O Mensalista - Novembro 2016

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Novembro 2016 JORNAL DA FEDERAÇÃO do porto DA JS

O MENSALISTA Fórum europa forte presença da federação do porto naquela que foi a última atividade de joão torres enquanto Secretáriogeral da JS (p. 10)

#IvanGonçalves Primeiro subscritor da candidatura única à liderança da JS apresenta-se à federação do porto (p. 4)

action day

Entrevista

roteiros

Federação do Porto mobilizou-se em Action Day Europeu. Portugal foi o país da Europa com mais iniciativas ( p. 9)

Este mês conversamos com Maria Begonha, Secretária Nacional para as Relações Internacionais (p.17)

Visita aos concelhos de Paredes e Trofa contaram com a presença do deputado Ivan Gonçalves (p. 7-8)

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ÍNDICE : #ivangonçalves

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Apresentação de Candidatura

Cp federativa

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órgão deliberativo reuniu

Concelhias Acompanha as iniciativas do mês de novembro

top down

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o melhor e o pior do mês

11 Na voz dos militantes

21

A opinião de três camaradas do distrito

Políticos de sofá o humor socialista

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EDITORIAL: TIAGO JOSUÉ FERREIRA EDITOR Faz por esta altura um ano que o Partido Socialista se preparava para formar o governo que muitos pensavam ser impossível de se conseguir. Estará para fazer um ano que usei o meu espaço neste mesmo editorial para revelar a minha satisfação com o regresso do Partido Socialista à linha ideologia que se tinha vindo a afastar e que sempre lhe pertenceu: o socialismo democrático. Hoje, um ano depois, a solução governativa brilhantemente encontrada por António Costa conseguiu converter até o mais afincado dos céticos da colaboração parlamentar com os partidos à nossa esquerda. E nem a oposição soube lidar com isso. Seriam sempre vagos todos e mais alguns elogios que poderia tecer para transcrever o orgulho imensurável que sinto pela doutrina pela qual se rege o PS e o Governo de António Costa, e tenho absoluta confiança que não sou o único a partilhar desse sentimento.

EQUIPA : BRUNO SILVA SOARES REDAÇÃO

Hugo Bessa

Recupero algumas das palavras que escrevi, na altura, com a agitação própria daquele tempo e circunstâncias. Revejo-as, hoje, com o regozijo de perceber como a vida dos portugueses melhorou ao longo dos últimos 12 meses e pleno de confiança que ainda agora começamos.

REDAÇÃO

Pedro Perdigão REDAÇÃO

“Como diz Aristóteles, o tempo não é contínuo, mas sim uma série de marcas e acontecimentos que nos vão dando a conceção e referência temporal do mundo em que vivemos. Um dia, a geração que se seguirá à nossa estará a referir estes momentos quando se quiser aludir aos dias que hoje vivemos, enquanto os estudam nas aulas de História.”

Gonçalo Salazar REDAÇÃO

Hugo Trindade DESIGN

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Candidatura única à Liderança da JS apresenta-se à Federação do Porto Escrito por: Tiago Josué Ferreira A Juventude Socialista, a maior organização partidária de juventude do país, com cerca de 33 mil militantes, prepara-se para encerrar mais um capítulo da sua já longa história e iniciará, de imediato, um novo. É um processo de renovação dos quadros da JS, agora que se aproxima o findo do segundo mandato de João Torres à frente da estrutura. A sucessão da Juventude Socialista para o próximo biénio parece ser consensual entre os camaradas de todo o país, dada a existência de apenas uma candidatura na corrida à liderança da Juventude Socialista, por sua vez intitulada “Do Lado Certo da História – Por um Futuro com Direitos” cujo primeiro subscritor é Ivan Gonçalves, 29 anos, atual presidente da Federação de Setúbal da JS, Secretário Nacional para o Trabalho e Deputado à Assembleia da República. Foi no dia 12 de novembro que Ivan Gonçalves se deslocou ao distrito do Porto para apresentar a candidatura da qual é primeiro subscritor. Recebido na Casa da Juventude do concelho de Vila do Conde por cerca de 80 militantes da Federação do Porto, fez-se acompanhar no painel por André Carvalho, Presidente da Concelhia de Vila do Conde da JS e por Hugo Carvalho, Presidente da Federação do Porto da JS. Numa exposição clara Ivan Gonçalves começou por abordar os pontos basilares da Moção Global de Estratégia que assina, como o combate às desigualdades e à precariedade laboral, na melhoria na educação e na qualidade de vida, na qualificação da democracia, nas preocupações relativamente ao quadro europeu e, por

fim, nas melhorias que se devem executar dentro da Juventude Socialista, nomeadamente na organização interna, na comunicação, nas organizações autónomas e, por fim, na formação politica dos jovens socialistas. Para o candidato a Secretário-geral o Combate às Desigualdades reparte-se, por um lado, na defesa do Estado Social e redistribuição de riqueza e, por outro, nos direitos, liberdades e garantias. Já as políticas para o Trabalho ramificam-se em três: combate à precariedade, medidas de combate ao desemprego e empreendorismo. Nestes dois primeiros pontos a JS defenderia o regresso dos jovens emigrados a Portugal, através de medidas atrativas de fixação, bem como um reforço do Estado Social, que seja forte e que permita, assim, garantias de igualdade de oportunidades e proteção social. Mostrouse ainda favorável à manutenção da Segurança Social pública, obrigatória e sustentável e manifestamente contra o aumento dos encargos por conta do trabalhador. Defendeu também o aumento do número de escalões do IRS por forma e a reintrodução do Imposto Sucessório. A aposta pareceu confiante no momento de reivindicar uma nova geração de políticas na área da deficiência/ incapacidade bem como valorizar a ação do Conselho Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência. O plano da JS passará ainda por outros âmbitos, nomeadamente a igualdade salarial entre homens e mulheres, a proteção da mulher grávida, erradicação das condições discriminatórias na contratação e, entre outras, o reconhecimento dos indivíduos intersexo perante a lei.

