Fevereiro de 2017

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JORNAL

O Rosário Periodicidade: mensal - Circulação: Zona Leste - Edição de fevereiro de 2017

TIRAGEM: 2.000 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EDITORIAL Caros paroquianos, Paz e Bem! Foi com alegria e entusiasmo que recebi o convite para exercer a função de pároco durante o ano de 2017. Devido ao modo como vivemos e nos organizamos, a forma do nosso trabalho pastoral é realizado em fraternidade. Portanto, trata-se de um compromisso que é assumido com os demais frades que aqui estão. Como é próprio da nossa vida itinerante, vários freis foram transferidos. Alguns partiram e outros estão chegando. Dentre aqueles que acolhemos, está o nosso irmão Frei Edson Matias. Ele é natural de Anápolis, Goiás. Até então trabalhava na Paróquia Nossa Senhora da Abadia, em Piracanjuba/GO, Diocese de Itumbiara. Comunidade essa que está sob os cuidados dos capuchinhos do Brasil Central. Assim, como nós, ele também é frade capuchinho e veio para Belo Horizonte para dar continuidade as seus estudos na área de teologia. Agora ele faz parte de nossa comunidade e estará conosco durante seus estudos. Rezemos por ele, que tenha entre nós uma boa experiência, e que Deus ilumine seus passos. A Arquidiocese também recebe novos bispos auxiliares, e aproveitando o ensejo quero saudar o monsenhor Geovane Luís da Silva e o monsenhor Otacílio Francisco Ferreira Lacerda. Na edição de O Rosário deste mês merece destaque o artigo de autoria de Andréa Matos sobre o Projeto de Evangelização da Arquidiocese para os próximos quatros anos. Ele é resultante de um processo que foi sintetizado na 5ª Assembleia do Povo de Deus. Com o nome de ‘Proclamar a Palavra’, este documento vai nortear a elaboração do plano pastoral em nossa Paróquia. O texto na íntegra e um vídeo explicativo sobre como repercutir a Assembleia estão disponíveis no site da Arquidiocese: www.arquidiocesebh.org.br.

Página 3 Nossa Igreja é una [página 4]

Campanha da Fraternidade (1962-2017) [página 5]

Obrigado a todos pela colaboração e incentivo, que cresça entre nós a consciência sobre a participação no dízimo para que o processo evangelizador possa continuar. Pela intercessão de Nossa Senhora do Rosário, de Santa Clara e São Francisco de Assis, Deus os abençoe. Frei Lázaro de Freitas, OFMCap

Penitência Franciscana [página 7]


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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | FEVEREIRO DE 2017

CELEBRAÇÕES EUCARÍSTICAS

AGENDA DO MÊS 01/02 - quarta-feira 19h Reunião do Conselho Paroquial

Pastoral

02/02 - quinta-feira 18h Adoração e benção do Santíssimo Sacramento 19h30 Reunião do Conselho Pastoral Comunitário da Pompeia 04/02 - sábado 9h Reunião dos catequistas 15h Encontro da Pastoral do Dízimo Esplanada 05/02 - domingo 5º Domingo do Tempo Comum 06/02 - segunda-feira 19h Reunião Liturgia - Pompeia 19h Leitura Orante - Abadia 07/02 - terça-feira 19h Novena Perpétua Nossa Senhora do Rosário de Pompeia 08/02 - quarta-feira 19h Reunião do Conselho Comunitário São Rafael

Pastoral

09/02 - quinta-feira 18h Adoração e benção do Santíssimo Sacramento 19h Reunião do Conselho Pastoral Comunitário Esplanada 19h30 Reunião/Formação da Pastoral do Batismo 11/02 - sábado 9h Celebração de Abertura da Catequese – Abadia 15h Encontro de Pais e Padrinhos para o Batismo de Crianças Acolhida do Dízimo – Todas as Missas

12/02 - domingo 6º Domingo do Tempo Comum 9h Apresentação das Crianças – Pastoral do Batismo 17h15 Terço, Missa e novena Perpétua de Nossa Senhora Aparecida - Esplanada Acolhida do Dízimo – Todas as Missas 13/02 - segunda-feira 19h Leitura Orante - Abadia 15/02 - quarta-feira Reunião do Conselho Comunitário Abadia

Pastoral

16/02 - quinta-feira 18h Adoração e benção do Santíssimo Sacramento 19h Reunião do Conselho Pastoral Comunitário São Judas 20h Encontrão ECC

Matriz Nossa Senhora do Rosário de Pompeia Horário: segunda, às 7h; terça a sábado, às 7h e 19h; domingo, às 7h, 9h e 19h Endereço: rua Iara, 171 - Pompeia Capela São Judas Horário: domingo, às 19h30; dia 28/02, às 8h e 20h Endereço: rua Iara, 727 - Pompeia Capela Nossa Senhora Aparecida Horário: sábado, às 18h; domingo, às 18h Endereço: rua Violeta, 555 - Esplanada Capela Nossa Senhora da Abadia Horário: sábado, às 17h; domingo, às 9h Endereço: praça da Abadia, s/n - Esplanada Capela Nossa Senhora dos Anjos Horário: domingo, às 10h30 Rua Raimundo Venâncio da Silva, Comunidade São Rafael - Santa Efigênia

