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FLORESTAL:
FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira
Pré-Expoforest-2023
Palestras do
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EDITORIAL DE ABERTURA:
12: Ricardo Anselmo Malinovski
Diretor da Expoforest e CEO da Malinovski
QUALIDADE COMO FERRAMENTA DE TRABALHO:
16: Luis Calvo Ramires Jr., Reflortec e Reflore
20: José Luiz Stape, UNESP-Botucatu
24: Gabriel Dehon Sampaio Rezende e Bruno Março de Lima, Bracell
30: Maria José Brito Zakia, Práxis Socioambiental
32: Diego Piva Cezana, Veracel
36: Bruno Pimentel Morales, CMPC
40: Adriana Maugeri, AMIF
44: Vanderley Porfírio-da-Silva, Embrapa Florestas
48: Bruno Mariani, Symbiosis
50: Eduardo Ciriello, Futuro Florestal
52: Lonard Scofield dos Santos, Master Solução Florestal
56: Rodrigo Palazuelos, RP Forest
60: Leif Nutto e Gero Becker, Unique Land Use e Universidade Freiburg
66: Thais Maria Millani, Suzano
68: Adisnei Barzotto Ribeiro, Tanac
74: José Eduardo Paccola, ZDP Consultoria
76: Rogério Salamuni, Klabin
78: Gabriel Alves da Costa Lima, Aremas
84: Gilson Scofield dos Santos, GSantos
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Se desejar ouvir o artigo numa outra língua, lido com voz nativa, localize o artigo desejado e toque na bandeira da língua que preferir. Além do português, estão à sua disposição os áudios em inglês, espanhol, francês e alemão. Pelo fato do artigo ser traduzido e lido por robôs com base em inteligência artificial, poderá haver pequenas imperfeições.
É lógico que você não precisa viajar para desfrutar desse conforto. O sistema também funcionará na sua mesa de trabalho, andando no parque, na esteira da academia, nas ruas congestionadas da cidade grande ou no sofá da sua Casa.
Boa leitura ou boa audição, como preferir.
ARTICULISTAS DESTA EDIÇÃO: 01:
O Brasil possui quase 10 milhões de hectares com florestas plantadas para fins comerciais. A grande maioria é formada por dois gêneros principais, eucalipto e pinus. As florestas plantadas do nosso país são as mais produtivas do mundo e abastecem indústrias de celulose e papel, painéis reconstituídos, siderurgia, produtos de madeira processada mecanicamente e tantas outras.
Nos últimos anos, toda essa indústria atraiu investimentos internacionais significativos para o setor. Empresas de base florestal que já atuam aqui também anunciaram expansões de suas indústrias e florestas. Novas possibilidades para utilização de derivados da madeira fazem surgir, a cada dia, bioprodutos com origem nas florestas cultivadas.
Em Curitiba, no ano de 1977, meu pai, Jorge Malinovski, que sempre foi um entusiasta da colheita florestal no Brasil, organizou o primeiro Seminário de Colheita e Transporte de Madeira. Depois disso, outras edições vieram, atraindo cada vez mais público e também empresas do setor.
O evento cresceu ao longo dos anos e em 2008 a Expoforest, a Feira Florestal Brasileira, nasceu dentro desse contexto. Moderna e inovadora já naquela época, reuniu na capital do Paraná profissionais e empresas que acreditavam e protagonizavam no setor de florestas plantadas.
Na segunda edição, em 2011, um salto exponencial na organização e promoção da feira transformou-a na primeira e única feira florestal dinâmica da América Latina, com demonstrações práticas e em campo das mais modernas soluções para plantio, manejo, colheita e transporte de madeira. Desde então, a Expoforest se tornou o principal evento para lançamentos de tecnologias voltadas à produção de madeira proveniente de florestas plantadas no mercado mundial.
As edições de 2011 e 2014 aconteceram em Mogi Guaçu-SP, dentro de uma floresta de eucalipto clonal, pertencente à International Paper, atual Sylvamo. Em 2018, também com a parceria da Sylvamo, a Expoforest foi realizada em Santa Rita do Passa Quatro, próximo a Ribeirão Preto-SP. A Feira Florestal Brasileira reuniu 240 expositores e 30 mil visitantes, superando expectativas e colocando o Brasil em uma posição de destaque no mapa mundial de grandes feiras setoriais e dinâmicas.
Em 2018, a Feira Florestal Brasileira reuniu 240 expositores e 30 mil visitantes, superando expectativas e colocando o Brasil em uma posição de destaque no mapa mundial de grandes feiras setoriais e dinâmicas. "
A cada edição a feira evolui trazendo diferentes interações com o público e expositores. Percebemos que grandes marcas aproveitam a Expoforest para lançar mundialmente novas soluções para o setor florestal. A feira é realmente uma vitrine para o mercado. Profissionais do mundo todo vêm ao Brasil para participar da experiência que é a Expoforest. Eles buscam as novidades que tornam o setor mais produtivo e sustentável ao mesmo tempo.
A quinta edição será nos dias 9 a 11 de agosto de 2023, no município de Guatapará, cerca de 40 quilômetros de Ribeirão Preto. Mais uma vez a feira será dentro de uma área de plantio de eucalipto da Sylvamo, apoiadora master da Expoforest.
A área total da feira tem mais de 200 hectares e já está demarcada. Como é tradicional nas edições da Expoforest, a feira será dividida em duas partes: a estática, com 7,5 hectares e 1 quilômetro de extensão; e a dinâmica, com 3,7 quilômetros de trilhas e 150 hectares. O espaço total ainda contempla dois estacionamentos, um de 6 e outro de 2 hectares. A expectativa é que a maior feira florestal dinâmica do mundo receba novamente mais de 30 mil visitantes em 2023.
Além da feira, a programação da Semana Florestal Brasileira inclui dois eventos técnicos que ocorrerão em Ribeirão Preto-SP: o 19º Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal, tradicional e mais antigo evento técnico do setor; e o 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura, que tem a Embrapa Florestas como coorganizadora.
Enfim, será uma semana inteira do que para nós, da Malinovski, é a nossa razão de existir: promover o debate em alto nível, reunir os melhores profissionais do mundo e as empresas que acreditam no nosso setor e que aproveitam a Expoforest para lançar novidades mundialmente.
Aguardamos sua presença na Expoforest e na Semana Florestal Brasileira. n
Ricardo Anselmo MalinovskiSeja fato ou opinião, não custa te lembrar para encarar os desafios do Florestal.
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Todos sabemos que as florestas plantadas ou plantios florestais têm desempenhado um papel fundamental na economia e no meio ambiente do Brasil. Ao longo das últimas décadas, houve um aumento significativo na produção de florestas plantadas no país, impulsionado principalmente pelo setor de papel e celulose. No entanto, apesar dos avanços, existem desafios importantes que precisam ser enfrentados para garantir a sustentabilidade e a eficiência dessa atividade. Além dos desafios nos aspectos que abrangem a produção diretamente, como o aumento de custos dos insumos, a escassez da mão de obra e a infraestrutura logística, temos que focar para dois temas muito importantes que afetam diretamente o resultado do retorno do negócio florestal: a Produtividade florestal, um tema muito debatido e estudado, e outro pouco questionado, mas um insumo muito importante para a floresta, que é a Terra, um insumo cada vez mais escasso e caro à medida que os projetos florestais crescem.
Nos últimos 13 anos, o MS mostra um declínio nas áreas tradicionais de pecuária na ordem de 4,2 milhões de hectares, e um crescimento de várias outras culturas, das quais a floresta plantada de quase 1 milhão de hectares e, as florestas remanescentes nativas em quase 250 mil hectares "
Luis Calvo Ramires Jr. Diretor Executivo da Ramires Reflortec e Vice-presidente da RefloreA produtividade das florestas plantadas no Brasil foi um fator chave para impulsionar o setor florestal em comparação ao resto do mundo. A produtividade média das plantações de eucalipto alcançou cerca de 35 metros cúbicos por hectare ao ano e pode chegar até 40 metros cúbicos por hectare ano. Esses números refletem os avanços em termos de melhorias genéticas, investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
A busca contínua por maior produtividade é essencial para atender à crescente demanda por produtos florestais, para garantir a competitividade do setor e promover a sustentabilidade a longo prazo das florestas plantadas no Brasil. Porém, a pergunta importante a ser feita é: será que a produtividade potencial máxima já não foi atingida?
Minha resposta para essa pergunta tende muito para o sim, e hoje os ganhos prováveis ainda podem ser em uma escala de ganhos pequena com melhorias na silvicultura e desenvolvimento de novos materiais clonais.
EXPANSÃO AGRÍCOLA E FLORESTA PLANTADA
Os novos materiais não devem somente focar a produtividade crescente, mas a variabilidade para que não haja uma estagnação ou até um decréscimo nas produtividades médias.
Com os ganhos de produtividades limitados a um crescimento atingindo seu potencial próximo do máximo, o custo relacionado à Terra se torna uma peça-chave na viabilidade econômica de novos projetos e plantios florestais, e isso é algo que pouco se discute, pois, de toda forma, esses preços são regulados pela regra de mercado de oferta e demanda.
Pasto
Foresta nativa
Grãos
Floresta plantada
Cana-de-açúcar
Outras culturas
Área total MS
Em grande parte da sua expansão, os projetos florestais se estabeleceram em novas fronteiras agrícolas com disponibilidade abundante de terras. Porém, isso tem se tornado cada vez mais difícil e hoje as fronteiras já não são tão inexploradas, causando uma competição por terra cada vez mais acirrada, elevando assim seus preços para aquisição ou arrendamento.
CARNE DE GADO
SOJA
MILHO
PRODUTOS FLORESTAIS
CANA-DE-AÇÚCAR
CARNE DE PORCO
CARNE DE FRANGO
Para citar como exemplo, hoje temos o Mato Grosso do Sul, que é a principal fronteira de desenvolvimento dos projetos florestais. No início dos anos 2000, quando as indústrias começaram a ser implantadas no Estado, um hectare de terra para a silvicultura podia ser adquirido em média por US$ 500,00 e os arrendamentos eram mais raros já que o custo de aquisição ainda era baixo. Hoje, com os investimentos de expansão acontecendo principalmente na costa leste do Estado os preços podem chegar entre US$ 5.000 a US$ 6.000 o hectare, tornando a viabilidade de projetos florestais com aquisição de terras nesses preços muito difícil e quase impossível. Os arrendamentos têm sido a estratégia mais adotada em alternativa a aquisição para os projetos florestais da região. O custo de capital para investimento em terras e em projetos florestais, que são de longa maturação, é extremamente sensível, tornando os projetos inviáveis. A pressão de preços, mesmo de arrendamento, tem sido e deve ser um grande desafio para grandes projetos.
Sendo a terra um dos principais insumos para projetos florestais ou base da indústria florestal, seus custos altos
podem atrapalhar bastante novos desenvolvimentos; aliados a produtividade que deve crescer pouco ou até mesmo se manter nos patamares atuais por muito tempo, vejo aí um cenário muito desafiador para os empreendimentos e plantios florestais se desenvolverem daqui para frente.
Apesar de não ter sido citado no início da matéria como desafio, as questões de Legislação Ambiental ainda em algumas partes do país são um grande entrave para o crescimento do setor. Mais uma vez, citando o Estado de Mato Grosso do Sul como exemplo, e nesse caso, como exemplo a ser seguido, a questão ambiental tem sido muito bem conduzida e não tem sido um desafio; muito pelo contrário, tem sido um fator diferencial para o crescimento. A Resolução Semac Nº 17 de 20/09/2007 foi um divisor de águas no crescimento dos plantios florestais quando resolveu que o plantio e a condução de espécies florestais nativas ou exóticas, com finalidade de produção e corte ou extração de produtos florestais diversos, em áreas de uso alternativo do solo com atividade agropecuária, ou em áreas que se encontrem subutilizadas ou degradadas, desde que localizadas fora do Pantanal, das Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, ficam dispensados de licenciamento ambiental.
A desburocratização do plantio de florestas, equiparando as demais culturas agrícolas, proporcionou o grande crescimento da área de floresta plantada e a disponibilização de madeira no Estado, o que tem sido hoje o grande atrativo do desenvolvimento da Indústria de Base Florestal em Mato Grosso do Sul.
Mesmo com essa desburocratização do licenciamento que, em um primeiro momento, poderia parecer um risco às questões ambientais, os dados levantados e apresentados recentemente pela Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul) projeto Siga (quadro em destaque na página anterior) mostram o contrário, houve um ganho nos últimos 13 anos.
Os dados mostram um declínio nas áreas tradicionais de pecuária na ordem de 4,2 milhões de hectares, e um crescimento e diversificação das demais culturas, no caso as florestas plantadas no período de 2010 a 2023 cresceram quase 1 milhão de hectares. O fato positivo que chama a atenção é que as florestas remanescentes nativas neste mesmo período também cresceram em quase 250
mil hectares, demostrando claramente uma maior responsabilidade e preocupação dos novos projetos com a agenda da sustentabilidade e cumprimento da legislação ambiental.
É muito importante destacar, neste mesmo trabalho da Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul), qual a posição que hoje as culturas produzidas pelo Estado do Mato Grosso do Sul ocupam, sendo um importante player no agronegócio brasileiro e mundial.
Os fatos e dados mostram um crescimento dos setores agrícolas no Estado, em especial nas florestas plantadas de forma ordenada e cumprindo os requisitos para que haja um crescimento sustentável, principalmente no tema Ambiental e Social, já que será uma das grandes empregadoras do Estado.
Provavelmente, a concorrência pelas terras e a conquista dos espaços necessários para o desenvolvimento de novos projetos têm de fato aberto discussões e olhares para regiões onde ainda há espaço para crescimento e custo de terras mais competitivo. Porém, locais novos requerem novas pesquisas de materiais clonais para que o desafio da produtividade seja superado.
A história recente do Mato Grosso do Sul mostra que se houver vontade política para os desafios, como foi a mudança de uma legislação mais adequada à atividade, aliados às características naturais de solo e terras abundantes com potencias da produção florestal, tornou nos últimos anos o Mato Grosso do Sul na “bola da vez” dos plantios e da indústria florestal. Porém, o crescimento traz novos desafios como a escassez da mão de obra e a competição por terra, sem falar da logística em todos os sentidos de mobilidade, da infraestrutura urbana ao transporte rodoviário e ferroviário de insumos.
Os desafios para que setor continue crescendo são grandes e de diversas naturezas, veremos bastantes mudanças e vamos ter que ser mais eficientes no uso da terra e buscar sempre a máxima produtividade. Veremos regiões podendo ser exploradas onde os planos não previam o crescimento de florestas, em especial no Mato Grosso do Sul.
Por fim, nada supera um bom planejamento e o engajamento de todos os atores em um plano e um projeto. É por isso que seguimos crescendo no MS sendo ainda por anos um dos principais polos de desenvolvimento da indústria de base florestal no Brasil e no Mundo. n
Os ganhos de produtividade alcançados pelo setor florestal brasileiro, notadamente na eucaliptocultura, entre o final da década de 1960 e década de 1990, foram expressivos, saltando de uma média de 15 m³/hectare/ano para mais de 45 m³/ hectare/ano. Esses ganhos são creditados tanto ao aprimoramento do manejo (preparo e fertilização de solo, proteção contra ervas daninhas e pragas) quanto ao melhoramento genético (via florestas seminais ou clonais).
Nesse período, as experimentações focavam apenas na produtividade final (abordagem determinística), sem grandes delineamentos ou hipóteses sobre o processo de crescimento das florestas (abordagem ecofisiológica), e obtiveram êxito pois o ciclo florestal era rápido e havia ainda sobra de recursos ao crescimento dos genótipos.
Após a primeira década de 2000, notou-se uma “estagnação”, ou mesmo queda, na produtividade florestal, o que freou as “expectativas” de ganhos crescentes do setor, impondo uma realidade já alardeada pela área de modelagem ecofisiológica desde o início da década de 1990 com estudos sobre irrigação e fertilização de florestas e sua modelagem processual.
Felizmente, o setor florestal havia, via programas cooperativos BEPP e TECHS (Ipef), iniciado desde o ano de 2001 a busca real dos controles de crescimento da floresta, seja genético ou de recursos abióticos disponíveis (água, temperatura, nutrição, radiação) ou dos fatores bióticos prejudiciais (pragas e doenças).
... se há um país com enorme capacidade de trabalho conjunto, cooperativo, é o Brasil. Porém, estamos carecendo de mais ciência e educação florestal para que saibamos usar e interpretar os enormes bancos de dados hoje já disponíveis "
José Luiz Stape Professor de Pós-Graduação da UNESP-BotucatuTais projetos identificaram claramente que, salvaguardada a adequada escolha, preparo e fertilização do solo, recai sobre os recursos hídricos (déficit hídrico) e térmicos (altas temperaturas) as principais causas da restrição ou queda da produtividade florestal, e que há extrema e significativa interação Genótipo versus Ambiente (G x A).
NA REDE G2M2P2 (MELHOR CLONE DO SÍTIO = 100)
CLIMAS
Climas Koppen
América do Sul
Paralelamente, projetos cooperativos de proteção florestal como PROTEF (Ipef) registraram o efeito na queda de produtividade de florestas com clones susceptíveis a novas pragas e doenças, principalmente exóticas.
Esses estudos evidenciaram, assim, o quão necessário é uma “Rede Experimental” para compreender como os fenômenos ambientais afetam os clones, agora mapeados até nível genômico. Assim, novas redes surgiram, como a Rede G2M2P2 (Stape et al 2019, 2023) testando mais de 200 clones de eucaliptos em 18 regiões edafoclimáticas do Norte, Nordeste e Sudeste.
A figura ao lado mostra que em todos os 18 sítios estudados, há sempre clones mais produtivos que o clone I-144 (o mais plantado no Brasil), evidenciando que há potencial de melhoria
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PROJEÇÃO MODELO HADGEM2-MIROC5 - RPC 8.5 DE 2071 À 2099
(Alvares et al 2021)
(Alvares et al 2021)
Trópico de Capricórnio
Trópico de Capricórnio
HadGEM2-MIROC5 RPC 8.5
MIROC5
da produtividade nacional, sob o clima atual, desde que haja o devido compartilhamento e correta alocação G x A.