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Medidas como a legalização e regulamentação do consumo de drogas leves e legalização da prática da eutanásia em circunstâncias específicas, bem como a legalização da prostituição, parecem continuar a ser medidas que Ivan Gonçalves quer ver defendidas na JS. Relativamente ao combate à precariedade a MGE apresentada propõe-se a combater pelo reforço da fiscalização da implementação das políticas de promoção do emprego e considera fundamental o aumento da fiscalização da ACT aos falsos recibos verdes. A Juventude Socialista defenderia a criação de um selo de garantia para as empresas que não tenham relações de trabalho precárias de forma a promover a moralização do mundo laboral. Ainda neste sentido afirmou ser importante penalizar as empresas que substituam postos de trabalho permanentes por contratos de estágio, bem como reforçar os estímulos às empresas para que criem mais postos de trabalho permanentes. A estas medidas também se juntariam o alargamento das 35 horas de trabalho semanais ao privado e a questão da proporcionalidade salarial, apresentada pela Juventude Socialista no último congresso nacional do Partido Socialista. Quanto ao combate ao desemprego, Ivan Gonçalves referiu ser imperativo a reestruturação do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e regimes de incentivo às empresas que contratem, sem termo, jovens no início das suas carreiras profissionais, por exemplo. O empreendorismo também teve lugar na discussão e esta MGE defende medidas como a criação de incubadoras de empresas que trabalhem em proximidade com startups ou o reforço de verbas destinadas ao apoio a jovens empreendedores, para além da criação do estatuto do jovem empreendedor que garanta uma forte componente de proteção social. A educação foi um dos focos principais da apresentação com a Juventude Socialista a manter-se fiel à escola pública, gratuita e de qualidade. Gonçalves explicou que esta MGE defende maior flexibilidade curricular, alargamento das ofertas extracurriculares, alargamento

da rede de transporte escolar e uma estratégia nacional contra o abandono escolar para o Ensino Pré-escolar, Básico e Secundário. Para o Ensino Superior defende a revisão da Lei de Bases do Financiamento do Ensino Superior e o reforço da dotação orçamental, bem como a abolição de propinas no primeiro ciclo do ES. Deve haver um reforço dos Serviços de Ação Social e o congelamento do valor da refeição social. Finalizou este ponto com a urgência de se rever o Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo. Ivan Gonçalves não deixou de abordar questões relativas à Cultura, Saúde, Ambiente ou Mobilidade. Abordou também a problemática da habitação onde considera que a JS deve defender o reforço do Programa Porta 65 e celebração de “acordos de colaboração” tripartidos, envolvendo autarquias, inquilinos e proprietários para promover a emancipação jovem. Para o Poder Local, tema muito afeto à Federação do Porto, a MGE apresentada propostas como a eleição para Assembleia Metropolitana e Comunidades Intermunicipais (CIMs) por sufrágio direto dos cidadãos eleitores e a democratização das CCDR. Visa à revisão da fusão das freguesias e a aproximação entre autarcas e munícipes. Relativamente às Autárquicas de 2017 Ivan Goncalves garante a presença da JS nas campanhas do Partido, bem como a criação de um guia de boas práticas e um manifesto eleitoral jovem. A apresentação, que durou cerca de trinta minutos, teve ainda tempo para um espaço de debate onde os camaradas da Federação do Porto da Juventude Socialista tiveram oportunidade de colocar questões ao candidato a Secretário-geral da JS e este de criar diálogo de proximidade com todos eles. O XX Congresso Nacional da JS decorrerá entre 16 e 18 de dezembro na Póvoa de Varzim, distrito do Porto, para a despedida do nosso camarada e conterrâneo João Torres e a muito provável eleição de Ivan Gonçalves como seu sucessor à frente dos destinos da Juventude Socialista para o próximo biénio.

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Federação do Porto reúne Comissão Política Escrito por: Tiago Josué Ferreira No passado dia 12 de Novembro, em Vila do Conde, deuse a terceira reunião ordinária da Comissão Política da Federação do Porto da JS. Esta reunião, aberta a todos os militantes da federação que se queiram fazer presentes foi, como habitual, dirigida pelo Presidente da Mesa, Marco Ferreira.

que este se encontra parado e que urge contactar com todas as concelhias que compreendem este território, que abrange as Federações do Porto e Viseu, respetivamente. Para último ficaram as autárquicas. O Presidente da Federação incentivou à elaboração de um manifesto autárquico jovem.

A primeira intervenção coube a Hugo Carvalho, presidente da Federação do Porto da JS, que fez o levantamento e análise da situação política internacional nos últimos tempos, desde Dilma, passando pelo Brexit e terminando, inevitavelmente, em Trump. Houve ainda espaço para abordar o paradigma da política nacional e o bom trabalho desenvolvido pelo governo de António Costa.

Como sempre, esta Comissão Política foi diversamente participada com intervenções de Luís Guimarães, Tiago Josué Ferreira, Marco Ferreira, Daniel Sá Ferreira, Amadeu Dias e Hugo Carvalho Gonçalves, este último acerca das elações retidas pelo Observatório da Área Metropolitana do Porto.

Mas foi na Federação do Porto da JS que incidiu a maioria do tempo da intervenção de Hugo Carvalho. Fez questão de referir o orgulho de receber o XX Congresso Nacional no distrito e que todas as concelhias tinham delegados eleitos ao Congresso, fora inerentes e primeiros subscritores de moções sectoriais. A Federação esteve presente em todas as iniciativas nacionais da Juventude Socialista, nomeadamente nos Action Day e Action Week. O acampamento distrital revelou-se um sucesso, com a participação de cerca de 150 jovens, e três concelhias a candidatarem-se para o receber. Hugo Carvalho anunciou ainda o regresso do “JS Café” e fez mea culpa com a falha do Roteiro para a Cidadania. Referiu ser importante executar o Roteiro do Associativismo ou Empresarial, bem como continuar o Roteiro Informal de Educação. Quanto aos Observatórios, nomeadamente o da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, afirmou

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Federação do Porto visita paredes Escrito por: Luís Garcia A Federação do Porto da JS deslocou-se à cidade de Paredes, juntamente com Ivan Gonçalves, candidato único a Secretário-geral da Juventude Socialista No âmbito da apresentação da sua candidatura a Secretário-Geral da Juventude Socialista, Ivan Gonçalves iniciou o seu roteiro pelo Distrito do Porto, em Paredes. Nesta sua presença no concelho de Paredes o deputado da JS, eleito pelo círculo eleitoral de Setúbal, pretendeu conhecer de perto a realidade do setor do mobiliário, sendo este um setor estratégico do concelho. Ivan Gonçalves será candidato único à liderança da Juventude Socialista e será eleito em Congresso que se realiza nos dias 16,17 e 18 de Dezembro, no Distrito do Porto. Esta candidatura apresentará uma Moção Global de Estratégia sob o lema “Do Lado Certo da História – Por um Futuro com Direitos”. Esta visita foi organizada pela Federação do Porto na pessoa de Hugo Carvalho, Presidente dessa estrutura.

