O mercado mundial do açúcar e do etanol

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produtores

até quando vai o ciclo de alta do NY11? Essa é a pergunta de um US$ 1 milhão a que todos estão tentando responder. Avaliando todas as potenciais variáveis: posição dos fundos, fornecedor marginal, upside potencial, distribuição de histograma de cenários históricos, perspectivas de inflação, análise de sensibilidade, aspectos climatológicos, vacinação, efeito no petróleo da retomada. Uma coisa é certa, ninguém sabe a resposta! Se soubesse, estaria em casa faturando uma fortuna, operando o mercado. Tendo em vista as incertezas, cabe a famosa frase de Warren Buffet: “Acerto e erro, mais importante é acertar muito mais do que errar”! De fato, a posição net long dos fundos especulativos vinha sendo reduzida toda semana, mas, na última informação divulgada de 15/abril, voltaram a ampliar. Mas qual seria o potencial de upside existente ainda nesse cenário de altos preços para quem está ampliando posição long nesse momento?

O Brasil é o maior player do trade flow, mas deixou de ser o fornecedor marginal. Depois de um forte swing do mix de volta ao max-açúcar, o Brasil não tem mais capacidade ociosa para produção de açúcar, e o setor ainda um pouco combalido não tem focado investimentos para ampliação. A Índia já foi o fornecedor marginal, mas também deixou de ser. Hoje, mais provavelmente, está com a Tailândia a tarefa de ampliar oferta ao trade flow, apesar de estarem lá também apresentando sinais de quebra de produtividade. O petróleo, com a vacinação nos países desenvolvidos, especialmente os EUA, está mais fortalecido. A retomada da economia já dá sinais fortes, e os estoques de petróleo estão mais baixos. Ainda assim, as regiões mais distantes do porto continuam incentivadas a produzir açúcar, podendo o preço cair por volta de 10%, sem que o CS perca esse incentivo. Se isso ocorresse agora, com certeza o açúcar teria que subir para que essas regiões não virem o mix de produção para etanol. O que se traduz também em um forte suporte para o açúcar. Uma grande preocupação no Brasil, definitivamente, é a inflação, que, no atacado (IGPM), passou de 30% nos últimos 12 meses, mas, segundo o levantamento do CEPEA, deve levar a um aumento de custo final de 11% nas usinas, em 2021/2022. No longo prazo, pode se transformar em um grande problema para nós produtores, pois precisaremos de um novo patamar de preços para permanecermos competitivos. Em contrapartida, o câmbio alto muito

Ao levantar o histórico dos últimos 30 anos e inflacionando os valores até o presente, chegaremos à conclusão de que, em somente 5% de todo esse período, tivemos preços tão altos quanto os atuais. " Henrique Penna de Siqueira Diretor Técnico e Comercial da Jalles Machado

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