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EDITORIAL RIQUEZAS O Espírito Santo é rico em belezas naturais, em produtos econômicos e culturais. E é justamente isso que pretendemos ressaltar na última edição de 2018 da Revista Negócio Rural. A começar pelo café. O Estado se consolidou como um produtor de grãos de qualidade. Aqui estão os melhores cafés arábica e conilon do Brasil. Fruto de um trabalho minucioso dos cafeicultores capixabas e reconhecido na Semana Internacional do café, realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Outra riqueza de nossa terra é a produção de ovos, que começou pequenininha e, atualmente, é a maior do país. Santa Maria de Jetibá, município das montanhas capixabas, é o maior produtor de ovos do Brasil.

E essa cadeia emprega e gera renda para muitas famílias do Espírito Santo.

E a nossa Mata Atlântica? O que dizer? É outro tesouro capixaba encravado nas margens do Caparaó. Estudantes pesquisam a flora da região num levantamento inédito em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) em uma propriedade rural em recuperação em Dores do Rio Preto, no Sul capixaba.

E não acabou não. Preparamos ainda outras informações para tornar o seu fim de ano muito mais informativo. Afinal, agro é cultura!

Boa Leitura

Julio Huber e Bruno Faustino

Foto de capa: Julio Huber Editores de jornalismo: Bruno Faustino - JP - 1375/ES Julio Huber - JP - 2038/ES Reportagem: Bruno Faustino Julio Huber Juliano Rangel Fotografia: Bruno Faustino Julio Huber

Revisão: Evandro Albani Colaboradores: Anderson Percílios Juliano Rangel Diagramação: HM Propaganda (27) 3361-4163 (27) 99276-9848

ÍNDICE 04 CAFEICULTURA

Melhores cafés do Brasil são do Espírito Santo

14 CAPA

Santa Maria de Jetibá se destaca na produção de ovos no Brasil

20 EDUCAÇÃO

Universitários pesquisam flora do Caparaó Capixaba

28 EVENTO

Senar premia escola com projeto de economia de energia

29 PRÊMIO

Revista Negócio Rural fatura Prêmio de Jornalismo Cooperativista

30 RECEITA

Aprenda a fazer uma deliciosa Panceta com ervas para o Natal

Periodicidade: Bimestral Novembro/Dezembro Com reportagens apuradas até 15/12/2018 Endereço e assinaturas: Avenida Presidente Vargas, nº 590, Sala 305 B Centro - Domingos Martins ES - Cep: 29.260-000 (27) 3268-3389 revistanegociorural@gmail.com

revistanegociorural

Impressão: Grafiisana Circulação Nacional A Revista Negócio Rural é uma publicação da empresa Nova Comunicação. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem a prévia autorização dos editores.

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Foto: Marcus Desimoni - Nitro

Os cafeicultores capixabas Afonso Lacerda, de Dores do Rio Preto, e Luís Cláudio Souza, de Muqui, levaram o título de melhores cafés do ano nas variedades arábica e conilon 4 | NEGÓCIO RURAL

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TEXTO: BRUNO FAUSTINO & JULIO HUBER • DORES DO RIO PRETO & MUQUI/ES

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Grãos de primeira ESPÍRITO SANTO SE TORNA REFERÊNCIA NA PRODUÇÃO DE CAFÉS ESPECIAIS Grãos capixabas das variedades arábica e conilon são eleitos os melhores produzidos no Brasil O Parque Nacional do Caparaó, na divisa dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais, sempre foi visto como a principal atração turística da região. E não é para menos: o local possui uma área 31.800 hectares de Mata Atlântica preservada, além de abrigar o terceiro pico mais alto do país: o Pico da Bandeira - com 2.892 metros de altitude. É um verdadeiro tesouro preservado no Sudeste brasileiro.

Mais de 50 mil pessoas visitam o parque todos os anos, segundo levantamentos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). Mas, de um tempo para cá, os turistas que procuram a região estão interessados em outro atrativo: os cafés especiais produzidos aos pés do Caparaó - verdadeiras joias da natureza.

"Está havendo uma inversão.

Durante muito tempo, o turista que visitava o parque passava nas propriedades na hora de ir embora para tomar um cafezinho. Hoje, eles vêm primeiro na propriedade para experimentar nossos cafés e, só depois, vão visitar e passear no parque. Nós ficamos muito felizes porque isso prova que os grãos produzidos na região são de qualidade e estão despertando o interesse de gente de todo o mundo", explica José Alexandre

Abreu de Lacerda, produtor de café em Pedra Menina, distrito de Dores do Rio Preto, interior do Espírito Santo.

Tanto interesse tem explicação: A família Lacerda produz o melhor café arábica no Brasil. O júri do "Coffee of the Year" - uma das mais importantes premiações nacionais - concedeu ao café do Sítio Forquilha do Rio o primeiro lugar do concurso. Das 405 amostras de cafés recebidas pela organização da premiação, a da família Lacerda foi eleita a melhor da categoria arábica. Os critérios de avaliação incluíram aroma, sabor, acidez, corpo, uniformidade, balanço e doçura.

“O concurso é uma vitrine sem igual para os produtores, pois gera muito interesse de compradores pelo produto e enfatiza a qualidade da região produtora”, explica Mariana Proença, diretora de conteúdo da Café Editora, uma das organizadoras do evento.

A premiação do café "Forquilha do Rio" aconteceu durante a Semana Internacional do Café (SIC), realizada entre os dias 7 e 9 de novembro, em Belo Horizonte, Minas Gerais. E esta não foi a primeira vez que os grãos produzidos pela família Lacerda agradaram os paladares exigentes dos especialistas. Em 2016, a família já havia conquistado o principal título da competição.

E não é só no arábica que o Espírito Santo se destacou nacionalmente em 2018. A cerca de 100 quilômetros da propriedade da família Lacerda está o Sítio Grãos de Ouro, em Muqui, no Sul do Estado, do produtor Luis Cláudio de Souza. Reforçando a hegemonia capixaba, ele conquistou o prêmio de melhor café conilon do Brasil no “Coffee of the Year”. Além disso, ele também foi o primeiro colocado na categoria Conilon Natural do 4º Torneio do Melhor Café Fairtrade do Brasil. Os dois concursos também ocorreram na Semana Internacional do Café.

O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, destacou que a cadeia de café capixaba apresenta avanços históricos no processo de produção e pesquisa. “Plantamos café até as graves crises de comercialização entre os anos 50 e 60. Tivemos uma crise social duríssima com a erradicação. O Espírito Santo perdeu a base de sustentação econômica daquela época. É uma história bonita, pois o setor se reinventou. Quem conhece o passado, não repete os erros. Exportadores e importadores estão batendo em nossas portas interessados em nosso café porque hoje somos referência para o país”, comentou Paulo Hartung.

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Foto: Bruno Faustino

José Alexandre, Ademir e o pai Onofre, comandam toda a produção na propriedade em Dores do Rio Preto, Sul do Espírito Santo

TRABALHO EM FAMÍLIA É O SEGREDO DO SUCESSO A Revista Negócio Rural percorreu 283 quilômetros, saindo da capital Vitória, até a comunidade de Forquilha do Rio, distrito de Pedra Menina, em Dores do Rio Preto, no Sul do Espírito Santo, para desvendar o segredo por trás do melhor café arábica do Brasil. Numa área de 42 hectares estão plantados 50 mil pés de café.

A equipe foi recebida pelo patriarca da família, Onofre Alves Lacerda. Aos 72 anos, ele trabalha até hoje no cafezal. Cuida dos grãos com todo carinho. "Comecei a trabalhar com seis anos. Quando eu nasci, meu pai já trabalhava com café.

Nossa história na cafeicultura tem mais de 100 anos. Não tinha como não me envolver. E continuo firme e forte até hoje", conta Onofre.

Firme e forte mesmo! Na lavoura, a idade é o que menos importa para o cafeicultor. Disposição, vigor e paixão são o que conta. "Eu gosto e cuido. Muita gente tem o trabalho como sofrimento, mas eu não! Eu tenho mão boa para o café e passei esse meu entusiasmo para os meus filhos", revela.

E ele não está sozinho nesta empreitada. Todos da família trabalham no plantio, na colheita e no beneficiamento dos grãos produzidos na propriedade: filhos, netos, genros e noras. Na linha de frente estão os filhos Ademir, José Alexandre e Afonso.

"Desde a nossa infância, a gente vinha para a lavoura. E continuo até hoje. Somos em oito irmãos e, de certa forma, todos estão envol-

vidos na cafeicultura. E funciona assim: homens na lavoura, mulheres e crianças no terreiro (beneficiamento). Tudo é feito em família", explica o cafeicultor Ademir Abreu de Lacerda.

Já deu para perceber que o trabalho em família é um dos segredos do melhor café arábica do Brasil. Mas somente isso não basta. "A altitude é um fator importante na produção do nosso café. Temos o privilégio de estarmos aos pés do Caparaó. E usamos a água que nasce no parque para irrigar a lavoura. Além disso, tem todo o manejo com a planta e o preparo da terra.

Acho que todos esses fatores combinados resultaram neste café especial", ressalta o cafeicultor José Alexandre de Abreu Lacerda.

“Desde a nossa infância, a gente vinha para a lavoura.

