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já não foi atingida?
from Expoforest - Palestras do Encontro de Silvicultura e Seminário de Colheita e Transporte de Madeira
Todos sabemos que as florestas plantadas ou plantios florestais têm desempenhado um papel fundamental na economia e no meio ambiente do Brasil. Ao longo das últimas décadas, houve um aumento significativo na produção de florestas plantadas no país, impulsionado principalmente pelo setor de papel e celulose. No entanto, apesar dos avanços, existem desafios importantes que precisam ser enfrentados para garantir a sustentabilidade e a eficiência dessa atividade. Além dos desafios nos aspectos que abrangem a produção diretamente, como o aumento de custos dos insumos, a escassez da mão de obra e a infraestrutura logística, temos que focar para dois temas muito importantes que afetam diretamente o resultado do retorno do negócio florestal: a Produtividade florestal, um tema muito debatido e estudado, e outro pouco questionado, mas um insumo muito importante para a floresta, que é a Terra, um insumo cada vez mais escasso e caro à medida que os projetos florestais crescem.
Nos últimos 13 anos, o MS mostra um declínio nas áreas tradicionais de pecuária na ordem de 4,2 milhões de hectares, e um crescimento de várias outras culturas, das quais a floresta plantada de quase 1 milhão de hectares e, as florestas remanescentes nativas em quase 250 mil hectares "
Luis Calvo Ramires Jr. Diretor Executivo da Ramires Reflortec e Vice-presidente da Reflore
A produtividade das florestas plantadas no Brasil foi um fator chave para impulsionar o setor florestal em comparação ao resto do mundo. A produtividade média das plantações de eucalipto alcançou cerca de 35 metros cúbicos por hectare ao ano e pode chegar até 40 metros cúbicos por hectare ano. Esses números refletem os avanços em termos de melhorias genéticas, investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

A busca contínua por maior produtividade é essencial para atender à crescente demanda por produtos florestais, para garantir a competitividade do setor e promover a sustentabilidade a longo prazo das florestas plantadas no Brasil. Porém, a pergunta importante a ser feita é: será que a produtividade potencial máxima já não foi atingida?
Minha resposta para essa pergunta tende muito para o sim, e hoje os ganhos prováveis ainda podem ser em uma escala de ganhos pequena com melhorias na silvicultura e desenvolvimento de novos materiais clonais.
EXPANSÃO AGRÍCOLA E FLORESTA PLANTADA
Os novos materiais não devem somente focar a produtividade crescente, mas a variabilidade para que não haja uma estagnação ou até um decréscimo nas produtividades médias.
Com os ganhos de produtividades limitados a um crescimento atingindo seu potencial próximo do máximo, o custo relacionado à Terra se torna uma peça-chave na viabilidade econômica de novos projetos e plantios florestais, e isso é algo que pouco se discute, pois, de toda forma, esses preços são regulados pela regra de mercado de oferta e demanda.
Pasto
Foresta nativa
Grãos
Floresta plantada
Cana-de-açúcar
Outras culturas
Área total MS
Production Export
Em grande parte da sua expansão, os projetos florestais se estabeleceram em novas fronteiras agrícolas com disponibilidade abundante de terras. Porém, isso tem se tornado cada vez mais difícil e hoje as fronteiras já não são tão inexploradas, causando uma competição por terra cada vez mais acirrada, elevando assim seus preços para aquisição ou arrendamento.


CARNE DE GADO
SOJA
MILHO
PRODUTOS FLORESTAIS
CANA-DE-AÇÚCAR
CARNE DE PORCO
CARNE DE FRANGO
Para citar como exemplo, hoje temos o Mato Grosso do Sul, que é a principal fronteira de desenvolvimento dos projetos florestais. No início dos anos 2000, quando as indústrias começaram a ser implantadas no Estado, um hectare de terra para a silvicultura podia ser adquirido em média por US$ 500,00 e os arrendamentos eram mais raros já que o custo de aquisição ainda era baixo. Hoje, com os investimentos de expansão acontecendo principalmente na costa leste do Estado os preços podem chegar entre US$ 5.000 a US$ 6.000 o hectare, tornando a viabilidade de projetos florestais com aquisição de terras nesses preços muito difícil e quase impossível. Os arrendamentos têm sido a estratégia mais adotada em alternativa a aquisição para os projetos florestais da região. O custo de capital para investimento em terras e em projetos florestais, que são de longa maturação, é extremamente sensível, tornando os projetos inviáveis. A pressão de preços, mesmo de arrendamento, tem sido e deve ser um grande desafio para grandes projetos.
Sendo a terra um dos principais insumos para projetos florestais ou base da indústria florestal, seus custos altos