Com redes tão amplas, é possível ainda realizar estudos com variáveis ambientais de forma “contínua” e seus efeitos sobre os genótipos, indo ao encontro às novas linhas de pesquisa em G x A associada à espacialização dos resultados via uma malha genômica, o “Enviromics” (Resende et al. 2019).
Esses desafios técnico-científicos, e operacionais, da manutenção, ou aumento da produtividade, que já existem “sob o clima atual” se tornam ainda mais complexos quando incorporamos a incerteza futura do ambiente climático em que as futuras florestas crescerão. As chamadas mudanças climáticas representam o aumento da energia na atmosfera com o aprisionamento de mais calor pelos gases de efeito estufa, acarretando mudanças nos padrões de clima (chuva, temperatura, vento, umidade relativa) e no aumento de suas variações extremas. Independentemente da causa, seja antrópica (por efeito de desmatamento e uso de combustíveis fósseis) ou natural, o importante do ponto de vista florestal é saber como tamponar seus efeitos quando e onde ocorrerem.
Os mapas da América do Sul, na página anterior, ilustram o que significa espacialmente uma mudança climática “drástica” no Brasil, dentre os vários modelos e cenários possíveis, evidenciando a expansão dos tipos climáticos Koppen mais secos e erráticos como os do semi-árido (BSh, BWh) e os tropicais com período seco (Aw, Am) sobre os subtropicais, indicando situações de maiores estresses hídricos e térmicos.
Dessa forma, a expectativa e previsibilidade da produtividade se tornam mais espaço-específica (onde?) e tempo-específica (quando?) e ambas associadas às probabilidades de cenários. Assim, parece-nos que não há muito o que se possa pragmaticamente fazer. Mas há, e é a uma ampla Rede Experimental
G x A. Assim uma Rede Experimental, bem desenhada em termos de abrangência genética (número de clones ou parentais) e ambientais (número de sítios edafoclimáticos) irá propiciar não só a caracterização do desempenho dos materiais genéticos nos ambientes atuais (mostrados na primeira ilustração também da página anterior), mas propiciar a “interpolação” ambiental entre os sítios.
A imagem acima, derivada da rede TECHS (Ipef), mostra que o sítio identificado como ponto preto se moveria climaticamente em direção a diferentes sítios se houver redução de precipitação (-P), aumento de temperatura (+T) ou ambos (+T-P). Com isso, se saberia quais clones passariam a ser “não mais recomendados no sítio” e quais clones passariam a ser “recomendados no sítio”.
Tudo parece simples, mas não é. Um planejamento e administração de uma rede assim requerem conhecimento científico forte do ambiente-manejo, e do melhoramento-genômica, com união dessas áreas feitas necessariamente pela fisiologia das árvores e ecossistema, via modelos ecofisiológicos, os quais estão cada vez mais completos e mais bem parametrizados.
E cremos, sem dúvida, que se há um país com enorme capacidade de trabalho conjunto, cooperativo, é o Brasil. Porém, estamos carecendo de mais ciência e educação florestal para que saibamos usar e interpretar os enormes bancos de dados hoje já disponíveis, e os maiores ainda que virão com delineamentos poderosos como esse.
Finalmente, um grande facilitador para as validações desses modelos e iniciativas é o manejo orbital, ou seja, o rastreamento contínuo sob diferentes canais óticos do dossel de nossas florestas, captando seu estado de desenvolvimento, estresse e sanidade, e que retroalimentam e aceleram os conhecimentos espaciais que necessitamos para enfrentarmos de forma preventiva, racional e objetiva as mudanças climáticas. A importância do setor florestal é tal que, é nossa opinião, não podemos protelar ainda mais esses grandes planejamentos experimentais a nível nacional. n
Frequentemente nos perguntam se os ganhos de produtividade com o melhoramento genético do eucalipto estagnaram. Nossa resposta tem sido negativa, porque acreditamos que nos últimos anos o ambiente mudou bastante, especialmente pelas frequentes e duradouras alterações nos regimes hídricos, que reduziram o potencial produtivo de áreas tradicionalmente aptas. Além disso, houve expansão da fronteira florestal para áreas menos aptas, outrora não exploradas, e, ainda, a coevolução e introdução de novas e importantes pragas e doenças. Tudo isso fez com que grande parte dos clones de eucalipto selecionados nas décadas anteriores perdessem adaptação às condições ambientais atuais, ou seja, perderam potencial produtivo. Mas isso não significa que os ganhos genéticos estagnaram. Pelo contrário, este cenário desafiador permite que a gigantesca variabilidade genética disponível no gênero possa ser explorada por meio de programas de melhoramento bem estruturados e eficientes, viabilizando a realização de novos ganhos genéticos. Aliás, se isso não for feito, certamente iremos presenciar declínios contínuos de produtividade no futuro.
Mas não se pode negar que os novos desafios citados se sobrepuseram à realização de ganhos mais expressivos. Muitas vezes esses problemas resultaram em significativas perdas de investimento na formação de florestas. Nesse cenário, ao longo da última década nos desafiamos a encontrar soluções alternativas, que ao mesmo tempo maximizassem os ganhos e minimizassem a vulnerabilidade genética associada aos plantios monoclonais. Uma opção natural seria o retorno ao uso de sementes melhoradas em detrimento dos clones, por garantirem maior variabilidade genética ao nível do talhão e, consequentemente, menor risco.
Entretanto, as sementes, por melhores que sejam, nunca capitalizam, no processo seletivo, todos os tipos de efeitos genéticos, aditivos e não aditivos (dominância e epistasia), como acontece com os clones. Outra opção seria a utilização de uma mistura de clones no mesmo talhão, mas como seria possível fazer isso sem perder uniformidade do plantio (e consequentemente produtividade), já que a mistura seria feita com clones originalmente selecionados para formação de plantios monoclonais?
... outra opção seria a utilização de uma mistura de clones no mesmo talhão, mas como seria possível fazer isso sem perder uniformidade do plantio. A solução surgiu ao assistirmos a um jogo de basquete da NBA. "
Gabriel Dehon Sampaio Rezende e Bruno Marco de Lima Head Corporativo de P&D Florestal e Gerente Sr. de P&D Florestal da Unidade-SP, respectivamente, da BracellApós amadurecermos o tema com o Prof. Magno Ramalho, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), uma possível solução surgiu, consolidada ao assistirmos a um jogo de basquete da NBA. Os jogadores de um time profissional de basquete da NBA não são clones, ou seja, possuem genótipos distintos. Contudo, todos eles possuem fenótipos semelhantes, em altura, peso e velocidade. E é essa semelhança, colocada na forma de atuação conjunta, que faz um time ser verdadeiramente competitivo. Por analogia, nos perguntamos se seria possível formar uma mistura de genótipos distintos (clones), fenotipicamente semelhantes, tanto em ritmo de crescimento como em qualidade da madeira, capazes de produzir muito bem quando colocados para trabalhar em grupo. Mas como seria possível identificar esses “jogadores de basquete”?
Na então Fibria, a equipe responsável pelo programa de melhoramento genético iniciou as pesquisas nessa direção. O primeiro passo foi a definição de um delineamento experimental capaz de capturar de forma robusta as diferenças de comportamento de um mesmo clone ao competir com ele mesmo e com outros, num formato que chamamos de “auto” e “alo-competição”. Esse delineamento foi usado para estabelecer uma rede experimental de alta qualidade e bastante representativa em cobertura geográfica, que pudesse identificar e explorar com precisão a interação dos genótipos com os ambientes (GxA), tanto em “auto” como em “alo-competição”. Paralelamente, iniciamos plantios piloto com misturas de clones comerciais consolidados, de forma a anteciparmos um pouco do aprendizado que estava por vir. Nessa fase incipiente do conhecimento, verificamos que, conforme a literatura antecipava, alguns clones não tinham bom desempenho em misturas, ficando muitas vezes dominados. Esperamos, então, ansiosamente que os ensaios de auto e alo-competição completassem três anos, para coleta e análise dos dados. Os resultados foram surpreendentes. Nossa ideia original era podermos aumentar a variabilidade genética ao nível do talhão, sem que isso implicasse perda de produtividade, mas os dados mostraram ganhos significativos de produtividade na comparação dos 5 ou 10 melhores clones em alo-competição com os 5 ou 10 melhores em auto competição. Nessa ocasião ficou evidente que, independentemente dos mecanismos fisiológicos que pudessem justificar os resultados, diferentes clones, em diferentes ambientes, se comportam de maneira distinta
quando competindo com eles próprios (plantios monoclonais) ou com uma gama de vizinhos geneticamente distintos. Com base nessa constatação, uma nova abordagem foi criada, chamada de Compostos Clonais. Não se tratava mais de misturar clones, e sim de misturar os clones certos, ou seja, aqueles de melhor performance em alo-competição, viabilizando plantios igualmente uniformes aos monoclonais, porém com maior diversidade genética. Em 2019, um artigo contendo os resultados desse trabalho foi publicado em uma das principais revistas cientificas internacionais do meio florestal, a Forest Ecology and Management (Clonal composites: an alternative to improve the sustainability of production in eucalypt forests).
Diante da expectativa positiva, o passo seguinte foi viabilizar a operacionalização da tecnologia, tanto em viveiro como em campo. O primeiro aspecto importante foi a definição do número ideal de clones para formação de um Composto Clonal. Embora não exista uma regra absoluta, acreditamos que um bom Composto deve ser formado pelos 5 a 10 melhores alo-competidores da população avaliada, pois dessa forma atinge-se um bom balanço entre maximização dos ganhos e minimização dos riscos genéticos. Outro ponto relevante é o método de produção de mudas nos viveiros, de forma a garantir uma mistura efetiva e homogênea dos clones de cada Composto. Testamos vários modelos e verificamos que o melhor envolve a mistura dos clones desde o minijardim clonal. Todos os clones do Composto devem ser plantados no mesmo canaletão, em “bloquinhos” de aproximadamente 100 cepas. Embora esses blocos sejam formados por cada clone individualmente, a coleta de estacas deve ser feita sem distinção, misturando-se todos os clones envolvidos, do estaqueamento à expedição para o campo, sem maiores complicações para a atividade operacional. Dessa maneira, obviamente existirão diferenças no aproveitamento final de mudas de cada clone, e consequentemente a proporção de cada um nos lotes de expedição não será exatamente a mesma. Contudo, clones que, via este processo de seleção natural para performance em viveiro, fiquem eventualmente mal representados no campo, podem ser facilmente eliminados do Composto, pela eliminação dos seus respectivos blocos de cepas nos minijardins clonais.
Mas toda mudança traz resistências. Todo novo paradigma exige esforço para a quebra do anterior. Como esperado, as áreas operacionais inicialmente resistiram à nova ideia.
Desde a suposta maior dificuldade na produção de mudas, até a expectativa de maior desuniformidade no campo, muitas questões foram levantadas. Foi importante nos mantermos firmes naquele momento, confiantes nos resultados observados experimentalmente. Aos poucos, aumentamos a escala de plantio e chegamos a mais de 30 mil hectares plantados na Fibria. Depois de algum tempo, analisamos os resultados de inventário qualitativo, e verificamos que a uniformidade dos plantios comerciais com Compostos Clonais era plenamente compatível com a dos plantios monoclonais, sendo um pouco inferior aos 6 meses, mas muitas vezes superior aos 12 meses. Mas, após os 2 anos de idade, as produtividades começaram a chamar a atenção, pois invariavelmente eram mais altas que as dos plantios monoclonais. Além disso, por mais de uma vez vimos plantios monoclonais sendo antecipadamente reformados por problemas fitossanitários, enquanto os plantios vizinhos com Compostos se mantinham produtivos. O conceito se comprovava na prática. Na Bracell, estamos implementando a mesma tecnologia.
Em 2020, iniciamos o estabelecimento de uma ampla rede experimental nas diferentes áreas de atuação da empresa. Em 2023, começamos a analisar os primeiros resultados e, em 2024, recomendaremos os primeiros Compostos Clonais da Bracell para plantio em escala comercial. Temos uma expectativa bastante positiva, visto que os resultados preliminares já apontam para desempenho superior dos Compostos Clonais em relação aos melhores clones individualmente.
Concluindo, o maior desafio dos melhoristas de eucalipto é selecionar clones com base em dados do passado, com expectativa de desempenho no futuro. Num cenário onde as condições ambientais futuras são cada vez mais incertas, precisamos de ferramentas que minimizem esse risco. Precisamos de algum tipo de “seguro de vida”. Nesse contexto, os Compostos Clonais, desenvolvidos dentro dos conceitos técnicos citados, representam uma via segura rumo ao suprimento sustentável de madeira. O tempo provará se estamos certos ou errados, mas não vamos esperar para ver. Estamos plantando nosso futuro agora. n
Inovar é mais que lançar um novo produto, ou desenvolver um novo equipamento ou mesmo adotar tecnologias mais recentes. E mais, não é porque algo é novo ou use alta tecnologia que é, automaticamente, bom ou inovador. Mas o novo sempre merece ser avaliado.
E quando falamos nesse assunto, é comum já pensarmos na inovação tecnológica, que não é o único tipo de inovação. Mas afinal o que é inovação?
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento econômico (OCDE - manual de OSLO 2005) inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.
Há mais de um tipo de inovação. Ela pode ser incremental, radical ou disruptiva. Mas, independentemente do tipo, para que haja inovação é fundamental que haja a gestão dessa inovação, e um dos métodos dessa gestão são os 4 Ps, a saber: Propósito, Processo, Pessoas e Política. A seguir, uma breve explicação dos componentes de gestão da inovação:
Hoje, inovação tem que aumentar a produtividade dos plantios, diminuir custos, não prejudicar vizinhos, conservar solo, estocar carbono, não prejudicar o regime hídrico, entre outras coisas. "
Maria José Brito Zakia Diretora da Práxis Socioambiental1) Ter claro o Propósito da inovação, ou seja, qual o objetivo e a justificativa para ela. Um propósito pode ser, por exemplo, a geração de valor;
2 ) Conhecer a forma como a inovação será implementada para chegar ao objetivo, ou seja, conhecer o Processo de implementação e suas etapas;
3) Conhecer e incluir as Pessoas que participarão da inovação. Aqui temos as diferentes partes da inovação, tais como gestores, clientes, colaboradores, comunidade, pesquisadores, entre outras.
4) Estabelecer as regras e diretrizes para que a inovação seja implementada e alcance o potencial planejado, ou seja, qual a cultura organizacional (política).
Se na criação de valor, citada no item Propósito, incluirmos o valor sustentável, então, teremos um ambiente para a inovação alinhado à chamada economia verde, cujo esquema está apresentado na figura a seguir (Agência Europeia de Meio Ambiente)
(capital natural)
Objetivo: garantir resiliência dos ecosistemas
Economia
(capital produzido)
Objetivo: melhorareficiência no uso dos recursos
(capital social e humano)
Objetivo: melhorar equidade social e partilha justa de responsabilidades
O desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias são essenciais para o crescimento da produção e aumento da produtividade. Mas esse aumento não é infinito, e a discussão custo versus investimento, como único norteador para implementar novas tecnologias, tem se tornado ultrapassada, visto que a sustentabilidade tem se tornado um bom negócio.
Segundo a Lei de Inovação nº10.973 de 2004, inovação é definida como “introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo e social que resulte em novos produtos, serviços ou processos ou que compreenda a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto, serviço ou processo já existente que possa resultar em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou desempenho”.
Foi-se o tempo em que a inovação em silvicultura buscava apenas aumentar a produtividade de um plantio ou desenvolver novos equipamentos. Hoje tem que aumentar a produtividade dos plantios, diminuir custos, não prejudicar vizinhos, conservar solo, estocar carbono, não prejudicar o regime hídrico, entre outras coisas.
E tem mais, não é só a silvicultura aplicada aos plantios de espécies exótica, pois há que se pensar também nos 10 milhões de recomposição de vegetação nativa, que fazem parte da obrigação trazida pela lei de proteção da
vegetação nativa e que faz parte do compromisso assumido pelo Brasil na COP25. A silvicultura moderna possui novos propósitos e faz parte das oportunidades de criação de valor sustentável e compartilhado das empresas e do setor florestal.
E gostaria, agora, de falar da inovação de Processos, que é qualquer otimização ou mudança realizada nos processos de produção e/ou no desenvolvimento de produtos e serviços. Pode ser uma máquina, pode ser uma nova forma de controle de pragas, ou o uso de drone na avaliação pós plantio. O importante é que o novo processo traga vantagens para a empresa e demais partes interessadas.
O desafio é crescer e respeitar tanto os limites impostos pelo meio ambiente como o território em que atua, ou seja, a silvicultura alinhada à economia verde. Esse desafio fica mais fácil se a inovação for aberta.
O setor florestal tem sido pródigo na chamada inovação aberta, que é a abertura do processo de inovação para a contribuição de outros públicos e instituições, tais como outras empresas, universidades, centros de pesquisa, trabalhadores e usuários do produto ou serviço. São várias as iniciativas de parceria entre o setor florestal e instituições de pesquisa, com destaque para o IPEF, SIF, FUPEF e ainda às normas de certificação FSC e Cerflor.
E, agora, falando especificamente da silvicultura, creio que no Encontro de Silvicultura veremos muitos exemplos de inovação tecnológica e de processos, como já foram o uso de tubetes, a silvicultura clonal, a conservação ex situ de espécies de eucalipto, plantio nas entrelinhas de eucaliptos sem necessidade de destoca, entre outros.
Então, vamos falar de 3 desafios futuros que, certamente, exigirão esforços de inovação na silvicultura:
a) Escassez de adubos químicos e corretivos de solo previstos para 2050;
b) Seleção de espécies nativas para aumentar a efetividade e diminuir custos da restauração da vegetação nativa;
c) Conservação do solo mesmo com o aumento da mecanização;
d) Silvicultura em áreas declivosas e não aptas à agricultura.
