Ed. 194 - Dez e Jan/24

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Edição nº 194 A Revista do Gestor Escolar

ano 19 | Dezembro 2023 e Janeiro 2024 www.direcionalescolas.com.br



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Editorial

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Empreendedorismo na escola Fala-se cada vez mais – e em variadas áreas da educação – sobre a necessidade de mudanças, (re)estruturações, novas roupagens, metodologias diversas e ações disruptivas que perpassem todos os corredores de um colégio. No contexto atual, imbricado em rápidas alterações sociais e culturais, sobretudo com o avanço de facilidades tecnológicas, repensar os processos de aprendizagem e a suas relações diretas com o mercado de trabalho e as profissões que ganharão espaço em um breve futuro, emergem como reflexões consideráveis na contemporaneidade.

do a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2022. A temática do empreendedorismo tem adentrado o campo da educação regular, como podemos visualizar nas indicações normativas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na etapa do Ensino Médio, por exemplo. No quadro dos diferentes itinerários formativos, o empreendedorismo aparece como um dos eixos que “devem garantir a apropriação de procedimentos cognitivos e o uso de metodologias que favoreçam o protagonismo juvenil”, segundo o documento.

Sob a ótica das transformações em curso, avistamos um crescimento significativo de uma cultura empreendedora no Brasil – que é considerado o segundo país no mundo com maior população potencialmente empreendedora, segun-

Tendo a temática uma abordagem interdisciplinar, na Conversa com o Gestor desta edição preparamos um especial sobre como inserir o empreendedorismo no cotidiano escolar. Reunindo falas de vários profissionais que atuam na área,

nosso intuito é construir um mapa com possibilidades que podem ser incorporadas pelos colégios. Encerramos este editorial desejando um ótimo 2024 para todos e todas, acreditando – e desejando – que este novo ciclo que se aproxima nos receba de forma afetuosa e com os braços abertos. Boas festas e feliz 2024!

Rafa Pinheiro

Jornalista Responsável


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EXPEDIENTE Diretor: Alex Santos Público: Diretores e Compradores

A Revista do Gestor Escolar

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Periodicidade: Mensal exceto Junho / Julho e Dezembro / Janeiro Jornalista Responsável: Rafa Pinheiro | MTB 0076782/SP Circulação: São Paulo capital e Grande São Paulo

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F O R N E C E D O R E S

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Nesta Edição: 16 Coluna - Eric Amorim 10 Coluna - Christian Coelho

Lei Lucas - Análise, curiosidade e dicas!

“Time is life”

18 Conversa Com o Gestor 12

Coluna - André Guadalupe Liderança em instituições de ensino de alto desempenho

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Coluna - Ademar Celedônio Além dos livros: explorando a arte e a tecnologia no ambiente escolar

Necessidades contemporâneas: como inserir o empreendedorismo na rotina escolar?

24 Educação em Foco

Software de gestão: eficiência, integração e otimização no cotidiano escolar

28 Dica: Intercâmbio

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Experiência plural


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COLUNA / CHRISTIAN COELHO foto cedida pelo colunista

“TIME IS LIFE”

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m seu livro Do Universo à Jabuticaba, Rubem Alves aborda duas maneiras de medir o tempo. Uma delas foi concebida por homens apaixonados pela precisão dos números, como matemáticos, astrônomos, cientistas e técnicos. Para capturar o tempo com absoluta exatidão, criaram ampulhetas, relógios, cronômetros e calendários. Segundo o autor, “a outra forma de medir o tempo foi inventada por homens que sabem que a vida não pode ser medida com calendários e relógios. A vida só pode ser marcada com a vida.” E acrescenta: “Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, horas, que são marcados com números. Esses números medem o tempo. Mas os pedaços de tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais pode ser representado por números. O tempo aparece como um fruto que vai sendo comido: é belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há inícios e há fins.” Gestão de tempo

Assuma o controle do fator tempo e o comando das atividades que você realiza. Christian Barbosa, considerado por muitos o principal especialista em gestão de tempo do Brasil e autor do best-seller A tríade do tempo, ressalta em seu livro que, durante o dia, perdemos muito tempo com tarefas circunstanciais, isto é, atividades que somos levados a fazer em função de situações que independem da nossa vontade, como atender a um pedido da sua líder que não estava combinado, ir a encontros e festas mesmo sem ter muita vontade e levar trabalho para casa.

Ainda pior é passar o tempo resolvendo urgências que, se não forem executadas imediatamente, irão gerar algum tipo de problema, como um aluno que se machucou, uma questão familiar ou simplesmente o atraso para um compromisso devido a um imprevisto no trânsito.

da sua vida se você passa muito tempo no papel de seguidor. Rotina – Charles Duhigg, em seu best-seller O poder do hábito, alega que é na rotina que se criam os hábitos. Enquanto a maioria dos estímulos que passam pelos órgãos sensoriais faz um longo caminho pelo cérebro límbico e o córtex, alguns criam atalhos até os gânglios basais, que são responsáveis por diversas funções como: coordenação motora, emoções, cognição e os comportamentos de rotina (hábitos).

O que é realmente importante são as ações que trazem resultados efetivos para a nossa vida. Ações feitas hoje que fazem a diferença no trabalho, na vida pessoal e para as pessoas que convivem conosco. Algumas atitudes podem contribuir para melhorar a gestão de tempo e reduzir as atividades Uma das formas de criação dos hábitos é urgentes e circunstanciais: desencadeado por ações que já fizemos muitas vezes, disparando a rotina gravada nos gânglios basais. Quando o hábito toma o Aumentar as atividades controle, o corpo segue a rotina habitual no importantes automático até encontrar a porta de saída e Organização – Finalize ou inicie a semana a recompensa. Charles Duhigg declara que com a montagem da sua agenda. O ato de o cérebro precisa de três meses de repetição registrar as tarefas com data e hora marca- para criar um hábito. Mas cuidado, os vícios da alivia o estresse, pois não precisaremos também nascem da mesma forma. gastar energia do cérebro tentando lembrar o que temos que fazer. Reduzir as atividades circunstanciais Priorização – Crie uma rotina fixa das atividades essenciais e mais relevantes. Deixe claro para você mesmo que essas atividades são imprescindíveis e não podem ser canceladas.

