Diálogo e compromisso com a Celesc Pública
Nos últimos dias a imprensa catarinense divulgou que o Governador do Estado, Jorginho Mello, havia escolhido o novo Presidente da Celesc. Com direito a registros acerca de um plano silencioso para privatizar a Celesc, escrito por um colunista que nunca defendeu a empresa pública e os celesquianos, o nome de Tarcísio Estefanno Rosa ficou conhecido dos trabalhadores e da sociedade catarinense.
Em 30 de janeiro, a Diretoria de Finanças e Relações com Investidores divulgou um Comunicado ao Mercado, oficializando a indicação do Governo do Estado e informando que a mesma seria objeto de debate nos comitês de assessoramento e em na reunião do Conselho de Administração, que acontecerá na próxima semana, no dia 09 de fevereiro.
Com a divulgação da indicação, os trabalhadores então pesquisaram, como é comum, o currículo de Tarcísio o que resultou em críticas à sua atuação no processo de privatização da Amazonas Energia, distribuidora que pertencia ao grupo Eletrobras. Obviamen-
te, a indicação de um Presidente reflete as aspirações do Acionista Majoritário para a administração da empresa e, principalmente, para o seu futuro. E esse é o exato ponto. Ao primeiro olhar, a indicação de um Presidente que conduziu um processo de privatização e deu declarações enaltecendo as vantagens de uma empresa privada sobre uma empresa pública acende um sinal de alerta nos trabalhadores. A responsabilidade, entretanto, é do Governador Jorginho Mello.
Foi Jorginho Mello que participou do 11º Congresso dos Empregados da Celesc, em maio de 2022, ainda como Senador da República, e discursou aos celesquianos defendendo a manutenção da Celesc como empresa pública. Foi Jorginho Mello que, na condição de candidato ao Governo do Estado de Santa Catarina, em agosto, assinou a carta compromisso em defesa da Celesc Pública, reforçando a sua manifestação anterior. Já eleito, Jorginho Mello tem reafirmado
que em seu governo tanto Celesc quanto Casan permanecerão públicas.
Diante das reações que a indicação vem tendo nos grupos de whattsapp e nos corredores da empresa, é preciso assertividade, tanto dos trabalhadores quanto do Governo. Considerando que o nome indicado seja aprovado no Conselho de Administração, é obrigatório que o novo Presidente se manifeste, rápida e publicamente, pela manutenção da Celesc Pública. Não podemos voltar à malfadada gestão Moisés, onde assumir uma posição contra a privatização parecia um crime. Se a responsabilidade cabe ao Governador, cabe ao Presidente por ele indicado oferecer a necessária tranquilidade para que os celesquianos continuem trabalhando e atendendo a sociedade catarinense com a qualidade e responsabilidade que sempre foi característica da maior estatal catarinense.
Aos trabalhadores, cabe a prontidão. Transições governamentais trazem mudanças profundas na Celesc. A última trouxe modificações desastrosas. Pelo passado recente, tenho certeza que os sindicatos da Intercel acompanham o processo com atenção e contam com a disposição da categoria para defender a empresa pública. Organizados pelos sindicatos, cabe aos trabalhadores serem protagonistas da luta.
Entretanto, antes de falar em luta é preciso falar em diálogo (talvez aquilo que mais tenha faltado à última gestão da empresa). Quando Moisés anunciou Cleicio, em 2018, o novo Presidente discursou na Administração Central prometendo diálogo. Nunca cumpriu a promessa. Na presidência, Cleicio reproduziu o então Governador. Passou meses sem receber as representações dos trabalhadores e, quando o fez, nunca conseguiu dialogar. Porque o diálogo pressupõe muito mais do que simplesmente fa-
lar. Nelson Rodrigues dizia: “a maioria das pessoas imagina que o mais importante no diálogo é a palavra. Engano: o importante é a pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão”. É na pausa que se escuta. E os trabalhadores e suas representações tem muito a falar, tem muito a contribuir com a Celesc Pública. Por isso, considero fundamental que, logo ao assumir o cargo, o novo Presidente se reúna com a Intercel, para conhecer as demandas da categoria e a história de defesa que as entidades sindicais carregam em sua atuação.
A oficialização da indicação do Acionista Majoritário só se dará na reunião do Conselho de Administração do dia 09, quando devemos ter, também, mudanças em Diretorias. É momento de olhar para frente, sem se esquecer do passado, afinal de contas, “um povo sem memória é um povo sem futuro”. Assim, é preciso que aqueles que deram suporte e sustentação ao ex-presidente da Celesc até os minutos finais de sua conturbada demissão, dêem lugar a nova administração. Desde já, fica registrada a expectativa de todo celesquiano e celesquiana sobre a atuação do novo Presidente e dos novos Diretores: defesa intransigente da Celesc como empresa pública, respeito aos direitos e conquistas dos trabalhadores e abertura para o diálogo.
A Celesc foi construída pelo trabalho de muitos celesquianos. Tem uma história que ultrapassa qualquer pessoa, em qualquer cargo. É um patrimônio do povo catarinense. E é exemplo de que uma empresa pública atende a sociedade com mais qualidade do que empresas priva(tiza)das. Administrar a empresa neste contexto e com estes preceitos é o papel não só do novo, mas de todo Presidente da Celesc, em qualquer tempo.
"Desde já, fica registrada a expectativa de todo celesquiano e celesquiana sobre a atuação do novo Presidente e dos novos
Diretores: defesa intransigente da Celesc como empresa pública"
CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A. COMPANHIA ABERTA
CNPJ nº. 83.878.892/0001-55
NIRE 42300011274
COMUNICADO AO MERCADO
OFÍCIO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA (CELESC) (B3: CLSC3 e CLSC4), Companhia de capital aberto, com ações negociadas na B3, listada no Nível 2 de Governança Corporativa vem a público comunicar aos acionistas e ao mercado em geral que recebeu Ofício do Estado de Santa Catarina indicando o Senhor Tarcísio Estefano Rosa para ocupar o cargo de Diretor Presidente da CELESC.
A indicação está sendo submetida ao processo de governança interna da Companhia em observância ao Estatuto Social da Companhia, à Lei nº 13.303/2016, ao Decreto Estadual nº 1.484/2018 e demais legislação pertinente.
Florianópolis, 30 de janeiro de 2023.
Marcos Antonio Pacheco Diretor de Finanças e Relações com Investidores
Outras informações com a equipe de RI: ri@celesc.com.br e (48) 3231.5100