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Federação do Porto visita trofa Escrito por: Amadeu Dias A Federação do Porto da JS deslocou-se à cidade da Trofa, acompanhado de Ivan Gonçalves, candidato único a Secretário-geral da Juventude Socialista, após a visita a Paredes. O objectivo foi visitar a Frezite, uma grande empresa de referência nacional e internacional. A comitiva socialista era igualmente composta pela Deputada Trofense Joana Lima, Marco Ferreira (líder da Concelhia do PS Trofa), Hugo Carvalho (Presidente da Federação do Porto da Juventude Socialista) e mais de uma dezena de militantes da Juventude Socialista da Trofa. Esta numerosa comitiva foi recebida pelo Eng José Manuel Fernandes, grande responsável pelo crescimento e posicionamento do Grupo Frezite no panorama nacional e internacional. Durante a visita às instalações, além da explicação sobre todo o processo de produção da empresa, vários foram os momentos de debate sobre o recente, atual e futuro estado da economia mundial entre o Eng José Manuel Fernandes e a comitiva socialista. Para Amadeu Dias era fundamental aproveitar a vinda do deputado Ivan Gonçalves ao distrito para o trazer à Trofa, e dessa forma dar a conhecer as potencialidades da indústria local. O líder da JS Trofa acrescenta que devido à iniciativa que a estrutura tem desenvolvido, visitando o tecido empresarial local, fazia todo o sentido incluir o nosso candidato a Secretário-Geral e o Presidente da Federação do Porto da JS na iniciativa. Amadeu Dias termina afirmando que a forma como a comitiva foi recebida durante visita à Frezite foi alvo dos maiores elogios por parte de todos os intervenientes, especialmente dos dois Deputados e do Presidente da Federação Distrital da JS.

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Federação do porto participa em a c t i o n d ay e u r o p e u Escrito por: Bruno Silva Soares Ao longo do dia 16 de Novembro, e por toda a Europa, os Jovens Socialistas mobilizaram-se para dar a conhecer e lutar pela Renovação do Projecto Europeu, sob o mote de: #Actforyouth.

João Torres e do Secretário Nacional para a Organização, Tiago Gonçalves, que se juntaram à estrutura de concelhia da JS Trofa, a qual na palavra dos mesmos “é uma estrutura particularmente ativa no panorama nacional”.

Com Portugal a liderar no número de estruturas concelhias a realizar o Action Day promovido pelo PES, o Distrito do Porto, destaca-se com a mobilização das concelhias da Trofa, Vila Nova de Gaia e Penafiel para dar a conhecer o “European Youth Plan”. O Plano Europeu para a Juventude assenta em quatro pilares fundamentais - Emprego, Educação, Cultura e Proteção Infantil - , assim como o aumento do Programa Erasmus para o Ensino Secundário e Profissional. Este plano, assente nestes quatro pilares fundamentais foi aprovado em Março de 2016, sendo então este o momento de dar a conhecer aos Jovens Portugueses para, juntos lutarmos por uma Europa mais justa.

Para o Secretário-Geral da Juventude Socialista, a realização do Action Day é muito importante porque alerta para a necessidade de “renovarmos o Projecto Europeu”. Acrescentou também que, “Nós, Jovens Socialistas somos profundamente europeístas, mas não nos revemos nesta europa. Temos verdadeiramente de criar uma rede mais forte, mais sólida que envolva jovens camaradas, jovens estudantes, vários membros da União Europeia para reformular o Projeto Europeu de acordo com a sua origem!”

Tambem no Distrito do Porto tivemos a presença do Deputado e Secretário-Geral da Juventude Socialista,

Com a dinamização deste Action Day por todo o país, em mais de 70 estruturas, a Juventude Socialista demonstra mais uma vez vontade de relançar a discussão sobre a Europa e sobre o Projeto Europeu de forma mais participada.

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Federação do Porto em grande presença no ii Fórum Europa em Olhão Escrito por: Tiago Josué Ferreira A Federação do Porto da JS fez-se presente no II Fórum Europa, em Olhão, nos passados dias 27 e 28 de novembro. Com a mobilização de cerca de 30 militantes, fizeram-se representar as concelhias de Amarante, Paredes, Penafiel, Trofa, Gondomar e Porto. Esta iniciativa, a última organizada pelo secretariado de João Torres, dada a aproximação de mandato, foi mais um dos muitos momentos de aprendizagem e formação com que a Juventude Socialista brindou os seus militantes nos últimos dois anos. Este encontro teve como grande missiva dar a conhecer o trabalho desenvolvido pelos nossos camaradas e políticos em funções europeias e sensibilizar os participantes para “as mais-valias do projeto europeu, valorizando eurocidadãos que, ativa e diariamente, procuram defender os interesses comuns dos povos europeus” segundo se pode ler no programa da iniciativa. O Secretário-geral João Torres afirmou que esta iniciativa pretendeu colocar em evidência os desafios mais prementes que a União Europeia enfrente e enfrentará nos próximos anos. O encontro foi organizado em torno de três painéis: Painel I – A Crise dos Refugiados na Europa Painel II – O European Youth Plan e o Pilar Social da União Europeia Painel III – Do Brexit a Donald Trump e os novos desafios da U.E Esta iniciativa, que juntou quase 200 jovens na costa Algarvia iniciou-se, na sessão de abertura, com Ricardo Calé, Presidente da Federação do Algarve da JS, António Eusébio, Presidente da Federação do Algarve do PS e Deputado à AR e Pedro Silva Pereira, Vice-presidente da Delegação portuguesa dos S&D. Sem mais demoras iniciou-se o Painel I com a presença de Pedro Calado, Alto-comissário para as Migrações, José

