Revista Sino - fevereiro /2013

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N°6 | fevereiro | 2013

Revista dos antigos alunos do Santo Inácio

Saiba quem são os antigos alunos que continuam escrevendo a história do colégio

Da caderneta ao crachá


E se tudo

pudesse

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fevereiro 2013

ser mais?

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Índice

N°6 | fevereiro | 2013

A Sino dá as boas vindas aos novos antigos alunos do colégio e mostra a comemoração de formatura da turma de 1942 página 6

Revista dos antigos alunos do Santo Inácio Conselho Editorial Pe. Luiz Antonio de Araújo Monnerat, SJ; Vera Porto; Izabela Fischer; Olga de Moura Mello e Maria José Bezerra Jornalista Responsável Pedro Motta Lima (JP21570RJ) (editor@revistasino.com) Projeto Gráfico Ana Mansur (anamansur@gmail.com) Diagramação Daniel Tiriba (dtiriba@gmail.com) Revisão André Motta Lima Contato Publicitário 21 2421 0123 Produção ML+ (Motta Lima Produções e Comunicação) Tiragem 5.600 exemplares Gráfica Walprint Fale Conosco sino@revistasino.com.br www.revistasino.com.br

Asia prioriza investimentos no braço educacional de seus projetos sociais. Atendimentos na área de saúde continuam crescendo página 8 Antiga aluna de 1994, Paula Abreu, escreve artigo sobre o minimalismo, partindo de sua experiência pessoal página 12 Em seu quadro de funcionários, o colégio conta com 41 antigos alunos. Conheça alguns deles e suas histórias página 14

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fevereiro 2013

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editorial

Boas-vindas e balanço: todos os anos A primeira edição do ano vem com duas matérias que nascem para se tornarem tradição: as boasvindas aos novos antigos alunos do colégio e o balanço das atividades da ASIA no ano anterior. Neste número, os jovens formandos ainda ganharam a companhia do pessoal da turma que completou o ginásio em 1942 e comemorou os 70 anos da data com uma missa no colégio. Temos também um artigo sobre minimalismo, enviado pela antiga aluna Paula Abreu (94), e uma matéria com os ex-alunos que atualmente trabalham no colégio. São 41 pessoas que têm o prazer de estar diariamente no ambiente em que estudaram. Um bom ano para todos e espero que gostem desta edição. Pedro Motta Lima (94) editor@revistasino.com.br

Espaço do leitor Estimados amigos: Tenho recebido regularmente a revista SINO, Muito obrigado. Parabens pelo trabalho que vocês desempenham. Ela é muito útil para todos os antigos alunos do CSI. Abraço cordial do Fernando Genschow (Turma 1947)

Muito boa a matéria sobre o nosso querido Zezinho (Sino No. 5). Melhor ainda poder conhecer um pouco de sua vida vitoriosa em todas as áreas. Não é à toa que acredita estar entre os homens mais felizes da Terra. E eu acredito nele. Mesmo no caso da turma de 89, com tantos problemas de disciplina como contou (talvez a turma que mais pediu por limites), o inspetor Zezinho foi escolhido por eles como patrono. Mais que vitória, esse é outro triunfo do nosso grande educador, que não tem dúvidas sobre a importância de sua missão. Valeu, Zezinho! Fábio Marinho Calderano (82)

minhasino@revistasino.com.br facebook.com/RevistaSino

Ballet ClássiCo

isolina rabello crianças, adolescentes e adultos desenvolvimento psicomotor força, flexibilidade e equilíbrio desenvolvimento musical autodisciplina Professores:

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isolina rabello bailairina, discípula e assistente de Eugenia Feodorova

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Maria VakhrusheVa bailarina do Teatro Marinsky (“Kirov”), formada pela Academia Vaganova (São Petersburgo, Rússia) Novas turmas iniciando em março Baby Class a partir de 3 anos Turmas para adultos iniciantes

Rua esteves Júnior, nº 4, laRanJeiRas informações: 8111-4664 / isolinarabello@yahoo.com.br


divulgação CSI

CSI é bronze em Olimpíada Brasileira de Matemática

Decoração natalina

Trigêmeos

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A antiga aluna Daniela Maximiliano (2002) informa o nascimento de seus trigêmeos: Beatriz, Alice e Bernardo. O parto foi no dia 11 de agosto de 2012. Segundo ela, a demora na comunicação tem uma explicação: “não tem sobrado muito tempo para mim depois da chegada dos três”. Desejamos felicidades para a família e muita saúde para todos.

