Boletim do Conselheiro nº 04

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Boletim do

Conselheiro

04 Junho/22

Representante dos Empregados no Conselho de Administração da Celesc | Paulo Guilherme Horn | pghorn@gmail.com / (47) 9 9992-0036

Passivo atuarial e plano de saúde: é preciso diálogo Na última semana, a Diretoria da empresa anunciou que apresentou aos sindicatos uma proposta final, visando a redução do passivo atuarial do plano de saúde da Celesc. Nela, a Diretoria afirma que os direitos dos trabalhadores ativos e aposentados estão garantidos, que a proposta foi aprovada pelo Conselho de Administração e que não existe risco, dando um ultimato: se não fosse aprovada até o dia 30 deste mês a Diretoria não mais negociará o assunto em 2022. Os sindicatos percorreram os locais de trabalho informando à categoria os pontos da proposta que consideram ilegais, além daqueles que potencialmente trariam riscos aos direitos dos celesquianos, buscando um encaminhamento coletivo para garantir o acesso à saúde pelos empregados. Os questionamentos feitos diante de uma proposta tão complexa são normais, assim como é justa a busca dos trabalhadores por segurança e garantias aos seus direitos. Neste momento, é preciso de calma e disposição ao diálogo. A criação de um mecanismo de controle e redução do passivo atuarial da Celesc é muito importante para o futuro da empresa. O tema é um dos principais objetivos estratégicos do Conselho de Administração e vem sendo debatido desde 2019, mas a proposta da Diretoria para o acordo nunca foi detalhada dentro do Conselho. É importante deixar claro que a responsabilidade de operacionalizar a redução do passivo em forma de acordo negociado com os sindicatos é da Diretoria da empresa e não do Conselho de Administração. E para isso, a

Diretoria precisa estar disposta ao diálogo. Fechar as portas ao debate é contraproducente: a empresa não avança no seu objetivo de reduzir o passivo atuarial e, além disso, penaliza os empregados, dificultando a adesão à um plano de saúde mais acessível. A negativa em continuar a negociação leva, invariavelmente, a uma manifestação, como a forte paralisação que foi realizada pelos trabalhadores nesta quarta-feira, dia 29. É preciso consolidar o que há de consenso e discutir as divergências. Existe, hoje, uma proposta que une os sindicatos e a Diretoria, que é a criação do novo plano de saúde. As regras estão postas, atendem os anseios da categoria por um plano mais acessível e opcional, além de, também, reduzir o passivo atuarial. Muito provavelmente, o tema deverá retornar ao debate no Conselho de Administração. Acredito que existe uma oportunidade que não deve ser desperdiçada por decisões tomadas no calor da contrariedade. Logo que entrei no Conselho, ouvi que a disposição ao diálogo era questão fundamental para que todas as representações caminhassem em um rumo que fosse bom para a empresa, para os trabalhadores e para os acionistas. Esse é o conselho que fica à Diretoria. É preciso disposição ao diálogo. Negar o debate com as entidades sindicais apenas irá acirrar os ânimos dos trabalhadores e incentivá-los ao enfrentamento, uma vez que o acesso e a sustentabilidade do plano de saúde é bandeira de luta da categoria.

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