Boletim do Conselheiro nº 112

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112 Boletim do CONSELHEIRO JUNHO/19

Representante dos Empregados | Leandro Nunes | leandronusi@gmail.com

Deputado propõe Frente parlamentar para privatizar as empresas públicas catarinenses O Deputado Estadual Bruno Souza (sem partido) encaminhou a proposta de criação de uma Frente Parlamentar do Livre Comércio, se valendo do discurso de desburocratização característico dos defensores do estado mínimo e da privatização. Datado do final de março, o requerimento está sendo levado aos gabinetes dos Deputados Estaduais para colheita de assinaturas à abertura da Frente. Nesse requerimento à criação da Frente Parlamentar, o item 8 do termo de adesão ataca diretamente a Celesc Pública. O texto diz: “Defender e votar a favor de privatizações e desestatizações, pela compreensão de que o Estado não deve realizar exploração da atividade econômica”. Entre outros pontos, Bruno defende que o Estado “mal e corrupto” não interfira na atividade dos bons empreendedores, arautos da dignidade e verdadeiros salvadores do brasil. “Possuir sempre presunção de inocência para com o gerador de riquezas da sociedade”, diz o texto. Este discurso que retrata a corrupção como uma característica exclusiva da esfera e dos agentes públicos é falso e conveniente. É o mesmo discurso que baseia a defesa da reforma da previdência, por exemplo. A ideia é precarizar os direitos e benefícios para o povo, deixando que os “geradores de riqueza” acumulem capital através da exploração dos trabalhadores e da conveniência

de um Estado que não cobra os devedores da previdência. O trabalho do Conselheiro e dos sindicatos da Intercel é um trabalho político de defesa da Celesc Pública. Isso nos faz conversar e debater com deputados, prefeitos, vereadores, governadores de todos os partidos e ideologias. Recentemente, percorremos a Assembleia Legis-

“Nesse requerimento à criação da Frente Parlamentar, o item 8 do termo de adesão ataca diretamente a Celesc Pública. O texto diz: “Defender e votar a favor de privatizações e desestatizações, pela compreensão de que o Estado não deve realizar exploração da atividade econômica” lativa e conversamos com todos os Deputados, apresentando os riscos da reestruturação para o fornecimento de energia ao Estado e para a manutenção do caráter público da empresa. Chegamos a falar com Bruno Souza, que nos ouviu sem manifestar um juízo de valor. Convidamos o Deputado para o debate na Audiência Pública do dia 24 de abril, onde ele poderia

falar às diversas representações da sociedade seu ponto de vista sobre o papel da Celesc e do Estado. O Deputado privatista preferiu fugir do debate e se esconder do diálogo com a representação dos trabalhadores da Celesc. A proposta apresentada por Bruno Souza é a antítese da defesa dos interesses da sociedade e dos trabalhadores. A Celesc é uma empresa pública com uma história de excelência no atendimento à sociedade. Inúmeras vezes a empresa foi reconhecida com prêmios nacionais e internacionais pela própria população. É preciso combater as ameaças de privatização da Celesc e, principalmente, este discurso mentiroso de que a corrupção é exclusividade da esfera pública. Nós não somos corruptos. Somos trabalhadores e trabalhadoras que tem responsabilidade com o povo de Santa Catarina. Independente de afinidades políticas, de ideologias, rejeições, é preciso que os celesquianos se somem na luta em defesa da Celesc Pública e do bom atendimento à sociedade. Por isso, peço que os vocês nos ajudem nesse processo. Peço para todos que conversem com deputados e políticos de seu círculo social ou convívio pessoal/profissional para combater a criação dessa Frente Parlamentar e, se instaurada, para fazer severa oposição aos seus trabalhos e encaminhamentos.

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