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Álbum de família

Pelo primeiro ano, o colégio decorou sua fachada para o Natal. Um presépio de luzes foi montado com o objetivo de resgatar o sentido cristão do Natal, uma festa que foi apropriada pelo comércio nos últimos anos, afirma o reitor do Santo Inácio, padre Luiz Antonio Monnerat. O painel de seis metros de largura por quatro de altura recebeu 44 mil lâmpadas representando a Sagrada Família e outras figuras que compõem o presépio. Por sinal, o primeiro foi criado em 1223, por São Francisco de Assis, numa floresta da região de Greccio, na Itália, onde passou a véspera de Natal.

O jovem Pietro Motta Geronimi, do sétimo ano, ganhou a medalha de bronze pelo resultado de sua participação na 34ª Olimpíada Brasileira de Matemática, que reuniu estudantes de todo o Brasil. Mais de 3,5 mil escolas das redes pública e privada, além de 155 instituições de ensino superior, participaram da competição, que teve mais de 200 mil jovens inscritos. Todos os premiados podem entrar na seleção para formar as equipes que representarão o Brasil em diversas competições internacionais de matemática ao longo de 2013.

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antigos alunos

Novos e velhos antigos alunos A primeira revista do ano será aberta com uma homenagem aos mais novos antigos alunos do Colégio Santo Inácio: os formandos da turma de 2012. Esperamos que eles se espelhem no pessoal da turma de 1942, que esteve no colégio no fim do ano passado para comemorar os 70 anos do fim de seu curso ginasial. Capitaneados pelo antigo aluno Evaldo de Souza Freitas, o grupo já comemorou os 50 e os 60 anos da formatura, sempre nas dependências do colégio. “Emocionados, revivemos os momentos passados nas salas de aula e nos corredores do nosso colégio, trazendo de volta às nossas mentes as lembranças e as reminiscências que o tempo jamais apagará”, diz Evaldo, em nome dos colegas. A turma, por sinal, nos enviou o texto lido durante a missa de comemoração e que publicamos aqui ao lado, esperando que o exemplo destes senhores sirva de inspiração aos mais jovens.

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Fotos: Divulgação CSI

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Formandos da turma ginasial de 1942 se reúnem no saguão do colégio para a foto de recordação. Os 70 anos da conclusão do curso foram celebrados com uma missa

Texto da turma de 1942

Pedro Motta Lima

Estamos a viver, no dia de hoje um momento muito especial, repassado de saudades e de recordações, e que trazem de volta às nossas mentes as lembranças do nosso Colégio Santo Inácio. Impossível negar que, ao cruzarmos estes portais e ao caminharmos por estes corredores, não fomos, todos nós, sem exceção, tomados por indizível emoção, e que os nossos corações se povoaram de mil e uma lembranças e de reminiscências que o tempo não apagou e que a poeira dos anos jamais cobriu. Sonhos, ilusões e ideais que habitavam nossas cabeças juvenis parece que – de repente – estão de volta , ganharam vida e movimento, em um emocionante retorno a um passado que marcou as nossas vidas, modelou as nossas mentes, forjou o nosso caráter e alegrou os nossos corações. Obrigado, Colégio Santo Inácio por tudo isto! Obrigado aos nossos pais, aos nossos padres amigos, aos nossos mestres e professores que nos ensinaram – com paciência e compreensão – a trilhar os caminhos da vida e que de jovens nos fizeram homens!

Por fim, que DEUS permita que, no dia de hoje, os nossos companheiros que já se foram possam descer até aqui e, conosco, também partilhar desses momentos de intensa alegria e inegável emoção. Obrigado, Senhor!

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Na página ao lado a formatura da turma de 2012. Além dos diplomas, os jovens receberam um Sino de recordação. O quadro dos novos antigos alunos já está no hall do colégio, onde ficará até o final deste ano

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Obrigado ao bom DEUS que nos permitiu chegar até aqui para colher, nesse momento inesquecível, os frutos de uma amizade que um dia Ele plantou em nossos corações.

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Obrigado aos queridos Colegas por essa amizade que não se perdeu nas curvas das estradas da vida e que aqui se faz presente SETENTA anos passados!

