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Uma profissional disposta a com partilhar conhecimento

Encontro de lideranças femininas durante a campanha de Tebet à presidência do Senado com Luiza Trajano

Uma profi ssional disposta a compartilhar conhecimento

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A jornalista e consultora Adriana Vasconcelos espera assim ajudar a ampliar a presença feminina em espaços de Poder

São 34 anos acompanhando o Poder de perto, sendo 24 deles como jornalista especialista em Política nas redações do Correio Braziliense, Gazeta Mercantil e O Globo. Nos últimos 10 anos, a jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB), Adriana Vasconcelos mergulhou de cabeça no mundo da Consultoria em Comunicação Estratégica, quando decidiu abrir a própria empresa em março de 2012: a AV Comunicação Estratégica.

Entre dezembro de 2021 e julho deste ano, essa experiente jornalista e consultora __ nascida e criada em Brasília, uma autêntica “Calanga do Cerrado”, como ela mesmo gosta de se apresentar __ prestou consultoria para nada menos do que 3 pré-candidatos à Presidência da República, que abortaram a missão ao longo do caminho por razões diferentes, mas acabaram eleitos para outros cargos: Eduardo Leite, (r)eleito governador do Rio Grande do Sul; Sergio Moro, senador eleito pelo Paraná; e Luciano Bivar, reeleito deputado federal por Pernambuco.

Para sua frustração, Adriana Vasconcelos acompanhou de longe o desfecho da campanha presidencial deste ano,

Preparando pré-candidatas do Cidadania

com os olhos voltados especialmente para o desempenho da senadora Simone Tebet, para quem já havia prestado consultoria durante sua campanha à Presidência do Senado, em janeiro de 2021, em plena pandemia.

Como uma testemunha privilegiada da história política brasileira das últimas 3 décadas, Adriana Vasconcelos co-

meçou a se incomodar com a forma que as mulheres eram tratadas dentro da política, especialmente durante os quase 7 anos que coordenou a Comunicação Nacional do PSDB, de 2012 a 2018.

Foi quando essa inquieta sagitariana se aproximou do segmento feminino tucano, então presidido pela ex-prefeita da Chapada dos Guimarães e ex-deputada federal Thelma de Oliveira.

Logo depois de Solange Jurema, a ex-ministra da Mulher do Governo FHC, substituir Thelma na presidência do Secretariado Nacional do PSDB-Mulher, Adriana Vasconcelos foi contratada para coordenar também a Comunicação do segmento feminino tucano.

Permaneceu no posto até julho de 2020, assessorando também Yeda Crusius, ex-governadora do Rio Grande do Sul, ex-deputada federal e ex-ministra. Ajudou a organizar cursos de capacitação patrocinados pela Fundação Konrad Adenauer (KAS) e, em 2018, comemorou com as tucanas a eleição da maior bancada feminina da Câmara dos Deputados com 8 deputadas eleitas.

Confira a entrevista que fizemos com Adriana Vasconce-

los! Plano B - Qual sua avaliação sobre o desempenho das mulheres nas eleições de 2022? Adriana - “Acho que as mulheres saem desta eleição em um novo patamar. Isso ficou claro quando 2 das 4 mulheres que disputaram a Presidência da República este ano __ aliás, um número recorde no país __ conseguiram virar protagonistas nos debates entre os presidenciáveis e incluíram as demandas femininas na pauta nacional. Terceira colocada na corrida presidencial, Simone Tebet seguiu como protagonista também no segundo turno, após anunciar apoio ao ex-presidente Lula. Por fim, assistimos o fortalecimento das lideranças femininas que chegam ao Congresso Nacional. Ela chega batendo um novo recorde, pois pela primeria vez terá 91 deputadas federais, sendo que 9 delas foram as mais votadas em seus respectivos estados”.

Plano B - De qualquer forma, essa nova bancada feminina ocupará apenas 18% das cadeiras da Câmara, bem abaixo da cota de 30% de incentivo às candidaturas femininas para as eleições proporcionais... Adriana - “Sem dúvida, ainda é baixo. Mas seguimos avançando, o que não pode deixar de ser comemorado. Ainda mais em um país onde a conquista do direito de uma mulher votar e ser votada se deu há apenas 90 anos. Um país patriarcal e com um machismo arraigado, muitas vezes, à nossa própria criação. Dobramos, o número de governadoras eleitas. Serão 2 a partir de 1o de janeiro: Fátima Bezerra (RN) e Raquel Lyra (PE). Teremos outras 6 vice-governadoras no: Acre, Ceará, DF, Pernambuco, Pará e Santa Catarina”.

Plano B - Nesta campanha, você acabou prestando consultoria para 3 candidatos à Presidência que acabaram morrendo na praia. Você ficou frustrada?

Adriana - “Eu diria que os 3 (Eduardo Leite, Sergio Moro e Luciano Bivar) acabaram atropelados pelos interesses de seus próprios partidos. Nos 3 casos, minha principal tarefa foi apagar incêndios. Depois de acompanhar de perto todas as disputas presidenciais de 1994 até 2018, assistir de longe o desfecho de 2022, eu diria que foi frustrante sim. Mas me permitiu, de qualquer forma, prestar consultoria para duas candidatas no DF para o Senado e outra para Câmara dos Deputados”.

Plano B - Qual será o seu Plano B? Adriana - “Minha ideia é compartilhar com nossos leitores a avaliação do cenário político sob o ponto de vista feminino. Meu próximo projeto é organizar o primeiro encontro da atual bancada feminina da Câmara com as novas deputadas eleitas que assumirão no ano que vem. Muitas são novatas e precisarão de ajuda, orientação, para sobreviverem ao ainda masculino mundo do poder. Foi por isso que aceitei ser consultora da startup Quero Você Eleita, criada em 2020 pela advogada Gabriela Rollemberg e que tem como meta contribuir para que mais mulheres sejam eleitas e consigam exercer bem seus mandatos”.

Com as ex-ministras Wanda Engel, Yeda Crusius. Aspasia Camargo e Solange Jurema, durante o período que coordenou a Comunicação do PSDB Mulher Nacional

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