Aprenda a dizer não! Evite assumir responsabilidades que não dará conta e de ser interrompido ou adiar suas atividades importantes. Reduzir as atividades urgentes

Horário do ócio – O aumento da produtividade está intrinsecamente ligado às pausas e ao descanso adequado. Fazer intervalos regulares, como levantar a cada duas horas de trabalho, esticar o corpo, tomar uma xícara de café e bater um papo rápido com um colega por apenas 10 minutos, pode fazer toda a diferença no desempenho.

Procrastinação – Comece pelo que é mais intenso e trabalhoso. É comum deixarmos as tarefas e atitudes mais difíceis para a última hora até sermos obrigados a correr e, assim, nos estressamos.

O Colunista CHRISTIAN ROCHA COELHO

Dispersão – Você deixa de aproveitar um tempo de qualidade com a sua família enquanto se distrai com as redes sociais e entradas no WhatsApp? É mais difícil ser o líder

Formado em comunicação, especialista em andragogia e neuropsicologia. Diretor do Grupo Rabbit Educação. www.rabbitmkt.com.br


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COLUNA / ANDRÉ GUADALUPE ENSINO DE ALTO DESEMPENHO

Apenas 25% do sucesso profissional de uma pessoa pode ser previsto pelo quociente de inteligência (QI). Os outros 75% são consequência de um nível bem desenvolvido de otimismo, bom suporte social e capacidade de ver o estresse como desafio, não como ameaça.” Essa frase foi retirada do livro O jeito Harvard de ser feliz, do aclamado autor Shawn Achor, em 2012. Para iniciarmos nossa reflexão é importante salientarmos que a liderança educacional se destaca pelo equilíbrio entre o propósito e a excelência operacional: • Propósito: Nasce na alma da organização, realiza-se nos ideais dos fundadores e promove a cultura organizacional.

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• Excelência Operacional: Nasce de uma clara visão estratégica, realiza-se em uma apurada execução e envolve importantes conceitos, como: Diferenciais Competitivos; Qualidade; Eficiência e Produtividade. Empresas com propósito claro e compartilhado entregam valor para seus clientes, pagam bem seus funcionários, fomentam a prosperidade de seus parceiros, tornam melhor a sociedade onde atuam e trazem grandes retornos para seus sócios. Enfim, essas empresas agem de maneira tão positiva que tornam o mundo melhor pela maneira como operam. E o mundo responde! Um autor que gosto bastante e recomendo a leitura de suas obras é o Alvin Toffler, escritor e futurista norte-americano, que diz: “Os profissionais não devem mais ser treinados para decorar o caminho. Devem ser ensinados a ler o GPS.” E “os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender.” Esses conceitos são muitas vezes utilizados para nortear o ensino em nossas escolas para

as atuais gerações de estudantes e futuros profissionais, mas também devem ser aplicados pelas lideranças em seus liderados.

desejados e a devida concentração no que importa e faz diferença; • Ser exemplo e inspirar;

Outro aspecto que é abordado em nossas instituições como se tratasse apenas de competências e habilidades de nossos estudantes são as apresentadas pelo Fórum Econômico Mundial, das quais destaco as quatro primeiras: Criatividade, Capacidade de Solução de Problemas Complexos, Trabalho em equipe e Pensamento Crítico. O quanto estamos desenvolvendo isso em nossos times? E o quanto buscamos isso em nossas contratações pedagógicas e administrativas?

• Nunca parar de aprender; • Eliminar os “ladrões de tempo e produtividade”; • Inovar constantemente; • Estudar e entender o Comportamento da Sociedade; • Acompanhar as Tendências Tecnológicas; e • Foco na Execução.

Um grande desafio com um time de alto desempenho é contratar, treinar e manter os melhores colaboradores. Daniel Pink, em seu livro Motivação 3.0, trata de três aspectos fundamentais para a liderança de um time de alto desempenho: • Autonomia: O desejo humano de dirigir a própria vida, de ter autonomia sobre o tempo, a forma, a equipe, a técnica e sobre como fazer. • Excelência: Uma pressão sobre si mesmo para se tornar cada vez melhor em algo relevante e com um impulso para uma busca constante, desafiadora e sedutora para fazer mais e melhor. • Propósito: A vontade de fazer o que fazemos em nome de algo superior a nós, algo que dure mais que nossa própria existência. A razão de ser! Para encerrar este breve artigo trago aqui alguns papeis que considero fundamentais para um líder: • Dar a direção que garanta a orientação individual e coletiva no sentido dos resultados

No Colégio Planck desenvolvemos um Modelo de Gestão, que é fundamentado em 4 pilares: Conhecimento, Inovação, Planejamento e Atitude (veja a imagem na versão on-line da revista) Desta forma, buscamos o Alto Desempenho sempre em nossas atitudes; em nossas palavras e em nossa operação; exercitando o equilíbrio emocional; pedindo ajuda sempre que necessário; buscando estar e entregar para nossos pares, liderados e estudantes, a nossa melhor versão; respeitando nossos estudantes, nossos colegas, nossos pares; e o colégio, buscado uma comunicação constante entre todos, de forma transparente, baseado em nossos valores e no que importa. E, por fim, devemos estar perto de nossos estudantes, não apenas por virtude, mas sim como uma questão de sobrevivência.

