O Mensalista - Janeiro a Dezembro 2019

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Janeiro a Dezembro 2019 | Edição 18 | Diretora: Inês Monteiro Redação: Diana Carvalho, Diogo Amaral, Diogo Silva, João Coutinho, Paula Moreira, Pedro Salazar, Rafael Martins Designer Editorial: Mercês Oliveira, Válter Santos

ANÁLISE POLÍTICA:

Um salário para lá dos mínimos: a desigualdade na distribuição de rendimentos p34

JS Summer Camp 2019 VIII edição do acampamento da Federação Distrital do Porto da Juventude Socialista p11e12

FEDERAÇÃO:

NACIONAL:

ENTREVISTAS:

Ação da Federação do Porto com diversas atividades, apostando na consciencialização p4e5

Convenção Nacional do PS que contou com a flash interview da equipa d’O Mensalista p6a10

Dois rostos que dignificam a estrutura da Juventude Socialista do Porto e Nacional p35a41

Roteiro Mobilidade e Ambiente

Convenção: “Portugal é Europa”

Tânia Teixeira e Hugo Carvalho Gonçalves


2 | Jan - Dez 2019

Equipa Inês Monteiro

Diana Pereira

Diretora | Penafiel

Jornalista | Vila Nova de Gaia

Diogo Amaral

Rafael G. Martins

Editor | Trofa

Jornalista | Paços de Ferreira

Paula Moreira

Diogo Silva

Editora | Baião

Analista | Vila Nova de Gaia

João Coutinho

Pedro M. Salazar

Jornalista | Valongo

Analista | Póvoa de Varzim

Mercês Oliveira

Válter Santos

Designer Editorial | Valongo

Designer Editorial | Maia


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Editorial

D

ezembro é um mês especial para a equipa d’O Mensalista. O mês em que lançámos a nossa última edição e, assim, fazemos a retrospetiva do trabalho que realizámos ao longo destes dois anos. Apresentámo-nos com uma equipa totalmente renovada – de dez elementos – onde predominava a competência e o rigor, numa simbiose perfeita com a vitalidade e o inconformismo. Ambicionámos sempre fazer mais e melhor, por isso, criámos um logótipo, reformulámos e melhorámos o design do site e do jornal para nos tornarmos num meio de comunicação mais profissional e intuitivo para a utilização dos militantes. Foram dois anos de trabalho intensivo com os dezoito presidentes de concelhia, com o presidente de federação e com as dezenas de militantes a quem demos voz. De Baião à Póvoa de Varzim, de Amarante a Vila Nova de Gaia, passando por Paredes e por Matosinhos, não houve uma concelhia que não tivesse feito parte deste projeto. Entrevistámos quadros de grande valor e mérito na Federação do Porto, sem nunca nos esquecermos de dar espaço à análise política da atualidade. Todo este trabalho de proximidade e de pluralidade em prol da Federação só foi possível devido à equipa que muito me orgulho de ter dirigido. Contei sempre com a colaboração

inexcedível do João, da Eliana, dos Diogos, do Pedro, do Rafael, do Válter, do Gonçalo, da Paula e, mais tarde, da Mercês e da Diana. Nem sempre foi fácil, nem em todos os dias o sol brilhou, mas terminámos este mandato com a certeza que honrámos o legado que herdámos e que cumprimos o compromisso de dar ainda mais voz à Federação Distrital do Porto, neste que é o único meio de comunicação próprio existente na Juventude Socialista. Chegou a altura de virar a página, de entrar num novo capítulo da história. Vivemos num contexto político nacional e mundial que requer audácia, resiliência e tenacidade. Audácia para sermos capazes de combater o populismo e o extremismo, as desigualdades e a discriminação. Resiliência para nos afirmarmos nos órgãos do poder local e no Partido Socialista. E, por fim, tenacidade para sermos capazes de refletir acerca dos nossos erros internos e de continuarmos a defender acerrimamente as causas pelas quais acreditamos. Agora é tempo de avançar, de redirecionar a bússola e de ter coragem… coragem para mudar! | INÊS MONTEIRO