E continuo até hoje. Tudo é feito em família” Ademir Abreu de Lacerda, cafeicultor

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TURISMO - Para que os turistas experimentem os grãos produzidos na propriedade, a família montou uma cafeteria. Lá são servidos cafés e outras delícias como bolos e sobremesas. Receitas de família que eles não passam para ninguém. Um estante exibe dezenas de troféus. São prêmios estaduais, regionais e os nacionais, entre eles, os "Coffee of the Year" de 2016 e 2018.

“Começamos a investir na produção de cafés especiais porque chegamos à conclusão de que a commoditie não estava tão rentável e precisávamos agregar mais

valor ao nosso produto. Daí veio a ideia de apostar na qualidade dos grãos. E deu certo. A prova disto são essas premiações. Todos esses troféus deram visibilidade ao nosso produto", expõe Ademir.

O sorriso está estampado no rosto de todos da família Lacerda. O mais entusiasmado é o patriarca, Onofre Alves Lacerda. Ele não se contém de tanta felicidade com a conquista do título de Melhor Café do Brasil. "Esse título é um incentivo para o homem da roça. É a prova de que o interior é um bom lugar para morar. É uma amostra para meus netos per-

manecerem no campo. Aqui tem trabalho honesto e estou muito feliz", diz o cafeicultor.

Mas, a conquista só aumenta a responsabilidade do trabalho rea-lizado na propriedade. "Nós trabalhamos dia e noite para um dia chegarmos a essa conquista. E ela chegou. Agora vem a parte mais difícil: manter essa qualidade para os próximos anos. Já estamos trabalhando nisso. Espero que essa conquista motive a cada dia nossa família, nossos vizinhos, conhecidos e todos aqueles que têm a 'lida' como paixão", conclui o agricultor José Alexandre Abreu de Lacerda.

CONQUISTAS AJUDAM NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL A conquista da família Lacerda incentiva outras propriedades da região a apostarem na produção de cafés de qualidade. "A gente sempre soube que os cafés produzidos na região do Caparaó eram incríveis.

Faltava apenas o produtor se dar conta disso. E eles descobriram logo o que precisavam fazer para se destacar: cuidar da produção e do pós-colheita. Agora ninguém segura mais os cafés do Caparaó", destaca a presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Carmem Lúcia Chaves de Brito.

Ela fez parte do grupo que, durante três anos, buscou os melhores cafés produzidos no Brasil. E, é claro, se encantou com o sabor dos grãos do Caparaó. "Ter aju-

dado a descobrir novas regiões produtoras de café foi muito importante para impulsionar a produção desses grãos especiais. Tive o privilégio de ter acesso, provar e fiquei encantada com a qualidade desses cafés. O Caparaó tem algumas peculiaridades únicas: altitude, incidência de sol abundante e uma colheita tardia, que favorece uma maturação completa do grão. Os produtores da região que fizerem o dever de casa também vão ser coroados assim como a família Lacerda", explica a presidente da BSCA. Com os produtores de café conilon do Espírito Santo, a conquista da primeira colocação nacional também já despertou o interesse

de mais cafeicultores em produzir grãos de alta qualidade. O vencedor Luis Cláudio de Souza, do Sítio Grãos de Ouro, de Muqui, no Sul do Estado, faz parte da Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul), que já desenvolve um trabalho de incentivo à qualidade.

O presidente da cooperativa, Carlos Renato Theodoro, explica como a Cafesul auxiliou o vencedor e detalha os trabalhos desenvolvidos com os cafeicultores. “Realizamos, há oito anos, um concurso de qualidade de café conilon entre os cooperados.

Além disso, há três anos inovamos e criamos um concurso exclusivo para mulheres, e já estamos vendo os resultados”, comenta.

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Renato contou que Luis Cláudio de Souza já venceu alguns concursos da cooperativa e, como prêmio, recebeu kit de estufas e de despolpador. “Essa premiação nacional coroa todo um trabalho que realizamos há muitos anos. Luis Cláudio foi se estruturando e se dedicou muito. Nossos técnicos acompanham os cooperados e os orientam a produzir com qualidade. Esse reconhecimento nacional, sem dúvidas irá incentivar ainda mais cafeicultores a investir em qualidade”, garante.

O presidente da Cafesul ainda destacou que amostras do lote vencedor estão sendo avaliados por japoneses e coreanos. “Mesmo não sendo um grande lote de café, temos certeza que conseguiremos um valor muito bom. E é isso que queremos: incentivar a produção de bons cafés, agregando valor à produção e movimentando a economia regional. Agora, o mercado irá abrir os olhos ao nosso conilon, que deixou de ser o patinho feio da cafeicultura”, afirmou.

TECNOLOGIA - Outro município do Caparaó Capixaba que se destaca na produção de cafés especiais é Iúna, maior produtor de café arábica do Espírito Santo, segundo dados do Censo Agro-

pecuário do IBGE. É lá que está o segundo melhor café arábica do Brasil: o Cordilheiras do Caparaó, produzido pela família do cafeicultor Denerval Vieira. São quatro propriedades, uma área de 20 hectares e um total de 60 mil pés de café plantados. "Para nós é uma felicidade muito grande.

A premiação é a coroação de um trabalho de oito anos", revela o cafeicultor.

Para chegar a esse resultado, a família investiu em conhecimento e montou um laboratório na propriedade, localizada no Córrego Pouso Alto, em Iúna. O investimento não trazia garantia alguma de resultado, mas trouxe. Nos últimos anos, o café produzido por eles ganhou vários concursos. "De 2015 pra cá, começamos a despontar no mercado devido à qualidade do nosso café. E isso foi importante para mostrar que este era o caminho. E, hoje, ser reconhecido como o segundo melhor café do Brasil é uma alegria enorme", exalta Denerval.

O trabalho realizado na propriedade se tornou referência para produtores, parceiros e clientes.

"Já nos tornamos uma referência. Isso é bom porque qualifica o trabalho desenvolvido na região", conclui o cafeicultor.

“Ter ajudado a descobrir novas regiões produtoras de café foi muito importante para impulsionar a produção desses grãos especiais. Tive o privilégio de ter acesso, provar e fiquei encantada com a qualidade desses cafés” Carmem Lúcia Chaves de Brito, presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA)

Cooperativa auxilia novos investimentos O cooperativismo também tem a sua parcela nas conquistas dos cafeicultores capixabas. O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob-ES) é um parceiro nas atividades desenvolvidas nas propriedades rurais do Espírito Santo. "Nada disso seria possível sem crédito, sem investimento. Ter uma cooperativa, como o Sicoob, trabalhando ao lado do produtor é uma garantia que, numa necessidade, a gente tem crédito para poder investir no negócio. Sozinhos, nós não conquistaríamos tudo o que estamos conquistando", alerta José Alexandre de Abreu Lacerda, produtor do melhor café arábica do Brasil.

Integrante do Conselho Nacional do Café e presidente do Sicoob-ES, Bento Venturim ressalta a importância da parceria entre as instituições de créditos e os cafeicultores para a obtenção de resultados importantes. "Toda premiação é resultado de reconhecimento e valorização de qualidade de um trabalho realizado. Quando o assunto é café, o Espírito Santo é referência.

E poder contribuir para o desenvolvimento do Estado por meio do cooperativismo de crédito é fundamental. A cooperativa é um ator importante nessa conquista, porque quando se tem financiamento, facilita e ajuda muito o homem do campo", finaliza Bento Venturim.

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Crédito: Divulgação

Luis Cláudio de Souza acredita que a produção de conilon entra em uma nova fase: a da qualidade

PREMIAÇÕES APONTAM NOVA ERA PARA O CAFÉ CONILON Seja no Norte ou no Sul do Espírito Santo, produtores de café conilon (robusta) que se destacaram no concurso “Coffee of the Year 2018”, realizado em Minas Gerais, chegaram ao topo da qualidade nacional com um pensamento em comum: tirar o estigma de que o café conilon não agrada aos paladares mais exigentes do mundo. Dos cinco primeiros colocados no concurso nacional, quatro são do Espírito Santo.

Luis Cláudio de Souza, do Sítio Grãos de Ouro, de Muqui, no Sul do Estado, faturou a 1ª colocação na categoria “Canéfora Coffee of the Year 2018”. Ele revela que iniciou em 2013 um trabalho para produzir conilon com qualidade. O primeiro passo foi escolher a melhor variedade e seguir as recomendações de técnicos do Instituto Capixaba de Assistência Técnica e Extensão Ru-

ral (Incaper) e da Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul).

“Esses resultados fortalecem o nosso pensamento de que o conilon agrada tanto quanto o arábica, diferente do que se falava até então. Estamos virando uma página da cafeicultura não só do Estado, mas de todo o mundo, pois especialistas de diversos países estão interessados em nosso café. Entendemos que alguém precisava mostrar que é possível produzir com qualidade, agora esperamos que mais produtores sejam incentivados”, destacou.

Sobre a Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde ocorreram as premiações, Luis afirma que foi uma vitrine para a cafeicultura.

“Havia mais de 60 delegações estrangeiras, com muitos baristas.

Esperamos que o sucesso que conseguimos irá refletir para os próximos anos, quando esperamos uma valorização ainda maior de nossos grãos. E, para isso, é preciso de mais produção de qualidade”, acredita.

O lote de robusta vencedor nacional é composto por cerca de 15 sacas. Parte da produção, Luis vai processar e comercializar em sua própria agroindústria. Outra parte está sendo negociada pela Cafesul.