Manuel Pureza, Deputado à AR eleito pelas listas do BE e Elza Pais, Presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas e também deputada à Assembleia da República. Após este Painel I deram-se as Dinâmicas Sectoriais, divididas em oito grupos onde os participantes, divididos aleatoriamente, tinham de promover a discussão sobre o tema da sua comissão e apresentar três propostas para votação a todos os militantes. Estas Comissões dividiamse, por exemplo, em Saúde e Ambiente, Educação; Emprego e Assuntos Sociais; Segurança e Defesa; etc. O total de 24 propostas a serem levadas a plenário (3 por Comissão) deveriam ter objetivos, horizontes temporais, mecanismos de concretização, âmbito e público-alvo bem definidos. O Painel II, já após o jantar, contou com a presença de Maria João Rodrigues, Vice-presidente dos S&D, Ivan Gonçalves, Secretário Nacional da JS e Deputado à AR e Jamila Madeira, antiga Secretária-geral da JS (20002004) e também ela Deputada à AR. O terceiro e último painel, o Painel III aconteceu já no domingo de manhã e teve como oradores convidados Maria Begonha, Secretária Nacional da JS, Fernando Anastácio, Deputado à AR e Margarida Marques, Secretária de Estado dos Assuntos Europeus. No final da iniciativa oraram na sessão de encerramento João Torres, Secretário-geral da JS e Deputado à AR, António Pina, Presidente da CM de Olhão, Carlos Zorrinho, Presidente da Delegação Portuguesa dos S&D e, por fim, Ana Catarina Mendes, Secretária-geral Adjunta do PS. Este intensivo fim de semana política levou a Federação do Porto a percorrer mais de 1200 km em pouco mais de 48 horas, revelador do compromisso de toda a estrutura com os propósitos da Juventude Socialista.

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A ti v i d ad es

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Js Maia em “governar à esquerda” com francisco louça e pedro nuno santos A Juventude Socialista da Maia organizou, no passado dia 26 de Novembro, o debate “Governar à Esquerda: Orçamento de Estado de 2017” que assinalou o primeiro ano do Governo liderado por António Costa. A iniciativa, amplamente participada, teve lugar no auditório da Fórum Jovem da Maia. Este evento contou com a participação de Pedro Nuno Santos (Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares) e Francisco Louçã (Ex-coordenador do BE e Economista), com a moderação de João Magalhães Torres (Presidente da Juventude Socialista da Maia). Durante a iniciativa fez-se uma larga discussão sobre o acordo entre as esquerdas, a consolidação/resultado orçamental (défice, dívida pública, Segurança Social e emprego), as principais politicas desenvolvidas em diversas áreas e as perspectivas com a aprovação do próximo orçamento (2017). Ao longo do debate, os oradores captaram a atenção da plateia. Francisco Louçã, fez um elogio à solução governativa, pela capacidade em reunirem esforços para um entendimento. Defendeu que o Governo é um sucesso político, “tem sido estável em relação à capacidade em tomar decisões” e que as cedências entre as partes têm funcionado, – “O que mais mudou foi o alívio” -. O economista que participou ativamente na elaboração do projeto do partido espanhol “Podemos”, alertou também para os perigos da Europa – “Hoje a incerteza que Portugal vive é externa(…)” - com a emergência de partidos de extrema-direita, com consequências desastrosas a nível social, económico e político. Pedro Nuno Santos na sua intervenção, afirmou que “Hoje temos uma democracia mais rica, mais plural” uma vez que hoje os partidos à esquerda fazem parte de uma solução de governo – “Em democracia governa a maioria” -. O Secretário de Estado falou ainda das diferenças entre um governo socialista e um governo de direita, a liberdade e a igualdade. Explicou, a mais valia do investimento público dando exemplos de empresas que hoje são «capazes de rivalizar» com as congéneres internacionais. Lembrou a “bandeira” do aumento das Pensões e da reposição dos salários na Função Pública.

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Js matosinhos presente em jantar soliidário A JS Matosinhos respondeu positivamente ao convite para o Jantar Solidário da Associação Rumo à Vida que tem como missão apoiar, incentivar e potenciar jovens com necessidades especiais. É uma Associação que tem como objectivos, a criação de Infra estruturas especializadas destinadas à formação de jovens/Adultos com ou sem deficiência ou em situação de risco, desenvolvendo competências com vista à sua inclusão activa na sociedade e a promoção do equilíbrio das família e motivá-los para os direitos dos seus familiares. Estiveram presentes, a convite, o Presidente da Concelhia, Hugo Alexandre Trindade, Miguel Rodrigues, coordenador do Núcleo da JS Senhora da Hora S. Mamede de Infesta e a Daniela Oliveira, membro da JS Matosinhos e activista na associação.

JS Santo Tirso em Roteiro autárquico A Juventude Socialista de Santo Tirso realizou no passado dia 12 de novembro uma visita à União de Freguesias de Carreira e Refojos, no âmbito do programa Roteiros Autárquicos. A promoção de Roteiros Autárquicos pelas freguesias do concelho, é uma aposta efetiva da JS Santo Tirso, com um objetivo bem definido: aproximar os jovens da causa pública. A comitiva da Juventude Socialista foi recebida na Sede da Junta de Freguesia de Carreira e Refojos, pela secretária do executivo, Abeldina Dias. Na visita os jovens tiverem oportunidade de conhecer no terreno a forma de atuação do executivo desta Junta de Freguesia bem como os constrangimentos com os quais se deparam no dia-a- dia. Após um primeiro momento de reunião nas instalações da junta, a JS foi convidada a realizar uma visita pelas duas povoações que compõem esta União de Freguesias, visitando alguns locais importantes desta localidade do Vale do Leça bem como algumas obras em curso da responsabilidade do executivo da junta, com o propósito de melhorar a rede viária local.

