Diretoria APM-Mogi (Triênio 2020/2023)
Presidente: Carlos Eduardo Godoi Marins
Vice - Presidente: Alex Sander José Miguel
1º Tesoureiro: Zeno Morrone Junior
2º Tesoureiro: Thiago Veras Pinto Pires
1º Secretário: José Shiro Higashi
2º Secretário: André Luiz Pupo
Diretora da Sede Associativa: Pwa Tjioe K. Tjim
Diretor Científico: Antonio dos Santos Taveira Filho
Diretor Cultural: José Carlos Melo Novaes
Diretor de Comunicação: Guilherme Augusto Rodrigues do Prado
Diretor Associativo: Pwa Kiong Ping
Diretor Defesa Profissional: Carlos Eduardo Amaral Gennari
Delegado: Abdul Kader El Hayek
Delegado: Péricles Ramalho Bauab Conselho Fiscal
1º Conselheiro: Julio Batista Cota Pacheco
2º Conselheiro: Alexandre Ne�o
3º Conselheiro: Anderson Wei Y Pwa Suplentes: Flávio Isaías Rodrigues, Fabricio Issamu Mochiduky e Carlos Alberto Gallo
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OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2022 3FEVEREIRO/MARÇO DE 2020
ANO 02 N°08 FEVEREIRO\MARÇO DE 2020
OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2022
DIA DO MÉDICO É COMEMORADO, MAS
ODia dos Médicos, comemorado em 18 de Outubro, nesse ano, tem um gosto mais do que especial para esses profissionais. Estamos saindo de uma fase de dois anos extremamente pesados por causa da pandemia do Coronavírus, em que os médicos tiveram um papel fundamental no tratamento dos pacientes. Houve a morte de mais de seiscentas mil pessoas no Brasil, número difícil de digerir, ainda mais por quem preza pela vida, mas sem os profissionais da saúde, aguerridos nessa missão, estaríamos perdidos.
Foram meses e meses de plantões, deixando sua família em casa, correndo risco nas UTIs. Não foi tarefa fácil, mas os profissionais da medicina, assim como da enfermagem, saem, desse triste episódio da nossa história, mais fortes, sem dúvidas. E como em toda crise, depois de solucionada, ficam os ensinamentos, legados e novos desafios. Para o médico ginecologista e obstetra, diretor técnico do Hospital e Maternidade Mogi Mater e ex-presidente por dois mandatos e atual vice-presidente da APM Mogi, Alex Sander José Miguel, os maiores desafios relacionados ao dia a dia dos médicos estão em manter o equilíbrio e a qualidade do atendimento assistencial com a chegada de uma nova fase na medicina.
“Precisamos ampliar o nosso conhecimento gerencial, a defesa profissional e o relacionamento com as redes sociais, sempre mantendo a ética médica. Estamos vivendo um novo momento causado pela pandemia do Coronavírus, em que a
Telemedicina vai ocupando um novo espaço, da mesma forma em que há novas medidas sanitárias que, ao meu ver, devem se manter. Apesar das novidades, a sólida formação médica e a relação médico paciente são pilares para o sucesso profissional.
Mas o médico precisa se ater aos instrumentos que têm a sua disposição para enfrentar os desafios. A defesa profissional, por exemplo,
oferecida pela APM, constitui uma ferramenta de extrema importância para a proteção profissional. Acredito que nos mantermos firmes no nosso propósito maior que é o de salvar vidas seja o caminho, porém os investimentos na área de saúde tem de serem contínuos e bem direcionados, junto com a área de pesquisa e inovação. Só assim vamos crescer”, diz Miguel.
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CAPA
DESAFIOS DEVEM SER ENFRENTADOS
Já para o médico o�almologista, Fabrício Issamu Mochiduky, também membro suplente da atual diretoria da APM Mogi, o maior desafio da medicina no Brasil, hoje, é equiparar a distribuição dos profissionais pelo País.