Há propostas de compradores do Japão, da Rússia e da Coreia. Outro diferencial do café vencedor é que ele faz parte da Fairtrade (Comércio Justo), que agrega ainda mais valor ao produto, pois os cafeicultores atendem a uma série de regras internacionais de produção. Inclusive, o mesmo lote venceu o 4º Torneio do Melhor Café Fairtrade do Brasil.

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SEGREDOS DA QUALIDADE – O produtor do melhor café conilon do Brasil afirma que não há uma receita para produzir um produto de primeira, mas ele aponta alguns caminhos para quem deseja mudar a forma tradicional de produção e fazer parte dessa nova fase da cafeicultura nacional.

Luis possui três hectares de café, sendo que a metade deve iniciar a produção em 2019. “Trabalhamos na agricultura familiar, faço 80% do serviço, e assim fica mais fácil de acompanhar todo o processo. Além de colher grãos maduros, é preciso muito cuidado no pós-colheita. Depois de lavar

para separar os grãos com defeitos e secos, é preciso espalhar no mesmo dia e mexer muito, principalmente nos dois primeiros dias, para enxugar a água e não mofar os grãos”, contou.

A secagem ocorre em estufa coberta. “Esse é o período que necessita de muito cuidado. Iniciei a construção de um terreiro suspenso para o próximo ano”, revelou. Além da esposa, os filhos também ajudam na produção. Um dos seus filhos é degustador e participa como jurado de concursos em vários estados.

“Meu filho trabalha na Cafesul, onde ele prova todos os cafés. É

importante monitorar a produção de cada dia separadamente. Assim saberemos se é possível misturar os lotes. Esse trabalho é oferecido a todos os cooperados”, disse. Uma forma de incentivo são os concursos de qualidade promovidos pela Cafesul, como aponta o Luis.

Outro item que o cafeicultor destaca é a topografia e a altitude onde sua lavoura está plantada.

“Devido a essa localização, e por ser um local um pouco mais frio, os grãos ficam mais tempo no pé, tirando todos os benefícios da planta. A cada ano, vamos descobrindo o que interfere na qualidade e melhorando sempre”, enfatiza.

IRMÃOS PRODUZEM TRÊS DOS CINCO MELHORES CAFÉS DO BRASIL

Lucas e Isaac Venturim já comercializaram a produção para a Rússia

estamos colhendo os resultados desse trabalho”, contou Lucas.

Segundo ele, primeiro era preciso produzir com qualidade, para só depois buscar melhores preços.

“Nosso café não era valorizado porque não tínhamos produto bom”.

Um exemplo de que todo o trabalho vale a pena pode ser representado por uma venda feita pela família a uma compradora da Rússia.

“Após visitar nossa propriedade, essa compradora levou 13 sacas do nosso café para a Rússia. E nosso café fará parte de um campeonato nacional de cafés, em que participarão os melhores baristas da Rússia. A compradora

nos falou que tudo o que fazemos é diferente da produção normal de conilon”, contou Venturim.

Sobre a valorização do produto de maior qualidade, Lucas informou que chegou a vender lotes a R$ 1.5 mil a saca, sendo que o preço de uma saca tradicional gira em torno de R$ 300. “Claro que o custo de produção é maior, mas, mesmo assim a rentabilidade compensa muito”, afirmou.

Para ele, o aumento da produção de café de qualidade se deve a uma mudança cultural. “Temos que quebrar o estigma de que não é possível produzir uma boa bebida com o conilon. Os produtores de

Foto: Divulgação

União, dedicação e inovação. Essas três palavras podem representar o sucesso dos irmãos Lucas e Isaac Venturim, de São Domingos do Norte, no Noroeste do Espírito Santo. Eles conquistaram a 2ª, a 3ª e a 5ª colocações no “Coffee of the Year 2018”, na categoria Conilon.

“Não devemos nos conformar com a mesmice. O conilon sempre recebeu o rótulo de café de segunda linha e ninguém se preocupava em provar o contrário. Há 11 anos estamos em busca de provar que é possível produzir com qualidade. Buscamos inspiração e exemplos do que era feito pelos produtores de arábica. E esse ano

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arábica saíram na frente, e temos que fazer o mesmo. Há dificuldades para se produzir com qualidade, mas não se pode desistir nos primeiros obstáculos”, orienta.

Cooperados à Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), os irmãos Venturim também participam do concurso de qualidade promovido pela cooperativa, que este ano está em sua 15ª edição. “É feito um trabalho focado em produtividade e também em qualidade. De agora em diante é preciso focar muito também na comercialização desses novos produtos de qualidade”, destacou Lucas.

E o mercado está cada vez mais em crescimento. “Segundo especialistas, o consumo mundial de café cresce de 1,5 a 2% ao ano.

O mercado de especiais cresce de 20 a 30% anualmente. Isso comprova que o consumidor está migrando do café comum para o especial. Ainda há muito mercado para conquistar”, garante.

Saiba mais Cafés especiais São considerados cafés especiais os grãos isentos de impurezas e defeitos, que possuem atributos sensoriais diferenciados, entre eles, bebida limpa e doce, corpo e acidez equilibrados.

Pontuação Normalmente, os cafés especiais possuem bebida acima dos 80 pontos na análise sensorial. Além da qualidade intrínseca, esses grãos devem ter rastreabilidade certificada e respeitar critérios de sustentabilidade ambiental, econômica e social em todas as etapas de produção.

PRODUÇÃO DE QUALIDADE É O FUTURO DA CAFEICULTURA Diante do reconhecimento da qualidade dos cafés arábica e conilon produzidos no Espírito Santo nos últimos anos, o subsecretário de Estado de Agricultura e consultor do mercado cafeeiro, Marcus Magalhães, aponta o que será do futuro da cafeicultura capixaba.

Ele garante que produzir com qualidade é um caminho sem volta.

“Se pegarmos um retrato do Espírito Santo nos últimos 30, 20, 10 e cinco anos, podemos perceber o quanto a cafeicultura evoluiu. O arábica era conhecido como o tipo “rio”, e o conilon era chamado de veneno. Hoje, os cafeicultores do Estado produzem os melhores cafés do Brasil, com reconhecimento mundial. Essas premiações validam todo esse trabalho”, destacou Magalhães.

E disse mais: “O futuro da cafeicultura está baseado no tripé agricultura familiar, agroindústria e agroturismo. O primeiro passo é produzir um bom café, o segundo passo é industrializar o produto e criar marcas sólidas, com histórias. E o terceiro passo é criar rotas de agroturismo. Esse é um caminho sem volta e esse é o futuro do Estado”, afirmou.

Marcus Magalhães destacou que muitos jovens estão retornando para as propriedades diante da agregação de valor na produção agrícola. “O

Espírito Santo é caracterizado pela agricultura familiar. Assim, agregando valor aos produtos, é possível ter uma rentabilidade boa. E o consumidor também está cada vez mais exigente, está à procura de cafés com diferentes aromas e sabores característicos de pequenos lotes”, disse.

Para ele, além do investimento em pesquisas e extensão rural, o diferencial está no capricho dos produtores, que procuram agregar valor ao café produzido no Espírito Santo. “Vemos o crescimento de pequenas agroindústrias no Estado, e essa é uma ótima maneira de agregar valor. Um café que poderia ser vendido a R$ 300 a saca, pode ser vendido a mais de R$ 1 mil com maior qualidade”, acrescenta.

O deputado federal capixaba e vice-presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, Evair Vieira de Melo, que também é especialista em qualidade de café, destaca essa nova fase da cafeicultura. “O Espírito Santo deve ter gratidão a esses homens e mulheres que fizeram e continuam fazendo, por meio do café, um Estado cada vez melhor.

A qualidade está reconstruindo um campo de oportunidades no nosso meio rural. Assim, abrem-se novos caminhos”, finaliza.

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FOTOS: DALTON BINOW/ASSCOM COOPEAVI • DIVULGAÇÃO

COOPERATIVAS PREMIAM OS MELHORES CAFÉS Cooabriel, Coocafé e Coopeavi premiaram os melhores grãos produzidos pelos cooperados A busca por cafés de qualidade leva os cafeicultores capixabas a aprimorarem as técnicas na lavoura e no beneficiamento dos grãos ano após ano. Todo esse trabalho é reconhecido pelas cooperativas agropecuárias ligadas à cafeicultura no Espírito Santo.

A primeira a premiar os cooperados foi a Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), no noroeste capixaba. O concurso Conilon de Excelência, criado em 2003, chegou à sua 15ª edição, em outubro, com 77 produtores inscritos, representando regiões de 13 municípios da área de ação da cooperativa no Espírito Santo e na Bahia. O vencedor na categoria “Conilon Natural” foi Jorcelino Boone Herzog, de Nova Venécia. Já na ca-

tegoria “Conilon Cereja Descascado” foi Ari Fernandes Saturnino, de Mantenópolis.

O mês de dezembro começou com a premiação dos cafés de qualidade produzidos pelos cooperados da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha (Coocafé), de Lajinha, em Minas Gerais, que atende também cafeicultores do Espírito Santo. Há 12 anos, a cooperativa elege os melhores cafés na região do Caparaó Capixaba e das Matas de Minas.

Na categoria “Cereja Descascado”, o cooperado Antônio Luiz Zulcom, de Iúna, no Espírito Santo, recebeu o prêmio de primeiro lugar.

