A nossa construção é coletiva
Nesta semana, continuamos a percorrida de prestação de contas do mandato, passando pelas Agências Regionais de Itajaí, Joinville, Jaraguá do Sul e Blumenau. Desde o início da percorrida, temos percebido a ânsia dos trabalhadores por informações do atual momento da Celesc e das perspectivas com o novo Governo e a nova Diretoria da empresa. Essa curiosidade é natural, uma vez que o contexto que se impõe é de novidade. A tendência é que as pessoas tenham mais interesse no porvir do que no passado. Apesar de ser ferrenho defensor do papel fundamental da história, uma vez que as memórias e registros do que passou são importantes ferramentas de politização e mobilização de uma categoria fadada a lutar em defesa da Celesc Pública e de seus direitos, compreendo perfeitamente a ansiedade da categoria. Por isso, olho com preocupação as notícias que apontam para uma postura intransigente da interlocução da Diretoria com os sindicatos da Intercel. Na primeira reunião com o Presidente da Celesc

falei sobre a necessidade de uma mudança de rumo nesta relação. Aquilo que foi praticado pela gestão Cleicio e pelo Governo Moisés não é aceitável diante das declarações do Governador, Jorginho Mello e do próprio Presidente, Tarcísio Rosa, sobre a construção de uma Celesc Pública, mais forte e mais eficiente.
Gosto da metáfora da construção, que tão bem foi relatada no texto do Diretor do Sindinorte e ex-Representante dos Empregados no Conselho de Administração, Jair Maurino Fonseca. Jair está completamente certo ao afirmar que a construção
desta nova Celesc não pode carregar os vícios de uma gestão que não teve virtudes. Quando nós falamos em construção, falamos em coletivo. É exatamente por isso que percorremos o estado conversando com os trabalhadores. O dia a dia da representação no Conselho de Administração precisa ser de conhecimento dos eletricitários. Mais do que isso, as informações que o cargo nos dá acesso precisam ter um potencial mobilizador. É por isso que sempre reforço que nosso caminho é ter representações que tenham acesso à informação, sindicatos que tenham capacidade de

mobilização e, principalmente, trabalhadores que estejam dispostos a lutar. A cada concentração nos locais de trabalho, vamos construindo o nosso quinhão dessa Celesc Pública pelo qual tanto lutamos. Vamos erguendo suas estruturas, "tijolo por tijolo, num desenho mágico", apesar de, por vezes, termos os "olhos embotados de cimento e lágrimas", como escreveu Chico Buarque. Nós caminhamos em conjunto e, quando encontramos pilares que sustentam aquela velha Celesc, do medo, do autoritarismo e da inoperância, também temos em nós um potencial gigantesco para a desconstrução. Diz um ditado que "às vezes para construir, você deve desconstruir. Não destruir. Desconstrução não é destruição. É reconstrução". De fato, não estamos construindo uma nova Celesc. O que queremos é reconstruir uma Celesc Pública que respeite seus trabalhadores e atenda a sociedade com qualidade, a partir dos escombros de uma Administração que nunca respeitou os celesquianos. E ela até pode ser chamada de Celesc Pública, mais forte e mais eficiente, desde que o caminho para a eficiência seja a valorização dos celesquianos. Me parece ainda muito precoce falarmos em movimento ou manifestação. As portas para o diálogo foram abertas pelo Presidente e é preciso, sim, dialogar. Por isso a Intercel já pediu uma reunião com o Presidente para tentar, novamente, uma construção. Mas como disse o próprio Tarcísio, ele não será o responsável por negociar com os sindicatos e, por isso, a postura da Diretoria de Gestão Corporativa precisa de um novo rumo. Os arroubos de intransigência da última Administração tem que ser substituídos pelo diálogo.



Na próxima semana, continuaremos a percorrer os locais de trabalho, passando pelas Agências Regionais de Mafra, Joaçaba, Videira, Lages e Rio do Sul, aproximando os trabalhadores da representação no Conselho de Administração e abrindo o diálogo e a construção coletiva. Esperamos que a Diretoria da Celesc siga o exemplo e abandone os "pilares do desrespeito com os trabalhadores", conforme bem pontuado pelo companheiro Jair, e coloque a Celesc em um novo rumo, construído no debate.

O Ovo do Coelho
por Paulo LeminskiCoelho não bota ovo, quem bota ovo é galinha.
Mas eu conheço um coelho que é mesmo uma maravilha.
Os ovos que ele bota, você nem imagina.
São ovos de chocolate ou ovos de baunilha.
Por isso, nosso coelho foi expulso da família.
O pai dele disse: – Meu filho, isso é coisa de galinha.
O coelho respondeu rapidamente:
– Meu pai eu não tenho culpa, botar ovo é meu destino.
Se não posso botar ovos em casa, prefiro botar sozinho.
E foi assim que o coelho saiu de casa para a rua, botando ovo na Páscoa, no sonho de todo mundo.
FELIZ PÁSCOA! Abraços, Paulo
Jornalista
