Boletim do Conselheiro 30

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Boletim do Conselheiro

Percorrida pela Celesc Pública

Não é de hoje que os celesquianos escutam, de seus representantes, que o futuro da Celesc como empresa pública passa pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc). A Alesc, por exemplo, pode barrar a privatização da Celesc, uma vez que a alienação da empresa necessita, legalmente, da autorização dos deputados. Por isso, o trabalho político dentro da Assembleia é fundamental, principalmente no início de uma nova legislatura que conta com ampla renovação. Ao todo, 16 deputados estão iniciando o primeiro mandato e nunca tiveram contato com debates envolvendo a maior estatal catarinense. Além da renovação na Assembleia, é público que alguns deputados criticaram a Celesc em meio às disputas político-partidárias no último ano. Essa conjuntura apresenta riscos e é importante que o trabalho político de defesa da Celesc e dos celesquianos seja reforçado diante dos parlamentares catarinenses.

Nesta terça-feira, dia 07, acompanhei os companheiros dos sindicatos da Intercel em um percorrida nos gabinetes dos Deputados Estaduais catarinenses. Divididos em gru-

pos, percorremos todos os 40 gabinestes, apresentando a visão dos celesquianos para a empresa pública e buscando o apoio dos deputados contra a privatização e em defesa dos direitos dos trabalhadores. Ao todo, 22 deputados e 07 assessores receberam as representações dos trabalhadores. Infelizmente, 11 Deputados não estavam na casa e serão procurados em outra oportunidade. Em todos os gabinetes em que houve abertura, realizamos a defesa da Celesc Pública, dialogando com todos os Deputados, independentemente do partido a qual perten-

cem. Não é à toa que sempre nos manifestamos dizendo que o nosso partido é a Celesc. Em um cenário tão plural, apenas o diálogo pode construir a base de defesa da empresa pública na Alesc.

A percorrida proporcionou boas conversas. Deputados veteranos, que em outros momentos estiveram juntos com os trabalhadores na defesa Celesc Pública, reafirmaram seu compromisso contra a privatização da empresa, colocando o mandato à disposição da categoria. Deste time fazem parte os Deputados Fabiano da Luz (PT), Padre Pedro (PT), Neodi Saret-

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pghorn@gmail.com / (47) 9 9992-0036 30 Março/23
Representante dos Empregados no Conselho de Administração da Celesc | Paulo Guilherme Horn |

ta (PT), Luciane Carminatti (PT), Dr. Vicente Caropreso (PSDB), Fernando Krelling (MDB), Volnei Weber (MDB), Julio Garcia (PSD), Mauro de Nadal (MDB) e Marcos Vieira (PSDB). Maurício Eskudlardk (PL) afirmou que segue a posição do Governador. Entre os novos deputados, também se colocaram à disposição da luta dos trabalhadores os Deputados Marquito (PSOL), Reporter Sérgio Guimarães (União Brasil) e Maurício Peixer (PL).

Camilo Martins (Podemos), Lucas Neves (PL), Marcos da Rosa (União Brasil) e Emerson Stein (MDB) receberam os grupos e ouviram as demandas dos eletricitários, mas não se posicionaram. Carlos Humberto (PL) e Edilson Massocco (PL) também afirmaram que seguem a posição do Governador sobre a empresa. Matheus Cadorin (Novo) deixou claro o posicionamento de seu partido, favorável a privatização de empresas públicas, mas se colocou à disposição para o debate.

Entre os deputados que criticaram a Celesc no último ano, destaque para Antidio Lunelli (MDB) e Ivan Naatz (PL) que afirmaram, durante a visita, não ser contra a empresa pública. Ambos relacionaram suas críticas com a última gestão, afirmando que esperam que a Celesc permaneça pública, atendendo a sociedade ainda melhor. Na ausência dos deputados Pepê Collaço (PP), José Milton Scheffer (PP), Mauro de Nadal (MDB), Napoleão Bernardes (PSD) e Oscar Gutz (PL), os chefes de ganinete receberam os grupos manifestando que os deputados são favoráveis à Celesc Pública. O Che-

fe de Gabinete da Deputada Ana Campagnolo (PL) afirmou concordar com a manutenção da Celesc Pública, mas deixou claro que são favoráveis à terceirização na atividade fim, ponto que estava registrado na correspondência entregue aos deputados como ponto a ser erradicado da Celesc.

Os deputados que não foram encontrados na Alesc ainda serão procurados para que recebam as demandas dos trabalhadores e tenham a oportunidade de firmar compromisso com a Celesc Pública.

Ao término da percorrida, o saldo é extremamente positivo, com a grande maioria dos

deputados e deputadas catarinenses manifestando apoio à luta contra a privatização.

