Ed 191 - Set/23

A Revista do Gestor Escolar

Edição nº 191

ano 19 | Setembro de 2023 www.direcionalescolas.com.br

Matrículas e rematrículas

A gestão escolar, em sua prática cotidiana, está envolta em ações variadas, responsabilidades, coordenação de diversos setores administrativos, resolução de problemas, reuniões e atendimentos ao público externo, geralmente prestadores de serviços e pais e/ou responsáveis. No segundo semestre, em especial entre os meses de agosto e outubro, localizamos uma movimentação comumente em muitas escolas: ações de captação e retenção de alunos e alunas para o próximo ano letivo.

Se expandirmos a nossa reflexão, podemos afirmar que a gestão de matrículas e rematrículas ocorre em um plano maior, diariamente, e não apenas a partir dos meses citados. De certa forma, a expe-

riência dos/as estudantes nutrida cotidianamente, a relação de confiança estabelecida entre instituição e pais e/ou responsáveis, a estrutura pedagógica bem definida, o atendimento personalizado, a comunicação (on e off-line), o marketing nas redes sociais e até mesmo a estruturação física e mobiliária das escolas são elementos imprescindíveis – e que compõem a gestão de captação e retenção.

Nesta edição impressa e digital de setembro da Direcional Escolas, com o intuito de aprofundar as discussões nessa temática, trouxemos um especial na Conversa com o Gestor com falas e apontamentos de diversos/as profissionais que atuam nas áreas administrativa e de marketing,

abordando diferentes estratégias práticas que podem ser realizadas pelos/as gestores/as para as campanhas de captação de estudantes.

Boas matrículas e rematrículas!

Rafa Pinheiro Jornalista Responsável

Nesta Edição:

08

Coluna - Christian Coelho

Produtividade e eficiência

10

Coluna - Eric Amorim

Segurança para sua rematrícula!

Já ouviu falar sobre a pirâmide de Maslow?

12

Coluna - Ademar Celedônio

Como Singapura moldou sua identidade educacional - parte I

14

Coluna - André Guadalupe

A gestão de processos em uma escola de alto desempenho

16

Conversa Com o Gestor

Estratégias de gestão: como ter sucesso nas campanhas de matrículas e rematrículas?

24

Dica: Acessibilidade

Espaço físico acessível

26 28

Dica: Seguros Educacionais

Cuidado e assistência

Especial

18º Crescer - Congresso e feira educacional

EXPEDIENTE

Diretor: Alex Santos

Público: Diretores e Compradores

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COLUNA / CHRISTIAN COELHO PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA

Segundo a teoria da seleção natural de Charles Darwin, a espécie com melhor adaptabilidade tem mais chances de sobreviver às mudanças de grande magnitude, como a alteração do clima ocorrida em nossa pré-história que ocasionou o desaparecimento dos dinossauros e a ascensão dos mamíferos.

Atualmente, passamos por mais uma fase de grandes transformações e a premissa é a mesma. As empresas arcaicas, pesadas, lentas nas tomadas de decisões e apegadas ao passado correrão mais riscos que as modernas, enxutas e atentas ao seu redor.

Neste cenário em que o cliente está empobrecido e a concorrência mais aguerrida, é imprescindível aumentar a eficiência da prestação de serviço e buscar, de forma contínua, a melhora na produtividade da equipe.

Segundo a literatura, PRODUTIVIDADE é o nome que damos às tentativas de descobrir a melhor forma de usar nossa energia, intelecto e tempo conforme tentamos obter recompensas mais significativas com o menor esforço possível. Isto é, fazer mais e melhor para conseguir algo, gastando menos energia.

Diferente do que se imagina, a maior disparidade de desempenho ocorre muito mais nos cargos de direção e coordenação do que nos cargos intermediários, como professores, e nos operacionais, como os de manutenção e limpeza.

Em um estudo citado na Harvard Business Review, os colaboradores de melhor desempenho em cargos de baixa complexidade, como a equipe de limpeza, se mostram aproximadamente três vezes mais produtivos do que os de pior desempenho. A oscilação aumenta para doze vezes entre os melhores e piores desempenhos quando os cargos são intermediários, categoria em que se enquadram os professores. E nos cargos de alta complexidade, como

coordenadores, diretores e mantenedores, a diferença entre as pessoas de melhor e pior desempenho fica acima dos três dígitos.

Este panorama faz sentido pela produtividade estar relacionada diretamente às práticas de gestão que representam o ato de alcançar um objetivo específico por meio de um plano organizado, com uma equipe motivada, treinada e monitorada periodicamente por intermédio de reuniões e ferramentas de apoio.

Os cargos intermediários e operacionais, por mais rarefeito, sempre recebem algum tipo de gerenciamento, enquanto os mantenedores e diretores acham que não devem ser gerenciados por estarem no topo da cadeia empresarial, mas esquecem que as famílias exercem uma forma de gestão cujo feedback do trabalho ocorre somente no momento da efetivação ou cancelamento da rematrícula.

Como implantar a cultura da gestão na instituição de ensino para melhorar a produtividade

Premissas básicas:

1 - A primeira ação para melhorar a produtividade é criar na liderança a cultura do essencialismo. O movimento essencialista, conhecido na América como empowerment, busca distinguir o vital do trivial. É uma abordagem disciplinar e sistemática para determinar o que realmente é imprescindível e precisa ser gerido pela direção. As outras atribuições devem ser delegadas ou eliminadas.

2 - Definir um responsável por ação/setor – É a pessoa encarregada de organizar os processos e enviar as planilhas de checklist para a direção, podendo executar a ação ou delegar para outro colaborador.

3 - Gestão de tempo - Somos uma cultura de pessoas que aceitam a ideia de que o que vale é a quantidade de horas trabalhadas, não im-

portando o resultado produzido. Duas estratégias simples podem melhorar, de forma significativa, a gestão de tempo:

• 3.1. Aprenda a dizer não: Apesar de parecer num primeiro momento um tratamento personalizado, atender a todos imediatamente, a médio e longo prazos, impede qualquer tentativa de organização, pois cria uma cultura de atividades circunstanciais na qual os colaboradores não têm controle sobre seus afazeres, além de passar a sensação de falta de profissionalismo e de que o papel do diretor e do coordenador é atender ao professor e aos pais, e não educar os filhos.