Em resumo, bons propósitos e alinhamento com os desafios globais permitirão que a silvicultura brasileira continue inovando. n
Enfrentar os desafios relacionados à decisão de qual clone plantar em cada talhão, preparar o viveiro para atender às demandas futuras e se adaptar às mudanças inerentes ao processo florestal é uma tarefa complexa. É necessário levar em consideração variáveis climáticas, interação entre clone-sítio, suscetibilidade a doenças, além de buscar uma alocação clonal que procure pelo ótimo global e não local. Para alcançar esse objetivo, é essencial utilizar ferramentas de análise preditiva, implementar processos bem estruturados e contar com uma equipe engajada e comprometida com os resultados e a sustentabilidade do negócio. Este artigo apresenta como a Veracel Celulose desenvolveu com sucesso uma ferramenta e um processo integrados de alocação clonal e planejamento de viveiro para lidar com esses desafios.
Nos últimos anos, a Veracel tem se dedicado a abordar os desafios de recomendação clonal, planejamento de viveiro e interação clone-sítio de forma paralela e individual. A recomendação de clones era feita com base em uma sequência específica de plantio, com o resultado sendo apresentado na forma de porcentagem de cada clone por região administrativa. Havia dificuldades ao lidar com o dimensionamento do risco e responder à pergunta: "Qual é o impacto, em termos de risco, ao aumentar o plantio de um clone em detrimento de outro?"
Isso era mais um exercício qualitativo, baseado em argumentos do que uma análise quantitativa. Para solucionar esses problemas, foi desenvolvido um otimizador de recomendação clonal, cujo objetivo era maximizar a produtividade florestal. Com ele, critérios de medição de risco foram estabelecidos tanto para a interação entre clone e macrorregião quanto para o risco global envolvido na recomendação de concentração do plantio em determinados clones. Dessa forma, grande parte da subjetividade associada ao processo foi eliminada.
Outro desafio que a empresa enfrentava era o planejamento do viveiro florestal, que precisava se adaptar rapidamente às variações de demanda, clima e performance de clones. Foi então realizado um mapeamento de todo o processo do viveiro – desde a formação do jardim clonal até a expedição de mudas – e elaborado um otimizador de planejamento do viveiro.
Esse trazia como resultado recomendações sobre quais ações deveriam ser tomadas, incluindo quais clones implantar ou remover, quais mudas expedir para quais projetos, quais mudas comprar no mercado ou até mesmo descartar mudas de um determinado material genético.
É notável ver que a Veracel alcançou uma aderência de 96% entre o realizado e o planejado pela ferramenta (Verótima) ao longo do ano de 2022. "
Diego Piva Cezana Coordenador de Planejamento Florestal da Veracel
Com isso, o viveiro ganhou celeridade, tornando-se capaz de se adaptar de forma mais rápida a mudanças como ajustes na sequência de plantio, no ritmo de desenvolvimento das mudas de diferentes materiais genéticos e na disponibilidade de mudas nos viveiros de terceiros. Também, foi possível antecipar-se a prováveis dificuldades no cumprimento da recomendação clonal anual e envolver as pessoas necessárias para tomadas de decisão e ação.
Outro aspecto fundamental para uma alocação clonal otimizada é compreender como cada clone se comporta em diferentes ambientes (sítios). No entanto, antes de explorar a interação entre clone e sítio, foi necessário estabelecer uma definição de "sítio" para a empresa. Um ponto que foi muito discutido neste processo é que quanto mais específico for o sítio, maior o número de sítios, mais fragmentada fica a base florestal e menor a quantidade de dados disponíveis sobre o comportamento de cada clone em cada um dos ambientes. Assim, foram definidas as variáveis de clima e solo que no histórico da empresa mais impactavam o crescimento florestal e com isso definidos 8 sítios.
O próximo passo foi fornecer o potencial produtivo para cada interação clone e sítio da empresa. Para isso, foi utilizada uma base de dados que incluiu informações históricas de inventário florestal, qualidade da madeira e resultados de experimentos. Foram aplicadas ferramentas de modelagem estatística e inteligência artificial, a fim de obter uma estimativa da produtividade esperada em termos de IMACel (toneladas de celulose por hectare por ano) para cada interação.
Uma vez que a empresa tinha um processo otimizado de recomendação clonal anual, um processo otimizado de planejamento do viveiro florestal e um conhecimento das interações entre clones e sítios, o próximo passo foi unir todos esses elementos em um processo integrado. Foi desenvolvido então o Verótima, uma ferramenta de análise prescritiva que, a cada mês, determina o clone mais adequado a ser enviado para cada talhão e indica os ajustes necessários a serem feitos no viveiro para se adaptar ao novo cenário.
Ao estabelecer um processo integrado, várias vantagens foram alcançadas, como a maior interação entre as partes envolvidas, considerando diferentes perspectivas na tomada de decisão. Além disso, incluíram-se informações de sanidade, histórico de doenças e susceptibilidade de cada clone. Definiram-se indicadores-chave, simplificando o processo decisório.
Também foi possível gerar rapidamente cenários comparáveis, fornecendo uma visão das expectativas de produção florestal e riscos associados a cada alocação proposta.
Para absorver um pouco da dinâmica do viveiro, além do clone recomendado para cada talhão, a ferramenta traz um Ranking, para que, caso não seja possível por algum motivo expedir o melhor clone, o responsável possa decidir de forma rápida qual seria a segunda ou terceira melhor opção; isso traz alguma flexibilidade ao processo, sem pôr em risco a produtividade florestal como um todo.
Com a nova ferramenta, deixou-se de focar tanto o acompanhamento do percentual de cada clone por região administrativa, para olhar com maior cuidado os indicadores-chave da recomendação clonal: a produtividade (IMACel) e duas medidas de risco: Confiança e INGAVA. A Confiança indica quão conhecida é a combinação de clone e sítio. O INGAVA (Índice Garcia de Variabilidade – homenagem a Carla Garcia, coordenadora de melhoramento genético da Veracel) avalia a diversidade genética global da recomendação clonal, levando em consideração a área plantada por clone e a distância genética entre eles.
O processo de alocação clonal com o Verótima está operacional desde agosto de 2021, com rodadas mensais da ferramenta. É durante essas rodadas que novos aprendizados e oportunidades surgem, permitindo aprimorar ainda mais a alocação clonal e o planejamento do viveiro. É notável ver que a Veracel alcançou uma aderência de 96% entre o realizado e o planejado pela ferramenta ao longo do ano de 2022. Isso demonstra o comprometimento de toda a equipe envolvida em tornar realidade as recomendações do algoritmo.
Em conclusão, a implementação bem-sucedida do Verótima destaca a importância de processos bem estabelecidos, do poder dos recursos tecnológicos e, acima de tudo, da participação ativa das equipes comprometidas e motivadas em se desafiar e fazer o melhor para gerar mudanças significativas. A combinação do conhecimento adquirido através do aprendizado constante e da abertura para discussões tem sido fundamental para sustentar os ganhos obtidos e manter a produtividade florestal da empresa. Ao aprimorar continuamente a gestão baseada em dados, priorizando a busca pela excelência e promovendo a colaboração entre todos os envolvidos, a Veracel está preparada para enfrentar desafios e garantir um futuro próspero e sustentável para o negócio.n
O setor florestal está bastante aquecido no Brasil e isso se comprova pelos investimentos produtivos industriais e florestais realizados pelas empresas do segmento nos últimos anos. De acordo com a Indústria Brasileira de Árvores – IBÁ, o investimento produtivo total no ano de 2021 foi quase 20% superior ao ano de 2020, somando 15,1 bilhões de reais. Desse montante, os maiores valores foram direcionados para a expansão da capacidade produtiva que, consequentemente, promove um aumento de base florestal. A evolução do negócio e a expansão de base florestal criam uma grande demanda por recursos e mão de obra, os quais estão cada vez mais limitados no país, tornando-se um desafio a contratação de novos colaboradores e o atendimento das legislações trabalhistas e ambientais.
O voo para o futuro da silvicultura 100% mecanizada e automatizada está acontecendo à medida em que a tecnologia avança e as regulamentações se ajustam.
Bruno Pimentel MoralesPara solver esse desafio, é verdadeira a necessidade de avanços no desenvolvimento da mecanização e automatização das atividades silviculturais, que devem estar conectadas a diversos fatores, dentre os quais a inovação e sustentabilidade são pilares indispensáveis.
Diante desse quadro, a incorporação de novas tecnologias, como o uso dos drones, apresenta-se como uma ferramenta estratégica e de fundamental importância.
Ele substitui algumas atividades manuais e mecanizadas, principalmente as aplicações de herbicidas, tornando-se uma alternativa aos cenários de restrições legais, reduzindo a exposição de pessoas a produtos químicos, minimizando riscos de segurança e proporcionando menor consumo de água. ;
Além disso, torna-se um diferencial na manutenção da prescrição técnica, ou seja, a realização da operação no período e qualidade necessários, sem impactar no acréscimo de custos.
Atualmente, existem vários tipos de drones adaptados para a pulverização de herbicidas. No entanto, o correto é que sejam utilizados aqueles que são projetados para tal finalidade e que atendam aos requisitos gerais para o uso de aeronaves não tripuladas detalhados no regulamento brasileiro da aviação civil especial da ANAC.
A regulamentação dos drones ainda é um território bastante complexo, porém as alterações na resolução n° 710 de 31 de Março de 2023 definiram que os RPA’s , durante a aplicação de agroquímicos e adjuvantes sobre áreas desabitadas e até 400 pés, são classificados como classe 3 independentemente do peso máximo de decolagem, desde que operando em VLOS ou EVLOS. Essa revisão evidenciou que as leis estão acompanhando a nova realidade e os avanços das tecnologias; também viabilizou o emprego de drones com tanques de maiores capacidades volumétricas, melhorando a produtividade das operações.
Na CMPC Brasil, os drones são utilizados para a realização de duas atividades principais, capina química pré-plantio com aplicação de herbicidas pré-emergentes e pós-emergentes de forma conjugada e aplicação de pré-emergentes após o plantio. Na execução dessas operações, são observados os conceitos da tecnologia de aplicação e as premissas ambientais vinculadas às condições climáticas adequadas, como a velocidade do vento e a umidade relativa do ar, de forma a garantir que a aplicação esteja bem distribuída, com boa penetração e boa cobertura nos alvos.
Interligado a isso, é importante ressaltar que o emprego de drones, por si só, não alcança os objetivos e brechas da atividade. Temos oportunidades de coevolução em diversos aspectos que podem e devem potencializar o emprego da ferramenta no curto prazo, como o desenvolvimento de produtos que permitem sua aplicação e efetividade com restrições de consumo de água e também produtos com seletividade ao eucalipto e maior espectro de controle das diversas ervas daninhas existentes; além do aprimoramento das pontas de pulverização, permitindo aumento de faixas e cobertura. Podemos evoluir também em baterias com maior capacidade e velocidade de recarga, drones que retornam à base para autoabastecimento e
autorrecarga de forma a reduzir o número de pessoas envolvidas na operação. Porém, na medida em que avançamos em todos esses aspectos, não podemos esquecer da formação de pessoas e da mão de obra especializada, elo essencial para concatenar tudo isso.
Outras possibilidades estão associadas à eliminação de brotações de eucalipto e à distribuição de iscas formicidas com drone. A primeira necessita de aprimoramento operacional para garantir a eficácia no controle e a segunda esbarra em restrições de legislação para sua realização.
Em suma, como vimos, inúmeras são as aplicações e potencialidades atuais do uso de drones na silvicultura, uma vez que abre caminhos promissores para uma gestão mais eficiente e sustentável. Não podemos, entretanto, deixar de imaginar e buscar as alternativas para o futuro.
Neste contexto, a utilização de drones para aplicação de agroquímicos na silvicultura, desde atividades pré-plantio, até os tratos culturais, deve ser estruturada dentro de um cenário futuro de silvicultura 100% mecanizada. Devem ser viabilizados sistemas operacionais com telemetria nativa/padronizada desde o preparo de solo, plantio, irrigação e adubação (já presentes no mercado e em estágio avançado de desenvolvimento) com tratos culturais mecanizados ou automatizados, incluindo-se aí os drones.
Outro futuro não muito distante que podemos imaginar e construir em nível operacional é a integração das informações entre diferentes operações mecanizadas através do avanço da IoT, inteligência artificial e outros avanços no processamento de grandes volumes de dados. Porque não podemos gerar um plano de voo para aplicação de herbicida pré-emergente em remonta linha a linha, utilizando-se as informações de georreferenciamento muda a muda já presentes em alguns sistemas de plantios mecanizados? Ou ainda, viabilizarmos operacionalmente nos próprios drones a integração de resultados de mapeamento de cobertura vegetal (NDVI) da vegetação infestante, gerando um plano de voo com aplicação em taxas variáveis, com diferentes volumes de calda em função da infestação geolocalizada nos talhões?
Enfim, o voo para o futuro da silvicultura 100% mecanizada e automatizada está acontecendo à medida em que a tecnologia avança e as regulamentações se ajustam. E os drones na silvicultura farão parte dessa história tornando-se uma ferramenta extremamente valiosa.n
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Nas últimas décadas, a agroindústria florestal avançou significativamente em técnicas e mecanização de colheita e no melhoramento do processamento da madeira para o beneficiamento da indústria. Avançamos em otimização e alternativas de químicos, adaptação de equipamentos e máquinas, eficiência do processo como um todo, conquistando posições de destaque e excelência mundial. Porém, a produção florestal que dá origem à nossa indústria não acompanhou esse desenvolvimento nos mesmos passos.
O investimento focado em volume e qualidade que acompanhassem a moderna indústria sofreu flutuações que eram ditadas pelos ciclos econômicos.
A preocupação com a qualidade da floresta é uma constante, mas orquestrar um conjunto de ações direcionadas a, de fato, incrementar a qualidade e oferta da madeira, que é nossa principal matéria, não foi na verdade uma ação setorial.
Acredito que, nesses últimos anos, despertamos para essa realidade e iniciamos uma corrida contra o tempo que, felizmente, já apresenta resultados positivos que serão tratados mais à frente.
Agora, além dos fatores internos do manejo e da oferta de madeira, se eu disser que o desenvolvimento sustentável dos territórios onde estamos instalados é primordial para a qualidade da produção florestal, quantos dos leitores irão concordar? Pois me proponho a apresentar alguns argumentos para uma reflexão cuidadosa e necessária:
1. Desenvolvimento sistêmico: quando o território avança, as questões sociais que antes originavam conflitos e crises que despendiam recursos, foco e aumentavam o risco do negócio, reduzem em intensidade e quantidade. Famílias prosperando e pessoas motivadas com trabalho reconhecido se tornam aliadas do desenvolvimento; inclusive criam ambiente para diversificação da economia e redução da dependência de um setor somente.
2. Proteção da floresta: as comunidades vizinhas às áreas de produção florestal buscam encontrar oportunidades de também fazer parte da cadeia produtiva e se beneficiarem dela. As florestas plantadas e as áreas de conservação oferecem usos múltiplos que podem e devem ser compartilhados de forma organizada com os habitantes desses territórios. Quando essas comunidades se beneficiam direta ou indiretamente da floresta, passam a auxiliar os produtores florestais na fiscalização e combate os incidentes indesejáveis, como incêndios, invasões, corte e uso ilegal, entre outros. É preciso construir uma relação próxima que permita edificação de pontes de convergência e não de convencimentos.
3. Conservação da biodiversidade: comunidade beneficiada, engajada e que compreende os benefícios ambientais da floresta, torna-se protetora da biodiversidade local valorizando os serviços ecossistêmicos dos quais faz parte. É um processo cultural, obviamente não imediato, mas que, ao alcançar maturidade relacional, apresenta resultados esperados.
Somos materiais em práticas ESG. Na visão mais simplista, no mínimo limpamos grande parte do ar que respiramos, e isso é para poucos. " Adriana Maugeri Presidente da AMIF
4. Incremento da produção florestal: quando a agroindústria oferece entrada à participação da produção florestal local em sua cadeia de suprimento, um incremento necessário na produção de madeira autônoma ou com coparticipação da empresa começa a se fortalecer. A chance de prosperar é proporcional à possibilidade de segurança contratual e ganho efetivo do produtor, o qual deve caminhar concomitante com a segurança jurídica e benefícios à empresa.
5. Foco e dedicação: com o desenvolvimento das relações com as comunidades vizinhas, o que, leva tempo, investimento e esforço, e com o perceptível desenvolvimento socioeconômico do território, é perceptível a redução do tensionamento do tecido social local que, muitas vezes, retira a concentração e o foco na produção florestal. Esse relacionamento com comunidades locais é um processo contínuo com nuances diferentes de esforços e resultados na curva do tempo. Assim como a produção florestal, o engajamento, se bem plantado, cultivado e manejado, colhe resultados muito positivos e o processo como sabemos não acaba na colheita, mas com o caminhar dos ciclos se torna mais prático. A abordagem do desenvolvimento dos territórios onde as florestas coabitam não é algo inovador, é inclusive exigência de alta complexidade e materialidade das próprias certificações. O que está diferente talvez seja o modo como é percebida agora, passando em muitos casos de uma obrigação para uma necessidade vantajosa.
Aliada ao desenvolvimento socioeconômico do território, a produção florestal per si, atualmente, está utilizando novos conceitos que já despontam como marcadores positivos de tempo, com resultados expressivos. Entretanto, saliento que não podemos perder o foco no incremento da área e volume de produção florestal.
A oferta de madeira está crescendo compativelmente aos negócios que estão surgindo?
Não menos importante, mas há um crescimento neutro quando a área incrementada já nasce com seu uso comprometido com algum negócio.
Falo do crescimento não comprometido integralmente, da reconquista da produção florestal sob cuidados de pequenos e médios produtores, e dos grandes que estagnaram em área por alguma razão que não faz sentido aqui adentrar. Provoco a reflexão se estamos com olhos brilhando para expandir os plantios, qualidade de mudas, a qualidade e volume da produção florestal, na mesma medida em que estamos voando baixo para buscar novos negócios, contratos e usos para nossos produtos e subprodutos.