O Colunista PROF. ANDRÉ GUADALUPE Cofundador e Diretor do Colégio Planck – São José dos Campos/SP, fundador da AOG Mentoria e Consultoria Artesanal de Alta Gestão, professor, autor, palestrante e mentor. Possui 32 anos de experiência na Educação Básica e é apaixonado por Educação.

foto cedida pelo colunista

LIDERANÇA EM INSTITUIÇÕES DE


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COLUNA / ADEMAR CELEDÔNIO TECNOLOGIA NO AMBIENTE ESCOLAR

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Em seguida, pude explorar a integração da tecnologia na prática escolar. Uma das experiências mais marcantes foi acompanhar uma aula de STEAM, abreviatura para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Esta abordagem educacional interdisciplinar incentiva os alunos a aplicar conhecimentos de diferentes áreas de forma criativa e inovadora. Na aula, os estudantes estavam desenvolvendo projetos baseados na agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas), aplicando conceitos de STEAM de maneira prática e envolvente.

é apenas um meio para aprender música, mas também uma plataforma para os alunos expressarem suas emoções e criatividade. O piano incentiva a prática, a paciência e a persistência, qualidades essenciais para o desenvolvimento Por fim, no 5º andar, descobri um espaço pessoal e artístico. multiuso com um piano, em torno do qual os alunos se reuniam. O ambiente era ani- A combinação da Alexa e do piano exemmado com música, onde cada aluno tinha plifica uma abordagem educacional moa oportunidade de tocar e dar lugar ao derna, na qual a tecnologia e a arte se próximo. A presença de um piano e uma complementam. Enquanto a Alexa oferece Alexa em um ambiente escolar reflete a acesso a uma vasta quantidade de inforinovação e a abordagem integrada da es- mações e experiências auditivas, o piano proporciona uma experiência tátil e emocola no processo de aprendizagem. cional. Juntos, eles criam um ambiente de A jornada pelo Colégio Bandeirantes re- aprendizado rico e diversificado, onde velou uma harmonia única entre tecnolo- os alunos são incentivados a explorar, gia e arte, especialmente notável na com- questionar e criar. binação de dispositivos como a Alexa e o piano. Essa interação não é apenas uma Essa integração de tecnologia e arte nos coincidência, mas uma estratégia peda- colégios não só amplia as fronteiras da gógica deliberada para fomentar a arte e educação tradicional, mas também prepara os alunos para um mundo onde a a criatividade entre os alunos. inovação e a criatividade são cada vez No contexto da escola, a Alexa, mais do mais valorizadas. Ao sair da escola, refleque um dispositivo de assistência por voz, ti sobre como essa combinação inteligentransforma-se em uma ferramenta educa- te de elementos aparentemente distintos cional versátil. Ela estimula os alunos a – uma assistente virtual e um instrumento explorarem a música, a arte e a cultura musical clássico – pode abrir novos camide maneira interativa. Por exemplo, os es- nhos para a educação do futuro, um lutudantes podem pedir à Alexa para tocar gar onde arte, tecnologia e criatividade composições de diferentes épocas e esti- coexistem harmoniosamente, moldando a los musicais, oferecendo uma experiência mente e o espírito dos jovens aprendizes. auditiva que complementa as aulas de música. Além disso, a Alexa pode servir como uma enciclopédia musical interativa, respondendo a perguntas sobre compositores, instrumentos e teorias musicais, aprofundando o conhecimento dos alunos de maneira dinâmica e envolvente.

Curioso sobre outras inovações pedagógicas, visitei as salas de Ensino Fundamental 1 (2º aos 5º anos), onde cada sala tinha uma Alexa. Emerson explicou como essa

Paralelamente, o piano, um instrumento clássico e atemporal, assume um papel central no desenvolvimento da expressão criativa e da habilidade musical. Ele não

omo forma de estar sempre por dentro de novas maneiras de ensinar e explorar a educação de maneira disruptiva, gosto de visitar colégios e me inspirar a partir de exemplos reais que vejo serem aplicados na prática. Em uma dessas visitas, pude me aprofundar um pouco mais nas possibilidades de exploração da arte e da tecnologia no ambiente escolar. A convite do diretor de tecnologia do Colégio Bandeirantes, Emerson Bento, tive a oportunidade de conhecer as novas instalações da escola e fiquei bastante impressionado com a integração do prédio e as propostas pedagógicas. Durante a visita, Emerson detalhou o trabalho “Propulsão”, uma obra impressionante de 7,2 metros por 6,1 metros, da renomada artista plástica ítalo-brasileira Maria Bonomi, exposta logo na entrada. A obra foi pensada e executada para representar de forma única a história da escola, destacando-se por sua singularidade e esplendor.

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foto cedida pelo colunista

ALÉM DOS LIVROS: EXPLORANDO A ARTE E A

tecnologia era utilizada para fomentar a curiosidade, apoiar diferentes estilos de aprendizagem, auxiliar na aprendizagem de idiomas e incluir alunos com necessidades especiais.

O Colunista

ADEMAR CELEDÔNIO Diretor de Ensino e Inovações Educacionais. Foi diretor do Colégio Ari de Sá por 10 anos e atua no SAS Plataforma de Educação desde 2015.


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COLUNA / ERIC AMORIM foto cedida pelo colunista

LEI LUCAS – ANÁLISE, CURIOSIDADE E DICAS!

