85 minute read

2.5.3. PERDA DE MEMÓRIA POR TRAUMAS

2.5.3. PERDA DE MEMÓRIA POR TRAUMAS

As implicações de perda de memória por trauma estão relacionadas a um distúrbio caracterizado pela dificuldade em se recuperar depois de vivenciar ou testemunhar um acontecimento assustador. A condição pode durar meses ou anos, com gatilhos que podem trazer de volta memórias do trauma acompanhadas por intensas reações emocionais e físicas. Entre os sintomas estão pesadelos ou lembranças repentinas (flashbacks), fuga de situações que relembrem o trauma, reações exageradas a estímulos, ansiedade e humor deprimido. Estudos como o Trauma: o avesso da memória Maria Manuela Assunção Moreno e Nelson Ernesto Coelho Junior nos mostram como isso é possível.

Advertisement

‘’A memória, portanto, está na ordem da substituição, pouco guarda da percepção e do evento original. A noção de impressão, ou signo de percepção, alude à origem da memória, ao primeiro momento de elaboração mnemônico. As impressões são marcas de um processo energético, mas não podem produzir uma lembrança do acontecimento. Consideramos que o traumático deixa suas marcas sob a forma de impressões traumáticas, sinais de um processo energético aos quais uma qualidade psíquica rudimentar vem se ligar. O casal Botella afirma que: “Se há memória na

neurose traumática, ela só é concebida enquanto memória sensorial, ou traço perceptivo, não tendo alcançado a qualidade de representação do traço mnésico” (2002, p.166).

Retomando a concepção de Freud, os autores frisam outra distinção fundamental: o ‘tornar-se consciente’, no sentido de acesso à consciência

dos ‘traços perceptivos’ desprovidos da qualidade de representação, se dá

sob uma forma quase alucinatória próxima da dinâmica da neurose traumática, por meio do enlace da imagem e não da representação-palavra.

Sendo assim, é possível afirmar que as experiências traumáticas de um indivíduo são tão fortes que essas memórias se escondem no nosso cérebro, tornando as dificuldades de acessá-las. Mas que essas memórias suprimidas podem causar uma série de problemas psicológicos graves, desde ansiedade e depressão a desordens de estresse pós-traumático ou dissociativas. Como explica a Jelena Radulovic, professora da Universidade Northwestern:

“Segundo os pesquisadores, os caminhos para a formação de memórias em geral dependem da ação de dois aminoácidos específicos nos nossos cérebros, chamados glutamato e GABA, que conduzem nossas marés emocionais controlando se nossas células nervosas estão excitadas ou inibidas. Sob condições normais, este sistema está em equilíbrio, mas quando estamos vigilantes, a concentração de glutamato aumenta. Isto faz com que o aminoácido seja o principal composto que ajuda a guardar as memórias em circuitos cerebrais de forma que elas sejam facilmente lembradas. O GABA, por sua vez, nos acalma e ajuda a dormir, bloqueando a ação do glutamato. Mas existem dois tipos de receptores de GABA em nossos cérebros. Um deles, conhecido como receptor sináptico de GABA, trabalha em conjunto com os receptores de glutamato para balancear a resposta do cérebro a eventos externos, estressantes ou não. Já o outro tipo, os chamados receptores extrassinápticos de GABA, funciona como agentes independentes, ignorando o glutamato e se focando em aspectos internos, ajustando as ondas cerebrais, e os estados mentais, de acordo com os níveis de diversos compostos químicos presentes no cérebro, como o próprio GABA, hormônios sexuais e outras proteínas. Assim, são os receptores extrassinápticos de GABA que alteram o estado anímico de nossos cérebros, fazendo com que nos sintamos excitados, sonolentos, alertas, sedados, inebriados ou mesmo psicóticos. E o experimento mostrou que também são estes receptores os que ajudam a codificar as memórias de eventos traumáticos e guardá-las escondidas da mente consciente. O cérebro funciona em diferentes estados, como um rádio que opera nas frequências AM e FM – compara Jelena. - É como se o cérebro normalmente estivesse sintonizado nas frequências FM para acessar as memórias, mas precisa mudar para as estações AM para ter acesso às lembranças do subconsciente. Se um episódio traumático acontece quando os receptores extrassinápticos de GABA estão ativos, a memória deste evento não pode ser acessada a não ser que estes receptores sejam novamente ativados, sintonizando o cérebro nas estações AM. No experimento, os pesquisadores encheram o hipocampo, região do cérebro apontada como responsável pela formação de memórias, dos camundongos com gaboxadol, uma droga que estimula os receptores extrassinápticos de GABA. Os animais foram então postos em uma caixa onde receberam um breve e moderado

choque elétrico. No dia seguinte, os cientistas colocaram os camundongos na mesma caixa e eles não exibiram qualquer sinal de medo. Mas, quando administraram a droga novamente, os animais pararam de se mover, temendo um novo choque. Segundo os pesquisadores, quando os receptores extrassinápticos de GABA foram ativados pela droga, eles mudaram o caminho em que a memória do evento estressante foi codificada, tanto com relação aos circuitos cerebrais quanto no nível molecular.” (2017) E por fim, podemos analisar através dos estudos citados nos textos acima e ter uma noção de como funciona a mente da 53R3N4, como funcionam essas substâncias no corpo e quais danos foram causados a ela. A seguir você pode entender como foi idealizado o conceito da série e como tudo se conversa.

3. DA SÉRIE

3.1. PÚBLICO ALVO

A série é voltada para adultos na faixa de idade de 25 a 30 anos, que gostem de séries e filmes de investigação criminal e super-heróis. Sobretudo histórias com clima soturno, detetivescas, isto é, seguindo pistas e deduções; e também de superheróis com histórias civis. A faixa etária escolhida se dá pela característica da série, que pode exigir do telespectador um certo nível intelectual e também uma certa maturidade de experiências de vida o qual já o fazem saber qual conteúdo gosta realmente de consumir, bem como que tenha crescido e goste de super-heróis. Além disso, a trama pode conter alguns temas que podem ser sensíveis aos mais jovens. Em categorização MARVEL ou DC, as duas grandes editoras/produtoras de super-heróis dos dias de hoje, podemos afirmar que a série tem mais a Marvel como referência, pois os super-heróis desse universo são mais próximos das pessoas comuns, ou seja, tem problemas pessoais, sociais e morais. Os ambientes em que vivem são lugares que realmente existem, como Nova Iorque e São Francisco. Podemos destacar aqui algumas referências como: Homem-Aranha, um jovem do Queens; ou Jessica Jones, Luke Cage e o Demolidor, todos super-heróis que lidam com problemas civis, além de terem os seus próprios, morando em diferentes bairros da cidade de Nova Iorque. Em relação às séries de investigação, temos: NCIS e CSI, que são de perícia criminal; Dexter, que traz a visão do próprio psicopata; Bom dia Verônica, série cujo o detetive é o protagonista; The BlackList, cujo o ladrão acaba virando o herói. Todos estes exemplos abordam investigações criminais com suas peculiaridades, visões e que exigem do público, o já mencionado, nível intelectual para acompanhar as pistas e seguir as deduções dos protagonistas. Com o clima mais soturno poderíamos citar o famoso seriado dos anos 90, Arquivo X, além de Sherlock, série categorizada como de super detetive, protagonizada por Benedict Cumberbatch, no papel do detetive mais famoso dos livros de Sir Arthur Conan Doyle.

3.2. PLATAFORMAS DE VEICULAÇÃO/ DISTRIBUIÇÃO:

A veiculação da série será feita principalmente para canais de TV por assinatura e também plataformas de streaming. Isso se dá pelo gênero, formato, conteúdo e tamanho padrão dos episódios da produção terem sido pensados com as características para estes veículos. Dessa maneira, canais como Universal Channel, Sony e AXN que contém em sua programação séries longevas de gênero policial e investigação criminal são possíveis canais para nossa série. Ao passo que canais como Warner e HBO contém séries de super-heróis, sobretudo do universo da DC, como Flash, Arrow e Legends of Tomorrow que também se encaixam nos moldes da nossa série. Além disso, temos os streamings em alta nos dias de hoje, alguns exemplos como HBO Max e Netflix que mantém em seus catálogos séries de super-heróis e de investigação criminal. Ainda temos o Disney+, com conteúdos exclusivos e originais dos super-heróis do universo Marvel. O que corrobora tanto como justificativa para a produção da série, quanto para a viabilidade de veiculação pela quantidade de plataformas possíveis. O tamanho dos episódios, de aproximadamente 50 minutos, e a quantidade de 7 episódios por temporada estão de acordo com as séries destes gêneros nas plataformas. Como exemplo temos: Cavaleiro da Lua (Disney+), Falcão e Soldado Invernal (Disney+), The Sinner (Netflix) e Mare of Easttown(HBO Max). Com diversas plataformas disponíveis, podemos fazer aqui uma conexão com o público-alvo escolhido, pois mais uma vez ele é ratificado, haja vista que ele deve possuir um certo nível de poder aquisitivo, pela necessidade de se adquirir um ou mais serviços de assinatura mensais para o consumo dos conteúdos.

3.3. CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA

A classificação indicativa inicial da série será de 14 anos, podendo ser alterada para uma maior classificação após o período de produção e pós-produção da mesma.

3.4. OBJETIVOS

OBJETIVO PROTAGONISTA:

Criação e desenvolvimento de uma série de TV e produção do episódio piloto.

OBJETIVO COADJUVANTE:

• Fazer parte das narrativas que contribuem para o detrimento do patriarcado e da sociedade androcêntrica que vivemos; • Criar uma heroína brasileira; • Valorizar o produto nacional e pôr em evidência a cidade de São Paulo como cenário.

3.5. JUSTIFICATIVA:

Na última década, o cinema e a cultura pop reinventaram e redefiniram as histórias de heróis, sejam eles deuses, mutantes, magos ou super soldados. Alimentando-se principalmente das histórias em quadrinhos, os temas sociais se alinham às tramas, resultando em poderosos roteiros nas telas de cinema, dando pauta para questões de gênero e racial, por exemplo. Nesse período também as personagens femininas ganharam novas esferas. É o caso de “Viúva Negra”, personagem vivida por Scarlett Johansson que tem sua primeira aparição no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) em 2010 no filme “Homem de Ferro 2” (Jon Fraveau). Natasha Romanoff vai ganhando camadas, tornando-se menos sexualizada, até ganhar seu próprio filme em 2021. Quando temos um tipo de narrativa em que geralmente o protagonista é do sexo masculino, apenas mudar o gênero desse personagem para atender à uma demanda social não é o suficiente. Todo esse caminho de compreender a “questão da mulher” é necessário, pois não importará se ela é uma alienígena, mutante, chefe de máfia, delegada, detetive ou CEO. O fato dela ser mulher implica numa série de questões com ela mesma e o ambiente que a cerca, pois “não se nasce mulher, torna-se mulher”. 5.000 anos de história da humanidade pautada nos valores

masculinos, sendo essa a régua do mundo onde o feminino não se reconhece e não tem seu espaço.

“Nos últimos 5 mil anos, a cultura tem sido definida em grande parte por

homens que têm uma abordagem da vida orientada para a produção, o poder e a dominação. O respeito pela vida, pelos limites, pelos ciclos e pelos filhos da natureza não é uma prioridade” (MURDOCK, 2022, p. 102103).

Um grande exemplo de mudança de paradigmas ao se colocar uma personagem feminina à luz de personagens que geralmente são masculinos é Mare of Easttown, minissérie da HBO protagonizada por Kate Winslet. Mare é uma detetive de um pequena cidade que investiga um assassinato local enquanto sua vida desmorona. Já vimos esse detetive várias vezes, como por exemplo, o Detetive Harry Ambrose da série The Sinner. Investigar o crime e lidar com seus próprios demônios. Porém Mare é feminina sem em nada ser a femme fatale. Seus problemas são domésticos, sua relação com a mãe, a filha, seu ex-marido. A fuga da dor do luto. Em situações extremas ela age com generosa empatia, como quando arremessam um tijolo quebrando a sua janela, ela não se revolta ou vai buscar satisfação. “O que é isso?”, perguntam para ela segurando o tijolo na mão. “É alguém com medo”. Até mesmo para o desfecho, quando ela soluciona o crime e vai para prender o assassino, não há a violência gloriosa que o gênero costuma ter. Ela conhece a pessoa e pede para entrar sozinha no local. Esse acolhimento e empatia, mas ainda sem perder o senso de justiça, é algo que só o feminino pode oferecer. Personagens assim são geralmente chamadas pela crítica de “mulheres fortes”, mas são apenas personagens femininas bem desenvolvidas. Kate Winslet levou o Emmy em 2021 de melhor atriz principal em minissérie, e seus colegas Evan Peters e Julianne Nicholson por melhor ator e atriz coadjuvantes, respectivamente por suas atuações na série. Na série Jessica Jones (Netflix 2015-2019 | 3 temporadas), Super-Heroína dos quadrinhos da Marvel que ganhou sua própria série em 2015, sua força sobrehumana de alguma forma metaforiza a carga feminina na sociedade em que vivemos. Buscando outra referência, mas num gênero e formato completamente diferente, o filme “Encanto” (2021, de Byron Howard e Jared Bush) da Disney conta a história da mágica família Madrigal. Cada integrante da família recebe um dom, e o

