REVISTA APM #25

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ANO 02 N°08

FEVEREIRO\MARÇO DE 2020

Diretoria APM-Mogi (Triênio 2020/2023)

Presidente: Carlos Eduardo Godoi Marins Vice - Presidente: Alex Sander José Miguel 1º Tesoureiro: Zeno Morrone Junior 2º Tesoureiro: Thiago Veras Pinto Pires 1º Secretário: José Shiro Higashi 2º Secretário: André Luiz Pupo

Diretora da Sede Associativa: Pwa Tjioe K. Tjim Diretor Científico: Antonio dos Santos Taveira Filho Diretor Cultural: José Carlos Melo Novaes Diretor de Comunicação: Guilherme Augusto Rodrigues do Prado Diretor Associativo: Pwa Kiong Ping

Diretor Defesa Profissional: Carlos Eduardo Amaral Gennari Delegado: Abdul Kader El Hayek Delegado: Péricles Ramalho Bauab

Conselho Fiscal

1º Conselheiro: Julio Batista Cota Pacheco 2º Conselheiro: Alexandre Ne�o 3º Conselheiro: Anderson Wei Y Pwa Suplentes: Flávio Isaías Rodrigues, Fabricio Issamu Mochiduky e Carlos Alberto Gallo

Todo conteúdo opinativo da revista Plantão é de responsabilidade de seus autores, devidamente identificados nos artigos.

DEZEMBRO/JANEIRO DE 2023 3 FEVEREIRO/MARÇO DE 2020
DEZEMBRO/JANEIRO DE 2023

ALÉM DE NÃO CONCEDER O REAJUSTE OBRIGATÓRIO, OPERADORAS ESTÃO SOLICITANDO DESCONTO AOS MÉDICOS

Conforme a Resolução Normativa 512/2022 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o índice de reajuste definido pela ANS é o IPCA – nos casos em que haja previsão contratual de livre negociação como única forma de reajuste e não houver acordo entre as partes ao término do período de negociação.

ADiretoria de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina tem sido informada sobre a prática de algumas operadoras de planos de saúde em pedir descontos aos médicos credenciados nos valores das consultas e procedimentos.

Além disso, muitas dessas empresas não concedem o reajuste anual obrigatório aos seus prestadores de serviços, de acordo com a Lei 13.003/2014 – que tornou obrigatória a existência de contratos escritos entre as operadoras e seus prestadores de serviços.

Desta forma, frações do IPCA também não podem ser aplicadas como reajuste dos valores de consultas e procedimentos médicos. Em qualquer um dos casos, as irregularidades podem ser denunciadas para a Defesa Profissional da APM: defesa@apm.org.br 11 3188-4207.

HOTEL FAZENDA APM TERÁ CARDÁPIO ESPECIAL PARA A CEIA DE NATAL

Água, suco e refrigerante estão inclusos no valor, e bebidas alcoólicas serão cobradas à parte.

CONFIRA O CARDÁPIO: ENTRADAS: Mesa de frios, frutas e salada tropical. GUARNIÇÕES:

Arroz branco e de forno, talharim de legumes e farofa com bacon e maçã.

PRATOS PRINCIPAIS: Peru, chester, lombo recheado e salmão ao molho de laranja SOBREMESAS: Rabanada, pudim com ameixa e torta de limão

O NATAL ESTÁ CHEGANDO, E O HOTEL FAZENDA APM PREPAROU UM CARDÁPIO ESPECIAL PARA VOCÊ APROVEITAR COM

O Natal está chegando, e o Hotel Fazenda APM preparou um cardápio especial para você aproveitar com a família! A Ceia de Natal será servida das 19h30 às 23h do dia 24 de dezem-

A FAMÍLIA

bro e contará com música ao vivo. O jantar, que será na modalidade buffet à vontade, tem o valor de R$120 para adultos e crianças acima de 12 anos e R$60 para crianças de 6 a 11 anos. Crianças até 5 anos não pagam.

O Hotel Fazenda APM localiza-se no município de Caieiras, no coração da Serra da Cantareira – Estrada Santa Inês, km 10. Para mais informações e reservas, entre em contato pelo telefone (11) 4899-3535.

