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NO APÊ EM PAZ

Achegada de Lincon, um cãozinho da raça shih-tzu, à casa de Soraya Caron foi uma grande alegria para toda a família. Gerente de marketing de produtos da Helbor, Soraya conta que Lincon chegou com cinco meses e estranhou bastante o ambiente nos primeiros dias. Para diminuir o impacto, ela começou habituando o pet a ficar na área de serviço, para ensiná-lo a fazer xixi no tapete higiênico, e foi liberando o restante da casa aos poucos.

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Como ela e o marido passam a maior parte do dia fora, uma de suas maiores preocupações sempre foi garantir que o pet fique bem na ausência deles. Para isso, além de contar com um dogwalker, que passeia com Lincon diariamente, ela ainda o deixa em um day care de confiança uma vez por semana e conta com uma faxineira que brinca e faz companhia para ele. “Sempre que saímos, deixamos o ambiente preparado com bebedouro, cantinho de descanso e brinquedos", explica.

O caminho trilhado pela gerente para que seu pet tivesse uma adaptação tranquila foi a chave para a construção de uma boa relação entre eles. De acordo com Dalton Ishikawa, médico-veterinário comportamentalista e fundador da PetGames, entender quais são as necessidades do animal e avaliar como responder a elas no espaço disponível é o ponto principal para uma convivência harmoniosa. “Saber usar recursos capazes de estimular os instintos da espécie é fundamental e reduz as chances de o animal apresentar comportamentos indesejados, como roer, arranhar ou vocalizar de maneira excessiva”.

No caso dos felinos, o especialista ressalta a importância de se ter caixa de areia adequada, arranhador e brinquedos que estimulam a caça, como varinhas curtas, ratinhos e laser para gatos. A verticalização planejada do ambiente, com a colocação de superfícies mais elevadas em relação ao chão, também é importante, dando a bichanos uma sensação maior de controle do ambiente.

Já para os cães, mordedores, pelúcia com squeaker (barulho) e bolinhas maciças servem como ótimos estímulos. Também não podem faltar casinhas ou tocas que sirvam de refúgio. Lembrando que esses recursos devem ser multiplicados de acordo com a quantidade de pets – se há dois cães, por exemplo, há necessidade de duas casinhas, dois comedouros e brinquedos para cada um. Setorizar também é importante, de forma a não concentrar todo os recursos no mesmo lugar.

COMO DEIXÁ-LOS SOZINHOS

Acredite, animais de estimação também sentem solidão. Ainda que você trabalhe de casa, é importante habituar o pet desde cedo a passar algum tempo sozinho. Cães que sofrem com ansiedade por separação podem atrapalhar o convívio com a vizinhança, devido aos latidos excessivos, e apresentar comportamentos indesejados, como lamber demais as patas, destruir a própria caminha, móveis, tapetes e arranhar a porta sem parar. Para evitar que isso aconteça, Dalton recomenda que o tutor aproveite quando está em casa para deixar o ambiente preparado com brinquedos e não dar atenção ao pet por um período, diariamente. Por mais que pareça extrema, a medida ajuda o pet a se tornar mais independente.

Cuidados De Sa De

Devido às particularidades do ambiente, cães e gatos que vivem em apartamentos são mais propensos a certos problemas de saúde. Conforme explica Luciana Accorsi Pardi, médica-veterinária e sócia do Cemevet (Centro Médico Veterinário), em Moema (São Paulo), é mais comum que eles apresentem sobrepeso. E essa condição também aumenta as chances de o mascote desenvolver problemas articulares devido à movimentação em pisos muito lisos e escorregadios.

Do ponto de vista ortopédico, a veterinária diz que o melhor tipo de piso seria o carpete. Entretanto, ele também tem inúmeras desvantagens para o dia a dia dos moradores, como dificuldade de higienização, piora das alergias e maior suscetibilidade a infestação de parasitas. Assim, a recomendação para mitigar a sobrecarga das articulações é manter o peso do pet adequado e evitar estimular corridas e brincadeiras intensas onde o piso é mais liso, investindo em passadeiras emborrachadas nos locais de maior circulação do pet.

Os passeios podem auxiliar o cachorro a perder ou manter o peso, mas não só. Eles também são uma forma importante de enriquecimento sensorial, motivo pelo qual devem ser realizados todos os dias. A frequência recomendada vai depender se o pet aproveita as saídas para fazer suas necessidades ou não. Se ele faz xixi e cocô no tapete higiênico, em casa, é possível levá-lo para passear de manhã e à tarde. Agora, se o pet prefere se aliviar na rua, então é fundamental sair no mínimo três vezes ao dia. Do contrário, Luciana alerta que o animal irá segurar o xixi por muito tempo, aumentando o risco de cistite e formação de cálculos.

Os empreendimentos da Helbor apostam em pet places que incluem área de brincadeiras e espaço para banho, como no Patteo São Paulo (acima), Reserva Caminhos da Lapa (ao lado) e Patteo São Bernardo (abaixo)

PET PLACE: ÓTIMA OPÇÃO

Atentos às necessidades das famílias, diversos empreendimentos da Helbor já disponibilizam espaços dedicados aos amigos de quatro patas. Além de questões de comodidade e segurança, as áreas exclusivas tendem a aumentar o bem-estar do animal, que pode tomar sol e se exercitar em um espaço apropriado, além de promover uma convivência harmoniosa entre vizinhos.

Para que seja uma experiência sempre positiva, a veterinária Luciana alerta para a importância de o cachorro estar com sua carteirinha de vacinação, vermifugação e controle de ectoparasitas em dia. Pais de pet precisam ter o bom senso de não os levar ao espaço comum se houver qualquer sinal de doença. Cães agressivos com outras pessoas e animais também devem passar por uma avaliação com veterinário comportamentalista para saber as medidas necessárias antes de frequentarem o pet place.

A manutenção do espaço é outro ponto de atenção para os condomínios. A limpeza deve ser feita com regularidade e com produtos adequados para evitar a transmissão de doenças. Com cuidados simples e diários, o pet place tende a ser um dos cantinhos mais divertidos e gostosos do condomínio.