Lucas Evangelista viveu no século I da era cristã. De pagão, converteu-se a cristão através do apóstolo Paulo. Escreveu, depois de Mateus e Marcos, o terceiro Evangelho de Jesus Cristo. Exerceu a medicina, conforme se lê no novo testamento da Bíblia Sagrada. Em homenagem ao médico Lucas, estabeleceu-se o dia 18 de outubro (dia em que se celebra a sua memória) como sendo o Dia do Médico
“Há uma grande concentração de médicos nos estados do Sudeste e Sul, por exemplo, e em algumas grandes cidades do Nordeste e Centro-Oeste, mas no Norte do País e no interior dos estados, há escassez de profissionais, o que faz com que a saúde ofertada seja deficitária. Não está faltando médico no Brasil. Está sobrando nas regiões mais privilegiadas, como Sudeste e Sul. O próprio Conselho Federal de Medicina poderia colocar um limite por estado e os médicos que se formassem teriam que ir para outras regiões deficitárias. Uma outra forma de se equilibrar isso é incentivando a abertura de faculdades de medicina nessas regiões mais carentes e encerrar as atividades de algumas nessas regiões mais inchadas desse tipo de profissional. Há muitas faculdades em São Paulo e a maior parte dos médicos que se forma nelas, mesmo vindo de outras regiões para estudar, não volta para cuidar da saúde dos seus conterrâneos, ficando próximo da região que se formou e colaborando para essa deficiência na distribuição desses profissionais”, justifica.
5OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2022
BRASIL AVANÇA NA PESQUISA DE
A COMUNIDADE CIENTÍFICA CELEBROU DUAS NOTÍCIAS RECENTES NO COMBATE À MALÁRIA. A PRIMEIRA VEIO NO ANO PASSADO, COM A APROVAÇÃO INÉDITA DE UMA VACINA PARA A DOENÇA PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS).
A comunidade científica cele brou duas notícias recentes no combate à malária. A primei ra veio no ano passado, com a aprovação inédita de uma vaci na para a doença pela Organiza ção Mundial da Saúde (OMS).
Depois, vieram os resultados de outro imunizante, desenvolvido pela Universidade de Oxford, que aumenta a eficácia dessa proteção. As novidades aproxi mam o planeta da meta de reduzir em 90% os casos até 2030, em comparação com os núme ros de 2015, e eliminar o pató geno na década seguinte.
Porém, no Brasil esses avan ços não são tão alvissareiros. Segundo especialistas, embo ra despertem esperança para intensificar as estratégias de prevenção, principalmente em países da África onde os núme ros de contágio são mais dramá ticos e letalidade maior, esses imunizantes não serão úteis no contexto brasileiro. A realidade chama atenção para a impor tância do desenvolvimento na cional de vacinas, que podem ser direcionadas à forma da doença prevalente no país e de fato influenciar a epidemiologia da malária aqui.
— As duas vacinas atuais são para o Plasmodium falciparum, que é de fato a espécie causa dora da malária mais virulenta e responsável pela maior mor talidade no mundo. Mas ela não é a que predomina no Bra sil, aqui é o Plasmodium vivax. Isso significa que essas vacinas não vão ter muita utilidade para os casos brasileiros da do ença, que permanecem altos — diz a professora da Faculda de de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) Irene Soares, integrante do Núcleo de Pesquisa em Va cinas da universidade.
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O GLOBO
VACINA PRÓPRIA CONTRA MALÁRIA
FEITO INÉDITO
Os dois imunizantes que miram o P. falciparum são de fato os mais avançados hoje. O primei ro recebeu no ano passado o aval da OMS após mais de três décadas em estudos. Chamado de RTS, ou Mosquirix, ele foi desenvolvido pela farmacêutica GSK e é não apenas a primeira vacina para malária, como tam bém inédito na proteção contra um parasita.
Neste mês, resultados dos es tudos clínicos com uma formu lação semelhante, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, foram publicados na revista científica The Lancet. Os dados mostraram que a nova vacina, também para o P. falci parum, tem uma eficácia maior, de aproximadamente 75%. A conclusão da última etapa dos testes, que está sendo conduzi da com participantes em quatro países, é aguardada ainda neste ano, o que pode levar em breve também à aprovação pela OMS.