Na categoria “Café Natural”, participando pela primeira vez em um concurso, o cooperado Tadeu Alves

Fonseca, de Lajinha (MG), levou para casa o primeiro lugar.

Quem também premiou os melhores grãos de café produzidos nas montanhas capixabas foi a Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi). Os produtores de Afonso Cláudio, na Região Serrana do Espírito Santo, venceram as três primeiras colocações na categoria “Conilon”. Lourenço Brandt, Florentino Brandt e Edilson Brandt, todos da mesma família, conquistaram a 1ª, a 2ª e a 3ª colocação, respectivamente.

Já na categoria “Arábica”, o primeiro lugar ficou com Sivanius Kutz, de Itarana; o segundo colocado foi conquistado por Valdeir Tomazini, de Castelo, e Marcos Antônio Tomazini, de Castelo, ficou com a terceira colocação.

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TEXTO:JULIO HUBER • SANTA MARIA DE JETIBÁ/ES | FOTOS: JULIO HUBER

revolução avicultura muda a realidade de Santa Maria de Jetibá e município vira o maior produtor de ovos do Brasil “Eu nunca imaginava que uma cidade que era considerada um lugar da fome e da miséria, onde não se produzia nada, se tornaria a cidade com a maior produção de ovos do Brasil e um lugar próspero e rico. Nosso município deve tudo à avicultura”. Esse depoimento, do avicultor Erasmo Berger, 74 anos, que iniciou a avicultura em Santa Maria de Jetibá, em 1962, com 550 galinhas, resume a importância econômica e social da atividade avícola para o município, que é líder em produção de hortifrutigranjeiros do Espírito Santo.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no segundo semestre de 2018 pela Pesquisa de Pecuária Municipal (PPM), Santa Maria de Jetibá, com uma produção de 340 milhões de dúzias de ovos, em 2017, passou para a liderança do setor, enquanto Bastos (SP), que ocupava o topo do ranking, caiu para a segunda colocação, com uma produção de 286 milhões de dúzias anuais. Em terceiro lugar está Primavera do Leste (MT), com 81,2 miHenrique Augusto lhões63 deanos, dúzias. O movimento finanRosino, ceiroem do Serra setor da avícola capixaba foi de cafeicultor R$ 1,960 bilhão em 2017.

Aliança, Muqui

Mas, o caminho percorrido pelos avicultores do município capixaba para atingir o topo do ranking não foi apenas de flores. Considerado o pai da avicultura em Santa Maria de Jetibá, Erasmo Berger conta um pouco do início da atividade no município, em 28 de dezembro de 1962, quando Berger tinha 18 anos de idade. Segundo ele, na época o município possuía um solo pouco fértil para a produção agrícola, e era considerada uma das cidades mais pobres do Estado.

Erasmo conta que estudou por um período na Escola Wencesláo Bello, no bairro da Penha, no Rio de Janeiro, quando ele teve o primeiro contato técnico com a avicultura. Na escola, ele foi estagiário em granjas, pois seu curso era sobre a avicultura. Ele conta que voltou empolgado com tudo que viu e resolveu criar galinhas poedeiras.

“Quando cheguei do Rio de Janeiro, depois de estudar sobre avicultura, encomendei 550 pintainhas que vieram de fora do Estado. Fui buscar em Vitória, em uma viagem que durou mais de um dia. Fiquei com 500 e doei 50 para um primo. Nos primeiros dias, coloquei essas pintainhas em umas bacias, forrei com flanela, e coloquei uma lamparina

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Os irmãos Everdan, Marcos e Renan dão continuidade à produção de ovos iniciada pelo pai, Erasmo Berger

produção em Santa Maria de Jetibá 93% da produção estadual de ovos de galinha e 98,43% de ovos de codorna 13 milhões de ovos/dia

no meio para eles se esquentarem”, lembra Erasmo Berger.

Ele lembra que no início foi muito difícil, pois muitos não acreditavam na avicultura. “Onde hoje é o centro da cidade, eu construí a primeira granja do município. Na época, muitos falaram que eu iria quebrar meu pai. Mas, pouco tempo depois, quando todos viram que o negócio era bom, a avicultura se expandiu no município”, lembra.

Passados exatos 56 anos, hoje os três filhos de Erasmo comandam a produção de ovos. O veterinário Marcos Antônio, 49, o advogado Everdan, 47, e o administrador Renan Berger, 45, especializaram-se para dar prosseguimento aos negócios da família. Atualmente, eles possuem um plantel de mais de 1,6 milhão de galinhas e produzem quase um milhão de ovos por dia, que são destinados para o

mercado capixaba e para os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. A empresa da família emprega mais de 250 pessoas.

“Eu nunca imaginei que a avicultura iria se tornar o que é hoje.

Meus filhos deram seguimento e eu faço questão de que meus netos também continuem com nossos negócios. Fiz uma exigência para que todos os netos fossem remunerados. Mesmo estudando, eles precisam acompanhar, um ou dois dias por semana, todos os nossos negócios. Eles são o futuro. Nunca podemos nos acomodar”, diz, emocionado, Erasmo.

E o amor à avicultura está presente na família desde o berço.

“Praticamente crescemos nas granjas e nunca pensamos em não dar continuidade aos negócios. Nós nos formamos para contribuir com a atividade”, conta Marcos Berger.

Maior PIB Agrícola do Espírito Santo e o 46º nacional Maior produção de ovos do Brasil Em 2017, foram R$ 342.443.733,25 em investimentos na agricultura Fonte: PMSMJ

Avicultura no Espírito Santo Mais de 14 milhões de ovos/dia Três ovos/dia para cada capixaba 172 propriedades avícolas 90 mil toneladas de milho e soja/ mês 50 mil toneladas de esterco/mês Geração de 25 mil empregos Mais de 100 mil famílias beneficiadas indiretamente Faturamento de R$ 1,960 bilhão em 2017 Fonte: Aves N E G Ó C I O R U R A L | 15

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Esterco de galinha torna o município o maior produtor agrícola do Estado

Alta tecnologia impulsionou o crescimento da avicultura capixaba As granjas hoje existentes no Espírito Santo contam com as melhores tecnologias existentes no mundo, ligadas ao setor avícola. De acordo com o diretor executivo da Associação dos Avicultores do Espírito Santo (Aves), Nélio Hand, os produtores buscam até no Japão as novidades do segmento.

“Os produtores encamparam a ideia de avançar na produção, usando a tecnologia de ponta e o melhor que existe no Brasil e até no mundo”, destacou Hand. O secretário de Agropecuária de Santa Maria de Jetibá, Egnaldo Andreatta, também afirmou que a tecnologia é um fator importante para o setor.

“Mais de 85% das granjas são de altíssima eficiência”, informou.

Para o diretor administrativo comercial da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), Argeo Uliana, a evolução da avicultura começou com a implantação das granjas automáticas, a partir do ano 2000. “As primeiras granjas automáticas foram importadas da Espanha e, logo em seguida, os demais avicultores começaram a se modernizar. As fábricas de ração também foram automatizadas. Isso tudo fez com que todos aumentassem a qualidade dos ovos”, enfatizou.

Primeiro produtor de ovos do município, Erasmo Berger também atribui à busca constante por tecnologia um fator preponderante para o desenvolvimento do setor. “Nossos produtores nunca se acomodaram. Tanto os produtores, a Coopeavi, associações, todos sempre buscaram inovações”, comenta o pai da avicultura de Santa Maria de Jetibá.

O veterinário Marcos Berger, filho de Erasmo, conta que, recentemente, ele, os irmãos e o pai foram para os Estados Unidos e para o Japão em busca de novas tecnologias. “Fomos conhecer as novidades.

Todos os anos, um da família viaja em busca de tendências e inovações para a avicultura”, conta Marcos.

POMERANOs

Outro fator apontado como importante para o crescimento da avicultura é a origem pomerana dos avicultores de Santa Maria de Jetibá, que segundo o secretário Egnaldo Andreatta, teve um papel fundamental para o setor. “Eu falo que o município fez a maior reforma agrária do Estado e uma das maiores do país, pois os patriarcas foram tendo filhos e as gerações foram permanecendo nas propriedades. E isso foi primordial para o desenvolvimento avícola e agrícola”, acredita o secretário.

Além de ser o maior produtor de ovos do Brasil, Santa Maria de Jetibá também é destaque nacional na produção agrícola. E esse destaque também se deve à avicultura, pois foi o esterco das granjas que ajudou a tornar o solo mais fértil e produtivo. A agricultura é o melhor destino para as mais de 50 mil toneladas de dejetos das galinhas. “É inacreditável a gente imaginar o que aconteceu em nossa cidade por conta da avicultura.

As terras não eram produtivas e, antes da avicultura, era usado esterco de gado, mas a quantidade era muito pequena. Com as granjas, houve uma revolução. Na época, não existia adubo químico. Eu também ganhei muito dinheiro com o esterco de galinha, que mesmo sendo barato, existia em abundância”, conta o avicultor Erasmo Berger.

Segundo ele, a grande quantidade de esterco ajudou a tornar fértil o solo do município e gerar riquezas para as famílias.

“Aqui era cidade pobre. Muitas famílias entregavam seus filhos para serem criados por pessoas de fora. A procura por nossos pomeranos de olhos azuis era grande. Isso é triste. Mas, hoje, com todo esse progresso, isso ficou no passado. E, se não fosse a avicultura e a agricultura, não sei o que seria da nossa cidade”, diz, entristecido, Erasmo.

