1 minute read

O mundo dos leilões de móveis

Por Lucila Zahran

Mobiliar a casa com peças únicas e icônicas é o sonho de consumo de muita gente. Leilões, antiquários e feiras de antiguidade podem ser um terreno fértil nesse sentido. Há muitos eventos on-line acontecendo no Brasil inteiro, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, organizados por galerias que garimpam por aí ou que recebem o espólio de famílias que estão se desfazendo de seus bens por algum motivo. Mas é preciso fazer algumas ressalvas e tomar certos cuidados antes de fechar negócio.

Advertisement

Há quem acredite, por exemplo, que seja possível encontrar grandes tesouros originais, como obras do modernismo, nesse mercado. Mas, no Brasil, é um cenário que já está bastante maduro, então há especialistas, curadores, galeristas e antiquaristas fazendo o garimpo antes mesmo que essas obras cheguem a leilões e feiras. Trabalhos originais de designers como Sergio Rodrigues, Jorge Zalszupin e Lina Bo Bardi provavelmente não estarão ali.

Em geral, o leigo que acha que encontrou uma superpreciosidade escondida entre pó e teia de aranha, na verdade, está comprando uma réplica, o que é muito comum. E é também o pior negócio que se pode fazer. Se tudo o que é anunciado em leilões por aí fosse original, a produção desses designers teria sido infinitamente maior do que realmente foi. E é muito difícil identificar um item falsificado para quem não é especialista.

Então, desconfie quando a descrição contém algo como “atribuído a tal artista”, pois assim a galeria ou o leiloeiro se isentam de certificar a origem do objeto. Outro ponto de atenção é quando dizem que “a peça está no estado”, pois isso significa que não foi restaurada e, muitas vezes, as fotos disponibilizadas não deixam claro o detalhe de conservação dela. Por isso, pedir mais imagens ou vídeos do produto em questão também é importante.

Atente-se, ainda, para o custo do frete. Se compramos algo de pequeno porte, que vai ser enviado pelos correios, conseguimos ter uma noção prévia do valor. Mas se é um item maior que precisa vir por transportadora de outra cidade, não fica nada barato, nem na modalidade compartilhada com outras pessoas que arremataram peças no mesmo leilão.

Por isso, para quem está começando nesse universo, minha sugestão é comprar itens que agradem aos olhos e tenham bom custo-benefício, mas sem a pretensão de encontrar relíquias assinadas por designers. Afinal, mais importante do que ostentar marcas ou nomes é montar um lar de acordo com o seu gosto pessoal, em que você possa dormir tranquilo, com a certeza de não possuir nenhuma peça falsificada.

-modelo