4 | Jan - Dez 2019

Roteiro Mobilidade e Ambiente N

o passado sábado, dia 26 de janeiro, a Federação Distrital do Porto da Juventude Socialista levou a cabo um dia completo de atividades inseridas no âmbito do Roteiro do Ambiente e da Mobilidade, tendo a Natureza como pano de fundo para uma ação mais consciente e esclarecida dos jovens socialistas. De manhã, os jovens associaram-se à iniciativa Plantar Lousada promovida por este Município, e que contou com a participação de centenas de associações, milhares de voluntários

e que leva já cerca de 30.000 árvores plantadas, um pouco por todo o concelho. Desta vez, o local de plantação decorreu em Nespereira e os jovens socialistas puderam dar também o seu contributo nesta ação de pura cidadania e consciencialização. Após o almoço, a Juventude Socialista dirigiu-se à freguesia de Raimonda, em Paços de Ferreira, onde, acompanhados pelo Presidente da Junta, Jocelino Moreira, levaram a cabo uma visita pela freguesia, com especial enfoque no Centro de Compostagem

aí estabelecido pela atual Junta do Partido Socialista. O Centro de Compostagem foi implementado após uma vasta recolha de elementos técnicos junto de outros organismos e seguido de uma larga campanha de sensibilização e educação ambiental da população, com grande enfoque também nos jovens raimondenses. Foi distribuída por toda a Freguesia uma larga quantidade de compostores domésticos, para incentivar a população a separar os lixos, reciclar e reutilizar os


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resíduos domésticos. Foram ainda uma série de políticas ambientais, as espalhados pela freguesia contento- quais têm transformado o Concelho res próprios para detritos orgânicos, num lugar mais verde e amigo do a serem posteriormente recolhidos Ambiente. e tratados no Centro de Composta- Os jovens tiveram oportunidade de gem, evitando assim a sobrelotação tomar conhecimento das boas prádos contentores da Suma com resí- ticas levadas a cabo em Lousada e duos facilmente reutilizáveis, o que se Paços de Ferreira, de forma a elaborar traduz numa poupança significativa, um conjunto de ideias e propostas a não só do ambiente e na quantidade compilar num documento a apresende lixo depositado em aterro, mas tar aos responsáveis políticos e aos também nos bolsos de toda a popula- órgãos decisores. ção pacense. Para dar continuidade ao roteiro do Já ao final da tarde, e novamente em Ambiente e da Mobilidade, os jovens Lousada, realizou-se uma palestra/ socialistas visitaram, no dia 9 de debate sobre Políticas Ambientais fevereiro, o projecto Living Lab Matona sede do Partido Socialista de Lou- sinhos e a Casa em Movimento. sada, que contou com a participação A sustentabilidade das cidades e sua do Vereador do Ambiente, Dr. Manuel capacidade para servirem o ambiente, Nunes – principal impulsionador de e não se servirem deste é hoje uma

visão necessária para um futuro que se avizinha e que se deve potenciar positivamente. Com este intuito, a Federação do Porto da Juventude Socialista, no passado dia 9 de fevereiro, realizou uma visita à “Casa em Movimento” que, depois de várias paragens em cidades de renome europeu, tomou lugar num dos corações da cidade de Matosinhos. A iniciativa iniciou-se com uma exposição por parte do João Pereira da Silva, assessor da presidente da Câmara de Matosinhos, na qual foram referidas as várias iniciativas e parcerias entre a Câmara Municipal, centros de investigação e tecido empresarial, para a promoção da sustentabilidade ambiental e económica através do uso da nova geração de tecnologias (iluminação, limpeza, etc). Foco especial teve o LivingLab, o quarteirão de Matosinhos que serve como embrião de uma cidade inteligente. Em seguida, Manuel Vieira Lopes (criador do projeto – Casas em Movimento), apresentou o seu projeto e o enquadramento que uma casa inteligente pode ter numa cidade, bem como todos os benefícios que poderia proporcionar, para a cidade, para o proprietário e não menos importante, para o ambiente. | INÊS MONTEIRO