Para o diretor administrativo comercial da Coopeavi, Argeo Uliana, sem a avicultura, a agricultura do município não teria esse destaque. “Santa Maria é o que é hoje por conta da avicultura. A produção de esterco é o principal fator para o crescimento do setor agrícola”, aponta.

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Produção agrícola de Santa de maria de jetibá é a 46ª maior do Brasil

Argeo Uliana é um dos fundadores da Coopeavi

Avicultores criaram a maior cooperativa agrícola do Estado Outro exemplo do rápido crescimento da avicultura de postura em Santa Maria de Jetibá pode ser comprovado pela história da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), que se mistura à história do crescimento do município. Menos de dois anos após o então sonhador Erasmo Berger iniciar a produção de ovos no município, os avicultores resolveram fundar a Coopeavi.

Hoje, a cooperativa atua no Espírito Santo, em Minas Gerais e na Bahia, e conta com mais de 12 mil cooperados, em sua maioria, pequenos e médios produtores. Um dos fundadores e atual diretor administrativo comercial da Coopeavi, Argeo Uliana, conta que foram muitos os desafios, mas tudo valeu a pena.

“Logo no início, um dos grandes desafios foi a produção de ração. Naquela época, também não tínhamos comunicação e não existia asfalto. Diante das dificuldades, os avicultores se uniram e resolveram criar a cooperativa, em 6 de setembro de 1964. Começamos a primeira fábrica de ração, mas não tínhamos nada. O terreno onde é hoje a nossa sede foi doado pelo governo estadual”, lembrou Argeo.

Entretanto, com o aumento da produção de ovos, foi criada, aproximadamente em 1970, uma central que uniu todas as demais cooperativas do Estado em um terreno em Cariacica. Nesse local, foi montado um abatedouro e uma fábrica de ração, além de ser a entidade responsável pela comercialização de ovos, cafés e outros produtos. Entretanto, como conta Argeo, a má gestão fez

com que a central fosse à falência, prejudicando diversas cooperativas capixabas. “Percebemos que isso iria acontecer e reunimos nossos avicultores. Resolvemos sair dessa central e ampliar nossa fábrica de ração. Foi muita sorte, pois as demais cooperativas quebraram. Tivemos um prejuízo, começamos quase do zero, mas demos a volta por cima”, relembra Argeo.

Em 1979, com a necessidade de ampliar as instalações da Coopevi, foi solicitada ao governo a troca de um grande terreno que pertencia à Encapa, na época, onde foram feitas as novas instalações, em um terreno de 63 hectares. “Fizemos uma troca por outro terreno, e isso fez com que crescêssemos. Depois, doamos áreas para a construção das sedes do Fórum, do hospital, da Prefeitura, da Câmara Municipal, da casa do idoso e do INSS. O crescimento do município começou com a Coopeavi”, destaca Uliana.

Nessa época, a avicultura foi se desenvolvendo e a Coopeavi focou nos pequenos produtores, já que os maiores começaram a atuar por conta própria. O secretário de Agropecuária de Santa Maria de Jetibá, Egnaldo Andreatta, afirma que o município deve muito à Coopeavi.

“Desde que a cooperativa foi criada, ela só ajudou ao município e agregou muito. Em toda a sua história, ela teve um papel importantíssimo e veio se transformando, assim como a avicultura. Hoje, se perguntar a 10 moradores que residem aqui há mais tempo, 10 vão responder que o município é o que é hoje por conta da Coopeavi”, garantiu.

O setor de agropecuária de Santa Maria de Jetibá não é destaque apenas no Estado, onde mantém a liderança isolada no ranking do Produto Interno Bruto (PIB) Agrícola. Em 2017, o município ficou na 46ª colocação nacional no PIB Agrícola. Esse expressivo número, segundo o secretário municipal de Agropecuária, Egnaldo Andreatta, deve-se, principalmente, à avicultura.

“Na década de 60, o município começou humilde. Santa Maria de Jetibá chegou ao que é hoje, graças ao crescimento da avicultura e da agricultura. Um setor está atrelado ao outro. Em muitos municípios, a industrialização e a tecnologia diminuem a mão de obra.

Aqui, aumentamos as tecnologias, mas o município é o que mais emprega na região. Há um crescimento constante”, relatou Egnaldo.

Segundo o subsecretário de Fazenda de Santa Maria de Jetibá, Valdecir Jacob, cerca de 60% da movimentação financeira do agronegócio do município é proveniente da produção de ovos. Em 2017, foram emitidos R$ 928.605.878,17 em notas fiscais do setor agrícola.

“Para se ter uma ideia, em 2008 a arrecadação agrícola do município era de R$ 216.664.176,00. Então, em menos de 10 anos, o aumento foi de cerca de 425%. Outro número importante é o Índice de Participação dos Municípios, em que é calculada a arrecadação do ICMS em todo o Estado, usando a movimentação agrícola, do comércio, entre outros fatores. O município recebe de R$ 3 a R$ 4 milhões por mês proveniente dessa divisão estadual, nos colocando em 9º lugar entre todos os municípios capixabas em volume de repasse”, informou Jacob.

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Alfeu Scotá iniciou na avicultura após a implantação do Condomínio Avícola da Coopeavi

Código de barras garante rastreabilidade

Condomínio avícola é exemplo de inovação nacional Se depender das ideias inovadoras dos avicultores capixabas, a produção de ovos do Estado não deve parar de crescer. Um dos últimos projetos, que inclusive faturou o segundo lugar na categoria “Inovação” do 11º Prêmio Somos Coop - Melhores do Ano, realizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), é o Condomínio Avícola.

Com 300 mil aves alojadas, o Condomínio Avícola também é o único do país para a produção de ovos. Localizado em Alto Caldeirão, zona rural de Santa Teresa, possui três galpões automatizados, cada um com 100 mil aves. A capacidade total da área do condomínio, de 60 hectares, é para 22 galpões, que poderão acomodar 2,2 milhões de galinhas futuramente.

A iniciativa foi ideia de um associado à Coopeavi, com o intuito de democratizar uma produção de alta escala e com tecnologia para os associados, que participam com cotas. Em 2016, a Coopeavi lançou o primeiro galpão. A operação funciona como uma conta corrente. O cooperado tem o custo por ave para

garantir o manejo, manter o galpão operando 24 horas, além da assistência técnica e valor da ração.

Todos os meses, a cooperativa presta contas e as sobras são divididas proporcionalmente às cotas dos cooperados que participam do condomínio. Para adquirir uma cota, é preciso ser cooperado por um determinado período, ser agricultor, entre outras exigências.

O diretor administrativo comercial da Coopeavi, Argeo Uliana, explicou que o projeto é voltado para os pequenos avicultores que não têm acesso a altas tecnologias de produção. “Hoje, o pequeno cooperado é avicultor investidor, sem se preocupar em produzir. A cooperativa faz tudo, da criação até a comercialização dos ovos. A ideia é expandir esse projeto”, relatou Argeo.

Um dos cooperados que possui duas cotas no condomínio (10 mil galinhas) é Alfeu Scotá, 76, que é produtor de café, mas nunca havia produzido ovos até participar do Condomínio Avícola. Alfeu comentou sobre a tecnologia empregada no projeto, que seria impossível

E a inovação não para no setor avícola. Uma das novidades implantadas pela Coopeavi é o rastreamento dos ovos, por meio de código de barras. Atualmente, todos os ovos que passam pela Unidade de Beneficiamento de Ovos e Derivados da Coopeavi, em Santa Maria de Jetibá, recebem em sua casca um código impresso em tinta especial que permite a rastreabilidade da origem do produto. Trata-se de um diferencial de mercado da cooperativa para aproximar duas pontas da cadeia: avicultores e consumidores.

Com o código, é possível ter acesso a diversas informações como data e hora do processamento, data de validade, o nome da granja e a história da família que produziu o ovo. O caminho para fazer o rastreamento é o site: www.coopeaviovos.com.br. para um pequeno produtor. “Se não fosse esse projeto, eu não seria avicultor, eu não iria construir uma granja. Eu tenho produção de café e já trabalhei com hortifrutigranjeiros, mas essa é uma forma de ajudar o cooperado a diversificar sua produção.

O gerente de recria e produção de ovos da Coopeavi e responsável pelo Condomínio Avícola, Rodrigo Loose, destaca a facilidade dos cooperados em acessar a alta tecnologia de produção. “A avicultura é um investimento de alto valor. Mas, no caso do Condomínio Avícola, que a cooperativa montou a estrutura e mantém todo o funcionamento, e o cooperado entra com o pagamento dos custos, é possível acessar as altas tecnologias”, destacou Rodrigo.

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Abastecimento de grãos para ração é o principal entrave do setor O transporte de milho e soja para a produção de ração para alimentar as galinhas é o principal e um dos mais antigos desafios, não só para produtores de aves de postura, mas também de frangos de corte, de suínos e de bovinos. De acordo com dados da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), apenas o setor de postura comercial (produção de ovos) consome 59 mil toneladas de milho e farelo de soja mensalmente.

Todo o setor avícola capixaba necessita de aproximadamente 85 mil toneladas desses produtos, que são transportados em mais de 25 mil viagens de carretas, que vão principalmente a estados do Centro-Oeste do Brasil em busca do milho e da soja. E apesar de inúmeras tentativas de realizar esse transporte por meio da linha férrea, até hoje esse modelo de transporte não foi efetivado.