As aplicações, consideradas um marco histórico no combate à doença, são destinadas a be bês. De acordo com a OMS, em 2020 foram 627 mil mortes pela malária, com crianças menores de 5 anos representando 70% desse total — a maioria no con tinente africano. A situação epi demiológica, que vinha melhorando desde o início dos anos 2000, piorou com a pandemia. Em 2020, foram registrados 69 mil óbitos a mais que em 2019.
— Se quisermos atingir o obje tivo de erradicar a malária do mundo até 2040, ou talvez até 2045 em virtude da pandemia, é preciso erradicar os parasitas, e não vamos conseguir isso só com medicamentos, precisamos de vacinas — diz o professor do Instituto de Química da Univer sidade Estadual de Campinas (Unicamp) Luiz Carlos Dias, co laborador da Medicines for Ma laria Venture.
Porém, o fato de o Brasil ter a prevalência de um outro para sita, que não é combatido com esses imunizantes, faz com que a perspectiva de estratégias mais eficazes de prevenção seja outra aqui. Enquanto o P. falciparum responde por mais de 90% dos casos mundiais de malária, segundo a OMS, 83% dos diagnósticos brasileiros vêm do P.vivax:, de acordo com o Ministério da Saúde.
A formulação, que busca pro teger contra as três variantes conhecidas do P.vivax, induziu anticorpos com sucesso em camundongos nos testes pré-clínicos, e agora está nas últimas etapas para o início dos estu dos em humanos. Se tudo der certo, a expectativa é começar a fase 1 dos estudos com vo luntários já no ano que vem.
Soares pontua que um dos desafios para o imunizante é o fato de ser um parasita, mi crorganismo cuja biologia é mais complexa que a de outros patógenos, como vírus e bacté rias, que contam como um am plo arsenal de vacinas.
Pesquisadora da Fiocruz Amazô nia, Stefanie Lopes está à frente dos estudos com uma outra va cina, também para o P.vivax, que está sendo desenvolvida com universidades japonesas.
VACINA BRASILEIRA
Por aqui, instituições como a Fiocruz e o Butantan têm capa cidade de produzir imunizantes, mas o país não domina a cria ção de imunobiológicos desde o conceito até os testes e a even tual disponibilização. E o que explica a pesquisadora Irene Soares, da USP, que coordena o grupo que desenvolve a primei ra vacina do Brasil para a doença, ao lado da Universidade Federal de Minas Gerais e com a Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos.
Lopes explica que a instituição está auxiliando nas avaliações pré-clínicas do imunizante, usando amostras do parasita coletadas de infectados da re gião, que é endêmica para a malária. A tecnologia do imu nizante é a de vetor viral, se melhante à da aplicação contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca, por exemplo.
—No Brasil, uma das metas no plano de erradicação da malá ria do Ministério da Saúde para 2035 é eliminar o parasita, mas sabemos que as ferramentas que temos hoje não são sufi cientes — diz.
7OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2022
60% DOS JOVENS DIZEM TER SENTIDO ANSIEDADE NOS ÚLTIMOS 6 MESES
Mais da metade desse público vai manter os bons hábitos adquiridos na pandemia, como usar máscaras quando doentes, usar álcool em gel ou lavar as mãos com mais frequência e manter as vacinas em dia.
APOIO PSICOLÓGICO
O agravamento da saúde mental levou 30% dos jovens (3 em 10) a usarem aplicativos de auxílio psicológico nos últimos três meses. Muitos recorreram à psicoterapia e um quarto a atividades de socialização, como encontrar amigos, enquanto 4 em 10 citaram atividades físicas.
O ESTADO DE S.PAULO
S eis em cada dez jovens relatam ter sentido ansiedade nos últimos seis meses, pelo impacto da pandemia de covid-19 em suas vidas.