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balanço ASIA 2012

Investimento em

educação

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o ano que passou, a Associação dos Antigos Alunos direcionou seus investimentos aos projetos sociais ligados à educação. E o foco deve permanecer o mesmo em 2013. Foram investidos R$ 430 mil na reforma do prédio que abriga a Unidade de Atendimento ao Pré-Escolar (Unape) e os cursos do Centro de Complementação Escolar (CCE), projeto que tem o importante apoio da Petrobras. O prédio, que fica no Morro Dona Marta, ganhou uma grande sala multiuso com uma cozinha só para ela. “O espaço é usado tanto para aulas de capoeira,

futebol e tecido, como para e de tecido, como para atividades culturais e reuniões da comunidade - o espaço não é alugado para festa e afins. Além disso, as crianças ganharam novas salas de dança e judô, a cozinha e a despensa foram inteiramente reformadas, a sala de computação foi melhorada e recebeu 15 novas máquinas e o terraço também passou por obras. “Também refizemos a caixa d’água e pintamos todo o prédio”, complementou a vice-presidente da Asia, Maria José Bezerra, lembrando que foram resolvidos alguns problemas de tubulação. As obras já fizeram com que a associação pudesse

No ano passado a Asia direcionou seus esforços para a área Rafael Wallace

aumentar o número de crianças atendidas pelo projeto social. O CCE passará das 120 vagas para 180. Para este ano, estão programadas mudanças na Casa Santa Marta, que recebe crianças de 4 meses a 2 anos de idade. “As obras já começaram. Vamos mudar todo o terraço, que será ampliado e ganhará uma parte coberta maior, afinal é o espaço usado para eles brincarem. Trocaremos a caixa d’água, teremos mais chuveiros, aumentaremos a área administrativa e vamos definir o que fazer com um espaço anexo à casa”, explicou Maria José.


Rafael Wallace

ATENDIMENTOS E EXAMES EM 2012 Ressonancia Magnetica 11.593 Ultra sonografias 16.406 Mamografias 10.039 Ergometria 1.573 Ecocardiograma 1.984 Eco Venoso e arterial 1.656 Endoscopia 1.793 PAAF (punção aspiratória por agulha fina) 203 Atendimentos ambulatorias 26.048 Fonoaudiológicos 6.541 Psicológicos 3.208 Odontológicos 1.117 Preventivos 5.169 Exames laboratoriais 39.838* Audiometrias 291 Total 127.459 *

Atendimentos do projeto Imagem Solidária e do Ambulatório São Luiz Gonzaga continuam crescendo

exames em 6.042 pessoas Divulgação Unape

Divulgação Unape

A reforma de uma sala possibilitou a prática de judô entre as crianças que frequentam o prédio. O espaço também é usado para outras atividades, como dança e música

Ao lado do prédio foi criada uma espécie de sala multiuso, que abriga aulas de capoeira, futebol e tecido, mas também eventos culturais e reuniões comunitárias. Ao lado do espaço foi feita uma cozinha, também independente do prédio

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Reúna suas amigas para uma festa inesquecível, com direito a unha, maquiagem, cabelo, desfile e a decoração no seu tema preferido

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Faça a festa no salão de beleza!

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Fotos: Divulgação Unape

Pedro Motta Lima

O terraço passou por uma grande reforma. A quadra foi totalmente refeita e ganhou nova pintura

A reforma deixou a cozinha mais espaçosa. Na foto as funcionárias fazem limpeza, preparando o espaço para o início das aulas

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Crianças aproveitam o espaço multiuso para as aulas de tecido

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Além de novas máquinas, o espaço passou por alterações físicas. Professores ganharam mesa no meio da sala

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FUNCIONÁRIOS DA ÁSIA Unape 54 Ambulatório e imagem solidária 38 Casa Santa Marta 18 administrativo 3 Total 113


Exposição que fez sucesso no shopping Nova América vai ocupar novo espaço de prédio da Asia no Santa Marta