• 3.2. Planilha de gerenciamento de tempo pública: Além de priorizar as atividades importantes, por estar exposta a todos os colaboradores, reduz a chance de o líder procrastinar, pois o obriga a fazer as atividades que não lhe agradam.

4 - Motivação e liderança – Uma das mais completas pesquisas sobre motivação realizadas até hoje e que elevou o patamar da Google como uma das melhores empresas para se trabalhar no mundo, o Projeto Aristóteles, chegou à conclusão de que para se formar um time com alta motivação as pessoas precisam:

• Acreditar que o trabalho é importante;

• Sentir que seu trabalho é pessoalmente significativo;

• Ter metas e objetivos claros;

• Ter funções definidas;

• Poder fazer escolhas – estar no comando dos seus atos (autonomia).

O Colunista

CHRISTIAN ROCHA COELHO

Formado em comunicação, especialista em andragogia e neuropsicologia. Diretor do Grupo Rabbit Educação. www.rabbitmkt.com.br

COLUNA / ERIC AMORIM

SEGURANÇA PARA SUA REMATRÍCULA! JÁ OUVIU FALAR SOBRE A PIRÂMIDE DE MASLOW?

Ahierarquia de necessidades de Maslow é uma teoria da psicologia proposta por Abraham Maslow, publicada em 1943 na revista Psychological Review com o título “A teoria da motivação humana”. Maslow define cinco categorias de necessidades humanas: (1º) fisiológicas, (2º) segurança, (3º) afeto, (4º) estima e (5º) autorrealização. Esta teoria é a melhor aceita como um reflexo das nossas prioridades, sendo assim, a segunda motivação do ser humano é a segurança e minha pergunta é: como você explora esta motivação dos pais em sua escola?

Esta é uma oportunidade negligenciada muitas vezes pelas instituições de ensino, pois se é a segunda necessidade mais valorizada por nós, como podemos não utilizá-la para melhorar nossa rematrícula ou atrair novas matrículas?

A dificuldade, muitas vezes, é compreender o que a segurança pode representar, já que para muitos, ainda nos dias de hoje, é algo genérico. Gosto de exemplificar a segurança como a água – é sem cor, sem cheiro e sem gosto, mas indispensável para nossa existência. Porém, existem empresas que conseguiram transformar a experiência de uma garrafa de água valer mais de R$50,00. Todas as garrafas podem saciar sua sede, mas só algumas marcas transformaram isto em valor.

Segurança é uma necessidade implícita, ou seja, não exposta, mas qual família não busca segurança em uma escola? E é por esta razão que muitas famílias após os atentados que ocorreram nas escolas terem exigido ações “absurdas”, a estrutura deles foram abaladas em sua segunda ne-

cessidade (segurança) e com certeza em sua primeira prioridade, seus filhos.

Sendo assim, gostaria de compartilhar algumas sugestões para que a sua instituição se torne segura e valorizada pelas famílias.

Dentro da escola deve haver uma série (quase que infinita) de cumprimentos para garantir a segurança de todos. É importante que de tempos em tempos sejam apresentadas às famílias ações que demostrem essa prática na rotina da instituição, como por exemplo:

• Como o acesso à instituição é seguro;

• Se há sistema de identificação;

• Vigilantes e câmeras;

• Segurança alimentar;

• Estrutura física;

• Primeiros Socorros;

• Recarga dos extintores;

• Troca do filtro da caixa d’água;

• Além, é claro, dos protocolos internos de rotinas.

Um exemplo clássico é que a família pode ver o vigilante na porta da escola e até cumprimentá-lo, mas será que realmente entende o “valor” dele? É importante termos diversas formas de comunicar as ações da instituição aos pais, pode ser por fotos nas redes sociais, comunicado na agenda, apresentação na reunião de pais ou até como forma de reunião on-line, para falar das ações desenvolvidas durante o mês. Não tenha medo de utilizar mais de um canal para apresentar as ações desenvolvidas.

Pequenas e constantes ações comprovam a segurança da instituição aos responsá-

veis. Não é um treinamento ou uma foto isolada, mas as ações frequentes e de todos da equipe.

Olhares diferentes, homem e mulher podem ter percepções diferentes quanto a segurança da escola. O homem tende a reparar mais em pontos estruturais da instituição, como a pintura, a iluminação, os vazamentos, as tomadas, as portas, ou seja, mais a questão física. Já as mulheres tendem a valorizar a segurança no relacionamento / acolhimento, por isso o abaixar para falar com o aluno fará muito sentido para essa mãe, ou outros pontos, como o uniforme, o tom de voz e até a unha da mão, tende a ser um ponto positivo ou negativo.

Bem, segurança é muito abrangente em seus segmentos, mas o que não podemos descartar é que devemos utilizá-la em nossa campanha de matrículas, principalmente nos tempos atuais de tanta insegurança.

E aí, faz sentido para você? Ficarei feliz em saber!

Até breve!

O Colunista

ERIC AMORIM

Diretor do Grupo Impacto, desenvolvedor da Metodologia Projeto Anjo – Lições que salvam Vidas. Especialista em segurança escolar e com dez anos de investigação para desenvolver um ambiente escolar mais seguro.

www.impactoforschool.com.br

foto cedida pelo colunista

COLUNA / ADEMAR CELEDÔNIO

COMO SINGAPURA MOLDOU SUA

IDENTIDADE EDUCACIONAL – PARTE I

Em abril deste ano, tive a oportunidade de integrar um grupo de 18 educadores brasileiros em uma imersão profunda no sistema educacional de Singapura, experiência organizada pela Humus Consultoria. Esta cidade-estado, situada estrategicamente no sudeste asiático, é um testemunho vivo de transformação e progresso acelerado, pautado em uma educação de qualidade.

Singapura, outrora uma vila de pescadores, enfrentou adversidades desde os anos 1950. Durante esse período, ainda sob a sombra do domínio britânico, a região fervilhava com aspirações de autonomia e um desejo ardente de forjar uma identidade distinta. A nação enfrentou desafios colossais, e a breve união com a Malásia em 1963, embora promissora, desintegrou-se devido a diferenças ideológicas e tensões raciais, culminando na independência de Singapura em 1965.