Um em cada dois (50%) sente cansaço e exaustão frequentes, enquanto 18% relataram depressão e 9%, automutilação ou pensamento suicida. Na educação, 55% sentem que ficaram para trás na aprendizagem e 34% já pensaram em não querer mais estudar – 11% ainda cogitam largar os estudos.
Os dados, considerados preocupantes, são da pesquisa Juventudes e a Pandemia: E agora?, que ouviu mais de 16 mil jovens de 15 a 29 anos em todo o Brasil. A sondagem, coordenada pelo Atlas das Juventudes, abordou temas como saúde, educação, trabalho, demo-
O impacto da pandemia na saúde mental dos jovens é o que mais chama a atenção. Para 82% deles a pandemia ainda não acabou e quase 5 em 10 ainda temem perder familiares ou amigos. Quase 4 em 10 jovens se preocupam com a possibilidade de outras pandemias e têm receio de passar por dificuldades financeiras.
Mais da metade relatou ter feito uso exagerado de redes sociais e 44% vivem falta de motivação para ações cotidianas.
“Vivenciei tudo isso. Tive ansiedade, fiquei com o psicológico abalado e tive depressão, como muitos outros jovens que conheço. Só consegui superar com o apoio da minha família”, contou o estudante de Direito Matheus Henrique Souza de Oliveira, de 21 anos, morador de Sorocaba, no interior de São Paulo.
Quase metade dos jovens defendeu o acompanhamento psicológico especializado nessa faixa etária, na saúde pública e nas escolas. Para 74% dos entrevistados, um dos aprendizados da pandemia é a importância da saúde mental.
Segundo a professora Maria Rosa Rodrigues, da Universidade de Araraquara (Uniara), os dados da pesquisa são bastante preocupantes, mostrando o quanto os jovens foram afetados pela pandemia.
“O que a gente percebe muito claramente no retorno (à normalidade) é o quanto foi difícil para eles o afastamento social, o medo, a perda dos espaços de socialização, resultando no aumento dos casos de ansiedade e depressão que se refletem na busca por atendimento psicológico.”
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cracia e redução de desigualdades.
SEIS EM CADA DEZ JOVENS RELATAM TER SENTIDO ANSIEDADE NOS ÚLTIMOS SEIS MESES, PELO IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 EM SUAS VIDAS.
ASSESSORIA PARA APOSENTADORIA
Colocamos à disposição de nossos associados profissionais qualificados e experientes para prestar esclarecimentos e dar entrada no requerimento dos benefícios do INSS, de modo que o médico possa se aposentar de acordo com as melhores condições e com toda a segurança.
Para requerer o benefício, o associado ou dependente (cônjuge e filhos) deve entrar em contato com a equipe da APM, que solicitará a documentação necessária. A análise previdenciária tem um custo fixo de R$ 300,00, muito menor do que a média praticada pelo mercado, de um salário mínimo. Os pais dos associados também pos-
suem valor diferenciado para o serviço, a ser consultado.
Se o associado e/ou seu dependente estão aptos a requerer a aposentadoria e tiverem interesse em dar continuidade ao trabalho, o processo com todos os documentos necessários será montado e protocolado no INSS pela APM, que acompanhará todo o andamento até a concessão da aposentadoria. Desta maneira, o médico não tem com o que se preocupar.
O valor para o pedido de concessão da aposentadoria pela APM é de um salário bruto do benefício obtido, enquanto a média do mercado varia de três a quatro salários brutos do benefício.
OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2022
ENTRE EM CONTATO COM A CENTRAL DE RELACIONAMENTO DA APM telefone/WhatsApp (11) 3188-4200 E-mail central.relacionamento @apm.org.br
REGIONAIS DA APM PARTICIPAM DE IV ENCONTRO DE LÍDERES
O EVENTO FOI REALIZADO ENTRE OS DIAS 23 E 25 DE SETEMBRO, NA CIDADE DE SÃO PEDRO (SP)
A
s Regionais da Associação Paulis ta de Medicina participaram em peso do IV Encontro de Líderes da en tidade, realizado entre os dias 23 e 25 de setembro, na cidade de São Pedro (SP). Na sexta, o evento teve início com uma breve abertura conduzida pelo presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral.