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urante um passeio escolar, a vida de Lucas Begalli Zamora, uma criança cheia de energia e sorrisos, foi tragicamente interrompida de forma evitável. O ano era 2017, e Lucas, com apenas 10 anos de idade, em um momento destinado a ser cheio de alegria e aprendizado. No entanto, o que se desdobrou naquele dia se tornou uma triste lição sobre a importância vital de saber identificar riscos iminentes e de possuir conhecimento em primeiros socorros. Se ao menos as pessoas envolvidas tivessem sido capacitadas a reconhecer os sinais de perigo e a agir rapidamente, a história de Lucas poderia ter sido diferente. Essa tragédia serve como um lembrete angustiante do valor crucial de estar preparado para enfrentar emergências, especialmente quando se trata da segurança das nossas crianças. A Lei Federal 13.722/18, estabelece a obrigatoriedade de treinamento em primeiros socorros para professores e funcionários de estabelecimentos de ensino básico e recreação infantil. A Lei Lucas também tem um papel significativo na conscientização sobre a importância de medidas preventivas em emergências com as crianças, visto que acidentes são ainda a principal causa de morte nessa faixa etária. Uma curiosidade sobre a Lei Lucas, é que o impacto dela foi tão importante, que hoje a ampliação da lei estabelece a obrigatoriedade do ensino de prevenção e primeiros socorros também para os alunos em diversos estados, como São Paulo (Lei 16.802/18), Rio de Janeiro (Lei 8.612/19), Paraná (Lei 20.237/20), entre outros. O conhecimento dos primeiros socorros é extremamente importante, mas tem uma ação ainda mais importante: a prevenção! Algo que devemos nos atentar é que na maioria das vezes que necessitarmos colocar em prática os primeiros socorros, pode indicar que houve uma “falha” da equipe e agora precisaremos colocar o plano de emergência em ação.

Prevenção não é apenas um plano estabelecido para evitar a tragédia. Quando bem elaborado, irá comprovar que a instituição tem práticas para eliminar ou reduzir o risco, respalda consequentemente a instituição e a equipe de eventuais processos judiciais.

Dicas para contratar um treinamento: Depoimento: O dizem nas redes sociais e no Google. A prova social poderá ajudar nesta hora.

Experiência: Que tenha know-how no setor A seguir, estão alguns dos aspectos exigidos escolar, para que não seja uma capacitação pela Lei 13.722/18: genérica. 1. Treinamento em Primeiros Socorros: Recursos: Deve possuir recursos e manequins A lei estabelece a obrigatoriedade de capaci- para realizar a parte prática com todos os partação em noções básicas de primeiros socorros ticipantes. para professores e funcionários das escolas. Tempo: O treinamento não é uma palestra, 2. Número de participantes: A lei fede- logo, o tempo do treinamento deve ser condiral não esclarece a quantidade, mas, diversas zente com o conteúdo. leis estaduais ou municipais, sim, e algumas estabelecem 33%, 50% ou 100% do quadro de Instrutor: É importante que este profissional colaboradores. seja da área da saúde e com experiência neste segmento. 3. Conteúdo do Treinamento: Deve abranger técnicas de primeiros socorros volta- Material de apoio: É muito útil ter uma do para o público escolar, incluindo noções de apostila com o conteúdo ilustrado da aprenreanimação cardiopulmonar (RCP), manejo de dizagem como material de apoio. Assim, você situações de engasgo, entre outras. terá um recurso visual para consultar sempre que necessário. 4. Periodicidade do Treinamento: A lei especifica a periodicidade do treinamento sen- Lembre-se de que o treinamento possui validado anual para capacitação ou reciclagem. de de 12 meses, portanto, faça uma escolha consciente! Espero ter contribuído para o seu 5. Fluxo com hospital de referência: conhecimento de alguma forma e estou à disTer fluxo estabelecido com o hospital de refe- posição para esclarecer qualquer dúvida que rência da escola. possa surgir. 6. Menção à Lei: O certificado da instituição deve estar em local visível e ter a cópia do certificado da equipe. 7. Maleta de primeiros socorros: Deve conter recursos para auxiliar em emergências e aparelhos para avaliação dos sinais vitais. 8. Punições: A lei prevê três tipos de punições para escolas que estejam com a certificação prescrita, são elas: Notificação – Multa – Cassação do alvará de funcionamento.

O Colunista ERIC AMORIM Diretor do Grupo Impacto, desenvolvedor da Metodologia Projeto Anjo – Lições que salvam Vidas. Especialista em segurança escolar e com dez anos de investigação para desenvolver um ambiente escolar mais seguro. www.impactoforschool.com.br


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CONVERSA COM O GESTOR NECESSIDADES CONTEMPORÂNEAS: COMO INSERIR O EMPREENDEDORISMO NA ROTINA ESCOLAR? Por Rafa Pinheiro / Fotos Divulgação

Protagonismo, proatividade, desenvolvimento (pessoal e coletivo), resolução de problemas e autonomia – essas características ganham centralidade na atualidade, sobretudo a partir das mudanças que despontam nas diversas áreas sociais. Dessa forma, novas dinâmicas adentram as salas de aula, como por exemplo a educação empreendedora, com o intuito de expandir os conhecimentos e as competências dos estudantes para um mundo em constante transformação

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o cenário atual, observamos alterações significativas ganhando forma no sistema educacional. Nos últimos anos, em especial, as discussões acerca da necessidade de (re)estruturações, metodologias diversas e ações disruptivas que perpassem todos os corredores de um colégio, ressaltam a urgência em repensar a educação e os seus propósitos. E, com isso, buscar caminhos para melhor preparar os alunos e as alunas para os desafios e as demandas de um futuro próximo. Nesse sentido, trazemos neste especial da Conversa com o Gestor a temática do empreendedorismo e os seus desdobramentos no contexto escolar. Tendo a temática uma abordagem transdisciplinar, reunimos profissionais que atuam em várias áreas da educação e questionamos: Qual a importância de trabalhar aspectos do empreendedorismo no contexto escolar e como inserir a temática no cotidiano das instituições de ensino?