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Fotos: Pedro Motta Lima

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novo espaço criado no prédio que a ASIA mantem no Morro Santa Marta receberá neste mês a exposição “Tandem - homem x mundo”. Com o objetivo de mostrar a história do planeta, o surgimento do homem e a relação entre os dois, a mostra gratuita ficará aberta até o dia 18 de março, de segunda a sexta, das 8h às 17h30. Montada pela primeira vez, no ano passado, no Shopping Nova América, a exposição será adaptada para o novo espaço. “Lá nos tínhamos mil metros quadrados. Traremos a mesma ideia, a proposta, mas teremos que nos adequar ao espaço”, explica Diogo Rezende, sócio da produtora M’Baraka (www.mbaraka. com.br), responsável pelo projeto. A comunidade do Santa Marta e quem mais visitar a exposição terá a oportunidade de refletir sobre a harmonia e a sustentabilidade do planeta. Baús e gavetas vão apresentar as grandes invenções da humanidade - as boas e ruins - e projetos para um futuro melhor. “Termos a bomba atômica, vacinas... e algumas ideias para vivermos em harmonia”, explica Diogo. Segundo ele, a proposta vem de 2005. “Na época montamos algo bem pequeno e sentimos que o projeto tinha potencial. Montamos, então, equipes para realizarem a pesquisa. Precisávamos de professores, de pessoas da área”, recorda-se. O passo seguinte foi viabilizar o projeto, usando as leis de incentivo. Conseguiram o apoio da prefeitura do Rio, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Chemtech e da Universidade Estácio. “No projeto que fizemos, já constava uma contrapartida por parte da produtora que era levar a exposição para uma comunidade. Uma das nossas produtoras conhece pessoas ligadas à projetos sociais aqui no Santa Marta e acabamos chegando a este espaço”, explica Rezende

cultura

A vez do morro

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artigo

Minimalismo quando menos pode ser mais

Por Paula Abreu* (94) paulainnyc@gmail.com

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os últimos anos, a busca por uma vida mais simples e minimalista se espalhou rapidamente pelo mundo. Alguns atribuem o ressurgimento dessa filosofia de vida à crise econômica Norte-americana, mas é fato que se nota efeitos dela por todo o mundo, incluindo países que estão em franco crescimento. A definição de minimalismo ou simplicidade pode variar, mas em geral gira em torno de uma decisão consciente de apenas possuir aquilo de que verdadeiramente precisa. Por isso mesmo, alguém se torna minimalista a partir do momento em que se auto-define como minimalista. Daí em diante, a pessoa passa a repensar suas escolhas quanto à aquisição de bens de consumo, conscientemente comprando menos e repensando suas prioridades. Enquanto para os menos radicais significa repensar o mundo de tralha que já está dentro de casa, esvaziar os armários e, nesse exercício, redescobrir do que verdadeiramente gosta, repensar suas prioridades e reorganizar a vida para ter mais daquilo que ama e

menos do que é desnecessário, para os mais radicais pode significar viver de uma mochila

de eu tenho pra viver a vida que eu sempre quis, fazendo o que eu amo.

e viajar pelo mundo com pouco dinheiro. Algumas coisas são comuns a todos que buscam o minimalismo: pensar com mais cuidado sobre o que se consome, priorizando despesas e novas aquisições; pensar sobre o que já possui e decidir o que deve ser vendido, doado ou jogado fora por não ser necessário ou útil; conscientemente incluir na vida mais atividades e experiências que tragam felicidade, em vez de ocupar esse tempo/espaço com “coisas”. Alguns benefícios do minimalismo Quando a gente ouve falar de minimalismo ou simplicidade a gente pensa em “vazio” – que não é lá muito encantador -, mas o certo é a gente pensar em “espaço”, que é uma coisa que todo mundo gostaria de ter mais: espaço nos armários, nas agendas, pra pensar, pra brincar, pra se divertir com os nossos filhos, pra experiências novas. Me tornei minimalista há cerca de nove meses e, nesse meio-tempo, observei na prática alguns dos benefícios desse novo estilo de vida: • Liberdade – Fiquei por anos escravizada a um emprego que não me fazia feliz porque, a cada vez que eu considerava sair, eu pensava: “mas eu preciso do dinheiro pra comprar/manter as minhas coisas”. Até o dia em que eu me dei conta de que estava abrindo mão da minha liberdade e trabalhando numa coisa que não me fazia feliz pra poder comprar ou manter coisas de que eu não precisava ter. Hoje, quanto mais feliz eu sou com menos, mais liberda-

