Revista Negócio Rural Edição 9

EDIÇÃO 09 Espírito Santo JUN/JUL/2017 Valor: R$ 9,90

Filipe Bonadiman se espelha no pai Sidinei para continuar os trabalhos na propriedade da família em Iconha

Tal pai,tal filho Os desafios da sucessão familiar no campo

Abertas as inscrições para prêmio nacional de café

Plano Safra: mais recursos e menos juros

Tudo pronto para a Semana Tecnológica da Coopeavi

4 ª FAV E S U

Confira nesta edição a cobertura completa da Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba

CURSO TÉCNICO EM AGRONEGÓCIO DO SENAR CHEGA AO ESPÍRITO SANTO POLO PRESENCIAL EM RIO BANANAL/ES RECONHECIDO PELO MEC E CREA

Gratuito A Distância Semipresencial 2 anos de duração etec.senar.org.br

ÍNDICE

EDITORAL

TODOS UNIDOS PARA FORTALECER O AGRONEGÓCIO

04 NOVA GERAÇÃO

Os desafios da sucessão familiar para manter os jovens nas propriedades rurais capixabas

A força do agronegócio para a economia do Brasil pôde ser comprovada durante a quarta edição da 4ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (Favesu), que foi realizada nos últimos dias 22 e 23 de junho, no município de Venda Nova do Imigrante.

A organização estima que foram gerados negócios que somaram aproximadamente R$ 35 milhões. E nesta edição da Revista Negócio Rural, trazemos uma cobertura com os principais momentos da Favesu.

O evento, que é realizado a cada dois anos pela Associação de Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves) e pela Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases), é um exemplo de organização. A edição de 2019 já começou a ser pensada e planejada.

Outros eventos que acontecem durante o mês de agosto também fortalecem a importância do agronegócio.

A Feira Sabores da Terra, em Vitória, a Semana Tecnológica do Agronegócio, em Santa Teresa e a Exposição Internacional do Nelore do Espírito Santo (Expoinel-ES), em Aracruz, são alguns dos exemplos.

E fortalecer esse setor tão importante para o Brasil é o papel fundamental dos gestores municipais, estaduais e federal. Estamos atentos e mostraremos nas nossas páginas as boas ações em prol do agronegócio capixaba, que é comandado por homens e mulheres de fibra.

23 FINANCIAMENTO Plano Safra oferece mais recursos e menos juros ao produtor rural

24 CAFEICULTURA

Abertas as inscrições para o Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável de Café para Expresso

30 RECEITA

Aprenda uma receita de macarrão a bolonhesa sauína preparada pelo chef Gilson Surrage

11 A 20 ESPECIAL Confira nesta edição a cobertura da Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba

Julio Huber e Bruno Faustino Foto de capa: Bruno Faustino Editores de jornalismo: Bruno Faustino - JP - 1375/ES Julio Huber - JP - 2038/ES Reportagem: Bruno Faustino Julio Huber Juliano Rangel Fotografia: Bruno Faustino Julio Huber Secom/ES Studio Base 40

Revisão: Evandro Albani Colaboradores: Anderson Percílios Juliano Rangel Diagramação: HM Propaganda

(27) 3361-4163

(27) 3114-0433

Periodicidade: Bimestral - Com reportagens apuradas entre 30/05 a 30/07/2017 Endereço e assinaturas: Avenida Presidente Vargas, nº 590, Sala 305 B Centro - Domingos Martins ES - Cep: 29.260-000 (27) 3268-3389 revistanegociorural@gmail.com

revistanegociorural Impressão: Gráfica Jep

Tiragem: 4 mil exemplares A Revista Negócio Rural é uma publicação da empresa Nova Comunicação. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem a prévia autorização dos editores.

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TEXTO: BRUNO FAUSTINO | FOTOS: BRUNO FAUSTINO/ARQUIVO COOABRIEL/DIVULGAÇÃO

Exemplo que passa de pai para filho A sucessão familiar é um assunto que tem preocupado as famílias rurais no Espírito Santo

su•ces•são

sf 1 Ato ou efeito de suceder(-se); sucedimento.

2 Sequência ou série de pessoas, de acontecimentos ou de coisas que se sucedem sem interrupção ou com pequeno intervalo.

3 Ato ou efeito de prosseguir; continuação, prosseguimento.

4 Transmissão de direito ou de patrimônio deixado por uma pessoa falecida a uma ou diversas pessoas vivas; herança.

5 Transmissão de direitos ou de poder, especialmente poder político, conforme determinadas regras ou leis.

6 Grupo de herdeiros ou de descendentes; prole.

Antônio, Gilmar e Leonardo: três gerações unidas ao amor pelo café

A definição teórica encontrada na maioria dos dicionários para a palavra "sucessão" nem sempre é tão simples quanto parece na prática.

Encontrar um sucessor para tocar os negócios da família não é tarefa fácil, seja no ramo empresarial e, principalmente, nas propriedades rurais, uma vez que os jovens estão cada vez mais indo para as cidades e deixando o campo de lado.

“Assim como nas empresas privadas, há um problema sério de sucessão na propriedade rural, porque os jovens se formam e ficam nos centros urbanos. Eles não retornam para o interior. Os últimos anos nos ensinaram um pouco. Por causa da crise, eles voltaram. Diante disto, o que nós percebemos e que precisa4 | NEGÓCIO RURAL

mos fazer de forma estruturada e planejada, levando em conta a profissionalização, é que essa volta do jovem para o campo ocorra de maneira natural”, explica o superintendente do Sistema OCB-SESCOOP/ ES, Carlos André Santos de Oliveira.

A agricultura tem grande destaque e representatividade no agronegócio do Espírito Santo: nada menos do que cerca de 25% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no Estado).

Mais de 60 dos 78 municípios capixabas têm a maior parte de sua mão de obra empregada na roça, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sem sucessor, o campo produz menos e não importa o tamanho das terras.

“Antigamente, o sonho da maioria dos agricultores era ter um filho na cidade, ter um filho doutor ou com emprego garantido. A atividade agrícola não era bem remunerada. Agora, grande parte desses produtores está com a mentalidade diferente.

Querem os filhos por perto, tocando os negócios da família, já que o café está com preço interessante, o mamão, o cacau... O êxodo rural está sendo deixado de lado”, lembra o presidente da Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré, Erasmo Carlos Negris.

A Revista Negócio Rural percorreu o Espírito Santo atrás de respostas para a seguinte pergunta: quem vai cuidar da sua propriedade no futuro?

“Os jovens se formam e ficam nos centros urbanos.

Eles não retornam para o interior” Carlos André Santos de Oliveira, superintendente do Sistema OCB - SESCOOP/ES Nossa primeira parada: São Domingos do Norte, Noroeste do Espírito Santo. Em meio aos 170 mil pés de café, encontramos Isaac Venturim.

Aos 37 anos, comanda a propriedade de 70 hectares. Hoje ele é responsável por todo o processo de produção.

“Desde pequeno, eu vinha acompanhando os trabalhos aqui na propriedade nos finais de semana. Mais tarde, eu tive a oportunidade de fazer uma faculdade de Administração Rural. Trabalhava na propriedade durante o dia e estudava à noite. Eu tive

a felicidade de descobrir que gostava do que estava fazendo e hoje tiro o meu sustento daqui”, revela Isaac.

NOVOS TEMPOS - Atualmente, a forma de produzir café mudou muito em relação à que o pai do Isaac usava no passado, quando comprou a propriedade. A tecnologia e os estudos implantados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) foram fundamentais para o aumento na produtividade da lavoura. “Nos últimos anos,

saímos de uma baixa para uma alta produtividade. Isso se deve, é claro, às atuais pesquisas e também à confiança que a minha família teve no meu trabalho”, afirma o jovem produtor.

Afinal, neste caso, confiança foi fundamental para uma sucessão de sucesso. “Eu fico muito satisfeito de conseguir retribuir todo esse apoio que tive do meu pai, da minha mãe, dos meus irmãos. Foi um desafio.

Não foi fácil, mas ver o resultado do seu trabalho e a família feliz é bom demais”, diz Isaac.

DAS EMPRESAS FAMILIARES

70%

SOBREVIVEM À 2ª GERAÇÃO

30%

CHEGAM À 3ª GERAÇÃO

5% MORREM COM SEUS FUNDADORES

Fonte: Sebrae

NO BRASIL SÃO 1,5 MILHÃO 5,2 MILHÕES DE OBITIDOS POR ESTABELECIMENTOS HERANÇA RURAIS Fonte: IBGE / Censo Agropecuário

APENAS 5% DAS EMPRESAS CHEGAM À TERCEIRA GERAÇÃO O último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, revela que, dos 5,2 milhões de estabelecimento rurais no Brasil, 1,5 milhão, ou quase um terço, foram obtidos por herança, fatia que representa a importância da sucessão na atividade agropecuária.