6 | Jan - Dez 2019

Convenção Nacional “Portugal é Europa” No passado dia 16 de fevereiro, decor- Socialista). Seguiu-se uma discussão Pedro Matos Fernandes e Mafalda reu a Convenção Nacional “Portugal em torno da questão “Que mani- Gramaxo, Diretora Geral da AIMMAP. é Europa”, no âmbito da Conferên- festo para a europa?” com Constança De igual modo, Augusto Santos Silva, cia Temática do Partido Socialista Urbano de Sousa, Fernanda Rodrigues ministro dos Negócios estrangeiros, Europeu, tendo lugar no Pavilhão e Pedro Silva Pereira, que debateram falou-nos da europa de futuro. Desportivo Municipal de Vila Nova acerca das problemáticas atuais do A convenção encerrou com Antóde Gaia. contexto europeu e as prioridades que nio Costa, dirigindo-se aos jovens, No painel da manhã, a sessão de a Europa deve tomar neste momento. nomeadamente aos militantes da abertura inicia com Eduardo Vítor Posteriormente, Eduardo Ferro Rodri- Juventude Socialista, que tiveram uma Rodrigues, presidente da Câmara de gues discursou acerca dos desafios adesão notória à iniciativa. Assumiu, Vila Nova de Gaia, que alertou para da Europa e Mário Centeno acerca do assim, como “primeira obrigação” importância das próximas eleições futuro da união económica e mone- deixar-lhes “uma Europa da paz”, da europeias para se poder manter o tária. Debateram-se, ainda, temas “liberdade e da democracia”. Anunciou, pilar dos direitos sociais que o par- como o papel da Europa no mundo, por fim, Pedro Marques, ministro do tido sempre defendeu. Seguiu-se contando com as intervenções de Planeamento e Infraestruturas, como um debate sobre este mesmo pilar - Carlos Zorrinho, eurodeputado, e José candidato à cabeça de lista das eurotendo como moderador, João Duarte Alberto de Azeredo Lopes, Professor peias pelo Partido Socialista. Albuquerque, Presidente da Young da Universidade Católica. | INÊS MONTEIRO European Socialists - e debateram Houve ainda tempo para um painel António Vieira da Silva, ministro dedicado exclusivamente às alterado trabalho, Solidariedade e Segu- ções climáticas, tendo tido voz João rança Social, Maria João Rodrigues, vice-presidente do grupo S&D do Parlamento Europeu e Yonnec Polet, secretário geral adjunto do Partido Socialista Europeu. Encerra, assim, com o discurso de Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do Partido Socialista. No painel da tarde, durante a sessão de abertura, ouviram-se grandes nomes do partido, tais como Manuel Pizarro (Presidente da Federação do Porto do Partido Socialista), Francisco Assis (atual eurodeputado e último cabeça de lista do Partido Socialista) e Carlos César (Presidente do Partido


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FLASH INTERVIEW COM YONNEC POLET

Secretário-geral Adjunto do Partido Socialista Europeu (transcrito e traduzido da entrevista original)

OM: Acha que a opinião pública OM: Será que a luta pelo Pilar Social portuguesa está ciente do trabalho Europeu pode ser uma das forças da executado, por parte do Partido Socia- campanha do Partido Socialista para lista, ao nível europeu? as eleições europeias? YP: O Partido Socialista Europeu é YP: Eu acredito que as questões sociais conhecido através dos seus partidos e os direitos no trabalho serão tópimembro. As pessoas conhecem, mais cos centrais para as próximas eleições, facilmente, o primeiro-ministro Antó- porque o que se tem verificado, desde nio Costa e o primeiro-ministro Pedro 2008, é que muita gente tem sofrido Sánchez do que o Partido Socialista com a crise económica e financeira, Europeu. O que se procura transmitir é demonstrando que ainda não recuperaa boa coordenação existente entre estes mos totalmente dela. É possível afirmar partidos membro no Partido Socialista que a situação está ligeiramente melhor, Europeu, coordenação esta que per- porém não podemos dizer que o promite a realização de bom trabalho na blema já passou. Europa. Na Europa ainda existem níveis de A nossa força está no momento em desemprego muito elevados, existem que conseguimos reunir os nossos muitos jovens sem emprego e ainda primeiros-ministros e os nossos par- muitas crianças que se encontram em lamentares europeus para assim risco de pobreza. Isto tudo faz indicar podermos demonstrar o nosso peso na que a questão social será o centro da ação política europeia. Pretendemos discussão para as eleições europeias, também demonstrar aos cidadãos que, porque estas pessoas que sofrem protal como existe a nível local, regional e curam respostas. Respostas estas que nacional, também a nível europeu se nós, Partido Socialista Europeu, pretendisputa um combate entre a Esquerda demos dar. Apresentamos um conjunto e a Direita. E que todos nós, socialistas de propostas no nosso manifesto, que europeus, temos uma visão, a visão de visam colocar uma União Europeia uma Europa diferente. socialista no centro do combate às desigualdades. O que pretendemos

