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entidades - mercados gerais
farol aceso para a frente Procurando contextualizar uma visão macro sobre os mercados mundiais de açúcar e do etanol, abstraindo aspectos e tópicos passageiros ou pontuais de curto prazo, desenvolvidos muito recentemente por outros articulistas da Revista Opiniões, chamamos à reflexão uma visão de mais longo prazo e de possível tendência a partir de um racional desenvolvimento de fatos e circunstâncias atualmente em vigor. Antes de procurarmos explicitar os preços e suas tendências, a volatilidade de produção por razões climáticas e as oportunidades de margem pela precificação conjuntural do câmbio, nos fixamos em fundamentos que se delineiam no presente, mas que, por certo, determinarão o futuro e devem ser considerados na plataforma de projetos futuros nas empresas do setor. A despeito de possuirmos uma excelente e firme base agrícola da matéria-prima cana-de-açúcar que proporciona oferta significativa de açúcar e de etanol, faz-se necessário que todos os mercados para os produtos finais sejam preenchidos de forma rentável e crescente, num
ambiente de competitividade econômica estável regular. Isso nem sempre se verifica, ainda que o Brasil, há muito, vem defendendo um comércio sem barreiras, em função de sua larga e consolidada competividade. Mercado mundial de açúcar Participamos desse mercado, de forma direta e empresarial privada, desde 1989. Nesse período, evoluímos para uma participação relevante. Nos firmamos como grande produtor mundial e principal exportador. Um registro estimulador que destacamos, pouco lembrado, é que, nos anos de 1959/1960, o Brasil era o 4º produtor mundial, superado por Cuba, Estados Unidos e Rússia. Dez anos depois, continuávamos nessa posição com países acima se alternando nas primeiras posições. Foi em 1979/1980 que assumimos a 2ª posição mundial, com a Índia assumindo o quarto lugar. Em 1989/1990, impulsionada por estímulos governamentais domésticos, a Índia assumiu a liderança mundial, e o Brasil, pelo estímulo à produção de álcool decorrente do Proálcool, caiu para a 2ª posição. Já em 1990/2000, a Índia mantinha a liderança, e o Brasil, mantendo a 2ª posição, assegurava a sua trajetória de expansão sustentada para, em 2009/2010, assumir a 1ª posição, com folga, em relação à Índia, agora a 2ª colocada, situação que permanece até o presente. Nesse período, o Brasil manteve correlação de participação no mercado mundial alternando a sua presença como maior exportador com a Índia, em função, apenas, dos subsídios
A despeito de possuirmos uma excelente e firme base agrícola da matéria-prima cana-de-açúcar (...) faz-se necessário que todos os mercados para os produtos finais sejam preenchidos de forma rentável e crescente, num ambiente de competitividade econômica estável regular. "
Pedro Robério de Melo Nogueira Presidente do Conselho de Administração da Novabio, Associação de Produtores de Açúcar Etanol e Bionenergia
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