No entanto, as estimativas ainda apontam que é pequeno o número de proprietários que já têm conhecimento suficiente para obter êxito na sucessão não somente do patrimônio, mas também do negócio que gira dentro da porteira.

Segundo dados do Sebrae, 70% das empresas familiares encerram

as atividades com a morte do fundador, 30% sobrevivem à segunda geração e apenas 5% chegam à terceira.

3ª GERAÇÃO - O técnico agrícola Lázaro Santos, 30, produz café, mamão e cria gado de leite, em Montanha, no Norte do Espírito Santo.

Ele faz parte da fatia privilegiada de sucessores. “Meu avô chegou e colonizou nossa região. Depois passou o que conquistou para o meu pai e agora eu tomo conta dos negócios. Estamos já na terceira geração”, conta.

Mas tocar os negócios da família não foi a primeira opção do técnico agrícola. “Estudei fora e tentei arran-

jar um emprego. Como não consegui, meu pai me arrumou trabalho aqui na propriedade e eu fiquei. Hoje, estou realizado. Estou de pé às 6 horas e só paro depois das 19 horas. Faço um pouco de tudo”, explica Lázaro.

Outro privilegiado é Leonardo Cuquetto, 31. Quem chega ao Sítio Morro Alto, em São Gabriel da Palha nem imagina que toda a propriedade é tocada pelo jovem produtor.

Ele foi escolhido para assumir os negócios da família. “A propriedade era do meu avô, passou para o meu pai, e, agora, eu tomo conta de tudo.

Cuido do cafezal, do plantio até a colheita”, conta Leonardo.

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TEXTO: BRUNO FAUSTINO | FOTOS: BRUNO FAUSTINO/ARQUIVO COOABRIEL/DIVULGAÇÃO

“Fico muito satisfeito de conseguir retribuir todo esse apoio que tive do meu pai, da minha mãe, dos meus irmãos” Isaac Venturim, jovem produtor de café

Isaac Venturim teve o apoio da família para comandar a propriedade em São Domingos do Norte

Em uma área de 7,5 hectares, a família possui 26 mil pés de café conilon plantados. Gilmar Cuquetto, 55, pai de Leonardo, ficou orgulhoso com a decisão do filho de sucedê-lo na propriedade. “Era o que eu mais queria. Criar o filho e saber que mais tarde ele vai dar continuidade ao nosso trabalho é a maior felicidade”, afirma o pai.

As empresas familiares no Brasil representam cerca de 90% das empresas não estatais e 99% dos negócios são originados de empresas familiares, os quais absorvem

mão de obra, geração de emprego e renda, empregando mais de 60% da força de trabalho disponível. O maior obstáculo a ser superado no processo de sucessão é a profissionalização da atividade.

O jovem Julio César Piasi, 26, mora na localidade de Pedregulho, em Castelo, na Região Serrana do Espírito Santo. Numa área de 70 hectares, ele cria gado de leite e produz café. Estudou e buscou profissionalização para comandar a propriedade da família.

“Eu nasci na zona rural, fiz curso de técnico agrícola e, quando terminei

o curso e me formei, decidi ficar em casa. Eu nunca trabalhei fora. Trabalho com o que gosto de fazer”, conta Julio.

O técnico agrícola não parou de estudar mesmo após a formação.

Com apoio da Cooperativa Agrária Mista de Castelo, Julio Piasi conquistou qualificação para desenvolver outras atividades na propriedade. “Fiz curso de inseminação artificial, de melhoramento genético, tudo por conta da cooperativa.

Isso ampliou meu conhecimento e me deu condições de me especializar”, afirma o produtor.

PASSO A PASSO PARA IDENTIFICAR UM SUCESSOR IDENTIFICAR QUAIS ÁREAS CADA UM TEM MAIS INTERESSE ENTENDER COMO CADA PROCESSO FUNCIONA, COMO PODE SER OTIMIZADO TRAÇAR OBJETIVOS REAIS DE CRESCIMENTO CONHECER ALGUNS AGRICULTORES QUE SOUBERAM LIDAR COM OS ATRITOS INTERNOS DA FAMÍLIA, SEM COLOCAR EM RISCO O FUTURO DOS NEGÓCIOS Fonte: Sebrae 6 | NEGÓCIO RURAL

SUCESSOR VERSUS HERDEIRO Um equívoco comum é confundir o papel do sucessor com o do herdeiro.

Para o consultor da AME consultoria, Eliseu Felipe Hoffmann, os conceitos de herdeiro e sucessor são distintos, pois ser herdeiro não significa, necessariamente, ser sucessor.

“O papel do herdeiro está relacionado ao patrimônio, já que o herdeiro é a pessoa que recebe bens e direitos que formavam o patrimônio de alguém que faleceu. Já a figura do sucessor se vincula ao negócio, à substituição do cargo profissional,

sendo responsável pela gestão da empresa. Existe certa confusão em relação aos dois conceitos devido ao fato de, no senso comum, o herdeiro ser, necessariamente, o sucessor, o que pode não ocorrer quando se trata de sucessão nas empresas familiares”, explica Eliseu.

O ditado que diz “pai rico, filho nobre, neto pobre” não caiu no gosto popular à toa, uma vez que a grande dificuldade de formar sucessores está dentro das propriedades rurais. Parte da parcela de culpa é da própria família.

“Quando nos tornamos pais, queremos ‘superproteger’ nossos filhos. Muitas vezes, não os deixamos caminhar com as próprias pernas. E mais tarde, na hora de assumir o posto de dono do negócio, aparecem as dificuldades. É claro que essa juventude também tem a sua parcela de culpa por não querer se envolver no dia a dia da roça. Para solucionar essa equação é simples: em vez de dar o peixe, é preciso ensinar a garotada a pescar desde cedo”, analisa o consultor.

Núcleo Jovem da COOABRIEL se preocupa com o futuro dos jovens no campo

Eliseu Felipe Hoffmann esteve no Espírito Santo recentemente para conversar com os integrantes do Núcleo Jovem Cooperativista Rodrigo Sardinha, em São Gabriel da Palha, noroeste capixaba, sobre o tema.

Mais de 100 pessoas participaram do encontro, entre elas, pais, mães, filhos e netos de produtores rurais da região, preocupados com a saída dos jovens do campo para a cidade.

“Muitos jovens estão iludidos com o apelo urbano de uma vida melhor e acabam não enxergando que o lugar onde vivem na propriedade é muito mais vantajoso.

Este é um tema importante para

se debater. É a preocupação com a sobrevivência da agricultura e do fortalecimento das cooperativas agropecuárias”, diz Jecimiel Gerson Bochardt, 30, membro do Núcleo Jovem Rodrigo Sardinha.

Na região, a Cooabriel, o Sicoob, a Veneza e a Coopcam, juntamente com o Sistema OCB-SESCOOP/ES, apoiam o desenvolvimento de projetos criados pelos jovens, observando a realidade que vivem. “Importante a preocupação dos jovens cooperativistas. Meu pai sempre se preocupou em passar e defender que o filho tem que aprender a trabalhar na propriedade. Tenho filhos

que trabalham e moram na roça”, destaca o presidente da Cooabriel, Antônio Joaquim de Souza Neto.

Ele afirmou que o jovem precisa, desde cedo, aprender a administrar a propriedade, fazendo as coisas bem feitas. “No café, é importante aprender a gerenciar o processo produtivo, conhecer tecnologias de produção, acompanhar a questão da produtividade e alcançar médias constantes, além da qualidade produzida, pois assim ele sobreviverá bem da atividade.

Parabéns aos jovens pela iniciativa e às famílias aqui presentes, isto demonstra que estão caminhando juntos”, disse o presidente da Cooabriel.

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TEXTO: BRUNO FAUSTINO | FOTOS: BRUNO FAUSTINO/ARQUIVO COOABRIEL/DIVULGAÇÃO

Família feliz e unida no campo

Sidinei, Joelma, Alana e Filipe moram e trabalham na propriedade rural da família em Iconha.

Pai, mãe, filho, filha. Todos juntos e trabalhando no campo. É assim o dia a dia da família Bonadiman, na localidade de Monte Belo, em Iconha, no Sul do Espírito Santo. A propriedade tem cinco hectares e produz uma variedade de frutas, entre elas acerola, cacau, laranja e outras. Tudo orgânico. A mudança aconteceu há 17 anos. E não há arrependimento.

“Quando começamos a produzir alimentos orgânicos, a procura era pequena. O consumidor nem sabia direito o que era”, conta o produtor Sidinei Marion Bonadiman, 50.

No Espírito Santo, 300 produtores rurais já possuem a certificação orgânica e, juntos, colhem cerca de

“Sempre quis que eles seguissem os meus passos na roça” Sidnei Bonadiman, produtor rural

12.800 toneladas por mês, segundo levantamento do Incaper. As frutas estão entre os produtos mais cultivados.