Neste início de legislatura, o trabalho político junto à Alesc é fundamental para garantir a manutenção da Celesc como empresa pública, cumprindo seu papels social de levar energia e desenvolvimento à Santa Catarina. Este é um trabalho coletivo, que deve envolver todos os trabalhadores, organizados por sindicatos verdadeiramente representativos e combativos. Demos um importante passo na relação com a Assembleia Legislativa, mas devemos permanecer atentos à nossa luta.

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Por uma Celos forte

Além da defesa da Celesc Pública, outro de nossos principais compromissos é o fortalecimento da Fundação Celos. A Fundação foi uma conquista dos trabalhadores em negociação de Acordo Coletivo de Trabalho, ainda na década de 60 e é fundamental na vida dos celesquianos e suas familias, gerindo os planos de saúde e previdenciário.

Neste contexto, conversei um pouco com o Diretor Administrativo-Financeiro da Celos, Leandro Nunes, que me antecedeu no Conselho de Administração, para apresentar aos trabalhadores seus compromissos e visão para este novo mandato.

Entrei na Celesc em 2006 e já tinha uma relação grande com a empresa, porque trabalhava em uma terceirizada. Apesar disso, somente fui conhecer mesmo a Celesc depois de ir para o sindicato, principalmente como dirigente liberado. Quem vai para essa representação é colocado em discussões amplas sobre todos os setores da Celesc. Ultrapassa (e muito) a relação trabalhista, principalmente porque existe uma construção antiga, capitaneada pela Intercel e pelos representantes dos empregados no Conselho de Administração eleitos com o apoio dos sindicatos, de participação ativa na gestão da empresa. À medida em que a gente participa dos debates, sente a necessidade de buscar qualificação. A gente estuda muito para poder representar os trabalhadores e acaba conhecendo a teoria e a prática, afinal de contas,

estamos sempre em contato com a base. Então a experiência sindical coloca para nós uma dimensão humana.

Saber que cada um daqueles benefícios que são conquistados tem um impacto direto na vida dos trabalhadores e

de sua família. O Conselho de Administração traz uma outra dinâmica. Obviamente, por representar os trabalhadores, a gente permanece ligado às questões trabalhistas, à essa relação entre empregado e empresa. Mas no Conselho a gente passa a administrar mesmo. A tomar decisões que impactam o futuro da empresa. E o Conselho é uma atividade complexa pela composição. O representante dos empregados está sempre só, em um colegiado onde todos tem apoio, nossa representação é única. Então nós temos que aprender a negociar. A apostar no debate, a qualificar nossos argumentos. Porque estamos o tempo todo confrontados com opiniões e visões diferentes das nossas. A administração da Celos abrange estes dois mundos. A razão de existir da Fundação é o trabalhador. Aqui nós administramos vidas. E

"Já disse várias vezes que eu não seria candidato nem ao Conselho, nem à Diretoria da Celos sem o apoio dos sindicatos. Porque este é um trabalho coletivo. Quem pensa individualmente não será um bom gestor"
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Como a experiência sindical e no Conselho de Administração da Celesc ajudam na administração da Celos?

para que possamos garantir os melhores resultados, precisamos da capacidade de debater, argumentar e construir que o Conselho de Administração nos dá. Eu tenho orgulho de ter trilhado este caminho com o apoio da Intercel. Já disse várias vezes que eu não seria candidato nem ao Conselho, nem à Diretoria da Celos sem o apoio dos sindicatos. Porque este é um trabalho coletivo. Quem pensa individualmente não será um bom gestor.

Quais as competências da Diretoria Administrativa-Financeira?

Quando se fala da Diretoria Administrativa-Financeira, a tendência é que os participantes foquem nos investimentos. A área de investimentos é, com certeza, muito importante, afinal de contas ela é responsável pela rentabilização do pa-

trimônio dos participantes, refletindo nos benefícios concedidos na aposentadoria. Entretanto, existem várias outras áreas importantes, ligadas à Diretoria Administrativa-Financeira. É da responsabilidade da nossa Diretoria a Administração

Qual o plano de ação para a Diretoria?

Durante a campanha já tinhamos elencado algumas das prioridades para a Diretoria. Temos que perseguir as metas de rentabilidade de todos os planos/fundos da CELOS, com um nível de risco adequado, dando continuidade ao trabalho realizado atualmente para o cumprimento dos compromissos assistenciais e previdenciários que deverão assegurar o futuro dos participantes. Também daremos continuidade ao processo de

reestruturação da carteira de investimentos, iniciado no mandato 2015-2022, que já apresentou resultados positivos nos últimos anos, apesar das instabilidades políticas/econômicas e da pandemia do COVID/19. Também iremos fortalecer ações já realizadas, como adesão ao Código de Autorregulação da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) e alocação em investimentos com

da Celos e a relação com os empregados da Fundação, seus acordos e benefícios.