HOTEL FAZENDA APM hotelfazendaapm.com.br facebook.com/hotelfazendapm instagram.com/hotelfazendaapm

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ESTUDO INTERNACIONAL REVELA

COMO A MEDITAÇÃO PODE SER EFICAZ NO TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

Em um artigo publicado no periódico Jama Psychiatry, pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, indicaram que a redução da ansiedade e do estresse baseada em mindfulness (também conhecida como “atenção plena”) pode ser quase tão eficaz no tratamento de transtornos de ansiedade quanto medicamentos antidepressivos. De acordo com Rubens Maciel, psicólogo e professor da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, que não participou do estudo, “o estresse e a depressão são comorbidades com um índice extremamente elevado, em especial, nas nossas cidades”. Por isso, considerar diferentes abordagens de tratamento é prioridade para profissionais da área da saúde. Inicialmente, o estudo analisou 276 participantes em três grandes cidades dos Estados Unidos: Boston, Washington DC e Nova York. Todos com um diagnóstico recente e pri-

mário de transtorno de ansiedade generalizada, ansiedade social, pânico ou agorafobia.

No trabalho, os pesquisadores dividiram aleatoriamente voluntários em diferentes grupos de controle. Durante um período de 24 semanas, parte dos pacientes teve como tratamento a meditação ou redução do estresse baseada em mindfulness (MBSR), enquanto outro grupo fez uso do medicamento escitalopram. Os cientistas avaliaram a gravidade dos sintomas de ansiedade e outros transtornos nos pacientes em uma escala de 1 a 7, sendo 7 ansiedade severa.

Após o período, 102 pacientes haviam concluído o MBSR e 106 haviam concluído seu curso de medicação. Conforme mensurado, ambos os grupos obtiveram uma diminuição significativa em seus sintomas de ansiedade – uma redução média de 1,35 pontos para aqueles que praticaram meditação e uma redução média de

1,43 para os que fizeram uso do escitalopram. De acordo com os especialistas, estatisticamente, esses resultados são bem próximos e considerados equivalentes. “Eles utilizaram um grupo controle, um protocolo padrão, que foi criado pelo Jon Kabat-Zinn, no Hospital Geral de Massachuse�s”, explica Rubens.

Ainda assim, na opinião do especialista, é importante mencionar que os medicamentos prescritos para ansiedade e depressão também podem ser muito eficazes. “O problema é que muitos pacientes têm dificuldade para comprá-los, alguns podem não responder bem ao tratamento e outros podem sofrer com os seus efeitos colaterais”, comenta ele. Por esses e outros motivos, a meditação tem ganhado destaque nas pesquisas como uma possível alternativa de tratamento.

5 DEZEMBRO/JANEIRO DE 2023

DOR CRÔNICA É TEMA DE ÚLTIMO WEBINAR DE 2022

se ativa, corrige e a dor arrefece. Mas, em contextos de dor crônica, o processo vai ganhando corpo e existe uma desorganização dessas vias”, explicou o palestrante. O médico ainda salientou que, na experiência dolorosa, o sistema se organiza em diferentes níveis, de modo que a modulação da dor é um processo importante para entender o quão intrigante é tal experiência e de que maneira irá afetar a prática clínica. Além disso, há também as modulações ascendentes, que se constituem em aliviar uma dor através de uma outra ainda maior.

No fim de novembro, a Associação Paulista de Medicina realizou o seu último webinar de 2022. O tema da edição foi Dor Crônica e reuniu notáveis especialistas. A sessão foi apresentada pelo 1º vice-presidente da instituição, João Sobreira de Moura Neto, contando com a presidente do Comitê Científico de Dor, Telma Zakka, e o anestesiologista Hazem Adel Ashmawi como moderadores. O Webinar teve palestras de Cláudia Carneiro de Araújo Palmeira, médica da equipe de controle de Dor da divisão de anestesia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; e Rogério Adas Ayres de Oliveira, neurologista com atuação em Dor, como palestrantes da noite. De acordo com Sobreira, a Associação Paulista de Medicina tem um sério compromisso com a Ciência, por isso, promove importantes atividades que permeiam este tema. “A APM está cumprindo o seu papel de incentivo à área científica, juntamente com a Associação Médica Brasileira, a Defesa Profissional e a interação dos nossos médicos. Por isso, é uma honra recebermos hoje colegas de tanta expressão.”

PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Rogério Adas foi responsável por ministrar a primeira apresentação da noite, trazendo o tema “A dor crônica como

problema de saúde pública”. Segundo o especialista, são muitos os desafios de um paciente que tem dor crônica e frequenta o universo dos sistemas de Saúde, havendo inúmeras dificuldades no processo. Por isso, seu objetivo foi trazer o ponto de vista de um profissional que atuou em diferentes ambientes. Para entender os desafios de se lidar com a dor, é necessário, primeiramente, compreender o que ela corresponde em si. Adas relembrou que dor é um fenômeno complexo, multidimensional e protetor, com dimensões sensitivas e emocionais simbólicas, representando diferentes sensações. Ela é eminentemente subjetiva, além de ser um sinalizador de problemas corporais em situações fisiológicas, e o principal sintoma que leva pacientes a buscarem assistência médica.