Ensinar aos filhos o que sabia e mantê-los por perto era o grande sonho do produtor. “Sempre quis que eles seguissem os meus passos na roça”, completa Sidnei. Mas o filho mais novo, Filipe Bonadiman, atualmente com 21 anos, tinha outros planos. “O sonho dele era, ao completar 18 anos, tirar a carteira de motorista e seguir pra estrada”, revela o pai.

Com o passar dos anos, Filipe cresceu, formou-se em técnico agrícola e começou a trabalhar na propriedade junto com a família.

Será que ele pensa em desistir da atividade? “Não. Agora mais não!”, responde o jovem.

“Essa escolha do Filipe em permanecer na propriedade uniu a família. Tá todo mundo aqui junto.

Muitos jovens deixam as propriedades para trabalhar como empregado e, muitas vezes, se eles não tivessem saído, eles seriam os patrões”, orgulha-se o pai.

E o futuro? Será que é promissor para essa nova geração do campo?

“Com certeza! A gente pretende ter uma boa produção e uma boa qualidade”, afirma Filipe. Quando questionado se pretende sair da roça, a resposta está na ponta da língua: “nem pensar”, finaliza o jovem produtor.

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REVISTA NEGÓCIO RURAL

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INFORMAÇÕES E FOTO: ASCOM/PMA |

AG R O I N D Ú ST R I A

Associação de mulheres de Anchieta se destaca pelas delícias produzidas no campo Pães, bolos, doces, biscoitos, licores. Delícias da agricultura familiar feitas por mãos habilidosas. É assim que, há 18 anos, mulheres da comunidade de Córrego da Prata, interior de Anchieta, garantem renda para suas famílias.

Tudo começou em 1999 com a união de 20 mulheres. Juntas fundaram a Associação Mulheres da Prata, para o fortalecimento do associativismo e da agricultura familiar na zona rural do município.

“Mulheres da Prata é uma ideia que vem dando certo e ajudando muitas famílias a permanecerem no campo”, afirma a presidente da associação, Rosangela Zuqui, 57.

A ideia de criar a associação surgiu em um período de seca. Na época, a agricultura estava enfrentando uma crise por falta de chuva e as famílias da região estavam com dificuldades financeiras. “A nossa

associação surgiu para ajudar na renda familiar naquele período de seca”, conta a associada Joana das Neves Salaroli.

Tudo que é produzido por elas é comercializado na feira da agricultura familiar de Anchieta e nos supermercados e mercearias da região. Os ingredientes são sempre naturais e cultivados pelas próprias associadas.

“Utilizamos banana, aipim, maracujá, leite, coco e muitas frutas.

Tudo é colhido em nossas pequenas propriedades”, conta Joana.

O negócio deu tão certo que o grupo conta com um veículo, que percorre semanalmente algumas cidades vendendo as delícias produzidas por elas. A qualidade é a garantia de boas vendas.

"Fico feliz em fazer parte de um grupo que fortalece a agricultura familiar e garante a permanência de muitas famílias na comunidade", finaliza a associada.

SERVIÇO: Mulheres da Prata A agroindústria fica a 32 Km da sede de Anchieta, no Circuito Turístico dos Imigrantes. O percurso é pavimentado. Os visitantes podem ver como são fabricados os produtos, além de comprar e degustar tudo o que é produzido pelas habilidosas mulheres.

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S U ST E N TA B I L I DA D E |

TEXTO E FOTO: INCAPER

Propriedade rural vira exemplo nacional de sustentabilidade Uma propriedade rural na Região Serrana do Espírito Santo se destaca pelos exemplos práticos de sustentabilidade e atualmente é referência no Estado e até no Brasil. É a propriedade rural da família Huver, que fica a seis quilômetros do centro de Domingos Martins, na comunidade de São Bento do Chapéu. Lá moram o agricultor Cláudio Huver, a esposa dele, Verônica Huver, e os dois filhos, Anderson e Stefane.

Em 1984, o descendente de alemães Arnaldo Huver, pai de Cláudio, resolveu ir morar na cidade com a família e vendeu uma parte da propriedade. “Eu não estava tão motivado na época. Depois que vendemos parte da propriedade, restou para nós apenas 20 hectares, apenas com pastagens deterioradas, com um casarão antigo e um pequeno paiol”, lembrou Cláudio.

Segundo ele, durante um tempo, o único sustento da família era a aposentadoria de sua mãe, de meio salário mínimo. Por esse motivo, tornava-se essencial arranjar outras formas de obtenção de renda a partir de uma transformação na propriedade.

INVESTIMENTOS - A família Huver chegou a investir em mudas de café arábica, pés de banana, hortaliças de todos os tipos, tanque para peixes e até em vendas de bebidas e salgados. Tudo em uma produção bem rústica e com poucos recursos. E sem qualquer orientação técnica, os investimentos não vingaram, levando a uma produtividade relativamente baixa.

Em seguida, a família aderiu ao Programa “Peixe na Mesa”. Nele, os agricultores familiares ganhavam uma alternativa sustentável de diversificação das suas fontes de renda. O programa foi explicado passo a passo, o tanque dos peixes foi refeito e foram construídos mais dois tanques na propriedade. As matrizes foram adquiridas com os recursos próprios e teve uma introdução inovadora, a carcinicultura (camarão da Malásia), como mais uma alternati10 | N E G Ó C I O R U R A L

João Miranda (ao centro) prestou assistência ao desenvolvimento da propriedade da família Huver

va de renda. Mesmo depois de tantos investimentos, eles ainda viam a propriedade sem um rumo certo.

MUDANÇAS - As mudanças na propriedade começaram com o apoio do governo do Estado, por meio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as Secretarias de Desenvolvimento Rural, de Cultura e de Turismo de Domingos Martins e o Centro de Tecnologia em Aquicultura e Meio Ambiente (CTA).

Foi sob as orientações do extensionista João Miranda dos Santos e da economista doméstica Vera Lúcia dos Santos Martins, ambos do Escritório Local de Desenvolvimento Rural (ELDR) do Incaper em Domingos Martins, que os Huver começaram a presenciar as reais transformações “no quintal de casa”.

Atualmente é possível encontrar uma grande diversidade de culturas, piscicultura, restaurante, pousada e florestas, além da conservação dos recursos naturais, que garante a renda da família e gera empregos diretos, além de atrair muitos turistas. “O objetivo é que ações assim se multipliquem pelas propriedades capixabas afora”, reforçou João

Miranda.

Hoje o pesque-e-pague e o restaurante rural, que são referência na região, atendem de 120 a 150 pessoas por semana. Nos chalés para hospedagem, as suítes ficam ocupadas quase todos os fins de semana.

Hoje, a propriedade é modelo apresentado em diversos cursos realizados pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), sobre manejo ecológico, englobando instituições como o Incaper e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

Os filhos de Cláudio e Verônica Huver, Anderson e Stefane, são estudantes do curso de Administração em uma faculdade em Vitória, na capital do Estado. Mas eles se revezam entre os atendimentos e também auxiliam nas atividades da propriedade. Enquanto Cláudio cuida da parte agrícola, Verônica é a cozinheira oficial da família e responsável pelo processamento da produção.

“Estou buscando aprimorar os meus conhecimentos em gestão corporativa para facilitar o nosso caminhar, que nem sempre foi fácil”, disse Anderson. “É a nossa única oportunidade de crescer cada vez mais e nos aproximarmos do turismo rural”, reforçou Stefane.

COBERTURA 2017 N E G Ó C I O R U R A L | 11

E S P E C I A L FAV E S U

Favesu movimenta mais de R$ 35 milhões em negócios

O vice-governador César Colnago destacou a importância da avicultura e da suinocultura para o Estado

A quarta edição da Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (Favesu), realizada nos dias 22 e 23 de junho de 2017 no município de Venda Nova do Imigrante, foi considerada um sucesso pelos organizadores, cumprindo com o seu objetivo focado em informação, apresentação de novas tecnologias, aproximação do produtor junto a fornecedores, divulgando ainda a qualidade do que é produzido pela avicultura e suinocultura capixabas.

A repercussão positiva é comprovada ainda pelo grande fluxo de pessoas que esteve presente no evento, um número de quase 2.300 participantes. Em relação aos expositores, levantamentos iniciais da organização apontam que o evento contribuiu com negócios que somaram aproximadamente R$ 35 milhões, números superiores aos da última edição.

Durante a abertura oficial da Favesu, o vice-governador do Estado, César Colnago, destacou a importância dos dois setores para a economia do Espírito Santo. “Esse evento, além de ser tradicional, é muito importante para um setor que está entre os mais dinâmicos e mais modernos, que é a nossa avicultura e suinocultura. Quero parabenizar a todos os produtores, todos os líderes dessas áreas, porque cada vez mais nós avançamos em par12 | N E G Ó C I O R U R A L

ticipação no mercado, seja no frango de corte, no de postura ou na área do suíno. São atividades superimportantes e que geram muita participação e emprego”, considerou César.

O secretario estadual de Agricultura, Octaciano Neto, falou que a realização da feira comprova o quanto os setores de avicultura e suinocultura capixabas têm evoluído ao longo dos últimos anos. Ele também falou sobre a necessidade de continuar importando milho da Argentina, mesmo que em pequenas quantidades, e de manter ativo o transporte de milho via férrea pelo Porto de Capuaba.

Durante a abertura oficial da Favesu, participaram representantes dos setores de avicultura e suinocultura do Estado e de outras partes do país, além da presença de diversos prefeitos, deputados federais, senador e outros representantes do cenário político o Espírito Santo.

O diretor-executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) e da Associação de Suinocultores do Espírito Santo (ASES), além de coordenador institucional da feira, Nélio Hand, abriu a evento parabenizando o empenho de todos os envolvidos e a hospitalidade do município de Venda Nova do Imigrante, que recebeu mais uma Favesu.

“Essa é uma oportunidade de nos reinventarmos e buscarmos parceiros. O nosso dia a dia não é nada fácil, mas estamos aqui firmes e levando alimentos de qualidade para o consumidor”, ressaltou Nélio.

O presidente da Aves, Oderlí Schneider, falou sobre o desafio do trabalho, da logística, do apoio do governo estadual e valorizou a produção independente.“Existem entraves constantes em nossas atividades, principalmente no que diz respeito à parte sanitária e também de mercado. Além disso, a aplicação de várias legislações nos causa preocupação se de fato todos os envolvidos conseguirão atender as referidas exigências. É preciso ficar atento para que esses aspectos não se tornem mecanismos que esfacelem setores tão importantes quanto os nossos”, destacou Oderli.

Ele também falou sobre a importância do trabalho da Aves junto aos seus associados. “A Aves têm buscado orientar e mostrar aos seus associados que é preciso seguir as determinações e legislações. Existem ainda aqueles que precisam sair da ‘zona de conforto’, agir para atender o que é determinado por nossas autoridades. Nossas representações existem para cuidar que os temas sejam coerentes, mas precisamos dar a nossa contrapartida”, finalizou.

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Especialista aponta boas perspectivas para os setores O ciclo de palestras durante a 4ª Favesu foi encerrado abordando “O Agronegócio e os Desafios do Quadro Político-Econômico Brasileiro”. O responsável pelo tema foi o vice-presidente de Assuntos Corporativos da Bayer no Brasil, Christian Lohbauer.

Christian fez um panorama do atual cenário agrícola no país e sobre o poder que o Brasil tem em relação a outros países, quando o assunto é o trabalho de defesas de safras. “Enquanto o nosso país tem duas ou três safras, outros apenas possuem uma”, contou o representante da Bayer no Brasil.

Sobre o cenário político, que vem passando por um momento instável, o pesquisador abordou o impacto que tem gerado no agronegócio desde a última eleição presidencial de 2014 e quais as perspectivas para 2018.

A participação do governo federal foi um dos focos da explanação. “Se o governo fizer a sua parte e mo-

dernizar o sistema de inspeção federal e modernizar os portos já é o suficiente. O resto, o setor de suínos e aves resolve sozinho”, afirmou.

Os desafios do Brasil em atender ao mercado internacional também estiveram em pauta. “O mercado internacional ainda tem muito espaço para ser ocupado pelos produtos agrícolas brasileiros.

Apesar das dificuldades de acesso por questões sanitárias ou protecionismo puro (cotas, tarifas ad valorem e específicas, salvaguardas e subsídios), há muito espaço para conquistar mercados, mesmo com maior valor agregado”, ressaltou o Christian.

Como mensagem final, Christian reafirmou que os produtores e pessoas que estão ligadas com as duas áreas devem manter firme o trabalho. “Independente do que já vivemos para quem está atuando nesses dois segmentos é só trabalhar”, ressaltou o representante da Bayer no Brasil.

RECUPERAÇÃO DE MERCADO PARA AVES E SUÍNOS As perspectivas de mercado e os indicativos atuais das áreas de avicultura e suinocultura também estiveram na 4ª Favesu, com a Reunião Conjuntural que teve a participação de representantes dos dois setores.

Para falar sobre os números da avicultura de corte e a postura comercial brasileira, o vice-presidente de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e presidente do Instituto Ovos Brasil, Ricardo Santin, foi o convidado. “O cenário de aves e suínos está em um período de recuperação, já que ano passado tivemos um custo de produção exagerado, contou Ricardo. Ele também ressaltou que as pessoas podem confiar nas carnes produzidas no país. Essa operação “carne fraca” teve um equívoco de divulgação da Polícia Federal. A carne brasileira é segura de se comer”, ressaltou Santin.

Os números da suinocultura ficaram a cargo do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, que falou sobre os custos no setor. “Na parte dos custos, a gente vem trabalhando melhor que no ano passado. Já em relação aos preços, a situação vem recuando devido ao excesso de animal no sul do país, mas ainda estamos trabalhando para melhorar o preço, principalmente no sul do país”, contou Marcelo.

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Dicas para os produtores de suínos Durante a 4ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (Favesu), os produtores de suínos tiveram a oportunidade de receber importantes orientações e dicas para a produção. Abrindo o ciclo de palestras do Programa Anual de Capacitação de Suinocultores (Qualificases), o consultor da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e diretor da Integrall Soluções em Produção Animal, Iuri Pinheiro Machado, apresentou as estratégias para se promover o bem-estar no trabalho com a produção de suínos.

Durante a palestra, os participantes puderam conhecer mais sobre quatro sistemas de cercamento dos suínos baias coletivas, baias convencionais, mini-box e gaiolas de livre acesso.

Os pontos críticos do alojamento coletivo de matrizes - principalmente com as fêmeas-, e o fornecimento de alimento para os animais, também foram abordados por Iuri, que salientou a utilização de chips,

amparados por softwares, que controlam a alimentação dos animais, em locais chamados de Estação eletrônica de alimentação.

Iuri também apontou os países referências que fazem um planejamento anual do bem-estar da produção de suínos. “Nova Zelândia, Austrália e Canadá e os países da União Europeia fazem esse planejamento”, contou Iuri.

DESMAME DE LEITÕES O consultor da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e professor da Universidade de Patos de Minas (UNIPAM), Gustavo Gattás, apresentou aos participantes as “estratégias para maximizar o lucro em granjas de suínos”.

Gustavo trouxe um panorama dos valores com o desmame dos leitões e também falou sobre os custos com a ração. As oportunidades na fase de gestação foram explicadas pelo pro-

fessor, que apresentou os tipos de ração mais adequados para esse momento.

Durante a explanação, o pesquisador fez um comparativo, apresentando os custos com os leitões desmamados, descrechados e os que estão terminando esse ciclo. A comparação entre peso e desempenho também foi abordada pelo pesquisador.

Sobre a necessidade da alimentação desses animais nas primeiras fases, o professor explicou o que é realmente importante. “Existe uma busca incansável em fazer o animal consumir a ração, mas isso acontece dentro da sua necessidade”, ressalta o Gustavo.

O professor também abordou a temática das creches nesse período da vida do animal, o que segundo ele, representa uma transição das rações pré-iniciais para as iniciais.

“Isso tudo representa 15,27% do cercado terminado”, contou Gustavo.

PLANEJAMENTO DE METAS NA PAUTA PARA AVICULTORES O ciclo de palestras do Programa Anual de Capacitação de Avicultores, o (Qualificaves), nas categorias frango de corte e postura comercial, foi iniciado abordando o foco e planejamento que os produtores devem manter.

O tema “Gestão de metas para Avicultura” foi abordado pelo gerente nacional de vendas e técnico comercial de aves da Agroceres Multimix, Marcelo Torretta, que definiu como primordial para o início de todo trabalho a definição de uma meta anual.

“A definição da meta tem que pegar o resultado de ganho anual, além de ver a evolução genética e definir a meta para o ano atual”, ressalta.

Marcelo também abordou o cuidado com as metas conflitantes, o que ele considera como característica principal para se obter resultados, e a gestão dos custos de desperdício. “Nesse ponto, os produtores devem sempre ter em mente que a ração gera o maior

custo, além de ser responsável por 5,4% do desperdício na cadeia alimentar”, comentou o palestrante.

A avaliação dos resultados e os ajustes posteriores também estiveram na pauta do palestrante, que orientou os produtores sobre a importância de se fazer um planejamento desde a estrutura da granja.

Segundo ele, o Procedimento Operacional Padrão (POP) e o Plano de Ação são muito essenciais e devem ser feitos com muita atenção.

IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO DE AVES A imunização do setor de avicultura também teve espaço na Qualificaves, com a palestra sobre as “Vacinas e vacinação na Avicultura”, com o professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Breno Castello Branco Beirão.