Esses somente irão prosperar se naturalmente investirmos em produzir madeira. Acredito fortemente que essa deve ser uma indagação
constante da liderança construtiva do setor. Considerando que concordamos com o urgente e necessário incremento do volume de madeira de floresta plantada disponível, embora não seja minha especialidade, mas compartilho alguns novos conceitos que já percebo que estão fazendo diferença positiva para quem os pratica:
1. Silvicultura de precisão e de reduzido impacto; 2. Em tempo de escassez hídrica, não concorrência com uso da água para abastecimento humano - plantio com chuvas; 3. Implantação florestal em áreas degradadas e sem conversão de uso originário - restauração florestal; inclusive com materialidade do conceito de adicionalidade para fins de créditos de carbono;
4. Manejo integrado de paisagem e biomimética; 5. Uso sustentável da biomassa para geração de energia alternativa; 6. Sensoriamento remoto para controle da produção, proteção e eficiência de operação; 7. Biofertilizantes e controle biológico de pragas; 8. Uso sistêmico de previsões e modelagens meteorológicas para prevenção, mitigação e adaptação aos riscos climáticos; 9. Inovação tecnológica (Agtech) - Inteligência Artificial, automação, análise dinâmica de dados múltiplos, internet das coisas (IOT); 10. Integração e parceria setorial: unidos somos mais fortes e chegamos rápido onde pretendemos.
O caminho é longo, repleto de desafios diários e muitas surpresas, mas, quando os resultados aparecem, fazem os obstáculos parecerem pequenos diante da enorme capacidade do setor agroindustrial de florestas plantadas ser a principal resultante da economia verde no Brasil. Somos materiais em práticas ESG. Na visão mais simplista, no mínimo limpamos grande parte do ar que respiramos, e isso é para poucos. Nenhum desafio foi suficiente para desestimular essa gigante e pulsante agroindústria que resiste às mais fortes crises globais e que possui perspectivas cada vez mais motivadoras. Estamos construindo um novo mundo, com uma matéria-prima que acompanhou todas as civilizações que por nosso planeta passaram e que a cada dia nos surpreende com uma nova possibilidade, um novo uso para uma sociedade que clama por soluções limpas, renováveis, resistentes e que agreguem valor à nossa existência. Juntos, unidos por convergências de interesses, seja por meio das entidades que participamos, seja nos fóruns que impulsionamos, já não somos mais os produtores florestais de ontem.
Cultivamos, inovamos, comunicamos, produzimos e conservamos os territórios onde estamos contribuindo para o desenvolvimento. Somos, e a cada dia estamos melhores, ao nos apropriarmos de uma nova imagem e novo posicionamento que estão surgindo.n
A indústria 4.0, surgiu em meados de 2010, como uma estratégia que visava promover a digitalização da manufatura, criando o conceito de fábrica inteligente, onde uma série de sensores monitoram processos físicos e criam um gêmeo digital do mundo físico. Este conceito logo se expandiu para outros segmentos, chegando ao setor Florestal, com o nome de “Integração Floresta & Indústria”
Com a enorme capacidade de coleta de dados e a sua combinação de infinitas maneiras o volume de informações se multiplica exponencialmente, “inundando” os profissionais com dados que precisam ser selecionados, parametrizados, filtrados e analisados para então serem capazes de tomar decisões baseadas em dados.
As soluções Trimble de Integração Floresta & Indústria garantem a visibilidade da madeira em toda cadeia de produção, desde aquisição de terras, plantio, manejo, colheita, transporte, entre outras atividades do dia-a-dia permitindo, controle físico e financeiro confiável, identificando as ineficiências e a tomada de medidas preventivas e corretivas, a fim de aprimorar o planejamento e o controle dos processos, melhorando os resultados do negócio. Melhoria de processos industriais a partir do rastreamento das características da madeira e seus impactos na indústria.
► Assegurar a integridade e a precisão das atividades em campo, criando e gerenciando prescrições precisas de atividades silviculturais,
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► Planejamento colaborativo do transporte com as métricas da produção em tempo real.
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Nas quase cinco décadas de existência mundial, o conceito agrossilvipastoril foi entendido e definido de múltiplas formas, por vezes referindo-se a uma escala de interesse específico por uma forma de produzir.
O acrônimo iLPF foi cunhado pela Embrapa para se referir à integração Lavoura-Pecuária-Floresta como uma estratégia de uso da terra que vai além de um sistema de produção específico.
A contribuição potencial para a recuperação e conservação ao lado da produtividade da terra foi expressa de muitas maneiras, enfatizando a conservação do solo, degradação da terra, segurança alimentar, gestão integrada de recursos naturais, ou conservação da biodiversidade.
Iniciando os anos 2020, emergem sinalizações de novas marcas-conceito como a do "carbono nativo" que objetiva valorizar arbóreas nativas; a do bezerro carbono neutro e a do couro carbono neutro, todas para valoração do produto pecuário em sistema silvipastoril. "
Pesquisador da Embrapa Florestas
A gama de estudos disponíveis inclui árvores e sua silvicultura, interações entre componentes arbóreo e não-arbóreo, as interações entre terra, trabalho, conhecimento e risco em escala de fazenda, dinâmica da cobertura de árvore e sua alteração no tempo e espaço, as cadeias de valor que começam com a produção de árvores, produção de grãos, forragens e gado, e os domínios de política de silvicultura, agrícola e pecuária no contexto dos ODS, o comércio responsável em mercados globalizantes e as mudanças climáticas globais. A inclusão dessas abordagens em um único termo pode indicar a necessidade de maior clareza sobre as diferentes escalas envolvidas e suas conexões.
A figura em destaque fornece uma tipologia de diferentes componentes que podem ser vistos aninhados: compatíveis, mas distintos em conceitos, métodos e implicações práticas e políticas. As várias definições que têm sido dadas para sistemas agrossilvipastoris refletem tal aspecto.
Árvores (F)
As atividades de lavoura de grãos, de criação de gado a pasto, e de silvicultura de florestas plantadas coexistem e podem convergir para a integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
Lavouras (L)
Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF)
Integração Lavoura-Pecuária (ILP) Pastagens (P)
Lavouras Pastagem
Nos primeiros estudos, nas décadas de 1970-1980, o enfoque era no produto da silvicultura, o gado era inserido nas plantações florestais convencionais com o propósito primeiro de controle do sub-bosque; a melhoria de fluxo de caixa, que pode ser originada da produção animal nos primeiros anos do crescimento florestal, era negligenciada.
Nos anos de 1990, surge o enfoque silvipastoril na produção pecuária, com árvores plantadas em baixa densidade nas pastagens, geralmente por ocasião da prática de reforma de pastagens, a prioridade era para a proteção do gado (sombra), o controle da erosão do solo e, sem prioridade, para a renda dos produtos das árvores, aspecto verificável na negligência para com as práticas silviculturais.
Diagrama para a integração lavoura-pecuária-floresta, caracterizado como um sistema de uso da terra onde ocorre uma associação contínua, na mesma área e com simultaneidade entre pelo menos dois componentes. Conceitualmente é um sistema agrossilvipastoril de associação contínua baseado em lavoura, pecuária e árvores. ;
O enfoque silvicultural nos anos 1990 agregava consórcios com lavouras no primeiro ano de crescimento das plantações florestais, visando os benefícios do cultivo agrícola no crescimento das árvores e a amortização do investimento florestal; em alguns casos, o cultivo de lavouras do primeiro ano era sucedido por pastoreio para aumentar a proteção contra incêndios florestais.
Assim, embora compatíveis, nos anos 1990, predominavam duas tipologias, distintas em conceitos, métodos e implicações práticas e políticas. A dicotomia entre silvicultura e agropecuária estava clara.
No começo dos anos 2000, além das árvores na reforma de pasto, iniciou-se a introdução de árvores em meio às pastagens já formadas. Embora em pequena escala, a bovinocultura de leite introduzia árvores nas pastagens sob pastejo, mas ainda com a prioridade de proteção do gado e controle de erosão do solo. Já em meados da década, decorrente de ações, nos anos 1980-1990, que tinham convertido pastagens convencionais em silvipastoris, os produtos das árvores começavam a ser percebidos. Essa maturação das ações de conversão de pastagens em silvipastoris reforça a arborização de pastagens para a proteção do gado e desperta para a obtenção dos produtos das árvores, e o controle de erosão do solo é mantido como efeito colateral.
O acúmulo de experiências a campo e o aumento da massa crítica técnico-científica proporcionou, na década de 2010, a implementação do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, onde figurou pela primeira vez a tecnologia agrossilvipastoril como uma das estratégias para a “Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura”. Nesse processo de acúmulo de conhecimento e de aumento da massa crítica, alguns fatos concorrem para que a estratégia iLPF seja considerada uma inovação:
• Criação da Rede iLPF por uma parceria público-privada em 2012, e que em 2018 se transformou em associação cofinanciada por empresas. Objetiva “acelerar a adoção das tecnologias agrossilvipastoris para a intensificação sustentável da agricultura brasileira”.
• Promulgação da Lei nº 12.805, de 29/04/2013 que instituiu a Política Nacional de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
• A pesquisa científica brasileira estabelece o primeiro protocolo para descarbonização da bovinocultura de corte, gerando, em 2015, a marca-conceito “Carne Carbono Neutro” (CCN) que atende, entre outros, ao objetivo de descarbonização da pecuária.
• A edição de 2018 da ExpoForest, uma das maiores feiras, tipicamente florestal, do mundo, demonstrou em uma parcela dinâmica a integração entre silvicultura e bovinocultura.
Assim, na década de 2010 houve reforços no entendimento e compreensão sobre a estratégia iLPF. Para o enfoque florestal, surgiram resultados do pastoreio em maciços florestais desbastados para a produção de madeira para desdobro, consolidando o conhecimento sobre o papel do pastejo para controle do sub-bosque nas plantações florestais e na proteção contra incêndio florestal; e, também sobre a possibilidade de amortização do investimento florestal com a produção pecuária.
Em 2021 o Plano ABC foi prorrogado até 2030 pela versão Plano ABC+ que conta com fundos verdes para o financiamento de melhorias e de avanços conquistados na fase anterior, com a ampliação e incorporação de novas tecnologias e cadeias produtivas ao esforço de intensificação sustentável da agropecuária brasileira.
A ExpoForest 2023 irá demonstrar, em escala real, a integração silvicultura e bovinocultura para a produção de biomassa florestal sob arranjo espacial alternativo ao de maciço florestal.
Iniciando os anos 2020, emergem sinalizações de novas marcas-conceito como a do "carbono nativo" que objetiva valorizar arbóreas nativas; a do bezerro carbono neutro e a do couro carbono neutro, todas para valoração do produto pecuário em sistema silvipastoril.
Iniciativas como o agrossilvipastoril para a produção de biomassa florestal e de produtos de origem animal com emissão mitigada pela biomassa lenhosa remanescente no solo (raízes) para aumento do estoque de carbono introduzirão um novo paradigma ao modelo de negócio vigente no fomento florestal.
Utilizando do aprendizado da estratégia de iLPF, diferentes instituições e empresas têm gestado sistemas agrossilvipastoris com árvores e palmeiras nativas produtoras de óleo na perspectiva de produção de novos biocombustíveis e produtos de baixa emissão de carbono.
Até 2030, novos fatos baseados na ciência reafirmarão o “casamento” da agropecuária e silvicultura e consolidarão tecnologias agrossilvipastoris para a estratégia iLPF integrar paisagens. n
Equipamento com patente requerida
O mesmo equipamento pode ser acoplado em tratores agrícolas (frontal ou sistema de levante hidráulico), escavadeiras, pás carregadeiras e retroescavadeiras.
REBAIXA TOCOS, TRITURA ÁRVORES, ROÇA E PICA MATA PESADA COM ARBUSTOS.
Com o aumento da temperatura global, muitos concordam que precisamos plantar florestas, mas poucas iniciativas têm buscado soluções com o uso de árvores nativas dos nossos biomas, e menos ainda com a visão de encontrar a melhor e mais eficiente forma de fazê-lo.
A silvicultura no Brasil tem, ao longo dos últimos 100 anos, se dedicado a adaptar e a melhorar a produtividade das árvores de outros países. Nada contra, muito pelo contrário. Desde 2006, após deixar 20 anos de mercado financeiro para trás, resolvi investigar a silvicultura com árvores nativas para a produção de madeira serrada, dado a enorme vantagem comparativa do Brasil: grande disponibilidade de terras degradadas em regiões onde florestas existiam no passado, preços competitivos e clima tropical que permite o crescimento das árvores o ano todo. Durante esse processo, me surpreendi com a inexistência de informações confiáveis sobre as nossas espécies madeireiras. As poucas pesquisas e iniciativas em universidades e centros de pesquisa são incompletas, sem longa duração e insuficientes para se fazer uma projeção financeira confiável.
Meu objetivo se tornou, então, desenvolver um plano de negócio que permitisse o surgimento de uma indústria florestal focada na
produção de madeira serrada que fizesse frente à devastação desenfreada que já liquidou a Mata Atlântica e que destrói a Amazônia sem agregar valor e prosperidade à população. O desafio é produzir madeira de alta qualidade com árvores nativas e, ao mesmo tempo, restaurar as reservas legais e áreas de proteção permanente, tão importantes para a produção de serviços ambientais.
O mercado conhece a alta qualidade das madeiras de espécies da Mata Atlântica e da Amazônia, que foram extraídas e consumidas no Brasil e no mundo ao longo dos séculos. No entanto, quase nenhum esforço foi feito para entender as características dessas plantas, como cultivá-las, qual a sua velocidade de crescimento, qual arranjo ideal para plantá-las em consórcios florestais, e qual o potencial de aumentar a sua produtividade e melhorar sua forma.
Para alguém que desconhecia o ramo, chamou-me a atenção a falta de curiosidade e imaginação, mas especialmente a incrível oportunidade que se apresentava.
Ao investigar a história dos países do hemisfério norte, que devastaram as suas florestas naturais quase que completamente há trezentos anos, e ao constatar que hoje lá existe uma indústria de madeira serrada muito bem estruturada e lucrativa, baseada em reflorestamento e condução de regeneração, ficou claro para mim que o reflorestamento com espécies nativas de alto valor comercial seria uma grande oportunidade de negócio para o Brasil.
O sucesso da indústria de papel e celulose no Brasil, que conquistou o mundo com os saltos de produtividade no plantio do eucalipto, indicava o caminho: investir em melhoramento florestal, entender a silvicultura, domesticar
Nos últimos 12 anos, foi implantado em escala piloto um grande laboratório a céu aberto com 1.500 hectares, onde foram testados espécies, espaçamentos, correção de solo, adubação convencional e verde, entre outros. "
Bruno Mariani Acionista e Diretor geral da Symbiosisnossas espécies, além de encontrar a melhor forma de combiná-las em consórcios. Nossas espécies precisam de condições ecológicas específicas para se desenvolverem plenamente, algumas necessitam de sombra parcial no início de sua vida e outras se desenvolvem bem a pleno sol. Ao combiná-las em linhas alternadas, podemos maximizar a qualidade do fuste e do desenvolvimento. Adicionalmente, o uso de espécies madeireiras leguminosas fertiliza o solo beneficiando o conjunto do consórcio.
Além disso, a combinação de diversas espécies em consórcio atende à estratégia de diversificação do risco financeiro e biológico como em um portfólio de ativos com risco balanceado. Para a diversificação do risco comercial, é necessário contar com um "portfólio florestal” que tenha madeiras de diversas cores, densidades e utilidade.
Face ao pouco conhecimento silvicultural das nossas espécies, nada mais natural do que estudar dezenas de espécies de alto valor comercial e selecioná-las até se encontrar as espécies ideais.
Outro objetivo importante é produzir com biodiversidade. Com o uso de espécies nativas em áreas de produção e de conservação, na última, usando dezenas de espécies sem fins madeireiros, buscamos o impacto positivo na fauna e no solo. Nos últimos 12 anos, temos feito inventários regulares de vertebrados e invertebrados que comprovam a grande diversidade da fauna em nossas áreas e confirmam a nossa missão: “Atender à necessidade da sociedade por produtos madeireiros sem alterar os mecanismos pelos quais os ecossistemas se sustentam”.
Nos últimos 12 anos, foi implantado em escala piloto um grande laboratório a céu aberto com 1.500 hectares, onde foram testados espécies, espaçamentos, correção de solo, adubação convencional e verde, entre outros. Ao mesmo tempo, foi necessário formar uma equipe profissional, mesclando experiência, juventude, excelência acadêmica, conhecimento silvicultural, domínio de equipamentos, maquinário, gestão financeira e administrativa. Durante esse tempo, a gestão financeira e contábil foi auditada por empresas internacionais, para que houvesse confiança nos custos, nos processos e na governança, criando uma metodologia de gestão profissional na busca da excelência a longo prazo.
Em 2017, uma vez acumulados dados de inventário suficientes, duas organizações internacionais examinaram, modelaram e comprovaram o modelo econômico, usando as projeções do fluxo de caixa descontado, usando preços de madeira de bases de dados de longo prazo disponíveis no Brasil e no exterior, dados esses de madeira tropical de desmatamento.
Uma vez comprovado o modelo econômico, segue-se, então, na direção do novo desafio do modelo: a expansão com a compra e implantação de novas áreas para se chegar de forma eficiente a uma maior escala.