Por isso, profissionais de todos os cenários acabam encontrando a dor como sintoma, já que generalistas e especialistas dos mais diferentes setores acabam se defrontando com tal questão. Razão que faz a dor ser muito familiar aos médicos, já que transitam bem neste contexto. Todavia, o problema é que, ao se tratar de uma dor crônica, todo o processo tende a ser mais complexo.

“A dor só vira dor no encéfalo, com um conjunto de reações, e é um alarme muito poderoso que foi feito para despertar e evocar comportamentos de defesa. Em condições normais, o sistema

A questão, é que quando se pensa em dor crônica, as redes moduladoras podem adoecer por conta de fatores ambientais, posturas inadequadas e expressores crônicos típicos de ambientes sociais desfavoráveis. As redes moduladoras descendentes, que são, na maioria das vezes, neurotransmissores que modulam a dor e várias outras redes complexas, é que articulam a experiência dolorosa em paralelo.

Sendo assim, chega a ser intuitivo que a dor venha a afetar o sono, cause irritações, dificulte a concentração ou colabore para o desenvolvimento de quadros de depressão e ansiedade, causando notável perda na qualidade de vida do paciente. O grande dilema é que, quando a dor não passa, ela acaba cronificando – a literatura entende que uma dor crônica é um processo que o paciente já lida há três meses ou mais.

MANIFESTAÇÃO DA DOR

Desta maneira, existe uma mudança estrutural do cérebro, junto de uma atrofia cortical de estruturas frontais, temporais e áreas talâmicas. Há ainda uma reorganização sináptica, que é uma rede de circuito integrada que se readapta e pode adoecer. Por isso, é fundamental entender que a prevalência de dor crônica no mundo é elevada. Adas salientou que em análises mais abertas é sinalizado que 40% da população pode ter condições dolorosas crônicas. De acordo com uma estatística americana, 20% sofrem com esta conjuntura, sendo que 7,4% são dores de

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elevado impacto, existindo um predomínio no sexo feminino por diferentes razões biológicas.

As principais condições dolorosas se manifestam através de dores na coluna vertebral, na lombar, cervical, por osteoatrite de joelho e de quadril, além das cefaleias, cefaleias tensionais e dores de cabeça. Com impacto nos gastos associados – diretos ou indiretos -, estimando-se que 600 bilhões de dólares são gastos por ano, aproximadamente o valor de todos os gastos com doença cardiovascular e câncer juntos, representando um grande impacto socioeconômico.

No Brasil, a prevalência também é significativa: em São Paulo, o estudo epidemiológico é de 28,7%; em Salvador, 41%; além de haver um estudo de Londrina (PR) indicando que em idosos, a prevalência de dor crônica está presente em mais de 60% dos pacientes, predominantemente em mulheres, afetando majoritariamente membros inferiores. “Existe uma evidência epidemiológica que as dores estão ficando mais comuns. Está havendo um aumento na prevalência mundial em todos os grupos etários. Algumas das causas têm sido especuladas, outras têm sido mais bem definidas pela literatura como novos hábitos de vida, estressores psicossociais e sedentarismo crescente, acompanhadas de mudanças do padrão de exposição luminosa, ruído e excesso de informações. São gravíssimos problemas de saúde pública e um desafio às políticas de Saúde”, destacou o especialista.

O neurologista também salientou que, durante a faculdade de Medicina, os estudantes são treinados para fazerem o tratamento pautado na etiologia da doença. Acontece que, ao se tratar de dor, os mecanismos podem não ser muito claros, tendo que, assim, pautar-se por sinais e sintomas. Não obstante, pode haver também paciente com a mesma doença, mas com manifestações clínicas diferentes. Por isso, no mundo da dor é preciso transitar no cenário com uma cuidadosa análise de sinais e sintomas para poder escolher as melhores opções de tratamento.

“Vamos pegar a fibromialgia, o representante mais emblemático do grupo. Pacientes com esta condição têm uma gama de sintomas subjetivos de difícil entendimento, como dores musculares, formigamentos, fraqueza, insônia, fadiga e dificuldade de concentração, entre outros. O que faz desta síndrome clínica o terror de muitos médicos, já que os pacientes trazem uma lista infinita de causas e o médico acaba não tendo elementos de análise dos sintomas. É um verdadeiro desafio. A fibromialgia pode vir associada com uma série de outras doenças que pegam as mais diferentes especialidades”, esclareceu.

