REVISTA APM #26

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ANO 02 N°08 FEVEREIRO\MARÇO DE 2020

Diretoria APM-Mogi (Triênio 2020/2023)

Presidente: Carlos Eduardo Godoi Marins

Vice - Presidente: Alex Sander José Miguel

1º Tesoureiro: Zeno Morrone Junior

2º Tesoureiro: Thiago Veras Pinto Pires

1º Secretário: José Shiro Higashi

2º Secretário: André Luiz Pupo

Diretora da Sede Associativa: Pwa Tjioe K. Tjim

Diretor Científico: Antonio dos Santos

Taveira Filho

Diretor Cultural: José Carlos Melo Novaes

Diretor de Comunicação: Guilherme Augusto

Rodrigues do Prado

Diretor Associativo: Pwa Kiong Ping

Diretor Defesa Profissional: Carlos Eduardo Amaral Gennari

Delegado: Abdul Kader El Hayek

Delegado: Péricles Ramalho Bauab

Conselho Fiscal

1º Conselheiro: Julio Batista Cota Pacheco

2º Conselheiro: Alexandre Netto

3º Conselheiro: Anderson Wei Y Pwa

Suplentes: Flávio Isaías Rodrigues, Fabricio Issamu Mochiduky e Carlos Alberto Gallo

Todo conteúdo opinativo da revista Plantão é de responsabilidade de seus autores, devidamente identificados nos artigos.

FEVEREIRO/MARÇO DE 2023
3 FEVEREIRO/MARÇO DE 2020

NOVAS TECNOLOGIAS AUXILIAM NA PERDA AUDITIVA

ENTREVISTA

De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a perda auditiva atinge cerca de 360 milhões de pessoas independentemente da idade. As causas de perda auditiva podem ser as mais diversas, afetando pessoas de todas as idades e em diferentes graus de severidade. Pessoas com perda auditiva apresentam dificuldades na comunicação, impactando

na saúde, na qualidade de vida, no desenvolvimento social e profissional. Contudo, quase 60% das causas de perda auditiva podem ser evitadas com medidas como imunização, assistência materna e neonatal, na qual se inclui a Triagem Auditiva Neonatal Universal.

O tratamento para a surdez depende da sua origem e o fonoaudiólogo

especialista é o profissional apto a orientar sobre o problema identificado e indicar as intervenções necessárias. O fonoaudiólogo tem competência para orientar, por exemplo, sobre a necessidade de uso ou não de aparelho auditivo, além de esclarecer outras eventuais dúvidas. A tecnologia vem sendo um aliado para quem precisa dos apa -

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relhos. Hoje, muito mais modernos, eles são “invisíveis” e podem até ser controlados pelo celular.

Tradicional em Mogi das Cruzes, a Vicente de Camargo Auditivos, anteriormente comandada por Vicente de Camargo, que se aposentou, e, hoje, por sua filha Alessandra Brancaccio, que também é sócia-administrativa da Central da Saúde Auditiva, sabe bem das novidades do mercado. Ela concedeu entrevista para a Revista Plantão sobre o assunto. Leia a seguir.

ACOMPANHAR AS NOVAS TECNOLOGIAS NESSE SETOR É ESSENCIAL PARA VICENTE DE CAMARGO AUDITIVOS?

A.B. A Vicente de Camargo Auditivos é pioneira e líder nos cuidados com a Audição na Região do Alto Tietê. Além da tradição, é uma empresa com 33 anos de história. Desde 1990, ajuda Mogi das Cruzes-SP e região a ouvir melhor, oferecendo Aparelhos Auditivos inovadores, sempre de última geração e tecnologia de ponta da marca Argosy, da parceira Sonova, um grupo Suíço, o maior fabricante do mundo de produtos audiológicos. Oferece também exames auditivos de Audiometria, Imitanciometria, Processamento Auditivo Central e Otoneurológico. O Grupo VCA, carinhosamente chamado, continua inovando

e ampliando seus produtos e serviços. Conta com mais uma unidade em Mogi das Cruzes, no Patteo Mogilar, para realização do exame BERA, realizado com a técnica mais segura que dispensa a necessidade de sedação para pacientes colaborativos, onde também oferece Aparelhos Auditivos da marca Phonak, também do grupo Sonova. Entre os modelos Phonak, está o Lyric, que pode ser usado ininterruptamente e até tomar banho com ele.

