Publicado originalmente por New Growth Press Greensboro, NC 27401 www.newgrowthpress.com
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1ª edição: 2025
ISBN: 978-65-81489-73-1
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Proibida a reprodução por quaisquer meios, salvo citações breves, com indicação da fonte.
Gerência e direção editorial
Judiclay Silva Santos
Conselho editorial
Judiclay Santos
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Paulo Valle
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Leandro Peixoto
Supervisão editorial: Cesare Turazzi
Coordenador técnico: Lucas Sabatier
Tradução: Leandro Bachega
Preparação de texto: Lucas V. Freitas
Revisão de provas: Thalles de Araujo
Capa e design original: Studio Gearbox
Adaptação gráfica: Wirley Corrêa
Diagramação: Marcos Jundurian
Nesta obra, as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Almeida Revista e Atualizada (ARA), salvo informação em contrário.
As opiniões representadas nesta obra são de inteira responsabilidade do autor e não necessariamente representam as opiniões e os posicionamentos da Pro Nobis Editora ou de sua equipe editorial.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Hambrick, Brad
Estou irado com Deus: uma jornada sincera em meio ao sofrimento e à traição/Brad Hambrick; [tradução Leandro Bachega]. – Rio de Janeiro: Pro Nobis Editora, 2025. – (Pergunte a um conselheiro cristão)
Título original: Angry (at) with God.
Bibliografia.
ISBN 978-65-81489-73-1
1. Aconselhamento - Aspectos religiosos - Cristianismo 2. EmoçõesAspectos religiosos - Cristianismo 3. Raiva 4. Sofrimento 5. Tristeza 6. Vida cristã I. Título. II. Série.
25-258943 CDD-248.4
Índices para catálogo sistemático:
1. Emoções e sentimentos : Vida cristã 248.4
Eliane de Freitas Leite - Bibliotecária - CRB 8/8415
Muitas vezes, ao enfrentarmos momentos difíceis e incompreensíveis, somos tentados a buscar respostas para a nossa indignação ou a tentar entender a realidade das situações, concentrando nossa ira em Deus — o que acaba por nos afastar dele. Neste livro, Brad Hambrick aborda essa questão com grande sensibilidade e profundidade, oferecendo uma valiosa contribuição tanto para aqueles que buscam aconselhamento quanto para os conselheiros que auxiliam outros a lidar com os desafios da vida. O que mais me impressionou foi a maneira brilhante como ele desenvolve a parte final do livro, ensinando a conectar as realidades individuais à cosmovisão bíblica de forma prática e transformadora.
Jonatas Miranda, pastor na Igreja Presbiteriana Barra Funda e professor de aconselhamento bíblico no Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper (CPAJ)
Por muitos anos, desejei uma fonte que pudesse me ajudar a oferecer conselhos melhores para quem está ferido e batalhando em ira com Deus. Esta é a obra que eu estava procurando: eminentemente bíblica, pastoral e prática. Darei esse livro para todos que estão lutando emocionalmente com o problema do mal e do sofrimento.
Joe Carter, pastor na McLean Bible Church, em Arlington, VA; escritor, The Gospel Coalition
A ira e o sofrimento são respostas saudáveis aos eventos profundamente dolorosos em nossa vida. Aqueles que sofrem experiências dolorosas precisam de um cuidado paciente, e não de um sermão. Brad demonstra um nível único de compaixão e interesse por aqueles que estão sofrendo, manifestando um nível de sabedoria que nos ajuda a responder aos sofrimentos e a cuidar de quem está sofrendo com misericórdia e experiência.
Justin S. Holcomb, ministro; professor de seminário; autor de Rid of My Disgrace: Hope and Healing for Victims of Sexual Assault
Este livro apresenta uma abordagem sábia e pastoral ao sofrimento, e as perspectivas e questões de reflexão por todo o livro serão úteis para quem está experimentando a ira que muitas vezes acompanha uma perda. Como uma especialista em traumas, estou animada para utilizar essa fonte com meus pacientes de aconselhamento, pois lida compassivamente com as lutas que eles muitas vezes enfrentam em suas jornadas de cura.
Beth M. Broom, diretora executiva do Christian Trauma Healing Network; ministra de cuidado, The Village Church, Denton, TX
Atento àqueles que sofrem profundamente, Brad Hambrick presenteia seus leitores com a dose perfeita de sabedoria prática. Ele honra as experiências, as dúvidas e a dor de quem sofre, enquanto nos lembra de que temos um Deus paciente e amoroso, que compreende e ouve a ira tomada pela dor. Este livro já tem sido uma bênção imensurável para os meus aconselhados.