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Capela do Cemitério da Saudade Horário: segunda-feira, às 8h Rua Cametá, 585 - Saudade

19/02 - domingo 7º Domingo do Tempo Comum 9h Missa ECC 10h30 Celebração do Batismo 20/02 - segunda-feira 19h Leitura Orante - Abadia 23/02 - quinta-feira 18h Adoração e benção do Santíssimo Sacramento 25/02 - sábado Recesso da catequese 26/02 - domingo 8º Domingo do Tempo Comum 27/02 - segunda-feira 19h Adoração e benção do Santíssimo Sacramento 28/02 - terça-feira Carnaval

EXPEDIENTE Pároco Frei Lázaro de Freitas, OFMCap Pastoral da Comunicação – Pascom: Andréa Matos David Tierro Débora Drumond Douglas Lima Frei Jean Gregory, OFMCap Frei Vicente Pereira, OFMCap Madalena Loredo Patrícia Leal Renilson Leite Jornalista responsável: Débora Drumond Arte e diagramação: Bárbara Andrade Impressão: Gráfica Fumarc Endereço Rua Iara, 171 - Pompeia, Belo Horizonte/MG Telefone: (31) 3889 4980 E-mail: pascompompeiabh@gmail.com Facebook: paroquiapompeiabh Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do jornal. O Jornal O Rosário reserva-se o direito de editar os materiais recebidos.


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DESTAQUE DO MÊS

No último dia 8 de dezembro, a Arquidiocese de Belo Horizonte lançou o novo projeto de evangelização a ser seguido por todas as suas paróquias. Com o nome de “Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra”, foi gestado como fruto da 5ª Assembleia do Povo de Deus – “Igreja missionária, servidora da Palavra”, realizada no período de 13 de fevereiro de 2015 até 20 de novembro de 2016. Foi um longo caminho percorrido pelas paróquias da Arquidiocese para que se chegasse a este projeto de evangelização que norteará o serviço da Igreja no quadriênio de 2017-2020. Toda a Arquidiocese estará envolvida no projeto. Cada parte, integrante dos círculos concêntricos aqui demonstrados, tem sua função: orientar – articular – compartilhar – vivenciar/fazer, todos com o mesmo propósito, de alcançar a essência do projeto: proclamar a palavra. Toda a Igreja, em busca de ser missionária e misericordiosa, comprometida com a construção de uma sociedade justa e solidária.

fomentar o processo de formação permanente; b) promover o processo de formação integral na arquidiocese, com métodos diversificados, presencial e a distância; c) investir recursos humanos e financeiros na formação permanente dos agentes de pastoral e do clero. 9. Catequese: a catequese é processo oportuno para a escuta atenta da Palavra de Jesus. a) fomentar a catequese dos cristãos, com o envolvimento de toda a família; b) proporcionar a permanente e integral formação aos catequistas; c) promover a catequese em sintonia com o mundo, bem como a catequese com ações ecumênicas.

Na perspectiva do Pontificado de Francisco 2. Opção preferencial pelos pobres: as injustiças sociais, que provocam realidades de pobreza, exigem de nós uma postura profética. a) promover a consciência do profetismo do Evangelho em defesa dos empobrecidos; b) promover espaços privilegiados de valorização da dignidade humana com ações concretas de transformação de realidades injustas; c) contribuir para o engajamento dos cristãos nas questões políticas e sociais. 3. Igreja da acolhida: para sermos uma Igreja comprometida com a hospitalidade e a fraternidade, devemos cumprir o mandato evangélico de ir ao encontro do outro. a) favorecer processos que busquem o amadurecimento da fé dos cristãos; b) capacitar evangelizadores para que as comunidades sejam lugar de acolhida, segundo a misericórdia e o cuidado evangélico; c) garantir ações que promovam encontros dos irmãos e irmãs em situação de vulnerabilidade. 4. Fé, Política e Cidadania: o cristão deve ter compromisso com a Política e a Cidadania, com vistas à promoção do bem comum. a) fomentar a educação cristã para o exercício da cidadania, tendo em vista a justiça e a paz, a partir da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja; b) criar e fortalecer os grupos de Fé e Política, observando a transversalidade da Política, com o objetivo de propiciar a articulação política, sobretudo das juventudes; c) Integrar a pastoral com as organizações sociais, associações comunitárias e conselhos públicos.