O diretor executivo da Aves, Nélio Hand, informou que os setores de avicultura e suinocultura do Estado vão entregar reivindicações ao governador eleito, Renato Casagrande. E a principal é com relação ao transporte de grãos até o Estado.

“A ferrovia precisa se tornar parte dessa logística. Ela precisa ser um modal complementar à rodovia. Também estamos buscando medidas para implementar a importação de grãos. Estamos buscando, junto ao governo estadual, zerar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para que, principalmente o milho vindo de países da América do Sul, cheguem ao Porto de Vitória a um bom valor”, disse Hand.

O diretor administrativo comercial da Coopeavi, Argeo Uliana, lamenta o fato de que mais de cinco milhões de toneladas de grãos sejam exportados pelo Porto de Vitória todos os anos, mas os produtores capixabas não conseguem comprar esses produtos. “Trazer milho do Mato Grosso ou Goiás, por meio de caminhões, encarece o produto em 50%. Mesmo assim nosso setor avança”, comenta.

SILOS

Há cerca de quatro anos, o governo estadual adquiriu uma grande área, no município de Viana e disponibilizou-a para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para que fosse construído um grande silo de armazenamento de grãos. Dessa forma, o transporte dos insumos por meio da ferrovia seria facilitado, já que o milho produzido no Centro-Oeste chegaria de trem até esse silo e, desse local, poderia seguir em carretas para as fábricas de ração do Espírito Santo e até da Bahia.

“Infelizmente, o atual Ministro da Agricultura já descartou a possibilidade de o governo federal fazer essa construção. O que estamos discutindo, incluindo a Federação da Agricultura do Estado e a OCB/ ES, é ter uma concessão dessa área do governo do Estado, para que se possa construir um terminal e ser uma alternativa para a ferrovia”, contou Nélio.

OUTRAS DEMANDAS

O executivo da Aves ainda ressaltou que também é preciso ter um fortalecimento das instituições oficiais, como Instituto de

Nélio Hand é diretor executivo da Aves

Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), que segundo ele precisa de um fortalecimento de técnicos, pois há demandas do setor que demoram em ser solucionadas, como registros de granjas, licenciamentos ambientais e inspeção animal. “A lentidão de alguns serviços devido à falta de pessoal pode travar nossos setores, e isso não pode acontecer”, enfatiza.

Outras demandas do setor, segundo Hand, são as construções de contornos em algumas cidades, como Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins, para facilitar o trânsito de caminhões. “A melhoria das estradas, como por meio do projeto Caminhos do Campo, também precisa ser impulsionada. A comunicação no interior, com a instalação de torres de telefonia, é outro item que merece a atenção. Outro fator importante é quanto à energia elétrica, que tem deixado a desejar e vem prejudicando o setor”, pontua Nélio.

Além disso, o excesso de burocracia também é lembrado como um entrave. Nélio ainda destacou que os setores de avicultura e também de suinocultura precisam de uma maior atenção. “A valorização de mercado, para que o produto capixaba tenha vantagens em relação a produtos que vêm de fora, além de incentivos fiscais, como acontece em outros estados, também merecem atenção”, conclui.

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TEXTO: BRUNO FAUSTINO • DORES DO RIO PRETO/ES | FOTOS: BRUNO FAUSTINO • DIVULGAÇÃO

porteira aberta

para pesquisa Propriedade rural em Dores do Rio Preto, no Sul do Espírito Santo, vira centro de pesquisa sobre a flora do Caparaó Capixaba.

Junte uma professora universitária com alunos interessados em estudar espécies nativas de plantas da Mata Atlântica numa Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). O resultado: um levantamento inédito sobre a flora de uma das regiões mais conservadas e protegidas na divisa dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais - o Parque Nacional do Caparaó.

A pesquisa é comandada por dois universitários do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), do Campus de Alegre. O laboratório? Uma propriedade rural em Dores do Rio Preto, no Sul capixaba. O local, antes usado para plantio de café, tornou-se um exemplo de preservação e conservação ambiental na região.

“Quando eu comprei esta área, ela estava sendo preparada para plantar pés de café. O antigo dono me perguntou se eu seguiria com o plantio. Eu disse que não. Que recuperaria tudo o que tinha sido desmatado, já que esta era uma prática comum aqui na região. Falei que esta seria a minha contribuição para o

planeta”, conta orgulhosa a proprietária e ambientalista Dalva Ringuier.

E ela tinha razão. Não demorou muito para o descampado dar lugar a uma floresta robusta. Hoje, quem visita o local nem acredita que nada daquilo existia há alguns anos. Uma trilha na floresta leva o visitante ao grande tesouro da propriedade: uma cachoeira exuberante com água cristalina. “Com a preservação, muitos animais apareceram e muitas espécies de plantas nasceram naturalmente”, revela Dalva.

E foi justamente este ambiente que despertou o interesse dos estudantes/ pesquisadores Jonathan Almeida Farias, 26 anos, que cursa o 7º período de Ciências Biológicas, e Maria América Tavares Evaristo, 21, do 6º período do mesmo curso.

“Eu sempre gostei de botânica. É um campo que eu sempre quis trabalhar.

Como moro aqui na região do Caparaó, sempre tive interesse nas espécies de plantas do Parque Nacional”, diz a universitária Maria América, que mora em Espera Feliz, município mineiro na divisa do Espírito Santo com Minas Gerais.

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A propriedade é composta por 80% de Reserva Particular do Patrimˆønio Natural (RPPN)

“ Quando eu comprei esta

área, ela estava sendo preparada para plantar pés de café. O antigo dono me perguntou se eu seguiria com o plantio. Eu disse que não. Que recuperaria tudo o que tinha sido desmatado Dalva Ringuier - ambientalista

”

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pioneirismo O trabalho desenvolvido pelos estudantes é pioneiro na região.

Até hoje, ninguém publicou pesquisa sobre as espécies nativas que nasceram espontaneamente numa RPPN em recuperação aos pés do Caparaó.

O local da pesquisa já recebe estudantes para visitação desde 2012. Quem começou esse trabalho foi o professor Bruno Preto, do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), de Alegre.

“Não havia nenhum estudo sobre o tema e eu sempre tive vontade de fazer um levantamento dessas espécies. Uma aluna começou um estudo de caso na propriedade, mas ela se deteve apenas ao trabalho teórico. Foi aí que o Jonathan e a Maria América decidiram apostar numa catalogação das espécies presentes em uma das trilhas da propriedade e criar uma cartilha mostrando quais plantas os visitantes terão a oportunidade de ver durante o passeio”, conta a bióloga

“Estamos fazendo um mapeamento e o resultado dessa nossa pesquisa será uma cartilha com as características de cada planta identificada” Jonathan Almeida Farias - Universitário

e professora coordenadora da pesquisa, Karla Maria Pedra de Abreu.

A identificação das espécies da propriedade começou em outubro deste ano. Os universitários pregaram uma placa com um número em cada planta encontrada. Mas você deve estar se perguntando: eles pregaram? Usaram prego? A resposta é sim, mas isso tem uma explicação e está presente logo no início da trilha pesquisada, em um banner.

Ele diz: “o uso de pregos é recomendado, pois outras formas de amarração das placas podem ser perdidas ou retiradas mais facilmente. A árvore não está sofrendo.

Ao final da pesquisa, o prego será retirado e a sua casca se formará normalmente”.

“Estamos fazendo um mapeamento e o resultado da nossa pesquisa será uma cartilha com as características de cada planta identificada. O foco é a botânica presente na RPPN. É um trabalho importante para a região e para sensibilizar os estudantes e produtores rurais a conhecerem as espécies nativas do Caparaó”, comenta o universitário Jonathan Almeida Farias.

O trabalho deve ser finalizado até julho de 2019.

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Espécies encontradas mostram diversidade na região Mais de 100 amostras vegetais já foram numeradas pela equipe, entre elas, árvores, samambaias e ervas medicinais. E, durante a identificação, os pesquisadores encontraram algumas raridades como um jequitibá e alguns ipês.

“Ficamos impressionados em encontrar duas espécies nativas numa área em recuperação”, exalta a professora Karla.

E ela tem motivos para ficar feliz com as descobertas. Os ipês crescem a uma altura de 5 a 8 metros e podem atingir de 8 a 11 metros de largura. Com flores coloridas e madeira versátil, a árvore está presente em ambientes variados - do cerrado à Amazônia, do Pantanal à Mata Atlântica. Já o jequitibá é uma árvore de tronco de grandes dimensões, tanto em comprimento como em perímetro, da família das lecitidáceas. Encontrar esses exemplares em propriedades rurais não é muito comum.

Outra curiosidade que despertou a atenção dos universitários

durante a identificação das espécies presentes na RPPN, em Dores do Rio Preto, foi a presença de um fungo (líquens vermelhos e rosas) que indica a pureza no ar da região.

“Esses fungos só estão presentes em áreas onde não há poluição. E eles estão espalhados por toda a área da pesquisa. É uma prova de que a floresta está fazendo o papel dela”, explica a ambientalista Dalva Ringuier.

