3 minute read

2.5.1. O QUE É A MEMÓRIA? E COMO ELA FUNCIONA?

2.5.1. O QUE É A MEMÓRIA? E COMO ELA FUNCIONA?

Como aprendemos e formamos memórias? Quando lembramos de algo como uma viagem, podemos reviver detalhes que nos dão impressão de que temos um filme gravado em nosso cérebro, mas não temos um neurônio de memória ou uma célula que sirva para guardar tais informações. Aprendemos e criamos memórias através de ligações, quando assistimos um filme por exemplo o nosso cérebro cria conexões entre as informações que já temos, ou seja, nosso cérebro busca por referências. Nessa hora dois neurônios estão criando uma nova conexão: a sinapse, essa ligação é temporária e forma a memória de curto prazo que se não for usada reforçada de novo, será perdida, por isso lembramos com toda clareza um número de telefone depois de repetir ele várias vezes, mas podemos facilmente esquecê-los minutos depois. O nosso cérebro esqueceu de transformar essa memória de curto prazo em algo permanente, que a permanência da memória é chamada pelos cientistas de: Consolidação. É necessário que uma parte do cérebro chamada hipocampo seja utilizada para que tais memórias sejam constantemente lembradas e visitadas. Pessoas com danos no hipocampo podem sofrer de Amnésia Anterógrada, que basicamente pessoas com tais condições mantêm memórias antigas que já formaram, mas são incapazes de forma novas, como retratado nos filme Amnésia (2000) e Como Se Fosse a Primeira Vez (2004). Os personagens ainda eram capazes de aprender coisas novas, mas não sabiam que tinha aprendido porque era apagado completamente tudo aquilo que tinha acontecido. A cada 30 minutos o que o hipocampo faz não é gravar uma cena como se fosse um HD de um computador, na verdade, ele liga as regiões da parte mais desenvolvida do nosso cérebro o Neocórtex que precisam ser associadas aquela memória, e grande parte desse processo acontece durante o sono. Dormir é essencial para aprendermos algo e a falta de sono explica porque nós esquecemos a matéria que passamos a noite em claro decorando para uma prova. O uso do álcool quando atua no hipocampo dificulta a formação de memórias, daí a amnésia quando se bebe demais, a criação dessas novas sinapses é reforçada quando há uma recompensa ou uma emoção forte envolvida. Por exemplo: lembrar daquela viagem que você fez não está gravada, ela é um conjunto de sensações

Advertisement

que você desperta de sons imagens que são recriados no cérebro. Toda vez que você pensa nela lembramos de algo ou recontamos uma história, acrescentamos novas informações e uma memória antiga. Mas é possível que tais memórias sejam modificadas ou manipuladas por terceiros, como um estudo sobre memórias associadas ao assassinato do primeiro-ministro sueco Olof Palme mostrou. Voluntários foram entrevistados duas vezes: a primeira em 1986 e a segunda em 1987.Concluiu-se que a perda de informação durante um ano contradiz a noção de que as memórias persistem em absoluta precisão ao longo do tempo. Em vez disso, essas memórias parecem ser reconstruções baseadas em resíduos das circunstâncias concomitantes com o evento específico.

Uma grande questão feita neste estudo foi se um tipo de lembrança de flashbulb é uma memória central que persiste ao longo do tempo, ou melhor, uma reconstrução baseada em resíduos das circunstâncias do evento flashbulb. Hipotetizou-se que, se as lembranças dos sujeitos de como eles foram informados da notícia da morte de Palme devem ser consideradas memórias de flash como são definidas por Brown e Kulik (1977), pode-se esperar que os sujeitos se lembrem de detalhes idênticos das circunstâncias em ambos os testes. ocasiões. Ou seja, memórias flash consistentes e precisas são aqui definidas em termos de uma diferença não significativa entre as respostas de recordação em um teste de 1986 e um teste repetido em 1987. detalhes) do evento principal e reconstruir uma concepção narrativa a partir dessa memória central. Se a última hipótese for verdadeira, então as memórias flashbulb são muito comparáveis a outras memórias autobiográficas mais privadas (ver Rubin, 1982; Rubin & Kozin, 1984), e também a informações detalhadas centrais bem preservadas encontradas em estudos de indução laboratorial. eventos emocionalmente traumáticos (por exemplo, Christianson, 1984; Christianson & Loftus, 1987, 1988).

Esquecer faz parte do processo de aprender é fundamental para mantermos apenas associações importantes que voltam a ser usadas, o que tem algum valor. Dito isso, falarei melhor sobre a perda de memória e como ela funciona.

This article is from: