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desafios para a produção florestal Opiniões
from Expoforest - Palestras do Encontro de Silvicultura e Seminário de Colheita e Transporte de Madeira
podem atrapalhar bastante novos desenvolvimentos; aliados a produtividade que deve crescer pouco ou até mesmo se manter nos patamares atuais por muito tempo, vejo aí um cenário muito desafiador para os empreendimentos e plantios florestais se desenvolverem daqui para frente.
Apesar de não ter sido citado no início da matéria como desafio, as questões de Legislação Ambiental ainda em algumas partes do país são um grande entrave para o crescimento do setor. Mais uma vez, citando o Estado de Mato Grosso do Sul como exemplo, e nesse caso, como exemplo a ser seguido, a questão ambiental tem sido muito bem conduzida e não tem sido um desafio; muito pelo contrário, tem sido um fator diferencial para o crescimento. A Resolução Semac Nº 17 de 20/09/2007 foi um divisor de águas no crescimento dos plantios florestais quando resolveu que o plantio e a condução de espécies florestais nativas ou exóticas, com finalidade de produção e corte ou extração de produtos florestais diversos, em áreas de uso alternativo do solo com atividade agropecuária, ou em áreas que se encontrem subutilizadas ou degradadas, desde que localizadas fora do Pantanal, das Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, ficam dispensados de licenciamento ambiental.
A desburocratização do plantio de florestas, equiparando as demais culturas agrícolas, proporcionou o grande crescimento da área de floresta plantada e a disponibilização de madeira no Estado, o que tem sido hoje o grande atrativo do desenvolvimento da Indústria de Base Florestal em Mato Grosso do Sul.
Mesmo com essa desburocratização do licenciamento que, em um primeiro momento, poderia parecer um risco às questões ambientais, os dados levantados e apresentados recentemente pela Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul) projeto Siga (quadro em destaque na página anterior) mostram o contrário, houve um ganho nos últimos 13 anos.
Os dados mostram um declínio nas áreas tradicionais de pecuária na ordem de 4,2 milhões de hectares, e um crescimento e diversificação das demais culturas, no caso as florestas plantadas no período de 2010 a 2023 cresceram quase 1 milhão de hectares. O fato positivo que chama a atenção é que as florestas remanescentes nativas neste mesmo período também cresceram em quase 250 mil hectares, demostrando claramente uma maior responsabilidade e preocupação dos novos projetos com a agenda da sustentabilidade e cumprimento da legislação ambiental.
É muito importante destacar, neste mesmo trabalho da Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul), qual a posição que hoje as culturas produzidas pelo Estado do Mato Grosso do Sul ocupam, sendo um importante player no agronegócio brasileiro e mundial.
Os fatos e dados mostram um crescimento dos setores agrícolas no Estado, em especial nas florestas plantadas de forma ordenada e cumprindo os requisitos para que haja um crescimento sustentável, principalmente no tema Ambiental e Social, já que será uma das grandes empregadoras do Estado.
Provavelmente, a concorrência pelas terras e a conquista dos espaços necessários para o desenvolvimento de novos projetos têm de fato aberto discussões e olhares para regiões onde ainda há espaço para crescimento e custo de terras mais competitivo. Porém, locais novos requerem novas pesquisas de materiais clonais para que o desafio da produtividade seja superado.
A história recente do Mato Grosso do Sul mostra que se houver vontade política para os desafios, como foi a mudança de uma legislação mais adequada à atividade, aliados às características naturais de solo e terras abundantes com potencias da produção florestal, tornou nos últimos anos o Mato Grosso do Sul na “bola da vez” dos plantios e da indústria florestal. Porém, o crescimento traz novos desafios como a escassez da mão de obra e a competição por terra, sem falar da logística em todos os sentidos de mobilidade, da infraestrutura urbana ao transporte rodoviário e ferroviário de insumos.
Os desafios para que setor continue crescendo são grandes e de diversas naturezas, veremos bastantes mudanças e vamos ter que ser mais eficientes no uso da terra e buscar sempre a máxima produtividade. Veremos regiões podendo ser exploradas onde os planos não previam o crescimento de florestas, em especial no Mato Grosso do Sul.
Por fim, nada supera um bom planejamento e o engajamento de todos os atores em um plano e um projeto. É por isso que seguimos crescendo no MS sendo ainda por anos um dos principais polos de desenvolvimento da indústria de base florestal no Brasil e no Mundo. n