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Esta comitiva foi ainda recebida pela Associação Desportiva de Refojos, uma associação que trabalha ao serviço do desporto, fundada em abril de 1980. No final deste Roteiro Autárquico, a líder da JS Santo Tirso, Sofia Andrade, congratulouse pelo sucesso desta iniciativa e pela oportunidade que é cedida aos jovens de estarem mais próximos nas questões de politica local. Desta forma, a Juventude Socialista, terá sem dúvida, jovens mais informados, capazes e participativos em prol do desenvolvimento da sociedade.


JS penafiel lança iniciativa sobre problemas de mobilidade A Juventude Socialista de Penafiel lança em Novembro uma campanha de sensibilização em torno dos problemas de mobilidade para peões na freguesia das Termas de S. Vicente. A campanha contará com o lançamento de vários vídeos filmados em Junho e Julho de 2016, momento até ao qual não havia qualquer solução concretizada da parte da Câmara Municipal de Penafiel. É de salientar que já há quase uma década que a Requalificação da Zona Urbana das Termas de S. Vicente consta nos Planos Plurianuais de Investimento, como que uma promessa que se cumprirá num ano a seguir, mas que até hoje não passou de uma promessa de “caça ao voto” da coligação CDS/PSD. Que não seja necessária mais uma década para que seja feita a requalificação desta zona com forte potencial turístico e de serviços!

A falta de segurança e de mobilidade no concelho de Penafiel, foi assinalado já por várias vezes em sede de Assembleia Municipal pelo deputado e presidente da concelhia Luís Guimarães. É também importante salientar que as obras não devem apenas ser direcionadas apenas à zona junto ao Hotel das Termas de S. Vicente, esta freguesia é bem mais que esse local e existem muitos outros serviços e estabelecimentos que empregam dezenas de pessoas e com maior volume de visitas que o Hotel. Para que deixemos de ter um Concelho a duas velocidades e uma Freguesia a duas velocidades! Estamos a falar da segunda maior Freguesia do Concelho de Penafiel e que contém diversos serviços para usufruto não só dos habitantes das Termas de S. Vicente mas também das freguesias vizinhas.

JS trofa visita AEBA Na passada terça-feira, dia 22 de Novembro, uma comitiva da JS Trofa visitou a AEBA (Associação Empresarial do Baixo Ave). No âmbito da iniciativa “Rota do Empreendedorismo”, a delegação Trofense conheceu realidade e os projetos desenvolvidos pela associação. Uma das várias missões da AEBA, fundada em 2000 é prestar apoio e representar as empresas a si associadas. A Juventude Socialista da Trofa afirma valorizar todos os que os recebem, mas neste caso, consideram justo salientar a postura de diálogo e as diferentes visões sobre o nosso concelho partilhadas durante a reunião. Saímos desta visita com os horizontes ainda mais alargados, o que nos ajudará certamente a preparar da melhor forma a iniciativa pretendida.

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JS Maia visitou a Associação “Amigos Picudos” No passado dia 5 de Novembro, a Juventude Socialista da Maia visitou a associação “ Amigos Picudos - Associação para a Preservação e Protecção dos Ouriços”, numa iniciativa organizada pelo núcleo Maia Centro/Leste. Esta é uma associação que pretende dar a conhecer a situação dos ouriços europeus (hoje em dia em grande declínio) e pigmeus africanos, incentivando a ajuda e respeito destes animais e as necessidades e o correto tratamento a ter com estas espécies. Os responsáveis da “Amigos Picudos” encontram-se registados na BHPS - British Hedgehog Preservation Society e certificados pelo Vale Wildlife Hospital & Rehabilitation Centre, estando habilitados a socorrer, cuidar e reabilitar ouriços. Apesar da grande dinâmica (promovida através das diversas atividades que vão realizando e outras a que se associam) e sucesso na recuperação desta espécie, a associação não vê este esforço reconhecido por parte da Câmara Municipal da Maia, sendo que, há vários anos tentam negociar um espaço para a associação desenvolver os seus projetos, de forma a executar o seu trabalho de forma digna, uma vez que esta atividade exige rigorosas condições, como por exemplo, no que à enfermaria diz respeito.

JS Amarante reúne com diversas entidades em Mancelos

No passado dia 12 de Novembro a Juventude Socialista de Amarante, no âmbito dos já habituais roteiros “JS 360º”, visitou a freguesia de Mancelos. A primeira reunião deu-se na sede da Junta de Freguesia com o autarca eleito pela coligação PSD/CDS. O encontro revelou-se produtivo no sentido em que se tornou possível uma perceção geral das características da freguesia, as principais atividades desenvolvidas e também os problemas que enfrenta e que importa

solucionar. De seguida a estrutura conheceu mais de perto o trabalho do Grupo de Jovens “Pedras Vivas”, registado no RNAJ e com assento no Conselho Municipal da Juventude do concelho, que tenta há já alguns anos e a um âmbito local promover atividades dinamizadoras da freguesia. É formado não só por jovens de Mancelos, mas também das freguesias contíguas. A visita ao Mosteiro de São Martinho de Mancelos, parte integrante da Rota do Românico, fez igualmente parte do roteiro JS 360º, tendo-se de seguida dirigido às instalações da Banda Musical de S. Martinho de Mancelos e reunido com a direção. Com uma história superior a um século, esta organização possui ainda na atualidade um papel fulcral na dinamização da freguesia. Com eventos recorrentes durante o ano, quer no concelho quer pelo país, porporcionam uma formação musical alargada e gratuita, sendo financiados em parte pelo munícipio. O término do roteiro deu-se na empresa “Douro Pirotecnia”, onde houve oportunidade de visitar as instalações de grandes dimensões e conhecer de perto o trabalho desenvolvido.