• Tempo – Quanto menos coisa você tem, menos você precisa dedicar o seu tempo a limpar, organizar, fazer manutenção, cuidar de coisas. Adivinha o que você pode fazer com todo o tempo livre que resulta do minimalismo? Coisas que você realmente ame e que te façam verdadeiramente feliz. • Economia – Quando a gente fala em economia como conseqüência do minimalismo, as pessoas imediatamente fazem o raciocínio lógico de “claro, se você não compra uma coisa, você economiza o dinheiro”. Mas é mais que isso. Porque além de comprar uma coisa, você paga pelo espaço que essa coisa ocupa na sua casa, você paga manutenção, limpeza, etc. Pense nos custos, por exemplo, de um carro e você claramente verá que eles não se limitam ao preço do carro em si. • Auto-conhecimento – a partir do momento em que você deixa de se definir pelo que você tem, você passa a buscar entender quem você é. E, olhando pra trás, pra coisas que você tinha e que imagem você estava querendo que elas passassem pro mundo, você consegue ter uma boa ideia de muita coisa sobre você mesmo. Às vezes, não é fácil e nem bonito o que você vê, mas é o primeiro passo pra você assumir as rédeas de você mesmo e ser uma pessoa melhor. • Relacionamentos mais verdadeiros – quando você não se define mais pelo que


Que tal fazer uma experiência? Para. Se olha no espelho e se pergunta: o que você está fazendo com a sua vida? Está seguindo o que todo mundo segue? Gostando do que todo mundo gosta? Simplicidade é se perguntar: isso é bom pra mim? É disso que EU gosto? É isso que me faz feliz? Se não for, a simplicidade ou o minimalismo é o que vai nos dar a força interna de dizer não a essas coisas (olha aí de novo o desafio de dizer não!) e fazer da nossa casa – e da nossa vida – um lugar mais simples, limpo, organizado, agradável e cheio só de coisas que a gente curte e ama. Que tal olhar em volta com uma atitude crítica e repensar o que você tem, se perguntando o que cada uma dessas coisas traz para a sua vida? Elas são úteis? São belas? São emocionais, aspiracionais? Trazem felicidade? Ou são apenas “coisas” que estão ocupando espaço e custando. Que tal buscar mais liberdade e felicidade possuindo menos?? * Escritora, mãe do Davi, corredora e viciada em pipoca. Escreve no blog www.facebook.com/ MyBetterLife e no www.escolhasuavida.com.br.

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pamentos e materiais que a gente compra de esportes, hobbies, coisas que gostaríamos de fazer mas acabamos não fazendo por falta de tempo, de dinheiro, de força de vontade, de coragem, habilidade, etc. No meu caso, por exemplo, me livrei de toneladas de tecidos que eu nunca teria tempo ou saco de costurar, e materiais de scrapbooking que eu nunca usaria porque não tenho paciência e, hoje em dia, não acho mais tão bonito.

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Por onde começar Uma forma muito boa e (quase) indolor, porque tem um critério objetivo muito simples, é a seguinte: jogue fora tudo o que está quebrado e não pode ser consertado (ou não vale a pena ser). Exemplos de coisas quebradas que a gente vai deixando pela casa e que podem ser o nosso primeiro passo no maravilhoso mundo do “destralhe”: eletrodomésticos, móveis (vale a pena consertar, muitas vezes, mas tem que ter a atitude e fazer de uma vez!), relógios, pratos, potinhos de geladeira, sapatos. Às vezes custou caro, é de estimação, ganhamos de alguém querido, estamos por algum motivo apegados. Mas, atenção: quebrou! Se não tem conserto, a solução é o lixo. Feito isso, um segundo passo importante é entender o papel das coisas que temos. Algumas coisas são úteis, ou seja, nos servem para algum propósito específico. Estas, em geral, podem ficar na hora da arrumação, desde que estejam em bom estado e capazes, portanto, de servir ao fim a que se destinam. Não adianta ter utensílios tecnológicos e super modernos só que quebrados, por exemplo – e aí voltamos ao primeiro passo: o que está quebrado precisa ir embora. Também não adianta ter coisas com uma