“Atualmente, é muito importante trabalhar o empreendedorismo na escola como parte integrante do currículo, pois prepara os estudantes para o desenvolvimento de habilidades como resolução de problemas e instiga a iniciativa, preparando-os para os desafios do mundo real. Além de estimular a criatividade, a colaboração, a autonomia, a comunicação e a adaptabilidade, fomentando a cultura empreendedora. A escola pode desenvolver projetos que incorporem a cultura do empreendedorismo, onde seja incentivada a tomada de decisões, a re-

tamos a temática por meio de diferentes iniciativas, dentre elas a oferta de um Itinerário Formativo cuja estrutura interdisciplinar forma o estudante para empreender no mercado de cosméticos, mostrando a ele a aplicação da Química e da Comunicação Social no ambiente de negócios brasileiro.

Cintia Bagatin Lapa – Diretora adjunta educacional da FTD Educação

solução de problemas e o trabalho em equipe. Pode oferecer espaços com mentoria e aconselhamento sobre novas profissões, feiras, eventos e palestras sobre empreendedorismo trazendo especialistas para compartilhar experiências. Fomentar a inovação para o desenvolvimento da criatividade na busca de novos serviços ou produtos pode influenciar no desenvolvimento econômico e social tanto na comunidade escolar quanto local.”

Adriana Baraldi – Professora de Gestão

O Colégio também oferece formação empreendedora por meio da disciplina de Gestão Empresarial. Nessa, após receberem conteúdos sobre Formatos Organizacionais, Recursos Humanos, Finanças e Contabilidade, Marketing e Gestão de Operações, os estudantes elaboram um trabalho de pesquisa autoral cujo objetivo é investigar a situação real de uma empresa a sua escolha, à luz do repertório aprendido na disciplina. Desse modo, Gestão Empresarial é trabalhada sob os conceitos de Sustentabilidade, Mudança, Ética e Criatividade, alinhados à realidade global que demanda inovar para transformar. O trabalho de aspectos do empreendedorismo no contexto escolar prepara o estudante para atuar de maneira autônoma e ética diante da vida, postura fundamental ao convívio em sociedade. Cabe às instituições criar o ambiente adequado para o trabalho com significado, tanto para o Ensino Médio como para o Ensino Fundamental.”

Empresarial e Empreendedorismo no Ensino Médio do Colégio Miguel de Cervantes

“Há alguns anos, o Colégio Miguel de Cervantes (SP) traz para o contexto escolar o empreendedorismo, relacionando-o à demanda por sustentabilidade em suas três dimensões: a social, a econômica e a ambiental. Tra-

“Para integrar efetivamente o empreendedorismo nas instituições de ensino, é fundamental adotar métodos de ensino práticos, promover projetos interdisciplinares e incentivar parcerias com o mercado, proporcionando aos estudantes experiências concretas que ampliem


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Valquíria Monte Cassiano Rizzo – Coordenadora do Grupo de Empreendedorismo, Sustentabilidade e

é formar jovens que estejam preparados para lidar com a realidade que se apresentará, junto ao conjunto de todas as incertezas e transformações que ela acarreta. É por isso que uma educação empreendedora e criativa se torna cada vez mais um caminho necessário a ser trilhado em sala de aula: ela prepara os estudantes para adotarem uma postura autônoma, trabalharem em equipe com empatia e colaboração e, equilibrando o planejar e o fazer, se adaptarem a qualquer situação, atuando em diversos cenários.

Inovação do Senac São Paulo

sua visão sobre oportunidades e desafios no mundo dos negócios.

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No Senac São Paulo, destacamos o Empreenda Senac como um dos projetos mais notáveis. Criado em 2008, esse programa tem como objetivo desenvolver uma cultura empreendedora nos alunos de maneira prática e já impactou mais de 60 mil estudantes até o momento. Abrangendo categorias como Programa Senac de Aprendizagem, Ensino Médio Técnico, cursos técnicos e ensino superior, o Empreenda Senac tem sido um catalisador para inúmeras startups, projetos e ideias inovadoras ao longo dos anos. Dois bons exemplos são: a equipe Analogia, da unidade de Ribeirão Preto (no interior do estado), cuja missão foi tornar acessíveis para pequenas e médias empresas tecnologias e aplicativos baseados em inteligência artificial. Já a equipe Me Traduza, da unidade Francisco Matarazzo (na capital), desenvolveu um software de tradução de libras para português e vice-versa, incorporando tecnologia de leitura de imagens para traduzir textos físicos. Esses casos demonstram o impacto positivo do Empreenda Senac na formação de empreendedores e na promoção de soluções inovadoras, destacando o compromisso contínuo da instituição com a excelência educacional e o estímulo ao empreendedorismo entre os estudantes.”

Luiza Sudário – Assessora pedagógica da

Trabalhar com empreendedorismo criativo nas escolas é uma forma de trazer todos esses tópicos para dentro da escola. Ao inserir o empreendedorismo em sala de aula, o professor vai ajudar seus alunos a desenvolverem o pensamento científico, crítico e criativo; a comunicação; o autoconhecimento; a empatia e a colaboração. Tudo isso pode ocorrer por meio de aulas dinâmicas, sempre relacionadas a um repertório atual e a cases reais do mercado, para que os jovens possam, além de aplicar os conhecimentos durante o período escolar, reconhecerem-se dentro do contexto em que estão inseridos e traçarem caminhos futuros.”

promovendo projetos de empreendedorismo sustentável. Os adolescentes precisam entender e integrar princípios de finanças em ações e soluções sustentáveis, enxergando que o sucesso ambiental só se materializa se gerar sucesso financeiro para comunidade que estiver envolvida. Hoje, um projeto sustentável precisa agregar oportunidade de geração de valor e renda, ser viável e impactar positivamente o meio ambiente, à medida que promove a redução de uma externalidade negativa qualquer. Para formar cidadãos conscientes acerca das demandas da comunidade ao seu entorno, é fundamental que as instituições de ensino insiram o empreendedorismo em sua grade, ainda mais com o foco em ESG. Este é um caminho para um futuro sustentável e em conformidade com as questões ambientais.”