Singapura adotou políticas inovadoras que estimularam o crescimento econômico e a prosperidade. Compreendendo a importância de uma economia diversificada, o país embarcou em uma jornada de desenvolvimento abrangente, buscando atrair investimentos estrangeiros e construir uma infraestrutura de primeiro mundo, especialmente voltada à educação. “Teste, teste e mais testes: é assim que a educação é encarada em toda a Ásia”, foi o que nos disse o Sr. Marcus Clayton, diretor acadêmico da Furen International School (FIS), uma escola em Singapura que prepara alunos oriundos da China para os exames universitários no Japão, na Austrália e, principalmente, na Inglaterra. A FIS é uma escola particular em Singapura conhecida por seu rigor acadêmico, também presente desde os primeiros anos nas escolas públicas.

Durante toda a vida escolar, o aluno é submetido a exames nacionais que definirão seu percurso acadêmico e, talvez, até sua vida. Os resultados desses exames têm um peso significativo na determinação da admissão em instituições de ensino e, em certos casos, podem influenciar as oportunidades de carreira futura. Os exames nacionais são elaborados pelo Singapore Examinations and Assessment Board (SEAB), que define os critérios de avaliação e garante que os exames sejam rigorosos e alinhados aos padrões educacionais de Singapura. Esses exames são conduzidos de forma centralizada e padronizada, funcionando como uma espécie de vestibular local.

Os exames nacionais ocorrem em vários níveis, como o Primary School Leaving Examination (PSLE) para os alunos do ensino fundamental, o GCE Ordinary Level (GCE O-Level) para os alunos do ensino médio e o GCE Advanced Level (GCE A-Level) para os alunos que desejam ingressar no ensino superior. O PSLE é aplicado para todos os alunos perto do final do sexto ano na escola primária antes de ingressarem no ensino secundário. O exame avalia o desempenho dos alunos em quatro áreas: inglês, matemática, ciências e estudos sociais, e os resultados são usados para determinar quais escolas secundárias os alunos serão elegíveis para frequentar. Aqui ocorre a primeira separação dos alunos e quais currículos terão no final do ensino fundamental e, a cada novo exame nacional, os alunos seguem sendo separados até a universidade. No entanto, o estado garante que 98% dos alunos concluam pelo menos o ensino médio.

Diante de tanta pressão por resultados nos exames, muitas famílias e alunos recorrem às aulas particulares, conhecidas como

“tuition classes”, para obter um apoio adicional. Os exames nacionais do SEAB não seguem diretamente as diretrizes do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), uma avaliação internacional conduzida pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que visa medir o desempenho dos estudantes em diferentes países em relação a habilidades específicas. Enquanto o PISA se concentra em avaliar habilidades como leitura, matemática e ciências, os exames nacionais de Singapura, desenvolvidos pelo SEAB, têm um escopo mais amplo e abrangem uma variedade de disciplinas e tópicos. No entanto, é importante destacar que Singapura tem sido consistentemente bem classificada nas avaliações do PISA, com alunos de Singapura alcançando resultados excelentes em termos de proficiência acadêmica e habilidades cognitivas.

Por fim, o sistema educacional de Singapura, incluindo os exames nacionais, é conhecido por sua ênfase na excelência acadêmica e na promoção de habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas e raciocínio lógico. Sobre o currículo de Singapura e o respeito desta nação aos professores, contarei no texto de outubro.

O Colunista

foto cedida pelo colunista

Diretor de Ensino e Inovações Educacionais. Foi diretor do Colégio Ari de Sá por 10 anos e atua no SAS Plataforma de Educação desde 2015.

COLUNA / ANDRÉ GUADALUPE

A GESTÃO DE PROCESSOS EM UMA ESCOLA DE ALTO DESEMPENHO

Em uma escola de alto desempenho os processos de ensino-aprendizagem devem superar as expectativas, atingindo padrões realmente elevados.

E, para isso, deve ter claro os seus objetivos estratégicos: longo prazo – para toda a escola; objetivos táticos: médio prazo – para segmentos ou unidades; e objetivos operacionais: curto prazo – para departamentos ou áreas; que devem ser alinhados com o mercado, com os sonhos, com os propósitos e com seus valores e, exaustivamente compartilhado, com todo o time.

Gosto de afirmar que uma escola de alto desempenho tem sua estrutura baseada em 4 pilares:

• Sonhos, propósito e valores claros e compartilhados;

• Pessoas de alta qualidade motivadas, alinhadas e felizes;

• Cultura de inovação consolidada;

• Objetivos estratégicos, processos e indicadores.

Para garantir sucesso na execução e nos resultados de alto desempenho todos os objetivos devem ser:

• Mensuráveis: todos os objetivos devem ser claros e tangíveis, pois só assim saberemos o quão perto estamos ou não de alcançar.

• Realísticos e desafiadores: os objetivos devem ser possíveis de serem alcançados e capazes de desafiar o time.

• Relevantes e motivadores: tem que fazer sentido para o sonho e propósito da escola e para todo o time envolvido, gerando impacto real e atendendo anseios pessoais.

A gestão baseada em processos e indicadores deve ser uma prática em escolas de alto desempenho. A AOG Consultoria Educacional realizou uma pesquisa nacional com escolas públicas e privadas para mapear o cenário de gestão de suas lideranças. A pesquisa foi res-

pondida por mais de 1.600 escolas em todas as regiões do Brasil, com grande diversidade de tamanho e mensalidade média.

De todas as escolas que responderam a pesquisa, aproximadamente 64% fazem parte de um sistema de ensino e 36% utilizam livros didáticos. Sendo que 14% são parte integrante de uma rede.

Dentre as lideranças escolares, 26% atuam em todos os segmentos, desde o Ensino Infantil até o Pré-Vestibular, e 50% atuam desde a EI ao EM, sendo que 24% atuam em apenas um segmento: EF ou EM.

Um dos grandes desafios das lideranças que responderam a pesquisa é a gestão do tempo e a capacidade de priorizar entre o planejamento estratégico, as atividades operacionais e o constante “apagar de incêndios” do dia a dia. Interessante observar que aproximadamente:

• 39% dos gestores investem grande parte do seu tempo executando tarefas operacionais, as quais poderiam ser exercidas pela sua equipe;

• 34% investem suas horas semanais de trabalho “apagando incêndios” do dia a dia;

• Apenas 11% das lideranças dedicam seu tempo ao planejamento estratégico de médio e longo prazos;

• Apesar de 16% dedicarem parte do seu tempo à formação e motivação de suas equipes diretas e indiretas, apenas 8% fazem isso de forma estruturada.