ver agora, na União Europeia, é uma melhor convergência no que toca a rendimento, seja em termos de salários ou pensões, e no que toca a direitos laborais. Norte, este, oeste e sul têm agora de convergir ao mais alto nível. Para que as pessoas possam ter dignidade, possam ter um rendimento decente, um emprego decente, um bom contrato laboral, um bom acesso à saúde e à proteção social. As pessoas têm todas estas perguntas, e elas procuram todas estas respostas urgentes. As pessoas pretendem fugir do modelo de austeridade, que é bastante punitivo, que vigorou e vigora na Europa. Este modelo diz que a culpa é do individuo por não possuir um emprego, por não completar a sua formação. Mas, pelo contrário, temos de lhes demonstrar que a Europa pode ter as soluções para todos os seus cidadãos europeus. | DIOGO SILVA


8 | Jan - Dez 2019

FLASH INTERVIEW COM MARIA JOÃO RODRIGUES

Eurodeputada OM: Acredita que foi o movimento de austeridade espalhado por toda a europa depois da crise que motivou o facto do pilar dos direitos sociais não ter chegado mais cedo? MJR: De certa maneira foi porque esse período de austeridade foi um período em que os politicos conservadores na europa tinham posições de tal maneira dominantes, a começar por exemplo pelo Durão Barroso, que não queriam ouvir falar dos problemas sociais, inclusive as politicas estavam a traduzir-se em aumento do desemprego, cortes de salários, estavam a destruir empresas e empregos viáveis mas eles não queriam saber porque aquilo que interessava era reduzir o défice custe o que custar e a um ritmo rápido. Até que nós dissemos “alto, isto não pode ser. Temos que dar outra direção à europa! Anunciamos o pilar social com uma grande iniciativa, na altura os políticos conservadores do Parlamento Europeu estavam completamente contra mas nós derrotamos nas grandes votações, conseguimos maiorias contra eles e pusemos em cima da mesa o Pilar Social que foi consagrado na grande cimeira de Gutemburgo na Suécia. Agora estamos a traduzir esse pilar em medidas muito concretas: uma primeira é a garantia criança, uma grande iniciativa europeia para acabar com o problema da pobreza infantil. Há

soluções para isto do ponto de vista do acesso à educação, saúde, habitação. Conseguimos melhorar o salário dos pais. Outra grande iniciativa é a garantia jovem mas tem que ir mais longe para se traduzir em melhores empregos para os jovens. Temos a geração mais qualificada de sempre. E isso faz parte do Pilar Social Europeu. Há uma terceira medida, que estou muito satisfeita porque conseguimos esta negociação há 5 dias, foi muito difícil que é a diretiva que garante que em todos os empregos, qualquer que seja o setor, cada trabalhador tem que ter duas coisas essenciais: uma é um contrato de trabalho claro com condições e salário e a outra é cobertura de proteção social contra todos os riscos, como desemprego, pobreza, doença, velhice, tudo isso tem que estar coberto e não podemos ter trabalhadores na europa sem essas garantias. Há um outro aspeto importante: preparar para os empregos do fururo sobretudo na economia digital. Isto para os jovens vai ser decisivo porque cada vez mais empregos vão ser para plataformas online que dizem que são apenas técnicas mas são empresas empregadoras que têm que respeitar os princípios do Pilar Social também. OM: Acha que o avanço dos movimentos neo-liberais e nacionalistas que

