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NA PALMA DA MÃO

Por Fabiano Mazzei

Aressignificação do morar é um efeito do pós-pandemia que valorizou o conforto e o uso eficiente dos ambientes dentro das casas. Parte dessa nova experiência pode ser obtida com o uso da automação residencial, que integra e otimiza equipamentos, criando um jeito mais prático, seguro e agradável de viver.

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O emprego desses recursos nos lares brasileiros vem crescendo desde meados da década passada. Conforme dados da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside), até 2,2 milhões de casas no país contavam com algum tipo de sistema automatizado em 2020. Quatro anos antes, eram apenas 300 mil. A crise sanitária acelerou essa tendência: o setor estima movimentar R$ 3,1 bilhões até 2025.

A rigor, qualquer objeto ou sistema que contiver ou for compatível com comandos tecnológicos pode ser automatizado e comandado à distância – seja por aplicativo digital ou comando de voz, por meio de assistentes como a Alexa, da Amazon. “Costumo dizer que tudo que tem controle eletrônico pode ser automatizado”, explica Thiago Rivera, proprietário do Studio Rivera, especializado em automação para casas. Segundo ele, a grande vantagem é integrar diversos aparelhos, dispositivos e sensores em um único sistema.

Automa O Na Pr Tica

Cortinas, iluminação e ar-condicionado são os itens que mais recebem pedidos de automação. Equipamentos de áudio e vídeo também estão entre os preferidos do público, enquanto algumas aplicações mais específicas agilizam muito o dia a dia, como o comando da rega com chafarizes no jardim. “É possível controlar ainda a abertura de janelas para entrada de luz ou a cafeteira via Wi-Fi, para que a pessoa saia da cama pela manhã e já encontre o café pronto antes de sair para o trabalho”, comenta Rivera.

“Em geral, itens de conforto e lazer são os mais pedidos”, conta Marcus Vinícius Ferreira, sócio da empresa Dominus, especializada em automação residencial. “A sonorização dos ambientes se tornou muito valorizada porque cria uma sensação agradável nos espaços”, afirma. O empresário lembra que o volume de projetos cresceu 600% desde a pandemia.

Outro ambiente que ganhou protagonismo nos últimos anos foi o home office. Para esse espaço, Vinícius indica como fundamental uma reestruturação da rede de Wi-Fi, para suportar os diversos aparelhos conectados o dia todo; sistema de som adequado para as reuniões on-line; persianas programadas para modular a luminosidade interna do escritório; e ar-condicionado controlado por aplicativo.

Na página à esquerda, projetos de automação com TV embutida e iluminação, realizados pela Dominus em sala de jogos e living. Acima, projetos do Studio Rivera, com controle digital central

Mais do que tornar a gestão da casa inteligente, a automação pode cumprir uma função decorativa também. A Dominus conta no seu portfólio com equipamentos de projeção de imagens que criam efeitos visuais nas paredes e no teto e podem ser alteradas automaticamente. Com isso, é possível modificar a proposta de uso dos ambientes apenas com intervenções artísticas. Outros exemplos inusitados da automação são os sensores eletrônicos para impedir o embaçamento dos vidros do banheiro e um sistema para embutir uma imensa tela de home theater no chão da área da piscina.

Todos esses recursos podem ser empregados em qualquer tipo e tamanho de imóvel. “Não importa se é uma mansão ou um studio, o que vai mudar no projeto é o valor do investimento que se deseja fazer”, explica Ferreira. Segundo estimativas do mercado, um projeto de automação custa, em média, entre 5% e 20% do valor do imóvel. Rivera também acredita na versatilidade dos projetos de automação. “Mesmo em apartamentos menores, existem sistemas semelhantes aos de plantas maiores, como o de refrigeração, iluminação, aspiração central, cortinas e de aparelho de som e TV. Tudo isso pode ser integrado e controlado via aplicativo”, diz.