de Luísa Madrigal, irmã mais velha da protagonista, é a super força. Porém, mais uma vez, e dessa vez de forma mais didática, a super força é usada para retratar a sobrecarga. feminina. A pressão de ter que ser forte o tempo todo. Isso faz com que as pessoas acreditem que você aguenta qualquer coisa. E se você deixa de ser forte, se sente inútil. Precisa estar presente, disponível, além de que mulheres são incentivadas a não ter limites. “Não questiono se é pesado, o meu corpo suporta o fardo”, ela canta. Na trama, a fonte do poder da família Madrigal está misteriosamente se esvaindo, e com isso a casa está a cair e os membros da família a perder seus poderes. Luísa sente que não há lugar no mundo pra ela sem o seu poder. E como há outros que dependem dele, mesmo que ela se canse ou não esteja motivada, não irá dizer não. Trazendo esse contexto para o produto desenvolvido, Serena, a protagonista, possui super força, mas ainda é capaz de se machucar. E quando se machuca, dói da mesma maneira. Seu corpo é capaz de se regenerar sem cicatriz. Não é porque ela aguenta muito peso e é capaz de se reconstruir que ela não sinta. Seu super poder não a isenta da dor. Aqui a metáfora é construída de forma a simbolizar, novamente, o fardo da mulher que precisa ser Super-Heroína num mundo onde ela nunca é o suficiente e sempre a auxiliar. A conspiração na qual resultou Serena, é formada de uma aliança de uma poderosa multinacional farmacêutica com a Polícia Federal. Instituições que deveriam cuidar e proteger são a ameaça. Serena é fruto do projeto mais ousado da Corporação Healer, que nos seus primeiros anos viu que os espécimes do sexo masculino sumcumbiam ao soro, ou aos seus efeitos colaterais, enquanto os espécimes do sexo feminino resistiam apesar deles. Paralelamente temos os anticoncepcionais em que as mulheres precisam lidar com seus efeitos colaterais, desde acne, depressão, alterações de humor e risco de trombose. A proposta da Jornada da Heroína de Maureen Murdock não é uma negação do masculino. É a compreensão do feminino ferido, a cura dele, para então andar em equilíbrio ao masculino. Contar histórias é a nossa forma tão humana de transmitir valores de uma sociedade de uma geração para a outra, de metaforizar os desafios da vida e nos dar a força e o incentivo necessário para vencer nossas batalhas pessoais. Quanto mais o feminino puder se mostrar, ser compreendido e

debatido, o mundo pode se tornar um lugar menos hostil e mais acolhedor, principalmente com as mulheres.

3.6. DA HISTÓRIA

3.6.1. STORYLINE DA SÉRIE:

Em São Paulo, uma mulher ganha poderes especiais, mas perde a memória. Agora ela investiga o seu passado enquanto descobre quem são os inimigos que a perseguem. Conflitos que ajudam a forjar o tipo de heroína em que ela se transformará.

3.6.2. STORYLINE DA TEMPORADA:

Em São Paulo, uma jovem toma um tiro fatal, e, ao invés da morte, ela se regenera e acorda sem memória. Com os possíveis culpados à sua procura, e ajuda de alguns amigos pelo caminho, começa a investigar o seu passado a fim de entender quem é, e de onde vem seus poderes.

3.6.3. SINOPSE DA TEMPORADA:

Num galpão, na cidade de São Paulo, uma jovem que invade o lugar toma um tiro na cabeça, e ao contrário do destino óbvio, ela se recupera com seus poderes de regeneração. Porém, quando volta a si, está sem memória. Um policial federal que a cerca, bem como uma médica legista, e um jovem aspirante a “hacker” a acompanham nessa jornada. A jovem terá de descobrir desde o básico do seu passado até como ganhou os poderes e o porquê. Tudo isso, enquanto os inimigos que lhe deram o tiro fatal ainda estão à sua procura.

3.6.4. PERFIL DOS PERSONAGENS

(53R3N4) – PROTAGONISTA

Características Físicas:

24 anos, cabelos escuros, na faixa dos 1,7m de altura, usa botas pretas ou tênis all-star, calça jeans, camiseta branca com uma jaqueta de couro. Fuma.

Características Psicológicas:

Vive com dores de cabeça, tem uma irritabilidade constante mas com um certo charme. É sempre direta nas conversas, não fala muito, não tem trato social e não faz questão de adquiri-lo. Prefere lidar com trabalhos mais físicos e rudimentares do que com trabalhos que exijam muitas interações com as pessoas. É muito curiosa, gosta muito de ler, embora não tenha lembranças dos conhecimentos adquiridos, somente sabe as coisas.

Vida Pregressa:

Serena (cujo nome verdadeiro é Maria) foi criada pela mãe em uma das inúmeras favelas das periferias da cidade de São Paulo. O pai as abandonou quando ela tinha por volta de 3 anos, fazendo que Serena tenha pouca ou quase nenhuma lembrança dele. A mãe se esforçava para criar Serena, fazendo quase sempre bicos como diarista, limpeza de restaurantes e escritórios. Era difícil conseguir um emprego integral, pois não tinha com quem deixar a filha, além da criança ser muito pequena. Mesmo assim, algumas vezes Serena ficava com uma vizinha que a acolhia em momentos de muita necessidade. Até que um dia, um carro importado apareceu na comunidade, e seus ocupantes todos bem vestidos trouxeram uma oferta de emprego, que consistia nas pessoas se oferecerem como voluntários para um novo remédio que uma grande indústria farmacêutica estava colocando em testes, e para isso eles ofereceram moradia, haja vista que os voluntários seriam monitorados, alimentação diária e um

salário fixo enquanto durasse o período de testes. A mãe de Serena então vê essa proposta como uma oportunidade de dar melhores condições de vida para a filha, e então se voluntariou sem nem se importar com as possíveis consequências dos testes, ou mesmo desconfiar das pessoas que faziam a proposta. Ela e outras pessoas da comunidade que passavam pelas mesmas dificuldades também aceitaram a oferta. Dessa maneira, Serena, então com 6 anos, e sua mãe foram levadas para uma casa que mais se parecia com um hospital onde eram feitos os testes com o remédio/soro nas pessoas. Serena via a mãe sofrendo com os efeitos colaterais da droga, como dores fortes dores de cabeça e muitas dores no corpo que a fazia se contorcer na cama, além de acessos de raiva constantes. Isso era alternado com momentos carinhosos da mãe com a pequena filha, em refeições ou conversas sobre a vida. Porém, após meses do início dos testes, a mãe de Serena não resiste aos efeitos colaterais. A menina então é levada para um orfanato, que por sinal também tinha algumas relações não exatamente lícitas e oficiais com a empresa que estava fazendo os testes do remédio. E por este motivo, Serena voltaria a instituição aos 18 anos, dessa vez também como “voluntária” de novas versões do

soro/remédio que haviam lhe tirado a mãe. Antes disso, aos sete anos de idade, cerca de um ano após a morte da mãe. Serena foge do orfanato por um descuido dos cuidadores, que não perceberam a astúcia da criança que saiu do parquinho e foi para rua. Mas que vagando na rua, acaba sendo sequestrada e mantida em cativeiro por alguns dias por uma quadrilha que fazia tráfico internacional de crianças. Este cativeiro é invadido por uma equipe da polícia federal, o qual o jovem policial Batista fazia parte. Este tem um momento com Serena, pois a menina chora quando uma mulher vem buscá-la. Não querendo ir com a moça, Batista se aproxima da menina e lhe dá um pirulito, a criança pega o pirulito e sorri para Batista, indo embora com a mulher. Serena é mantida como cobaia na instituição até os 21 anos, quando seus poderes começam a se manifestar e ela consegue fugir do lugar usando a super força. Porém, a instituição, que faz parte de todo um sistema muito maior, aciona “agentes” das ruas para perseguirem e eliminarem Serena. Eles o fazem, e assim Serena é morta com um tiro na nuca durante uma tentativa de fuga. Sem saberem que Serena começara a despertar seus poderes, e que o soro havia funcionado na

garota, os agentes deixam o corpo de Serena num lixão no centro de São Paulo. Como já era de praxe quando alguma missão desse tipo era dada, eles deixam o corpo de Serena parecendo como se fosse vítima de algum roubo, sem nenhuma identificação, para que fosse enterrada como indigente, caso o corpo fosse encontrado. Dessa maneira, a missão de eliminar o elemento 53R3N4 estava cumprida. Porém, Serena é encontrada alguns dias depois, e seu corpo é levado ao necrotério. Seu corpo estava se regenerando pela primeira vez, e assim a jovem acorda na frente da médica legista, quase a matando de susto. Este é o primeiro encontro de Elisa e Serena. Serena acorda sem memória, devido ao tiro na cabeça. Elisa fica agoniada sem saber o que fazer, mas o ímpeto de ajudar a garota faz com que a leve para sua casa. Assim, aos poucos Serena (nome que Elisa lhe dá), começa a investigar o seu passado. Nesse meio tempo arruma alguns empregos que não gosta como garçonete, monitora de buffet infantil e na bilheteria do cinema. Até passar por alguns que prefere, por não terem muitas interações sociais, e serem mais físicos como uma loja de materiais de construção, motociclista para entrega de comida, até o seu emprego atual numa empresa terceirizada de serviços de internet. Serena sofre com flashs de memórias, que no início pensava serem devaneios de sua cabeça. Ela usa o que consegue absorver desses lampejos, sejam palavras, lugares e imagens para procurar pela internet. Consegue assim obter algumas informações, como o orfanato onde ficou depois da morte de sua mãe, dos 6 aos 18 anos. Consegue descobrir de sua casa na periferia, e indo até o local descobre por uma vizinha que várias mulheres aceitaram uma proposta de lugar melhor para viver com casa e comida, e nunca mais foram vistas. Por outro lado, Elisa começa a analisar as células do corpo de Serena, a fim de isolar o que ela tem de diferente, descobrindo assim bases do soro e seus possíveis fabricantes. Nesse meio tempo, Elisa começa a perceber que alguns outros corpos que chegam até o necrotério, dados também como indigentes, têm os mesmos compostos do corpo de Serena, e percebe que são todas mulheres. Passam-se três anos nessas investigações, Serena e Elisa começam a reparar em propagandas de TV e Internet sobre um novo remédio que uma empresa farmacêutica está desenvolvendo que tem a função de regenerar pequenos

ferimentos de pessoas, e começam a investigar a empresa. Serena, com ajuda de seu jovem amigo metido a hacker Luciano, descobre um galpão que pertence a empresa que fabrica o remédio, que consta como desativado. Mas as câmeras de segurança mostram uma intensa movimentação no local. Serena então decide fazer uma visita ao tal galpão. Luciano vai ajudá-la, e desativa as câmeras e alarmes do lugar. Começa o episódio piloto.

BATISTA - (Deodato)

Características Físicas:

42 anos, roupa social, barba e bigode. Não pode comer mais doce, está prédiabético.

Características Psicológicas:

Calmo nas palavras, possui experiência de décadas de Polícia Federal, não costuma deixar suas emoções transparecerem. Parece estar sempre preocupado com alguma coisa, bastante reflexivo.

Vida Pregressa:

Batista teve uma infância boa, mas sem muitas regalias. Se esforçou na faculdade e foi um dos melhores alunos da sua classe, conseguindo passar no concurso e se tornando policial federal aos 25 anos de idade. Logo no seu primeiro ano, lidou com casos de Tráfico De Drogas, Contrabando, Crime Organizado e até mesmo Tráfico De Pessoas. Toda essa carga emocional, o fez perder rapidamente a ingenuidade e um pouco do senso de se chocar com coisas perversas que o ser humano é capaz de fazer. Foi nesse primeiro ano que teve seu primeiro encontro com a criança Serena, de apenas sete anos, que havia sido resgatada de um estouro de cativeiro que sua unidade havia feito contra uma quadrilha internacional que sequestrava crianças e as mandava para fora do Brasil. A criança lhe chamou atenção pela discussão com a mulher que havia ido buscá-la, afinal toda criança

queria mais era ir embora depois de todo o trauma do sequestro. Batista vai até ela e lhe dá um pirulito que tinha em seu bolso. Anos se passam, e Batista perde a esposa num acidente de carro e sua filha fica com sequelas graves, como dificuldades de fala e locomoção, precisando de cuidados especiais. Ele se vê entre o luto e a necessidade de encontrar forças para ajudar a filha, que possui apenas três anos. Dois anos após o acidente, surge na indústria farmacêutica uma droga experimental que talvez possa ajudar sua filha nas suas dificuldades. Porém, o remédio não consegue autorização para ser comercializado pois tem uma série de dados não comprovados. Mas Batista, aqui já com quase quarenta anos e no misto entre esperança e desespero, faz um acordo com alguns contrabandistas de rua, que lhe oferecem uma versão do remédio. Em troca, ao invés de dinheiro, Batista fica nas mãos dos criminosos para fazer alguns favores e ou “trabalhos” que esses grupos necessitarem. Dessa maneira, ele faz vistas grossas para alguns delitos na cidade, desaparece com evidências de cena de crimes fazendo com que pessoas sejam enterradas como indigentes, além de atrapalhar muitas investigações da inteligência da polícia federal em São Paulo. Batista se sente mal por tudo aquilo que faz, pensa muitas vezes em acabar com aquilo, mas não vê saída na situação. Além do que, quando chega em casa e vê sua filha crescendo e apresentando melhoras com o remédio experimental, tudo parece fazer sentido mesmo que de uma forma egoísta e egocêntrica. O tempo vai passando e a criança já tem nove anos de idade. Batista segue a vida dupla, até que um dia recebe ordens para seguir, capturar e levar até eles uma jovem, cuja pasta de identificação tem o código 53R3N4. Ele pensou que aquilo era demais, era um sequestro. Mas de qualquer forma, usa os recursos da polícia, e seus contatos para encontrá-la e segui-la até um galpão na Zona Oeste de São Paulo. Batista fica no carro observando a garota, que por sua vez fuma e observa a entrada do galpão do outro lado da rua. Até que a garota entra no galpão, Batista hesita por alguns instantes, mas vai atrás da garota e entra no galpão. Começa o episódio piloto.