Juarez Junior – Co-founder e head de educação da Jovens For Schools

Sarah Willemes – Coordenadora da Escola Carolina Patrício

“Na Escola Carolina Patrício (RJ), trabalhamos o empreendedorismo em dois momentos. Na 8ª série do Ensino Fundamental, os alunos entram em contato com a disciplina na aula intitulada Empreendedorismo Social. Já nos Itinerários Formativos do Ensino Médio, eles entram em contato com a temática do empreendedorismo sustentável e são estimulados a ter o olhar voltado para o ESG. Seguimos a proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Novo Ensino Médio, que reforça a necessidade da utilização de estratégias e procedimentos matemáticos para interpretar e solucionar situações cotidianas, com decisões pautadas nos pilares da sustentabilidade e no uso da tecnologia de forma consciente.

Mind Makers na SOMOS Educação Ao estabelecermos uma convergência dos “Sabemos que o mundo vem se transformando princípios da BNCC tanto para área de Marapidamente e, com isso, tem sido difícil pre- temática quanto para os Itinerários Formativos ver o que vem pela frente. Mais difícil ainda e os aliarmos aos valores da ESG, estamos

“Quando percebemos a instabilidade no universo das profissões hoje, onde 8 em cada 10 profissionais pensam em mudar de carreira, nós compreendemos que existe uma necessidade de desenvolver os nossos alunos nas suas habilidades, principalmente as habilidades empreendedoras, afinal, diante de tantas incertezas relacionadas às profissões, de uma única certeza que nós temos, é de que esses alunos precisam dessas habilidades para que eles consigam ser bem-sucedidos, independente de qualquer circunstância. Quando nós falamos de habilidades empreendedoras, muitas pessoas acreditam que ainda esse assunto se trata de abrir um negócio, construir uma empresa. Na verdade, não. As habilidades empreendedoras são a capacidade desse aluno liderar a si e liderar os outros ao seu redor, é desenvolver protagonismo, coragem, ousadia para tocar os seus próprios projetos. Ele tem habilidades necessárias para que independente de qualquer circunstância ele esteja apto para ser bem-sucedido. Por exemplo, um médico para além de atender o seu paciente e aprender sobre todas as coisas relacionadas à medicina, é muito provável que em algum momento ele tenha uma própria clínica. E se ele tem uma própria clínica ele não é simples-


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22 mente um médico, ele é um médico que tem um negócio e ele precisa captar clientes, ele precisa liderar colaboradores. Ou seja, habilidades empreendedoras dentro da educação é desenvolver os alunos de forma integral para que eles sejam bem-sucedidos independente da profissão, independente das circunstâncias. Pensando de maneira prática, é importante que as escolas separem um tempo, uma vez por semana, para que eles possam desenvolver em sala de aula, através de programas educacionais, para que os alunos desenvolvam essas habilidades, que trabalhem de maneira interdisciplinar, que a escola se envolva em criação de projetos pontuais que aconteçam durante o ano, para que esses alunos também tenham experiências práticas de habilidades empreendedoras. Dessa maneira, desenvolvendo os nossos alunos, certamente nós vamos proporcionar algo que deixem estes estudantes preparados para os desafios da vida real.”

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“Como a sua escola lida com erros? Como funciona a participação dos estudantes nos assuntos da escola? São nutridos, no ambiente escolar, a autonomia, a curiosidade, o pensamento crítico, a comunicação e a colaboração? As iniciativas e questões dos alunos são rechaçadas ou escutadas? Existem espaços de fala e

Saulo Pereira – Consultor pedagógico do

sentar um projeto ou produto para possíveis financiadores. Neste cenário, é fundamental que ela tenha o seu trabalho bem estruturado e saiba comunicar esta ideia. A colaboração é outro elemento-chave para empreender, porque requer aprender a trabalhar com diferentes vozes e ideias. Por fim, estas habilidades estão também relacionadas a perseverança, a compreensão de processos e com a capacidade de aprender com erros e frustrações.

Laboratório Inteligência de Vida (LIV)

escuta na escola? O que, é claro, não significa adesão imediata a seus planos e queixas – e isso os ensina também sobre dialogar e lidar com frustrações. Começo com estas perguntas porque alguns destes aspectos definem o que empreender significa. Aprender sobre empreendedorismo não se limita a criar futuros empresários, mas sim a equipar os estudantes com ferramentas valiosas para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Um passo importante para a introdução desta temática nas instituições de ensino é encará-la de maneira holística. Empreender pode ser visto, antes de mais nada, como ser capaz de identificar e resolver problemas, onde são necessárias capacidades analíticas e criativas. Em seguida, considere a seguinte situação: uma pessoa faz parte de uma equipe em uma empresa ou no setor público, onde precisa apre-

No contexto escolar, essas habilidades podem ser desenvolvidas através de projetos colaborativos, teatro, júris simulados, ou mesmo iniciativas que impactam a comunidade, como campanhas de agasalhos, doações de alimentos ou fraldas. O ambiente escolar, ao promover tais práticas, não apenas contribui para a formação de futuros empreendedores, mas também para a formação de cidadãos socialmente conscientes. Ao envolver os alunos em projetos que visam ao bem-estar da comunidade, a escola não apenas promove a empatia, mas também incentiva uma visão mais ampla sobre o impacto das ações individuais na sociedade.”