Para ser bem sucedido no enorme desafio que se segue, foram definidos protocolos e prescrições, e incorporados sistemas de controle de operações, acompanhamento de rendimentos e custos integrados ao sistema contábil e financeiro, trazendo segurança na tomada de decisão, da busca da diversificação de receitas, ganho de escala e melhorias de eficiência. n
Espécies alternativas para a produção florestal sempre foi um desafio para o setor na busca por novas opções frente ao eucalipto e pinus, e no foco de décadas de trabalhos realizados pelas instituições de pesquisas do país como a Embrapa, Instituto Florestal de São Paulo, entre outros. Elas possuem diversos plantios implementados em suas unidades experimentais que nos últimos vinte anos têm crescido com o investimento em escala comercial realizado por produtores rurais e empresas florestais. Eles buscam atender ao mercado de madeira serrada tropical que conta quase que exclusivamente com o fornecimento de madeira proveniente da exploração de florestas naturais.
Nesse cenário, espécies exóticas como a Teca, que já possui um mercado nacional e internacional consolidado, como os mognos-africanos, que têm crescido significativamente em áreas plantadas, e o cedro-australiano, que tem evoluído em novos materiais genéticos, são os principais destaques desse período.
Por serem espécies exóticas, elas recebem maiores investimentos, pois não demandam registros e controles adicionais nos órgãos ambientais, e proporcionam maior segurança jurídica aos produtores e investidores.
As espécies nativas enfrentam mais dificuldades devido à existência de maiores restrições legais que demandam maior burocracia na sua produção comercial, necessitando de apoio técnico em todas as suas fases para a regularização e exploração de seus cultivos. Apesar desses obstáculos, elas têm recebido investimentos, porém em menor proporção. Nesse grupo, temos o Paricá com o grande caso de sucesso, que já superou muitos desafios, e que conta com extensa área plantada na região Norte. Ela atende especificamente ao mercado de compensados, devido às características de sua madeira, e possui um complexo de indústrias consolidado, ocupando lugar de destaque no mercado nacional e internacional.
No grupo das nativas para produção de madeiras para serrarias, destaca-se o Guanandi como uma espécie amplamente plantada e testada nesse período. Diversas iniciativas que testaram o Mogno-brasileiro tiveram dificuldades devido ao manejo da broca do ponteio. Outras espécies têm ganhado espaço, como o Jequitibá-rosa, Louro-pardo e Ipê-felpudo, as quais têm se juntado a esse time trazendo inovações ao sistema de cultivo.
Quando muitos plantios de mogno-africano atingirem seus 20 anos, o sonho de muitos produtores e investidores que apostaram nessas alternativas se tornará realidade.
Eduardo Ciriello Diretor da Futuro FlorestalEntre as inovações, podemos citar a implementação de plantios mistos como alternativa aos plantios homogêneos, com inserção do conceito Close-to-Nature que tem sido muito experimentado em diversos países, proporcionando comprovados benefícios à silvicultura comercial.
Com o fortalecimento da agenda de mitigação das Mudanças Climáticas, através da implementação de metas dos países e do setor privado como um todo, focados na redução de seus impactos e implementação das políticas de ESG, tem sido ampliada consideravelmente a demanda por Créditos de Carbono. Eles se tornaram o grande financiador dessa nova agenda e atuam como uma moeda e uma ferramenta que direcionam e dão vazão aos vultuosos investimentos anunciados em termos globais. Portanto, os projetos de Soluções Baseadas na Natureza têm sido o foco de boa parte desses investimentos. Nesse conceito, os projetos silviculturais de nativas, preferencialmente, de espécies exóticas alternativas e sistemas agroflorestais, têm aderido totalmente a essa agenda e tendem a receber boa parte desses investimentos e podem finalmente alavancar o desenvolvimento das espécies alternativas potenciais já mapeadas, e dar um impulso extra às espécies nativas potenciais de nossa flora para que se tornem uma realidade para o setor. Esforços realizados pelo GT de Silvicultura de Nativas que atua na Coalização Brasil Clima, Florestas e Agricultura, com a participação ativa da equipe da Futuro Florestal, que complementam as iniciativas realizadas pela WRI Brasil, como o projeto Verena e o Projeto Lacunas, esses esforços identificaram demandas e promoveram avanços. Entre eles, podemos destacar: a identificação dos gargalos jurídicos da legislação; o mapeamento e a análise de sistemas produtivos e as iniciativas existentes com avaliação do potencial produtivo e viabilidade econômica; a identificação das espécies potenciais; o desenvolvimento de um programa de pesquisas para as espécies potenciais, entre outros.
Todas essas iniciativas ajudaram a consolidar a importância de investimento nas espécies potenciais para a produção, sejam elas exóticas ou nativas. Hoje existe disponibilidade de informações técnicas de qualidade, muito maior do que há 20 anos, quando nós, da Futuro Florestal, iniciamos nossos projetos em escala comercial, utilizando e testando essas espécies. Por isso, torna-se de vital importância incentivar e apoiar os investidores e produtores para que acreditem nesse setor.
Hoje eles podem contar com empresas e profissionais que possuem plenas condições de apoiar e desenvolver esses projetos de forma mais assertiva e responsável. De fato, eles são fundamentais nesse processo, uma vez que são investimentos que demandam capital intensivo de médio e longo prazos para maturação e retorno.
Acredito que até 2030 teremos um cenário completamente novo para a silvicultura de espécies alternativas, seja em área plantada, seja com a entrada no mercado das madeiras dessas espécies, as quais alcançarão maior volume no final dessa década. Quando muitos plantios de mogno-africano atingirem seus 20 anos, o sonho de muitos produtores e investidores que apostaram nessas alternativas se tornará realidade. Haverá materiais genéticos superiores disponíveis e, quiçá, uma maior gama de espécies entrando no mercado, seja para a produção de madeiras de longo prazo, sejam como espécies de ciclo curto para diferentes usos industriais.
A consolidação de novas opções de Sistemas Agroflorestais e Silvipastoris é também uma opção sólida para a ampliação do uso de espécies alternativas. Entre tais espécies, merecem destaque especial os produtos não-madeireiros, como a Castanheira e o Baru, os quais possuem um mercado amplo para suas castanhas, além de enorme potencial madeireiro. Elas estão entre as espécies mais consolidadas. Existem também as espécies frutíferas da Mata Atlântica, como o Cambuci, Grumixama, Cereja-do-rio-grande, Araçá-roxo, Uvaia e Bacupari. Elas possuem excelente potencial para produção de polpas e sucos e são “superfrutas” ricas em vitaminas e antioxidantes.
Precisamos dividir as responsabilidades para multiplicar as oportunidades e ampliar o acesso a elas. Precisamos ainda investir e fortalecer os atores da cadeia como um todo, lutando por representatividade nas discussões de políticas nacionais para o setor através de associações e cooperativas, que têm sido criadas nesses últimos anos. Entre elas estão a Nativas Brasil, a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes e Mudas Nativas. Hoje, com 50 associados, atuam com a missão de fortalecer a base da cadeia da restauração ecológica do país e de garantir a produção de milhares de mudas necessárias para se cumprir as metas climáticas nacionais, uma vez que as mudas são de extrema importância para o crescimento e o sucesso dos empreendimentos. Seguiremos lutando pelo desenvolvimento e consolidação de novas espécies potenciais para o crescimento do setor. n
Sinto-me honrado com o convite da prestigiosa Revista Opiniões para escrever sobre o panorama mundial dos sistemas de colheita. Entretanto, escrever sobre esse tema não é uma tarefa fácil, pois esta publicação tem sua distribuição dirigida a todo o sistema florestal brasileiro, o qual, felizmente, é repleto de profissionais que são especialistas mundialmente reconhecidos em colheita florestal. Portanto, ler sobre colheita com harvester ou com feller, para um público tão seleto, pode ser enfadonho, de tão óbvio que lhe possa parecer.
No meu conceito, o panorama mundial dos sistemas de colheita converge em sua grande maioria para os dois principais sistemas de colheita: O Cut to length (sistema de produção de toras curtas) e o Full tree ou Tree length (sistema de colheita da árvore inteira).
Apresento meus comentários sobre o panorama mundial dos sistemas de colheita e uma breve análise da maioria dos sistemas de colheita conhecidos por mim.
É importante ressaltar que quando se olha e analisa um determinado sistema de colheita pela primeira e única vez, pode-se concluir que o sistema é falho. Porém quem vivencia sua própria colheita no dia a dia, ficará convicto de que aquele sistema o atende plenamente.
É imensa a amplitude dos sistemas de colheita, obviamente em função da enorme diversidade de topografia, tipo de solo, espécie reflorestada, volume mensal de colheita, destino da madeira, VMI, condições climáticas, oferta e qualificação de mão de obra, centros de treinamento, capacidade de investimento, infraestrutura, malha viária, etc. Com tamanha diversidade, as empresas obrigam-se a adotar sistema próprio e único de colheita.
De maneira geral, temos dois sistemas principais de colheita florestal mecanizada:
O sistema C-T-L (Cut-To-Length), que pode ser composto por: Harvester sobre pneus ou esteiras; Escavadeira hidráulica com cabeçote harvester; Forwarder; Trator agrícola autocarregável com grua.
E o sistema TL (Tree Length) ou FT (Full Tree). Esse sistema pode ser composto por feller buncher sobre pneus ou esteiras. Escavadeira com cabeçote feller com disco ou cabeçote feller direcional; Skidder 4x4 ou 6x6; Skidder clam-bunk; Mini skidder.
C-T-L: FROM HORSE TO HARVESTER: Essa expressão foi criada pela diretoria florestal de uma empresa sueca, a qual liderou e financiou grande parte do desenvolvimento de máquinas, equipamentos e sistemas de colheita, para exprimir o real significado do rápido avanço da mecanização das atividades de ;
... independentemente de globalização, tecnologia, tendências e outros fatores, o mais importante é ter um sistema para 'chamar de seu'. "
Lonard Scofield dos Santos
Diretor da Master Solução Florestal
Detalhe de encaixe para ferramentas de 4 lados
P Discos de corte para Feller: conforme modelo ou amostra
PDiscos especiais conforme desenho
• Disco de corte com encaixe para utilização de até 20 ferramentas, conforme possibilidade devido ao O externo.
• Diâmetro externo e encaixe central de acordo com a máquina
PUsinagem de peças conforme desenho ou amostra: Eixos, acoplamentos, roscas sem-fim transportadoras, roletes e tambores para esteiras transportadoras, tambores para pontes rolantes, cilindros hidráulicos e pneumáticos e outros.
colheita, permitindo, assim, passar do cavalo (os quais eram e ainda são realmente utilizados) para o harvester em pouco mais de 35-40 anos. Obviamente o cavalo era usado para remoção/transporte das toras e não na colheita/ harvester. Mas a expressão pode claramente indicar o efeito da mecanização.
O desenvolvimento do Sistema CTL ocorreu na Escandinávia no início da década de 60. E a partir de 1985-1990, a grande maioria da colheita florestal na Escandinávia já era feita com harvesters.
O sistema CTL produz toretes entre 2,0 e 8,0m. No Brasil tivemos a oportunidade de passar a usar, ainda que com grande tropicalização para uso no eucalipto, os harvesters que já haviam sido duramente desenvolvidos na Escandinávia, a partir de 1995-2000. Ou seja, apenas 15 anos após o surgimento da tecnologia.
Como estamos atualmente? Felizmente no mesmo nível tecnológico existente na Escandinávia. Máquinas e equipamentos que saem das fábricas hoje com destino a Europa, USA, Escandinávia, são exatamente as mesmas que chegam ao Brasil. Há pouca diferença ainda somente em relação ao sistema de telemetria devido às condições de cobertura 4G/5G no Brasil.
TL/FT: FROM IRON MULE TO SKIDDER: O desenvolvimento do arraste mecanizado foi iniciado na década de 1920, tendo chegado ao conceito do skidder atual já em 1970. Ou seja, ele tem uma história mais antiga de desenvolvimento do que os harvesters e forwarders
O sistema TL/FT é considerado de tecnologia mais simples (menos eletrônica) do que as máquinas do sistema CTL. Além disso, é considerado mais robusto e mais produtivo individualmente do que as máquinas CTL.
Obviamente a escolha do sistema não leva em conta somente robustez e maior produtividade por máquina individualmente, mas, sim, todas as etapas produtivas do sistema de colheita em si.
É notado que o sistema CTL representa no Brasil maior volume de colheita, enquanto a totalidade do sistema FT/TL usa as máquinas originais desse sistema, porém para produzir toras curtas (toras CTL), seja com cabeçote processador após o arraste ou seja com o uso de garra traçadora.
Existem ainda inúmeros outros sistemas que podem também ser combinados:
Torre de arraste;
Torre de arraste e com cabeçote processador; Máquinas com guincho auxiliar de tração; Guinchos de tração autopropelidos; Motosserra;
Desgalhador -pull thru delimber; Desgalhador por impacto – stroke delimber.
Certamente, os próximos passos em termos de sistemas de colheita passarão pelo aprimoramento dos sistemas de monitoramento das máquinas a distância: manutenção, controle de produção, manutenção preditiva, performance do operador, etc.
E em futuro muito próximo, teremos o surgimento das máquinas autônomas.
O forwarder é um candidato ideal para se transformar em máquina autônoma, a exemplo dos caminhões autônomos já em operação na mineração.
Com a globalização e a presença no Brasil da grande maioria dos fabricantes de máquinas e equipamentos florestais, o intercâmbio de sistemas e o acesso às tecnologias existentes ocorrerão de forma imediata, proporcionando às empresas florestais a possibilidade de uso de qualquer sistema de colheita que esteja sendo utilizado em condições operacionais similares.
Desconheço a existência de dados estatísticos atualizados sobre a distribuição percentual de uso de cada sistema de colheita. A maioria dos dados estatísticos são de 3 a 4 anos atrás, mas é comumente aceito que o sistema de tora curta (CTL) é dominante em termos de volume de colheita no mundo todo.
Devido ao enorme crescimento da indústria de celulose na América Latina, com operação em área plana, uma só espécie, e descascamento no campo, o sistema cut to length representa cada vez mais em termos de volume de colheita.
De forma geral, podemos resumir o panorama mundial dos sistemas de colheita conforme a tabela abaixo:
(*) Sistema full tree com produção de toras curtas, está considerado como cut to length.
(*) Fonte: Informações compiladas a partir da estatística de vendas globais de um fabricante. Trata-se de dados não oficiais.
Concluo esse artigo afirmando que, independentemente de globalização, tecnologia, tendências e outros fatores, o mais importante é ter um sistema para “chamar de seu”. O que interessa é se o sistema atende os objetivos de custo/m³, segurança e garantia de abastecimento de matéria prima exigidos pela empresa. n
A indústria florestal mundial enfrenta desafios transversais para garantir sua sustentabilidade. As empresas em ambientes competitivos, cujos processos produtivos dependem do fornecimento de matéria-prima para as indústrias de celulose, serrarias, chapas e carvão, têm avançado no sentido que sua preocupação não seja apenas econômica e satisfaça as questões ambientais e o bem-estar de seus trabalhadores. Valores como o relacionamento com a comunidade, segurança nos seus processos como eficiência são possíveis de ser gerenciados e melhorados continuamente.
Tendências globais, como redução de emissões e eletrificação, crescimento do negócio em créditos de carbono (plantios e florestas nativas) e declínio da mão de obra qualificada, impulsionam a nossa indústria a caminhar para patamares elevados e eficientes de mecanização (seja ela qual for) na atividade florestal com alto padrão de tecnologia e digitalização e excelência operacional. Na colheita florestal, isso tem sido muito evidente e bastante visível devido à relevância do custo da madeira.
Nesse contexto, as empresas florestais desenvolveram e implementaram estratégias para melhorar o processo de colheita, que têm sido realizadas com especialistas, fabricantes e fornecedores de equipamentos, revendas e empreiteiras, com diversos níveis de sucesso. A mecanização das operações de colheita em setores planos passou por um desenvolvimento sustentado por 40 anos que atingiu um ponto muito alto de sofisticação em todo o mundo. Mas em áreas com declives a realidade tem sido outra. Naturalmente, com maior custo devido à baixa produtividade e dificuldade tecnológica, essas áreas têm sido negligenciadas no desenvolvimento de um processo de tecnologia. Mas houve uma virada no início da década de 2010, na Nova Zelândia, quando várias empreiteiras viram a necessidade urgente de melhorar seu desempenho em segurança, devido aos infelizes e recorrentes acidentes fatais, incapacitantes e gravíssimos em suas operações de colheita em encostas altas. Por isso, cresceu o interesse no despejo mecanizado, acrescentando invenções anos depois, como guinchos para auxiliar os shovel loggers e carros motorizados com garras. Os primeiros anos de mecanização foram de tentativas e erros. Melhorias contínuas e complexas no desempenho dos equipamentos e operadores possibilitaram o encontro de solução, apesar das condições geográficas, climáticas, culturais e de planejamentos adversos.
No caso da América do Sul, as empresas chilenas têm atualmente os maiores níveis de mecanização em áreas declivosas da região e do mundo.
Rodrigo Palazuelos Consultor Sênior de Operações Florestais da RP Forest
Operações de colheita em áreas declivosas
Empresas contratistas como Ross Wood Contracting, Climbmax e DC Equipment assumiram a liderança em seus processos, desenvolvendo protótipos que foram testados em suas operações, alguns deles com desenvolvimento bem-sucedido até os dias de hoje. A iniciativa da Future Forest Research (FFR) e seu programa de mecanização da colheita, em conjunto com o apoio do governo, foi um pilar relevante.
Depois vieram os seminários e workshops operacionais, e esses processos se espalharam para países com operações de colheita em encostas altas com problemas similares. Foi assim que, principalmente nos Estados Unidos, Canadá, Chile e África do Sul (cujo denominador comum é a indústria florestal de plantação de pinus em grande escala, com grande proporção em altas encostas), as operações de colheita mecanizada foram incorporadas gradualmente em seus processos.
Atualmente, as operações de colheita mecanizada em áreas declivosas estão amplamente difundidas na maioria dos países, com vários desafios que projetos dessa envergadura tiveram que enfrentar: melhoria tecnológica dos equipamentos, transformação nos processos de planejamento florestal para as estradas no campo, treinamento de operadores, manutenção de equipamentos, diferentes desafios de segurança, esforços adicionais em capital de giro e investimento, variabilidade na produtividade e fator de uso (utilização). As histórias de sucesso foram realizadas por aqueles que, além da ousadia de avançar, souberam abordar e simultaneamente melhorar cada uma dessas variáveis.