“Essa é uma confraternização que es tamos esperando há muito tempo. Em função da pandemia, fomos obri gados a manter um afastamento físico muito penoso nos últimos dois anos. Agora, a cada reencontro é uma sen sação de felicidade, como se fôssemos sobreviventes de uma tormenta, um naufrágio, que nos encontramos na praia, cansados, mas sobreviventes. Todos ainda perdemos pessoas muito queridas nessa tempestade, portanto, sempre é momento de reverenciarmos aqueles que partiram e que gostaría mos que estivessem aqui conosco. Por nós e por eles continuamos levando adiante o nosso vínculo de amizade e respeito, e os objetivos comuns para construir uma Saúde melhor para as pessoas”, declarou Amaral.
A programação do sábado começou com palestra de José de Jesus Camar go Peixoto, pioneiro em transplante de pulmão no Brasil e na América Latina, responsável por metade dos procedi mentos feitos até hoje no País. Membro titular e atual vice-presidente da Aca demia Nacional de Medicina, ele falou sobre ‘A Medicina na era da Tecnologia’.
“A Medicina avançou no meu tempo de vida mais do que em toda a histó ria da humanidade. Em algumas áreas, esse avanço é tão frequente e intenso que é possível se desatualizar em dois ou três anos. O projeto genoma, que se
completou muito recentemente, nos permitirá com certeza, em um futuro muito próximo, não só tratar, mas pre venir as doenças geneticamente envol vidas”, relembrou.
MEDICINA HUMANIZADA
Apesar de todas as conquistas, Camargo enfatizou ser difícil explicar sem cons trangimento porque os pacientes ido sos, com tanta frequência, falam com nostalgia dos médicos de antigamente. De acordo com ele, em algum lugar os colegas perderam a conexão, basica mente quando não percebem que os sentimentos dos pacientes não se mo dificaram, são os mesmos há séculos e séculos, as mesmas fantasias de morte e o mesmo medo do desconhecido.
“Nunca tivemos tantas queixas, denún cias e demandas judiciais. O deslumbra mento médico com a tecnologia explica em grande parte o distanciamento que já vinha se processando entre eles e os pacientes. O afeto está nos detalhes, acho isso uma coisa óbvia, mas a maio ria dos colegas parece não perceber. A incapacidade de ouvir é uma praga da Medicina moderna. Existem várias pesquisas que dizem que menos de 15 segundos é o tempo decorrido entre o início do depoimento do paciente e a primeira interrupção do médico. Isso explica porque, às vezes, é preciso três ou quatro consultas para que finalmen te se entenda o que o paciente conside ra causa de seu sofrimento”, destacou o palestrante.
Conforme o titular da ANM, contabili zar as manifestações de gratidão é uma maneira de monitorar a qualidade do trabalho: “Trabalhando como médi co, uma semana sem nenhum ‘muito obrigado, doutor’ significa luz amarela.
Duas semanas, você precisa de terapia, porque a Medicina é a maior usina de gratidão que alguém pode experimen tar. A falta de gratidão indica que tem al guma coisa muito séria com o médico”.
Em resumo, o especialista declarou ser impossível ensinar alguém que não gos ta de gente a ser médico e atuar direta mente com os pacientes. “Essa é uma condição tão básica que é melhor nem tentar. Se não gostar de gente, não está proibido de ser médico, mas está proibi do de ficar na linha de frente e se expor a pessoas. Ninguém merece um médico que deixa transparecer no primeiro con tato que não tem empatia nenhuma. Por conta disso, as melhores escolas médicas estão incluindo no currículo disciplinas de humanidades.”