Também faz parte da nossa diretoria a Contabilidade e a área de Tecnologia da Informação, que é fundamental para o bom atendimento aos participantes.

risco adequado, diversificação da carteira, na busca de resultados que possibilitem o equilíbrio atuarial dos planos previdenciários para diminuir ainda mais os riscos de futuros equacionamentos.

Além disso, temos um compromisso de melhorar os canais de comunicação da Celos com os participantes, investindo nas novas tecnologias sem esquecer da busca pela retomada do atendimento presencial nas Agências Regionais da Celesc.

Qual as contribuições pensadas para a CELOS como um todo?

Temos uma plano de trabalho onde as Diretorias atuam em conjunto, se ajudando e buscando o melhor para os participantes. Acredito que podemos trabalhar em conjunto com a Diretoria de Seguridade no atendimento ao participante, ampliando as formas de contato, incorporando novas tecnologias

e retomando o debate com a Diretoria da Celesc para a retomada do atendimento presencial nas regionais. Este é um ponto fundamental, que foi deturpado na última gestão da Celesc. A falta de vontade da última Diretoria trouxe um grande prejuízo aos participantes e precisamos desmistificar as

inverdades que foram usadas como justificativa para retirar o preposto da Celos do Acordo Coletivo de Trabalho, retomando um atendimento humanizado aos nossos participantes ativos e aposentados.

Além disso, a gestão da área de saúde é muito complexa. Além das dificuldades

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com as prestadoras de serviço que operacionalizam o plano de saúde, precisamos, também, avançar na retomada da discussão da criação de um novo plano de

saúde, mais acessível e que oportunize a todos os trabalhadores e seus familiares a cobertura de saúde pela Celos. Tendo participado dos debates do último ano,

tanto no Conselho de Administração quanto no sindicato, acredito que posso contribuir para essa que é uma das principais demandas dos trabalhadores.

Como enfrentar o desafio da comunicação?

Minha intenção é tentar, ao máximo, reproduzir a estratégia de comunicação que utilizei no Conselho de Administração. Ao longo do meu mandato no Conselho, tentei aproximar os trabalhadores com informes, vídeos, boletins através do whattsapp e dos e-mails, mas principalmente, estando presente na base.

As demandas são sempre muito grandes e acabamos percorrendo os locais de tra-

balho menos do que gostaríamos. Mas iremos, sim, estar próximos aos trabalhadores. Tenho tentado aproveitar a base construída no Conselho para continuar enviando aos participantes informações sobre a Celos. Também iremos aos locais de trabalho, buscando melhorar a dinâmica da conversa com os trabalhadores, ouvindo e transformando as críticas e sugestões em melhorias. Além disso, a comunicação

Como ter uma Celos forte?

A construção de uma Fundação cada vez mais forte passa pela conscientização de que a nossa luta é pela manutenção da Celesc Pública. Sem empresa pública, não existe Celos e todas as nossas conquistas são ameaçadas. Durante mais de 65 anos, os trabalhadores da Celesc alicerçaram suas conquistas no trabalho coletivo e na união da categoria. Foi deste esforço unificado que, há quase 50 anos, surgiu a Celos: em uma cláusula de Acordo

Coletivo de Trabalho negociada pelos sindicatos da Intercel. Se o passado da Celos é marcado pelo tra -

institucional da Celos precisa de um novo direcionamento. É preciso compreender o perfil de nossos participantes para chegar à eles de forma eficiente, agilizando, também as respostas. Divulgar nossas conquistas, nosso planos e dar transparência a todos os atos de gestão. Temos um longo caminho, mas tenho certeza que podemos melhorar muito a comunicação e aproximar, ainda mais, a Celos dos participantes.

dação, meu compromisso é dar continuidade às reestruturações iniciadas pelo ex-Diretor Henri Claudino, melhorar a comunicação com os participantes e garantir que a Celos seja a oportunidade de uma vida tranquila no trabalho (plano de saúde) e na aposentadoria (plano de saúde e previdenciário).

balho coletivo, o futuro da Fundação depende ainda mais desta união.

Na administração da Fun -

No dia a dia, minha luta é a luta de todos os trabalhadores: a luta em defesa de uma Celesc Pública e de uma Celos forte!

EXPEDIENTE Boletim do Conselheiro é uma publicação do Representante dos Empregados no Conselho de Administração da Celesc Jornalista Responsável: Paulo Guilherme Horn (MTE 3489/SC) Revisão: Jair Maurino Fonseca, Leandro Nunes e Ingrid Voigt Telefone / Whatsapp: (47) 9 9992-0036 Email: pghorn@gmail.com https://www.facebook.com/PauloHornConselheiroCelesc
VAMOS À LUTA! Abraços, Paulo
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"Sem empresa pública, não existe Celos e todas as nossas conquistas são ameaçadas"
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