função da qual não precisamos, ou precisamos muito pouco (uma ou duas vezes no ano). Essas coisas estão ocupando um espaço precioso na nossa casa à toa. E espaço, como já vimos, custa dinheiro. Com um pouco de criatividade, podemos resolver as poucas ocasiões no ano em que precisarmos destes objetos. Por exemplo, podemos pegar emprestado com parentes ou amigos, ou alugar. Existem também as coisas belas, que são as coisas que, mesmo sem ter muita – ou nenhuma – utilidade prática, nós ficamos felizes de admirar. A pegadinha das coisas belas é avaliar se nós ainda as achamos belas. A coleção de gatinhos que ocupa metade do meu bar já não me diz muita coisa, por exemplo. Já não gosto mais, também, de algumas gravuras que emoldurei no passado. Essas coisas merecem novos donos, e eu mereço o meu precioso espaço de volta. Algumas coisas não são úteis nem belas: são emocionais. Eu guardo cartinhas dos meus avós quando namorados, cartões de aniversário do meu falecido pai pra mim, as roupinhas que meu filho usava quando o adotei (e as minhas também). Quanto a essas coisas, a gente tem que olhar e se perguntar se precisam estar na nossa vida fisicamente para termos as lembranças que elas nos trazem. Às vezes sim, às vezes não (oi pra você que guarda todas as agendas dos tempos de colégio, coleção de papel de carta e ingresso de show de rock da adolescência!). Por fim, existem as coisas “aspiracionais”, que são coisas que nos remetem ao que gostaríamos de ser ou fazer. São os equi-

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você tem, mas sim pelo que você é, você começa a enxergar a superficialidade das suas relações com algumas pessoas que te julgam apenas pelo que você tem. Naturalmente, você começa a buscar relacionamentos mais profundos e verdadeiros. Essa “reciclagem” é saudável.

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capa

O bom filho... Antigos alunos funcionários do colégio falam do prazer de trabalhar no ambiente onde estudaram e afirmam que adaptação foi mais simples

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ara muitas pessoas o primeiro dia de trabalho é um momento de tensão: novos colegas, ambiente desconhecido e a necessidade de se adaptar. Para outros, no entanto, pode ser apenas uma volta a um ambiente bastante familiar. Esta é a realidade para 41 antigos alunos do Colégio Santo Inácio que, depois de formados, voltaram a frequentar a Rua São Clemente 226, em Botafogo, mas desta vez como funcionários da escola. Em vez da velha caderneta, que já não existe nos dias de hoje, o crachá.

A nossa lista começa pelo diretor administrativo-financeiro da escola, Jorge Alberto Torreão Dáu. Após se formar em 1976 e cursar engenharia eletrônica e de sistemas na PUC, onde também fez seu mestrado, Dáu foi para o mercado de trabalho. Apesar de, nas férias de 1977, ter dado aulas de matemática para alunos do CSI que ficaram de recuperação, sua intenção não era ser professor. Passados 20 anos, acabou voltando ao colégio para, inicialmente, dar aulas de ensino religioso (explicamos depois, mas é religião

mesmo). Trabalhou na formação cristã e foi coordenador de série até assumir seu cargo atual. “Percebi que apesar de não ser muito falada para os alunos, os valores e até mesmo a espiritualidade inaciana estavam em mim. Além disso, ter carinho pelo local onde se trabalha é muito bom. Foi fácil me entrosar”, conta ele, que tem duas filhas, ambas já formadas no colégio. Enquanto Dáu se tornou funcionário por acaso, para o professor de Educação Física e antigo aluno, Marcos Marinho, trabalhar no Santo Inácio era um objetivo


Fotos: Pedro Motta Lima e Reprodução

O professor de educação física Marcos Marinho no novo centro esportivo do colégio (na página ao lado) e na sua foto de formatura. Ele guarda todas as suas cadernetas de época de aluno

Marcolino Muniz, de desenho geométrico e geometria. “Quando nasci meus pais já trabalhavam no colégio. Quando me formei em desenho industrial, procurei vaga na pastoral do colégio, mas para trabalhar na minha área. Queria muito voltar àquele ambiente. Sinto-me em casa no Santo Inácio. O vínculo é muito forte. Meus dois irmãos também estudaram aqui e meu filho vai entrar neste ano”, conta ela, que se adaptou rapidamente à rotina de funcionária. “Já conhecia todo mundo. Foi muito mais fácil para mim do que para uma grande amiga minha que não era antiga aluna. Além disso, não há como negar que há diferença entre trabalhar aqui e em outros colégios. Dou aulas em outro lugar e sei como é”, garante. Mas toda esta satisfação em trabalhar no colégio, não exime os profis-