ELISA

Características Físicas: Seus 37 anos.

Características Psicológicas:

Espontânea, gosta de falar bastante e solta muitos palavrões. Sarcástica, é engraçada e desconfiada ao mesmo tempo. Como médica, tem um senso de solidariedade muito grande, tornando-se uma figura materna na vida da protagonista. Contrastando sua personalidade forte, que gosta de reclamar de tudo com sua habilidade de cuidar das pessoas ao seu redor. Gosta da noite, é baladeira e botequeira, o que também contrasta com a morbidez do seu trabalho como médica legista.

Vida Pregressa:

Elisa é fruto da família tradicional brasileira, mãe professora e pai arquiteto, teve os traumas de infância que todo adolescente de classe média tem. A ingenuidade da criação, e talvez do amor, a fez casar-se muito cedo, com pouco mais de 20 anos, ainda na época da faculdade. Como fazia medicina, o tempo era escasso, e aos poucos o marido começou a reclamar, criticando os estudos, a arrumação da casa, a falta disso ou daquilo. Elisa, por falta de experiência, começou a se sentir culpada e fazia o que podia para remediar as situações. Ao passo de fazer vistas grossas para traições e bebedeiras do marido. Tudo isso foi catapultado ao máximo, quando um episódio de agressão aconteceu. O marido chegou bêbado, pedindo pelo jantar e quando viu Elisa debruçada sobre os livros estudando, teve um acesso de raiva e tentou rasgar os livros. Elisa tentou impedi-lo e então o homem deu um tapa no rosto de Elisa que caiu no chão, o marido ainda jogou os livros em cima dela no chão. Elisa em meio ao choro, decidiu ali no chão, que não seria mais a coitadinha donzela em perigo, transformou o choro em raiva e foi embora. Tendo forças ali para mudar sua história pré-escrita. Apesar do divórcio conturbado, ela teve a liberdade que queria, além de alguma compensação financeira. Formou-se em medicina, especializou-se em

medicina legal e passou no concurso para médico legista. Tudo em meio a sua nova vida social, cheia de baladas, festas e barzinhos com os amigos. Elisa jurou que nunca mais se apegaria a homem algum. Nessa vida, entre a morbidez dos corpos e o agito das baladas, teve a experiência mais maluca da sua vida. Foi numa madrugada de plantão, que o corpo de uma jovem, que já estava no IML há algum tempo, simplesmente levantou de uma vez reclamando de dor. Elisa quase morreu de susto, esbravejando todos os tipos de palavrões conhecidos. Era Serena acordando da sua primeira regeneração. Elisa, mesmo assustada, conversou com a garota e por impulso decidiu ajudá-la, levando-a para sua casa. Tornando-se uma amiga/mãe de Serena, dando conselhos, ajudando a garota a descobrir seu passado, limpando feridas, brigando, dando inclusive um lugar para morar. Ela via em Serena, apesar dos poderes da jovem, alguém que precisava da sua ajuda e cuidados, coisa que ela não teve durante seu período de sofrimento no casamento. Passam-se três anos de Serena vivendo com Elisa, até que o episódio piloto começa.

LUCIANO - COADJUVANTE

Características Físicas: 18 anos, magro, óculos de grau.

Características Psicológicas:

Aficcionado por videogames, quadrinhos e computadores. Muito inteligente. Vai se apaixonando por Serena, sem ele mesmo perceber. Malicioso, mas sem experiência. Vida Pregressa: Recém-saído do colégio, arruma emprego na empresa terceirizada de serviços de internet, onde conhece Serena. Healer

3.6.5. SINOPSE DO EPISÓDIO PILOTO: FRAÇÃO

São Paulo é uma cidade muito perigosa, sobretudo à noite, mas Serena não se importa com isso e observa à espreita a entrada de um galpão, o qual aguarda instruções de Luciano para que possa invadi-lo. Após a entrada, que contém muitos socos e chutes, Serena se descuida e acaba tomando um tiro fatal. O contato com Luciano é perdido. Ela acorda dentro de um porta-malas. Seu processo de regeneração é muito dolorido, mas sua super força a ajuda a sair do carro. Vagando pelo estacionamento de um prédio comercial encontra Batista, que estava à sua procura. Serena não se lembra de nada e nem de ninguém, mas uma tatuagem lhes mostra o caminho. Elisa se depara novamente com aquela garota sem memória, a médica apresenta a Serena uma jornada na qual ela não quer ingressar. Serena rejeita, mas acaba sendo forçada a encarar as primeiras frações de si mesma.

• SINOPSE DO SEGUNDO EPISÓDIO: SEÇÃO

Serena inicia seus estudos sobre si mesma. Com a ajuda de Elisa, ela começa a ler todas as suas anotações na tentativa de juntar as peças do quebracabeça que já haviam sido montadas, antes de tentar juntar novas peças. Serena abre a pasta com o nome Deodato. Elisa cobra Serena do seu trabalho e tarefas domésticas. Luciano volta ao trabalho, depois de uma breve estadia no hospital, e encobre as faltas de Serena. Enquanto isso, Batista investiga os homens que lhe fornecem os remédios da filha, e descobre que o remédio e o soro dos poderes de Serena têm a mesma origem, o que lhe traz esperança de cura total para sua garotinha. O vídeo de Serena lutando e derrotando os homens no estacionamento é mostrado novamente, dessa vez é possível ouvir uma voz ao fundo dizendo que finalmente o soro funcionou, seguida por uma risada de satisfação.

• SINOPSE DO TERCEIRO EPISÓDIO: JUNÇÃO

Serena visita Batista e ele compartilha as informações que descobriu em retrato dos capangas que Serena bateu no estacionamento do prédio, explicando a ela a complexidade do organograma da Corporação Healer e suas subsidiárias

como a empresa fabricante do remédio, o orfanato e o laboratório de pesquisas do soro. Excluindo a parte em que ele estava envolvido. Serena conhece Clara, a filha de Batista, e toma conhecimento do acidente e suas necessidades especiais. Durante o almoço dos três num restaurante, Serena bate num homem que maltratava a namorada na mesa ao lado. Batista deixa Serena na casa de Elisa, e pinta um clima entre a médica e o policial federal.

• SINOPSE DO QUARTO EPISÓDIO: UNIÃO

A corporação questiona Batista sobre o paradeiro de Serena, o policial diz que ainda não a encontrou. A corporação ameaça parar o fornecimento do remédio, e Batista ameaça expor todo o sistema e a cadeia de comando, mas se vê de mãos atadas pela ameaça a sua filha. Enquanto isso, Serena e Luciano armam um encontro para Elisa e Batista, e se dispõe a cuidar de Clara enquanto o encontro acontece. Luciano tenta algumas investidas em Serena enquanto cuidam de Clara, mas Serena sequer percebe o interesse do garoto. Clara já dorme no sofá da sala, e Serena vendo TV percebe o remédio da criança em cima da mesinha, ela reconhece alguns compostos do frasco.

• SINOPSE DO QUINTO EPISÓDIO: DIVISÃO

Serena leva o frasco do remédio de Clara para Elisa analisar. A médica com remédio com a composição do soro, que conseguiram em uma invasão bemsucedida de Serena a uma nova instalação da corporação, juntamente com as análises de Serena e conclui que é o mesmo composto básico em ambas fórmulas. Elisa fica arrasada com a descoberta e avisa Serena. Serena conclui que Deodato é Batista e decide segui-lo, e acaba por descobrir o encontro de Batista com os fornecedores do remédio da filha. Serena não se contém ao ver a cena, e uma luta acontece com Serena no modo fúria. Batista fica sem reação ao ver Serena.

• SINOPSE DO SEXTO EPISÓDIO: SEPARAÇÃO

Serena confronta Batista, que lhe confessa toda a verdade sobre o acordo que tinha com fornecedores, e que agora que sabia, os chefes da Corporação Healer. Ele explica que quando a viu praticamente voltar a vida, não sabia o que fazer, e foi sendo tomado por uma esperança à medida que descobria mais sobre os poderes de Serena, pois poderiam quem sabe curar sua filha. Ao passo que sabia, que se contasse a verdade, perderia suas chances. Ele também menciona algumas das coisas que teve de fazer, e quando fala o nome de uma casa, ou laboratório que alguns corpos não identificados de mulheres saiam e ele tinha que fazê-las serem dadas como indigentes Serena tem um flash de memória. Voltando a si, xinga Batista e o condena por todas as mentiras que disse, e antes de sair dá um soco no policial de raiva. Serena procura suas anotações na casa de Elisa, encontra a que desejava e parte sem falar nada, deixando Elisa falando sozinha. Batista vai até a casa de Elisa a procura de Serena, mas se depara com a dona da casa e lhe confessa também todas as mentiras. Elisa chora de raiva por ter confiado mais uma vez, ao passo que acha que ama Batista. Batista diz que precisam encontrar Serena, pois ela está agindo sem pensar. Luciano chega para ajudar a rastrear o celular de Serena. Batista parte atrás de Serena.

• SINOPSE DO SÉTIMO EPISÓDIO: CONEXÃO

Batista chega na instalação, entra e segue o rastro de corpos machucados e deitados pelo chão Serena vai até a administração do lugar, a procura da pasta de código 53R3N4. No caminho encontra vários quartos onde as mulheres ainda estão sendo feitas de cobaias para o soro, a jovem escuta muitos gritos e sofrimento. Serena então começa a abrir os quartos e incentivá-las a fugirem, enquanto bate nos guardas e enfermeiros do lugar. Batista chega à administração primeiro, e pega uma caixa que contém o arquivo de Serena, e alguns objetos pessoais. Os agentes da corporação chegam à instalação muito bem armados. Serena escolta as mulheres para fora, deixando-as fugir pelas portas dos fundos e pelas janelas. Batista abre a caixa e acha entre outras coisas o papel de pirulito dado por ele a Serena, quando ela ainda era uma criança. Ele se dá conta então que a menina daquele dia era

Serena, tem um momento de reflexão repensando todas as suas atitudes erradas, e parte para encontrá-la. Nesse meio tempo, os agentes encontram Serena e começam a briga, dessa vez armados. Serena se descuida e um dos agentes atira em direção a cabeça de Serena, mas Batista entra na frente da bala e recebe o tiro. Batista cai no colo de Serena, pede desculpas novamente por não contar quem ele era de verdade, e por querer usar Serena para a cura da filha. Diz “Até um novato

deveria saber quando uma criança precisa de ajuda” ... e entrega o papel de pirulito na mão de Serena, que tem um flash de memória com o papel. Serena olha para ele, e Batista diz “Eu tive duas chances de te salvar, e pelo menos hoje eu consegui. Obrigado”. E cai morto. Uma lágrima escorre do rosto de Serena, que olha para cima em sinal de tristeza, mas quando volta o olhar para frente toma um tiro no meio da testa novamente, caindo desfalecida.

3.6.6. ARGUMENTO DO EPISÓDIO PILOTO: PROJETO 53R3N4

Nome do episódio: FRAÇÃO

O relógio visto na Marginal Pinheiros na altura do Jaguaré, marca que já passou da noite. A silhueta de serena é vista observando a entrada principal de um dos vários galpões que existem no bairro. Ela está do outro lado da rua, escondida entre as sombras dos postes. Uma narração em off, feita por Serena, profere frases soltas que não fazem sentido literal, letras de músicas e frases de filósofos. Serena tira do bolso um maço de cigarros e percebe que só lhe resta um, joga o maço vazio no chão, acende o último e começa a fumar enquanto encara o galpão. A narração em off é interrompida pelo barulho de uma mensagem no celular da jovem, ela pega o celular, lê a mensagem e guarda novamente na jaqueta, em seguida dá mais uma tragada no cigarro, joga no chão e apaga a bituca com o pé direito. Ela tira do bolso da jaqueta um pirulito, desembrulha e põe na boca, então atravessa a rua em direção a porta principal do galpão, bem devagar, olha para os dois lados da rua, põe a mão na maçaneta forçando-a, arrombando facilmente a porta. Serena entra com cuidado para não fazer muito barulho. Cerca de dez segundos se passam e Batista aparece na porta, já destrancada, ele observa o

arrombamento feito por Serena, pega a arma que estava na cintura e coloca em punho, olha para os dois lados da rua e também adentra o galpão. À medida em que avança pelo galpão, Batista se depara com homens desmaiados no chão, um por um, sendo que o último deles está com o canudo do pirulito fincado no olho. Ele segue por um corredor, e na procura por Serena abre algumas portas que lhe aparecem pelo caminho. Até que chega a uma porta que não está vazia, e o que Batista vê o faz recuar impulsivamente, ele arregala os olhos, e assustado com a cena fecha a porta. O homem ainda fica imóvel por alguns instantes, mas é tirado da paralisia momentânea ao ouvir um barulho de madeira se quebrando ao fundo. Ele ergue a arma novamente e segue o som. Enquanto isso, no final do corredor, já num espaço aberto do galpão. Serena, que acabara de quebrar uma cadeira nas costas de um dos guardas do local, está com um pedaço restante de madeira na mão. Ela caminha sorrateiramente em direção a outro guarda, que está de costas, para acertá-lo com uma paulada. Quando ergue o pedaço de pau para desferir o golpe, Batista, que vinha atrás dos dois, esbarra num frasco de vidro que cai no chão e quebra. O som do vidro quebrando chama a atenção de Serena e do guarda, e ambos olham para trás por impulso. Mas quando Serena retorna o olhar para frente, um tiro disparado pelo vigia a atinge no meio da testa. Serena cai morta.