A pesquisa também levantou alguns dos principais processos de uma escola a correlação entre a relevância que o mapeamento apresenta para a gestão de alto desempenho e o quanto este mesmo processo está realmente mapeado e compartilhado com o time.

Interessante observar as diferenças coletadas entre a relevância dos processos e seus efetivos mapeamentos. O processo que teve a menor diferença é o processo de Avaliação e Notas,

em que 86% dos entrevistados consideram de alta relevância seu mapeamento e 75% tem o processo devidamente mapeado, enquanto o processo de Indicadores Administrativos tem relevância de 97% versus 54% de mapeamento.

Tais processos são considerados muito importantes, pois envolvem significativamente a gestão escolar ao integrar todos os departamentos, como é o caso do Processo de Matrícula e Rematrícula, com alta relevância para 92% das escolas entrevistadas e apenas 42% afirmando ter este processo devidamente mapeado.

Aproximadamente 27% das escolas constantes dessa pesquisa não possuem controle sobre os principais processos pedagógicos e administrativos, e os 73% restantes apresentaram ter algum grau de controle. Pelas respostas coletadas, concluímos que 78% dos que mostraram, efetivamente, algum tipo de controle sobre os processos, têm o mapeamento e o controle abaixo de suas expectativas (31% insatisfeitos e 47% parcialmente satisfeitos).

Como podemos melhorar este cenário? Investindo em pessoas, em treinamentos e formações do time.

No próximo artigo vou me dedicar a uma reflexão sobre o Time de Alto Desempenho.

Espero ter despertado nos gestores escolares a importância do mapeamento dos processos e o uso de indicadores na gestões administrativa e pedagógica de suas escolas.

O Colunista

PROF. ANDRÉ GUADALUPE

foto cedida pelo colunista

Cofundador e Diretor do Colégio Planck – São

José dos Campos/SP, fundador da AOG Mentoria e Consultoria Artesanal de Alta Gestão, professor, autor, palestrante e mentor. Possui 32 anos de experiência na Educação Básica e é apaixonado por Educação.

CONVERSA COM O GESTOR

ESTRATÉGIAS DE GESTÃO: COMO TER SUCESSO NAS

CAMPANHAS DE MATRÍCULAS E REMATRÍCULAS?

Por Rafa Pinheiro / Fotos Divulgação

Nas instituições privadas de ensino, um dos pilares que a sustentam é uma boa gestão de captação e retenção de matrículas. Para alcançar resultados satisfatórios, é preciso levar em consideração uma série de elementos importantes, que perpassam todas as áreas de uma escola – da comunicação on e off-line ao estímulo de experiências positivas no cotidiano de estudantes e pais e/ou responsáveis com a instituição

Oprocesso de matrículas e rematrículas está inserido em um conjunto de ações que agrega todas as áreas de uma instituição escolar: comunicação, marketing, relacionamento, atendimento, desenvolvimento pedagógico, assim como as experiências positivas que pais e/ou responsáveis e estudantes carregam das vivências com a escola. De modo geral, captação e retenção de alunos e alunas devem ser desenvolvidas não apenas no período do segundo semestre, como geralmente é trabalhado em muitas escolas, mas sim em um plano maior, tendo como premissa a contribuição de diversas áreas que compõem as estruturas da instituição.

Tendo como objetivo o mapeamento de estratégias e ações práticas que podem ser desenvolvidas no cotidiano escolar, apresentamos neste especial falas de profissionais das áreas administrativa e de marketing que abordam características imprescindíveis que devem ser observadas para alcançar um nível satisfatório nas campanhas de matrículas e rematrículas.

conseguir se destacar frente à concorrência, captar e fidelizar alunos.

Uma maneira interessante de mostrar à comunidade o propósito da escola é por meio de festividades e atividades, como feira de ciências, por exemplo. Nessas situações, em que as famílias podem convidar outras pessoas para participarem, é uma oportunidade para mostrar a infraestrutura da escola e, claro, tudo o que proporciona aos seus alunos. Quando uma criança está preparada e faz uma apresentação, as demais pessoas podem ver como ela está feliz, como ela se comunica bem, como ela tem propriedade sobre determinado assunto. Assim, você mostra na prática as competências desses alunos que estão sendo formados pela sua escola.

Quando a escola deixa de reter um estudante, ela perde toda a extensão do curso que ele faria. Portanto, pense na sua estratégia de fidelização, saiba escutar as famílias, faça pesquisas de satisfação, para que todos consigam expressar as suas questões e você, como gestor, saiba identificar quais são os principais motivos de satisfação e insatisfação que merecem atenção. Além disso, é importante abordar esse tema com os professores, para que eles se sintam engajados na retenção de alunos, já que terão a dimensão financeira que significa não fidelizar.

Uma outra dica que quero deixar é sobre fazer reformas no meio do ano, não deixá-las para o final do ano. Quando você reforma antes do segundo semestre, as famílias ficam animadas com a escola que se moderniza e se atualiza. Os responsáveis e alunos que forem conhecer a sua instituição já verão um ambiente preparado e planejado, potencializando assim as matrículas e rematrículas no tempo adequado. Não é discurso, é prática. Para tirar esses planos do papel com segurança e tranquilidade, é importante contar com uma gestão financeira eficiente, que garanta recursos e um fluxo de caixa organizado.”

“Para a escola ter sucesso na sua campanha de matrículas e rematrículas, é necessário pensar qual é a sua missão, ter clareza sobre os motivos pelos quais existe. Junto a isso, é importante contar com uma comunidade escolar e fornecedores alinhados a esse propósito, que será transmitido no projeto político pedagógico. Ser transparente, coerente e fiel à sua missão é de extrema importância para

Agora, falando sobre retenção, precisamos pensar: quando uma criança entra no colégio com seus dois, três anos, ela tem um longo caminho pela frente na escola. Se multiplicar o valor da mensalidade pelo número de meses e anos em que essa criança permanecer estudando na instituição, veja a quantia que significa perder um aluno.