JS Matosinhos com dois reppresentantes em iniciativas de renome A Coordenadora do Pelouro do Urbanismo, Transportes & Mobilidade da Concelhia da JS Matosinhos, a Maria João Silva, membro do núcleo da JS Leça da Palmeira Matosinhos participou no Convívio da Secção do PS de Leça da Palmeira, liderada pela Cláudia Miranda. Um momento positivo que contribui para estreitar ainda mais os laços de camaradagem das diferentes estruturas.

Miguel Rodrigues, membro da JS Matosinhos, coordenador do núcleo da JS Senhora da Hora São Mamede de Infesta participou no Relaunching Europe Bucareste. Um momento importantíssimo para a Europa, para Portugal, para Matosinhos e para todos os jovens socialistas.

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TOP-DOWN

Dados económicos

Para surpresa de muitos, mas felizmente não para todos, Portugal conseguiu registar o maior crescimento económico no terceiro trimestre com 0,8 face ao segundo e com 1,6 face a igual período do ano passado. Foi o maior da zona euro.

Discussão do orçamento

A discussão deste orçamento foi algo inédita. Após anos seguidos em que a UE colocava entraves a qualquer medida, tivemos um orçamento que em Portugal foi um passeio e ainda foi a Bruxelas mostrar o seu charme. E um orçamento justo e equilibrado. Ponto.

Fidel e reis de espanha

Os portugueses são muitas vezes conhecidos por entenderem passadeiras vermelhas ao outros. E isso acontece também quando alguma personalidade falece. Este mês tivemos os dois casos em que muitos passaram a ser castristas e outros a aplaudir de pé os reis de Espanha, um ditador e os outros monárquicos.

Eleição de trump

A eleição de Donald Trump não deixou ninguém indiferente. Depois de 8 anos de Barack Obama, o mundo viu os americanos elegerem um homem que diz ser contra o sistema. A ameaça pode ser só o início.

Fa lta d e oposição

O maior perigo para o orçamento de estado de 2017, não me parece que seja a conjuntura económica internacional, nem o consumo interno nem as exportações e a possível quebra no turismo. E mesmo a falta de oposição que em Portugal o OE teve.

Escrito por: Pedro Perdigão

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Ă€ conversa com

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ENTREVISTA Escrito por: Bruno Silva Soares Quais os motivos que te levaram a ingressar na Juventude Socialista? A militância, ou antes, a escolha de que a minha participação politica seria na Juventude Socialista, foi o passo natural e culminar da minha tomada de consciência politica e ideológica. Creio que todos aqueles que se sentem e sabem de Esquerda, a determinada altura sentiram uma predisposição para participar em transformações coletivas, para a tomada de consciência de que as desigualdades ou a forma como se organiza a sociedade comporta sempre injustiças, e para mim, foi sempre o espirito critico e a vontade de as combater que me levou a procurar formas de traduzir ideias em transformação, e procurar pessoas que partilhassem a minha perspectiva de que pensar e mudar o país, a cidade, a escola, não era antiquada, mas mais do que isso, era possível. A tomada de consciência política começou na escola, com a vontade de mudar o ensino quer através da Associação de Estudantes ou pela defesa dos direitos dos Estudantes, e em casa, porque apesar de ninguém na minha família estar ligado à política, tive exemplos próximos de pessoas que ainda acreditam que a política é a forma mais nobre de participação e realizar ideais. A visão crítica da política e dos políticos que sempre acompanhou o meu percurso, nunca se traduziu em apatia, desinteresse ou descrédito total nos homens e mulheres que se dedicam ao serviço público, que é a política. Eu não chego à Juventude Socialista pelo fascínio que protagonistas políticos da altura, José Sócrates ou outros dentro do PS me tenham provocado, impressionaram-me mais os jovens que conheci, militantes da Juventude Socialista, que pareciam ter nascido fora da sua época e falavam de forma apaixonada no socialismo, na Republica e nos valores que esta defendia. A JS continua a ser assim, e por isso continuo na JS.

Quais as tuas referencias politicas? Interessei-me muito cedo pelas grandes transformações políticas ligadas sobretudo ao século XX, mas não só. As minhas referências estiveram sempre ligadas à transformação de regimes, de ideias, de visões de Esquerda que lutaram contra formas de opressão. Heróis românticos da revolução e do marxismo, como Che Guevara, ou protagonistas da luta pela liberdade, como Jean Moulin, terão sempre um papel no meu imaginário político e na capacidade transformadora da política. Antes de me rever na social-democracia, revi me na capacidade de gerações transformarem a sociedade através de ideias: democracia, republicanismo, laicismo, e sobretudo, liberdade e igualdade, ideias associadas a movimentos e pensadores a quem devemos a nossa democracia representativa e o nosso socialismo. Independentemente de como a história os julgue mais tarde.. É impossível falar das minhas referências, sem mencionar os nossos republicanos e a Revolução de 1910 de que somos os maiores herdeiros em Portugal no Partido Socialista, cujo esforço de abertura da sociedade e dos espíritos foi verdadeiro e que encontrou em forças conservadoras, de Direita e ultracatólicas, a oposição que culminou com a ascensão de Salazar e do Estado Novo. Os socialistas na oposição ao Estado Novo, esses sinto-os como referências diretas e de uma espécie de família da qual descendo, mas nunca esquecer a espantosa resistência do partido comunista e de muitos outros ligados à Esquerda. Personalizo algumas das lutas e ideias de que falei em alguns protagonistas que para mim são referência, como Antero de Quental que é um dos primeiros a fundar o socialismo em Portugal ainda no século XIX, Sottomayor Cardia e o seu Socialismo Sem Dogma e Mário Soares, que são referências intemporais e de sempre.