Breno é pesquisador sobre as melhoras e como a vacina pode atu-

ar nas aves. Ele possui alguns dados que foram apresentados durante a palestra. Ainda segundo ele, o Brasil está entre os países que mais pesquisam a área de avicultura.

Ao longo da palestra, o professor explorou os diferentes tipos de vacina e falou sobre os momentos em que se deve escolher um tipo ou outro de vacina. Breno também falou sobre um dos equívocos mais comuns dos produtores. “Os produtores têm que levar em conta que a vacinação deve ocorrer nos momentos em que é necessária. Um dos erros mais comuns nessa área de produção é vacinar demais”, orientou.

Breno também ressaltou que a vacina é uma parte do processo de imunização. “A vacina é parte de um conjunto de medidas, que envolve, antes de qualquer coisa, a segurança. A qualidade do ambiente e a limpeza vêm antes da vacinação, então achar que a vacina resolve todos os problemas é um mito”, ressaltou o professor.

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E S P E C I A L FAV E S U

Prêmio para melhores produtores de ovos A valorização e o reconhecimento do trabalho das empresas e dos produtores do setor de avicultura, com foco na produção de ovos, foram motivos de premiação na 4ª Favesu, com o 1º Concurso de Qualidade de Ovos Capixabas e o 3º Concurso de Qualidade de Ovos Coopeavi.

Uma comissão julgadora composta por profissionais ligados à avicultura de postura comercial, provenientes do setor privado e do serviço público, avaliou todos os lotes inscritos.

Os três primeiros colocados no Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba receberam como premiação troféus alusivos ao concurso. O primeiro colocado terá o direito de utilizar um selo em suas embalagens de ovos com os dizeres: "Campeão do Concurso Capixaba de Qualidade de Ovos 2017”. Já

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os três primeiros colocados do 3° Concurso de Qualidade de Ovos Coopeavi receberam uma premiação em dinheiro, sendo R$ 2 mil para o 1º colocado, R$ 1,5 mil para o segundo melhor e R$ 500,00 para o 3º colocado.

A coordenação dos concursos foi realizada pela Qualiprev Consultorias, sob a responsabilidade do médico veterinário Nielton Cezar Ton. “Estamos muito felizes e contentes em contribuir com a melhoria contínua da qualidade dos ovos produzidos no Espírito Santo, trazendo ganhos para os consumidores”, disse Nielton.

O diretor-executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo e também coordenador dos concursos, Nélio Hand, falou sobre a qualidade dos ovos produzidos no Estado.

“Não é o melhor ovo capixaba, o ovo capixaba é o melhor”, ressaltou Nélio.

1º CONCURSO DE QUALIDADE DE OVOS CAPIXABA 1º Lugar – Granja Santa Maria Florêncio Augusto Berger Neto Volkmar Berger Waldemiro Berger Alessandra Berger Karina Berger 2º Lugar - Granjas Krause Izidoro Krause Rosangela Boratella 3º Lugar - Granja Capixaba Galo que Ri Carlos Magnus Caliman Berger Lorival Berger

3º CONCURSO DE QUALIDADE DE OVOS COOPEAVI 1º Lugar – Denerson Tersch 2º Lugar – Ergurner Foesch 3º Lugar - Waldecy Lemke

Adriano A. Rorato, gerente técnico comercial, da Tectron

“

Nélio Hand (ao centro) coordenou a Favesu juntamente com a sua equipe de colaboradores

“

Diretores da Revista Negócio Rural, Julio Huber e Bruno Faustino aproveitaram a feira para entregar a última edição da revista ao vice-governador, César Colnago

Para nós da Tectron, a Favesu foi extremamente proveitosa, pois abriu inúmeras oportunidades de negócios com clientes prospects que participaram. Recebemos com muita satisfação visitas de clientes que já usam nossas tecnologias e que aproveitaram a oportunidade para discutir os benefícios de novas tecnologias disponibilizadas pela empresa, como o Veo Premium.

Esse é um produto que regula o consumo de ração, reduz a resposta ao estresse e consequentemente aumenta a produtividade e a qualidade da produção. Não temos dúvida de que a feira atingiu as expectativas das empresas participantes e dos clientes que buscaram com ela se atualizar e se preparar para os desafios da atividade que desenvolvem. É uma forma inteligente e rápida de atualização e aumento de conhecimento.

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E S P E C I A L FAV E S U

Nutrisamal contribui para a produção de ovos vencedores de concurso no Estado Um dos mais recentes concursos criados para premiar os melhores ovos produzidos nas granjas do Espírito Santo, o 1º Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba, foi motivo de muita comemoração para uma empresa que, há mais de 30 anos, atende aos produtores de hortifrutigranjeiros e de pecuária: a NUTRISAMAL. A premiação, que ocorreu durante a 4ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba - Favesu, em Venda Nova do Imigrante, levou ao pódio três granjas - Granja Santa Maria, Granjas Krause e Granja Capixaba/Ovos Galo Que Ri. As três são clientes da NUTRISAMAL, que possui lojas nos municípios de Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa.

Segundo Carlos Berger, um dos proprietários da empresa, nestes mais de 30 anos de trabalho, o objetivo sempre foi fornecer produtos e serviços de qualidade aos clientes, além de atender ao mercado regional. “Buscamos ser a referência para nossos parceiros, fornecedores e colaboradores, com produtos que primam pela eficácia na produção, com controle de qua-

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lidade e respeitando o lado ambiental e sustentável”, conta Carlos Berger.

TRABALHO QUALIFICADO - Além de atuar no setor da avicultura, a empresa também desenvolve uma grande variedade de produtos voltados para o ramo veterinário, linha pet, animais, implementos agrícolas, equipamentos domésticos, sementes, artigos de montaria, calçados, material de construção, jardinagem, artigos para pesca, materiais de segurança do trabalho, entre outros, para atender ao homem do campo.

Quem explica isto é o gerente técnico comercial da empresa, o médico veterinário Danilo de Oliveira Rocha Bhering Santoro. “A terceira colocada, Granja Capixaba/Ovos Galo Que Ri, utiliza 100% de produtos NUTRISAMAL: genética: Galinha Dekalb; nutrição: Wisium, Biogenic e Yes; saúde animal: Bohering e Biocamp.

A segunda colocada, Granjas Krause, usa produtos da linha de saúde animal: Bohering e Biocamp. A primeira colocada, Granja Santa Maria, utiliza produtos da linha de nutrição: Yes, e de saúde animal:

Carlos Berger destaca a qualidade das rações fornecidas pela Nutrisamal

Bohering e Biocamp”, conta o veterinário.

Sobre a comercialização das vacinas e rações, a NUTRISAMAL representa algumas marcas consagradas que atuam nestas áreas. Danilo fala sobre como estes produtos podem contribuir para melhoria na qualidade dos ovos e o que representa todo este trabalho para os consumidores de ovos. “Isto representa maior segurança no consumo do alimento, com mais qualidade. A casca é a ‘embalagem natural dos ovos’, os mesmos se mostram mais resistentes à invasão por bactérias e possuem uma vida de prateleira maior. O ovo é considerado o segundo alimento mais completo, por isto, deve ser produzido com todo rigor”, finaliza Danilo.

TEXTO: JULIO HUBER | FOTO: ASCOM/SEAG |

BA R R AG E N S

Construções de barragens avançam no Espírito Santo

A barragem de Pinheiro será a maior do Espírito Santo e faz parte do Programa Estadual de Barragens

O Programa Estadual de Construção de Barragens vai entregar dois novos reservatórios nos próximos meses. As obras das barragens de Cupido e Pasto Novo, no distrito de Juncado, em Sooretama, estão avançadas. O secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, visitou os locais dos reservatórios que terão investimento de mais de R$ 2 milhões e capacidade para armazenar mais de 500 milhões de litros de água.

A barragem de Cupido está com mais de 70% da obra concluída. Ela terá capacidade para armazenar 209 milhões de litros de água e ocupará uma área de 10 hectares. O investimento é de R$ 1,13 milhão. Já Pasto Novo, que vai armazenar 332 milhões de litros de água, ocupará mais de 11 hectares e terá investimento de R$ 998 mil. O reservatório está com 45% da obra concluída.

O secretário da Agricultura, Octaciano Neto, ressaltou que os reservatórios visam ampliar a capacidade de reservação de água para enfrentar futuros períodos de estiagem no Espírito Santo. “O Programa Estadual de Construção

de Barragens começou em 2015 e até o final do ano que vem serão 60 barragens espalhadas por todo o Estado. A previsão é de que Cupido fique pronta agora no mês de agosto, antes do prazo estipulado, e Pasto Novo será concluída nos próximos meses”, destacou o secretário Octaciano Neto.