SERVIÇOS APM
Na sequência, foram apresentados de forma resumida os serviços e be nefícios oferecidos aos associados, pelo superintendente de Estratégia e Marketing da APM, Jorge Assumpção. O gerente da Unicred, André Gonçalves dos Santos, detalhou a parceria com a Associação no segmento financeiro, e o coordenador da empresa Lado Ah Lado, Daniel Nascimento, falou sobre a comercialização, conciergeria e apoio regulatório dos planos de saúde ofere cidos aos médicos.
O diretor de Defesa Profissional da As sociação Paulista de Medicina, Marun David Cury, destacou as ações desen volvidas nos últimos dois anos em prol da classe médica – a exemplo das con quistas em relação ao ICMS no estado de São Paulo e ao ISS na capital paulista, além da manutenção de comissão per manente de negociação com os planos de saúde e de diversas reuniões com os
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Texto e foto: Giovanna Rodrigues representantes da APM em todo o esta do, por meio das 14 diretorias Distritais.
A transformação do clube de campo da APM em Hotel Fazenda foi apresentada pelo diretor Social da entidade, Alfredo de Freitas Santos Filho. Ele lembrou o estudo de viabilidade hoteleira reali zado, para curto e longo prazos, a am pliação do atendimento, a revisão das normas e procedimentos internos, a reestruturação dos sistemas e da área administrativa, além das melhorias em muitos espaços do local.
O diretor Administrativo da Associação, Florisval Meinão, apresentou em segui da o projeto do Resort APM – que será construído no atual espaço do camping do Hotel Fazenda. Meinão contou um pouco sobre as reuniões com autorida des do Turismo para viabilizar a propos ta e sobre o modelo de multiproprieda de que será proposto para o negócio, além de ter mostrado os conceitos ar quitetônicos para as unidades habita cionais e centro de convenções.
Encerrando o bloco da manhã, o pre sidente da APM falou sobre o Instituto de Ensino Superior da instituição: “O IESAPM é voltado à Saúde, mas não é uma escola médica. Temos tantas es colas médicas no País que não faria sentido acrescentar mais uma a esse
espaço. Porém, na área da Saúde, há muitíssimo o que se fazer. O edifício e a estrutura da nossa Associação foram adaptados para cumprir as exigências do MEC e já estamos com a primeira turma do curso superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar. Temos ainda vá rios cursos de extensão, alguns deles voltados aos colegas, como os modu lares de Telemedicina e de teleconsul ta para as especialidades”.
PALESTRAS E ESPAÇO DAS REGIONAIS
Ainda no sábado, as atividades da tarde tiveram início com palestra de Haino Burmester – médico especialista em Administração em Saúde e um dos cria dores do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar – sobre liderança. Entre outros pontos, ele abordou temas relativos à governança corporativa, ges tão de riscos, negociação, comunicação, poder, cultura organizacional, compe tências dos líderes e modelos mentais.
No domingo, os participantes do IV Encontro de Líderes da APM puderam assistir à palestra interativa de Fernan do Arbache, consultor independente de Educação pelo MIT e professor de grandes instituições brasileiras. Como o mercado está, incertezas e dúvidas a
respeito do futuro, como olhar o mer cado da Saúde e por que devemos nos unir foram os tópicos principais da conversa com os representantes da Associação.
O especialista mencionou como as big techs estão se tornando maiores que países, as correlações com a Saúde, inovação digital e competências cha ves para o sucesso de um time, entre outros pontos. E deixou reflexões im portantes aos médicos, por exemplo ao citar afirmação de Alvin Toffler no livro O choque do futuro: “O analfabe to do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue apren der, desaprender e reaprender”.
Por fim, José Luiz Gomes do Ama ral agradeceu a presença de todos. “O sucesso deste evento depende da presença e da participação de cada um de vocês, portanto, mui tíssimo obrigado a todos, por tudo que vêm fazendo em prol do asso ciativismo e por tudo que contribuí ram nesta reunião. Deste momento para a frente, a Associação Paulista de Medicina vai buscar as transfor mações necessárias, e nós temos aqui a motivação para fazê-lo.”
11OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2022