Nesse espaço, farei um breve resumo, já trazendo um pedido: leiam o projeto na íntegra, pois a paróquia precisará de seu auxílio na definição dos compromissos que serão assumidos para o serviço dos próximos quatro anos, na confecção de seu Plano Pastoral, e também em sua execução. O projeto é sustentado por 10 pilares (no projeto denominado “Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Belo Horizonte”) que devem ser considerados como compromissos a serem assumidos pelos paroquianos, ministros leigos e religiosos de todas as paróquias, e também pela Arquidiocese. Os conselheiros, líderes e membros das comunidades da paróquia serão convidados para encontros de planejamento, com o objetivo de escolher alguns dos pilares apresentados pelo projeto, preferencialmente aqueles compromissos que melhor correspondam ao carisma e às possibilidades da paróquia. Como todos devem conhecer e estudar o projeto para que o Plano Pastoral da paróquia atinja os objetivos pretendidos, aqui os 10 compromissos definidos pela Arquidiocese foram descritos de forma resumida, com a intenção de que suscite o seu conhecimento e estudo, lembrando que a Arquidiocese elegeu três âmbitos de ação a serem perseguidos e, didaticamente, ficaram assim dispostos em todas as diretrizes: a) Pessoa; b) Comunidade; e c) Sociedade. Passemos à abordagem das diretrizes e seus respectivos âmbitos. 1. Rede de comunidades: as comunidades eclesiais são espaços propícios para a vivência em comunhão da fé cristã. a) promover ações que superem o individualismo e fomente o espírito de comunhão e de participação; b) desenvolver grupos de Círculos Bíblicos, de Ofício Divino das comunidades e de Leitura Orante; c) garantir que os Conselhos Pastorais sejam efetivos espaços de discernimento e decisão.

5. Família: a vocação ao matrimônio tem muito valor para a Igreja e para a sociedade, o que não restringe a compreensão de outras configurações familiares. a) valorizar a potencialidade humana de formar e viver em família, pois essa instituição é o primeiro lugar para a experiência da evangelização e do despertar da fé; b) promover ações capazes de dialogar e de acolher todas as famílias, em suas diversas configurações; c) fomentar a participação das famílias nas demandas sociais. 6. Protagonismo dos leigos e leigas: a Igreja é chamada a ser sinal de unidade e de comunhão na diversidade e pluralidade de seus membros. a) ampliar a compreensão do serviço eclesial dos (as) leigos (as) como ministros (as) da Palavra; b) legitimar o papel dos (as) leigos (as) na comunidade de fé, fomentar o protagonismo das mulheres, como atitude fundamental para a vida comunitária e a desclericalização da Igreja arquidiocesana; c) promover ações de engajamento dos (as) leigos (as), com vistas a criar laços de pertença à comunidade de fé. 7. Opção preferencial pelas juventudes: a Igreja deve contribuir para que os jovens façam sua escolha por Jesus Cristo e pelo Reino. a) valorizar as juventudes, sobretudo as empobrecidas, como sujeitos da evangelização; b) reafirmar a opção pelas juventudes, e fomentar o protagonismo juvenil das pastorais e grupos de jovens, no processo contínuo de catequese; c) fomentar permanentemente a formação cristã, vocacional, sociopolítica e cidadã das juventudes. 8. Formação integral e permanente: para se tornar discípulo, como ensina Jesus, devemos nos colocar a caminho, e para o nosso aprendizado devemos estar inseridos num processo permanente de formação. a)

10. Comunicação e Cultura: propagar a Boa-Notícia de que a alegria do Reino é para todos. Isso é comunicar a fé. a) promover a cultura do encontro; b) desenvolver e integrar a Pastoral da Comunicação com a Pastoral da Cultura; c) modernizar os meios de comunicação da Arquidiocese para permanente transmissão da fé cristã. Em cada um dos compromissos escolhidos para integrar o Plano Pastoral Paroquial, cada um dos âmbitos perseguidos como primordiais: a pessoa, a comunidade, e a sociedade (letras ‘a’, ‘b’ e ‘c’, das 10 diretrizes, respectivamente), suscitam ações distintas da Palavra de Deus, que é a fonte e o ápice de toda a ação pastoral: para a pessoa, que ela seja vivência; para a comunidade, que ela seja testemunho, e para a sociedade, que ela seja serviço. Afinal, como está expresso no projeto, abriramse “horizontes para pensarmos nova metodologia para a evangelização da Arquidiocese de Belo Horizonte que, à luz da Palavra de Deus, e sob a inspiração do magistério do papa Francisco, buscará viver a fé que professamos, plenamente inseridos na vida das pessoas, da comunidade e da sociedade”. (Item I.7 do Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra, p. 10) Cada paróquia com suas comunidades deve fazer o seu Plano Pastoral Paroquial para os quatro anos (2017-2020), e entregar à sua respectiva Região Episcopal, no nosso caso, a Região Episcopal Nossa Senhora da Piedade, até o dia 23/03/2017. Posteriormente, a Arquidiocese publicará, de forma organizada, os compromissos assumidos pelas paróquias. A metodologia utilizada para o planejamento pastoral, depois de escolhidos os compromissos, as ações concretas deverão ser planejadas, respondendo a quatro questões: “o que será feito?”, “como será feito?”, “quem será envolvido?”, e “quando será feito?”. Isso para cada um dos anos do quadriênio. Segue o modelo apresentado no projeto para melhor compreensão:

Terminamos essa explanação com algumas palavras de Dom Walmor, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte: “Proclama a Palavra, tem gente precisando escutar! [...] Proclamar a Palavra para que o mundo creia! [...] Vai, proclama você! Eu também vou proclamar!”. Andréa Matos R. M. Castro Advogada e Doutora em Ciências Sociais


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Catequese permanente

Nossa Igreja é una Uma característica curiosa de nossa Igreja é sua unidade. Quando falamos em unidade, corremos o risco de confundir unidade com uniformidade. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A unidade é comunhão gerada na diversidade. A uniformidade é imposição de um modo de ser sobre todos os outros, sem deixar espaço para a diversidade, para a expressão das diversas partes que compõem o grupo. Uniformidade e diversidade são antônimas. Unidade e diversidade são complementares.