QUAIS FORAM AS PRINCIPAIS MUDANÇAS NOS APARELHOS AUDITIVOS DURANTE AS DÉCADAS, DA FUNDAÇÃO DA EMPRESA ATÉ HOJE?

A.B. Desde a fundação até hoje, os aparelhos auditivos mudaram muito. Antes eram analógicos. Hoje são totalmente digitais, menores, leves e oferecem a versão recarregável com bateria de íons de lítio, como a dos celulares. Com os aparelhos recarregáveis, o paciente, pode colocar na tomada ao dormir e retirar somente quando acordar. Há ainda aparelhos com possibilidade de regulagens remotas. É importante salientar que a regulagem remota não dispensa a necessidade de acompanhamentos presenciais e periódicos, mas facilitam para pequenos ajustes. Há ainda um modelo que fica totalmente no canal auditivo, totalmente invisível e que pode ser usado até dormindo ou no banho de chuveiro. É um modelo exclusivo e patenteado da Sonova.

VOCÊ ACREDITA QUE A TECNOLOGIA AUMENTA A AUTOESTIMA DOS USUÁRIOS?

A.B. Com o avanço da tecnologia tem sido possível atender a um número maior de tipos de perdas auditivas, bem como preferências estéticas também. Vários modelos surgiram para maior conforto físico, trazendo leveza e também facilidade no manuseio e manutenção. Os pacientes que usam aparelhos auditivos recuperam ou aumentam sua autoestima devido a autonomia que ganham, tornando-se mais independentes e participativos das conversas e reuniões por exemplo. Aqueles que ainda não usufruem da tecnologia para ouvir melhor, tendem a se isolar e desenvolver outras doenças, como a depressão e o Mal de Alzheimer, por exemplo.

O QUE SE ESPERA PARA O FUTURO DESSE MERCADO?

A.B. A cada 18 meses a 2 anos, a tecnologia sempre avança oferecendo produtos fáceis de manusear, confortáveis e inteligentes, com som muito próximo ao natural e auto ajustáveis aos ambientes.

5 FEVEREIRO/MARÇO DE 2023

CONGRESSO PAULISTA DE NEUROLOGIA: SUBMISSÃO DE TRABALHOS VAI ATÉ MARÇO

Etre os dias 31 de maio a 03 de junho deste ano, a cidade de Santos sediará a 15ª edição do Congresso Paulista de Neurologia. O evento, que será realizado no Blue Med Convention Center, é conhecido por ser um dos mais relevantes e tradicionais da especialidade, e está retornando às atividades presenciais após uma edição on-line – ocasionada pela pandemia de coronavírus.

Até o dia 15 de março, os congressistas terão a oportunidade de submeter trabalhos ou casos clínicos no Congresso, de modo que a avaliação resultará em prêmios estabelecidos pela Comissão Científica do evento aos autores premiados – entregues àqueles que forem considerados os três melhores trabalhos. A atividade tem como objetivo agregar conhecimento, permitir produtiva troca de experiências e estimular a pesquisa no campo das neurociências (terapêuticas ou diagnósticas).

As regras de submissão destacam que os apresentadores devem, obrigatoriamente, estar inscritos no evento e as apresentações dos pôsteres são livres e inteiramente de responsabilidade dos autores, que deixarão a seu critério a abordagem de notas prévias, descrição de casos, métodos de trabalho ou implantações de novos serviços.

Os interessados podem submeter os trabalhos em cinco diferentes atividades, que se dividem entre Desafios em Neurologia – Casos Clínicos; Startups em Neurologia; Ligas; Sessão Survival; e Trabalhos Científicos.