Abertura da Série.

Batista coloca o corpo de Serena no porta-malas do carro com dificuldade. Ele segura a porta com as duas mãos, mas antes de fechá-la olha para o corpo, coloca as mãos no rosto, olha para cima, e gira em torno de si mesmo passando a mão do rosto até o final da cabeça. Para novamente; e fecha o porta-malas com força. Entra no carro balançando a cabeça da direita para esquerda, negativamente. Sentado no banco do motorista, ele suspira profundamente, e olha para o banco do passageiro, vendo a pasta dourada com o código de identificação 53R3N4, que contém algumas fotos de Serena. Ele pega a pasta, e começa a ler por alguns instantes, sendo interrompido pelo toque do celular. Ele atende, discute com a pessoa do outro lado da linha e desliga.

Batista entra no estacionamento subterrâneo de um prédio, estaciona o carro e entra no local, deixando Serena no porta-malas. Horas depois, já amanhecendo, Batista sai e indo para o carro, percebe que o porta-malas está aberto. Ele se assusta e corre, encarando o porta-malas vazio. Numa ação espontânea começa a procurar a garota pelo estacionamento. Ele encontra Serena encostada numa parede de canto, vomitando. Pega o carro e encosta do lado da garota, tenta colocála dentro, mas ela reluta tentando gritar, Batista então tampa a boca dela pedindo que confie nele. Serena então entra no carro, e eles saem do prédio. Ela sente muitas dores, se contorce e grita sem parar. Ao passo que grita, a narração em off volta a ecoar na cabeça de Serena, misturada a devaneios com (necrotério, experiência do soro, mãe sofrendo), e a garota desmaia. Serena abre os olhos na casa de Batista, deitada na cama da filha dele, olha ao redor e não reconhece nada do que vê. Ainda sente dores no corpo, põe a mão na testa, pois é onde mais dói. A ferida do tiro está regenerada, e as manchas de sangue estão limpas. Batista entra no quarto, e vê que Serena já está acordada, ela tenta falar, mas só consegue balbuciar pedindo água. Ele sai e volta com uma jarra de água e um copo. Serena toma a água diretamente da jarra, dispensando o copo. A água desce pelo pescoço molhando Serena, mas ela não se importa. Batista pergunta se ela sabe o que aconteceu e quem ela é, mas não recebe uma resposta, apenas um olhar profundo e tenso. Batista pergunta como ela se sente, ela responde com dificuldade dizendo que a cabeça ainda dói. Ele sai para pegar uma aspirina, e quando volta, a garota está de pé observando a casa. Ele entrega a aspirina para Serena, que olha para uma arma em cima da mesa, ele rapidamente explica que é um policial federal, e mostra o distintivo para provar, diz que o local onde estão é sua casa e mente dizendo que estava fora do expediente, e que passava pela rua, quando encontrou Serena passando mal e vomitando. Ele diz que ela lhe pediu ajuda já entrando no carro, antes que ele pudesse dizer alguma coisa, dizendo também que o hospital não era uma opção. Serena não consegue se lembrar de nada da noite anterior, e Batista não menciona nem o galpão, nem o ferimento fatal. Serena pede para ir até o banheiro, Batista aponta onde é o local, e ela vai. No banheiro, se olha no espelho, abre a torneira, levanta as mangas da camisa para lavar o rosto, e então percebe uma

tatuagem no braço esquerdo escrita: Vá para Rua Akangatu, 456. Enquanto analisa a tatuagem, Batista aparece no reflexo do espelho, parado na porta com uma toalha na mão e um sabonete, e vendo a tatuagem diz que já é um começo. De volta ao galpão, acompanhamos os passos de duas pessoas que se aproximam. Um homem e uma mulher bem-vestidos andam com lentidão e observam, olhando para todos os cantos, com curiosidade o local dos acontecimentos da noite anterior. Um terceiro homem que lhes mostra o local passa as informações que lhe são pedidas. É possível ver um distintivo da polícia na cintura do homem bem-vestido. Um homem se aproxima para dizer que encontraram alguma coisa. No endereço da tatuagem, Serena bate na porta, mas ninguém responde. Então os dois se entreolham, Batista coloca a arma em punho e Serena coloca a mão na maçaneta para ver se a porta está aberta, e com sua força acaba arrombando. Ela se assusta com a força, arregalando os olhos enquanto olha para a maçaneta, mas não conta o fato para Batista e diz a ele que a porta estava aberta. Serena entra na frente, com Batista de arma em punho logo atrás. Nesse momento, Elisa sai da cozinha com uma faca na mão, e assim que vê Serena, solta alguns palavrões pelo susto. Serena não retruca os palavrões, e assim Elisa percebe que algo está errado. Pede para Serena sentar-se no sofá, tira o celular do bolso, liga a luz do aparelho e examina as pupilas da jovem. Depois, coloca o dedo indicador na altura do olho de Serena e pede para ela acompanhar o movimento do dedo. Faz uma série de perguntas sobre lugares e datas, além de seu nome a fim de se situar sobre a memória de Serena. No meio deste questionário, se volta para Batista perguntando o que aconteceu, o policial federal mente novamente contando a mesma história dita a Serena. Elisa constata que Serena perdeu a memória novamente, e fica muito preocupada; diz à garota que o nome dela é Serena, um nome que ela mesma lhe deu.

Levantando-se do sofá e indo em direção ao quarto de Serena na casa, Elisa diz que a jovem mora com ela há cerca de 2 anos e mostra o quarto para a garota, pedindo para que Batista esperasse na sala, afinal de contas ela nem o conhecia. O quarto está bagunçado, o que gera uma piada de Elisa, está cheio de recortes de jornais nas paredes, fotos e anotações espalhadas. Batista ouve tudo que dizem

atentamente, enquanto Serena não se lembra do lugar, mas olha tudo com o máximo de detalhe. Elisa explica que Serena já teve a memória perdida uma vez, justamente quando se conheceram. E explica, que com medo de que isso pudesse acontecer mais uma vez, resolveram construir um banco de memórias com as principais coisas que ela deveria saber. Elisa então mostra no computador um vídeo que Serena deveria assistir, e coloca para reproduzi-lo. Mas enquanto o vídeo inicia, Elisa diz que Serena tem algumas habilidades especiais, e que começaram a investigar a partir daí, contando sobre o soro. Serena divide sua atenção entre ver o vídeo, ouvir o que Elisa fala, e seus pensamentos de dúvida sobre si mesma, sobre Elisa, pois afinal quem era aquela mulher dizendo saber tanto sobre sua vida. A consequência dessa atenção dividida é que Serena não escuta nada nitidamente, e tem um sentimento claustrofóbico, mexendo na gola da camisa, como se estivesse encurralada, e no ímpeto de fuga levanta subitamente da cadeira a qual estava no quarto, sai do cômodo em direção a saída da casa, passa por Batista. No caminho até a porta apanha um maço de cigarros e um isqueiro que estavam na mesa, e sai. Do lado de fora, Serena já sai da casa acendendo o cigarro e dá a primeira tragada. Dentro da casa, Batista vai até Elisa e questiona se ela não vai atrás de Serena, Elisa diz que é melhor ela ficar sozinha para assimilar tudo que ouviu, além de brincar dizendo que assim que ela arrumar uma encrenca ela vai se sentir melhor. Batista consente com a cabeça, mas percebe que a mulher está abalada pela nova falta de memória de sua protegida, pois observa os olhos marejados de Elisa mesmo com a brincadeira. Batista pergunta se Elisa está bem, ela diz que sim limpando as lágrimas, e pergunta se o policial não gostaria de beber alguma coisa. Batista diz que aceitaria um café, e Elisa brinca dizendo que precisa de algo mais forte. Ela se vira e vai em direção a cozinha, saindo do quarto. Antes de seguir Elisa, Batista dá uma olhada para o cômodo, vira de costas e sai. Na saída, o monitor do computador mostra uma pasta com o nome Deodato. Ainda fumando na esquina, Serena olha para a mão esquerda, pensa um instante e queima a mão com o cigarro, sente a dor da queimadura, mas sente mais ainda o espanto e a leve dor da regeneração da pele queimada. Durante o espanto,

Serena começa a ter um flash de memórias, ela se vê numa maca com injeções sendo injetadas no seu braço que lhe causam uma dor excruciante, depois vê um homem de jaleco dando a mão para sua versão mais nova dentro de uma sala de orfanato, até que finalmente o devaneio a leva para uma luta num local escuro com tons vermelhos, ela soca uma pessoa sem poder ver o seu rosto. Até que é interrompida pelos gritos de um homem ao fundo pedindo pelo amor de Deus para ela parar. Serena volta a si do flash, e se vê com a mão esquerda segurando um homem pelo pescoço numa parede, ele está com o rosto bem machucado, e ao seu lado uma jovem com a roupa rasgada, deixando parte do sutiã à mostra, e seus pertences espalhados pelo chão da rua. A jovem está com o celular na mão fazendo uma live mostrando toda a cena. Serena então solta o rapaz que cai no chão, reúne suas forças e sai correndo. Enquanto isso, Serena pega o celular da mão da menina, quebra no chão e volta para casa de Elisa correndo. De volta a casa de Elisa, Serena entra gritando querendo saber de Elisa o que ela é, Elisa responde que possivelmente, pelo que sabem até agora, é um efeito colateral do soro e pede que Serena vá olhar suas anotações. Serena entra no quarto, e começa a ver novamente o vídeo que havia feito para si mesma. Enquanto a Serena do vídeo fala, o telefone de Serena que está assistindo ao vídeo toca e ela se assusta, pois quase não havia percebido que tinha um celular no bolso da jaqueta. Ela olha para o celular e vê o nome Luciano na chamada. Serena franze a testa por não fazer ideia de quem seja, mas Elisa diz que é seu amigo e manda ela atender. Serena retruca receosa, mas atende e escuta Luciano gritando por socorro, mas ele é substituído na linha por outra pessoa. Serena põe o celular no viva-voz e todos escutam uma voz masculina, que a chama de 53R3N4, dizer que o jovem está com eles. A voz pede que ela venha buscar o garoto para que eles tenham uma chance de conversar e resolver as coisas entre eles. E que se não aparecer, o garoto vai morrer. Serena tem vontade de xingar a voz, mas sente um misto de dúvida e culpa pelo que acontece, além de Elisa ter informado que o garoto é muito seu amigo, e apenas pede orientações do lugar onde devem se encontrar. Elisa e Batista consentem com a cabeça que vão junto com Serena. A voz diz o local do encontro, e Batista escutando se assusta ao ouvir o endereço, mas como já havia dito que iria ajudar, não pode recuar. Sendo assim, eles bolam um pequeno plano de abordagem, e vão no carro de Elisa para o local.

Chegam no começo da noite, o local marcado para o encontro é o mesmo o qual Batista havia estado pela manhã, mas ele não diz nada nem a Serena e nem a Elisa.

Serena entra no estacionamento, sem se lembrar que já esteve ali pela manhã, enquanto Batista e Elisa ficam no carro parado do lado de fora do prédio à paisana. Quatro homens estão à espera de Serena. De dentro do carro, Batista percebe que os homens não estão armados, e comenta com Elisa. Serena pergunta por Luciano, e eles tiram-no de dentro de um carro ao lado e o empurram em direção a Serena, ele corre em direção a ela e a agradece, mas Serena é indiferente pois não reconhece o garoto e o manda sair correndo para fora do estacionamento. Lá fora, Elisa sai do carro e grita para Luciano que vai em direção a ela e entra no carro de Elisa, cujo Batista está de motorista. De volta ao estacionamento, Serena se entrega aos homens enquanto vê Luciano correndo. Assim que o jovem alcança Elisa, Serena tenta conversar com os homens a fim de obter respostas de quem eles eram e para quem trabalham, mas não obtém resposta alguma. Percebendo que não teria nenhuma resposta, ela começa uma briga com os homens, e dessa vez não se contém na força, nocauteando a todos. Enquanto a briga acontece, Luciano e Elisa voltam para o carro, e Batista arranca em alta velocidade. Nesse meio tempo ele comenta em voz baixa que acredita que a situação está fácil demais. Serena consegue fugir correndo do estacionamento indo em direção ao carro de Elisa. Nesse instante, temos a visão de uma câmera de celular de dentro de um carro parado no estacionamento gravando toda a cena até a saída furtiva de Serena do ângulo da câmera do celular.

Fim do episódio.

3.7. DA ARTE

A direção de arte, visa criar o projeto completo que envolve pesquisas e definições sobre clima/atmosfera, defesa conceitual, escolha de paleta de cores, além de acompanhar a construção do cenário, produção de objetos, figurino e

maquiagem, estando presente na filmagem e, finalmente, na “desprodução” do set etc. A direção de arte abrange toda a parte estética do filme, desenvolvendo uma unidade visual para a narrativa e atuando em parceria com a equipe de direção de fotografia, pois, tudo o que está no enquadramento é arte e é pensada através do olhar desse profissional.

3.7.1. CONCEITO VISUAL DO PILOTO

O conceito visual da série, foi pensado de maneira para que entremos na realidade da 53R3N4. A história se passa na Cidade de São Paulo, e nesta selva de pedra, S3r3n4 terá de encarar seus desafios. S3r3n4 é uma jovem que desconhece sua própria história, não tem estrutura familiar nem financeira, portanto sua vida é miserável, nesse sentido foi pensado em mostrar uma realidade mais crua, onde ela vive em um quarto que mais parece um galpão abandonado. As cores escolhidas para serem utilizadas ao longo da série são as cores triádicas pois permitem um trabalho mais arrojado e sua composição segue as vértices do triângulo no círculo cromático, possui um forte contraste visual e nos permitindo brincar com os tons e humores através das cores ao longo do episódio.

Fig. 25 – círculo cromático - blog Brigitte Calegari

3.7.2. FIGURINOS:

O figurino dos personagens e especialmente da 53R3N4, não são como fantasias de heróis, pois apesar de seus poderes, 53R3N4 não os quer, e tão pouco é reconhecida como uma heroína, portanto suas vestimentas, assim como as do batista, são comuns de acordo com suas devidas idades. Abaixo estão algumas imagens de referência:

Fig. 26 – inspiração do figurino - Imagem via Pinterest

Fig. 27 – inspiração do figurino - Imagem via Pinterest]

Fig. 28 - The Gunman 2015 - Diretor: Pierre More

3.7.3. REFERÊNCIAS DOS CENÁRIOS:

Fig. 29 - True Detective 2014 - HBO

Fig. 30 - True Detective 2014 - HBO

Fig. 31 - True Detective 2014 - HBO

Serena é jovem e confusa mentalmente, portanto seu quarto não seria diferente. Ela tem papéis sobrepostos na parede, ela não tem dinheiro para equipamento fotográfico, portanto ela desenha os rostos e lugares que ela lembra.

Fig. 32 - Ari Nogiri

Fig. 33 - Ari Nogiri

3.7.4. LOCAÇÕES

• Quarto da Serena

• Casa da Eliza

• Galpão • Estacionamento

3.7.5. ABERTURA DA SÉRIE

As aberturas das séries, bem como os títulos, são como poltronas colocadas de forma aconchegante, para que o espectador se sinta confortável em frente ao que começará a assistir. Elas são a síntese do universo e dos temas da narrativa, podem ter 30 segundos, como as de Breaking Bad e Lúcifer por exemplo, e quase 2 minutos, casos de The Sopranos e Game Of Thrones. Séries detetivescas como Marcella, Shining Girls e Jessica Jones utilizam a cidade como cenário e pedaços de cenas, além de recortes de elementos chaves para a trama. Por outro lado, a abertura de Dexter trabalha analogias visuais da temática da série, apresentando aquele universo ao espectador da mesma maneira que as outras aberturas. Para o Projeto Serena, pretendemos utilizar palavras-chave como cura, regeneração, fragmentos, investigação, abraçando a construção onírica criada para as cenas de devaneios da protagonista. Além de usar do contraste entre claro e

escuro, da fumaça e do recorte de silhuetas, característicos do noir e pensados para toda a série. O título apresentado primeiro como o código 53R3N4, para depois se transformar, dando a leitura da palavra SERENA.

3.8. DA FOTOGRAFIA

3.8.1. REFERÊNCIAS

Como principais referências na fotografia serão utilizados os filmes I Saw The Devil (2010), Locke (2013), 12 Angry Men (1957) e a série Shining Girls (2022).

Tendo em vista que o projeto terá cenas de ação, onde a protagonista terá poderes, ou seja, algo além do real, buscamos referência em uma obra da qual ainda que pautada em um mundo real, possibilita certos exageros como em I Saw The Devil. O filme sul coreano se trata de um thriller policial com elementos de terror e ação e trabalha o alto contraste de sombras em vários momentos, criando desde ambientes íntimos até imagens perturbadoras, além de que faz diversos jogos de luzes, onde as mesmas piscam ou acendem em momentos oportunos, com o intuído de criar desconforto ou revelar ambientes e personagens de maneira estilosa, sendo algo que referencia o estilo noir e, portanto, pertinente ao universo da série.

Fig. 34 - I Saw The Devil (2010, Jee-Woon Kim)

Já em relação à ação, I Saw The Devil tem cenas de luta e fuga, onde há a utilização de takes longos que preparam um ambiente de tensão até se desencadear uma ação desenfreada, sendo pertinente a uma estória onde teremos elementos de suspense e investigação, além de dar a possibilidade rítmica na montagem. Pensando nos momentos em que diálogos mais longos serão necessários, a idéia é trazer variedade de ângulos e movimentos de câmera que acompanhem o momento de cada personagem, mesmo em ambientes limitados com o intuito de evitar um cansaço visual do telespectador, assim como nos filmes Locke (2013) e 12 Angry Men (1957), dos quais as estórias quase inteiras se passam dentro de um único ambiente.

Fig. 35 - Locke (2013, Steven Knight)

Fig. 36 - Angry Men (1957, Sidney Lumet)

Fig. 37 - 12 Angry Men (1957, Sidney Lumet)

Já em relação ao esquema das cores geral, buscamos referência na série de TV Shining Girls (2022), onde em momentos pontuais é utilizado o “teal and orange”, esquema de cores onde ressaltamos o tom de pele com cores mais alaranjadas e o ciano para os tons mais escuros, de forma a buscar um contraste agradável visualmente e em outros momentos utilizarmos um tom especifico de cor para reforçar o sentimento da cena, tal como o vermelho intenso visto a constante raiva da protagonista ou o azul marinho em momentos mais sóbrios ou melancólicos dos personagens.

Fig. 38 - Shining Girls (2022, Silka Luisa)

Fig. 39 - Shining Girls (2022, Silka Luisa)

3.9. CRONOGRAMA DE QUALIFICAÇÃO

CRONOGRAMA DE QUALIFICAÇÃO

SÉRIE DE TV - PROJETO 53R3N4 - 2022

meses etapas

Proposta de parceria e análise de opções de projeto Proposta de produtora Definição do produto Convites para integrar a produtora Definição de equipe e distribuição de funções Maio Levantamento de referências e linhas de trabalho Leitura do livro “Story”, de Robert Mckee (leitura coletiva) Entrega de ficha de inscrição Acordo de mensalidade para ajudar a custear o projeto Rifa: definição de datas e premiação Roteiro: brainstorm

Abril Leitura coletiva "Como escrever séries e roteiros" Fotos do prêmio da rifa para divulgação Divisão dos números da rifa e início das vendas Sumarização da bíblia Divisão dos itens da fundamentação teórica Roteiro: brainstorm Início do desenvolvimento da fundamentação teórica Roteiro: storyline, argumento e sinopse Venda da rifa Sorteio da Rifa Roteiro: linha do tempo Desenvolvimento fundamentação teórica Roteiro: revisão argumento Desenvolvimento fundamentação teórica Tópicos da bíblia sobre a produtora e sobre o produto Roteiro: 1ª versão Desenvolvimento fundamentação teórica Revisão e correção dos itens da bíblia Roteiro: Descrição dos personagens Referências de fotografia e arte Referências sonoras Cronograma

Roteiro revisão

Maio Alinhamento dos itens faltantes Cronograma do que já foi feito Orçamento Design e layout da Bíblia Referências abertura Revisão da Bíblia: Sumario Revisão da Bíblia: ABNT Revisão da Bíblia: coesão e coerência

23/ de maio entrega da bíblia para banca de qualificação

3.9.1. CRONOGRAMA DE PRODUÇÃO

3.10. ORÇAMENTO DO PROJETO

3.10.1. CUSTOS DO PROJETO

3.10.2. CUSTOS REAIS DO PROJETO

SOMENTE APÓS AS GRAVAÇÕES

4. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS

4.1. DA PRODUTORA

Levando em conta o desafio de formar um novo grupo já no sétimo semestre da faculdade, a pontualidade e a busca pelo diálogo direto e transparente renderam uma melhor dinâmica de trabalho, algo que todos procuravam ao entrar no grupo. O objetivo em comum de buscar o melhor resultado possível dentro das possibilidades reais de execução fizeram com que nossos limites pudessem se tornar mais claros e lapidar as expectativas dentro do projeto a ser desenvolvido no decorrer do ano. A comunicação ainda precisa ser alinhada entre os membros do grupo para obter melhores resultados e decisões. Porém, de qualquer forma, a diplomacia ainda é mantida e conflitos resolvidos. A entrega é o resultado do melhor que pôde ser feito com o tempo que tivemos, novamente reduzindo expectativas, do que o projeto poderia ser para o que é possível fazer no tempo que se tem. A preocupação que paira é principalmente no quesito financeiro, já projetando os custos reais de produção e terminada essa primeira etapa, serão prioridade novas estratégias para levantamento de fundos e assim execução do projeto. Percebe-se que é possível e alcançável, porém requer manter a disciplina e compromisso que o grupo manteve até agora. Todo o desenvolvimento teórico apresentado reflete tal empenho que o grupo teve de reunir referências que pudessem enriquecer a pesquisa e contribuir para fundamentar os caminhos que escolhemos seguir. Para nós o resultado é satisfatório e esperamos estar no caminho certo para as próximas etapas.

4.2. INDIVIDUAIS

4.2.1. BRUNA PENHA FARIAS

Montar um TCC em um curto prazo e com uma nova produtora está sendo uma experiencia desafiadora, recebi o convite para participar da corporação e confesso que me senti honrada por participar de um projeto grande e ambicioso. Um lado importante nessa troca de produtora é as novas amizades e aprendizado, por conta do projeto ser produzido em um curto período conseguimos contratar muitos parceiros que vão fazer parte do projeto.

4.2.2. GABRIEL FERREIRA BARBOZA

É notório o quanto a comunicação entre uma equipe de produção audiovisual é essencial para se alcançar uma unidade, seja estética, narrativa ou na tomada de decisões para sua execução. Para tal objetivo buscamos otimizar o tempo que tivemos ao dividir leituras e separar momentos de reunião seja da equipe ou de setores da mesma e isso tem ajudado o andar do projeto até o momento atual. Creio que a fundamentação e a busca coletiva por um bom resultado tem sido nossos pontos fortes, contudo precisaremos daqui para frente avaliar outros aspectos e manter essa mentalidade na hora de determinar o que poderá e não estar de fato no produto final. Fico agradecido por ter a confiança do meu grupo para as funções que desempenharei e espero que sigamos fazendo um bom trabalho.

4.2.3. GLÓRIA MARIA BARBOSA RODRIGUES

Cada dia que passo pesquisando, escrevendo e trabalhando neste projeto vejo o quão prazeroso é estar me dedicando a algo que realmente acredito, que abre minha mente para novas possibilidades e aprendizados, apesar do cansaço estou muito feliz com tudo que está sendo construído até agora. Um dos maiores desafios para mim é driblar os imprevistos que surgem durante essa trajetória de pré-produção, isto porque embora tenha sido feito um planejamento e cronograma, o tempo parece está passando cada vez mais rápido e a demanda de conteúdo aumentando. Contudo estou satisfeita e orgulhosa do que

foi realizado durante este processo, e bastante empolgada para começar a etapa de produção, que particularmente é a que eu mais gosto, mas principalmente porque quero colocar tudo que estamos produzindo agora em execução.

4.2.4. KELLY MARIA DE FRANÇA

Não imaginei que a esta altura do campeonato eu me organizaria com pessoas na qual eu não conhecia, e confiaria na produção de um TCC. Me arrisquei e aos passos que as ideias foram surgindo, o projeto foi tendo nome, forma e contexto, me agarrei e abracei ao projeto e ao grupo, e aos poucos 53R3N4 vai tomando cada vez mais forma. Nunca imaginei que estudando Rádio, Tv & Internet, em algum momento fosse ler e estudar áreas tão complexas como a psicologia por exemplo, para salientar as ideias de nosso projeto. Meu maior medo era justamente a fundamentação teórica já que, não tenho o hábito de ler artigos e mal tinha referências bibliográficas para tal, mas fico feliz que tive a oportunidade de me superar e conhecer minhas capacidades. Fico contente também, que pudemos nos comunicar e nos organizar para que a ideia fosse aos poucos tomando cada vez mais forma para pôr fim, chegarmos até aqui. Nada está concluído e completo, há muito trabalho pela frente, mas fico contente com o resultado até então. Estou animada e com muita expectativa para a pré-produção, produção e pós estou me preparando para a chegada desses momentos e confiante pois tenho o apoio da minha equipe.

4.2.5. SIDNEY D’ALBERTO LIBERAL JÚNIOR

Analisando a jornada até aqui, posso dizer que ela tem sido de muita leitura, muita pesquisa e muita escrita, pelo menos para mim que tenho a missão de ser o roteirista dessa série. Acredito que a criatividade alinhada ao conteúdo de pesquisa que todos do grupo tem buscado, tem trazido grande qualidade para o material escrito. Porém, ainda estamos buscando o equilíbrio dessa qualidade de conteúdo em detrimento ao tempo e cronograma de entregas. A base escopo x tempo x dinheiro mais do que nunca tem de se fazer presente na mente de todos os

componentes da corporação. Sobretudo com o cronograma e orçamento previstos montados e definidos. Posso dizer que o maior desafio particular até o momento é alinhar a objetividade das datas, formatos de entrega e documentos que precisam ser escritos, em face da criatividade, das questões artísticas, e portanto, subjetivas. De novo, como diria Mr. Miyagi (Karate Kid, 1984) para seu pupilo, é sobre encontrarmos o equilíbrio.

4.2.6. WHITNEY CHRISTINA ZORDAN POLATO

Eu sinto o verdadeiro privilégio de trabalhar com a equipe que foi formada para criar e desenvolver esse projeto. A ideia inicial de Serena em nada se parece com o que ela se tornou ou ainda se tornará e a cada novo caminho, eu fico feliz com o que ela está se transformando. São temas que vibram em mim, que refletem minha história, minha relação comigo mesma, com os meus pais, com as mulheres ao meu redor. Encontrei e ainda estou trabalhando na dificuldade que é tirar algo de sua cabeça e explicar para as pessoas ao seu redor. Aos poucos vai se percebendo quais são os códigos, e quase num exercício de metalinguagem, meu parceiro de desenvolvimento de roteiro é meu completo oposto. Eu sou yin e yang e aprendermos a trabalhar juntos foi um desafio que só contribuiu para o meu crescimento. Perceber que apesar de estarmos em lados opostos não éramos inimigos, usar nossas polaridades diferentes como complementos e não como campo de guerra. Tomar decisões que fossem melhores para o projeto, deixando de fora o ego e o apego. Sinto também que esse projeto é um “fazer as pazes” com o curso. Finalmente pensar na televisão e sentir que isso é algo que eu me vejo fazendo e posso até um dia ser muito boa nisso. Ainda não é tão orgânico para mim pensar ficção com as particularidades de uma série de TV, visto que venho de uma formação em cinema fora da faculdade, mas as possibilidades, o nível de aprofundamentos que uma série pode alcançar me encanta. Espero que 53R3N4 seja um abrir caminhos de uma carreira que eu possa ter.

5. REFERÊNCIAS

5.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- A cronologia dos super-heróis. Superinteressante. [s.l.], 02 fev. 2013. Comportamento. Disponível em: <https://super.abril.com.br/comportamento/acronologia-dos-super-herois/>. Acesso em: 11 abr. 2022.

- ANDREOTTI, Bruno. A História das Histórias em Quadrinhos: a Era de Ouro. Quadrinheiros, 2013. Disponível em: <https://quadrinheiros.com/2013/04/12/ahistoria-das-historias-em-quadrinhos-a-era-de-ouro/>. Acesso em: 09 abr. 2022.

- ANDREOTTI, Bruno. A História das Histórias em Quadrinhos: a Era de Prata. Quadrinheiros, 2015. Disponível em: <https://quadrinheiros.com/2015/04/08/ahistoria-das-historias-em-quadrinhos-a-era-de-prata/>. Acesso em: 09 abr. 2022.

- ANDREOTTI, Bruno. A História das Histórias em Quadrinhos: a Era de Bronze. Quadrinheiros, 2015. Disponível em: <https://quadrinheiros.com/2015/10/13/ahistoria-das-historias-em-quadrinhos-a-era-de-bronze/>. Acesso em: 09 abr. 2022.

- AS Virgens Suicidas. Direção de Sofia Coppola. Toronto: American Zoetrope, 1999. 1 DVD (97 min.). ASSUNÇÃO MORENO, Maria Manuela. COELHO JUNIOR, Nelson Ernesto TRAUMA: O AVESSO DA MEMÓRIA. jan/jun 2012 47-61 Disponível em: <https://www.scielo.br/j/agora/a/46GrdGzGrZmXxVTLdWB6Ytj/?format=pdf &lang=pt> Acesso em: 5 mai.2022.

- BAGS, Michael. 80 anos da Marvel: de ameaça de falência a um negócio multibilionário. BBC News, [s. l.], 14 out. 2019. Brasil. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-50019558>. Acesso em: 11 abr. 2022.

- BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo – a experiência vivida; tradução de Sérgio Millet. 4 ed - São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1980. BÍBLIA, A. T. Gênesis. In BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução portuguesa da versão francesa dos originais grego, hebraico e aramaico, traduzidos pelos

Monges Beneditinos de Maredsous (Bélgica)- São Paulo: Editora Ave-Maria, 2008. p. 50. - BUONFIGLIO, Monica. Conheça o significado espiritual das cores verde e amarelo. Terra, 2010. Disponível em <https://www.terra.com.br/vida-eestilo/horoscopo/esoterico/conheca-o-significado-espiritual-das-cores-verde-eamarelo,da0861637df6d310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html> . Acesso em 17 de maio de 2022.

- CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. 11 ed. São Paulo: Pensamento, 2007.

- CAMPBELL, Joseph. O poder do Mito. 30 ed. - São Paulo: Palas Athena, 2014.

- CANTORE, Jaqueline e RUBENS PAIVA, Marcelo. Séries - De onde vieram e como são feitas.1 ed. - Rio de Janeiro: Objetiva, 2021.

- CHRISTIANSON, SVEN ÅKE. - FLASHBULB MEMORIES: SPECIAL, BUT NOT SO SPECIAL. Memory & Cognition 17, no. 4 (1989): 435-443. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.3758/BF03202615>. Acesso em: 27 abr.2022

- CIENTISTAS DESCOBREM COMO MEMÓRIAS TRAUMÁTICAS SE ESCONDEM NO CÉREBRO. UPF - Universidade Passo De Fundo, set/2017. Disponível em: <https://www.upf.br/biblioteca/noticia/cientistas-descobrem-como-memoriastraumaticas-se-escondem-nocerebro#:~:text=Se%20um%20epis%C3%B3dio%20traum%C3%A1tico%20acontece ,o%20c%C3%A9rebro%20nas%20esta%C3%A7%C3%B5es%20AM> Acesso em: 29 abr.2022.

- CINE Majestic. Direção de Frank Darabout. California: Warner Bros, 2002. 1 DVD (152 min.).

- COLETTI, Caio. A trilogia Blade reúne o melhor e o pior que o cinema de superheróis pode ser. Omelete, 2022. Disponível em:

<https://www.omelete.com.br/filmes/blade-melhor-pior-herois>. Acesso em: 15 abr. 2022.

- DA SILVA, Cíntia Cristina. Quem inventou as histórias em quadrinhos? Superinteressante. [s.l.], 18 abr. 2011. Cultura Mundo Estranho. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-inventou-as-historias-emquadrinhos/>. Acesso em: 11 abr. 2022.

- DEFINING FILME NOIR. Jack’s Movie Reviews. Youtube. 26 nov.2016. 08min51s. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=K77aPil7btM&t=303s>. Acesso em: 28 abr.2022.:

- DIFERENTES TIPOS DE PERDA DE MEMÓRIA. Clínica da Mente. Youtube. 30 de jul. de 2020. 08min06s. Disponível em: <https://youtu.be/fTc6SDRXBl8> Acesso em: 5 mai.2022. - FRANÇA MENDES, David. Série não é novela. David França Mendes, 2014. Disponível em: <https://davidfmendes.wordpress.com/2014/05/04/serie-nao-enovela/>. Acesso em: 25 de abril de 2022 LINKS:

- LOBO, Renato Fernandes. A PRESENÇA DO MITO NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS DE SUPER-HERÓIS. 202 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2020. Disponível em: <https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/23781/1/Renato%20Fernandes%20Lobo .pdf>. Acesso em: 12 abr. 2022.

- MARANGONI, Adriano. A História das Histórias em Quadrinhos: a Era de Ferro. Quadrinheiros, 2018. Disponível em: <https://quadrinheiros.com/2018/04/05/ahistoria-das-historias-em-quadrinhos-a-era-de-ferro/>. Acesso em: 09 abr. 2022.

- MARINHO, Fernando. História em quadrinhos. Brasil Escola, [s.d.]. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/redacao/historia-quadrinhos.htm>. Acesso em 09 de abril de 2022.

- MATOS, Talliandre. História em quadrinhos. Mundo Educação, [s.d.]. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/historia-historia-quadrinhos.htm>. Acesso em: 10 de abr. 2022.

- MCKEE, Robert. Story: Substância, estrutura, estilo e os princípios da escrita de roteiro. 5 ed. - Curitiba: Arte & Letra, 2006. - MURDOCK, Maureen. A jornada da heroína: a busca da mulher para se reconectar com o feminino. 1ed. - Rio de Janeiro: Sextante, 2022.

- O QUE É FILME NOIR?. Entre Planos. Youtube. 27 jul.2017. 10min36s. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6HaWB1pAV7E&t=319s>. Acesso em: 26 abr.2022.

- RAMOS, Durval. Brasil é o 2º país que mais consome streaming no mundo. Canaltech, 2021. Disponível em: https://canaltech.com.br/entretenimento/brasil-e-2opais-que-mais-consome-streaming-no-mundo-192718/. Acessado em 27 de abril de 2022. - RODRIGUES, Sonia. Como escrever séries: Roteiro a partir dos maiores sucessos da TV. 1 ed. - São Paulo: Aleph, 2014. SILVER, A.; DUNCAN, J.U.P.Film Noir. in. Aollernring, köln, p.15, 2004.

- VERGUEIRO, Waldomiro. ÂNGELO AGOSTINI, pioneiro dos quadrinhos. Omelete, 2002. Disponível em: <https://www.omelete.com.br/quadrinhos/angelo-agostinipioneiro-dos-quadrinhos>. Acesso em: 12 abr. 2022.

-VIANA, Nildo. Breve História dos Super-Heróis. In: REBLIN, Iuri Andréas; VIANA, Nildo (org.). Super-heróis, Cultura e Sociedade. 1. ed. Goiânia: Edições Redelp, 2020. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=EikXEAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT3&dq=os+primeiros+super+herois+&ots =Poxyd-A79w&sig=NU8x2j2L_b6vHVG7GJRsMkzk7QY#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 15 abr. 2022.

- VOGLER, Christopher. A jornada do escritor. 3 ed. São Paulo: Aleph, 2015.

- WHAT is Neo-NOIR?: You don't need a detective to figure out the meaning of neonoir.. Los Angeles, 8 jul. 2021. Disponível em: https://nofilmschool.com/neo-noirdefinition-and-examples. Acesso em: 29 abr. 2022.

- WOOLF, Virginia. Um teto todo seu; tradução de Bia Nunes de Souza, Glauco Mattoso. 1º ed. – São Paulo: Tordesilhas, 2014

6. APÊNDICES e ANEXOS

6.1. APÊNDICE A – ROTEIRO

PROJETO 53R3N4 Por: Sidney Liberal & Whintney Polato.

Corporação AAAH! corporacaoaaah@gmail.com

EPISÓDIO 01 (PILOTO): "FRAÇÃO"

INSERT - MOSTRAR UM RELÓGIO DE DIVISÃO DE FAIXA DA MARGINAL PINHEIROS MARCANDO 22H, DEPOIS AFASTAR A CÂMERA PARA MOSTRAR O LOCAL DA MARGINAL PINHEIROS NA ALTURA DO BAIRRO DO JAGUARÉ.

CENA 1 - EXT. GALPÃO - NOITE

(SERENA)

UMA SILHUETA FEMININA É MOSTRADA, ENTRE AS SOMBRAS CRIADAS PELA ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL DOS POSTES, OBSERVANDO A ENTRADA PRINCIPAL DE UM GALPÃO QUE ESTÁ DO OUTRO LADO DA RUA. UMA NARRAÇÃO EM OFF, DE VOZ FEMININA, PROFERE FRASES SOLTAS QUE NÃO TEM SENTIDO LITERAL. LETRAS DE MÚSICA E FRASES DE FILÓSOFOS.

Serena, uma mulher de 24 anos, cabelos escuros, com aproximadamente 1,7m de altura, usando uma calça jeans, uma camiseta branca com uma jaqueta de couro por cima e calçando uma bota preta, tira do bolso um maço de cigarros, olha e percebe que só lhe resta um. Coloca o último cigarro na boca, amassa o maço vazio e joga no chão. Acende o cigarro e começa a fumar enquanto encara o galpão com olhar fixo.

NARRAÇÃO EM OFF É INTERROMPIDA PELO BARULHO DE UMA MENSAGEM NO CELULAR DE SERENA.

Serena pega o celular no bolso da jaqueta do lado direito, lê a mensagem e guarda novamente no mesmo lugar, em seguida dá mais uma tragada no cigarro, joga no chão e apaga a bituca com pé direito. Em seguida tira do outro bolso da jaqueta um pirulito, desembrulha, joga o papel no chão e põe na boca. Então atravessa a rua em direção a porta principal do galpão, olhando para os dois lados da rua e dando uma leve corrida e depois, quando já está perto da porta, vai bem

devagar, põe a mão na maçaneta forçando-a, arrombando facilmente a porta. Dá mais uma olhada ao seu redor, abre a porta e entra.