Diz a história que, por volta de 1866, o liquenologista escandinavo Nyland notou que alguns líquens observados em certas árvores nos arredores urbanos de Paris, na França, não eram encontrados nas mesmas espécies arbóreas que estavam plantadas no centro da cidade. Deduziu que, apesar de essas espécies já terem existido nos parques e jardins da cidade, eles teriam desaparecido devido à ação de poluentes que foram contaminando progressivamente a atmosfera. A partir daí, veio a comprovar-se que os líquens são susceptíveis aos ga-

ses atmosféricos, servindo como indicadores biológicos da qualidade do ar.

“Estamos muito felizes com a realização deste trabalho. Ele começou na academia, mas vai trazer benefícios além dela. É o primeiro passo para que outras RPPN's sejam estudadas na região”, diz a universitária Maria América Tavares Evaristo.

MAIS PESQUISA: O trabalho iniciado na propriedade só está começando com a identificação das espécies e a criação de uma trilha interpretativa para quem visita o local. “O próximo passo é pesquisar a fauna presente aqui na RPPN. O visitante que vem aqui vê, em vários locais, as trilhas de animais que circulam pela propriedade. Agora, queremos saber que animais são esses e onde eles estão presentes. Vamos instalar câmeras com sensores para descobrir as espécies de fauna presentes na àrea de recuperação da reserva”, conclui Dalva Ringuier.

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GIRO RURAL

LABORATÓRIO DE SÃO MATEUS REALIZA PESQUISAS SOBRE PIMENTA-DO-REINO Produtores de pimenta-do-reino do norte do Espírito Santo estão buscando explorar oportunidades no mercado internacional. E o Laboratório de Resíduos Químicos do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), em São Mateus, está abrindo espaço para melhorar a qualidade dos produtos. Em novembro, foram iniciadas as análises microbiológicas da pimenta.

O vice-presidente da Comissão de Agricultura da Câmara Federal e coordenador institucional da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado federal Evair de Melo, afirmou que o suporte do Ceunes será fundamental aos agricultores.

“A parceria entre as instituições de ensino e pesquisa com a agricultura é essencial para que os produtores sejam incentivados a elevar o padrão das culturas agrícolas. Isso se reflete na remuneração e na estabilidade no campo e também na alimentação, que será de maior qualidade”, destaca o deputado.

Evair de Melo atuou para viabilizar as pesquisas no laboratório do Ceunes através de uma emenda ao Orçamento da União no valor de R$ 300 mil, que garantiu a aquisição dos equipamentos. De acordo com o coordenador do Programa Agromais do Ceunes, o professor Marcelo Barreto, as primeiras aná-

lises para detectar a presença da antraquinona, um resíduo químico resultante da queima da lenha empregada na secagem com fogo direto da pimenta, já devem ser rea-lizadas.

“Esta substância é monitorada e não é permitida pelos importadores da Europa. Já estamos fazendo as primeiras coletas para validar o método desenvolvido na Universidade e, em breve, esperamos ofertar a análise para os produtores da região e de todo o Estado”. O professor acredita que, aos poucos, a pipericultura capixaba está ganhando espaço no mercado devido à união entre agricultura e ciência.

AGRICULTORES DEVEM FICAR ATENTOS AO CONTRATAR SERVIÇO DE TOPOGRAFIA PARTICULAR Com o intuito de acelerar o processo de regularização fundiária, diversos produtores rurais capixabas estão contratando o serviço de topografia particular para realizar a medição dos imóveis devolutos.

A prática é aceita pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), mas o órgão faz algumas ressalvas para que o serviço seja concluído de forma correta.

Segundo o Idaf, dentre as medidas que devem ser tomadas estão: exigir que a medição seja georreferenciada e cadastrada no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef); coletar a assinatura de todos os vizinhos reconhecendo as divisas da terra e verificar se o profissional que vai executar o serviço de

topografia é credenciado junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para georreferenciamento de imóveis rurais.

De acordo com o subgerente de Geografia e Cartografia do Idaf, Vailson Schineider, a checagem do credenciamento é simples e pode ser feita pelo site da Sigef (sigef. incra.gov.br). Basta abrir o site, clicar em consultar e depois em credenciados. Nessa aba, é possível colocar o nome do profissional e verificar se ele é, de fato, credenciado no Incra”, informa Schineider.

DOCUMENTOS - Para encaminhar o processo para o Idaf é necessário que o técnico providencie ainda: duas vias da planta topográfica e do memorial; duas vias

dos termos com as assinaturas de cada vizinho; arquivos digitais da medição gravados em CD e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do serviço, além de cópia simples dos documentos pessoais e documentos da terra que deverão ser apresentados pelo requerente. Todas as informações estão disponíveis na Instrução Normativa 10/2018 e podem ser acessadas pelo site do Idaf.

Não é necessário reconhecer firma em nenhum dos documentos.

“Se todas as informações e documentos estiverem corretos, é possível reduzir em até 80% o tempo de análise no processo e emissão do título de legitimação, beneficiando mais rapidamente o produtor rural”, conclui Schineider.

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E V E N TO S

MAIOR FEIRA DE TURISMO RURAL DO BRASIL SERÁ EM VENDA NOVA DO IMIGRANTE EM 2019 A cultura de Venda Nova do Imigrante esteve presente na Paraíba com o polentamóvel Uma comitiva formada por empresários e representantes do setor público do Espírito Santo esteve presente na 14ª edição da Feira de Turismo Rural do Brasil (RuralTur), que aconteceu de 28 a 30 de novembro, na cidade de Areia, na Paraíba.

Além de participar do evento na Paraíba, a comitiva do Estado fez a divulgação da próxima edição da RuralTur, que será no Espírito Santo, em 2019, no município de Venda Nova do Imigrante, a Capital Nacional do Agroturismo, entre 20 e 23 de novembro.

Segundo o subsecretário de Turismo do Estado, Wellington Bleidorn, que representou a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) no evento, a feira foi uma oportunidade para ver de perto as tendências da área de turismo rural em âmbito nacional, e também divulgar o agroturismo e o destino Espírito Santo para captar novos turistas nordestinos.

Ele também falou sobre a vinda do Evento ao Espírito Santo. “O segmento do turismo rural capixaba está em ascensão, por isso, ser sede da maior feira de turismo rural do Brasil tem um significado muito importante, pois será quando nós poderemos mostrar de perto toda a nossa cultura, potencialidades e oportunidades de desenvolvimento dentro do setor”, comemorou Wellington Bleidorn.

Empresários do agroturismo da região de montanhas do Espírito Santo também participaram da feira para trocar experiências e conhecer as novidades do setor. De Venda Nova do Imigrante, um grupo levou o famoso polentamóvel, que é um fogão adaptado, com rodas, onde são preparadas linguiça, queijo e polenta fritas.

O Sebrae Espírito Santo, parceiro da Setur no desenvolvimento do agroturismo local, realizou duas ações no evento na Paraíba: uma foi a missão empresarial, na qual 12 pessoas foram conhecer o evento, as

novidades e tendências do setor e fazer networking. A outra ação foi um estande no local que promoveu o Estado e o desenvolvimento do agroturismo em Venda Nova do Imigrante.

“Conseguir trazer a feira para o Espírito Santo é uma grande conquista, um reconhecimento do trabalho do Sebrae e dos empresários da região, que têm conseguido desenvolver o agroturismo de Venda Nova do Imigrante, que hoje já é um caso de sucesso no país. Essa feira sempre aconteceu na região Nordeste e, pela primeira vez, será realizada em uma região diferente”, destacou o analista do Sebrae ES, Rodrigo Belcavello.

A feira RuralTur é considerada a maior feira de turismo rural do Brasil, ocorre de forma itinerante em destinos com potencial de promoção de mercado neste segmento e envolve empresas de turismo, artesanato, economia criativa e agronegócios.

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FEIRA DO CAVALO MANGALARGA MARCHADOR PROMETE REUNIR CRIADORES EM GUARAPARI Um dia de campo para reunir os amantes do cavalo Mangalarga Marchador no Espírito Santo. Em Guarapari, o empresário Marlos Travesani, criador que lidera o ranking das copas de marcha de todo o Espírito Santo, vai mostrar o seu plantel no dia 23 de fevereiro, a partir das 10 horas, no Haras Nobilis.

De acordo com os organizadores, na ocasião acontecerá uma feira, onde cerca de 35 animais, entre potros, éguas e grandes promessas da raça serão apresentados para o público por meio de provas de marcha e de morfologia. “Iremos colocar à venda animais de qualidade. Além disso, iremos comercializar coberturas, embriões e óvulos das nossas melhores éguas” disse Travesani.

Marcos, que é proprietário de um haras localizado em Iconha, diz que outra atração que promete movimentar ainda mais o evento é a Máfia Passarela, uma égua que, com apenas

quatro anos, já coleciona 23 prêmios estaduais e nacionais, entre eles o título de campeã invicta em todas as competições de marcha realizadas no Espírito Santo.

Para chegar tão longe em tão pouco tempo, Máfia desfruta de uma série de regalias, como conta o seu proprietário, Marlos Travesani. “A Máfia Passarela fica em uma baia adequada e recebe uma alimentação também adequada. Devido à sua desenvoltura nas provas, ela tem uma equipe de profissionais exclusiva, como médico veterinário e tratadores”, afirmou.

A expectativa, segundo a organização, é reunir mais de 100 criadores do Sul do Estado. Shows de forró e a comercialização de comidas e bebidas também fazem parte da programação. Outro evento que será realizado logo no início do ano, em 26 de janeiro de 2019, é a Feira Tríplice Apoio, que será na Fazenda Espírito Santo, em

Amarelos, Guarapari. Os eventos têm o apoio do portal de notícias Montanhas Capixabas, do jornal O Noticiário e da Revista Negócio Rural.