NOVAS BARRAGENS – Outros doze municípios capixabas receberão investimentos para ampliação da reservação de água para o enfrentamento de futuros períodos de estiagem. No último dia 12 de julho foi assinado, no Palácio Anchieta, um acordo de cooperação entre o Governo do Estado, por meio da Seag, o Sicoob, ES em Ação e os municípios beneficiados para a contratação de 17 projetos de barragens.

As cidades beneficiadas com os projetos serão Afonso Cláudio, Águia Branca, Cachoeiro de Itapemirim, Governador Lindenberg, Iúna, Linhares (2), Nova Venécia (3), Rio Bananal, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha (3), Vila Pavão e Vila Valério.

No acordo firmado, o Sicoob re-

passará R$ 1 milhão para a contratação dos projetos, que será realizada pelo ES em Ação. A Seag fica responsável pelo acompanhamento do projeto e execução da obra, e as prefeituras ficam responsáveis pela gestão da obra, licenciamento, titularidade de terras, entre outros.

O governador Paulo Hartung destacou a importância da parceria com o cooperativismo para dar seguimento ao Programa. "Estamos avançando, estou visitando e entregando obras em um tema que não foi debatido no último processo eleitoral que participamos. Ao chegar nesse governo, criamos um comitê para atuar com este tema e um dos frutos é o Programa de Barragens", explicou o governador.

Os projetos deverão ser concluídos em até seis meses. Em seguida, será aberto o processo licitatório para a contratação de empresa para a execução da obra. A quantidade de armazenamento dos reservatórios e extensão da área que a barragem ocupará serão definidas de acordo com os projetos que serão elaborados.

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PINUS |

TEXTO E FOTO: JULIO HUBER – MARECHAL FLORIANO

Coleta de goma-resina de pinus é iniciada em Marechal Floriano Marechal Floriano é o mais novo município capixaba a entrar definitivamente na produção de goma-resina extraída de pinus. Em uma floresta situada numa propriedade no distrito de Victor Hugo, com 15 anos de idade, foram instaladas 5.900 sacolinhas para a coleta de resina.

O proprietário Fábio Guedes teve um custo total de R$ 12 mil, considerando que R$ 8 mil foram usados para roçar a floresta. Se forem considerados apenas os custos com materiais e preparação para a resinagem, o gasto foi de R$ 4 mil, ou cerca de R$ 0,70 por sacolinha instalada.

A primeira coleta foi realizada durante o mês de julho, cerca de quatro meses após a instalação das sacolinhas. A perspectiva de produtividade média é entre 700 e 800 gramas de goma-resina por sacolinha instalada, o que poderá render aproximadamente 4,7 toneladas de

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produto. Ao valor atual da resina que é de R$ 2.446,00 a tonelada, a expectativa é que na primeira colheita o proprietário receberá cerca de R$ 11 mil.

O Grupo Resinas Brasil, que compra toda a resina produzida no Estado, disponibiliza aos produtores os tambores para o acondicionamento da resina e envio para a indústria, que fica em São Paulo.

O proprietário Fábio Guedes está empolgado com a nova atividade, tanto que pretende aderir ao Programa Pró-Resina e plantar mais cinco hectares da nova variedade, o pinus elliottii, que poderá render mais que o dobro de resina se considerada com a atual variedade.

Ao final do ciclo de resinagem, as árvores poderão ser cortadas para a venda da madeira. “Meu maior custo foi com a limpeza da floresta, mas tenho boas perspectivas de rentabili-

dade. Não só para mim, mas também para os meus parceiros”, afirmou.

Gilberto Assis do Rosário, 29 anos, é o responsável na propriedade pelos tratos culturais. “Estou animado com essa nova atividade.

Aprendemos como colher a resina em uma fazenda de Venda Nova do Imigrante”, contou.

TEXTO: BRUNO FAUSTINO | FOTO: PEDRO DUTRA / SECOM-ES |

F I N A N C I A M E N TO

Banco do Brasil destina R$ 1,1 bilhão para a safra no Espírito Santo

Durante lançamento do Plano Safra,

produtores rurais receberam chaves de máquinas e equipamentos agrícolas Depois de enfrentarem a pior seca já registrada no Espírito Santo nos últimos 80 anos, os agricultores capixabas começam a retomar a produção agrícola em suas propriedades com condições climáticas melhores que a do ano que passou.

"Perdemos quase 80% da lavoura de café na nossa região. Não houve a produção esperada e os prejuízos foram grandes para muito produtores. A maioria das lavouras teve que ser renovada para que, nos próximos anos, possamos retomar a produtividade", explica Evilázio Altoé, 60 anos, produtor de café de Jaguaré, norte capixaba.

Boa perspectiva requer investimento. O Plano Safra, lançado recentemente no Espírito Santo, pode ser uma alternativa para o homem do campo. "O Banco do Brasil está disponibilizando R$ 1,1 bilhão para financiar as atividades do produtor rural capixaba com juros menores", anunciou o superintendente do banco no Espírito Santo, Cássio Benedito Daltoé, em cerimônia no Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado.

Entre os destaques do Plano está a redução das taxas dos principais programas em um ponto percen-

tual. Para o PCA (Construção e Ampliação de Armazéns) e o Inovagro, a redução é de 2%.

A agricultura familiar terá, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), R$ 537 milhões, e serão reduzidas as taxas para financiamento deste programa, entre 2,5% a 5,5% ao ano. Para médios produtores serão liberados R$ 241 milhões e R$ 376 milhões para a agricultura empresarial.

Serão R$ 668 milhões para custeio e comercialização e R$ 486

milhões para investimento, o que representa 21% e 11% de aumento, respectivamente, em relação à Safra 2016/2017.

"O crédito agrícola era um dos principais problemas dos produtores em meados de 2003. De lá até hoje, o que conseguimos aumentar na carteira de crédito agrícola é muito significativo, e é necessária a continuidade destes financiamentos para continuarmos evoluindo nos diversos setores da agricultura", explicou o secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto.

Atualização de taxas DE

PARA

Custeio - Demais Produtores 9,50% a.a.

8,50% a.a.

Custeio - Pronamp

8,50% a.a.

7,50% a.a.

Investimento - Pronamp

8,50% a.a.

7,50% a.a.

Comercialização (FEPM)

9,50% a.a.

8,50% a.a.

ABC

8,50% a.a.

7,50% a.a.

PCA

8,50% a.a.

6,50% a.a.

Inovagro

8,50% a.a.

6,50% a.a.

Moderfrota

8,50% a.a. 10,50% a.a. 7,50% a.a. 10,50% a.a.

Prodecoop

9,50% a.a.

8,50% a.a

N E G Ó C I O R U R A L | 23

C A F E I C U LT U R A |

TEXTO: JULIO HUBER | FOTO: DIVULGAÇÃO

Inscrições abertas para 27º Prêmio Ernesto Illy de Café

O concurso mais tradicional de valorização dos cafés arábicas brasileiros chega à sua 27ª edição com muitas novidades. O Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café para Expresso já está recebendo as amostras para a premiação, que revelará seis melhores cafeicultores do país.

O envio dos materiais pode ser realizado até o dia 15 de setembro.

Os melhores cafés serão selecionados por uma comissão julgadora, composta por especialistas nacionais e internacionais. Para o concurso, os 40 finalistas serão conhecidos até o mês de novembro, e a revelação dos seis primeiros premiados acontecerá em abril de 2018. Os três primeiros ganharão uma viagem ao exterior para participar do 3º Prêmio Ernesto Illy Internacional.

O regulamento e a ficha de inscrição para prêmio estão disponíveis no site do Clube Illy do Café: www. clubeilly.com.br. Os cafeicultores poderão se inscrever em quantas amostras quiserem, mas só concorrerão com a melhor avaliada.

Se a fazenda tiver mais de um sócio, as amostras inscritas deverão 24 | N E G Ó C I O R U R A L

ser em nome do sócio responsável na receita estadual. As análises serão feitas pela classificação do grão quanto ao aspecto, seca, cor, tipo, peneiras, teor de umidade, torração e quanto à qualidade da bebida, inclusive com degustação para expresso.

As amostras inscritas também valerão para o Prêmio Ernesto Illy Regional, que premiará até dois cafeicultores em cada um dos dez estados ou regiões participantes Espírito Santo, Minas Gerais (subdividido em Cerrado Mineiro, Chapada de Minas, Matas de Minas e Sul de Minas), região Centro-Oeste, região Norte/Nordeste, região Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Todos os vencedores e finalistas receberão prêmios em dinheiro e diplomas.

Também fará parte do concurso o Prêmio Classificador do Ano 2017, que selecionará o melhor classificador de café em três regiões: Sul de Minas, Cerrado Mineiro e outras regiões (nas quais se inclui o Espírito Santo). Após a definição dos melhores regionais, haverá a disputa entre eles da ordem de colocação nacional, com premiações em dinheiro.