Darby Strickland, CCEF; autora de Is it abuse?
A abordagem pastoral e profética de Brad Hambrick é confortante e incisiva, oferecendo informações úteis e convincentes para todos aqueles que estão enfrentando o sofrimento e sendo curados de experiências dolorosas — especialmente da dor e da injustiça sofridos dentro da igreja. Repleto de conselhos compassivos e ferramentas práticas, este livro oferece aos leitores um convite único para avaliarem a ira através de uma lente diferente e entenderem como Deus se aproxima de nós em nosso sofrimento. Com graça e clareza, Hambrick nos conduz em uma jornada de coragem que nos ajudará a cuidarmos de nossas feridas e a sermos agentes de cura e esperança para os feridos que encontrarmos no caminho.
Ruth Malhotra, escritora; advogada; líder de ministério
1.
3.
Sumário
Terceira parte: Aliviando os efeitos da sua dor
11. Os efeitos sobre nossas emoções ............................... 97
12. Os efeitos sobre nossos pensamentos ....................... 103
13. Os efeitos sobre nossos relacionamentos .................. 111
14. Os efeitos sobre nossas escolhas ............................... 119
15. Os efeitos sobre a nossa visão do ser de Deus .......... 129
Quarta parte: Remediando a sua dor
16. Valorizando uma fé menos inocente ........................ 139
17. Vivendo na tensão da compreensão parcial .............. 145
18. Lidando com o que vem depois ................................ 153
19. Mas eu estou certo?! .................................................. 159
20. Confiando novamente na esperança ........................ 165
Quinta parte: Contextualizando a sua jornada no evangelho
21. Criação: Por que esperamos coisas boas ................... 177
22. Queda: Por que boas expectativas nos machucam ... 183
23. Redenção: Uma resposta (mais ou menos) ............... 189
24. Santificação: Uma jornada confusa em um mundo caído ............................................................. 195
25. Glorificação: Finalmente, um lugar de descanso...... 203
Algumas emoções são extremamente poderosas. Algumas delas nos paralisam, enquanto outras nos deixam fortes de uma forma que jamais imaginaríamos. Normalmente, experimentamos desse “poder” emocional quando vemos algo que julgamos estar errado e isso nos comove, ou quando sofremos com a dor da ferida causada por alguém e nosso desejo por justiça, retribuição, compreensão e aceitação são tão grandes que não cabem no peito.
Em contextos assim, aquilo que normalmente sentimos é a ira, a raiva, a amargura e tudo ao mesmo tempo. Tendemos a confiar nessas emoções como aquilo de que precisamos para atravessar os momentos sombrios da vida. A frase épica de Darth Vader, o vilão de Star Wars, ilustra bem essa dinâmica. Ele diz a Luke, durante uma batalha: “Você está controlando seu medo [...]. Agora, libere a sua raiva. Só o seu ódio poderá destruir-me”. De fato, a ira pode ser destrutiva. Ela tem o potencial de machucar e até matar. A ira fora de controle traz prejuízos físicos, emocionais, sociais e espirituais.
Um elemento, porém, muito negligenciado ao se falar da ira e seus perigos é o contexto daqueles que a experimentam. É normal atribuir o comportamento irado a pessoas descontroladas, cegas pelo pecado, orgulhosas e cheias de si; a ira,
contudo, é uma das emoções mais comuns daqueles que estão sofrendo, daqueles que foram vítimas de pecados dos outros, daqueles cuja vida não é mais a mesma depois que algo terrível e inevitável aconteceu. Pessoas iradas sofrem, machucando a si mesmas e a outros com a ira sentida. É em meio a essa confusão toda que o relacionamento com Deus é afetado e a ira, direcionada a ele. É no sofrimento rancoroso que se atribui a Deus a culpa da nossa dor. É por causa da dor do sofrimento que nos afastamos de todos aqueles que, mesmo com a melhor das intenções, se aproximam para ajudar.
A realidade desse contexto é que faz o livro de Brad Hambrick tão necessário. Esse não é um livro somente para quem está irado com Deus, mas para todos aqueles que estão sofrendo. O livro é escrito de forma compreensiva e conversacional. Desde que se permita imaginar, o leitor, em alguns trechos, poderá ver a si mesmo numa conversa com o autor, mesmo que não conheça a sua voz.