têm aparecido constituem algum tipo de barreira ao Pilar Social? MJR: Há esse risco porque esses movimentos aparecem a dizer que a UE não é necessária, que nós temos é que regressar às fronteiras nacionais para proteger as pessoas, que não é necessária uma política social europeia e estão profundamente errados. No mundo de hoje, se nós europeus não estivermos unidos para defender os nossos padrões sociais eles vão ser destruídos pela concorrência internacional. Nós temos que ter boa política social ao nível de cada país mas também à escala europeia. Se esses movimentos nacionalistas ganharem peso nas próximas europeias, eles vão ser perigosos porque vão estar presentes no Parlamento Europeu a desfazer o trabalho que fizemos neste Pilar Social e portanto temos que resistir a isto e as eleições europeias vão ser a maior batalha de sempre pelo futuro da Europa. | DIANA CARVALHO PEREIRA


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FLASH INTERVIEW COM VIEIRA DA SILVA

Anterior Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social OM: Acha que existe alguma política nacional na área social que pudesse servir de exemplo e ser aplicada em todos os países da União Europeia? VDS: Não exatamente... Há muitos que defendem na área social a importância do chamado princípio da subsidiariedade, ou seja, que deve ser feito a nível local preferentemente a ser feito a nível central. Eu também concordo com esse princípio mas por vezes ele é utilizado na perspetiva errada, ou seja, é uma forma de não assumir compromissos a escala nacional. Eu não tenho a ousadia de dizer que há politicas nacionais que deveriam ser generalizadas mas há inspirações em políticas nacionais que podem ser e já são utilizadas. Se olharmos por exemplo para a nova legislação europeia no que toca à conciliação entre a vida familiar e profissional, ela tem muitas semelhanças e segue, ainda que com alguns erros, na minha opinião, um pouco a nossa inspiração. Foi aliás afirmado por várias pessoas que as reformas que nós fizemos há uma década atrás, em que valorizamos muito mais o papel da partilha dos pais no acompanhamento das crianças, fez com que houvesse uma espécie de revolução em que de menos de 1%, atualmente quase 40% dos pais

usam a licença parental não obrigatória, para acompanhar os seus filhos e esse é um exemplo de uma boa política que está a ser assumida e construída na europa. Nós hoje temos um regime que está a escala nacional, mas o pilar europeu ser lançado e posto em prática de pro- aponta para a existência de um salário teção dos trabalhadores independentes, mínimo. Pode haver até uma orienque está a ser olhado com atenção por tação de como é que ele se constrói à muitos países que não têm proteção escala europeia. Mas a realidade depois de desemprego para os trabalhado- é ditada pelas opções de cada país. res independentes nem proteção da OM: Conhece alguma medida num doença. Portugal é um dos países que outro estado membro da UE que o tem e tem como obrigatório. Ora, a gostasse de ver implementada em diretiva que foi aprovada sobre essa Portugal? questão não nos obriga a mexer em VDS: Todas as nossas políticas são insnada porque o nosso sistema já é mais piradas em outras experiências. Eu avançado do que o que foi aprovado. podia lembrar por exemplo, quando Acho que somos um pequeno país mas nós introduzimos, há 10 anos atrás, na UE muitas das nossas opções são uma regra no nosso sistema de penolhadas como opções interessantes que sões que o associa à esperança média são discutidas sempre na lógica de que de vida, penso que nenhum país pratinada é transferível exatamente uma vez camente o tinha concretizado. Eu acho que a cultura, as tradições e a realidade que, alguns países, particularmente os sócioeconomica dos países é distinta e países nórdicos têm muito bons sisteé por isso que os modelos de proteção mas de proteção social, onde nós nos social continuam a ser modelos de natu- inspiramos muitas vezes. Por exemreza nacional ainda que seja bom que plo, a reforma que fizemos na área da existam diretivas europeias que fixem deficiência. E também na formação ao mínimos e regras. Por exemplo, deve longo da vida, nós temos muito a aprenhaver um salário mínimo. Não devem der com outros países. definir o valor, que deve ser definido à | DIANA CARVALHO PEREIRA