“Estratégias e ações que consideramos efetivas em campanhas de matrículas e rematrículas:

1) Presença digital: Consideramos de extrema importância o desenvolvimento de um ambiente virtual que permita fácil acesso às

Luis Laurelli –Diretor Educacional do isaac

informações sobre nossa escola. Um site intuitivo será o ponto de encontro para pais e alunos, onde poderão encontrar detalhes sobre a escola, calendário acadêmico e também testemunhos de alunos. Em conjunto, nossas redes sociais irão ampliar nosso alcance, compartilhando conteúdo relevante e facilitando a interação com nossa comunidade escolar, promovendo assim um engajamento mais profundo.

2) Eventos de portas abertas: Propomos a realização de eventos de portas abertas, nos quais as famílias possam conhecer nossas instalações e dialogar com nossos educadores. Esses momentos não apenas proporcionarão uma visão realista do ambiente educativo que oferecemos, mas também permitirão que dúvidas sejam esclarecidas e vínculos acolhedores sejam estabelecidos.

3) Descontos e benefícios: Uma prática comum no ambiente escolar são os descontos em taxas de matrícula para famílias que se inscrevem antecipadamente ou para irmãos de alunos já matriculados na escola.

4) Programas de indicação: Programas que recompensam os alunos ou pais que indicarem novos estudantes que se matriculem na escola.

É fundamental destacar que todas essas ações precisam ser coordenadas por uma equipe capacitada da secretaria, que conduzirá os agendamentos e as visitas à escola. O enfoque deve proporcionar uma experiência presencial que transmita de maneira autêntica nossos diferenciais, seguida por um processo de matrícula que seja sensível e respeitoso.”

“Para as rematrículas, é muito importante que a escola realize reuniões com as famílias, falando sobre todos os projetos e melhorias implementados ao longo de 2023. Também é importante apresentar o planejamento para 2024, com todas as novidades a

serem implementadas no ano vindouro.

Em relação às matrículas, é fundamental o investimento na comunicação digital, gerando prospects que irão visitar a escola. Internamente, é necessária a criação de um processo de apresentação da escola, um fluxo interno definindo quem apresenta o espaço físico, o projeto pedagógico e os diferenciais da instituição. Importante também fazer um acompanhamento pós-visita, verificando se ficou alguma dúvida ou algum ponto a ser esclarecido junto ao prospect”.

na primeira infância impacta na formação de adultos melhores, capazes, produtivos e criativos. A sinergia entre marketing e excelência educacional é a base para um sucesso duradouro, que avançará com as gerações.

Nesse cenário dinâmico, o marketing educacional desempenha um papel de ligação vital entre as instituições e a comunidade educacional. Ao enfocar o diferencial exclusivo de cada instituição, em linha com sua missão e seus valores, a autenticidade é reforçada. Embora os canais digitais amplifiquem o alcance, o poder do boca a boca continua a ser uma das ferramentas mais poderosas no setor educacional. Como gerente de marketing, moldar e expandir essa voz autêntica e consistente tornam-se ações críticas para atingir o sucesso das campanhas de matrículas e rematrículas. A melhor estratégia de captação sempre será ser transparente, ter uma equipe multidisciplinar engajada e entregar todas as promessas feitas no momento da matrícula.”

Natália Giraldi – Gerente de marketing dos Colégios Albert Sabin, Vital Brazil e da Escola AB Sabin

“Por meio das redes sociais, plataformas on-line e eventos presenciais, podemos compartilhar valores fundamentais, programas acadêmicos inovadores e a excelência do corpo docente. A narrativa gerada a partir dessa comunicação sincera não apenas molda a percepção da instituição, mas também estabelece bases sólidas para relações baseadas na confiança e no respeito mútuo.

Entretanto, é crucial reconhecer que o verdadeiro valor de uma estratégia de marketing eficaz não se limita à divulgação, mas envolve também a entrega de uma experiência educacional excepcional. Critérios como taxas de evasão, qualificação dos professores, estrutura física e as vivências que os alunos vão ter na instituição são elementos essenciais que pais e alunos devem observar na hora da escolha da escola desde a Educação Infantil. Afinal, criar uma base estável

“Uma campanha eficaz de matrícula e rematrícula, ao contrário do que muitos podem pensar, começa muito antes do período oficial de inscrição. Está relacionada à qualidade da formação e à experiência geral do aluno e dos pais ao longo do ano letivo. Aqui estão algumas estratégias e ações que consideramos essenciais. Antes de qualquer coisa, a qualidade da educação e a experiência dos alunos devem estar no centro do projeto durante todo o ano letivo. Escolas que consistentemente entregam excelência em ensino e que demonstram cuidado e atenção individualizados às necessidades dos estudantes e suas famílias saem na frente.

Manter um canal de comunicação aberto com as famílias ao longo do ano, compartilhando sucessos acadêmicos, eventos escolares e progresso dos alunos, reuniões de feedback e alinhamento entre família e equipe pedagógica sobre expectativas e estratégias de desenvolvimento do aluno, cria uma conexão forte com a instituição.

Frederico Venturini – Pedagogo e diretor do Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe Rio)

Esther Cristina Pereira – Psicopedagoga e diretora da Escola Atuação

Claudia Rojas Sugai – Gerente de marketing do Colégio Humboldt

Organizar eventos especiais voltados para a família, como mostras culturais, feiras de ciências, festas juninas, apresentações de final de ano dos alunos, encerramento de ciclos, entregas de premiações como certificações, medalhas de provas olímpicas e feiras educativas, não só promove a escola, mas também constrói uma comunidade em torno dela, fortalecendo o vínculo entre famílias e instituição.

Com o mundo cada vez mais digitalizado, ter um sistema on-line simples e intuitivo para os processos de matrícula e rematrícula é essencial. Além disso, a presença da escola nas redes sociais, mostrando o dia a dia, os projetos e as conquistas, pode atrair novos alunos e consolidar a relação com os atuais. Por fim, além das indicações das próprias famílias da comunidade escolar, a forma como a escola se comunica para o mercado deve refletir, acima de tudo, seus valores para atrair famílias que estejam em linha com a proposta do colégio, criando uma relação harmoniosa e duradoura entre as partes.”