Brad, um conselheiro bíblico experiente, sabe que processar a dor e a ira sentida é necessário para conseguir livrar-se dela. Por isso, a cada capítulo ele sugere ao leitor que tome tempo para escrever e processar o que está sentindo. Algumas das tarefas propostas poderão fazê-lo reviver momentos dolorosos da sua vida, e talvez o leitor descubra que aquilo que achava estar bem resolvido no seu coração, na verdade não está.
Na primeira parte do livro, seu método para processar a dor é excepcional. Aqueles que o usarem conseguirão ter uma compreensão ainda melhor de si mesmos, daquilo que estão vivendo e de como navegar diante dessas dificuldades. A experiência traumática é complexa e envolve aquilo que perdemos, a maneira como reagimos e as consequências que ficaram após o ocorrido. Conseguir enxergar esse grande quadro ajudará o
leitor a compreender de onde sua ira vem e de que maneira pode lidar com ela na presença de Deus.
Suas sugestões são bíblicas e práticas, levam em conta os recursos do evangelho e da Escritura, mas também os recursos do povo de Deus e a bênção da amizade durante o sofrimento. Não avance na leitura enquanto não estiver pronto para encarar os desafios que o autor está fazendo, especialmente aqueles que envolvem buscar ajuda e abrir o coração para outros.
Brad sabe que fornecer explicações para os acontecimentos e a dor nem sempre trará o alivio necessário. Por isso, escreve com cautela, sem generalizações ou clichês. Um destaque especial para seu conteúdo é que o autor leva em conta o corpo. A ira não é algo que experimentamos de forma puramente mental; nós a sentimos por inteiro e por isso precisamos lidar com ela analisando os sinais visíveis em nosso corpo, sem ignorá-los ou menosprezá-los. Às vezes, parar e respirar fundo não é o suficiente, mas talvez seja o necessário em dado momento, para continuar caminhando.
Eu mesmo comecei a ler esse livro num momento em que precisava processar a minha ira. De vez em quando, a dor é grande e o grito, irado. Ao longo da leitura, Deus me chamou a reconsiderar, reavaliar, reinterpretar e mudar. Meu desafio para você é que encare essa leitura como um projeto de mudança. Os capítulos são curtos e podem ser utilizados como leitura devocional diária. Deus quer trabalhar em você, trazer cura para a sua dor e te ajudar a redirecionar sua ira quando necessário, arrepender-se dela se preciso e a senti-la adequadamente quando possível. Em Jesus existem os recursos necessários para tudo isso, e Brad Hambrick pode te ajudar a encontrá-los.
Pedro Vercelino, professor no Seminário Bíblico Palavra da Vida e pastor na Igreja Revive em Atibaia, SP
Iniciando
a sua jornada
Sofrimento represado na fase da ira
Ninguém se enfurece com Deus por razões tolas, como “Eu gostaria de ter cabelo loiro ao invés de castanho”. Ficamos irados com Deus quando enfrentamos algo imensamente doloroso. Apesar da nossa hesitação para admitirmos como nos sentimos, estar irado com Deus revela uma coisa muito boa a nosso respeito: que Deus é importante para nós. Não ficamos irados por um bom tempo com pessoas que não são importantes em nossa vida. Muitas vezes, desejamos nos preocupar menos com Deus porque temos a sensação de que isso diminuiria a agitação em nossa alma. Mas é difícil se preocupar menos com alguém tão importante quanto Deus.
Neste parágrafo introdutório, estabeleci duas coisas: (1) você está ferido, e (2) Deus é importante para você.
Se você se sente seguro para reconhecer essas duas coisas, isso abre uma série de possibilidades. Mas não se sinta pressionado pelo “se”. À medida que ler este livro, caso sinta que estamos lidando com as coisas rápido demais, faça uma pausa. Se você estivesse se recuperando de uma lesão no tornozelo e sentisse uma dor aguda, você faria uma pausa. O mesmo acontece aqui. O objetivo é a recuperação. O ritmo da recuperação é determinado por aquilo que melhor facilita a sua jornada.
Para orientar você na jornada adiante, aqui vai um resumo dos principais temas que abordaremos:
1. Irar-se com Deus costuma ser uma resposta a eventos profundamente dolorosos em nossas vidas.
2. Uma resposta saudável para esses eventos profundamente dolorosos envolve sofrimento, e a ira é uma parte do sofrimento que costuma ser ignorada; mas é possível ficar preso à fase da ira e ser incapaz de deixá-la para trás.