CENA 2 - EXT. GALPÃO - NOITE

(BATISTA)

ENTRADA PRINCIPAL DO GALPÃO

CERCA DE 10 SEGUNDOS SE PASSAM DA ENTRADA DE SERENA PELA PORTA. BATISTA, um homem de 42 anos, em roupas sociais, de barba e bigode aparece na mesma porta, já entreaberta. Ele olha o arrombamento, pega a arma que estava na cintura e coloca em punho, olha para os dois lados da rua e também entra no galpão pela porta arrombada.

CENA 3 - INT. CORREDOR GALPÃO - NOITE

(BATISTA, FIGURANTES)

Andando por um corredor escuro, com luzes somente ao fundo, Batista vai se deparando com homens desmaiados no chão, um por um, até que chega no último deles que está no chão desacordado com o canudo do pirulito fincado no olho. Ele olha a cena por um fração de segundos, e depois se volta novamente para o corredor, abrindo algumas portas que aparecem pelo corredor, tanto na esquerda quando na direita. Todas estão vazias, até que uma delas não está, ele abre e tem um impulso de recuar para trás rapidamente, arregala os olhos assustado com a cena, e fecha a porta. O homem ainda fica imóvel por alguns instantes.

BARULHO DE MADEIRA SE QUEBRANDO VINDO DO FINAL DO CORREDOR

Batista sai da paralisia momentânea, ergue a arma e segue a origem do som.

CUT TO:

CENA 4 - INT. ESPAÇO ABERTO GALPÃO - NOITE

(SERENA, BATISTA, FIGURANTES)

NO FINAL DO CORREDOR, NO ESPAÇO DO GALPÃO ABERTO, REPLETO DE CAIXAS EMPILHADAS E COM BOA ILUMINAÇÃO.

Serena, está com um pedaço quebrado de uma cadeira de madeira na mão, enquanto no chão perto do seu pé tem um homem desmaiado. Ela empunha na mão direita o pedaço de pau e caminha sorrateiramente por trás em direção a outro homem que está olhando para o lado oposto. Quando chega próxima o suficiente, ergue o pedaço de pau para desferir o golpe.

UM BARULHO DE VIDRO QUEBRANDO

Serena, com o pedaço de madeira erguido, olha para trás por impulso, ao passo que o homem que receberia o golpe também olha para trás seguindo o som. Os dois veem Batista.

CUT TO:

Batista, imóvel, com arma na mão, encarando Serena e o homem, com um frasco qualquer de vidro espatifado pelo chão.

CUT TO:

Serena retorna o olhar para frente, um tiro disparado pelo homem a atinge no meio da testa. Serena cai morta.

ABERTURA DA SÉRIE

CENA 5 - EXT. CARRO - NOITE

(BATISTA, SERENA)

DO LADO DE FORA DO GALPÃO, NUMA RUA PERTO, NO CARRO DE BATISTA.

Batista está colocando o corpo de Serena no porta-malas do seu carro, encaixa os braços por último. Está respirando bela boca, demonstrando cansaço. Ele segura a tampa do porta-malas com as duas mãos de frente para o corpo olhando-o, coloca as mãos no rosto, olha para cima e dá uma volta em torno de si

mesmo passando a mão do rosto até a nuca. Para novamente; e fecha o portamalas com força.

Dá a volta e entra no carro pela porta do motorista balançando a cabeça da esquerda para direita e vice-versa, negativamente. Senta no banco, suspira profundamente, olha para o banco do passageiro e vê uma pasta dourada com o código 53R3N4. Ele pega a pasta, abre e começa a ler, a pasta contém algumas fotos de Serena.

CELULAR DE BATISTA TOCA

Batista pega o celular tocando do bolso, atende enquanto joga a pasta de volta no banco do passageiro. Ele discute com a pessoa do outro lado da linha e desliga.

CENA 6 - INT. ESTACIONAMENTO - NOITE

(BATISTA)

O CARRO DE BATISTA ENTRA NUM ESTACIONAMENTO SUBTERRÂNEO DE UM PRÉDIO COMERCIAL.

Batista sai do carro já estacionado, e vai em direção aos elevadores para entrar no prédio.

CENA 7 - INT. ESTACIONAMENTO - DIA

(SERENA, BATISTA)

IMAGENS DO ALVORECER DO DIA EM SÃO PAULO. DEPOIS IMAGENS DO ESTACIONAMENTO.

Batista aparece saindo de um elevador e indo em direção ao local do carro estacionado. Avista o carro de longe e percebe que o carro está com o porta-malas aberto. Começa a correr em direção ao carro, até parar em frente ao porta-malas aberto e vazio. Começa a procurar pela garota no estacionamento, correndo de um lado para o outro e olhando para locais mais distantes. Encontra Serena encostada numa parede do canto do estacionamento, sentindo dores e vomitando.

Batista volta para o carro e encosta do lado de Serena, ele tenta puxar a garota para dentro do carro do banco do passageiro, mas ela reluta tentando gritar, mesmo com dificuldades pelas dores.

SERENA (TENTANDO GRITAR, MAS COM DORES)

AAAH! Sai...Sai. Me me...deixa em paz...

BATISTA (TAMPANDO A BOCA DA GAROTA)

Confia em mim, confia em mim. Você não vai querer ficar aqui sozinha.

SERENA (GRITANDO COM DORES)

AAAH!

Serena entra no carro, Batista dá a volta e entra no banco do motorista, liga o carro e eles saem do estacionamento.

CENA 8 - INT. CARRO EM MOVIMENTO - DIA

(SERENA, BATISTA)

CARRO DE BATISTA EM MOVIMENTO, EM DIREÇÃO A SUA CASA.

Serena sente muitas dores, se contorce e grita sem parar enquanto Batista dirige o carro.

NARRAÇÃO EM OFF VOLTA A ECOAR SOMENTE NA CABEÇA DE SERENA

INSERT - FLASHS DE SERENA COM NECROTÉRIO, EXPERIÊNCIAS DO SORO E A MÃE SOFRENDO.

Serena dá um último grito e desmaia logo em seguida.

CENA 9 - INT. QUARTO DA FILHA DE BATISTA - DIA

(SERENA, BATISTA)

Serena abre os olhos, percebe que está deitada numa cama de solteiro e levanta o dorso lentamente, olha ao redor do quarto e franze a testa não reconhecendo nada do que vê. Geme ainda por dores, e põe a mão na testa, no local do tiro, que é onde mais dói, mas não há ferida alguma. Batista entra e fica parado do lado da porta do quarto, Serena o vê e tenta falar.

SERENA (LENTAMENTE)

Água…

Batista sai do quarto e volta com uma jarra de água e um copo. Batista estende os braços entregando os dois a Serena, mas a garota pega a jarra pela duas mãos e toma a água diretamente, dispensando o copo. A água desce pelo pescoço molhando Serena, mas ela não se importa.

BATISTA

O que aconteceu com você?...Sabe pelo menos o seu nome?...

Serena apenas olha diretamente para Batista, secando a boca com o lençol da cama. Um olhar tenso, sem emitir qualquer som. Batista então tenta novamente.

BATISTA

Como você se sente?

SERENA

Dor de cabeça.

Batista sai do quarto novamente. Serena se levanta da cama com dificuldades e devagar. Dá uma volta pelo quarto olhando a mobília e a decoração e sai do quarto, indo em direção a sala da casa.

CENA 10 - INT. SALA DA CASA DE BATISTA - DIA

(SERENA, BATISTA)

Serena está observando a sala da casa, e Batista sai de outro cômodo com uma aspirina na mão. Ele entrega a aspirina para Serena, que pega o remédio e desvia o olhar para uma arma que está em cima da mesa da sala.

BATISTA (MOSTRANDO O DISTINTIVO)

É minha, sou policial federal...Pode ficar tranquila, aqui é minha casa.

O DISTINTIVO DE BATISTA CONTÉM SEU SOBRENOME.

BATISTA

Eu estava de folga ontem a noite, e te achei numa rua passando mal e vomitando. Parei do seu lado e você já foi entrando no carro...

BATISTA

A única coisa que disse antes de desmaiar era pra não te levar pro hospital. Então, cá estamos...

SERENA (FALANDO BAIXO E ABAIXANDO A CABEÇA)

Eu não consigo lembrar, nem de ontem, nem de nada...Posso usar seu banheiro ?

BATISTA (APONTANDO COM O DEDO O LOCAL)

Claro, é ali.

Serena vai em direção ao banheiro.

CENA 11 - INT. BANHEIRO DE BATISTA - DIA

(SERENA, BATISTA)

No banheiro, Serena está de frente para o espelho, com a pia logo abaixo. Ela se olha no espelho, abre a torneira, levanta as mangas da camisa que esta usando para lavar o rosto, e então percebe uma tatuagem no braço esquerdo, ela ergue o braço na altura do espelho e lê.

A TATUAGEM DIZ: VÁ PARA RUA AKANGATU, 456.

Ela continua olhando para o braço e a tatuagem, quando Batista aparece no reflexo do espelho, para na porta com uma toalha na mão e um sabonete. Ele vê a tatuagem.

BATISTA

Já é um começo.

CENA 12 - INT. GALPÃO - DIA APÓS SERENA TOMAR O TIRO

(CORPORAÇÃO HEALER)

DENTRO DO GALPÃO, A CÂMERA MOSTRA APENAS OS PÉS DE DUAS PESSOAS QUE ANDAM JUNTAS UMA AO LADO DA OUTRA

Um homem e uma mulher, em trajes sociais finos, andam com lentidão e observam, olhando para todos os lados, com curiosidade o galpão. Ele fazem o mesmo trajeto que Serena e Batista fizeram na noite anterior. Um terceiro homem que vai a frente deles mostra o local, respondendo as perguntas dos dois que vão atrás.

MULHER EM TRAJE SOCIAL

Foi por volta de que horas?

GUIA

Acho que umas nove e meia, dez horas.

HOMEM EM TRAJE SOCIAL

Ela estava sozinha mesmo? E conseguiu fazer todo esse estrago?

GUIA

Parece que sim senhor, foi tudo muito rápido.

ENQUANTO CONVERSAM, A CÂMERA FOCA NO DISTINTIVO DA POLÍCIA NA CINTURA DO HOMEM EM TRAJE SOCIAL.

Um terceiro homem se aproxima, e fala ao ouvido do homem que está de guia. Ele escuta e acena com a cabeça que está entendendo.

GUIA

Parece que encontraram alguma coisa.

CENA 13 - EXT. CASA DE ELISA - DIA

(SERENA, BATISTA)

IMAGENS MOSTRAM UMA RUA E UMA CASA COM VISÃO DA PORTA DA FRENTE DE LONGE.

Serena e Batista se aproximam da porta. Serena bate, mas ninguém responde. Os dois se entreolham, Batista coloca a arma em punho, sai da frente da porta e vai dar uma olhada pela janela próxima. Serena coloca a mão na maçaneta para ver se a porta está aberta, e com sua força acaba quebrando a tranca. Ela arregala os olhos olhando para a maçaneta, gira e percebe que agora está aberta.

SERENA (SUSSURRANDO)

Ei, ei. A porta está aberta.

BATISTA

Vai na frente, acho que não tem ninguém.

Serena entra pela porta, com Batista com a arma em punho logo atrás.

CENA 14 - INT. SALA - CASA DE ELISA - DIA

(SERENA, BATISTA E ELISA)

Serena e Batista terminam de passar pela porta da casa, e são surpreendidos.

Elisa, uma mulher de 37 anos, vestida com roupas largas e sem qualquer grife, sai da cozinha, do outro lado da sala com uma faca na mão, nervosa e apreensiva. Assim que vê Serena se acalma e abaixa a mão com a faca.

ELISA

Puta que pariu Serena, que susto do cacete !!!

ELISA (COLOCANDO A MÃO NO PEITO)

Uuhh...Caraio, pressão bateu lá no teto e voltou.

Serena fica em silêncio olhando para a mulher, Batista abaixa a arma calmamente. Elisa olha para Serena e o olhar da garota demonstra que algo está errado. Elisa vai até Serena, pega a garota pelas mãos e a leva até o sofá, no meio da sala.

ELISA (PEGANDO SERENA PELAS MÃOS)

Vem, senta aqui no sofá. Tem alguma coisa errada.

Elisa senta ao lado de Serena no sofá, uma de frente para outra. Elisa tira um celular do bolso, a liga a lanterna do aparelho e examina as pupilas da jovem. Depois, coloca o dedo indicador na altura do olho de Serena e começa a movimentá-lo na horizontal.

ELISA (MEXENDO O DEDO INDICADOR)

Segue meu dedo com os olhos. Você sabe seu nome? Sabe que mora aqui? Sabe que dia é hoje? Lembra do vizinho gostoso do 303?

SERENA (SEGUINDO COM O OLHO O DEDO)

Não sei meu nome, não consigo me lembrar de nada. Ãh vizinho??

Elisa vira-se para Batista.

ELISA

E você quem é? O que tá fazendo com a Serena?

BATISTA

Eu vi ela passando mal na rua, parei e ela quase pulou dentro do carro pedindo ajuda.

ELISA

E porque você não levou ela para o hospital?

BATISTA

Ela disse que o único lugar pra não levar era para o hospital.

Elisa franze a testa não muito contente com a resposta. Se volta novamente para Serena, com o rosto preocupado e triste, se segurando para não chorar.

ELISA

Seu nome é Serena, pelo menos é o nome que eu te dei. E você perdeu a memória de novo. Sim, isso já aconteceu antes contigo.

Elisa se levanta do sofá e vai em direção ao quarto de Serena na casa.

ELISA (ABRINDO A PORTA DO QUARTO)

Você já mora comigo há uns dois anos, esse aqui é seu quarto.

Serena não se move com a informação dada, fica parada no sofá.

ELISA

Elisa olha para Batista. Levanta Serena, vem ver.

ELISA

O Senhor pode aguardar aqui na sala por favor, não te conheço para mostrar minha casa assim de primeira.

CENA 15 - INT. QUARTO - CASA DE ELISA - DIA

(SERENA, ELISA)

Serena levanta e vai até o quarto, entra e vê que está uma bagunça, cheio de recortes de jornais nas paredes, fotos e anotações espalhadas pela mesa e papéis e livros pelo chão.

ELISA

Vamos ver se com o reset da memória você fica menos bagunceira um pouco mais organizada. Isso aqui tá foda...

Serena olha tudo com calma e o máximo dos detalhes.

ELISA

A outra vez que você perdeu a memória foi quando a gente se conheceu, uma insanidade total inclusive. Você ficou com medo de acontecer de novo, e ai teve a ideia de montar um vídeo pra você mesma.

ELISA

Tirou até de um filme senão me engano. Aí no meio tem tipo um banco de memórias, das principais coisas que você deveria saber sobre...você.

Elisa vai até um computador que tem no quarto e mostra o vídeo que citou, clicando para reproduzi-lo. Serena se aproxima e começa a olhar para a tela do computador.

ELISA

Serena, tem algumas coisas que você tem que saber...você tem, tipo...como posso dizer...habilidades especiais.

SERENA (OLHANDO AINDA PARA O COMPUTADOR)

Que? Como assim habilidades especiais?

ELISA

É, pode parecer coisa de drogado, quer dizer meio que é...mas é que descobrimos que você tinha esses dons e depois um soro.

SERENA (VIRA PARA ELISA)

Habilidades de soro? Olha, isso não faz o menor sentido, não estou entendendo nada. Eu nem te conheço pra você estar falando essas coisas pra mim.

ELISA

Quando eu te conheci, nós descobrimos que você tinha essas habilidades, e era devido a um soro que você foi submetida quando era criança...

Serena senta numa cadeira que havia na frente do computador e volta o olhar novamente para o vídeo, mas não presta atenção nem no vídeo e nem nas palavras de Elisa que agora parecem estarem longe.

Serena começa a se sentir sem ar, começa a mexer na gola da camiseta tentando aumentar a entrada de ar, sente muito calor e falta de ar. Respira rapidamente e ofegante. Até que levanta rapidamente da cadeira e sai do quarto rapidamente.

CENA 16 - INT. SALA DE ELISA - DIA

(SERENA, BATISTA)

Serena sai do quarto e vai em direção a porta de saída da casa, passa por Batista que sentado no sofá, e no caminho até a porta apanha um maço de cigarros e um isqueiro que estavam na mesa, e sai. Batista então se levanta e vai até o quarto.

CENA 17 - EXT. CASA DE ELISA - DIA

(SERENA)

LADO DE FORA DA ENTRADA DA CASA DE ELISA

Serena sai pela porta da casa já acendendo o cigarro e dá a primeira tragada enquanto chega na rua.

CENA 18 - INT. QUARTO - CASA DE ELISA - DIA

(ELISA, BATISTA)

NO QUARTO DE SERENA

Batista vai até Elisa.

BATISTA

Você não acha melhor ir atrás dela?

ELISA (TRISTE, TENTANDO NÃO CHORAR)

Não, é melhor ela ficar sozinha um pouco. Ela precisa assimilar tudo que viu e ouviu. Além do mais, eu conheço a Serena, primeira briga que ela se meter, tudo melhora.

BATISTA (CONSENTINDO COM A CABEÇA)

Mas e você, está bem ?

ELISA (LIMPANDO AS LÁGRIMAS)

Eu tô bem sim, obrigado. Aí que falta de educação a minha, você não gostaria de beber alguma coisa? Quem sabe um café.

BATISTA

Claro, claro. Eu aceito um cafezinho sim, mas sem açúcar por favor.

ELISA

Eu tava precisando de alguma coisa mais forte, isso sim.

Elisa se vira e sai em direção a cozinha. Batista dá uma olhada geral no quarto, vira de costas e sai.

A CÂMERA FOCA NO COMPUTADOR QUE MOSTRA UMA PASTA COM NOME "DEODATO".

CENA 19 - EXT. RUA - DIA

(SERENA, BANDIDO E MULHER ASSALTADA)

SERENA FUMANDO NA CALÇADA DA RUA NA ESQUINA DA CASA DE ELISA.

Enquanto fuma, Serena olha para a mão esquerda, pensa um instante, tira o cigarro da boca com a mão direita e queima a esquerda com o cigarro. Sente a dor da queimadura, mas sente muito mais o espanto e a dor da pele queimada se regenerando.

SERENA (MURMURIOS DE DOR E ESPANTO)

Aaahhh...Ãh, que porra é essa...

INSERT - SERENA TEM OUTRO FLASH DE MEMÓRIAS, ELA SE VÊ NUMA MACA COM INJEÇÕES SENDO APLICADAS NO SEU BRAÇO QUE LHE CAUSAM UMA DOR EXCRUCIANTE, DEPOIS VÊ UM HOMEM DE JALECO BRANCO DANDO A MÃO PARA UMA SERENA CRIANÇA NUM ORFANATO, ATÉ QUE VÊ UMA LUTA NUM LOCAL ESCURO COM TONS VERMELHOS. SERENA COMEÇA A SOCAR UMA PESSOA SEM PODER VER SEU ROSTO, ATÉ GRITOS A TIRAM DO FLASH

BANDIDO

Para!!! Para !!! por favor...para, pelo amor de Deus!!!

Serena volta a si, e se vê com a mão esquerda segurando um homem pelo pescoço numa parede. Ele está com o rosto todo machucado, e ao seu lado uma jovem com a roupa rasgada, deixando parte do sutiã a mostra, e seus pertences espalhados pelo chão da rua. A jovem está com o celular na mão fazendo uma live mostrando toda a cena. Serena então solta o rapaz, que cai no chão, reúne suas forças e sai correndo. Enquanto isso, Serena pega o celular da mão da menina, quebra no chão e volta para casa de Elisa correndo.

CENA 20 - INT. CASA DE ELISA - DIA

(SERENA, ELISA E BATISTA)

SALA DA CASA DE ELISA

Serena entra gritando. Elisa e Batista aparecem vindo da cozinha por conta do barulho.

SERENA

O que eu sou, o que eu sou...o que eu acabei de fazer, que ódio é esse, parece que eu vou explodir.

ELISA

Calma Serena, calma. O que aconteceu? Essa raiva, pelo que descobrimos até agora, é um efeito colateral do soro.

SERENA

AAAH! De novo essa porra de soro...

ELISA

Assiste pelo menos o vídeo pra você entender o básico...

Serena respira e tenta se acalmar. Vai para o quarto, seguida por Batista e Elisa.

CENA 21 - INT. QUARTO - CASA DE ELISA - DIA

(SERENA, BATISTA E ELISA)

QUARTO DE SERENA, O VIDEO REPRODUZIDO CONTÉM AS MESMAS FRASES E LETRAS DE MÚSICA DA NARRAÇÃO EM OFF

Serena senta na cadeira em frente ao computador, clica e o vídeo começa a rodar.

UM TELEFONE TOCA NO BOLSO DE SERENA NO COMEÇO DO VÍDEO.

Serena se assusta com o toque, pois não havia percebido que tinha o aparelho no bolso da jaqueta. Ela olha para o celular e vê o nome Luciano na chamada. Serena franze a testa, querendo ignorar a ligação. Elisa vê o nome no celular de Serena.

ELISA

Atende! Ele é seu amigo.

SERENA

Não tenho ideia de quem seja.

ELISA

Serena atende...

Serena atende o celular e imediatamente escuta um grito de socorro do outro lado da linha. Serena coloca o celular no viva-voz.

SERENA

Alô! Alô! Quem é que tá falando?

Uma voz masculina substitui a que gritou por socorro.

VIVA-VOZ

Olá 53R3N4, gostaria de informá-la que seu amigo magricela está sob nossos cuidados. E que se você não nos encontrar, digamos que os cuidados dele serão...permanentes.

Serena abre a boca para xingar a pessoa no viva-voz, mas se contém. Ela respira fundo antes de mais nada, pois sente a culpa, ainda que não se lembre.

ELISA

Caralho Serena! o Luciano estava tentando de ajudar, por mais que você não lembre, ele é seu amigo. E é a vida de outra pessoa em jogo.

SERENA

Como você quer se encontrar?

Batista e Elisa se entreolham, acenando com a cabeça concordando que vão junto com Serena.

VIVA-VOZ

Rua Miguel de Cervantes, 989. As 7 da noite.

A voz masculina desliga o telefone após as informações. Batista, ao ouvir o endereço, toma um susto, passa a mão pelo rosto em tom de preocupação. Mas volta rapidamente a posição inicial. Serena e Elisa não percebem o susto.

ELISA

Já que vamos todos, é bom pensar em alguma coisa.

BATISTA

Sim, é é é bom ter um plano. E não podemos ir no meu carro, afinal de contas eu sou da federal, pode dar problema pra mim.

SERENA

OK, então vamos pensar. Eu tenho um começo de ideia.

ELISA

Diga.

CENA 22 - EXT. ESTACIONAMENTO - NOITE

(SERENA, ELISA E BATISTA)

ELES BOLAM UM PEQUENO PLANO E VÃO NO CARRO DE ELISA, MAS QUEM DIRIGE É BATISTA. O LOCAL MARCADO É O MESMO O QUAL BATISTA ESTEVE PELA MANHÃ, MAS ELE NÃO DIZ NADA A NENHUMA DAS DUAS.

Serena entra no estacionamento a pé, descendo a rampa dos carros. Enquanto Batista e Elisa ficam dentro do carro parado do outro lado da rua, em frente ao prédio. Quatro homens parados um do lado do outro, estão a espera de Serena. Eles estão do lado de um carro estacionado. Nenhum deles está armado.

CUT TO:

BATISTA

Daqui não dá pra ter certeza, mas acho que eles não estão armados.

ELISA (TENTANDO OLHAR)

Será? Parece que não mesmo, mas isso é muito estranho.

BATISTA (CONCORDANDO COM A CABEÇA)

Sim, não faz sentido.

Serena para na frente dos homens.

CENA 23 - INT. ESTACIONAMENTO - NOITE

(SERENA, LUCIANO) + QUATRO FIGURANTES

Serena parada em frente aos homens, sem demonstrar nervosismo.

SERENA

CUT TO:

To aqui, Cadê o Luciano?

Os dois homens que estavam mais perto do carro, vão até a porta do banco de trás e tiram Luciano, um jovem de 18 anos recém completados, magro e com óculos de grau. O garoto está assustado, e os homens o empurram na direção de Serena. Ele corre.

LUCIANO (CORRENDO NA DIREÇÃO DELA)

Obrigado Serena...obrigado

Serena é indiferente, não olha para o garoto e mantém a atenção nos quatro homens.

SERENA

Corre moleque, sai fora daqui, corre...

Luciano sai correndo pela rampa do estacionamento em direção a saída.

CUT TO: CENA 24

Serena levanta as mãos em sinal de que não vai oferecer resistência, um dos homens a segura com as mãos para trás e as amarra. Enquanto isso, Serena mantém a visão em Luciano, até ele sair do seu campo de visão alcançando a saída.

SERENA (SE VOLTANDO PARA OS HOMENS)

Bom, agora que estamos sozinhos. Vocês são os famosos quem? E Que porra querem comigo?

Silêncio. Até que um dos homens dá um soco na barriga de Serena, que sente a dor e agacha por reflexo.

SERENA (SENTINDO A DOR DO SOCO)

Sério, não vão falar nada? Olha eu não lembro da cara de nenhum de vocês, mas depois disso aqui, tomara que vocês também não...

Serena dá uma cabeçada no homem que estava a segurando por trás, arrebenta facilmente as mãos amarradas.

SERENA (DANDO UM LEVE SORRISO)

Ah, eu vou gostar disso.

Ela começa uma luta contra os quatro. Ela bate em todos eles, dessa vez não contendo a força, deixando todos desmaiados e bem machucados.

Elisa sai do carro e grita para Luciano que estava saindo correndo do estacionamento. Luciano então vê Elisa e corre em direção a ela.

CENA 25 - EXT. ESTACIONAMENTO - NOITE

(LUCIANO, ELISA E BATISTA)

Luciano e Elisa entram no banco de trás do carro.

ELISA

Vai vai vai vai Batista...

Batista liga o carro e arranca para frente do prédio.

BATISTA (FALANDO CONSIGO MESMO)

Isso tá muito fácil...

ELISA

Que??

BATISTA

Nada nada...Corre Serena Corre !!!

Serena corre em direção ao carro, abre a porta do passageiro, entra e o carro sai em disparada.

CUT TO:

CENA 26 - INT. CELULAR GRAVANDO - NOITE

A VISÃO DE UMA CÂMERA DE CELULAR DE DENTRO DE UM CARRO PARADO NO ESTACIONAMENTO GRAVANDO DE FRENTE TODA A CENA DA CHEGADA ATÉ A FUGA DE SERENA, APÓS NOCAUTEAR TODOS OS HOMENS.

FIM DO EPISÓDIO

This article is from: