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2.2.2. OS SUPER-HERÓIS NAS TELAS
Fig. 13 - Revistas em Quadrinhos - Superman - Reino do Amanhã e Marvel vs DC #4
Nessas eras, podemos perceber que os super-heróis sofreram diversas transformações, sejam em suas histórias, seus alter-egos, seus poderes, suas intenções, por fim, em suas jornadas. Mesmo criados há várias décadas, e por reflexos de suas épocas, sofrem até hoje a influência das constantes discussões e evoluções da sociedade. Porém, sempre mantendo seus ideais de super-heróis, das aventuras e da luta do bem contra o mal. E assim, a partir da década de 90, temos o início da ascensão dos superheróis no cinema, com a atenção de Hollywood se voltando para revistas em quadrinhos, ou histórias em quadrinhos ou ainda simplesmente HQs. Ricas em mundos, histórias, cheias de aventura e cores. Com a incursão de sucesso, a inversão das prioridades se tornaria inevitável, inclusive pelo retorno financeiro.
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2.2.2. OS SUPER-HERÓIS NAS TELAS
Na década de 40, o Superman, como esperado, foi o primeiro super-herói a ter incursões fora dos quadrinhos, como um programa de rádio e animações que eram exibidas no cinema, inclusive onde ele ganharia o poder de voar. Já em 1952, As Aventuras de Superman, uma série em Live Action que contava com George Reeves no papel de Clark Kent/Superman, tem início e vai até 1959. Em 1966 é a vez de Adam West e Burt Ward estrelarem As Aventuras de Batman e Robin, uma série exibida pela ABC americana e que fez muito sucesso também aqui no Brasil. Até que em 1978, estreia Superman - O Filme, e o pulo para as telonas foi
dado com grande orçamento e estrelas como Gene Hackman e Marlon Brando no elenco. Coube ao então estreante Christopher Reeve o papel de protagonista, e o filme foi sucesso absoluto de crítica e de público. Ainda teríamos Superman II, III e IV, em 80, 83 e 87, respectivamente. Sendo que o único que faz relativo sucesso é o segundo filme da franquia. Ainda em 1984, Supergirl tenta expandir a franquia e traz como protagonista a prima de Kal-El (Clark Kent/Superman) como protagonista. Já em 1989, chega aos cinemas Batman, com Michael Keaton no papel de Bruce Wayne e o astro Jack Nicholson no papel de Coringa. Com a direção de Tim Burton e um tom bem diferente dos filmes do Superman, é uma nova aura para os filmes de super-heróis. Em 1990, a tentativa fracassada da Marvel de um filme do Capitão América, que tentava reproduzir os sucessos da DC. Em 1992 temos Batman - O Retorno, trazendo o vilão Pinguim, na pele de Danny DeVito, e ainda Michelle Pfeiffer como Mulher-Gato. Ainda no embalo, em 1995, temos Batman Forever, agora com Val Kilmer no papel de Batman, com Jim Carrey e Tommy Lee Jones no elenco. Ainda temos a primeira adaptação do Robin, na pele de Chris O’Donnell, nas telonas. Já em 1997, Batman teria uma última aparição no cinema na década de 90. Com George Clooney no papel do homem morcego, enfrentando Mr. Freeze e Hera Venenosa, nas peles dos astros Arnold Schwarzenegger e Uma Thurman, o filme é um fracasso em todas as esferas. Ainda na década de 90, vale ressaltar que temos produção de séries de TV do Superboy, e do Flash, que teve exibição no Brasil pela rede Globo, mas sem muito sucesso. Porém, em 1993, a rede de TV americana ABC exibe o primeiro episódio da série Lois & Clark - As novas aventuras do Superman, que tem sucesso e dura quatro temporadas, sendo exibida também no Brasil pela Globo com grande sucesso de audiência. Em 1998, temos Blade: O Caçador de Vampiros, herói do lado B da Marvel que muitos não sabiam ser proveniente do universo das revistas em quadrinhos. Wesley Snipes dá vida ao Vampiro que “anda de dia”, e caça os vampiros maus. Na tela grande, Blade foi crucial para a gênese do cinema de super-heróis como o conhecemos hoje. Sendo que o caçador de vampiros foi o primeiro sucesso significativo da Marvel nos cinemas. Já em 1999 chega aos cinemas Matrix, dirigido pelas irmãs Lilly e Lana Wachowski. Um marco no cinema por suas técnicas
inovadoras, como o uso da câmera lenta. Além de trazer uma história intrigante, falando do recém-chegado mundo digital, com super poderes ganhos por meio do computador, e que o herói, o “escolhido” voava no final. Ainda que não seja um filme
de super-herói, tem todos os elementos necessários para. Em suma, Matrix e Blade mostraram que as técnicas, o tom, enredo e superheróis dos quadrinhos podiam realmente dar certo nos cinemas. Além de Superman e Batman, que reinavam pela DC. Assim, em 14 de Julho de 2000, chega aos cinemas X-Men, filme dirigido por Bryan Singer adaptando a história da equipe de mutantes de Charles Xavier. Lançado pela Fox Century, que havia adquirido os direitos da Marvel em 1994, o filme trazia um tom bem menos colorido dos super-heróis, mas foi um sucesso de crítica e público, que pôde ver Wolverine e Cia salvando os líderes das Nações Unidas de Magneto. Em 2002, produzido pela Sony, Homem-Aranha chega às telas dos cinemas e bate recorde de bilheteria da época para filmes de super-heróis, arrecadando cerca de 825 milhões de dólares. Além de ser um presente aos fãs de um dos mais conhecidos super-heróis, que teve sua fama aumentada pelo filme. Pois a essência e a história seguia fiel aos quadrinhos, inclusive no uniforme do herói, que era colorido. Já em 2003, temos as estreias de Demolidor, que traz Ben Affleck no papel de Matt Murdock, um advogado cego, mas que tem habilidades especiais e combate o crime a noite. Temos Hulk, lançado pela Universal Pictures, focado no drama de Bruce Banner até se tornar o gigante esmeralda e também X-Men 2, que tem uma estreia com enorme sucesso. Homem-Aranha 2 e 3 foram lançados em 2004 e 2007, e também são sucesso de bilheteria. Enquanto X-Men 3: O confronto final é lançado em 2006 e não tem tanto sucesso, encerrando por hora, a saga dos mutantes e do aracnídeo no cinema. Vale ressaltar aqui, que é em Homem-Aranha que Stan Lee, agora todo poderoso da Marvel, começa a dar as caras em participações especiais em todos os filmes, e isso se mantém até o seu falecimento em 2018. De 2005 a 2012, temos a trilogia do Cavaleiro das Trevas, dirigida por Christopher Nolan, trazendo ao cinema uma nova versão do Batman, mais forte e realista. Tendo Batman: O Cavaleiro das Trevas, de 2008, como o melhor deles e que é considerado até hoje um dos melhores filmes do gênero, consagrado com
indicações ao Oscar. Ainda em 2006, Superman - O Retorno, de Bryan Singer, recém saído dos filmes de X-Men, não agradou a crítica nem o público. Apesar do público para os filmes de super-heróis serem majoritariamente jovens, adaptações adultas também são feitas. Dessa maneira, em 2009, é lançado Watchmen - O Filme. Dirigido por Zack Snyder, a obra da era de ferro dos quadrinhos de Alan Moore e Dave Gibbons recebe classificação indicativa de 18 anos, pois traz a violência, vícios, traições e todas as falhas de caráter dos superheróis dos quadrinhos para as telonas. Com o universo dos quadrinhos de superheróis fazendo sucesso também nos cinemas, DC e Marvel começaram a disputar também este espaço. Dessa maneira, em 2008, a Marvel inicia seu plano audacioso de universo compartilhado, com o lançamento de Homem de Ferro, e que 4 anos depois, culminaria na reunião dos super-heróis no filme dos Os Vingadores, de 2012. Dando uma prova clara que o projeto havia dado certo, e alçando os filmes da Marvel a enormes sucessos de bilheteria, pois todos os filmes tinham histórias próprias, mas também davam mais pistas e rumos do que seria o auge dos super heróis no cinema até hoje. Reunindo 10 anos de filmes na batalha final épica pela salvação do universo em Vingadores: Ultimato, de 2019. O filme se consolidou como a segunda maior bilheteria da história, com arrecadação total de 2,797 bilhões de dólares em todo o mundo. Enquanto isso na DC, seguindo a linha mais realista do universo do Batman de Nolan, o diretor Zack Snyder constrói também uma versão mais sombria e realista para o Superman em Homem de Aço, de 2013. Mostrando a destruição da cidade enquanto dois seres extraterrestres batalham, culminando na morte do vilão pelas mãos do herói no final. Como na época, o universo Marvel já estava em execução com Os Vingadores, Homem de Ferro 3 e Thor: Mundo Sombrio, ficavam claras as diferenças de linhas de narrativas, tons, fotografia e ambientes as quais DC e Marvel estavam seguindo. Seguindo a linha da DC, em 2016, Snyder coloca frente a frente Batman e Superman, no bastante criticado Batman vs Superman: A Origem da Justiça. O filme, sobretudo no final, tinha problemas de motivação dos personagens. Diante das críticas e influenciados pelo sucesso que a Marvel fazia com seu MCU (Universo Cinematográfico Marvel, traduzido), a DC tenta deixar seus filmes menos sombrios e realistas, afetando principalmente a produção da Liga da Justiça, de 2017, que sofreu regravações e novas edições, além da troca de diretor