3. O sofrimento irado é moralmente distinto da ira egoísta; o sofrimento irado requer consolo, e não arrependimento.
4. Quando nos sentimos como se Deus estivesse nos condenando pelo sofrimento irado, nos sentimos duplamente distantes de Deus: primeiro, por causa da dor, e, segundo, por acreditarmos que Deus está aborrecido conosco por causa da nossa ira.
5. Este livro nos convida a ficarmos irados com Deus, e não irados contra Deus — isto é, nos convida a perceber que Deus quer estar ao nosso lado para nos consolar. Queremos reconhecer que Deus é um amigo de confiança que tem empatia por nossa dor irada, em vez de um ex-amigo que se tornou nosso inimigo, indignado porque nós não conseguimos simplesmente superar a dor.
6. Aceitar esse convite vai exigir coragem de nossa parte para sermos vulneráveis novamente.
7. Deus é um bom pastor paciente e deseja caminhar no ritmo de suas ovelhas. Deus pode ser confiado quando atravessamos lugares que merecem o nome de “vale da sombra da morte” (Sl 23).
Minha oração é que este livro caminhe pacientemente contigo através do processo de ser honesto com Deus (e, com sorte, com um ou dois amigos cristãos) sobre a sua dor, e que, assim, você restaure seu relacionamento com Deus. Espero que suas orações se tornem mais autênticas e honestas durante essa jornada, e que sua amizade com Deus (Êx 33.11) se fortaleça conforme você e Deus caminharem juntos por esse território.
Primeira Parte
É seguro falar sobre a sua
ira
O objetivo da primeira parte é que você se sinta seguro ao falar sobre coisas dolorosas e sobre as emoções que emanam dessas experiências, incluindo a sua ira. Como cristãos, às vezes pensamos que nunca deveríamos ficar irados. Mas Deus se ira, então isso não pode ser verdade.
Quando a ira é parte de nossa resposta ao sofrimento, ela é uma afirmação emocional de como Deus vê as coisas. A ira chama de más as coisas más. Não experimentar nenhuma ira em nosso sofrimento é uma forma de dissonância entre o que pensamos (“isso é mau”) e o que sentimos (“isso me aborrece”). Na primeira parte, vamos nos empenhar para resolver essa dissonância.
Sua dor não é um enigma
Quando estamos irados com Deus, a pergunta que mais fazemos é “Por quê?”, e não há nada pior para nós do que pessoas tentando respondê-la. A desorientação causada pelas experiências dolorosas naturalmente toma a forma de perguntas: Por que meu filho/irmão morreu? Por que meu cônjuge se foi?
Por que aquele líder de ministério foi tão falso? Por que meu sócio na empresa me traiu? Por que __________?
Perguntar “por quê?” quando passamos por experiências dolorosas é tão natural quanto tirar a mão de uma frigideira quente. Colocar nossa dor em formato de questão é um convite àqueles que estão ao nosso redor para aplicar o remédio (se isso for o que estamos procurando) na forma de uma resposta. Mas as respostas podem ser insatisfatórias e ofensivas. A vida nunca é tão simples quanto as fórmulas teológicas que nos são dadas para reconciliar a bondade e o poder de Deus com a presença do mal. Mesmo que nossos amigos cristãos estejam certos, suas respostas podem não ser úteis.
É por isso que estou dizendo: “sua dor não é um enigma”. Os enigmas têm respostas. Eles começam com perguntas intrigantes. Com um pouco de dedução, a resposta se torna clara.
Depois que vemos a resposta, não podemos voltar atrás. Uma vez que conhecemos a resposta, a charada deixa de ser angustiante. O enigma foi resolvido.
Por exemplo, considere esse enigma que Gollum propõe a Bilbo em O Hobbit.
Essa é a coisa que tudo devora
Feras, aves, plantas, flora.
Aço e ferro são sua comida, E a dura pedra por ele moída;
Aos reis abate, a cidade arruína,
E a alta montanha faz pequenina.1
No início, parece complexo. O que é capaz de fazer todas essas coisas? Então você ouve a resposta, “Tempo”, e você não pode deixar de ouvi-la. O enigma está solucionado, e é incapaz de gerar ansiedade novamente.
Quando lidamos com a dor como se fosse um enigma, ficamos esperando pela resposta que enfraquecerá nossa dor.
Em geral, esperamos que a resposta venha em uma dessas formas: (1) o que fizemos de tão mau para merecer essa dor, ou (2) o que Deus está fazendo de tão bom para justificar essa dor. Muitas das respostas dos nossos amigos são especulações em uma dessas duas direções.