ESTRATÉGIAS

Analisando a situação, é preciso definir as estratégias de tratamento. Por exemplo, quando se fala em remédio, é necessário entender que em cada umas das modalidades, eles vão desenvolver uma importância diferente. Ou seja, na dor neuropática, os remédios são importantes, porém, quando se fala nas dores nociplásticas, como é o caso da fibromialgia, os medicamentos terão uma importância menor. Por isso que, ao falar de remédio, o tipo de dor irá interferir diretamente na escolha.

Também é válido relembrar que lidar com casos de dor terá impacto financeiro, principalmente no atual modelo, com altas chances de ineficiência. Os pacientes poderão não ser bem atendidos, há excesso de exames, cirurgias desnecessárias e procedimentos que fazem mal para o paciente, além de trazer custos elevadíssimos.

“Os recursos, além de escassos, são gastos nos locais errados e isso é uma das realidades nos sistemas de Saúde – tanto no público, quanto no privado – porque para tratar contextos de dor crônica que envolvam terapias multimodais, temos que ir para o tratamento centrado no paciente. William Osler, que estruturou as primeiras residências médicas, já falava que ‘o bom médico trata a doença e o grande médico trata o paciente’. Então, essa é uma questão central quando se fala de atendimento ao paciente com dor em uma perspectiva clínica”, manifestou Adas.

Para o especialista, a relação médico-paciente, por si só, é terapêutica. Por este motivo, o olhar do tratamento de um paciente com dor crônica devia partir de todos os médicos, da formação geral e do entendimento do processo. É preciso entender que, em muitas situações, não será possível resolver todos os problemas, já que um paciente de dor crônica não irá zerar a sua condição, por isso, deve haver uma parceria, de modo que tenha um alívio e possa contar com alguém que o oriente neste processo.

Há uma demanda por educação em dor interdisciplinar para profissionais de Saúde. O médico precisa ouvir outros especialistas, como fisioterapeutas e enfermeiros, nos diferentes níveis de complexidade, pois existe uma enorme carência de centros de atendimento interdisciplinares em todos os níveis de atenção à saúde, no SUS e na Medicina suplementar. Contudo, há iniciativas muito interessantes, como a liga de dor dos acadêmicos da Faculdade de Medicina da USP, cujo modelo foi reproduzido em muitas faculdades, ajudando a melhorar o cenário; a existência de comitês de dor, como o da Associação Paulista de Medicina, que prestam serviços importantes à população médica; de grupos de dor hospitalar; e de programas de acreditação; entre outras iniciativas que geram melhora na qualidade assistencial.

“Faltam políticas que contemplem o cuidado com a dor crônica e o uso racional dos meios diagnósticos complementares. Para o médico atender bem, precisa estar bem formado, bem-intencionado e ter uma condição de trabalho boa. O binômio médico-paciente é a razão de existir da Medicina, que no meu entendimento, tem essas fragilidades na questão da dor crônica. Temos o Comitê de Dor na APM há quase 25 anos e estamos procurando colaborar nesse cenário, com educação médica qualificada”, finalizou o neurologista.

Fonte: APM/SP

7 DEZEMBRO/JANEIRO DE 2023

SISTEMA IMUNE DE PACIENTES COM ANEMIA DE CÉLULAS-TRONCO DA MEDULA

KARINA NINNI, DA AGÊNCIA FAPESP/JORNAL DA USP

Aanemia falciforme é uma doença genética que causa alterações nos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias) e está entre as mais prevalentes no Brasil e no mundo. Um dos tratamentos possíveis é o transplante de células-tronco hematopoiéticas – capazes de se diferenciar em todas as células do sangue – retiradas da medula óssea de um doador saudável. Apesar de o transplante ser atualmente o único tratamento curativo para a doença, pouco se sabe sobre o que acontece com o sistema imune desses pacientes após o procedimento.

Descobertas recentes sobre o tema foram divulgadas por pesquisadores da USP na revista Clinical & Translational Immunology. O artigo tem como foco o sistema imune adaptativo (a imunidade adquirida após o contato com patógenos), particularmente os linfócitos do tipo B (envolvidos na produção de anticorpos) e T (responsáveis pela imunidade celular). Entre os autores estão cientistas do Centro de Terapia Celular (CTC) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, além de colaboradores da França.

Segundo o artigo, após o reset do sistema imunológico promo-

vido pelo transplante, as células B e T se restauraram normalmente. Houve, ainda, um aumento de células B-reguladoras, que podem contribuir para melhorar a regulação imunológica e o equilíbrio da imunidade após o transplante. Também se observou aumento de um subtipo de célula B de memória conhecida como IgM+ (por apresentar a proteína IgM em sua superfície), que é importante para o enfrentamento de infecções.