PRODUÇÃO DE CAFÉS SUPERIORES PODE GANHAR UMA POLÍTICA ESPECÍFICA A produção de cafés superiores das espécies arábica e conilon (robusta) pode ganhar uma política federal específica, por meio do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 41/2017, que busca instituir a Política Nacional de Incentivo à Produção de Café de Qualidade.

A proposta aguarda votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, caso seja aprovada, terá como foco o crédito rural para a produção, a industrialização e comercialização; a pesquisa agrícola e o desenvolvimento tecnológico; a assistência técnica e a extensão rural; o seguro rural; as certificações de origem, social e de qualidade dos produtos.

Autor do projeto, o deputado Federal Evair de Melo, fala sobre os benefícios que essa medida irá trazer para os produtores de café. “Sem dúvida essa será uma conquista do setor produtivo do café. Estamos empenhados desde sempre. A cafeicultura sustenta milhões de brasileiros e criar mecanismos permanentes, que favoreçam a melhoria contínua da produção, é um apoio essencial para quem está ou ainda vai entrar na atividade”, destaca o deputado.

O projeto que visa contemplar a capacitação gerencial e a formação de mão de obra qualificada; o associativismo, o cooperativismo e os arranjos produtivos locais; as informações de mercado; e os fóruns, câmaras e conselhos setoriais, públicos e privados, também foi encaminhado para análise da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), que tem como relator o senador Ricardo Ferraço.

Municípios capixabas se tornam referência nacional do inhame O Espírito Santo agora tem a capital nacional do inhame. Durante o II Encontro Estadual dos Produtores de Inhame, realizado no último dia 7 de julho, no distrito de São Bento de Urânia, em Alfredo Chaves, seis municípios capixabas – Alfredo Chaves, Domingos Martins, Marechal Floriano, Vargem Alta, Venda Nova do Imigrante e Castelo -, receberam oficialmente o título de indicação geográfica na produção de inhame da variedade São Bento.

A Indicação Geográfica (IG) é concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e usada para identificar a origem de produtos ou serviços quando o local tenha se tornado conhecido ou quando determinada característica ou qualidade do produto ou serviço se deve à sua origem.

Em São Bento de Urânia, o inhame é o grande destaque na área rural.

Aproximadamente 600 famílias são responsáveis por produzir cerca de 40 mil toneladas do tubérculo por ano. São cerca de três mil hectares plantados em todo o Estado com uma produção total de 80 mil toneladas.

O gerente de agroecologia e produção vegetal da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Marcus Magalhães, destacou que é motivo de orgulho para o Estado ser reco-

nhecido como a capital nacional do inhame. “A diversificação da base agrícola no Espírito Santo faz o Estado ser forte na produção agrícola no presente e no futuro. Temos a expertise no mamão, café, cacau e, agora, no inhame”, disse.

Durante o II Encontro Estadual dos Produtores de Inhame, o diretor executivo da Associação dos Produtores de Inhame São Bento do Espírito Santo (Apisbes), Jandir Gratieri, apresentou estudos feitos por ele e falou da importância da Indicação Geográfica do tubérculo. “Estamos recebendo um Oscar com a indicação geográfica. É o reconhecimento de seis municípios. Os municípios que recebem a indicação geográfica podem dizer agora que produzem o inhame do Brasil”, destacou.

O pesquisador da Embrapa, Nuno Madeira, apresentou aos produtores os resultados obtidos em pesquisas do inhame realizadas em oito variedades diferentes do tubérculo.

A fiscal agropecuária do Ministério da Agricultura, Beatriz Junqueira, explicou o que representa a Indicação Geográfica para uma região. “Quando um produto começa a carregar consigo o nome do local, as pessoas passam a ter a preferência daquele produto em função da qualidade e da referência geográfica e contribui para o desenvolvimento do agroturismo", enfatizou.

Jandir Gratieri foi o produtor responsável pelas pesquisas do Inhame São Bento

COOPERATIVISMO DE LUTO COM A MORTE DO PRESIDENTE DA OCB-ES

O cooperativismo capixaba amanheceu de luto no dia 23 de julho. O presidente do Sistema OCB-SESCOOP/ES, Esthério Sebastião Colnago, morreu na noite do dia 22 de julho, vítima de um infarto. Ele passou mal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando voltava de uma viagem do Chile, onde participou de um intercâmbio com cooperativas do ramo de transporte.

O governador Paulo Hartung decretou luto oficial de três dias no Estado. “Esthério Sebastião Colnago foi uma das mais importantes lideranças da agricultura e do cooperativismo no Espírito Santo. Suas iniciativas, empreendedorismo e exercício da liderança coletiva deixa um exemplo muito importante para esse momento difícil que o país está vivenciando”, lamentou o governador Paulo Hartung.

Também por meio de nota, o Sistema OCB lamentou a morte repentina de Colnago. “Sua partida repentina pegou a todos de surpresa e estamos sem palavras para demonstrar nossa dor. Nós perdemos um amigo e líder, o cooperativismo fica órfão nessa noite de 22 de julho de 2017”, destacou a nota.

Esthério Sebastião Colnago era engenheiro agrônomo formado na Universidade Federal de Viçosa/ MG, era presidente do Sistema OCB-Sescoop/ES desde 2006, foi superintendente da Coopeavi por 25 anos, sócio fundador e vice-presidente do Sicoob Centro Serrano, diretor financeiro da Fecoop Sulene, conselheiro fiscal da CNCOOP e do Sescoop Nacional, associado a diversas cooperativas.

Esthério Colnago deixa esposa, três filhos e duas netas.

N E G Ó C I O R U R A L | 25

PECUÁRIA |

TEXTO E FOTO: JULIO HUBER

Doenças respiratórias prejudicam bovinos no inverno A Doença Respiratória Bovina (DRB) pode ser um grande gargalo na produção intensiva característica do confinamento e tem uma incidência maior nos períodos mais frios do ano e durante a seca, pois a baixa umidade e o excesso de pó em suspensão são importantes fatores de risco. Além disso, a DRB também pode ser desencadeada pelo estresse nos confinamentos, causado pelo transporte prolongado, adaptação dos animais às novas condições e às dietas, estabelecimento de hierarquia social e manejo em geral do sistema.

Os surtos de DRB podem apresentar elevada prevalência, causando grande número de animais acometidos (morbidade) e altas taxas de mortalidade associadas aos quadros clínicos. As lesões pulmonares nos bovinos que se recuperam da DRB causam perdas crônicas em seu desempenho, tais como a redução no ganho de peso diário (GPD), que pode ser de 80 a 150g/dia inferiores aos ganhos de animais sadios. Bovinos acometidos e tratados mantêm esse desempenho inferior até seu abate.

A metafilaxia (ou tratamento em massa) é uma ferramenta eficaz na prevenção da DRB, que reduz a morbidade e mortalidade dos animais, permitindo que respondam melhor

ao sistema de confinamento, e que racionalize os custos da mão de obra envolvida com o monitoramento diário dos animais para o diagnóstico das doenças respiratórias (prática necessária nos sistemas convencionais), além de reduzir prejuízos econômicos e proteger o patrimônio dos pecuaristas.

A metafilaxia é composta por medidas terapêuticas (de tratamento), higiênicas e outras formas de prevenção, que diminuem os impactos sobre a produtividade e o surgimento de lesões permanentes no sistema respiratório dos bovinos. A atividade de confinamento tem sido cada vez mais utilizada no tratamento e na gestão de gado no Brasil.

Um fato curioso é que o bovino apresenta o hábito comportamental de ocultar determinados sinais clínicos das doenças, dificultando seu diagnóstico mais precoce. Por isso, a prevenção de certas epidemias se torna tão importante para reduzir os impactos financeiros e evitar o aparecimento de infecções massivas nos rebanhos. É preciso ficar atento e buscar orientação com veterinários sobre o melhor tratamento para o rebanho.

PREVENÇÃO - Reduzir os fatores de estresse e vacinar os animais contra vírus e bactérias que mais frequentemente provocam a doença - Garantir rigorosa higiene ambiental e evitar fatores de risco e condições estressantes como manipulações desnecessárias dos animais e superpopulação - Garantir que os recém-nascidos recebam o colostro nas primeiras horas de vida e que, em seguida, sejam separados dos demais animais - Adequar as instalações de manejo e abrigo dos animais - Separar os animais em pequenos grupos de acordo com a idade - Favorecer a ventilação e remover dejetos das instalações, de modo a evitar umidade excessiva, temperatura fora da zona de conforto, correntes de ar e gases tóxicos - Manter a regularidade na dieta e fornecer alimentos palatáveis e em quantidade suficiente para atender as exigências dos animais - Identificar e isolar precocemente os animais doentes dos demais e monitorar o rebanho - Ter cuidado especial ao se adquirir animais de outros rebanhos de modo a evitar a introdução de novas doenças na propriedade

Doença Respiratória Bovina é mais comum em animais confinados

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TEXTO: JULIO HUBER | FOTO: DIVULGAÇÃO |

E V E N TO

Mais de 50 mil pessoas devem conhecer o campo na Feira Sabores da Terra Serão mais de 300 estandes com o melhor do meio rural do Espírito Santo Durante três dias, a força do interior do Espírito Santo será demonstrada nos mais de 300 estandes montados durante a 7ª edição da Feira Sabores da Terra, que esse ano acontece entre os dias 18 e 20 de agosto, na Praça do Papa, em Vitória.