AGENDA

JANEIRO

Feira Tríplice Apoio Quando: 26 de janeiro Local: Guarapari FEVEREIRO Dia de Campo do Haras Treviso Quando: 23 de fevereiro de 2019 Local: Haras Nobilis, Guarapari Entrada franca MARÇO Primeira etapa do Circuito F1 e 3ª Copa de Marcha de Marilândia Quando: 16 de março Local: Espaço de Evento da Prefeitura Municipal de Marilândia

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Na última edição foram movimentados R$ 40 milhões em negócios

FAVESU CHEGA À SUA 5ª EDIÇÃO NO MÊS DE JUNHO, EM VENDA NOVA DO IMIGRANTE A Feira da Avicultura e da Suinocultura Capixaba (Favesu), que este ano chega à sua 5ª edição, será realizada nos dias 5 e 6 de junho de 2019, em Venda Nova do Imigrante. O maior evento dos setores, do Espírito Santo deve reunir mais de 2,5 mil visitantes.

A feira é o principal ponto de encontro de produtores, gestores, empresários, técnicos, acadêmicos, fornecedores e pessoas envolvidas diretamente com a produção de aves e suínos, além do público consumidor.

Na edição passada, 80 empresas expositoras marcaram presença na Favesu, e mais de 1,1 mil pessoas participaram das palestras técnicas e workshops. Os números apontaram mais de R$ 40 milhões em negócios fechados durante o evento, que mostra o que existe de mais inovador nas cadeias de aves e suínos do país.

Cerca de 70% dos estandes já estão comercializados. Esta é uma grande oportunidade para que em-

presas ligadas ao ramo possam apresentar seus produtos na maior feira do setor no Estado e uma das mais completas do Brasil. A Favesu engloba, ainda, feira de negócios, palestras técnicas, Espaço Científico, Espaço Gourmet e Concurso de Qualidade de Ovos.

As inscrições para a apresentação de Trabalhos Científicos durante a 5ª Favesu já estão abertas. O prazo para confirmar a inscrição é até 14 de abril de 2019. Os participantes devem enviar os trabalhos até o dia 28 de abril de 2019. A taxa de inscrição será de R$ 100,00 (gratuita para graduandos).

O objetivo da mostra dos trabalhos é estimular a aplicabilidade do conteúdo científico na prática, bem como aproximar o meio acadêmico de empresas dos setores e dos produtores rurais. A coordenação científica da 5ª Favesu é do médico veterinário Eustáquio Moacyr Agrizzi.

Podem participar estudantes de graduação, pós-graduação, profes-

sores, pesquisadores e profissionais do setor, apresentando trabalhos nas áreas de frango de corte, postura comercial e suinocultura. A 5ª Favesu é uma realização da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves) e Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases).

O diretor executivo da Aves e da Ases, Nélio Hand, afirma que a Favesu já está consolidada, sendo uma das feiras regionais mais importantes do Brasil. “Além de produtores do Espírito Santo – avicultura de postura, frango de corte e suinocultores – temos a participação de produtores de outras atividades, como bovinos e ovinos.

Além disso, temos pessoas de estados vizinhos (Mata de Minas, Norte do Rio de Janeiro e Sul da Bahia). Esse pessoal vem atraído, especialmente, pela parte comercial, que é a Feira de Negócios. Mas, também, pela parte técnica e pelo relacionamento com os produtores locais”, ressalta.

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Escola de Conceição do Castelo é premiada com projeto de economia de energia no Agrinho 2018

SENAR PREMIA PROJETOS NOTA 10 EM CONSCIÊNCIA AMBIENTAL A escola tem o poder de formar cidadãos conscientes. Esse foi justamente o raciocínio da professora Maria Luldes Dávila Ferreira, da UMEF Elisa Paiva, de Conceição de Castelo, nas montanhas capixabas, que propôs o projeto: “Apague a energia e acenda a economia”. Ela desafiou a comunidade a economizar energia no período de 30 dias. “Nossa mobilização funcionou e todos economizaram e continuam economizando porque viram a diferença no bolso”, conta a professora.

A ideia foi a grande vencedora do Programa Agrinho 2018, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (Senar-ES). Mais de 1.500 trabalhos foram avaliados por uma comissão especial. O projeto vencedor, na categoria experiência pedagógica, mobilizou toda a cidade por meio de palestras, carreatas e rodas de conversa. Pela rádio comunitária, os alunos compartilharam dicas de como economizar energia.

Os ensinamentos vieram da sala de

aula. "Ao final do mês, a economia de energia de 30 famílias chegou a R$ 500", ressalta Maria Luldes.

Neste ano, o Agrinho premiou 125 projetos com o tema: Saber e atuar para melhorar o mundo – Trabalho e Consumo. Ao todo, são 11 categorias premiadas. Entre os prêmios para os estudantes estão: bicicletas, notebooks e mochilas. Já para os professores, notebooks, impressoras multifuncionais, televisões, um fim de semana em hotel da Grande Vitória com acompanhante e uma moto de 160 cilindradas para o primeiro lugar.

O programa trabalha temas transversais ao currículo escolar. Em 2018, 3.600 professores de 56 municípios e 80 mil crianças da pré-escola a adolescentes de 16 anos participaram do programa.

“Nós estamos ajudando a formar novas gerações, que serão o futuro do Brasil e, se construirmos bons alicerces e os alunos entenderem a importância do consumo consciente, no futuro, eles farão o que é certo, sem

necessidade de imposição pelas leis”, conta a coordenadora do Agrinho e de Promoção Social do Senar-ES, Maria Tereza Zaggo.

Para realizar as atividades propostas pelo Programa Agrinho, os alunos desenvolveram redações, desenhos e os professores relataram as experiências pedagógicas desenvolvidas.

“Todos os nossos recursos são finitos e, por isso, precisamos pensar no homem em equilíbrio com a natureza. Através das crianças, podemos conseguir transformar o mundo em um lugar mais consciente e que seja sustentável de verdade”, destaca a superintendente do Senar-ES, Letícia Toniato Simões.

O Agrinho é um programa de responsabilidade social realizado pelo Senar-ES e pela Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, e tem como objetivo principal discutir sobre saúde, meio ambiente, trabalho, consumo, cidadania e ética.

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P R E M I AÇ ÃO

REVISTA NEGÓCIO RURAL FATURA O SEGUNDO LUGAR NO PRÊMIO DE JORNALISMO COOPERATIVISTA Mais uma vez, uma reportagem da Revista Negócio Rural foi uma das vencedoras do Prêmio de Jornalismo Cooperativista, iniciativa do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Espírito Santo, Sistema OCB/ES. A reportagem que ficou em 2º lugar na categoria Impresso foi: "Lavoura sustentável e mais produtiva", publicada na edição nº 12 da revista, e que mostra uma prática realizada na Fazenda Venturim, em São Domingos do Norte, no Noroeste capixaba. Os proprietários reaproveitam a casca do café

como adubo natural e o produto retorna para a natureza sem dano algum.

"A força do cooperativismo capixaba está sempre presente nas páginas da Revista Negócio Rural. Estamos muito felizes por mais essa conquista", afirma Bruno Faustino, editor da revista e vencedor do prêmio.

Bruno também ficou em segundo lugar na categoria Telejornalismo, com a reportagem: “A busca pelo ovo perfeito", exibida pelo programa ES Rural da TV Educativa do Espírito Santo. Bruno ainda concorria na final com outra reportagem publicada na Revista

Os jornalistas Bruno Faustino e Julio Huber são editores da Revista Negócio Rural

Negócio Rural, uma reportagem veiculada na Rádio Espírito Santo e outra exibida na TV Educativa.

Julio Huber estava concorrendo com uma foto publicada no portal Montanhas Capixabas.

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Panceta Assada com Ervas Frutas da Estação Dezembro

INGREDIENTES 3 dentes de alho 10 folhas de sálvia Folhas de 5 ramos de tomilho fresco 1 ramo de alecrim 1 colher (sopa) de azeite (15 ml) 2 colheres (chá) de sal

Cereja

Abacaxi

Pimenta-do-reino a gosto 1 barriga de porco (1 Kg) 1 xícara (chá) de óleo (200 ml)

MODO DE PREPARO

Framboesa

Limão

Laranja

Maçã Uva

Pêra

Pêssego

Em um processador, triture os dentes de alho, a sálvia, o tomilho, o alecrim, 1 colher (sopa) de azeite, o sal e a pimenta-do-reino. Faça cortes transversais na pele da barriga de porco e, sob a pele, fure a peça com a ponta da faca, para que o tempero possa penetrar bem na carne. Finalize espalhando o tempero por toda a superfície.

Coloque a peça em uma assadeira antiaderente e cubra com papel alumínio. Asse em forno préaquecido (180 °C) por cerca de 2 horas e 30 minutos. Retire o papel alumínio, pincele sobre a pele a gordura do fundo da assadeira e ligue o grill. Deixe até que a pele esteja crocante, como um torresmo. Caso não tenha grill, aumente a chama do forno para o máximo (250 °C) e deixe até a pele dourar (aproximadamente 30 minutos).

Fonte: Associação Brasileira dos Criadores de Suínos

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Santa Angélica Alegre

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