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fevereiro 2013 março 2012

há 25 anos trabalhando para você descansar

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ligar”, diverte-se. Assim como outros antigos alunos que trabalham na escola, Marinho destaca o sentimento de pertencimento como o diferencial de se trabalhar onde se estudou. “Também dou aulas em escola municipal. É uma outra realidade, apesar dos alunos serem bem parecidos. Mas a diferença maior está na relação que tenho com o colégio. Quando estudante, aproveitei a pastoral, fazia teatro, praticava esportes... e tento passar para a garotada como isto foi bacana para mim e pode ser legal para eles”. A professora de religião e antiga aluna da turma de 96, Renata Muniz, também aproveitou intensamente o colégio. No caso dela, os laços com o colégio já existiam antes mesmo de seu nascimento, pois os pais eram professores na escola Regina Muniz, de português, e Ernando

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a ser alcançado. “Sou da turma de 1985. Quando me formei na faculdade, em 1989, a primeira coisa que fiz foi deixar meu currículo aqui no colégio, pois esta era minha vontade desde que entrei no curso de Educação Física”. A contratação, no entanto, só veio em 1992. “Cheguei a participar de um processo seletivo, mas me disseram que era importante ter experiência em uma escola menor. Fui trabalhar, então, em um colégio no Engenho de Dentro, mas pensando no Santo Inácio”, conta o antigo aluno. Marinho lembra que, apesar de conhecer muito bem o ambiente, na primeira semana de trabalho no CSI ficou bastante tímido - afinal até bem pouco tempo seus novos colegas eram seus mestres. “Apesar de ter telefone na sala dos professores, eu ia até o orelhão para

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o contador da Associação Nóbrega de Educação e Assistência Social (Aneas) - instituição que reúne os 15 colégios da Rede Jesuíta de Educação - estava precisando de um assistente. “Tentei a vaga e consegui. Enquanto estive lá, no entanto, não tinha muita relação com o colégio, pois trabalhava em outro endereço e com a consolidação das contas da mantenedora, cuja existência eu até então desconhecia”, conta. Com a transferência da Aneas para São Paulo, Daniela acabou sendo transferida para o colégio onde estudou por toda a vida. “Tenho um carinho especial pelo Santo Inácio e ainda encontro muitas pessoas da época em que estudava aqui. Foi muito legal Renata Muniz (na ponta esquerda da fileira de baixo) na 4º série, com a professora Norma, que passou a ser sua colega de trabalho. “Difícil é não chamá-la de tia”, diverte-se a professora de ensino religioso

sionais da cobrança. “Ser antigo aluno é levado em consideração nas seleções apenas como critério de desempate. Nunca contrataríamos um funcionário menos qualificado só porque estudou no colégio”, afirma o diretor geral. Segundo Renata Muniz, até na cobrança ser antigo aluno ajuda. “Quem estudou aqui já está acostumado ao estilo dos jesuítas, de busca pela excelência e envolvimento. O trabalho é levado a sério e são muitas as responsabilidades”,

garante. A contadora Daniela Nejaim reforça: “Há um compromisso muito forte entre os profissionais da escola, principalmente entre os ex-alunos. Fazer o melhor possível é uma forma de retribuir pela formação que recebi enquanto estudei aqui”, acredita. Formada em 1994, Daniela é mais uma das que voltaram ao Santo Inácio por acaso - “mas achei ótimo”. Ela se formou em contabilidade em 1998 e soube, através de um tio jesuíta, que

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Daniela Nejaim trocou o lápis e os cadernos pelos computadores do setor de contabilidade do colégio

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rever as pessoas. E a adaptação foi bem mais fácil”, recorda ela, que desde 2010 voltou a frequentar a escola diariamente, desta vez como contadora. Recentemente o Santo Inácio também voltou a fazer parte da vida da antiga aluna e psicóloga Izabela Fischer. Desde o ano passado ela é a responsável pela relação entre o colégio e seus antigos alunos, entre outras funções que possui, tais como a de organizar eventos como o Arraial da Solidariedade Inaciana (Arsoi), o lucernário, as formatura e, neste ano, o Magis, que é o Encontro Mundial dos Jovens Jesuítas, que antecede a Jornada Mundial da Juventude. “É a primeira vez