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EDUCAÇÃO EM FOCO SOFTWARE DE GESTÃO: EFICIÊNCIA, INTEGRAÇÃO E OTIMIZAÇÃO NO foto cedida: Adobe Stock

COTIDIANO ESCOLAR Por Rafa Pinheiro

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tecnologia é, certamente, um dos fenômenos mais notórios na atualidade. Conexões, aplicativos e ferramentas digitais são palavras-chave que adentraram em todos os espaços nos últimos anos. Na educação, em especial, a multiplicidade de ferramentas facilitadoras tem adentrado cada vez mais no espaço escolar – não só como estratégia pedagógica, como também na gestão escolar. Os softwares de gestão, por exemplo, oferecem uma integração de dados, otimização de processos, eficiência nas demandas e praticidades para o/a gestor/a. Para conhecer um pouco mais sobre os softwares de gestão, bem como os seus benefícios e funcionalidades, conversamos com Felipe Goes Ferreira (CEO de uma empresa que desenvolve tecnologias escolares) e Valdinei de Souza Batista (engenheiro de software e especialista em Big Data). Confira abaixo a entrevista.

Valdinei de Souza Batista: Um sistema de gestão deve contribuir com a integração de todos os setores de uma escola, gerando ganho de produtividade e eficiência pedagógica e financeira. Não há como tratar os setores de forma separada (como financeiro, pedagógico) uma vez que os envolvidos, alunos, pais, coordenações, professores têm uma rotina de interações intensas no dia a dia.

de uma interface para o ambiente de estudos dos alunos.

Direcional Escolas: Quais as ferramentas e funcionalidades que podem ser encontradas nos softwares?

Valdinei de Souza Batista: Há ainda no mercado algumas ferramentas que são desktop, desenvolvidas há algumas décadas que atendem as instituições. Não podemos afirmar que elas deixam de ser intuitivas e/ou ineficientes. Mas o fato de usar boas tecnologias não garantem a eficiência do software e/ou solução, uma vez que o processo de planejamento de uma simples tela de cadastro, por exemplo, tem que ser cuidadosamente criada pensando na usabilidade, funcionalidade e eficiência que fazem parte de um propósito dentro das categorias de características de qualidade de software.

Direcional Escolas: Como os softwares de gestão podem auxiliar no cotidiano da instituição escolar?

Felipe Goes Ferreira: É possível encontrar ferramentas de gestão escolar completas que integram todas as áreas escolares visando eliminar retrabalho com diversas planilhas e processos manuais nada práticos e seguros. Um software de gestão escolar é um grande aliado para quem deseja integrar os processos da secretaria ao financeiro sem dificuldades e com segurança de dados, atendendo a necessidade e a realidade da instituição de ensino.

Felipe Goes Ferreira: Contar com um software de gestão é fundamental para instituições de ensino que procuram modernizar e otimizar seus processos de ponta a ponta, pois contribui para um ambiente educacional mais eficiente, transparente e centrado no aluno. As funcionalidades não apenas simplificam tarefas administrativas, mas também proporcionam mais tempo para que as instituições consigam oferecer uma educação de qualidade, alinhada às demandas atuais.

Valdinei de Souza Batista: Acredito que, quanto mais integrado, as soluções em software geram eficiência, economia, praticidade e ganhos que vão além até mesmo das questões financeiras para todos os envolvidos. Imagina fazer a matrícula de um aluno, os controles de notas, frequência, gerar boletos bancários e ainda controlar fluxo de caixa, gestão de RH, compras e estoque em uma única solução? Além disso, ter integração com um aplicativo escolar que pode ser usado por pais e responsáveis, além

Direcional Escolas: A utilização das ferramentas do software costuma ser intuitiva e de fácil manuseio? Felipe Goes Ferreira: Ferramentas de softwares, em sua essência, possuem essa finalidade de serem intuitivas e práticas.

Direcional Escolas: Para os gestores e as gestoras que pretendem adquirir softwares, quais são as dicas na busca de empresas especializadas? Felipe Goes Ferreira: A dica que considero primordial é: só contrate um software de gestão escolar após se certificar que ele atende as necessidades e peculiaridades da sua instituição de ensino. Caso contrário, ao invés de proporcionar melhorias para a escola e facilidades no dia a dia, pode ser que gere mais dores de cabeça e retrabalho, precisando


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26 passar por mudanças que não deixarão a instituição satisfeita. Certifique-se também de que o software de gestão oferece atualizações e melhorias, suporte especializado e uma equipe dedicada em ajudar a instituição a superar os desafios. Valdinei de Souza Batista: Fazer pesquisas de empresas que estão há algum tempo no mercado e possuem uma lista considerável de clientes no mesmo porte e/ou segmentação que o gestor trabalha. Direcional Escolas: Após a contratação, como é feita a implementação do serviço tecnológico? Felipe Goes Ferreira: Tenha certeza que, após a contratação, você poderá contar com os devidos treinamentos para a equipe escolar entender o funcionamento do software. Valdinei de Souza Batista: É importante discutir com a empresa quais são as metodologias e o cronograma de treinamentos e capacitações para diminuir o impacto da troca de sistema. Uma fase bastante importante é a migração de dados do sistema antigo para a nova plataforma. Exige muito conhecimento técnico e observância de prazos de implantação por setor, até chegar aos serviços que impactam nas interações com a comunidade externa que já usam serviços disponibilizados pela escola (pais, alunos, professores).