Além disso, as categorias para submissão estão fragmentadas em: Cefaleia; Cognição; Desmielinizante e Neuroimunologia; Distúrbio do Movimento; Doenças Cerebrovasculares; Doenças Neuromusculares; Ensaios clínicos; Epilepsia; Genética; História da Neurologia; Malformações; Neuroinfecção; Neuromuscular; Neuro-Oncologia, Neuroin-

tensivíssimo; Neurologia Geral; Pesquisa básica em neurociências; Reabilitação; Semiologia; Sono; e Trauma crânioencefálico ou Medular.

É válido salientar que tanto médicos e não médicos podem participar, contanto que sejam profissionais alinhados a áreas de contato com a Neurologia. Os trabalhos também podem ser submetidos de forma individual ou em equipe e a escolha dos campeões será feita pela Comissão Julgadora de Pôsteres, de forma suprema, irrevogável e inapelável.

A entrega dos prêmios para os autores será realizada durante o Congresso Paulista de Neurologia, mais especificamente na sessão de Highlights de Trabalhos, que acontece no dia 03 de junho de 2023.

Para mais informações, basta acessar o site www.congressopaulistadeneurologia.com.

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IESAPM LANÇA QUATRO CURSOS DE PÓS- GRADUAÇÃO COM FOCO NA SAÚDE E EDUCAÇÃO

OInstituto de Ensino Superior da Associação Paulista de Medicina está lançando quatro cursos de pós-graduação: MBA de Gestão e Marketing na Área da Saúde; MBA em Gestão de Pessoas e Educação na Área da Saúde; MBA em Desenvolvimento Sustentável e Economia Circular; e MBA em Base Nacional Comum Curricular: Gestão, Docência e Inovação. Os quatro cursos têm carga de 360 horas, mensalidade de R$ 450,00 e podem ser feitos nas modalidades híbrida ou EAD. Contemplam as principais necessidades do mercado, contribuindo para alavancar carreiras e agregar conhecimento aos profissionais das áreas da Saúde e da Educação. Buscam o desenvolvimento de líderes em equipes profissionais destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, programar, executar e avaliar atividades nas áreas hospitalar, da Saúde e da Educação.

MBA DE GESTÃO E MARKETING NA ÁREA DA SAÚDE Tem como objetivo a formação de gestores especializados na administração e estratégia mercadológica para hospitais e demais organizações específicas da área. Aplica métodos e técnicas

de gestão e marketing, desenvolvendo o controle de qualidade e de ESG (Environment, Social and Governance) dos serviços de Saúde.

MBA EM GESTÃO DE PESSOAS E EDUCAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE

O foco deste curso é a formação de profissionais especializados na gestão de pessoas e no desenvolvimento da educação e do conhecimento para hospitais e demais organizações da área. Aplica métodos e técnicas de gestão da educação e do conhecimento no âmbito do treinamento de equipes e da aplicação dos processos exclusivos da área da Saúde.

MBA EM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ECONOMIA CIRCULAR

Visa à formação de gestores especializados no desenvolvimento sustentável e economia circular para hospitais e demais organizações da área da Saúde, conforme definido pela COP-27 da Organização das Nações Unidas (ONU). Foi especialmente elaborado no intuito de ensinar a gerir organizações de Saúde que possam ter impacto ambiental. Durante as aulas, os alunos poderão ad-

quirir a percepção de que modo a economia circular é constituída, visando à preservação do meio ambiente.

MBA EM BASE NACIONAL COMUM

CURRICULAR: GESTÃO, DOCÊNCIA E INOVAÇÃO

O curso, que partiu de uma solicitação de professores que gerenciam escolas do estado na região metropolitana de São Paulo, tem como foco a formação de educadores especializados na Base Nacional Comum Curricular no âmbito da gestão, docência e inovação. Desenvolve educadores destinados a planejar, coordenar, supervisionar, programar, executar e avaliar atividades educacionais nas organizações de fomento do conhecimento por meio da aplicação de métodos e técnicas psicopedagógicas e do conhecimento específicas para organizações da Educação e conhecimento.