Novidades na preparação para o Batismo – parte II

Imagem: goo.gl/fvtWE1

Na última edição de nosso jornal “O Rosário”, dizíamos que estamos preparando algumas novidades na celebração do Batismo das crianças. Essas novidades se referem, sobretudo, ao modo de acolhermos os pais e padrinhos para o Batismo de seus filhos e afilhados, oferendo a eles o que temos de melhor na Igreja: a presença de Jesus que nos fala por meio de sua Palavra celebrada, da comunhão fraterna, da partilha da vida e da oração.

A unidade de nossa Igreja é garantida pela fé professada, celebrada e vivida. A fé professada: Todos nós católicos professamos a fé em Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. É a mesma fé dos apóstolos; a fé que um dia nos foi transmitida por nossos antepassados e que acolhemos como força para viver. Essa fé se manifesta de modos distintos, mas tem um cerne, um ponto comum. Tem um eixo que congrega os crentes; ou seja, tem um modo católico de crer. E esse modo de crer contempla a diversidade, inclusive admitindo posturas teológicas distintas, pois sabemos que não possuímos a verdade. Da verdade a gente só se aproxima, mas a gente não se apropria dela. Ela é maior que nós. É ela que nos abarca; nos consome; nos envolve. A fé católica não quer ser absoluta, ou não seria católica, nem mesmo cristã – afinal, Jesus ensinou humildade e não arrogância. A fé católica lida com o mistério e não com a certeza de uma ciência exata. Ela deixa margem para a dúvida, para a procura, para a escuta do outro e, inclusive, para o erro, pois só Deus é infalível. Nesse leque de possibilidades, de procuras, nós cremos. E cremos com a Igreja e porque somos Igreja. Não inventamos a fé; não criamos uma fé para professar. Professamos a fé que recebemos de nossos pais na fé: Deus nos ama tanto que nos deu seu Filho que, pela força do Espírito, nos redimiu e nos congregou em torno dele. A fé celebrada: Toda religião tem seu culto; sua expressão da fé; seu modo de rezar, de entrar em

comunhão com o Deus que cultua. Nós católicos temos também um modo de celebrar. Temos sacramentos, ritos, símbolos, orações... Temos um jeito de fazer o encontro com Deus. Esse encontro é feito de modo bem encarnado na história, assumindo a cultura e os costumes do local, o jeito de ser do povo que celebra. Afinal, celebração é expressão da vida e não um amontoado de ritos e símbolos que nada dizem à comunidade celebrante. Por isso, às vezes, as celebrações são tão distintas. Mas, nessa diversidade, está a unidade da fé, pois é uma fé encarnada. Lembremos: nosso Deus é o Deus da história. Deus se fez homem; entrou na história. Seria trair a fé no Deus de Jesus Cristo se a gente só aceitasse uma expressão da fé, de acordo com uma cultura. Na hora que todo o mundo tiver que celebrar igualzinho, traímos a nossa fé. Arrancamo-la da história e obrigamo-la a entrar numa forma que não é a sua. O fato de nós católicos termos um ano litúrgico estabelecido, com leituras dos textos da Escritura já selecionados para cada dia, com rituais que definem as celebrações não garante a unidade. A unidade da fé não vem dos ritos, de fora, mas de dentro do coração que crê. Solange Maria do Carmo Mestre em Teologia Bíblica e doutora em Teologia Catequética

Carnaval

Entre origens e formatos carnavalescos Há muitas histórias com versões diferentes sobre a origem do carnaval. Entre as mais comuns, temos os relatos de que na Grécia antiga eram feitos cultos aos deuses, pela fertilidade e produção da mãe terra, nas grandes colheitas. Povos hebreus, egípcios e romanos também festejavam as suas divindades. Porém, o carnaval no Brasil tem mais relação com o da Europa, onde aconteciam jogos, brincadeiras e, posteriormente, adotaram o uso de máscaras, caras pintadas e desfiles urbanos, com bumbos e tambores. A comemoração levava o nome de entrudo e tinha maior participação dos escravos, porque os nobres preferiam festejar em suas casas. Durante esses dias, com o sentimento de liberdade, as pessoas tomavam as ruas, bebiam e comiam exageradamente, excessos que muitos associam ao carnaval atual. Tudo acontecia antes da Quaresma, um tempo de silêncio, oração e penitência. Da parte da Igreja, havia também o pedido de jejum e abstinência de carne. A palavra carnaval então significaria “adeus carne”. O que indica que seria o último dia para se despedir da carne, antes Imagem: goo.gl/dgcCZm do tempo quaresmal. Daí as pessoas aproveitarem para satisfazer seus desejos de comida e extravasar tantas outras vontades, antes do recolhimento pessoal. Com o tempo, o carnaval do Brasil ganhou muitas formas. Com tanta diversidade em nosso país, não seria diferente. Há o carnaval das escolas de samba e blocos de rua; do frevo e dos bonecos gigantes; da terra do boi-bumbá,