10 | Jan - Dez 2019

FLASH INTERVIEW COM EDUARDO VÍTOR RODRIGUES

Presidente da Câmara Municipal de Gaia

OM: A sua visão da cidade de hoje em dia é mais do que asfalto e construções e a inovação social está a ascender enquanto prioridade local. Acha que já é uma verdadeira realidade a nível europeu e enquanto Presidente da Câmara sente-se apoiado pelos órgãos europeus nesta área? EVR: Eu penso que está a começar. A ideia dos direitos sociais na europa começou num debate menos prioritário que era um debate que resultava mais em recomendações do que diretivas ao passo que as políticas económicas eram todas elas direcionadas através de diretivas, o que tornava mais vinculativa a sua aplicação. Agora acho que é um caminho que tem que ser feito e neste período pós-crise em que auguram bons ventos, estou convencido que a vitória do partido socialista quer cá, quer na europa, vai permitir um parlamento europeu ainda mais ativo neste domínio. OM: Vila Nova de Gaia é hoje um exemplo de boas políticas de poder local no que toca à proteção social. Acha que foi a aposta neste tipo de políticas que lhe permitiu uma das maiores vitórias para o PS nas últimas eleições autárquicas?

EVR: Penso que sim, penso que as pessoas perceberam que a cidade é um composto de infra-estruturas inteligentes e sustentáveis, com políticas sociais e com políticas ambientais, que consigam compatibilizar aquilo que é a preservação da nossa identidade com uma cidade que se pretende inovadora e de futuro. Por isso acho que sim e espero continuar neste caminho.


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Acampamento Distrital do Porto A federação distrital da Juventude Socialista do Porto realizou mais um acampamento distrital que decorreu de 26 a 28 de Julho no Parque de Merendas da Capela, em Penafiel. O JS Summer Camp 2019 é já a 8ª edição deste grande encontro de jovens socialistas, num fim de semana repleto de atividades como torneios de retórica, torneios de vôlei e futebol, concertos e muita animação. Uma organização da JS Penafiel que teve como principais objetivos a consciência ecológica, eliminando a utilização

de plásticos descartáveis, optando por outras opções reutilizáveis. Numa altura em que se fala que os jovens estão cada vez mais afastados da política, estiveram reunidos em Penafiel 100 jovens provenientes de 18 concelhos do distrito do Porto. O objectivo do JS Summer Camp é promover o convívio, a criação de laços dentro e fora da estrutura, num ambiente descontraído e informal, provando que se pode fazer política em todos os momentos, atraindo cada vez mais jovens para a sua participação.


12 | Jan - Dez 2019


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Atividades Concelhias da JS JS PENAFIEL

Crise migratória na Europa A Juventude Socialista de Penafiel terminou mais um ano de atividade com a iniciativa “A Crise Migratória na Europa: realidades e desafios”. Esta aconteceu no dia 21 de dezembro de 2018, e deu-se no auditório da Escola Secundária de Penafiel. Estiveram presentes como oradores o Alto-comissário Português para as Migrações, Pedro Calado, o Presidente da Young European Socialists (YES), João Albuquerque

e também o Historiador - e voluntário junto de requerentes de asilo e refugiados na Grécia - Pedro Amaro Santos. Com este evento, a JS Penafiel conseguiu culminar diversas opiniões permitindo a todos os que estiveram presentes esclarecer dúvidas e desmistificar conceitos relacionados com os refugiados.

A crise de migrantes clandestinos que se tem vindo a intensificar por toda a Europa tem sido preocupante e Penafiel é um dos muitos concelhos do país que acolhe refugiados, denotando a importância da iniciativa da JS Penafiel, debatendo sobre um dos assuntos da ordem do dia.

gatos, que se encontram abrigados neste local, mesmo tendo em conta que as condições que reúnem são limitadas. O espaço atual já atingiu um grau de superlotação mas, não obstante, há esperança no futuro, uma vez que já se encontra em construção a Plataforma

de Acolhimento e Tratamento Animal, P.A.T.A., que será a nova localização do centro. O espaço terá maior capacidade, sendo capaz de acolher cerca de 200 animais e possuindo ainda espaços ao ar livre, o que contribuirá para um maior bem-estar de todos.