“O mercado educacional está cada vez mais competitivo, e gestores precisam adotar abordagens inovadoras para atrair e reter estudantes. Uma estratégia fundamen-

tal para campanhas de matrículas e rematrículas é a segmentação de público-alvo. Cada grupo de estudantes têm necessidades e interesses específicos. Ao entender essas nuances, os gestores podem personalizar suas abordagens de marketing, destacando os benefícios que mais combinam com cada grupo. Isso pode ser feito através de comunicações direcionadas, conteúdo relevante e ofertas personalizadas, aumentando a probabilidade de conversão.

Outro fator imprescindível nos dias de hoje é a presença on-line. Plataformas e aplicativos móveis são essenciais para se conectar com alunos e seus pais, além de oferecerem espaços para compartilhamento de informações sobre programas educacionais e tours virtuais das instalações. Uma plataforma onde é possível fazer matrícula e rematrí-

cula de forma on-line, ver notas e histórico do aluno e gerenciar pagamentos também é um diferencial na comparação com outras instituições de ensino.

É extremamente importante levar em consideração a experiência do cliente, já que há pesquisas que mostram que uma pessoa trocaria facilmente uma empresa pela concorrente ao receber um atendimento ruim. Sendo assim, comunicação clara e transparência são vitais para conquistar a confiança dos alunos e seus responsáveis. Todas as informações relevantes sobre cursos, mensalidades, horários e atividades extracurriculares devem ser disponibilizadas de maneira acessível. Além disso, criar canais de comunicação eficientes para esclarecer dúvidas e resolver problemas rapidamente também é importante.”

“Cada escola segue um calendário para a realização do período incentivado de rematrículas e a própria campanha de matrículas, mas é imprescindível seguir algumas etapas e começar pelo planejamento estratégico e tático para que ela tenha sucesso. Tendo claro e explícito para toda a comunidade escolar sua missão, visão e valores, o próximo passo é conhecer bem a escola, quais são seus objetivos estratégicos para curto, médio

Michel Robert Weigmann –CEO da Edusoft

Camila Karino

e longo prazos. Nesta etapa, é importante utilizar ferramentas de planejamento estratégico como Análise Pestel e Análise Swot, que mostram pontos fortes, oportunidades, ameaças e fraquezas da escola. Elas ajudam a olhar além do horizonte, corrigir problemas, mostrar os diferenciais da instituição de ensino e como usar isso para sair na frente da concorrência. Para o planejamento tático, um bom começo é a criação de um cronograma de ações de toda a realização da campanha, definindo, inclusive, o papel de cada pessoa nesse trabalho (secretárias, equipes de marketing, equipe pedagógica, gestor(a) escolar, etc.) e o investimento a ser feito. A matriz RACI pode ser uma aliada nesse momento, distribuindo as responsabilidades sobre o projeto da campanha.

Reter um cliente é entre cinco a sete vezes mais barato do que conseguir um novo, de acordo com Philip Kotler. O cultivo do relacionamento com os alunos e suas famílias é o caminho para o crescimento contínuo do colégio. Entre as estratégias para retenção na escola, destacamos: observar o comportamento e frequência dos alunos, investir em comunicação efetiva, oferecer soluções para pendências financeiras e planejar o período incentivado de rematrículas.

Conhecer o perfil do seu público e entender os seus diferenciais como escola são passos importantes para uma campanha de matrículas mais assertiva e de sucesso. Para saber mais sobre o processo de escolha dos pais, você pode aplicar pesquisas com as famílias que já estão fidelizadas sobre fatores que eles consideram decisivos na hora de escolher a escola para os filhos (como localização, preço, material didático e infraestrutura), o que ajudará a obter um diagnóstico sobre a escola, ou então com as novas que ainda estão conhecendo a instituição de ensino. Com uma pesquisa NPS, você também pode avaliar o grau de satisfação das famílias e alunos(as) sobre a escola. Já com a matriz SWOT, você identifica forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do mer-

cado. Ao identificar o processo de escolha das famílias e outras informações obtidas nas pesquisas, confronte os resultados para descobrir seus diferenciais e aposte na divulgação deles em seus canais de comunicação e na campanha de matrículas.”

“Antes de partir para estratégias, o primeiro pensamento que os gestores devem ter é que apesar de existir um conjunto de esforços maior no início do primeiro e segundo semestre, as matrículas e rematrículas acontecem durante todo o ano. Por isso, antes de pensar em captar novos alunos, a escola deve realizar um trabalho contínuo para manter os que já fazem parte da instituição.

A partir disso, as instituições devem focar em oferecer um bom atendimento por parte de todos os departamentos, partindo desde a equipe pedagógica até a segurança. É necessário que todos os colaboradores entendam qual a proposta e o objetivo da escola, pois isso faz toda a diferença nesses processos.

Tratando da parte mais estratégica, um dos principais métodos que trazem resultados positivos é a antecipação das matrículas e rematrículas. É perceptível que quanto mais você adianta esses processos, mais sucesso as campanhas alcançam. Com isso, tratando das rematrículas você aumenta a oportunidade de fidelizar seu cliente interno, reduzindo o tempo que ele teria para buscar outras alternativas no mercado.

Já em relação a matrícula, é muito importante que a escola esteja preparada para receber essas famílias, proporcionando de fato uma experiência de encantamento para os pais e alunos. Isso pode ser feito por meio de convites para eventos internos, por exemplo, além de recomendações de outros pais, que possam compartilhar a experiência positiva que tem com a instituição.”

–CEO da Geekie

Juliana Storniolo – Diretora da FourC Learning e da FourC Bilingual Academy

DICA: ACESSIBILIDADE

Apartir da premissa básica de que todos e todas possuem um direito inalienável à educação, (re)modulações, adequações e atenções sobre necessidades variadas das/ os estudantes, ganham notoriedade no cotidiano de grande parte das instituições de ensino. Com isso, mudanças em diversas áreas – do amplo espaço físico às dinâmicas pedagógicas – são imprescindíveis para que a escola se torne inclusiva, garantindo bem-estar e com demandas atendidas para todas as pessoas que nela transitam.

No âmbito escolar, considerado um potente espaço de socialização, desenvolvimento e aprendizado, a arquitetura contemporânea trabalha para adaptar uma escola para todos e todas – com e sem necessidades especiais – a partir dos parâmetros da acessibilidade.

Nesse sentido, o arquiteto e urbanista Leonardo Tadeu Kseib reforça que a acessibilidade deve ser tratada como um compromisso com a diversidade, a individualidade e o respeito à condição física das pessoas que utilizam uma edificação. “Nas escolas esse público estende-se para além dos alunos, e inclui seus familiares, os colaboradores, fornecedores e visitantes da escola”, diz. “Os benefícios da acessibilidade são universais e alcançam todo o público que frequenta a escola, e não apenas pessoas com algum tipo permanente de deficiência física, mental ou intelectual”, completa.

Por outro lado, conta o arquiteto, uma escola inacessível a todas as pessoas, além de não promover a inclusão, a socialização e o zelo com a saúde de seus/suas colaboradores/

ESPAÇO FÍSICO ACESSÍVEL

as, há o risco, caso seja denunciada, da escola responder judicialmente pela ausência de acessibilidade nos acessos e também no interior de seus espaços.

Pensando na arquitetura, especialmente nos principais caminhos para melhor estruturar e adaptar uma instituição de ensino nas regulamentações de acessibilidade, Leonardo enfatiza que a acessibilidade deve ser discutida desde o planejamento estratégico do empreendimento e a partir da escolha do imóvel para reforma ou do terreno para construção de uma nova escola.

“Essa primeira decisão já aponta alguns dos caminhos para possíveis adaptações, e mesmo o volume de investimento necessário para atendimento à acessibilidade nos acessos à edificação e em seus espaços internos, como a adoção de plataformas elevatórias ou mesmo de elevadores de passageiros para circulação entre pavimentos”, reflete.

Para os/as gestores/as que desejam contratar empresas especializadas em acessibilidade educacional, o arquiteto destaca uma dica primordial: buscar orientação com profissionais de arquitetura e engenharia conscientes e compromissados com a acessibilidade e o desenho universal. “Nos casos em que se é planejada uma nova construção, a preocupação deve ser natural desde a concepção arquitetônica, e não um adereço ou acessório”, finaliza. (RP)

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SAIBA MAIS

LEONARDO TADEU KSEIB

Apreocupação com a segurança é considerada um atributo fundamental em nosso cotidiano. Essa p reocupação, de forma geral, está atrelada a fatores de conforto e confiança. E, consequentemente, promover as sensações de tranquilidade, amparo e cuidado destaca um elo de apoio preciso no âmbito educacional. Quando pensamos no funcionamento de uma escola, agregar uma proteção ex tra, sobretudo no que diz respeito à área financeira, é uma proposta relevante – e que vale ser discutida.

B EN EFÍCIOS

Juliana Cardeal, corretora de seguros, destaca que o seguro escolar se trata de cuidado e as sistência por parte da instituição, protegendo os/as estudantes e os/as colaboradores/ as d entro e fora da escola. “Quem é gestor/a escolar sabe o tamanho da responsabilidade de carregar inúmeras vidas por várias horas do dia. E se acontecer algum tipo de acidente, a instituição é totalmente responsável”, afirma. Diante de um acidente, por exemplo, a e s cola tem duas escolhas: sinalizar os pais e/ ou responsáveis sobre o ocorrido e aguardar alguma providência deles; ou a escola arcar com todo o ocorrido, inclusive com os altos custos. “É aí que o seguro escolar entra”, diz.

“O seguro beneficia a escola/estudantes, pais/funcionários, em atendimento de qualidade, com livre escolha, através de despesas reembolsáveis em até R$ 20 mil, seja em a t endimento médico-hospitalar, odontológico e, também, para medicamentos usados decorrentes deste acidente”, afirma a corretora.

E as p rincipais coberturas, conta Juliana, não se limitam aos reembolsos. Há assistências

CUIDADO E ASSISTÊNCIA

como remoção inter-hospitalar, monitoração médica, fisioterapias, aulas domiciliares, coberturas de morte acidental e invalidez parcial ou total por acidentes.

M O DOS DE CONTRATAÇÃO

Cada seguro é formulado de modo personalizado, a fim de atender as necessidades de c a da escola, “podendo escolher limites de capital, como o atendimento, se limitado a responsabilidade da escola, ou por 24h, sendo of erecida a proteção aos finais de semana, e férias”, explica Juliana. Geralmente o contrato tem vigência de um ano e é renovado automaticamente. “Não há carência, fidelidade, n e m rescisão contratual”.

MARKETING ESCOLAR

Neste período de matrículas e rematrículas, concentrado no segundo semestre letivo, contratar um seguro escolar pode contribuir positivamente para as campanhas de marketing d e senvolvidas nas escolas. Em 2023, a maior pauta sobre escolas foi a questão da segurança, conta a corretora, “e quando um responsável escolhe uma escola, antes de tudo, a t é mesmo do sistema de ensino, vem a segurança e bem-estar. Se os pais encontrarem um a e scola que traga, além da educação, todo esse cuidado e carinho, com certeza terá um diferencial”. “Dica de ouro: não ache que o seguro escolar custa caro. Acredite, é muito mais acessível do que se imagina. E um fato importante: pode ser descontado da mensalidade”, indica. (RP)

SAIBA MAIS

JULIANA CARDEAL

juliana_cardeal@hotmail.com

Imagem: Adobe Stock

18º CRESCER

CONGRESSO E FEIRA EDUCACIONAL Fotos Divulgação

Evento destinado

do Crescer deste ano teve mais de 5 mil visitantes durante os dois dias de evento

Considerado um dos principais eventos nacionais especializados em líderes de escolas particulares, a 18ª edição do Crescer –Congresso e Feira Educacional, ocorreu entre os dias 23 e 24 de agosto no espaço Pro Magno, localizado na região norte de São Paulo. Promovido pelo Grupo Rabbit, uma consultoria em gestão educacional que auxilia instituições de ensino em todo o Brasil, o Crescer reuniu mais de 60 palestrantes renomados que atuam em variadas áreas da educação, além de diversas empresas que apresentaram os seus serviços e as suas soluções para os mais de 5 mil visitantes que transitaram ao longo dos dois dias no evento.

A programação dos debates, elaborada de forma ampliada e com assuntos direcionados – contemplando as áreas financeira, de liderança, marketing digital, bilinguis-

mo e pedagógica – teve alguns temas em destaque, como: “O impacto das grandes empresas investidoras no mercado educacional por meio da compra de escolas”; “Inovação tecnológica”; “Violência e saúde mental nas escolas”; “A força da persistência”; “Os desafios do mercado educacional para 2024”; “Projeto de Vida”; “Novas competências dos gestores escolares”; “ChatGPT e IA”, entre outros.