Para matricularem-se, os interessados necessariamente precisam ser formados em pelo menos uma graduação – independente da área de atuação. Acesse o site iesapm.org.br para mais informações.

MINISTÉRIO DA SAÚDE VAI DISTRIBUIR 150 MIL TESTES

Apartir desse mês, o Ministério da Saúde dará início à distribuição de 150 mil testes rápidos para o apoio ao diagnóstico da hanseníase no Sistema Único de Saúde (SUS). O anúncio da medida foi feito durante a cerimônia de abertura do seminário “Hanseníase no Brasil: da evidência à prática”, que ocorreu no último dia 24 de janeiro. A entrega dos testes coloca o Brasil como primeiro país no mundo a ofertar insumos para a detecção da doença na rede pública.

Em sua fala, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância da iniciativa. “Hoje, o Ministério da Saúde anuncia a entrega dos testes que são fruto de pesquisas realizadas por instituições brasileiras. O teste rápido pela Universidade Federal de Goiás e o PCR pela Fiocruz e Institutos de

Biologia Molecular do Paraná”, explicou a titular da pasta.

As unidades serão destinadas às pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com casos confirmados da doença e serão de dois tipos: o teste rápido (sorológico) e o teste de biologia molecular (qPCR). Uma terceira modalidade, de biologia molecular (PCR), também será ofertada pelo SUS e vai auxiliar na detecção da resistência a antimicrobianos. As três tecnologias foram incluídas no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da doença em julho do ano passado. A ministra reforçou a importância de se combater a desinformação e o preconceito, de batalhar pela transversalidade de atuação do Ministério e enfatizou que a hanseníase é uma doença curável. “Não é apenas a doença que é

negligenciada, mas também as pessoas. Por isso esse seminário é tão importante. O esforço conjunto no combate à infeção é essencial para vencer uma doença que, historicamente, é carregada de estigma”, comentou.

TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO

Outra novidade apresentada no seminário foi o AppHans, que será usado para a construção de uma política pública de maior acesso e com mais tecnologia. O objetivo do Ministério da Saúde é, com o aplicativo, oferecer conteúdo textual e visual para apoiar os profissionais de saúde no diagnóstico, tratamento, prevenção de incapacidade física e reações hansênicas. Durante o evento, os participantes conheceram

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RÁPIDOS PARA ENFRENTAMENTO À HANSENÍASE

a versão Beta do aplicativo e tiveram espaço para apoiar o MS com sugestões para consolidação das versões para Android e iOS, antes que a versão final seja disponibilizada para o usuário.

A perspectiva é que os estados fomentem a implantação do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase (PCDT), com novos testes nos municípios, apoiados pela definição da linha do cuidado da doença e alinhada à adoção das ações propostas na Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2023-2030, de forma a possibilitar o alcance das metas, que são:

1. Reduzir em 55% a taxa de casos novos de hanseníase em menores de 15 anos de idade até 2030 – levando em consideração o ano-base de 2019, 3,44 casos novos por 100.000 habitantes;

2. Reduzir em 30% o número absoluto de casos novos com Grau de Incapacidade Física 2 (GIF2) — quando o paciente apresenta lesões consideradas graves nos olhos, mãos e pés — no momento do diagnóstico de hanseníase até 2030 – levando em consideração o ano-base 2019, que registrou 2.351 casos novos com GIF2 no momento do diagnóstico;

3. Dar providência a 100% das manifestações sobre práticas discriminatórias em hanseníase registradas nas Ouvidorias do SUS.