No caso da América do Sul, as empresas chilenas têm atualmente os maiores níveis de mecanização em áreas declivosas da região e do mundo. O desenvolvimento conjunto de empresas florestais, fabricantes e fornecedores de equipamentos e empresas empreiteiras alcançou uma relação virtuosa e exponencial que permitiu alcançar padrões de segurança e eficiência de classe mundial. No Brasil, o desenvolvimento da mecanização de declives médios-altos (menores que 35°) começou há anos com os sistemas Cut To Length (CTL) com guinchos auxiliares, mas para declives maiores (maiores que 35°) houve apenas alguns avanços desde alguns anos atrás, com maior intensificação em 2023. A Colômbia também enfrentou um processo gradual de melhoria, mas ainda com muitos desafios técnicos e operacionais em sua implementação, desde o início, para empresas menores essas iniciativas parecem estar mais distantes.
No Equador existem iniciativas em desenvolvimento, com estudo e implementação em estágios muito iniciais.
Em relação aos processos no Chile, o mais comum e bem-sucedido é o sistema Full Tree, equipado com shovel logger com cabeçote direcional e guinchos auxiliares para giro, exploração madeireira mista com escavadeiras hidráulicas, torres equipadas com carrinhos motorizados com garras, Skidder 6x6 assistido com guinchos, e processamento de campo com cabeçotes harvester.
Esse é um sistema 100% mecanizado que, dependendo das condições do tamanho da árvore, pode produzir 15.000 m³/mês. No eucalipto são realizadas operações de colheita Cut To Length (Harvester-Forwarder com guinchos auxiliares). O sistema europeu de toras com torres tradicionais (que envolve corte manual com motosserras) também ainda é utilizado, considerando seus 30 anos de história. Mas seu uso tem diminuído devido à maior eficiência e segurança do sistema 100% mecanizado.
No Brasil, as operações de colheita em altas declividades (maiores que 35°) nos sistemas Full tree (Pinus spp) estão passando por um processo de transformação de sistemas tradicionais e altamente intensivos em mão de obra (motosserra/trator) para sistemas de média mecanização (torres tradicionais europeias) e com a grande mudança para torneamento mecanizado com shovel logger assistido com guincho para adoção.
Em Eucalyptus, o sistema Cut To Length (Harvester-Forwarder com guinchos sincronizados assistidos) opera amplamente com altos índices de produtividade e segurança. Na Colômbia e no Equador, os sistemas de colheita em altas declividades são predominantemente manuais, tanto no torneamento quanto no beneficiamento, com altos índices de acidentes e baixa produtividade. Os sistemas Cut To Length com guinchos auxiliares foram implementados com sucesso em uma fração de suas operações há algum tempo.
O desafio tem sido consolidar a formação de pessoal qualificado, evoluir nos processos de planejamento, melhorar os sistemas de manutenção de equipamentos, aperfeiçoar sistemas de segurança (tombamento de equipamentos, acidentes em trabalhos de manutenção), monitorizar e melhorar a produtividade. Processos estruturados de acompanhamento, análise e melhoria contínua são o denominador comum para manter a sustentabilidade dessa atividade. n
Sumário: A Europa é um continente com uma grande variação de condições naturais (clima, solo, ecossistemas florestais) e apresenta estruturas bem diversificadas do setor florestal-madeireiro.
A maioria dos países escandinavos apresenta terreno plano ou montanhoso e os ecossistemas florestais naturais são dominados por apenas algumas espécies (epícea, pinheiro e bétula), com taxas de crescimento relativamente lentas (IMA 4-9 m3/ha/ano), o que resulta em longas rotações (50-100 anos) e pequenas dimensões das árvores da última colheita (DAP 30–45 cm). As operações de colheita cobrem grandes áreas (até 100 ha ou mais), os produtos são toras de comprimento padrão, madeira para celulose e serrarias (de resíduos de corte) lascas de madeira para energia. Os solos são arenosos ou congelados, quando a colheita ocorre no inverno. As florestas pertencem à indústria de celulose e são administradas por ela ou por proprietários privados que se unem em cooperativas.
Essas condições e estruturas típicas da Escandinávia favorecem a utilização de sistemas de colheita totalmente mecanizados (harvester /forwarder), bem semelhantes aos sistemas empregados na plantação florestal brasileira. Tendências recentes de desenvolvimento técnico mostram máquinas maiores (de 8 ou mesmo de 10 rodas), máquinas de operação (parcialmente) autônomas, guiadas por GPS de alta resolução e LiDAR, melhor suporte dos operadores por um conjunto de recursos automatizados (corte transversal, medição, sensores de solo, entre outros).
As condições das florestas na Europa Central são bem diferentes das da Escandinávia. A Alemanha com um total de 10,9 milhões de hectares de florestas e um estoque crescente de 3,505 bilhões de m³ é o número 1 na Europa Central e um bom exemplo para destacar essa variedade e as consequências do sistema de colheita aplicado.
O terreno das áreas florestais é geralmente classificado de acordo com a inclinação: de 0 a 25% são utilizadas máquinas sobre rodas e linhas de arraste, de 25 a 50% de inclinação são construídas estradas paralelas de deslizamento e são usadas máquinas rodoviárias com guinchos de segurança e mais 50%-60% dos sistemas de distribuição de cabos tornam-se padrão. As espécies de coníferas Epícea (25%), Pinheiro (22%), outras coníferas (7%), apresentam um IMA de 9-18 m³/ha/ano. As espécies folhosas são a Faia (15%), Carvalho (10%) e outras folhosas (18%), com IMA de 6-12 m³/ha/ano. Após a estrutura do povoamento, 24% são classificadas como povoamentos puros e 76% como povoamentos mistos. O inventário nacional mostra um volume médio em pé de 380 m³/ha.
A estrutura de propriedade é a seguinte: 40% da área florestal está concentrada em empresas de 1.000 ha ou mais (10 empresas florestais regionais estatais e alguns grandes proprietários privados), 36% em unidades entre 20 e 1.000 ha (comunidades e privada) e 24% em unidades entre 1-20 ha (privadas, incluindo pequenos agricultores). Uma parte significativa das propriedades menores são membros de cooperativas florestais e são geridas seguindo um conceito comum. ;
As condições das florestas na Europa Central são bem diferentes das da Escandinávia. A Alemanha com um total de 10,9 milhões de hectares de florestas e um estoque crescente de 3,505 bilhões de m³ é o número 1 na Europa Central "
Leif Nutto e Gero BeckerConsultor
Seniorda Unique
Land Use GmbH e Professorda
Universidade de Freiburg, Alemanha, respectivamenteNa gestão podem ser identificadas diferentes abordagens conforme a propriedade (pública/privada). Após a plantação ou regeneração natural, são realizadas 5 ou mais intervenções (desbastes) até atingir uma rotação de 80 anos para o abeto e até 150 anos para a faia e o carvalho. O corte final consiste em alguns pequenos cortes rasos (abaixo de 1 ha), enquanto na silvicultura contínua é praticada a colheita do diâmetro alvo. O volume colhido em 2020 foi de cerca de 80,4 milhões de m³ de madeira, sendo 87% de coníferas e 13% de folhosas (torras 59%, madeira para indústria de papelão, madeira para celulose e madeira para energia 41%).
Os períodos de estiagem severos e frequentes nos últimos anos resultaram em cortes não planejados crescentes (derrubadas de salvamento) principalmente de epícea, que em algumas regiões excederam substancialmente os cortes regulares.
Cerca de 60 a 75% do volume anual de corte é colhido com sistemas totalmente mecanizados (harvester/forwarder & skidder). As restrições não são apenas à inclinação do terreno, mas também a pequenas áreas e volumes de corte, povoamentos mistos e frequentes desbastes seletivos. Além disso, as dimensões tipicamente grandes das árvores de corte final (muitas vezes mais de 4 m³/árvore) com grandes copas resultam em limitações técnicas para colheitadeiras e suas gruas. Além disso aproximadamente 20% do volume de toras colhidas não são cortadas no comprimento padrão, mas processadas como fustes longas (até 18 m de comprimento), porque as serrarias preferem cortá-las individualmente de acordo com as demandas de sua produção.
Consequentemente, as colheitadeiras são pequenas (para desbastes seletivos) ou muito pesadas com gruas de até 10 m, muitas vezes escavadeiras, para lidar com árvores de grandes dimensões em cortes finais seletivos em vez de regeneração natural. Uma proporção significativa da derrubada ainda é feita por motosserras, e os equipamentos madeireiros usam guinchos, muitas vezes combinados com garras, para manusear esses produtos.
Para operar com sucesso técnico e econômico nessas condições, uma densa rede permanente de estradas para caminhões (25 a 45 m/ ha) e estradas ou linhas de arraste (50-100 m/ ha adicionais) é padrão, o que resulta em distâncias de avanço entre 20 m (terreno plano) e 50-80 m de comprimento (terreno íngreme). A movimentação de grandes máquinas é restrita a essa rede permanente, sendo proibida a
condução descontrolada no solo da floresta para proteger a estrutura do solo e o crescimento das árvores e a futura regeneração.
Em 2017 foram vendidas cerca de 400 unidades de máquinas florestais específicas (30% harvesters, 30% forwarders e 40% tratores florestais especiais com guinchos e/ou garras na Alemanha.
Esse equipamento florestal pesado, na maioria dos casos, não é de propriedade das empresas florestais, mas de pequenos e médios empreiteiros florestais independentes, que muitas vezes competem pelo processamento de pedidos caso a caso. Normalmente operam a nível regional, mas, dependendo do mercado da madeira e da procura regional especial, por exemplo, após calamidades, eles também estão preparados para percorrer longas distâncias seguindo ordens atraentes de colheita. A certificação FSC-CoC é um requisito importante para operar em áreas florestais públicas.
Os desenvolvimentos futuros levam em consideração a crescente conscientização dos proprietários florestais e das partes públicas interessadas em relação à ecologia e aos efeitos das mudanças climáticas nas florestas.
Os requisitos de proteção do solo e da água exigem sistemas com impacto reduzido no solo da floresta. Pequenas máquinas equipadas com esteiras e guinchos sem motorista, operadas remotamente por equipe de solo acompanhante, têm sido desenvolvidas e testadas para extração de impacto reduzido em sistemas silviculturais de cobertura contínua em pequena escala. Forwarders com assistência automática por cabo permitem operações em terrenos íngremes com pressão no solo e deslizamento reduzidos . Em terrenos muito íngremes, o corte com motosserra e baldeios com sistema de cabos combinado com uma unidade processadora montada em caminhão (os chamados Mountain Harvesters) operando em estradas florestais (na maioria dos casos em subidas) é um método comum.
Para preparar e controlar operações em terrenos difíceis e em condições padrão, as soluções GPS-GIS combinadas com a implantação de drones estão se tornando comum.
Para operar com cuidado e manter a tecnologia de colheita avançada, uma equipe instruída e bem treinada é um requisito indispensável. Dado que as condições de trabalho no ambiente florestal são frequentemente difíceis e perigosas, o recrutamento e a motivação de trabalhadores bem formados tornam-se um grande desafio, especialmente nas zonas rurais, tanto para as empresas florestais como para os seus prestadores de serviços. n
A colheita desempenha alguns papéis cruciais no manejo da base florestal, dentre os quais podemos citar a renovação da floresta plantada no momento ideal, minimização de desperdícios de biomassa e insumos, influência na qualidade e competitividade das operações subsequentes, na conservação e biodiversidade e na contribuição social com comunidades locais.
A inovação e desenvolvimento fazem parte da nossa estratégia de negócio, especialmente em atividades de grande importância como a colheita. Temos quatro grandes frentes estruturadas como fontes de inovação e desenvolvimento de colheita em São Paulo: 1. Novas tecnologias em equipamentos e máquinas florestais; 2. Sensoriamento, monitoramento, otimização e controle de frotas, processos e dados; 3. Estudos de novos modelos e padrões de operação, e 4. Valorização da capacidade intelectual inovadora existente na operação.
No âmbito de novas tecnologias em equipamentos e máquinas, trabalhamos hoje de forma sofisticada através de georreferenciamento, sistemas digitais de apontamento e controle da produção, computadores de bordo com sensoriamento, dentre outras, as quais nos possibilitaram uma grande evolução em eficiência operacional. Colaboramos atualmente com diversos fornecedores de máquinas e equipamentos para inovação dessa frente, informando as necessidades específicas da operação e investindo em novos produtos desenvolvidos pela indústria.
Recentemente em São Paulo, para operações de baldeio em áreas planas, fomos os primeiros a investir no FW Mammoth Ponsse no Brasil.
Sabemos que o futuro almeja máquinas autônomas, mas temos a perspectiva em um curto/médio prazo de um maior número de pessoas em relação a máquinas em nossas operações. "
Thais Maria Millani Executiva da Unidade de Negócios Florestais da SuzanoA inovação dessa máquina decorre do maior potencial produtivo devido à sua alta capacidade de carga associada ao baixo consumo de combustível, graças a um sistema de transição de última geração, o que resulta em maior eficiência energética.
Outro movimento disruptivo recente foi a aplicação de máquinas harvesters de pneu na operação de colheita em áreas planas, onde normalmente operamos com máquinas de esteira. Neste projeto, investimos em dez equipamentos Cobra Ponsse visando uma produtividade 15% maior, quando comparados aos de esteira, com um menor consumo de combustível. Isso pode nos dar uma vantagem competitiva acentuada decorrente da eficiência energética desse modelo de operação.
Para colheita de áreas declivosas de eucalipto de alta complexidade, nos inspiramos em uma grande empresa do setor para florestas declivosas de pinus e temos estruturado o projeto para Full Tree ancorado com Feller multidirecional e Skidder Swing boom, através de Guinchos de Assistência. Avaliamos também o harvester da Komatsu com guincho removível que inova em proporcionar maior flexibilidade para condições complexas de ancoragem.
Seguindo para segunda frente que compõe nossa estratégia (sensoriamento, monitoramento, otimização e controle de frotas, processos e dados) temos evoluções significativas como a torre de controle aplicada a totalidade das operações na Unidade do Maranhão, fornecendo informações em tempo real sobre as atividades das máquinas e veículos utilizados, permitindo um gerenciamento mais eficiente e uma tomada de decisão ágil embasada em dados concretos (segurança, rastreamento e localização, coleta de dados operacionais, análises e relatórios, manutenção, entre outros dados).
Abordando a terceira frente de estudos de novos modelos e padrões de operação visando maior eficiência e produtividade, temos um setor específico de Excelência Operacional (EO) que é responsável por fomentar novas metodologias e garantir o padrão dentro de todas as operações florestais espalhadas em diversos pontos do país. A EO conduz periodicamente grupos de trabalho multidisciplinares com a participação de todas as unidades florestais da empresa, cuidando de homologações de testes e novas práticas, garantindo a segurança do processo e escalabilidade de inciativas de inovação. Um exemplo promissor dessa frente conjunta com a operação é o desenvolvimento de um novo cabeçote guilhotina.
Na última frente de inovação e desenvolvimento, buscamos valorizar a capacidade intelectual inovadora da operação. Sabemos que o futuro almeja máquinas autônomas, mas temos a perspectiva em um curto/médio prazo de um maior número de pessoas em relação a máquinas em nossas operações. Operadores e mecânicos, que conhecem com profundidade os detalhes da operação, são uma fonte importante de novas ideias. Por isso, temos trabalhado em nosso ambiente com comunicação estratégica e fortalecimento de canais e redes colaborativas. Como exemplo, podemos citar dois programas que visam a captação de novas ideias e também o reconhecimento de seus proponentes como o Colhendo Ideias e Programa I9. A estratégia vai além de criar programas que aumentem a produtividade e as horas trabalhadas.
Nós apostamos no empoderamento operacional associado à comunicação estratégica que abrange o entendimento em todos os níveis inseridos no contexto. Fazemos questão de ressaltar o propósito do nosso trabalho com todos e o senso de orgulho e pertencimento pelo que fazemos. Levamos ao campo a visibilidade de indicadores e coletamos possíveis soluções quando há desvios. Essas ações promovem um ambiente colaborativo e criativo através de programas especialmente desenvolvidos para o público-alvo e a necessidade da colheita, gerando o tão esperado engajamento.
Como exemplo, em 2019, iniciamos um programa de batismo de máquinas por operadores e mecânicos, que passaram a compor uma unidade produtiva personalizada. A partir de então, cada conjunto de máquinas, operadores e mecânicos passou a ter uma espécie de plano de negócio, em que eram considerados indicadores relativos à produção, qualidade e custos. O resultado desse movimento fez com que boa parte dos operadores e mecânicos se tornassem “executivos de unidades produtivas” desenvolvendo a operação e a carreira, contribuindo significativamente com a redução de custo da madeira em São Paulo. Outros exemplos nos trouxeram adequações importantes em cabeçotes, a redução expressiva no consumo de óleo hidráulico, formas mais seguras de atuação, menor tempo com manutenções pesadas, redução significativa do consumo de diesel mantendo os parâmetros de regulagem e produtividade, novas potencialidades para operação de baldeio resultando em mudança de patamar em produtividade.
A estratégia de rede colaborativa desempenha um papel fundamental na promoção da inovação permitindo que indivíduos e organizações compartilhem conhecimentos, experiências e recursos para resolverem problemas complexos criando novas soluções. A inovação operacional, muitas vezes, requer abordagem multidisciplinar, envolvendo diferentes perspectivas e conjuntos de habilidades que os fornecedores de equipamentos e tecnologias não conseguem de forma individualizada.
