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Fotografia e arquitetura: tudo a ver
Por Mariana Orsi, fotógrafa e arquiteta, especializada em registrar projetos de arquitetura e cidades (@marianaorsifotografia)
Afotografia é um registro importante por uma série de fatores. Ela ajuda pessoas que não têm a oportunidade de estar em determinado lugar a entender como as coisas são, como funcionam. Na relação entre fotografia e arquitetura, por exemplo, cada uma dessas artes complementa a outra, tornando possível entender contextos mais amplos, como a própria história do lugar em questão. Não à toa, a fotografia é uma das muitas áreas possíveis de atuação para um arquiteto.
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No meu trabalho como fotógrafa de interiores com formação em arquitetura e urbanismo, tento trazer um pouco desse aspecto também nas redes sociais por meio de vídeos curtos, para mostrar para quem não está ali como é tal projeto e como as pessoas se comportam dentro dele. Um apartamento decorado, como os que fotografo para a Helbor, é uma demonstração do que o imóvel comprado pelo cliente pode ser. Por isso, é importante que essas imagens mostrem todo o potencial dos espaços, tanto em termos de funcionalidade da marcenaria, por exemplo, como na questão estética de acabamentos e revestimentos.
De um ponto de vista mais técnico, sempre uso a lente grande-angular, que permite que mais partes do cenário caibam no enquadramento. Assim mostro os ambientes como eles realmente são, incluindo as áreas difíceis de fotografar, como os banheiros.
Mas a relação da fotografia com a arquitetura vai muito além. Se você gosta de fazer cliques de paisagens urbanas durante uma viagem, seja com câmera ou celular, isso nada mais é do que fotografia de arquitetura.
Algumas dicas simples ajudam a fazer fotos mais interessantes de monumentos e pontos turísticos, e quase sempre são recursos oferecidos pelo próprio celular. Um dos mais interessantes é a grade que divide a tela em nove partes. É a chamada “regra dos terços”, em que as informações importantes da imagem devem ser posicionadas nas intersecções, de forma a compor um enquadramento mais harmônico. Usar as linhas como base para balizar o horizonte também ajuda a evitar fotos “tortas”.
A própria lente grande-angular que eu uso para fotografar apartamentos decorados já está disponível nos celulares mais modernos, representada pela função 0,5 nas câmeras, e com ela você consegue enquadrar toda a Torre Eiffel, por exemplo. As lentes que aproximam, por sua vez, permitem focar em um detalhe da construção, trazendo um novo olhar sobre o monumento, uma parte que fala pelo todo. O modo noturno, que aumenta o tempo de exposição para fotografar com menos luz, e o modo retrato, que trabalha a profundidade de campo, desfocando o fundo, são outros recursos interessantes dos celulares.
E pode até parecer bobo, mas faz toda a diferença segurar o celular de maneira firme e manter a lente sempre limpa, evitando assim imagens tremidas ou embaçadas. Posicionar o objeto a favor do sol, e não na contraluz, e usar janelas e portas como molduras em primeiro plano são outros truques bacanas.
Por fim, para treinar o olhar sem necessariamente estar viajando, aproveite sua própria cidade como cenário. Faça passeios em museus, parques e outros pontos de destaque, registrando como se fosse um turista. Fotografia, afinal, é treino, requer prática para evoluir.