Mais de 420 famílias do interior do Espírito Santo apresentarão seus produtos e serviços durante os três dias do evento. Com regiões turísticas capixabas representadas em “Ilhas”, o evento terá também artesanatos, comidas típicas e apresentações culturais.

Serão mais de 300 estandes de produtos tradicionais do agroturismo.

Entre as novidades deste ano estão fazendinha com pequenos animais, tecnologias 4D e minicursos de culinária.

Gastronomia, artesanato, alimentos orgânicos, flores e muito mais também estarão presentes na Sabores da Terra. Nos estandes também terá produtos com derivados de leite, café, cacau, chocolate, flores, peixes, além de produtos orgânicos, frutas, sucos, mel e cervejas artesanais.

No ambiente cultural, apresentações musicais e folclóricas de comunidades de vários municípios, como Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins, Marechal Floriano e Santa Maria de Jetibá, vão garantir a diversão de quem passar pelo evento.

MINICURSOS - O organizador do evento, Ademir Dadalto, confirma que neste ano a Feira, em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi), irá oferecer minicursos de culinária.

“Nos três dias, os visitantes poderão aprender várias receitas que, através do treinamento, poderão ser utilizadas em casa ou no próprio comércio”, destaca Dadalto. Oficinas de trabalho artesanal e arranjos florais são outras atrações do evento. As inscrições para os cursos serão gratuitas.

CLIMA DO INTERIOR – Outra novidade é que o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Espírito Santo (Sindilates) terá um pavilhão exclusivo no evento. Segundo Marcos Corteletti, responsável pelo setor, o objetivo é mostrar aos consumidores que não têm contato com o meio rural de onde sai o leite. “Faremos a ordenha das vacas na Feira. As pessoas poderão acompanhar a clínica tecnológica do leite, do processo de manuseio e pasteurização até a transformação em iogurte e queijo”, detalha.

FAZENDA VIRTUAL - Quem visitar a Feira Sabores da Terra também terá a oportunidade de se deparar com animais como vacas, cavalos, porcos, bezerros, galinhas e pinti-

nhos, além de plantações de milho, laranja e eucalipto. Mas o detalhe que mais chama a atenção é que tudo isso será visto e até mesmo tocado virtualmente.

Isso só será possível graças a uma parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que vai montar uma fazenda virtual com 100 metros quadrados com a tecnologia conhecida como realidade aumentada. O mundo real e o virtual irão se misturar na projeção de figuras em um cenário filmado, o que, visto de forma simultânea, em um telão de led separado, passa a sensação de acontecer no momento presente.

De acordo com a superintendente do Senar/ES, Letícia Toniato Simões, a entidade está inovando a cada dia e, traz agora, para o Estado, a fazenda virtual. “O objetivo é apresentar para o público urbano, de forma lúdica e interativa, a importância do agronegócio e das famílias que alimentam o Brasil”, enfatizou Letícia.

SERVIÇO Feira Sabores da Terra Onde: Praça do Papa – Vitória Quando: 18 a 20 de agosto Valor: entrada gratuita

Diversos produtos do agroturismo estarão expostos durante a Feira Sabores da Terra em Vitória N E G Ó C I O R U R A L | 27

E V E N TO S |

TEXTO E FOTO: COOPEAVI

Agricultores poderão se qualificar durante a Semana Tecnológica do Agronegócio Serão quatro dias de palestras e oportunidades para cooperados fecharem negócios com condições diferenciadas Durante quatro dias (de 16 a 19 de agosto), agricultores e pessoas ligadas ao cooperativismo poderão se atualizar sobre diversos temas ligados ao agronegócio, durante a 6ª Semana Tecnológica do Agronegócio (STA), promovida pela Cooperativa Agropecuária Centro-Serrana (Coopeavi), no Parque de Exposições de Santa Teresa, na Região Serrana do Espírito Santo.

Durante o evento, haverá espaço para negócios e lazer para produtores rurais e suas famílias. A cooperativa aguarda um público de aproximadamente cinco mil pessoas. A difusão de conhecimento é uma marca da STA. A abertura está prevista para as 13 horas da quarta-feira (16). Às 14h e às 19h, turmas de estudantes da região poderão conhecer a feira e participar da apresentação do tema “Cooperativismo: o agro que dá negócios”. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site do evento (www.sta.coop.br). O encerramento do primeiro dia está previsto para as 20h.

Na quinta-feira (17), a feira abre às 8h. No auditório, às 11h, será ministrada a palestra “Melhoramento genético do tomate: menos trabalho e mais produtividade?”. Na sequência, às 13h, o tema em discussão será “Ganho de produtividade com a poda do tomateiro”. Na parte da noite, o tema será “Os perigos da laringotraqueíte infecciosa para o seu negócio”, dentro do programa Qualificaves.

Na sexta-feira (18) serão abordados assuntos diversos. Às 9h30, a palestra será “Indicação Geográfica e certificação: tudo o que você precisa saber”. Em seguida, às 11h, o debate será em torno da questão “Por que a adubação nitrogenada é 28 | N E G Ó C I O R U R A L

A Semana Tecnológica Agronegócio acontecerá entre os dias 16 e 19 de agosto em Santa Teresa

mais eficiente?”. Às 13h, o assunto é “Agricultura de precisão na cafeicultura de montanha é possível?”.

Finalizando as abordagens, às 14h está prevista a palestra “Como economizar com o sistema de controle para irrigação e fertirrigação”.

O sábado (19) é o último dia da STA e contará com palestras e sorteio de três microtratores 18HP com rotativa de solo. A chance de participar é somente para os cooperados que fizerem negócios no evento. O sorteio está previsto para as 15h. Às 10h, o tema será “Os desafios das mulheres para construir um novo cooperativismo”. Já às 13h, “Saiba como o manejo pré e pós-parto está ligado à eficiência reprodutiva das vacas”. Nesse dia, serão anunciados também os vencedores dos concursos de qualidade de café “Single Origin” e “Cafés Especiais Femininos” da Coopeavi. O encerramento da feira está previsto para as 18h.

OPORTUNIDADES - A 6ª Semana Tecnológica do Agronegócio já

é considerada a melhor feira para os produtores rurais capixabas associados à Coopeavi fecharem negócios, aproveitando as condições únicas de preços especiais na feira e garantindo rentabilidade para a lavoura.

O vice-presidente da Coopeavi, Denilson Potratz, destaca a importância da participação dos produtores rurais. “Eles já criaram uma identidade com a feira e aguardam, ansiosos, esse momento, porque a cooperativa, junto aos seus parceiros, garante melhores preços em insumos e o produtor pode dar prosseguimento à sua lavoura. E a família também pode estar presente, pois é uma oportunidade para conhecer novas tendências do agronegócio”, diz Potratz.

Durante os quatro dias do evento, ainda funcionará uma praça de alimentação e atividades recreativas. Os destaques são a cafeteria e omeleteria, restaurantes, espaços gourmet e kids, além de apresentações culturais regionais.

SEMANA TECNOLÓGICA DO AGRONEGÓCIO 16 A 19 DE AGOSTO SANTA TERESA-ES

PARTICIPE DA 6ª STA!

PARCEIROS DE MIDIA:

PATROCÍNIO:

REALIZAÇÃO:

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R E C E I TA & C A L E N DÁ R I O R U R A L

Calendário Rural

Bolonhesa Suína

Batata Colheita: Julho

Café Colheita: até Setembro

Cana-de-Açucar Colheita: julho e agosto

Cebola Colheita: agosto

Mandioca Colheita: Julho

Nectarina Plantio: Julho

INGREDIENTES 500 g de pernil ou lombo suíno moído 20g de alho picado • 02 cebolas raladas 02 tomates • 100 ml de polpa de tomate 01 maço de salsa •01 maço de cebolinha 500 g de massa pré cozida Azeite • Colorau •Sal • Manjericão MODO DE PREPARO Tempere a carne suína com alho, cebola, sal e azeite.

Em uma panela, fazer um fundo com azeite, colorau, cebola, depois colocar o tomate e deixar incorporar.

Em seguida, coloque a carne suína e cozinhe por aproximadamente oito minutos. Adicione a polpa de tomate, a cebolinha e a salsa, corrija o sal e ponha a massa pré cozida. Sirva com manjericão.

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Pêssego Plantio: Julho

Uva Plantio: Julho

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