




Apesar da taxa Selic próxima de 15%, a economia brasileira se mostra aquecida. Tanto que o IBC-Br, indicador prévio do PIB, apontou alta de 0,4% em fevereiro, acima das expectativas. A safra recorde deve contribuir para um resultado favorável no primeiro trimestre. No entanto, em algum momento, a economia deverá desacelerar. A tendência é de dois momentos distintos ao longo deste ano: o primeiro semestre ainda se beneficiando das variáveis positivas herdadas de 2024; e o segundo semestre marcado por um arrefecimento da atividade econômica, com aumento gradual do desemprego, da inadimplência e queda no consumo.
DADOS IMPORTANTES:
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A nova estimativa do IBGE aponta para um crescimento de quase 12% na safra de 2025, alcançando um recorde histórico de 328 milhões de toneladas. Esse resultado deve-se ao aumento de 13,3% na produção de soja e de cerca de 11% na produção de milho, tanto na 1ª quanto na 2ª safra. Mesmo com os preços internacionais desses produtos se mantendo em níveis semelhantes aos do ano passado, o aumento da safra, somado a um real mais desvalorizado, deverá contribuir para um resultado positivo no agronegócio brasileiro.
*LTM - Últimos doze meses
Legenda: Verde, Vermelho e PretoOs dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.
Além disso, a capacidade do governo de estimular a economia está cada vez mais limitada. Com a divulgação do orçamento público, observa-se uma redução crescente do espaço fiscal para gastos discricionários, o que já acende um alerta sobre a possibilidade de falta de recursos para áreas essenciais, como saúde e educação, a partir de 2027. Ou seja, o Brasil enfrentará desafios significativos à frente, com juros elevados e necessidade de importantes ajustes fiscais, o que tende a limitar o crescimento do país. Portanto, embora o cenário atual mostre indicadores positivos, o que se desenha no horizonte — somado às incertezas externas relacionadas ao tarifaço — sugere uma evolução econômica menos promissora.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a taxa de famílias com contas em atraso nas capitais do país ficou em 28,6%, exatamente igual à observada no mês anterior e há um ano, indicando que, mesmo com a inflação dos alimentos, o mercado de trabalho aquecido tem funcionado como um importante escudo para o orçamento doméstico. 2
Isso afetou a cotação do petróleo, que passou a oscilar em torno de 65 dólares por barril do tipo Brent — referência para o preço da gasolina no país. Antes, as negociações estavam na casa dos 70 dólares. 3
Após o anúncio do tarifaço por Donald Trump, aumentou o risco de um esfriamento da economia mundial, ou até mesmo de uma recessão.
Stopovers – brasileiros amam visitar mais de um destino na mesma viagem. Viagens em família – parques temáticos, cruzeiros, resorts, praias, montanhas... onde der para unir as famílias, os brasileiros estarão lá. Com infraestrutura, programação e benefícios, claro.
EXPECTATIVA PARA OS PRÓXIMOS MESES
Estão na aviação e na organização do mercado de lazer. A Gol Linhas Aéreas deve sair do Chapter 11 em meados do ano, mas a pergunta é: como será essa saída? Terá novos donos? Haverá fusão com a Azul? Seguirá independente? São decisões que afetam o mercado e a própria Azul, que ainda segue em sua própria reestruturação financeira. No mercado de lazer, a crise causada pela suspensão das operações da ViagensPromo, operadora que vendia cerca de R$ 700 milhões por ano (cerca de US$ 125 milhões), gerou desconfiança no mercado, especialmente os agentes de viagens. Some-se a isso a divulgação de boatos sobre a saúde financeira de outros players, e temos agentes de viagens ansiosos e desconfiados. O mesmo com os consumidores lesados tanto pela Via-
gensPromo quanto pelas OTAs Hurb, suspensa de atuar, e 123Milhas.
Como resultado há uma busca maior por marcas de confiança que passem segurança, por empresas mais conhecidas e por fornecedores diretamente (seja para o agente de viagens atuar como operador, ou para o passageiro comprar deles).
Também vemos o crescimento dos eventos presenciais, como feiras, workshops e treinamentos. A relação cara a cara, olho no olho, é muito importante para fazer negócios, checar dados, ouvir o mercado. Sair da bolha dos grupos de WhatsApp é uma decisão do agente de viagens nesse momento.
Outra notícia negativa para o mês de abril foi a volta da exigência de vistos para americanos, canadenses e australianos. Uma visão torta do governo, que podia aproveitar que esses três mercados estão viajando para o Exterior como nunca fizeram.
Mais de 7 milhões de americanos viajaram para fora dos Estados Unidos em fevereiro, um aumento de quase 5% em relação ao mesmo mês do ano passado. E 116% do montante pré-pandemia. Os destinos preferidos foram o México e o Caribe. O Brasil não quer mesmo surfar essa onda?
Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@ panrotas.com.br