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Enquanto Secretária Nacional para as Relações Internacionais, como vês o trabalho da Juventude Socialista diariamente, na luta pelas causas sociais, jovens, mas acima de tudo por uma melhor Europa? Os últimos dois anos representaram um grande esforço da JS para se aproximar das causas europeias, mas sobretudo revigorar o interesse e foco da nossa estrutura nas questões europeias e internacionais. O facto da política nacional ser profundamente marcada pelos constrangimentos ou decisões a nível europeu, impôs também que a JS estivesse mais preparada para esse debate. Esta noção, assim como de um relativo afastamento dos militantes face ao trabalho internacional da JS, levou-me e ao João Torres a procurar formas de intensificar o nosso trabalho internacional: procuramos mais oportunidades de formação, como os cursos de Negociação Europeia, organizámos o Summer Camp em parceria com a YES, tomámos posições internacionais fortes como no caso de Luaty e os outros presos angolanos e abraçámos enquanto grande causa, a crise dos Refugiados. A luta da Juventude Socialista fez-se sempre como é o socialismo, de forma ideologicamente internacionalista, e esta Europa tem que voltar aos seus valores fundadores: de solidariedade e aproximação entre os países. Esta Europa das crises e das clivagens, na qual se inclui a crise dos Refugiados, e que debatemos amplamente no Fórum Europa, está numa encruzilhada. Assim como em matéria de qualificações, luta pela emancipação jovem e luta contra o conservadorismo, em que a JS tem sido sempre constante e combativa, faço a mesma avaliação em relação às nossas causas em torno da Europa. Somos pelo aprofundamento europeu, mas que deverá representar melhores condições de enfrentar um mundo e desafios globais, e não uma instituição de vocação “controleira” de défices que relega para segundo plano uma visão estratégica de crescimento, reforma e combate aos problemas dos cidadãos europeus. A nível europeu não defendemos algo diferente do que defendemos no país,

é urgente resolver o problema do desemprego jovem, na Europa falamos de cerca de 4 milhões e meio de jovens desempregados, nos quais se inserem os jovens portugueses. A nossa geração enfrenta uma das crises de identidade e sociais mais sérias desde a fundação europeia, agora agudizada com o Brexit e o fortalecimento do populismo e de partidos e movimentos de extremadireita, fenómenos que também demos evidência no último ano. Esse é um dos desafios da JS para o próximo mandato, manter e aprofundar as nossas relações com a YES e a IUSY, fortalecendo o seu papel, acompanhar com uma visão critica as transformações na Europa e o desenvolvimento do problema dos refugiados, e sobretudo abraçar e introduzir na JS novas causas e desafios internacionais. Aproximamo-nos do Congresso Nacional e da eleição de um novo Secretário-Geral para a Juventude Socialista. Desde início, estiveste empenhada na Candidatura do Ivan Gonçalves a Secretário-Geral da Juventude Socialista. Como avalias a candidatura dele e quais as expectativas para o mandato que se avizinha? O Ivan escolheu um mote evocativo do que revemos nele e nesta candidatura: do lado certo da história. Remete-nos para o lado certo da Esquerda, do lado das transformações sociais e lutas pela igualdade de que somos herdeiros e continuaremos a defender, e claro, o lado certo da história na defesa desta solução governativa. Sobre a sua candidatura, acho que podemos esperar várias mudanças para este mandato e empenho renovado de todos. O Ivan tem provado que a par do orgulho que tem nas funções que desempenhou na Juventude Socialista e ao lado de quem as desempenhou, nomeadamente o João Torres, esse reconhecimento e percurso são tão importantes quanto o seu empenho em fazer mais e melhor. Revejo-me nesse sentimento. Creio que todos compreendemos que se impõe uma reflexão constante das prioridades da JS, sempre tivemos a capacidade de ter, por um lado, uma visão estratégica e, por outro, a dinâmica e criatividade de ir respondendo aos desafios que surgem,

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o que foi particularmente notório e marcante nos últimos anos. Impunhase essa reflexão sobre prioridades e na minha opinião, o Ivan e a candidatura fez o esforço consciente de ouvir os militantes, não apenas os dirigentes, sobre esse rumo de futuro e o resultado está a vista, com a união que todos sentimos. A reflexão que faço é de que o nosso legado hoje não podia ser melhor: o Tiago Gonçalves, o Diogo Leão e o João Torres, são o melhor “trio” que a JS já teve, e cumpre-nos honrar esse legado, conduzindo a estrutura a novas batalhas, desafios e vitórias. O Ivan tem a ambição de deixar marcos políticos nas nossas causas e dos unir novamente em torno de objetivos comuns, como temos vindo a fazer. Não consigo antecipar todas as lutas que a JS terá pela frente, mas sei que terá um Secretário-Geral e uma equipa do seu lado, solidários e fortes, para lidar com os problemas e ambições, quer dos nossos militantes, como dos jovens portugueses. Por fim, e como não podia deixar de ser, como avalias o desempenho do Governo do Partido Socialista até à data? Na tua opinião, a regionalização seria um progresso para Portugal? Começando pela Regionalização, considero inegável que precisamos de mecanismos promotores de maior descentralização administrativa, mas sobretudo porque o desenvolvimento de políticas regionais pode responder ao desafio de resposta politica em maior proximidade. O combate a uma tendência de centralismo, é uma resposta às assimetrias no nosso país, e a JS deve continuar a prezar por propostas que reconheçam este problema. Não podemos confundir o problema político do desinvestimento do país em certas regiões e a falta de políticas públicas que respondam aos desafios da interioridade com Regionalização, mas a JS deve fazer uma reflexão sobre modelos de Regionalização e o seu contributo para reduzir assimetrias e aprofundar a representação democrática das decisões tomadas ao nível do Estado. Temos que ir mais longe em algumas Sobre o desempenho do Governo, desde o início que a possibilidade de formação deste Governo representa uma transformação política profunda, mas vital na nossa democracia. A crise politica, social e económica,