“Um aspecto muito triste da doença são as diversas complicações clínicas. Uma delas é que os pacientes têm infecções recorrentes, que são

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CAPA

FALCIFORME MELHORA APÓS TRANSPLANTE

a maior causa de morbidade, principalmente entre crianças. Não é raro uma criança diagnosticada com anemia falciforme pegar uma infecção e morrer [sendo o maior problema as infecções bacterianas]. Sabe-se que, além da inflamação crônica acompanhada de episódios de dor, os pacientes têm uma desregulação do sistema imunológico. Mas essa é uma questão ainda muito negligenciada na anemia falciforme”, resume Kelen Cristina Ribeiro Malmegrim, coautora do trabalho. Segundo ela, o sistema imune inato dos pacientes falciformes é bem conhecido, o que não acontece com o sistema imune adaptativo, que inclui as células T e B.

O objetivo da pesquisa foi investigar se o transplante de células-tronco hematopoiéticas poderia melhorar as disfunções imunológicas nos pacientes com anemia falciforme.

“Avaliando os pacientes antes e depois do transplante, vimos que algumas disfunções são corrigidas, mas outras não. Por outro lado, descobrimos que a reconstituição do sistema imune adaptativo após o transplante promove um aumento de células que ajudam a controlar a inflamação crônica, confirmando que o transplante é um recurso terapêutico com resultados excelentes”, explica.

A anemia falciforme é resultado de uma mutação no gene que codifica a hemoglobina – proteína que confere a cor vermelha ao sangue e é responsável pelo transporte de oxigênio. Em por-

tadores da doença, as hemácias assumem a forma de foice depois que o oxigênio é liberado aos tecidos. Em baixas tensões de oxigênio, as células se tornam deformadas, rígidas e propensas a se agregar, ou seja, a formar uma massa celular que adere ao endotélio e dificulta a circulação sanguínea. Nos pacientes falciformes, as hemácias também têm um tempo de vida menor, causando o quadro de anemia.

DISFUNÇÕES

Segundo Malmegrim, as disfunções no sistema imune dos portadores de anemia falciforme podem ter causas variadas. Algumas podem ser decorrentes da inflamação crônica dos vasos sanguíneos provocada pela doença, que desregula o sistema imune. Porém, outras podem ser causadas por disfunções intrínsecas do sistema imune desses pacientes.

“Uma hemácia contém milhões de moléculas de hemoglobina. Nesses pacientes, quando a hemoglobina libera oxigênio, ela forma polímeros dentro da célula e a hemácia assume a forma de foice. Isso acontece milhares de vezes durante a vida da hemácia e, em algum momento, ela não volta mais à forma original. Essas hemácias em forma de foice entopem os vasos sanguíneos, aglomeram-se e vão se juntando com plaquetas e leucócitos ativados. Elas interagem com outras células, ativam o endotélio, promovendo uma inflamação crônica. E isso pode entupir o vaso e interromper a circulação naquele trecho, provocando isquemia e dor.”

ESTUDO CLÍNICO

A equipe estudou a reconstituição do sistema imune de 29 pacientes submetidos ao transplante na Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. A idade média do grupo foi 19 anos. Um grupo-controle com 16 pessoas saudáveis também foi acompanhado.

Amostras de sangue periférico foram coletadas dos pacientes antes do transplante e de três em três meses após o procedimento durante dois anos. Os pacientes foram avaliados ainda pelo tamanho do baço (um dos órgãos mais comprometidos pela doença), por análise de prontuários e laudos de ultrassonografia abdominal.

“Todos eles passaram por transplantes alogênicos nos quais a medula do doador era totalmente compatível. E, depois do transplante, estudamos a reconstituição hematopoiética e imunológica”, explica Malmegrim.

Como resume o artigo, o transplante corrige a alteração genética e melhora muito a qualidade de vida dos pacientes, que podem ainda precisar de tratamento para as complicações inflamatórias e imunológicas. Na avaliação de Malmegrim, é muito importante que o procedimento continue sendo feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), onde ocorre desde 2015.

9 DEZEMBRO/JANEIRO DE 2023

Acampanha Natal de Sorrisos visa a arrecadação de brinquedos a serem doados para crianças em situação de vulnerabilidade na época do Natal. As doações podem ser feitas na sede do Fundo Social de Mogi das Cruzes, que fica no primeiro andar do prédio-sede da Prefeitura ou então nos quase 50 pontos de coleta espalhados pela cidade.