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Direcional Escolas: Qual o custo de um software? Felipe Goes Ferreira: O valor de investimento em um software para gestão escolar vai depender muito da quantidade de alunos, necessidades e realidade de cada instituição de ensino, pois cada instituição tem as suas particularidades. O ideal é que o software se baseie em tudo isso para que a precificação esteja de acordo. Valdinei de Souza Batista: O investimento de um software de gestão pode variar consideravelmente, dependendo de vários fatores, como o tamanho da instituição, o número de alunos, as funcionalidades necessárias e a reputação do fornecedor do software. Em geral, existem opções que variam desde solu-

ções mais acessíveis até sistemas mais robustos e complexos que podem demandar um investimento maior. Ao considerar a implementação de um novo sistema de gestão escolar, é importante olhar além do custo inicial. O verdadeiro investimento está na eficiência e nos benefícios que a instituição educacional obterá a longo prazo. Aqui estão alguns postos-chave para considerar: 1- Automatização de Processos: Um bom sistema de gestão escolar pode automatizar várias tarefas administrativas, como matrículas, controle de frequência, lançamento de notas, entre outros. 2- Melhoria na Comunicação: Sistemas modernos incluem ferramentas de comunicação eficientes entre professores, alunos e pais. Isso pode melhorar a transparência e a colaboração, mantendo todas as partes envolvidas informadas. 3- Relatórios e Análises: Sistemas avançados oferecem recursos de geração de relatórios e análises, fornecendo insights valiosos sobre o desempenho dos alunos, eficácia dos professores e eficiência administrativa. 4- Segurança dos Dados: Investir em um sistema confiável também significa garantir a segurança dos dados sensíveis dos alunos e da instituição, o que é crucial nos dias de hoje. 5- Atualizações e Suporte: Considere os investimentos contínuos associados à manutenção, atualizações e suporte técnico. O retorno sobre esse investimento pode se manifestar na economia de tempo, na redução de erros administrativos e na melhoria geral da qualidade do ensino. Portanto, ao avaliar opções, é essencial considerar não apenas o preço, mas também os benefícios a longo prazo para a instituição educacional.

SAIBA MAIS Confira a entrevista completa em nosso site – www.direcionalescolas.com.br


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Imagem: Divulgação

DICA: INTERCÂMBIO

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EXPERIÊNCIA PLURAL uiada por fenômenos potentes

pessoais e profissionais, e se aproximar de co-

da globalização, bem como a

nexões culturais e plurais.

emergência de demandas variadas, a atualidade tem dialoga-

“A convivência com o diferente é um dos

do com correntes globais – com diversidades

grandes aprendizados dos programas de in-

culturais, referências plurais e experiências

tercâmbio”, diz Durazzo. “Desde detalhes

que transcendem espaços físicos e constroem

simples, como a forma de se fazer um pedi-

pontes proveitosas. Nesse sentido, a educa-

do, até a compreensão da organização social

ção, vista como um polo ímpar de descobertas,

dos locais. Além disso, os programas são,

instiga o processo de descobertas em todas

muitas vezes, orientados para uma área do

as fases do ensino. E, no contexto de apren-

conhecimento. Hoje, há programas especí-

dizagem, linguagem e aproximações culturais,

ficos de tecnologia, arte, jornalismo e muitos

o intercâmbio pode ser uma rica experiência

outros, que promovem encontros com profis-

para os estudantes.

sionais, visitas a centros culturais, empresas e universidades”, explica.

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“O mundo está mais conectado com oportunidades de adquirir conhecimento, trabalhar,

Para os/as gestores/as escolares que preten-

se divertir, em locais remotos, tanto de forma

dem adotar programas de intercâmbio, a as-

presencial quanto virtual”, afirma Sandra Du-

sessora destaca algumas sugestões. A primeira

razzo, Assessora de Internacionalização da

delas é trabalhar a internacionalização ainda

Bahema Educação. Segundo a assessora, que

dentro da escola, como trocas com parceiros

acredita que há uma maior procura por pro-

internacionais e eventos com a participação

gramas de intercâmbio na atualidade, um dos

de estrangeiros. Outra dica é oferecer uma

fatores para esse crescimento é a compreensão

preparação anterior ao intercâmbio como

do contexto cultural estrangeiro. “Há maior

grupos de estudos e palestras.

busca por formar pessoas capazes de se comunicar com facilidade em todos os campos,

“Para as viagens, é interessante estabelecer

e isso vai muito além do simples conhecimento

parcerias com empresas especializadas em

da língua inglesa ou outras, mas da capacida-

programas para estudantes estrangeiros para

de de compreender toda a situação de interlo-

que as ofertas realmente sejam coerentes

cução com o diferente”, completa.

com o projeto educativo da escola. Finalmente, acompanhar a adesão dos estudantes aos

Podemos afirmar que o domínio de um segun-

diferentes programas, garantindo tanto que

do ou terceiro idioma é tão importante quanto

adultos da escola acompanhem as viagens

a formação acadêmica de um estudante. Além

quanto conhecendo detalhes das propostas

de atender a demandas do mercado de traba-

pedagógicas”, finaliza. (RP)

lho, falar outra língua é uma boa maneira de interagir com outras culturas ao redor do mundo. E a realização de um intercâmbio pode ser uma possibilidade para, além da ampliação da linguagem, expandir as suas experiências

SAIBA MAIS SANDRA DURAZZO sandra@bahema.com.br


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30 ACESSÓRIOS (VENTIL ADORES, BEBEDOUROS), ALIMENTAÇÃO, ARTIGOS ESPORTIVOS, COBERTURAS E TOLDOS, MESA DIGITALIZADORA


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32 BEBEDOUROS, COPIADORAS E IMPRESSORAS, GRAMA SINTÉTICA, PISO PARA PL AYGROUND


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34 COMUNICAÇÃO VISUAL E FACHADAS, PISOS PARA PL AYGROUNDS, PL AYGROUNDS, PRODUTOS DE LIMPEZA


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