PARA ALÉM DO JANEIRO ROXO

Tradicionalmente, o mês de janeiro é destinado às ações e estratégias de enfrentamento à han-

seníase e luta pelos direitos das pessoas infectadas. No entanto, o governo pretende que a pauta seja debatida durante todo o ano e, por isso, o compromisso de levar o diagnóstico, informações, cuidados e o tratamento aos pacientes. “A hanseníase tem cura! O Brasil não pode continuar com a triste referência de segundo país no mundo com maior número de novos casos da doença”, ressaltou, em outra oportunidade, Ethel Maciel, titular da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS).

A pasta aponta que nos últimos 11 anos, considerando a série histórica da taxa de detecção de 2010 e 2021, a hanseníase apresentou padrão de redução com pequenas mudanças no período de 2017 a 2019, o que pode ser associado ao fomento de capacitações dos profissionais da Atenção Primária à Saúde com a estratégia de busca ativa dos contatos e de casos suspeitos na comunidade, apoiados pela epidemiologia espacial.

Entre 2020 e 2021 ocorreu a maior redução da taxa de detecção geral, no entanto, o número pode estar relacionado aos efeitos da sobrecarga dos serviços de saúde e pelas restrições durante a pandemia da Covid-19. Vale lembrar que durante os dois primeiros anos de crise sanitária do Sars-CoV-2, os diagnósticos da doença reduziram cerca de 35%.

BRASIL SEM HANSENÍASE

A Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2023-2030 apresenta a visão de um Brasil sem a doença. Para tanto, é encorajado

e apoiado que os 75,03% dos municípios do país com casos notificados no período de 2015 e 2019 intensifiquem as ações de enfrentamento, buscando envolver os setores de saúde, educação social, bem como incentivo aos 24,97% dos municípios que não apresentaram casos a adotar medidas específicas para aprimoramento da vigilância em saúde e para a prevenção de incapacidades físicas decorrentes da hanseníase. O documento parte de uma construção tripartite, com a participação de diferentes entidades do setor, e busca apoiar as ações de luta contra a hanseníase.

O QUE É A DOENÇA?

Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa e de evolução crônica, que atinge principalmente os nervos periféricos, a pele e as mucosas. A infecção pode causar lesões neurais, danos irreversíveis e depende de um diagnóstico precoce para evitar o desenvolvimento de sequelas.

Em 2022, mais de 17 mil novos casos foram diagnosticados no país, segundo levantamento preliminar realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde. Devido à alta quantidade de registros anuais, a doença ainda é considerada um problema de saúde pública e a pasta estabelece como medida obrigatória o aviso compulsório e investigação dos casos suspeitos.

9 FEVEREIRO/MARÇO DE 2023 TESTES

DIA MUNDIAL DO CÂNCER

Pesquisadores do INCA projetam queda de 28% na probabilidade de mortalidade prematura por câncer de pulmão em homens, entre 30 e 69 anos, no Brasil, no período de 2026 a 2030. Esse e outros dados constam no artigo As metas de desenvolvimento sustentável para o câncer podem ser cumpridas no Brasil? divulgados no último dia 2 de fevereiro, na sede do Instituto no Rio de Janeiro, durante evento de celebração ao Dia Mundial do Câncer, que este ano usa o tema “Unir Vozes”.

O trabalho, publicado na revista científica Frontiers in Oncology, em janeiro, comparou as mortes entre 2011

e 2015 com as projeções de mortalidade prematura por câncer de 2026 a 2030.

A pesquisa indica uma possível redução nacional de 12% na probabilidade em homens, e de 4,6% em mulheres. O câncer de pulmão em homens ganha destaque com previsão de queda de 28% no recorte nacional. “Esse tumor, em relação aos outros 24 analisados, é o que mais se aproxima de um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas, que visa reduzir em um terço a mortalidade entre pessoas de 30 a 69 anos por doenças crônicas não transmissíveis”, enfatizou a pesquisadora da Coordenação

de Prevenção e Vigilância do INCA (Conprev) Marianna Cancela.

Em homens, o tumor de pâncreas pode apresentar aumento de probabilidade de morte prematura de 2,3% para o Brasil, chegando a 17% no Nordeste.