A campanha de 2022 contará também com uma novidade: além da Árvore Natal de Sorrisos, campanha interna de servidores que apadrinham e presenteiam crianças, a Natal de Sorrisos 2022 terá

o apoio do Mogi Shopping, por meio da Loja do Bem, que permitirá a todos os cidadãos mogianos fazer o mesmo.

Pela campanha interna Árvore Natal de Sorrisos, serão 285 crianças, dos distritos de Taiaçupeba e Quatinga, a serem apadrinhadas. Já na Loja do Bem, serão 451 crianças do Parque das Varinhas e região do Santo Ângelo, que poderão ser “adotadas” e presenteadas por todos que quiserem ajudar. Assim como acontece com a campanha Inverno Solidário, os brinquedos são entregues a princípio para as instituições

sociais, associações de bairros e lideranças comunitárias cadastradas, que cuidam da entrega final às famílias por elas atendidas. Como atuam diretamente nos bairros e comunidades, as doações chegam àqueles que efetivamente mais precisam.

NATAL DE SORRISOS - PONTOS DE ARRECADAÇÃO

ESTABELECIMENTO BAIRRO ENDEREÇO

Colégio

CNA Centro

Colégio Adventista Centro

Colégio

Colégio Guarani

Centro

Centro

Colégio MCE Centro

Colégio Placidina

Colégio Santa Mônica

Centro

Centro

Marbor Centro

Rua Engenheiro Eugenio Mota - 387

Rua Engenheiro Eugenio Mota

Rua São João - 67

Rua São João - 51

Rua Barão de Jaceguai

Rua Senador Dantas - 284

Rua São João - 141

Rua Flaviano Melo - 313

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NATAL
APADRINHE UMA CRIANÇA NESSE
Quem
Social na
Natal
Sorrisos 2022 deve entrar em contato com o órgão, pelo TELEFONE 4798-5143.
quiser ajudar o Fundo
campanha
de
Estrutural
Cubas
Braz
Afonso de Melo - 72
Bras Cubas Braz Cubas
- 577
Bras Cubas
Cubas
- 177
Bras Cubas
Cubas
de Melo
Deodato
1600
Rua Francisco
Hospital
Rua Guttermann
Sési
Braz
Rua Valmet
CNA
Braz
Rua Francisco Afonso
Alabarce
Centro Rua Doutor Deodato Wheteimer -
Associação Comercial Centro
Rua Barão de Jaceguai - 674
Evolução Passo a Passo

NATAL DE SORRISOS - PONTOS DE ARRECADAÇÃO

ESTABELECIMENTO BAIRRO

Soul Personal Studio

Centro

ENDEREÇO

Rua Duarte Freitas - 20

Cezar de Souza Rua Ricieri José Marcato - 297 Colégio Brasilis

CNA Cesar de Souza

Cezar de Souza Rodov Francisco Rodriguês Filho Colégio Objetivo

IENEC

Universal Kids

Cezar de Souza Rodov Francisco Rodriguês Filho

Estância dos Reis

Rua Dr Euclides Ferreira da Silva

Jardim Armenia Avenida Santa Rita - 315

Jardim Universo Avenida Henrique Peres Colégio Primeiros Traços Jardim Universo Rua Santa Barbara Colégio Interativo Mogi Moderno Avenida Brasil - 151

Alabarce Brás Cubas

Alabarce Shopping Mogilar

Rua Francisco Rodrigues Filho - 1586 Colégio Construtivo Mogilar Avenida Antonio de Almeida - 170 Colégio Gaspar Mogilar Rua Francisco Rodrigues Filho - 239 Colégio Genesis Mogilar Rua José Benedita Braga Colégio Mello Dante Mogilar Avenida Francisco Rodriguês - 2075

Colégio Alfabeto

Parque Santana R. Jardelina de Almeida Lopes, 491 Recanto dos Fofudos Parque Santana Rua Jardeline de Almeida Lopes - 746 Colégio Raizes Itapety

Ponte Grande Estrada Cruz do Século Camara Municipal Socorro Avenida Narciso Yague Guimarães Colégio San Thomas Socorro

Rua José Henrique Lagdom - 92 Mogi Shopping Socorro Avenida Narciso Yague Guimarães - 1001 Posto Quality Shopping Socorro Avenida Narciso Yague Guimarães - 1551 Saguão PMMC Socorro Avenida Narciso Yague Guimarães - 277

