No 1215 - 10 de abril de 2014
ELETROBRAS / ELETROSUL
ELETRICITÁRIOS PODEM PARALISAR ATIVIDADES POR 48 HORAS Os sindicatos que compõem o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) estão realizando assembleias até 11 de abril para deliberarem sobre a paralisação das atividades por 48 horas, nos dias 24 e 25 de abril. Os eletricitários protestam contra a precariedade financeira das empresas de energia do Grupo Eletrobras e o possível desmonte do setor que colocam em risco inclusive o pagamento da Participação nos Lucros e/ou Resultados aos trabalhadores (PLR 2013).
NEGOCIAÇÕES EMPERRADAS O movimento está sendo deflagrado depois de duas reuniões entre o CNE e representantes das empresas do Grupo Eletrobras, ocorridas durante o mês de março, onde as negociações sobre a PLR 2013 não avançaram. Os representantes da empresa alegam prejuízo no balanço consolidado da Eletrobras e ignoram as razões do prejuízo alegado, que são as medidas tomadas pelo próprio governo federal que causaram desequilíbrio financeiro depois da edição da MP-579, convertida em lei no ano passado e que estabeleceu um modelo de renovação das concessões de forma extremamente onerosa para as empresas. Durante as negociações, os representantes da Eletrobras provocaram os dirigentes sindicais no sentido de buscar saídas alternativas como a substituição do pagamento da PLR por abonos ou indenizações de benefícios existentes no acordo coletivo de trabalho.
"Os empregados contribuíram positivamente com o resultado das empresas, independente do lucro ou prejuízo financeiro por razões contábeis, o setor elétrico e seus trabalhadores produziram, transmitiram e distribuíram a energia necessária ao desenvolvimento do país durante o ano de 2013. Portanto, os trabalhadores não podem agora ser penalizados"
SINDICALISTAS REJEITAM VENDA DE BENEFÍCIOS A posição firmada pelas entidades sindicais é de que os benefícios conquistados em acordo coletivo são intocáveis e não estão em discussão, especialmente depois do fechamento do ACT com validade de dois anos. Além disso, os empregados contribuíram positivamente com o resultado das empresas, independente do lucro ou prejuízo financeiro por razões contábeis, o setor elétrico e seus trabalhadores produziram, transmitiram e
distribuíram a energia necessária ao desenvolvimento do país durante o ano de 2013. Portanto os trabalhadores não podem agora ser penalizados. Isto inclui todos os empregados que estavam nas empresas durante o ano de 2013, inclusive os que aderiram ao Programa de Incentivo ao Desligamento (PID). Cabe ao Governo Federal e a direção das empresas apresentar as alternativas que não depositem nas costas do trabalhador o ônus
e a responsabilidade por medidas mal implementadas. Aliás, medidas estas que foram questionadas pela Plataforma Operária e Camponesa para Energia, pela Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) que propôs várias mudanças e alertou sobre o risco de se fazer a renovação de forma onerosa, e também pelo Coletivo dos Conselheiros Eleitos do Grupo Eletrobras que lançaram um Manifesto se posicionado á respeito.
NOVA REUNIÃO DE NEGOCIAÇÃO É MARCADA O impasse gerado nas negociações estabeleceu a necessidade de uma nova reunião entre o CNE e a Eletrobras, marcada para dia 14 de abril. Os representantes da empresa chamaram a atenção para o fato de que a Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Eletrobras e também das demais empresas da Holding ocorrerão dia 28 de abril. Na AGO é que são tomadas as principais decisões das empresas como a destinação dos lucros, distribuição de dividendos aos acionistas e o pagamento da PLR.
ASSEMBLEIAS ESTÃO OCORRENDO EM TODO O BRASIL O CNE encaminhou a realização de assembleias dos trabalhadores antes da reunião de negociação do dia 14 de abril para debater com a categoria e definir uma estratégia de defesa dos direitos dos trabalhadores. A proposta de paralisação nos dias 24 e 25 de abril já foi aprovada em diversas assembleias realizadas por todo o país. Na Eletrosul, uma das poucas empresas que não apresentaram prejuízo no seu balanço, também já foi aprovada a paralisação em algumas das assembleias realizadas.
sindicatos convocam trabalhadores Na visão do CNE e também dos sindicatos que compõem a Intersul, se não houver mudança de rumo na negociação, a mobilização precisa acontecer antes da AGO do dia 28, indicando ao acionista majoritário, que é o próprio governo federal, a disposição dos trabalhadores para lutar por seus direitos. A mobilização é a única forma de avançar e não
permitir que os trabalhadores sejam prejudicados. O momento é oportuno, já que a partir de maio com as proximidades da realização da Copa do Mundo, diversas manifestações deverão ocorrer pelo país e pode ser necessário intensificar a mobilização dos trabalhadores do setor elétrico.
EM DEFESA DO SANEAMENTO DAS EMPRESAS E UMA PLR JUSTA PARA TODOS! 1