Para as mulheres, a projeção revela redução de 11,5% na probabilidade de mortalidade prematura em todo o território nacional por câncer do colo do útero. As taxas na região Norte, no entanto, preocupam por apresentarem incidência alta: 25 mortes a cada 100 mil mulheres. Para o

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DE MORTALIDADE PREMATURA POR CÂNCER DE PULMÃO EM HOMENS
28% CAPA
PROBABILIDADE
CAI

câncer de mama, tumor que mais mata mulheres no País, a previsão é de estabilidade. Somente no Sudeste a previsão indica a redução da probabilidade de morte prematura de 4%, enquanto nas outras regiões o aumento estimado varia de 1% (Sul) a 25,6% (Norte).

Entre os tipos de câncer analisados, destaca-se ainda o de intestino, também conhecido como colorretal ou de cólon e reto. Se a situação continuar semelhante à observada em 2015, há probabilidade de aumento de 10% na mortalidade prematura. O pior cenário foi projetado entre os homens da região Norte (+52%), e entre as mulheres na região Nordeste (+38%).

A consultora Nacional de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Larissa Veríssimo, destacou que o câncer ainda é “a segunda principal causa de morte nas Américas [1,4 milhão de mortes anuais] e são 3,4 milhões de novos casos ao ano [segundo estimativas de 2020]. Os casos de câncer e as mortes mostram um padrão de iniquidade [desigualdade] nas Américas, porque 70% desses óbitos aconteceram em países de baixa e média rendas”.

Luciana Holtz, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, lembrou que, em pesquisa Datafolha feita em 2022, ao mesmo tempo em que a população brasileira ainda associava a palavra câncer à morte, também, em sua maioria (63%), pedia que a doença fosse priorizada pelo governo.

CUIDADO PARA TODOS

O Dia Mundial do Câncer é uma iniciativa da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), a maior e mais antiga organização internacional dedicada ao controle da doença, que reúne mais de mil organizações ligadas ao câncer em cerca de 160 países. Por meio da data, a UICC busca a conscientização internacional no calendário global de saúde, propondo ações de educação, de conscientização e de diálogo com governos.

De acordo com a UICC, caso não sejam tomadas medidas urgentes para aumentar a conscientização sobre o câncer e desenvolver estratégias práticas para lidar com a doença, em 2025, devem ocorrer 6 milhões de mortes prematuras pela doença. A estimativa é de que, anualmente, 1,5 milhão de mortes por câncer poderiam ser evitadas com as medidas adequadas para atingir a meta “25 para 25” da Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa reduzir as mortes prematuras por doenças não transmissíveis em 25% até 2025.

Para o triênio 2022-2024, foi escolhido o tema “Cuidado para todos” (uma versão para o tema em ingês Close the care gap), que promove o debate à equi-

dade no controle do câncer. O objetivo da campanha é mostrar a importância de um mundo com acesso a serviços de câncer melhores e mais justos para todos.

INTESTINO

A probabilidade de óbito prematuro por câncer de intestino entre pessoas de 30 a 69 anos pode ter um aumento de 10% até 2030. Essa é uma das conclusões do artigo Os objetivos de desenvolvimento sustentável para o câncer podem ser cumpridos no Brasil? escrito por pesquisadores do INCA. O artigo foi publicado na revista científica Frontiers in Oncology no último dia 10 e projetou a mortalidade por câncer no Brasil para o quinquênio 2026-2030, comparando com o período base de 2011 a 2015. Na análise, realizada para vários tipos de tumores, destaca-se o câncer de intestino, que apresentou o maior aumento projetado em todas as regiões brasileiras, para ambos os sexos. Comparando-se os dois períodos, a diferença de mortes prematuras projetadas é de cerca de 27 mil, sendo 14 mil a mais entre homens e 13 mil entre as mulheres.

4 DE FEVEREIRO DIA MUNDIAL DE COMBATE AO CÂNCER

11 FEVEREIRO/MARÇO DE 2023

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