Perfect Taboão Avenida General Motors - 777

Colégio Franciscano Seibo

Alabarce Vila Oliveira

CNA Vila Oliveira

Colégio Donwk Felis

Colégio São Marcos

Colégio Tomaz Agostinho

Colégio Tomaz Agostinho Unidade II

Colégio UEB

Toshie Cabeleleiro

Colégio Raizes

Vila Lavínia

Vila Oliveira

Vila Oliveira

Vila Oliveira

Vila Oliveira

Vila Oliveira

Vila Oliveira

Vila Oliveira

Vila Oliveira

Vila Rubens

Rua Francisco Vaz Coelho - 616

Rua Mariana Najar - 601

Rua Capitão Manoel Rud - 1718

Rua Coronel Cardoso Siqueira - 688

Avenida Laurinda Cardoso Mello Freire - 161

Rua Sérgio Plaza - 558

Rua Emelio Zapile

Rua Moacyr Andreocci - 60

Avenida Laurinda Cardoso Mello Freire - 195

Rua Gustavo Vieira de Lima - 139

DEZEMBRO/JANEIRO DE 2023

SEGURO VIAGEM PARA MÉDICOS: VIAJE PARA CONGRESSOS COM SEGURANÇA

O mundo se transforma todos os dias e para os profissionais da Saúde não é diferente. Após passarmos por momentos turbulentos com a pandemia de Covid-19 e termos que nos preparar para uma nova onda que ameaça surgir, o mundo que conhecíamos já não é mais o mesmo. Médicos e outros profissionais da Saúde tiveram que se reinventar para se adequar a novos modelos de tratamento e prevenção.

Agora, o mercado ganha mais um desafio: a retomada de eventos presenciais. Dessa forma, vale ressaltar a importância de congressos e feiras de Medicina não só para os médicos, mas para os pacientes que são examinados todos os dias por estes profissionais. Afinal, nesses eventos os especialistas compartilham experiências, conhecimentos e insights sobre diversos tópicos interessantes para a atualidade.

QUAL A IMPORTÂNCIA DOS CONGRESSOS MÉDICOS?

Esses eventos reúnem especialistas e pesquisadores de diversas áreas da Saúde para debater descobertas, resultados e conhecimento. Assim, os eventos são uma estratégia eficaz para ampliar sua rede de contatos, facilitando a interação de pessoas em diversas áreas profissionais e trocando experiências.No entanto, muitas vezes os congressos não acontecem na sua região e necessitam de deslocamento de um lugar para o outro. Nesse sentido, vale contratar um Seguro Viagem que garanta segurança e tranquilidade na viagem, do começo ao fim.

COMO SE PREPARAR PARA UM CONGRESSO MÉDICO? Em verdade, participar de eventos e congressos médicos é uma maneira excelente de garantir um upgrade profissional, afinal, nestes eventos os profissionais adquirem melhor conhe-

cimento em técnicas e avanços científicos dentro de alguma especialidade diferente. Entretanto, durante as viagens é necessário se preparar para aproveitar tudo da melhor forma possível. Veja algumas dicas para organizar sua viagem aos congressos médicos.

DEFINA SEU OBJETIVO: É necessário definir seus objetivos para não se perder entre tantas atividades quando chegar lá. Então, estabeleça metas específicas e siga o cronograma checando as prioridades.

PLANEJE-SE: Aqui, vale fazer um planejamento antes da viagem, observando todas as sessões e palestras que o evento terá. Geralmente, muitos especialistas da área são cotados para palestrar nesses eventos, e é muito provável que você não consiga acompanhar tudo. Então, vale seguir seu cronograma, lembrando sempre dos próprios objetivos e prioridades.

MARQUE ENCONTROS COM ANTECEDÊNCIA: É ideal que você pesquise o cronograma do congresso e veja quem está participando, prestando atenção nos temas relacionados a cada profissional. Caso queira encontrar alguém específico para um bate-papo, entre em contato e demonstre interesse.

CONECTE-SE ÀS REDES SOCIAIS: Não é novidade que as redes sociais ajudam a melhorar o seu networking. Na área da Saúde, estar conectado traz credibilidade e, ainda, quando você compartilha suas descobertas com os pacientes, mostra o quanto está se atualizando na área. Além do mais, é possível acompanhar o evento pela internet através do perfil oficial, ou perfis dos palestrantes nas redes sociais.

ENRIQUEÇA O SEU TRABALHO: Inscreva-se para fazer parte das palestras e pes-

quisas. Ser palestrante é uma forma excelente de passar seu conhecimento para outros médicos, além de ganhar credibilidade aos olhos de especialistas e empresas na sua área de atuação.

PROTEJA-SE DURANTE A VIAGEM: Longe de casa, ficamos sujeitos a mais imprevistos. Por isso, é essencial que você contrate um Seguro Viagem para que o congresso seja ainda mais tranquilo, produtivo e livre de estresse, caso ocorram imprevistos, como extravio da bagagem, cancelamento de voo e até problemas de saúde.