Podemos ficar presos em uma discussão de “Por que coisas ruins acontecem para pessoas boas?”. A resposta pode ser “Aquilo aconteceu apenas uma vez [Jesus na cruz como a única pessoa completamente inocente a sofrer] e ele se voluntariou.” Essa pode ser uma grande frase em um sermão, mas não responde à experiência do sofrimento de forma que traga o mesmo alívio que uma resposta traz a um enigma.
Existe uma razão clara de porque a resposta não satisfaz. A dor não é um enigma. A dor é uma experiência que deve ser
1 J. R. R. Tolkien, The Hobbit: 75th Anniversary Edition (Boston: Houghton Mifflin Harcourt, 2012), p. 107. [O Hobbit, trad. Lenita Maria Rímoli Esteves (Martins Fontes, 2002).
processada e assimilada, e não uma questão para ser respondida. A dor é uma jornada que deve ser atravessada e enfrentada. Tentar resolver a dor com uma resposta é como tentar resolver uma apendicite explicando o que causou a inflamação. A explicação pode ser precisa, mas não é útil.
Neste livro, vamos abordar a dor e as questões que surgem dela como uma experiência e uma jornada. No caminho, lutaremos com verdades bíblicas e teológicas. É impossível passar por uma dor intensa e não lidar com uma litania de perguntas sobre Deus. Mas eu não pretendo dar respostas que resultem em um momento “eureca” que faça tudo ficar bem. Evidentemente, tudo isso pode parecer um pouco teórico. Que isso não seja um motivo para desistir. Neste ponto, o que você precisa entender é o seguinte:
Eu não vou tentar resolver sua dor com uma resposta, como se ela fosse um enigma.
Nós vamos lidar com a sua dor como uma experiência que molda a vida (mas não necessariamente a define) e como uma jornada difícil.
Se essa proposta soa melhor do que você esperava, ou temia, que eu sugerisse, esse foi um primeiro passo efetivo em nossa jornada juntos. Meu objetivo neste capítulo era ganhar um pouco da sua confiança, o suficiente para que você me permita ser sua companhia na jornada adiante.
Questões para reflexão
1. Quais foram os exemplos mais frustrantes ou dolorosos de pessoas tratando a sua dor como um enigma? Como eles fizeram você se sentir?
2. De que maneira encarar a sua dor como uma jornada ou experiência que molda a vida se adequa melhor e honra o que você passou?
Ritmo e preparação
A ideia de conseguir alívio é excitante. Se você descongelou seu coração para a possibilidade de que este livro possa ser benéfico, você pode se sentir tentado a percorrê-lo muito depressa para conseguir alívio o mais rápido possível. É melhor não fazer isso. Desejamos ser bons administradores dessa esperança inicial, para que ela não se demore e deixe o nosso coração doente (Pv 13.12).
Neste capítulo, queremos responder duas questões iniciais:
1. Uma questão preparatória: Como se colocar na melhor posição para completar a jornada?
2. Uma questão de ritmo: Quais indicadores você precisa monitorar para garantir que está seguindo em um ritmo saudável?
Preparando-se
Se você sabe que a jornada será árdua, faz sentido pensar nos preparativos. Refletiremos em cinco maneiras de nos prepararmos sabiamente para o percurso à frente.
1. Honre seus indicadores de ritmo: Se você é um especialista em eficiência, é fácil supor que, se você acertar as estratégias de
A Pro Nobis Editora nasceu da visão de servir à igreja brasileira mediante a literatura cristã de qualidade. O ministério da Pro Nobis tem por alvo especial ajudar os batistas brasileiros na missão de edificar a igreja e anunciar o Evangelho ao mundo. Para tanto, o conhecimento de suas raízes históricas e herança teológica é fundamental. Existem excelentes editoras evangélicas no Brasil, com as quais juntamos forças nesse trabalho de servir ao povo de Deus.
Mas por que Pro Nobis? Trata-se de uma expressão em latim que significa POR NÓS. Na tradição cristã, essa expressão se relaciona com a obra de Jesus Cristo em nosso favor. A cruz é o símbolo maior e mais sublime da fé cristã, o coração do Evangelho. O Deus Trino fez uma aliança de redenção em favor de seu povo eleito, salvo pelo sangue do Cordeiro. Nosso alvo é edificar a igreja para que ela prossiga na missão de proclamar “o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo” (Ef 3.8).
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