Estamos na fase de construção do Colhendo Ideias 5.0, aproveitando o presente onde podemos utilizar a inteligência artificial e a programação para desemprenharem papéis importantes na captura de informações relevantes desse público. Análises de dados com IA, processamento de linguagem natural (PNL), reconhecimento de padrões, modelagem e simulação nos abrem portas para fortalecer uma nova versão das redes colaborativas e atingir fontes ainda pouco exploradas nas operações florestais. n
O gênero Acácia pertence à família das Fabaceae. Existem cerca de 1.350 espécies de Acácia encontradas em todo o mundo e cerca de 1.000 dessas são encontradas na Austrália. A maioria das espécies possui vida curta, cerca de 10 a 15 anos. As principais espécies plantadas no mundo são Acácia mangium, Acácia saligna e Acácia mearnsii, sendo os principais países plantadores a África do Sul e o Brasil, onde chegou por volta de 1918.
Apresentando características em sua madeira indicadas para lenha, carvão, celulose, papel, painéis de madeira, entre outras indicações, a Acácia pode constituir uma alternativa promissora para a silvicultura, embora apresente um menor volume de madeira produzida por hectare ao ser comparada com outras florestas cultivadas. A possibilidade de uso múltiplo sempre manteve a espécie como opção economicamente viável, inclusive para pequenos produtores, permitindo diversificação de renda na propriedade. A Acácia mearnsii (Acácia Negra) se destaca no Sul do Brasil por apresentar características específicas e é historicamente reconhecida pela qualidade de sua casca, da qual são obtidos os extratos vegetais, ricos em tanantes e fenóis, compostos para os mais diversos fins.
Os produtos da Tanac são vendidos em mais de 60 países em todos os continentes, sendo presentes nos mais variados processos industriais e aplicações do dia a dia.
A Tanac, empresa brasileira criada em 1948 no Rio Grande do Sul, é líder mundial em produção de extratos vegetais, cavacos e pellets de Acácia Negra. Referência em sustentabilidade, apoiada em sua estratégia ESG (Environmental, Social and Governance que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança) conduz as atividades de maneira responsável, minimizando impactos ao meio ambiente e promovendo o desenvolvimento socioeconômico nas comunidades em que está inserida.
Os produtos da Tanac são vendidos em mais de 60 países em todos os continentes, sendo presentes nos mais variados processos industriais e aplicações do dia a dia. A casca da árvore é a principal fonte de extração de taninos, com as mais diversas aplicações: curtimento de couro, separação de óleos e graxas, tratamento de efluentes, nutrição animal e outras especialidades. Da madeira, são produzidos cavacos para celulose e pellets para geração de energia renovável.
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com descascador Desgalhe, traçamento e descasque
A garantia de abastecimento das unidades de Taninos e de Cavacos começa na unidade Florestal, Tanagro, que está presente em mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul e abastece as unidades fabris com a matéria-prima, casca e madeira, por meio das melhores práticas, com um manejo florestal sustentável e responsável. Além disso, a empresa conta com parcerias de longa data com produtores, que garantem o abastecimento de matéria-prima e fomenta a perenidade do cultivo da espécie.
A colheita da Acácia Negra ocorre predominantemente entre 6 e 10 anos após o plantio, considerando-se 7 anos a idade ideal, devido às concentrações e a melhor qualidade dos teores de tanino contidos na casca. A particularidade reconhecível pelo aproveitamento da casca como um importante produto econômico, associado a características morfológicas desta espécie, principalmente tortuosidade do fuste e concentração de galhos, faz com que a colheita requeira certos cuidados e atenções especiais, impondo alguns desafios na implantação de uma colheita e descasque 100% mecanizados. Dessa forma, essa espécie se diferencia das demais culturas florestais, como o eucalipto e o pinus, em que o produto primário é a madeira, e a casca é tratada como um subproduto ou resíduo de descarte.
Durante muitos anos, devido à redução de seu valor de mercado, a madeira de Acácia foi considerada um produto secundário; por outro lado, a casca se tornou grande atrativo comercial.
Pela carência de equipamentos de descasque mecanizado que atendam alguns requisitos específicos, o trabalho manual foi impulsionado para as operações de colheita em toras curtas e de descasque, resultando num melhor aproveitamento da casca e ocasionando a postergação do processo de mecanização.
Em 2002, com o aumento de escala de produção e de suas demandas fabris, associada à preocupação com a segurança de seus colaboradores e carência de mão de obra, a Tanac realizou os primeiros trabalhos ligados à mecanização de colheita florestal em Acácia Negra no Rio Grande do Sul. Nesse mesmo ano, mantendo o foco no máximo aproveitamento da casca, nas melhores condições para atender os requisitos fabris, a colheita passou a ser realizada de forma experimental por harvesters de 20 toneladas, com cabeçotes de descascamento, o que foi um grande desafio em sua implantação.
Na época adotou-se o sistema CTL ( Cut-To-Length), o qual foi possível graças ao avanço em parcerias com empresas do setor, viabilizando equipamentos que se adequassem à colheita de Acácia Negra e ao seu processamento.
Após um período realizando o processo de derrubada, desgalhamento, fracionamento e descasque de forma mecanizada, observou-se a redução no aproveitamento e na qualidade da casca, o que gerou muitos esforços para manter os níveis de atendimento fabris comparados à extração manual, envolvendo grande número de pessoas no pós-descasque para recolher a casca e acondicioná-las de forma ideal, o que resultou em retrocesso ao modelo anterior
Posteriormente, ganhos em produtividade foram atingidos com a manutenção do harvester na colheita e com a introdução de descascadores móveis de anéis, adaptados com gruas para realização do descasque. Nessa operação, o harvester disponibiliza a madeira fracionada com casca em eitos, em que o descascador realiza o procedimento de descasque e o acondicionamento das cascas em bags; facilitando, assim, o baldeio posterior e mantendo características similares ao método manual, evitando perdas de qualidade do produto.
Recentemente, várias melhorias e adaptações no processo também trouxeram ganhos significativos em produtividade e segurança nas operações. Foram realizados diferentes testes de comprimentos de corte de madeira no sistema de colheita mecanizado, além de metodologias e alternativas de descasque, sempre em busca da manutenção de qualidade e de ganhos em escala de produção.
Com o avanço em soluções para o mercado de energia, também vislumbrando as otimizações de processo de colheita e sustentabilidade das operações, tem-se analisado o uso de resíduos (coivara) de Acácia Negra como alternativa de fonte de biomassa, com alto poder calorífico. Dessa forma, a integração dos produtos madeira, casca e coivara tende a proporcionar um novo avanço na colheita de Acácia Negra. A Tanac tem estudado oportunidades de adaptar o sistema de colheita FT (Full-Tree) em suas operações com Acácia, proporcionando o arraste de árvores inteiras e realizando seu processamento na borda de talhões, otimizando o baldeio dos três produtos, além de aumentar a segurança das operações em locais com terrenos controlados. n
Imagine que você descobrisse que o médico com o qual você vai fazer uma cirurgia cardíaca na manhã seguinte se formou há 20 anos como o melhor aluno da sua classe, na melhor faculdade de medicina do País. Muito bom, hein?!
Entretanto, nos últimos 20 anos, ele não leu nenhum livro, nem participou de nenhum congresso, nem teve por costume ler regularmente revistas especializadas da sua área médica.
Você faria a cirurgia em paz?
No que se refere a nossa área, quantas tecnologias foram desenvolvidas e implantadas nessas duas décadas como o estado da arte e, depois de algum tempo, substituídas por uma nova opção, muito mais eficaz e eficiente, que tomaria o lugar da anterior, até ser igualmente substituída por uma mais nova ainda.
Quantas pragas e doenças apareceram, desapareceram, e algumas até voltaram? Quantas técnicas foram substituídas nesses últimos 20 anos?
Nenhum conhecimento é definitivamente eterno. A faculdade está sempre atualizada, mas tão somente até o dia da sua formatura. Os livros, igualmente, até o dia da sua publicação. As opções que são continuadamente atualizadas são os congressos e as publicações regulares das áreas.
Conhecendo esse cenário e o que passou a representar nesses 20 anos de operação para as universidades, centros de pesquisa e empresas do sistema agrícola e florestal, a Revista Opiniões decidiu abrir inscrições gratuitas para que todos os estudantes de todos os cursos de agroconhecimento, de qualquer parte do Brasil e do mundo, passem a receber gratuitamente as suas publicações.
O objetivo é fazer com que o estudante, desde o primeiro dia de aula, passe a participar da vida empresarial na qual se integrará, em alguns anos, já com atualizado conhecimento do que está sendo discutido, avaliado e implantado nas empresas. Muitos dos executivos e cientistas que hoje escrevem na Revista Opiniões declararam que liam nossas edições desde quando ainda eram estudantes nas universidades.
Ampliando o projeto de educação continuada, decidimos também abrir as inscrições gratuitas para todos os funcionários das áreas técnicas, agrícolas, industriais e admistrativas das empresas produtoras e fornecedoras dos sistemas florestal e sucroenergético de qualquer parte do Brasil e do mundo.
Todos os artigos da Revista Opiniões têm áudios traduzidos para 5 idiomas: português, inglês, espanhol, francês e alemão.
O acesso à informação dirigida é a mais eficiente forma de unificar e atualizar o conhecimento entre todos os funcionários em cargos de comando, bem como preparar os funcionários em ascensão para assumi-los. Esta é a mais eficaz e natural forma de gerar a educação de forma continuada.
Para se cadastrar na plataforma do programa de "Educação Continuada da Revista Opiniões" e passar a receber regular e gratuitamente as edições de nossas revistas, basta enviar um e-mail conforme especificado abaixo:
• Para: Jornalismo@revistaopinioes.com.br
• Assunto: Educação continuada gratuita
• Corpo do e-mail:
- Nome do funcionário ou estudante
- Área de trabalho ou curso que frequenta
- Nome da empresa ou da Universidade
- e-mail principal
- e-mail secundário ou pessoal
• Conforme a Lei nacional de proteção de dados, garantimos que as informações não serão utilizadas para qualquer outro interesse.
Diferentemente dos equipamentos fixos, devido à interferência de múltiplos operadores com variados estágios de habilidades, as cargas dinâmicas devido aos deslocamentos e às características do terreno, são alguns fatores que tornam a operação com equipamentos móveis mais imprevisíveis e agressivos quando comparado com os fixos.
Mesmo com toda a evolução tecnológica em curso, com unidades autônomas já em operação, os elementos de máquinas continuarão presentes por muito tempo ainda: pinos, buchas, motores, atuadores hidráulicos, mangueiras, engrenagens, somente para citar alguns. Significa dizer que, se não cuidarmos bem, continuaremos a observar folgas, vazamentos, ruídos, aquecimentos, trincas e contaminação. Além disso, as ocorrências reincidentes nos mostram que podemos melhorar algumas partes das máquinas. E já está comprovado que é mais barato executar um reparo de forma planejada do que na forma emergencial.
Sendo assim, a estratégia da manutenção deve ser desenhada para: a) manter ativos em operação, b) melhorar as partes fracas e c) antecipar intervenções, evitando paradas não programadas. Ou ainda, elevar a confiabilidade e melhorar a manutenibilidade. Sair do ciclo do desespero (quebra/conserta) e caminhar para a "classe mundial".
Para atender a estas demandas, uma orientação ideal é a ‘Manutenção 5.0’. Suportada em 5 direcionadores, essa estratégia tem mostrado resultados consistentes e contribuído para que boas empresas atinjam a excelência operacional que tanto necessitam. Os direcionadores são:
. . . e até a perda de uma máquina por incêndio devido a vazamentos e excesso de folhas e galhos, todos esses são exemplos das falhas forçadas geradas pelo não tratamento correto dos serviços básicos.
José Eduardo Paccola Diretor da ZDP Consultoria1. Atenção aos serviços básicos (manter)
2. O Operador como primeiro cuidador (manter)
3. Eliminação continuada das perdas e desperdícios (melhorar)
4. A manutenção planejada (antecipar)
5. Capacitação constante da equipe
Se você fizer corretamente essas cinco atividades, irá obter melhor desempenho com seus equipamentos.
Serviços básicos: Limpeza, lubrificação, fixação, trincas e folgas. Quatro grupos de serviços que precisam ser executados com rigor e precisão. Se assim não for, geram anomalias que, se não solucionadas no seu estágio inicial, propagam-se e podem causar falhas de grandes proporções. O efeito multiplicador é rápido e destruidor, gerando falhas forçadas continuadamente. É mais fácil, mais rápido e mais barato resolver o problema quando nasce do que esperar as suas consequências amplificadas.
Um conjunto de pino e bucha trocado antes do tempo devido a folgas geradas pela areia colocada juntamente com a graxa, um motor diesel que sofreu superaquecimento devido à falta de aditivo no líquido de arrefecimento, cilindros e válvulas hidráulicas que não atingem a vida útil devido à contaminação do óleo hidráulico e até a perda de uma máquina por incêndio devido a
vazamentos e excesso de folhas e galhos, todos esses são apenas alguns exemplos das falhas forçadas geradas pelo não tratamento correto dos serviços básicos. É preciso conscientizar os operadores e técnicos sobre a importância desses cuidados, pois nem sempre lhes são dados a atenção devida para esses serviços básicos.
A operação como primeiro cuidador: a operação correta é o primeiro passo para a conservação do ativo. O operador precisa atingir os níveis de produtividade cuidando muito bem do seu equipamento. Sempre vale a máxima: "A boa manutenção começa com uma boa operação".
O operador conhece bem o seu equipamento e sabe quando a máquina está em pleno desempenho, quando começa a ocorrer perda de função e, finalmente, quando há perda total da função, isto é, quando ocorre a quebra. A empresa precisa ter um processo estruturado para ouvir o que o operador tem a dizer. E esse mesmo processo precisa ser ágil para dar solução às anomalias que ele relata. Evoluindo um pouco mais, o operador precisa conhecer a relação de causa e efeito entre as inconveniências percebidas para contribuir com o diagnóstico da manutenção. O gestor operacional tem que entender que, depois do operador, o equipamento é o seu principal recurso. Por isso, é preciso cuidar bem dele. Lembrando que cuidar não é necessariamente consertar, mas estar de prontidão para qualquer anomalia que apareça, encaminhando-a para solução.
Eliminação continuada das perdas e desperdícios: todos os processos possuem perdas e desperdícios, que precisam ser conhecidos em detalhes, para que possam ser eliminados ou reduzidos. Temos perdas no equipamento ou na mão de obra ou perda de material. O sistema de controle precisa ser eficiente para mostrar onde ocorrem e quais os valores dessas perdas. Assim, pode-se criar indicadores para medições e metas a serem alcançadas. A busca para a redução de perdas e desperdícios que, em muitas situações, canaliza os trabalhos para as análises de falhas, é o caminho pavimentado para a melhoria contínua que conduz a um aumento na confiabilidade dos ativos.
A manutenção planejada: para evoluirmos nesse item, o desafio é buscar novas tecnologias e utilizar as já existentes.
A entrada de dados de manutenção é extensa: a) os sensores embarcados que se multiplicam a cada ano; b) as inspeções realizadas pelos mecânicos; c) as solicitações vindas dos operadores; d) a vida útil da máquina que remete a serviços específicos e e) o histórico das ocorrências. O processamento desses dados não é uma tarefa fácil para um analista de manutenção e os sistemas puros de manutenção não estão preparados para efetuar o cruzamento desses dados.
Precisamos evoluir para plataformas integradas de gestão que utilizem algoritmos e outras ferramentas que possam organizar esse imenso banco de dados e, de maneira rápida, indicar as tarefas planejadas para antecipar ocorrências. Nesse novo cenário, as atividades preventivas serão individualizadas. Cada ativo terá sua lista de tarefas prescrita conforme aquilo que as suas informações indicarem. A orientação remota para o trabalho dos técnicos em campo já é uma realidade em várias empresas e deve se expandir nos próximos anos. Assim como o uso de dispositivos que auxiliem no diagnóstico e reparos, com vídeos mostrando exatamente como realizar o serviço.
Capacitação constante da equipe: São as pessoas que fazem as coisas. Elas inventam máquinas, operam equipamentos, realizam manutenção. Não há limite para a capacitação. Já foi dito: "se você acha que a capacitação custa caro, experimente a falta dela". A boa formação e constante capacitação da equipe devem ser priorizadas pelos gestores, utilizando-se de todos os modelos conhecidos: cursos de formação básica, programas avançados dos fabricantes e, principalmente, os treinamentos no local de trabalho. Convém lembrar que a capacitação de um profissional – e isso serve para todas as profissões – depende também dele próprio. Ficar esperando que somente a empresa irá proporcionar essa formação é perder tempo.
A implantação da estratégia com a manutenção 5.0 conduz as operações mecanizadas à excelência, com segurança para os profissionais e custo competitivo. Assim, atuamos no ciclo manter/ melhorar/antecipar, saindo do quebra/ conserta e avançando para o cenário de classe mundial. n
Os profissionais da manutenção de equipamentos participam, cada vez mais, das decisões estratégicas das empresas, pois a preservação dos ativos é um dos fatores de sucesso para atividades operacionais de qualquer espécie. Investir em máquinas custa muito dinheiro e mantê-las operando em boas condições, também. Quando paradas, então, tornam-se uma fonte interminável de desperdícios e perdas. É por esse motivo que as empresas, acertadamente, resolveram estruturar a área de manutenção de seus negócios.
O Negócio Florestal da Klabin seguiu essa tendência, desvinculou as manutenções das áreas operacionais e criou a Gerência da Manutenção Florestal, que atualmente conta com um patrimônio aproximado de 380 equipamentos, 23 marcas, 90 modelos distintos, 90 cabeçotes, 230 implementos e, em média, mais de 20 mil ordens preventivas ao ano. Isso permitiu, juntamente com a operação, manter a confiabilidade dos equipamentos a custos adequados.
1. Manutenção Remota: Devido às expansões da indústria, ocorreu o natural aumento do abastecimento de madeira dos dois gêneros (Pinus e Eucalyptus) na Klabin, de 3,5 MM t para 16 MM t em um período de 10 anos. Esse incremento exigiu a busca de madeira em um raio médio acima do que costumeiramente operávamos, ampliando do sul de SP até o norte de SC. O momento dessa mudança se deu com a entrada da operação da Unidade Puma, bem como sua ampliação, chamada de Projeto Puma II, distanciando os Módulos Operacionais da nossa base, que nos dava agilidade nos atendimentos destas frentes, sejam elas de Colheita, Biomassa, Logística ou Silvicultura. Onde há qualquer equipamento operando, se necessário, temos que chegar rápido com atendimento técnico e peças. Por outro lado, equipamentos com tecnologias cada vez mais avançadas exigem mão de obra especializada e bem treinada.
Investir em máquinas custa muito dinheiro e mantê-las operando em boas condições, também. Quando paradas, então, tornam-se uma fonte interminável de desperdícios e perdas. "
Gerente de Manutenção Florestal da Klabin
Dessa forma, para melhorar o nosso atendimento, criamos um Centro de Treinamento de Manutenção, que capacita os profissionais, além de fornecer treinamentos básicos, previstos na nossa legislação. Para agilizar o atendimento desses profissionais e chegar rapidamente nas operações mais remotas, nasceu a ideia de abrir o Centro Remoto de Manutenção, em nossa base, onde fica a MANF (Manutenção Florestal da Klabin), além da Oficina Central, Engenharia da Manutenção, Almoxarifado Central e do Centro de Treinamento da Manutenção.
A função fundamental do Centro Remoto de Manutenção é apoiar os operadores e mecânicos que estão com máquina apresentando defeito e que as equipes de campo não conseguem resolver, recebendo suporte a distância via URA (Unidade de Resposta Audível). Esse procedimento permite que os colaboradores interajam com o sistema de atendimento automatizado por meio de uma ligação telefônica (0800).
Além da URA, o Centro Remoto utiliza como meios de comunicação o WhatsApp, ligações telefônicas, e-mail e chamadas de vídeo como ferramentas para facilitar a comunicação.
Há importantes benefícios que esse serviço traz para a Florestal e os principais são os seguintes:
• Aumenta a disponibilidade dos equipamentos minimizando o tempo de manutenção das máquinas, garantindo maior disponibilidade em campo;
• Fornece suporte técnico mais rápido aos mecânicos e técnicos do local, resolvendo assim o problema de forma mais eficiente;
• Reduz custo com a assistência remota, sendo possível solucionar os problemas sem a necessidade de deslocamento dos técnicos, já que temos módulos em diversas cidades no interior do Paraná e São Paulo.
A ideia de criar um centro para atender essas demandas surgiu quando o time da Manutenção viu a necessidade de centralizar o atendimento técnico e torná-lo mais ágil. Em algumas situações, o mecânico está em campo e não consegue resolver o problema de uma máquina sozinho. É quando oferecemos a assistência. Ao entrar em contato conosco, verificamos qual é o problema, se é a falta de uma peça, se o mecânico não consegue fazer o reparo sozinho ou não consegue fazer a análise do equipamento.
2. Uso de tecnologia dos óculos HoloLens: O HoloLens é uma tecnologia de óculos que utiliza realidade mista e aumentada. Essa fer-
ramenta realiza um diagnóstico em tempo real nos trazendo ganhos enormes na agilidade e qualidade das manutenções, além de melhorias na conectividade e treinamento constante do uso das tecnologias. Isso exigiu mudanças bruscas na aceitação das pessoas que têm conduzido essa ferramenta.
Em testes com uso da ferramenta, montamos um cenário com alto investimento, primeiro no recurso dos equipamentos, depois na capacitação das pessoas, deixando a ferramenta segura e o ambiente controlado.
O HoloLens exige uma banda larga em grande escala, devido à sua alta resolução de imagens e vídeos, isso torna o desafio ainda maior no mundo florestal, onde a conectividade é baixa e o acesso bem restrito, deixando a assistência remota com uma opção de entrada neste campo de trabalho.
Em testes realizados, utilizamos uma central remota com monitores e televisores, pela qual o técnico especialista fica à disposição dos recursos de manuais e procedimentos, além da experiência de campo. Esse técnico deve estar adaptado às manutenções de campo e ter uma comunicação técnica bem efetiva, garantindo confiabilidade nas informações e deixando o processo viável.
O técnico de campo em posse do óculos, aciona via chamada Teams o especialista no centro remoto, de onde ele passa a ter acesso em tempo real às imagens que o técnico está produzindo em campo, podendo interagir de forma verbal, com sinalizações por setas e círculos. Isso possibilita o envio de procedimentos digitais, instruções de trabalho e auxilia diretamente na manutenção mesmo a quilômetros de distância. Para uso de tantos arquivos e para uma utilização mais assertiva da tecnologia HoloLens, há a necessidade de internet de alta resolução em campo. Para suprir isso, fizemos vários testes e obtivemos maior êxito com a internet da Starlink, com a qual atingimos resultados satisfatórios com interação em tempo real e sem travamento ou atraso. Para testes finais, fizemos intervenções entre países: Brasil em posse dos óculos e Canadá (a fabricante do equipamento) no computador, como se fosse o centro remoto; também houve intervenções entre os Estados do Paraná e Santa Catarina, o que nos deu a certeza de que o uso do HoloLens nos beneficiaria.
Na Klabin, nós buscamos sempre tornar o trabalho de todos mais eficiente e ágil. E essas duas inovações são um ótimo exemplo dessa dedicação do nosso time. n
O retorno econômico de operação dos ativos (ROA) em cada ano é expresso por meio de:
ROA= Q*(P-C)*(1-T) V
Onde:
Q = taxa anual de produção
P = média anual do preço de comercialização
C = média anual de custo de produção
T = média anual da taxa de carga tributária
V = média anual do valor de mercado dos ativos (máquinas, edificações, licenças, software, etc)
Esta equação deve estar na mente de todos os gestores, sejam eles de manutenção, de produção, de marketing etc. Ela está na mente do CEO e analistas de mercado. Mas, por quê?
Simples, ela é o motivador de qualquer movimento de gestão de ativos de sua empresa. A empresa possui pouco controle em mercado aberto. Não se controla a produção, mas sim o mercado; não se controla o preço, mas sim o mercado; não se controla o valor de revenda dos ativos, mas sim o mercado; não se controla os tributos, mas sim o congresso. Portanto, a empresa controla apenas o custo de produção.
No dia a dia, é comum ouvir frases como estas: “Este equipamento está falhando demais”; “Este equipamento consume muita energia, tem muitos vazamentos”; “O custo deste equipamento é o mais alto de toda a frota”. Isto nos faz lembrar do conceito de vida econômica dos ativos (ah, em tempo: trator não tem vida útil, mas sim econômica; o rolamento do motor do trator é que possui vida útil).
Todo ativo possui vida econômica, seja empregado na produção ou no processamento de madeira. Ela é o intervalo de tempo de operação que minimiza seu o custo total de propriedade (uso). Vamos apresentar 2 situações diferentes (mas complementares) de gestão de ativos: (1) Substituição de ativos individualmente e (2) Substituição de ativos dentro do sistema.
1. Substituição de ativos individualmente: Esse tipo de gestão consiste em fazer uma análise em nível individual de ativos (trator, forwarder, caminhão, motor etc.) em função do custo de aquisição, custo de manutenção, custo de oportunidade de capital, regras de depreciação fiscal e dentre outras. A partir destes inputs pode-se estimar a vida econômica como mostrada na Ilustração A.
A vida econômica é 6 anos de modo que o custo de propriedade é minimizado. Mas, qual o valor gerencial desta substituição a cada 6 anos? Para explicar, consideremos que existam 2 opções de substituição: a cada 6 anos ou a cada 12 anos.
No dia a dia, é comum ouvir frases como estas: “Este equipamento está falhando demais. Este equipamento consume muita energia, tem muitos vazamentos; O custo deste equipamento é o mais alto de toda a frota...” Isto nos faz lembrar conceitos de vida econômica dos ativos. "
Gabriel Alves da Costa Lima Diretor da AremasA ilustração B mostra os resultados de comparação de custo de diferentes alternativas gerenciais. Nota-se que a substituição no momento correto possui um valor gerencial de R$ 734 mil. Isto é o que se chama hoje de transformação gerencial a partir de grandes bases de dados. Há muito espaço para otimização de recursos e controle dos custos (única variável gerenciável para gerar retorno sobre os ativos). Esse resultado foi para um equipamento. Pense no ganho da aplicação desse modelo em todos os ativos.
mas de produção: A produção de celulose só acontece se, e somente se, ocorrer o funcionamento de todos os ativos do sistema (subsistema picador, subsistema digestor, subsistema caldeiras, subsistema depuradores, subsistema branqueamento etc.). Ou seja, é a disponibilidade do sistema integrado que interessa, e não dos subsistemas isolados. Com isso, surgem as perguntas:
• Em quais ativos devemos alocar investimentos em reformas neste ano e no próximo?
• Qual o montante mínimo de reinvestimento de modo que o sistema tenha uma disponibilidade de 92% nos próximos 5 anos?
• Atualmente, há dois motores com baixa performance, mas qual deles deve-se substituir imediatamente uma vez que o orçamento é limitado?
Ao se medir os custos de manutenção de cada subsistema (ou equipamentos) ao longo do tempo, tem-se um comportamento semelhante ao mostrado na ilustração C.
Nota-se que os custos de manutenção em cada ano são incertos. Já a curva de custo equivalente ao longo do tempo é sempre crescente, mas com velocidade cada vez menor. Por outro lado, à medida que se acumula tempo de operação, tem-se uma redução da disponibilidade do ativo como mostrado na ilustração D.
A ilustração D mostra que, à medida que se acumula tempo, a disponibilidade do equipamento diminui e estabiliza devido aos serviços constantes de manutenção. Mas, o que ocorre com a disponibilidade na planta?
Ao se realizar a substituição dos ativos, ocorre uma renovação da sua disponibilidade como demonstra a ilustração E. Nota-se que sem os reinvestimentos, a disponibilidade anual da planta diminui para se estabilizar em torno de 73%. Mas, à medida que se faz reinvestimentos, ocorre uma recuperação de disponibilidade da planta para o nível desejado. Considere um caso de uma planta contendo 20 ativos. A empresa possui uma meta de investimento de
15 milhões/ano exceto em 2023 que será 20 milhões/ano. Há uma meta de 85% de disponibilidade em cada ano. O gerente deseja saber quais ativos devem ser substituídos e quando. A solução encontra-se na ilustração F.
A flexibilidade gerencial para gerar os resultados mostrados na ilustração F consiste na escolha de quais ativos deve-se fazer investimento e em quais anos efetivá-lo.
Isto é mostrado na ilustração G. Note que nela os ativos A e B devem ser substituídos em 2022, o ativo C deve receber reinvestimento em 2026 e assim por diante.
ANO
Aqueles ativos que devem ser substituídos mais cedo são mostrados na cor laranja e aqueles com mais tempo de sobrevida econômica são mostrados em azul. Esta abordagem é fundamental para o planejamento estratégico (PE). No entanto, sem o uso de análise de dados, modelagem econométrica e aplicativos computacionais não é possível na prática. n
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Uma parte expressiva das operações com máquinas móveis, tem a cultura de focar no conserto de máquina parada em detrimento de fazer manutenção. A implantação do PCM – Planejamento e Controle de Manutenção, com cadastros dos equipamentos, seus componentes e suas peças, com atualizados Planos de Manutenção é essencial para sair do Círculo do Desespero.
Um software de manutenção é imprescindível para a geração de ordens de manutenção e acompanhamento de Indicadores de Performance e Custos. O treinamento dos mecânicos para o correto preenchimento das ordens de manutenção é uma tarefa fundamental.
Os indicadores demonstram a vida útil dos principais componentes, tempos gastos nas paradas de manutenção e de operação, pareto de custos com itens utilizados no período, consumo de diesel, de itens de consumo na produção, etc. Um profissional responsável deve estar na retaguarda da manutenção de forma a gerar uma boa estratégia. Mandar nas máquinas e não correr atrás delas.
A maior parte das falhas fornece sinais antecipados de uma eminente parada, como mangueiras com tramas expostas, trincas, desgastes, parafusos frouxos, falta de graxa, sujeira, vibração, ruídos, vazamentos, etc. Esses sinais apontam que será uma questão de tempo o surgimento de uma falha. É o círculo do desespero. Atuar no conserto de uma máquina parada é a pior circunstância do processo.
Máquina parada não produz nada, exceto prejuízo, além de consumir peças e horas de mecânicos, almoxarifes e compradores em desespero. Emergências são onerosas e desgastantes para a equipe. Um bom software de manutenção deve gerar as estatísticas de consumo de peças. A lei de Pareto é altamente aplicável na manutenção de máquinas móveis, em média cerca de 20% das falhas atingem 85% do custo de manutenção.
É muito importante a geração de Paretos de consumo de peças. Uma atenção adicional aos itens classe A, média atenção nos itens classe B e tratamento em massa dos itens classe C. Compra e estocagem de itens classe C devem ser executadas de forma a não gastar mais no processo interno de compra e estocagem do que nas peças. Muitas vezes, um fornecedor único com contrato de valor pré-estabelecido é a melhor opção.
É essencial a estratégia da busca do menor custo entre uma máquina parada versus peça no estoque versus mecânico parado. O custo da máquina parada, sem produzir, é substancialmente maior do que o custo de estocagem e do custo de ociosidade de mecânicos.
Todo o foco do trabalho com máquinas móveis deve ser na produção. O ritmo da produção é determinado pelo ritmo da operação, manutenção e materiais. É mandatório uma cooperação entre estes três setores de forma que um objetivo único seja alcançado: produzir ao menor custo possível e sustentável nos curto e longo prazos.
Em uma visão mais adequada, os três setores são parceiros no negócio da produção e não meros prestadores de serviços. Por sua vez, a produção deve atender os objetivos da empresa.
A lei de Pareto é altamente aplicável na manutenção de máquinas móveis, em média cerca de 20% das falhas atingem 85% do custo de manutenção. "
Gilson Scofield dos Santos Diretor na GSantos Engenharia
Dentro da visão da ISO 55.000, os setores da empresa devem estar alinhados com um objetivo comum. Infelizmente, ainda vemos departamentos focados apenas nos seus resultados. A visão de cliente-fornecedor para definir a interdependência do sistema produtivo está com os dias contados e gradativamente será substituída por uma estratégia de visão integrada do negócio.
Em nada resolve um estoque excessivamente enxuto de peças de reposição, se o custo de horas paradas aguardando peças ultrapassa o custo de um estoque adequado. Mesmo caso acontece com uma equipe enxuta de mecânicos, se o total de horas aguardando mecânico ultrapassa o custo com salários de mecânicos adicionais.
Para o eficaz gerenciamento desse processo, precisamos de fatos e dados obtidos através de bons indicadores e de uma equipe disciplinada no controle de ordens de manutenção.
Um pneu é a única peça de reposição que carregamos em nossos carros, quando em uso normal. A razão é que a falha de um pneu pode resultar em consequências desagradáveis. Eles podem falhar de duas formas: por desgaste natural, fácil de verificar pelo controle visual, ou por um furo imprevisível. É de fato uma peça de reposição a ser transportada de forma a estar disponível quando necessário. Por que não carregamos, por exemplo, um disco de freio?
A razão é que um disco de freio é totalmente monitorável, através de manutenção preditiva, de inspeções periódicas ou por observações do próprio motorista-operador, através de ruídos ou perda de eficiência. Uma falha catastrófica de freios deve ser eliminada por uma adequada manutenção preventiva. Exatamente o mesmo enfoque deve ser utilizado na gestão de peças de reposição. Manter em estoque os itens que possuem falha aleatória e monitorar os itens de desgaste e substituir – quando forem peças de baixo custo ou manter em estoque o mais próximo possível da provável data de fim de vida útil.
O planejamento, controle e planos de manutenção, somente são possíveis de serem realizados com a utilização de softwares de manutenção.
A Curva da banheira, em destaque na ilustração, mostra tipos de falhas no nível do componente. Baseada na área médica, essa curva mostra as três possíveis circunstâncias das falhas e o respectivo consumo de peças de reposição. Para a correta classificação de a qual parte da curva da banheira o item pertence, é imprescindível a obtenção dos dados de vida – tempos entre falhas – dos principais componentes. Com 20% dos eventos, já teremos um controle muito bom de custos, estoques e confiabilidade.
As ocorrências prematuras podem chegar a 30% do total de falhas. São falhas provocadas pelos processos internos da empresa, como falhas nas operações da manutenção, lubrificação malfeita, torques inadequados, serviços improvisados, falta de inspeção, falta de zelo, etc.
As falhas na operação podem ocorrer por operadores mal treinados, utilização além dos limites dos equipamentos, condições desfavoráveis da floresta e falta de zelo.
As falhas de materiais ocorrem por uso de fornecedores de peças e serviços de má qualidade, especificações mal elaboradas, problemas com estoques e prazos de reposição.
Enquanto estes problemas de processos não forem resolvidos, as manutenções corretivas serão dominantes com elevados estoques das peças afetadas. É mais barato prevenir do que remediar.
As falhas com taxas aleatórias, que afetam principalmente os itens elétricos e eletrônicos, ocorrem por falhas de acidentes operacionais e por desgastes de itens de baixo valor. A utilização de inspeções, baseada em um checklist elaborado pelo PCM é a estratégia de atuação nos itens com essas características, além de estoque o mais próximo possível dos equipamentos.
As falhas por desgaste ou fadiga são as relacionadas ao total de horas operadas pelo componente, principalmente itens mecânicos com peças internas móveis, como bombas hidráulicas, motores, cilindros, transmissão, material rodante, pinos e articulações, buchas, etc. Esses Itens não falham de repente e a manutenção preditiva por monitoramento deve ser aplicada para sinalizar o consumo iminente desses itens para a área de materiais. Não se pode aceitar surpresas com esses itens, pois possuem um alto grau de previsibilidade. n
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Mesas Redondas do
5º Encontro Brasileiro de Silvicultura
19º Seminário de Colheita e Transporte de Madeira
São 3.359 mil artigos, sobre 164 diferentes temas, escritos com exclusividade pelas maiores autoridades dos assuntos no país.
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