COMO SE PROTEGER EM CONGRESSOS MÉDICOS? Para viajar com segurança e conforto, vale pensar em contratar um Seguro Viagem. Esta solução permite que você aproveite sua viagem com tranquilidade. Seja em destinos nacionais ou internacionais, você pode contar com a expertise da MDS Brasil em coberturas e serviços exclusivos para manter sua segurança e a proteção de sua bagagem.

Em caso de imprevistos, com um simples telefonema e atendimento em português, você terá todo o suporte necessário, inclusive em situações de emergência, de maneira rápida e sem complicações, com acompanhamento do início ao fim.

A solução garante, ainda, respaldo em despesas médicas e/ou hospitalares – incluindo Covid-19, afinal, os médicos também precisam cuidar da saúde e o Seguro Viagem visa protegê-los justamente em situações como essa. Além do mais, o Seguro Viagem oferece serviços 24 horas à sua disposição, como: assistência médica e odontológica, remoção inter-hospitalar, translado, reembolso em caso de cancelamento de voo, auxílio na localização e compensação por atraso ou extravio de bagagem. A solução oferece, também, acompanhamento de menor ou idoso, assistência jurídica e muitos outros.

COMO CONTRATAR: Pensando em oferecer as melhores soluções especializadas para os associados APM, a MDS Brasil tem a expertise para atender suas necessidades, visando sempre a garantia de segurança, conforto e tranquilidade para que sua viagem seja ainda mais satisfatória.

Além disso, é possível customizar a apólice de acordo com suas necessidades!

Entre em contato com a Central de Relacionamento da APM pelo telefone/ WhatsApp (11) 3188-4200 e/ou e-mail central.relacionamento@apm.org.br.

Fonte: APM/SP

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DEZEMBRO DE FESTAS E ARTES

ASecretaria Municipal de Cultura de Mogi das Cruzes programou para o mês de dezembro a Feira Mogi Feita à Mão, que será realizada sempre às segundas, terças e quartas-feiras, na região central da cidade. A ação com início na próxima segunda-feira (05/12), terá como sede a Praça Monsenhor Roque Pinto de Barros, em frente ao Centro Cultural. A feira acontece em horário comercial, das 9h às 17h, com entrada gratuita e ficará disponível até o dia 21 de dezembro.

O projeto Mogi Feita à Mão visa fomentar o artesanato de Mogi das Cruzes, gerando emprego e renda e apoiando a atuação de microempreendedores, artesãos e artistas da cidade.

Ao todo, estarão disponíveis oito barracas para comercialização de tapetes, enfeites para casa, bonecos e marionetes, doces gourmet, entre outros itens de artesanato.

NA VILA HÉLIO

A Vila Hélio, no Centro de Mogi das Cruzes, vai ter uma decoração especial para o Natal neste ano. O acender das luzes está marcado para 22 de dezembro às 19h. O público também poderá acompanhar gratuitamente diversas apresentações musicais no espaço. Entre as atrações estão os corais Canarinhos do Itapety e da Terceira Idade, o cantor Fernando Maque e o quarteto de cordas da Sinfônica de Mogi das Cruzes. A decoração terá uma árvore de Natal de 4 metros de altura e mais de 15 mil lâmpadas foram instaladas em postes, marquises, praça, prédios e jardinagem.

PROGRAMAÇÃO DE ABERTURA DA DECORAÇÃO DE NATAL DA VILA HÉLIO – 22/12

• 19h - Show do Quarteto de Cordas da Sinfônica de Mogi das Cruzes

• 19h30 - Coral Canarinhos do Itapety

• 20h - Coral da Terceira Idade

• 20h30 - Acendimento das luzes de Natal.

• 21h- Show da Big Band da Sinfônica, com Fernando Maque

NO MOGI SHOPPING

Assistir apresentações de Natal no mês de dezembro já é tradição, por isso, o Mogi Shopping preparou uma programação especial e receberá diferentes instituições de Mogi das Cruzes a partir do próximo sábado (3). Nos dias que antecedem a época mais esperada do ano, o público poderá prestigiar gratuitamente repertórios que vão do clássico ao contemporâneo.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:

• 03/12, às 19h: Colégio Interativo Mogi

• 07/12, às 19h30: Colégio Gutenberg

• 09/12, às 20h: Colégio Gaspar Vaz

• 10/12, às 18h: Colégio Leão de Judá

• 14/12, às 19h30: Colégio Brasilis

• 15/12, às 19h: Instituto Ana de Moura

Cada apresentação tem duração prevista de 45 minutos e a classificação é livre para toda a família.

13 DEZEMBRO/JANEIRO DE 2023

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