98 Boletim do CONSELHEIRO NOVEMBRO/18
Representante dos Empregados | Leandro Nunes | leandronusi@gmail.com
Um presidente bacana! Bacana, bacana! Foi esse bordão que marcou o então Diretor de Distribuição, Cleverson Siewert, nas discussões que fizemos em seu primeiro ano na Celesc, nos idos de 2011. Eu era o coordenador da Intercel e ele um jovem indicado pelo então governador Raimundo Colombo para compor o time dos “menudos” do presidente Antonio Gavazzoni. Nós desconfiamos do Cleverson, antes mesmo de conhecê-lo. Aliás, nós desconfiamos da capacidade técnica, da inexperiência e dos interesses de todos os diretores empossados com Gavazzoni. Foram muitas reuniões, diversos debates, e a desconfiança que ainda permanecia, foi se acomodando. Sempre solícito e extremamente simpático, Cleverson buscava demonstrar, decisão após decisão, que a sua ambição pessoal estava alinhada com o sucesso da Celesc: queria ser reconhecido como bom gestor, inovador, além do seu tempo. O tempo passou, e os Diretores do então presidente Gavazzoni começaram a cair, um após o outro: Michel Becker, André Rezende, Alex Sartori... e Cleverson permanecia trabalhando. Apesar da desconfiança dos sindicatos, tocava adiante os investimentos e projetos da Diretoria de Distribuição, acumulando feitos. Depois de dois anos, com a saída do presidente Gavazzoni, a grande oportunidade surgiu: ser presidente da maior empresa pública de Santa Catarina. Apesar da pouca idade, assumiu a missão e, ao longo desses seis anos, fez um bom trabalho. Cleverson buscou direcionar a empresa para o cumprimento das metas que lhe eram impostas, e para as diretrizes que o futuro sinalizava. Já trabalhando no Conselho de Administração, assinamos a renovação da concessão da Celesc Distribuição, a vitória do leilão das nossas Usinas antigas, a renovação da lei estadual 13.570/05, o plano de re-
sultados da ANEEL, o financiamento do BID. Conquistas pensadas em conjunto, com opiniões que se somavam na direção de decisões acertadas, no fortalecimento da Celesc. A saída do Cleverson da Celesc era esperada, mas, enquanto não fosse concretizada, parecia que poderia não acontecer. Porém, nessa reunião do Conselho de Administração, Cleverson anunciou a sua saída da presidência da Celesc. Com a inteligência que lhe é peculiar, tomou uma decisão que faz com que saia da empresa “por cima”. Ao invés de esperar uma possível destituição do novo governador, antecipou-se ao fato, assegurando uma nova proposta de trabalho na iniciativa privada. Eu não o recrimino, pelo contrário, penso que ele terá uma carreira exitosa na iniciativa privada, e que em seu lugar poucos fariam diferente. Recuperando toda a sua trajetória na Celesc, desde a incredulidade de sindicatos e trabalhadores quando ingressou na Diretoria de Distribuição até hoje, relembrei todas as conversas que tivemos: orientações,
conselhos, negociações, brigas, conquistas. Um ciclo de sucesso se encerra, outro iniciará com muitos desafios, incertezas e trabalho. Ao presidente Cleverson Siewert, só posso dar os parabéns publicamente pelo trabalho e legado, por ser tão profissional e apaixonado por tudo que vez pela Celesc. Algumas oportunidades surgem apenas uma vez na vida e muitas vezes o sucesso está na diferença entre pegar ou largar. Entendemos os motivos que o levam a ir embora, porque cada um deve procurar construir seu próprio caminho. Ficaremos torcendo por seu sucesso, agora e sempre, porque você merece isso. Na Celesc, vamos seguir adiante, motivados em prol da manutenção da nossa concessão, em defesa da Celesc Pública, cobrando e fiscalizando o novo presidente da empresa, para que o sucesso da companhia seja o foco da sua gestão. Estarei aqui, sempre à disposição, para que a voz dos trabalhadores seja ouvida no Conselho de Administração da empresa.
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