Engenharia, religião e direção

Obras de arte

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O convite não chegou a ser uma surpresa para Dáu. Mas ele nunca imaginou que seria chamado para dar aulas de ensino religioso. “Achei estranho, mas acreditavam que eu estava apto, pois tinha feito o curso do Centro Loyola e já frequentava há anos os grupos de oração...”, explicou. Começou com três turmas do 9º ano, em 2004. No ano seguinte, mais sete. “Pedi uma redução de jornada na empresa onde trabalhava e fui acumulando. Em 2006, no entanto, me convidaram para trabalhar na formação cristã. Larguei a Engenharia”, conta. Mas não por muito tempo. Em 2009 assumiu uma coordenação de série, posto que ocupou até o primeiro semestre de 2011, quando veio o chamado para assumir a direção. “Neste meu cargo atual uso muito mais a engenharia, o que é interessante. Talvez meu potencial esteja melhor aproveitado. Mas admito que tenho saudades de ser coordenador, apesar de estar feliz nesta função”, garante.

(21) 9609-8933

crisbrasilbolos@gmail.com |

O atual diretor administrativo-financeiro da escola, Jorge Dáu, nunca ficou muito distante do Santo Inácio. Desde 1985, quando se casou com uma colega de colégio - “somos um daqueles casais formados nestes corredores” - passou a frequentar as missas. “Mas nunca havia me envolvido em trabalho voluntário ou encontros de casais. Foi quando uma tia minha faleceu e a missa foi rezada pelo padre Rigolim, aqui do colégio. Acabamos entrando na CVX (Comunidades de Vida Cristã). Minha esposa trabalhou por seis meses na Pastoral e já realizava trabalho voluntário na Unape, onde ficou por 15 anos. Em um retiro, tive uma experiência muito forte de Deus e comecei a orientar um grupo de oração. Foi quando percebi a importância da pedagogia inaciana para se trabalhar com jovens. Comecei a fazer uma complementação pedagógica para dar aulas de matemática e paralelamente iniciei o curso de teologia do Centro Loyola. Foi quando me convidaram a dar aulas no colégio”, conta.

deliciosas!

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Jorge Dáu em dois momentos: na foto que está em seu quadro de formatura e atualmente, em foto tirada no pátio do Sino

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Marinho organiza noite esportiva para antigos alunos

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A relação do professor de Educação Física Marcos Marinho com o colégio foi um dos ingredientes para que ele organizasse o Festival Inaciano de Handebol, que acontece anualmente e, em 2013, vai para sua 8ª edição. Responsável pela equipe da

ano ele pretende fazer o primeiro festival femino. “Passei a treinar as meninas e tentarei fazer o mesmo para eles”, conta. Os antigos alunos amantes da modalidade mantêm contato pelo Facebook e aguardam ansiosos pelo encontro anu-

escola na modalidade, ele convida os antigos jogadores para participar da brincadeira. “É uma forma que encontramos de manter os antigos alunos em contato, entre eles e com o Santo Inácio. O pessoal que gosta de futebol sempre organiza as peladas. Com o handebol é mais complicado”, afirma. E este

al. Uma taxa de R$ 5 por participante garante a contratação de um árbitro da federação e um lanche de confraternização. “Formamos de 5 a 6 times e jogamos entre nós, sem a preocupação de ter um vencedor no final. São partidas de 10 minutos”, explica.

Izabela Fischer em sua sala de trabalho, onde recebe os antigos alunos, e durante aula de Biologia (na primeira carteira), no terceiro ano, enquanto a turma brincava com o professor Linhares

que sou contratada pelo colégio, mas em 1990 trabalhei por seis anos no Centro Pedagógico dos jesuítas, que ficava aqui no Rio de Janeiro. Fazíamos diagnósticos e consultorias para seis colégios da província, que engloba Rio, São Paulo e Minas Gerais. Havia muitas questões que envolviam o setor de Recursos Humanos. Por conta disso, acabei indo para o Colégio São Luiz, de São Paulo, para gerenciar esta área, onde fiquei até me casar e mudar para os Estados Unidos”, conta Izabela, que é da turma de 1977. Durante a vida profissional, a psicóloga teve contato com muitas grandes empresas - como Mesbla, Petrobras, Dufry -, geralmente como consultora. E não pensa duas vezes ao garantir que não há lugar melhor para se trabalhar do que no colégio onde estudou. “Não é apenas uma questão de carinho. O Santo Inácio tem um olhar mais humano para o seu funcionário. Paralelo à cobrança e ao acompanhamento há uma preocupação com o bem estar espiritual e isto faz com que o relacionamento entre as pessoas também seja melhor”, explica.


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