com os bois Garantido e Caprichoso; o carnaval de axé da Bahia, e ainda resistem em muitos lugares o carnaval das antigas e animadas marchinhas. Seja como for, o carnaval transformou-se em uma grande manifestação cultural e ainda guarda um pouco da sua essência, de fantasias e ilusões, da pura diversão. E toda expressão cultural tem como fundamento a confraternização, a fraternidade e a colaboração mútua, porém, se o ato foge disso, foge também aos princípios cristãos. Não podemos negar que, infelizmente, muitas pessoas usam a folia como pretexto para a liberdade descontrolada, agindo acima das regras e leis, comportando-se como irracionais, às vezes. Mas não é impossível encontrar lugares que ofereçam descontração e diversão saudável. Não há mal nenhum em reunir-se com amigos, estar com a família e festejar. Para o cristão, toda demonstração de alegria é igualmente expressão de vida e paz. De outra forma, esse período pode ser também uma oportunidade para quem busca aprofundamento da fé e oração. Muitas comunidades organizam retiros espirituais e dispensam o jeito moderno de se pular carnaval.

The Fight Between Carnival and Lent (A Briga entre o Carnival e a Quaresma). Pintura de Peter Bruegel, o Velho, em 1559. Kunsthistorisches Museum, Vienna.

Vivenciar o carnaval com sabedoria e comportamento cristão exige convicção de fé e maturidade humana. É preciso que reconheçamos nossas limitações e fraquezas. Cada um de nós é dono das suas atitudes e comportamentos e deve saber para qual liberdade Cristo nos libertou. Renilson Leite, jornalista

A primeira coisa importante é compreender que não se trata de uma “decisão de gabinete”, daquelas que a gente toma apenas por razões administrativas. Nem nasce da decisão simples de alguém, da Pastoral do Batismo, do pároco ou do arcebispo. Por que mudar, então? Sabemos que é dever da Igreja o anúncio do Evangelho de Jesus, cada vez de forma mais compreensível e encantadora. E sabemos também que nem sempre fomos capazes de anunciar essa Boa Notícia com a grandeza e a largueza que ela merece e exige. Muitas vezes prendemos o Evangelho dentro de nossos esquemas pastorais, ou de estratégias antigas que até funcionaram bem, mas que podem estar ultrapassadas. O Evangelho será sempre maior do que nossas iniciativas, o que não significa que possamos cruzar os braços. Corresponder à profundidade da Palavra de Jesus com métodos cada vez mais acertados é preocupação constante da Igreja. É por isto mesmo que estamos mudando: para acolher melhor as famílias que pedem o Batismo para as crianças; para oferecer-lhes uma catequese mais profunda e mais ampla que uma simples instrução; tudo para que o Batismo possa operar em nós aquilo que pedimos a Deus ao administrá-lo. Mais que uma simples decisão, as mudanças que vêm por aí são resposta àquelas preocupações que o Evangelho nos desperta hoje; são um gesto de obediência às necessidades do nosso tempo, para que possamos experimentar e acolher com alegria a Palavra de Jesus. É verdade que a preparação imediata para o Batismo se tornará um pouco mais longa. As inscrições deverão ser feitas com um pouco mais de antecedência e haverá mais oportunidades de encontro com as famílias, antes e depois da celebração do Batismo. Mas vamos admitir: conhecer uma pessoa leva tempo e exige convívio. Do mesmo modo, encontrar-se ou reencontrar-se com o Ressuscitado se torna mais possível quando estabelecemos relações mais intensas e fraternas entre nós. Assim, não apresentaremos nossos filhos ou afilhados a um desconhecido, mas a alguém que conhecemos e aprendemos a amar: Jesus. Por isso, não perca as próximas datas: Inscrições: de 1 a 15 de fevereiro; Apresentação das crianças: 12 de março; Celebração do Batismo: 19 de março. Mais informações podem ser obtidas no Escritório Paroquial ou com os agentes da Pastoral do Batismo. E, no próximo mês, continuaremos a falar sobre os passos desse novo itinerário de catequese. Seguimos juntos! Frei João Junior, OFMCap Imagem: goo.gl/DL3VbB


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Todo católico sabe um trechinho de uma canção de alguma Campanha da Fraternidade (CF). Cada uma delas marcou diferentemente cada fiel, com uma produção musical diferente e uma mobilização grande em encontros e assembleias. Uma das finalidades é a ajuda financeira para os grupos que se envolvem diretamente no trabalho de assistência das áreas tematizadas todos os anos. Em 1962, a ideia da comunidade católica da cidade de Natal, no nordeste do Brasil, era refletir sobre a pobreza e fazer algo concreto, assim começou. A emoção da fraternidade, de estabelecer o laço de amor e fortaleza entre os cidadãos brasileiros é importante, pois os problemas sociais e políticos são graves e se mantêm. Para o povo brasileiro é preciso fraternidade! Fraternidade é sentimento de solidariedade, de irmandade, de pertencimento de cada um, dos outros e de todos. Consequências da emoção da fraternidade são a paz, a justiça, o sentir-se fraterno. Ser fraterno é coisa que se aprende. A fraternidade é uma invenção humana para que as diferenças sejam aceitas. Um é negro, outro é branco, um é alto, outro é baixo, um está doente, um está preso, alguns estão com fome, poucos possuem quase tudo, e muitos sofrem nos seus cotidianos da falta do amor. As campanhas da fraternidade possuem temas

anuais que vão ao encontro dessa especificidade dos problemas sociais. Como se ensina fraternidade? Como ensinar para o ser humano desde criança que é preciso nutrir sentimentos e atitudes de respeito e carinho com as pessoas, de ajuda, de compreensão dos momentos difíceis dos outros? Lendo os títulos, podemos nos inspirar em nossa missão: “Campanha da Fraternidade” (1962); (em 1963 não houve a campanha); “Você também é Igreja” (1964); “Faça de sua paróquia uma comunidade de fé, culto e amor” (1965); “Somos responsáveis uns pelos outros” (1966); “Somos todos iguais, somos todos irmãos” (1967); “Crer com as mãos!” (1968); “Para o outro, o próximo é você” (1969); “Ser cristão é participar” (1970); “Reconciliar” (1971); “Descubra a felicidade de servir” (1972); “O egoísmo escraviza, o amor liberta” (1973); “Onde está teu irmão?” (1974); “Repartir o pão” (1975); “Caminhar juntos” (1976); “Comece em sua casa” (1977); “Trabalho e justiça para todos” (1978); “Preserve o que é de todos” (1979); “Para onde vais?” (1980); “Saúde para todos” (1981); “A verdade vos libertará” (1982); “Fraternidade sim, violência não” (1983); “Para que todos tenham vida” (1984); “Pão para quem tem fome” (1985); “Terra de Deus, Terra de irmãos” (1986); “Quem acolhe o menor, a mim acolhe” (1987); “Ouvi

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o clamor deste povo!” (1988); “Comunicação para a verdade e a paz” (1989); “Mulher e homem: imagem de Deus” (1990); “Solidários na dignidade do trabalho” (1991); “Juventude, caminho aberto” (1992); “Onde moras?” (1993); “A família, como vai?” (1994); “Eras tu, Senhor?!” (1995); “Justiça e paz se abraçarão” (1996); “Cristo liberta de todas as prisões” (1997); “A serviço da vida e da esperança” (1998); “Sem trabalho... por quê?” (1999); “Novo milênio sem exclusões” (2000); “Vida sim, drogas não” (2001); “Por uma terra sem males” (2002); “Vida, dignidade e esperança” (2003); “Água, fonte de vida” (2004); “Felizes os que promovem a paz” (2005); “Levanta-te, vem para o meio!” (2006); “Vida e missão neste chão” (2007); “Escolhe, pois, a vida” (2008); “A paz é fruto da justiça” (2009); “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (2010); “A criação geme em dores de parto” (2011); “Que a saúde se difunda sobre a Terra!” (2012); “Eis-me aqui, envia-me!” (2013); “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (2014); “Eu vim para servir” (2015); “Quero ver o direito brotar como fonte, e correr a justiça qual riacho que não seca” (2016); “Cultivar e guardar a criação” (2017). David José Gonçalves Tierro Ramos Pedagogo e mestre em Filosofia


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Imagem: https://goo.gl/a3wU8f

São Brás, mártir e padroeiro da garganta

Cozinha Fácil

São Brás, venerado ao longo dos séculos no dia 3 de fevereiro, como o “protetor da garganta”.

Costela na cerveja preta

Santo, sábio, cristão, eremita. Estes foram alguns dos adjetivos dados ao santo protetor das enfermidades da garganta. Quem foi, afinal, São Brás? Nascido de uma família nobre, na Armênia, no século III, atuou como médico e recebeu uma educação cristã, consagrandose ainda jovem como bispo em Sebaste. Sebaste, Sebastós que é o equivalente grego do latim augustus — venerável, majestoso.

Imagem: tastemadebrasil.com

Contudo, São Brás, como profissional da área médica que foi, usou seus conhecimentos não apenas para ajudar as pessoas no resgate da saúde corporal, mas também espiritual, e usava do seu processo evangelizador para cuidar dos doentes sem preocupar-se com ganhos materiais. Humilde, humano, atendia todos sem distinção, pois atribuía a grandiosidade do valor ao espírito, à alma, evidenciando-se, dessa forma, no meio cristão. Sofreu intensa perseguição religiosa, o que o fez refugiar-se em um lugar solitário e longínquo. Porém, foi preso e torturado. Durante seu martírio, foi-lhe apresentada uma mãe desesperada com seu filho, que estava sufocado por uma espinha de peixe entalada na garganta e, diante daquela situação, teria curado milagrosamente a criança. Por causa desse milagre os católicos em todo o mundo invocam São Brás quando a pessoa se engasga, com os braços levantados dizendo “São Brás, São Brás, São Brás!”.

Ingredientes

No dia da celebração de São Brás é comum que o sacerdote de sobrepeliz e com uma estola vermelha trazendo na mão esquerda duas velas bentas em forma de cruz dê uma bênção às pessoas que se apresentam a ele, dizendo: “Por intercessão de São Brás, bispo e mártir, defenda-te Deus contra os males da garganta e contra qualquer outro mal, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

1 kg de costela de porco Sal a gosto Pimenta do reino a gosto

Outra história que é atribuída a São Brás indica que numa perseguição aos cristãos, numa caverna com bichos ferozes, ele andava entre eles, sem que o atacassem. Reconhecido como bispo foi levado para julgamento; no caminho de volta, ele convenceu um lobo a soltar um porco que pertencia a uma camponesa. Sendo assim, é também tido, ao lado de Santo Egídio, como padroeiro dos veterinários.

150g de bacon cortado em cubos 2 cebolas cortadas em tiras 1 colher de sopa de extrato de tomate

Sem dúvida, a história espiritualista de São Brás nos convida a refletir sobre como podemos desenvolver uma convivência mais harmoniosa e fraterna uns com os outros. Como podemos respeitar mais a vida em sua totalidade e diversidade, escutar o outro para compreendê-lo, buscando uma relação de equilíbrio entre gênero ou raça, pois a construção de um mundo melhor começa a partir do momento em que temos consciência do respeito e amor ao próximo. Patrícia Machado Leal, bióloga

500 ml de cerveja preta 1 folha de louro

Modo de preparo Tempere a costela de porco com sal e pimenta. Em uma panela bem quente, doure os dois lados da costela e reserve. Na mesma panela, frite o bacon, a cebola e adicione o extrato de tomate, a cerveja preta e a folha de louro. Disponha a costela de porco nesse molho e deixe cozinhar com a panela tampada por 15 minutos. Transfira a costela para uma forma e despeje por cima o molho, feche com papel alumínio e leve ao forno a 180 graus por 2 horas, virando a costela na metade do tempo. Sirva a costela com o molho por cima e batatas assadas.

Dica de Leitura Assim começa a Via-sacra para quem quer viver: abraçando a mensagem que faz mudar de vida. Porque nem tudo vale a pena neste mundo. Assim continua a via-sacra para quem quer viver: encarnando a mensagem que incomoda, inquieta, perturba e faz doer, provoca; que denuncia e apresenta alternativa... mas que também leva à prisão, à tortura, à morte. Porque nem tudo vale neste mundo. Assim termina a via-sacra para quem quer viver: morrendo pela mensagem que, verdadeira e justa, leva à ressurreição, à vida. Porque no mundo redimido tudo vale. Via-sacra: abraçar a mensagem, encarála, morrer por ela... ressuscitar! Essa e muitas outras obras você encontra na Biblioteca do Convento dos Frades Menores Capuchinhos (Rua Iara, 171 - Pompeia)

Caça-Palavras Volta às aulas Ao iniciar FEVEREIRO, professores e alunos estão de VOLTA ÀS AULAS. Nesse tempo, tudo se modifica: a cidade fica mais movimentada, as CRIANÇAS retomam seus lugares nos escolares, nos coletivos, nas portas das escolas. É a vida se renovando, o RECOMEÇO das atividades, das rotinas diárias, dos compromissos com os ESTUDOS. É também tempo de rever os COLEGAS, professores, AMIGOS; e ainda de fazer novas amizades, CONHECER outros ambientes, pois há quem mude de ESCOLA, de bairro, até de cidade, e espera encontrar ACOLHIDA e afeto. Nesta volta às aulas, devemos estar abertos a novos contatos; lembrar de RESPEITAR os que são diferentes de nós, os que têm limitações, dificuldades; entender que sempre temos o que aprender com o PRÓXIMO. Lembrar que estudar deve ser PRAZEROSO, não uma obrigação, pois o estudo nos faz CRESCER como pessoas, nos abre um mundo de conhecimento e possibilidades. Que esta volta às aulas seja proveitosa, ALEGRE, cheia de ânimo e ENTUSIASMO!

R J N E L I N P S L S X M S O M I X O R P

E U P S N T O F Y C A N O T B I U D A D R

C X D C M E D I C A N U O M B T E A C G A

O D I O Z E D Ç A W S C N L N M T H O C Z

M O S L U F U F E V E R E I R O Q Ç L A E

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JORNAL

O Rosário

INFORMATIVO DA PARÓQUIA NOSSA SRA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FREIS CAPUCHINHOS | FEVEREIRO DE 2017

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ágina Franciscana

Penitência Franciscana

Imagem: goo.gl/rbP588

exortações a cada grupo. Mas uma leitura atenta do texto pode nos deixar em dúvida: afinal, de que tipo de penitência Francisco está falando? Será que ele se refere apenas àqueles exercícios de abstinência e mortificação, tão comuns na sua época e que muitos praticam até hoje? Ou seria, ao que parece, algo mais que isso? De fato, somos herdeiros de uma tradição penitencial bastante dura. Longos jejuns, severas abstinências, proibições várias, ameaças, vigilâncias... tudo isso constitui um cenário quaresmal bastante familiar a muitos de nós – ou pelo menos o trazemos de nossa infância, aprendido de nossos pais ou avós. Uma austeridade que atingia todos os aspectos da vida: comer e beber com moderação, vestir com discrição, falar baixo e pouco, usar restritamente instrumentos de trabalho, guardar os dias santos de penitência... sem contar as intermináveis suspeitas referentes às intimidades da vida afetiva e aos desejos do coração. A história da Igreja está repleta de exemplos de todo tipo de extravagância penitencial; atos quase heroicos, quando não absurdos, na tentativa de corresponder ao chamado de Jesus: “Converteivos e crede no Evangelho!” (Mc 1,15).

Para além de todas as externalidades medievais, porém, o lugar que a penitência assumiu na vida de Francisco de Assis pode bem Saint Francis in Prayer (São Francisco em Oração), óleo em tela de nos ajudar a redescobrir seu sentido verdadeiro. Bernardo Strozzi, em 1620. National Gallery of Art, Washington Pois, para ele, penitência não era em primeiro D.C. lugar uma coisa que se faz, um esforço apenas externo, um gesto pontual que interrompe a ordem cotidiana da vida. Para Francisco, “fazer Em sua “Carta aos Fiéis”, Francisco de Assis distingue “aqueles que fazem penitência” e “aqueles que não penitência” era um modo de viver, um jeito de enxergar fazem penitência”. E, a partir dessa distinção, o santo faz a própria vida e de estabelecer relações, com as pessoas

e com o mundo. Como? Ao contrário do que costuma acontecer, a origem da penitência não está na simples necessidade do autocontrole, ou na força de domínio afirmada sobre si mesmo. Isso só aumentaria em nós o orgulho, ao nos descobrirmos capazes de grandes feitos. O objetivo da penitência, porém, é exatamente quebrar o orgulho e a prepotência, despir a vida das mentiras sobre nós mesmos, devolvendo-nos à verdadeira simplicidade que nos constitui. Descobrir-se pequeno, olhar nos olhos as próprias contradições, acolher com reverência os próprios limites. Tudo isso são frutos da penitência, medida não na extravagância dos gestos, mas vivida na sinceridade da alma; não na dureza do exterior, mas na singeleza do interior. Por isso, a verdadeira penitência não deveria nos fechar com amargor, nem nos arvorar juízes dos outros. Penitência de verdade é aquela que, nos fazendo encarar as próprias misérias, nos abre à misericórdia diante das misérias alheias. Pois, naquelas grandes questões de nossa interioridade, naquelas alegrias que nos fazem viver ou naquelas dores que nos desafiam a fidelidade, seremos todos sempre irmãos. Que as penitências quaresmais – gestos externos – sejam apenas um lembrete de que a verdadeira penitência nasce de dentro: da clareza dos olhos, da sinceridade do coração, da simplicidade das intenções, da honestidade dos desejos. Só assim esses gestos podem conservar ainda algum sentido. E que, curados de nossas vaidades prepotentes por essa penitência, possamos penetrar aquele mistério pascal tão querido a Francisco de Assis: o Deus crucificado que redime as dores humanas e abre por dentro da morte um caminho de vida. Frei João Júnior, OFMCap

Colégio São Francisco de Assis

Entrevista com o treinador de futebol Thiago Costa Imagens: CSFA

futebol uma missão na minha vida. CSFA: Por que você escolheu o CSFA para treinar? Thiago: Pelo desafio de alcançar objetivos que até então eram considerados impossíveis. A chance de me superar a cada dia e poder mostrar aos alunos e atletas que tudo é possível, basta querer. CSFA: Qual a sua conquista no futebol que mais o marcou? Thiago: Sem dúvida o torneio internacional no Canadá. Foi um título que simbolizou uma superação e uma união acima de tudo. Aqui no Brasil já fui vitorioso por várias vezes, praticamente quase todos os torneios para categorias de base do campo e Fut7, mas esse título lá em Montreal teve um gostinho diferente. CSFA: Como você se sente com os resultados do colégio desde que você chegou?

Neste mês entrevistamos o treinador e coordenador de equipes Thiago Costa, que comanda as equipes de futebol do colégio há três anos. Desde sua chegada, os resultados dos times melhoraram muito, tendo sido 2016 um excelente ano esportivo. O treinador é muito querido pelos seus atletas e, além de sua formação, sua moral e sua dedicação ao trabalho são motivos para que Thiago seja considerado um exemplo para seus alunos. CSFA: Qual foi sua ligação com o futebol antes de se tornar treinador?

Thiago: Comecei no futebol aos quatro anos de idade, quando meu pai me matriculou em uma escolinha de futebol, e a partir daí não parei mais. Passei por vários clubes de base até decidir seguir a carreira como treinador. CSFA: O que o motivou a se tornar treinador? Thiago: Minha maior motivação sempre foi transformar vidas. E não só o futebol, mas o esporte como um todo tem esse poder. Então uni o útil ao agradável. O desafio de cada partida, a busca pela vitória e o aprendizado com as derrotas fazem do

Thiago: Muito feliz. Acredito que uma nova era esportiva está chegando para a escola, e tenho muita satisfação em saber que participei disso, mas é claro que devo muito ao grupo de alunos e atletas que caminharam comigo durante todo esse tempo. Passamos de uma equipe desacreditada, desmotivada a uma equipe vitoriosa, e a cada dia resultados melhores chegam para consolidar nosso trabalho. CSFA: Qual a importância do esporte na educação para você? Thiago: Fundamental. O esporte ensina disciplina, vontade de sempre querer o melhor, foco e acima de tudo valores que são levados para o resto da vida. Ele forma, além de atletas, pessoas de caráter. Lucas Regis (3ª série do Ensino Médio) e Matheus Cunha (2ª série do Ensino Médio)


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