, tendo como ponto de partida a escolha de materiais menos agressivos, duráveis e que exijam o mínimo de impacto possível para sua obtenção. Um bom exemplo disso é a escolha pela utilização de materiais reciclados como matéria prima que podem ser classificados em dois tipos: pós-industrial, quando o material reciclado é proveniente de resíduos industriais e pós-consumo, como tijolos, madeira e outros entulhos provenientes de demolições que podem ser aproveitados ou reciclados e transformados em outros materiais, como o concreto feito de cinzas de chaminés. E quais são os benefícios de optar pela construção sustentável? Caso você esteja pensando em adotar uma construção sustentável para a sua edificação, saiba que há muitos. Entre eles:

Por Cledson Bernardo

• Redução dos custos de investimento e de operação; • Imagem, diferenciação e valorização do produto; • Redução dos riscos; • Mais produtividade e saúde do usuário; • Novas oportunidades de negócios; • Satisfação de fazer a coisa certa para o Meio Ambiente. Esse tipo de construção custa mais caro que a convencional? Esta é uma dúvida muito comum entre as pessoas que estão procurando por preços mais justos. A princípio, ainda que o preço de implementação de alguns sistemas ambientalmente sustentáveis em um edifício verde gere um custo cerca de 5% maior do que um edifício convencional, sua utilização pode representar uma economia de 30% de recursos, durante o uso e ocupação do imóvel. Isso quer dizer que: não, não é mais caro. A adoção de soluções ambientalmente sustentáveis na construção não acarreta em um aumento de preço, principalmente quando adotadas durante as fases de concepção do projeto. Em alguns casos, podem até reduzir custos.

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