O encontro contou com personalidades renomadas, como o professor, escritor e filósofo, Mario Sérgio Cortella; o psiquiatra, escritor e professor, Augusto Cury; o consultor educacional e CEO do Grupo Rabbit, Christian Coelho; o apresentador Serginho Groisman; o psicoterapeuta e palestrante Leo Fraiman; o humorista Diogo Almeida; a especialista Célia Godoy; Cris Arcangeli, empreendedora, apresentadora e escritora; o medalhista olímpico de judô e fundador do

Instituto Reação, Flávio Canto, entre outros.

“O comprometimento da qualidade do ensino, o aumento nas taxas de inadimplência, o impacto socioemocional do pós-pandemia nos alunos, nos docentes e nos familiares, as novidades no mundo da educação também foram discutidos no Crescer a partir de uma análise consistente do cenário educacional, tendo em vista a construção de uma agenda positiva para o próximo semestre de 2023 e para o ano de 2024”, afirma Christian Coelho, CEO do Grupo Rabbit e idealizador do evento.

A música venceu

Reconhecido mundialmente por seu trabalho como pianista, o Maestro João Carlos Martins compartilhou a sua trajetória pessoal na música, que teve início na infância e segue até hoje. O profissional, que já passou

a líderes educacionais reuniu mais de 60 palestrantes que debateram temas atuais presentes no cotidiano escolar e as perspectivas a curto, médio e longo prazos do mercado educacional. Com uma programação diversificada, aliando painéis com discussões e um espaço para lançamentos de serviços e soluções para as escolas, a edição

Cristian Rocha Coelho Mario Sergio Cortella

por 27 cirurgias para tratar distúrbios osteomusculares, nunca desistiu da carreira e se mantém nos palcos.

Em paralelo às apresentações ao redor do mundo, o Maestro sempre se dedicou a projetos sociais. Atualmente, é o coordenador dos programas Orquestrando São Paulo e Orquestrando o Brasil, que buscam democratizar a música erudita, promovendo aulas totalmente gratuitas. Na conversa com o público, ele enfatiza que esse é o legado que pretende deixar no país, assumindo responsabilidade com o futuro dos jovens.

Na palestra ministrada no Crescer, o Maestro João Carlos Martins também encantou o auditório lotado ao tocar algumas músicas no piano. “O público tem que sair com uma lágrima nos olhos e um sorriso no rosto. Essa é a missão de um artista e também de um educador”, disse. Por fim, ele anunciou que fará seu último concerto em maio de 2025, em Nova York, para, então, se afastar dos palcos e se dedicar à carreira de educador musical.

Como aumentar a procura de alunos novos por meio do Marketing Digital?

Em um painel dinâmico, Christian Rocha Coelho, CEO do Grupo Rabbit, coordenou a conversa sobre a importância do Marketing Digital para o período de matrículas das escolas com os convidados Anderson Morais, Ester Bagagi Marques e Veronica Carneiro. Iniciando com a exposição de alguns dados, Coelho afirmou que 35% dos clientes Rabbit não possuíam site antes de iniciar a parceria — esse é o primeiro erro da instituição ensino, manter a sua presença apenas offline.

No entanto, não basta apenas existir on-line. É fundamental que a escola saiba utilizar as ferramentas digitais a seu favor, com um site e blog funcionais, incluindo espaços e botões interativos. As redes sociais complementam esse trabalho, porém a escola deve estar atenta para oferecer um atendimento rápido e eficiente em cada aplicativo. “Temos que estar atentos à experiência do usuário — vamos atendê-lo no canal que ele quiser. Além disso, hoje o público é ansioso, então a escola não pode demorar para respondê-lo”, afirmou Coelho, enfatizando essa transformação no comportamento dos pais.

Atualmente, um dos maiores desafios das escolas é promover uma comunicação 360°

durante o ano inteiro, engajando os seus colaboradores, estudantes e famílias, para, então, prospectar novos clientes. Quando a instituição trabalha o fortalecimento da sua marca a longo prazo, o período de matrículas flui muito melhor, baseado em métricas e planejamento estratégico. Se a escola tem um diferencial, esse deve estar em destaque para o público.

Feira Educacional

Além das palestras, o Crescer é um importante espaço de networking entre os profissionais da educação que podem compartilhar propostas inovadoras, contribuindo para o aperfeiçoamento das suas instituições de ensino. No espaço da Feira Educacional, as empresas patrocinadoras do evento apresentaram aos gestores variadas soluções que podem ser utilizadas no cotidiano escolar. Participaram desta edição do evento: Metadil, FTD Educação, 2 Ways Programa Bilíngue, kedu, Somos Educação, isaac, LIV – Laboratório de Inteligência de Vida, AZ, Árvore, You Bilíngue, Educa+ Brasil, PagEdu, Proesc.com, IBEP, Desk Móveis Escolares, Olimpíada de Empreendedorismo, Eduinfo, Coala, Educbank, Academia Soul, Argus Studio, Porto Seguro, P.A.E.S. – Programa Aluno e Escola Seguros, Solution, Pleno, Primeira Escolha, TAU ¬– Teste de Admissão Universitária, ClassDojo, Jandaia, Mestre dos Mestres, Gênio das Finanças, Força Máxima Educação, Escola da Inteligência, Explora, Educacional, Positivo Tecnologia, FourC Learning, Robotix, Due Step, Insper, Viva Metodologia Ativa, Escola Web, Motrix, Foreducation EdTech, TEC, Rabbit Digital, MKOM, Caburé, SBS Livraria, Bedutech, Altipisos, Escoteiros do Brasil, Britannica Education, Greenpeace, DSOP, Corrija-me, Impacto for School, Faculdade Phorte, Ana Paula Siqueira, Ciranda de Livro, Geppetto, Festou, Beto Carrero World, DMX, Via Maker, Sponte, BrinQi, StandFor, Integra Confessionais, Estuda.com, Oficina das Finanças, OPEE Educação, Edelvives, Grupo SEB, Promo Press, Cyclopay, Great Schools, Escola Mais, Raiz Educação, Giusto 5, Ápice e Grupo Salta.

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