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COMO FINANCIAR O SEU IMÓVEL?

Conheça os principais tipos de crédito imobiliário, suas vantagens, mecanismos e os requisitos necessários para conquistar a sonhada casa própria

Por Fabiano Mazzei

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Comprar um imóvel tem sido um sonho cada vez mais possível, graças à ampla oferta de financiamento imobiliário disponível no mercado. Para ter acesso, é preciso que o interessado cumpra requisitos básicos, como ter conta na instituição financeira e ser aprovado em questões como renda mensal compatível com o valor das parcelas e histórico regular de crédito.

Dentre os principais meios de obter o empréstimo estão o Sistema de Financiamento da Habitação (SFH), Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) e o Programa Casa Verde e Amarela.

Eles autorizam os recursos que poderão ser utilizados para a compra de uma casa, um apartamento ou imóvel comercial – novos, usados ou em construção –, bem como para custear uma reforma. “Em todas as opções, seja para pessoa física ou jurídica, a grande vantagem são as taxas de juros que, por serem linhas de crédito imobiliário, são menores em comparação às demais linhas dos bancos”, analisa Romero Albuquerque, diretor de crédito imobiliário do Banco Bradesco.

Sistemas de financiamento Os

1. Sistema de Financiamento da Habitação (SFH)

Utiliza recursos da poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), esse sistema deve ter movimentado R$ 244 bilhões em 2022, sendo R$ 180 bilhões oriundos de recursos da poupança e R$ 64 bilhões do fundo de garantia.

As condições gerais para se ter acesso são:

• o valor do imóvel deve ser de até R$ 1,5 milhão;

• a taxa de juros não pode ultrapassar os 12% ao ano;

• as prestações não podem ser maiores do que 30% da renda comprovada;

• o financiamento bancário pode cobrir até 80% do valor do imóvel;

• o prazo máximo de quitação é de 35 anos;

• apenas bens residenciais podem ser parcialmente pagos com o fundo de garantia.

2. Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI)

Atende aos interessados que não se enquadram nos requisitos do SFH. Em geral, são mais acessados para a compra de imóveis de alto valor. Neste formato, podemos destacar:

• não há limitação da taxa de juros nem do valor da prestação;

• o imóvel deve custar acima de R$ 1,5 milhão;

• o financiamento pode ser de até 90% do valor do imóvel;

• o comprador pode ser pessoa física ou jurídica;

• o prazo máximo de quitação também é de 35 anos;

• o imóvel a ser financiado não precisa ser apenas residencial.

3. Programa Casa Verde e Amarela

É uma iniciativa do governo federal para reduzir o déficit habitacional do Brasil. Por seu caráter social, obedece a normas específicas de acesso, como a faixa de renda, e tem prazos de quitação diferentes dos praticados no mercado.

Existem diferentes tipos de financiamento, que dependem de fatores como o valor do imóvel, a renda do cliente e o prazo de quitação

Primeiros Passos

Após definir qual imóvel pretende adquirir, recomenda-se solicitar simulações de financiamento no banco em que se tem conta corrente ou investimentos, bem como para a imobiliária que detém o bem desejado. “Com todas as informações sobre juros, valores e prazos, fica mais fácil escolher aquela opção com a parcela que cabe melhor no bolso”, afirma João Roberto Balan, Diretor de Operações e Vendas da corretora Bossa Nova Sotheby’s, em São Paulo.

FGTS: QUANDO USAR

Quanto ao FGTS, os especialistas de mercado são unânimes em aconselhar o uso integral do recurso na composição do valor de entrada. É importante lembrar que o seu uso depende do valor total do imóvel – que não pode ultrapassar R$ 1,5 milhão; de possuir outro imóvel (pronto ou em construção); e de não ter outro financiamento ativo no SFH.

PAGAR À VISTA OU FINANCIAR?

Os especialistas do mercado concordam que, mesmo que o comprador possua todo o dinheiro para adquirir o imóvel, é mais vantajoso investir esse montante em aplicações financeiras e usar os rendimentos para pagar as parcelas.

“Muitos investimentos de baixo risco rendem acima dos juros que incidem sobre o crédito imobiliário”, explica Mariana Andrade, diretora da

Revenda Imóveis, na capital paulista. “Se este for o caso do cliente, orientamos a recorrer ao crédito imobiliário. E, na hipótese de este cenário positivo se inverter, basta sacar o dinheiro da aplicação e quitar o financiamento a valor presente”, diz.

Olho Vivo Nos Juros

Em geral, a taxa de juros do financiamento imobiliário no país gira em torno de 7% a 9% ao ano. Contudo, convém observar os fatores que podem influenciar essa oscilação, como a Selic, por exemplo. Quando o governo eleva a taxa básica de juros, a tendência é ocorrer uma diminuição dos recursos investidos na poupança – a principal fonte de receita do SFH. Resultado: o custo do crédito para os imóveis se torna mais caro.

Como Contratar

Com a transformação digital do sistema bancário, ficou muito mais simples requisitar o crédito para compra de um imóvel. “Hoje, no Bradesco, nosso cliente consegue fazer toda a jornada de contratação desse serviço de forma on-line, por meio de aplicativo”, explica Romero. Desde a simulação do parcelamento, a aprovação do crédito, envio de documentos, avaliação de histórico bancário e assinatura e registro eletrônico, tudo pode ser feito de forma remota. “São avanços que trazem agilidade, transparência e uma experiência cada vez melhor nesse momento ímpar da vida do cliente.”