acompanhadas da austeridade, deram a oportunidade a uma Direita conservadora, mas sobretudo neoliberal, de protagonizar um projeto de transformações para o país que há muito ambicionava. Ao agudizar das políticas de direita, a Esquerda respondeu com mais Esquerda, mais Estado e mais políticas sociais. Não podemos ter dúvidas de que a nossa condição de sociais-democratas e de moderados não nos pode impedir de uma maior aproximação à Esquerda, e a devolução de rendimentos, o maior investimento público, nomeadamente na Educação, têm sid plataformas em que nos conseguimos encontrar com os nossos parceiros. Este Governo, representa o maior aprofundamento democrático e de entendimento à Esquerda que assistimos desde o 25 de Abril. Não nos podemos também demitir da consciência de que este contexto dificulta uma visão de medio ou longo prazo em algumas políticas, e que a JS tem que continuar a trabalhar com o Governo para ir mais longe, nomeadamente no Ensino Superior e no combate da precariedade e do desemprego, ainda nesta legislatura, e para o qual precisamos do apoio do Partido Socialista em fazer das nossas causas geracionais, causas do Governo. Mas é inegável o rumo progressista, de reposição de liberdades e direitos que haviam sido sonegados, e a postura forte perante a Europa, apesar do cumprimento dos nossos compromissos europeus. Não nos afastamos de uma matriz europeísta, temos uma gestão financeira e económica credível e conseguimos fazer tudo isto num quadro de afirmação de políticas de Esquerda e de cumprimento da Constituição, que há menos de dois anos era uma miragem. A política está em constante mudança, mas este Governo do PS tem sido coerente e implacável na luta contra as discriminações, na defesa do papel do Estado e do modelo social que defendemos, aprofundando a nossa reivindicação histórica como socialistas, da defesa do que é publico e da melhoria das condições de vida. Por tudo isto, orgulho me de tomar parte destas transformações e por hoje termos diversos dos nossos quadros da JS envolvidos quer no processo legislativo como governamental, acrescentando valor às politicas do Governo.

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na voz dos militantes

Escrito por: Hugo Bessa

atualidade política OPINIÃO DE:

David Coelho Paços de Ferreira Técnico de Eletricidade 31 Anos

Luísa Felizardo Trofa Estudante de Arquitetura 21 Anos

Márcio Ribeiro Felgueiras Estudante de Gestão 21 Anos

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A polémica na CGD pode enfraquecer a posição do governo junto dos eleitores?

S

im. Vivemos tempos de forte desconfiança no sector financeiro, no entanto penso que com a clarificação do processo, demissão da atual direção e a solução encontrada pelo Governo ao ir buscar Paulo Macedo para Presidente da CGD irá resolver a questão, sendo que não se pode voltar a ter situações destas pouco claras principalmente no banco do estado.

N

ão. É óbvio que é difícil explicar à população aquilo que está em causa e também é fácil entrar no populismo à volta desta questão. No entanto, na minha opinião, apesar das diversas tentativas da oposição de atacar e desgastar o governo com este tema, entendo que o primeiro ministro António Costa tem sabido clarificar o assunto perante os eleitores.

S

im. Não o caso em si, mas o facto de se ter criado bastante especulação em torno do seu fecho e principalmente devido a demorar para se ver o caso resolvido na sua totalidade.

As eleições presidenciais na Áustria são uma “lufada de ar fresco” para os valores que construíram a Europa?

N

ão. São mais um “balão de oxigénio” para a Europa e os seus valores fundamentais. Situações com na Áustria, Itália e até mesmo na América são preocupantes pois refletem um forte descontentamento das pessoas na sua qualidade de vida que os atuais responsáveis políticos europeus ainda não estão a conseguir dar solução.

S

im. Mas não podemos considerar este momento de grande regozijo, dada a pequena diferença percentual entre os candidatos. Existem ainda dois dados que devemos ter em conta nestas eleições presidenciais: O primeiro são os resultados desastrosos do SPO e do OVP que deixam marcas para o futuro da social-democracia austríaca; O segundo é o acentuado crescimento de partidos de extrema-direita que têm ganho força junto dos eleitores.

S

im. Utilizando as palavras do presidente do parlamento europeu Martin Schulz, onde se refere ao resultado das eleições presidenciais austríacas como uma “pesada derrota do nacionalismo e do populismo anti-europeu”, O resultado mantem vivo os valores de construção da europa. Uma vez que o candidato de extrema-direita, que saiu derrotado, pretendia entre outras medidas fechar as mesquitas na Áustria.

O referendo italiano provocou uma subida dos juros da dívida pública. Até a Alemanha que normalmente é o Porto seguro dos investidores se ressentiu. Achas que poderão haver consequências mais gravosas para a Europa?

S

im. Acho que hoje em dia tudo pode fazer subir ou baixar os juros da dívida pública, sinceramente este tipo de dependência financeira e “obsessão” pela dívida tem levado ao que já referi, a Europa e o sonho europeu foi esquecido e trocado pela preocupação com o capital, os juros e as agências de cotação quando deveria ser “Porto seguro” primeiro para os seus cidadãos.

S

im. Com a saída de Renzi, Itália mergulha numa situação de incerteza face aos mercados financeiros. A economia italiana está frágil, o projeto europeu encontrase ameaçado pela força de partidos populistas, antissistema e apoiantes do regresso da lira italiana. A Europa assistiu recentemente ao Brexit e à eleição de Trump nos EUA, resultados que pareciam, de todo, improváveis.

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N

ão. O referendo italiano é sobre um assunto constitucional interno e não sobre a permanência de longa data da Itália na União europeia, como alguns comentadores têm defendido. No entanto o resultado do referendo pode desencadear uma instabilidade politica na terceira maior economia da zona euro, o que inevitavelmente ira abalar a atualmente frágil União Europeia.


P OL Í TI C OS DE SO F Á Odeio quando isto acontece... Sabem quando combinam um café com um amigo, ele diz que vai e depois não aparece e ainda mete fotografias a tomar café noutro sítio com outras pessoas no Facebook? É péssimo não é? Então imaginem como se deve sentir o Passos Coelho, que tinha combinado um café com o Diabo em Setembro e 3 meses depois o raio do Diabo ainda não disse nada, e pior, ainda manda crescimentos do PIB e quedas no desemprego para o INEstagram. É tramado sabem. Mas atenção que isto também não é muito bom para o nosso lado. Ao fim de algum tempo de jogar FIFA em “Amador” e de dar sempre 15-0 ao Barcelona também cansa e podemos ficar mal habituados. Por agora podemos também celebrar o aniversário da Geringonça. Pode ser que no próximo Natal já nos deixem sentar na mesa dos adultos. Feliz Natal!

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m o c s n e Imag a i r รณ t s Hi

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O MENSALISTA

JS FEDERACAO PORTO

P O R T O N O R T E

C O M

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