JS VILA NOVA DE GAIA

Visita a Centro Animal No passado dia 10 de janeiro, os jovens da JS de Vila Nova de Gaia visitaram o Centro de Reabilitação Animal, localizado na freguesia de Oliveira do Douro. Os militantes tiveram a oportunidade de conversar com funcionários municipais responsáveis pelo funcionamento desta instituição pública local. Foi visível a dedicação com que os funcionários trabalham para fornecer a melhor qualidade de vida possível a mais de uma centena de cães e alguns


14 | Jan - Dez 2019

JS PORTO

“Plano Habitação Porto” A concelhia do Porto, terminado o seu trabalho sobre a habitação - que resultou num conjunto de propostas, intitulado “Plano Habitação Porto” iniciou no passado dia 18 de janeiro, na sede da Federação do PS Porto, a discussão do tema da educação com o debate “A Educação é para Todos” com a participação do Dr. Manuel António Oliveira, Diretor do Agrupamento de

Escolas do Cerco. Foram discutidos aspetos centrais como a preocupação de integrar todos os estudantes no sistema de ensino, propostas para aumentar o sucesso escolar e diminuir a indisciplina – frequente em algumas escolas. Debateu-se acerca do futuro e casos de sucesso de escolas que

se têm assumido como exemplo na aplicação de abordagens educativas. Elogiou-se a do orador que, através dele, proporcionou a uma sala cheia de militantes, simpatizantes e público interessado, um momento de partilha de diretrizes para o que pode ser uma escola de futuro.

referindo que a ascensão da extrema direita tem sido um alarme frequente para os regimes democráticos, devendo ser encarada com sensibilidade pelos partidos políticos ideologicamente democratas. Apontou ainda as causas que despoletaram esta ascensão, como a crise financeira e económica, a queda do nível de vida, a intensificação dos

fluxos migratórios e o desacreditar em relação às estruturas político-partidárias tradicionais. O líder da concelhia refere que se percebermos melhor as causas, crenças, a forma como persuadem os eleitores e as consequências das políticas, conseguiremos estar conscientes dos seus perigos, bem como à melhor forma de combatê-los.

JS VALONGO

A ascensão da extrema-direita A JS Valongo realizou, no passado dia 25 de janeiro, um debate sobre o tema “A ascensão da extrema-direita na Europa e no Mundo”. Foi perante uma sala atenta que o Professor Doutor Paulo Reis Mourão conhecido e premiado professor universitário e autor de vários livros e artigos científicos em várias áreas da Economia - revelou a sua visão dinâmica e elucidativa sobre o tema. Pedro Marques Pimenta, presidente da concelhia, salientou a importância da discussão


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JS PENAFIEL projetos mais votados com orçamento até 50.000€. Até ao momento não há qualquer informação sobre essa matéria, para esta que seria a terceira edição do “Penafiel Participa”. A Juventude Socialista de Penafiel pediu A JS Penafiel mostra-se preocupada com esclarecimentos sobre o processo do o estado atual da situação. Seja pela Orçamento Participativo (OP) de Pena- falta de capacidade da Câmara Munifiel relativo a este ano. cipal a iniciar a execução dos projetos O OP tem como objetivo conceder a vencedores do ano passado, bem como todos os cidadãos a oportunidade de, por, em Janeiro de 2019, ainda não ter em cooperação com a Câmara, apresen- dado notícias da nova edição. tar e votar propostas de investimento A JS sempre defendeu o OP e não quer que permitam o desenvolvimento do acreditar que este se tenha tratado de município, sendo patrocinados os 5 uma manobra eleitoralista por parte da

Pedido de esclarecimento

Coligação Penafiel, que procura, agora, convenientemente esquecer. O orçamento participativo é um excelente impulsionador para a participação cívica na democracia e na vida política do concelho, bem como um dinamizador social e não deve, por isso, acabar. A JS Penafiel aguarda notícias nos próximos dias.

JS BAIÃO

Reuniu c/direção do Agrupamento No passado dia 1 de fevereiro, a Juventude Socialista de Baião reuniu, em Santa Marinha do Zêzere, com a Diretora do Agrupamento de Escolas do Sudeste de Baião, Manuela Miranda e ainda com a Presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação do mesmo agrupamento. A reunião decorreu no âmbito da iniciativa “Educação: o teu futuro começa aqui!” e teve como principais objectivos perceber os desafios que enfrenta atualmente o sistema de ensino, bem como

aqueles que se impõem para o futuro. Foi possível ainda debater questões como as necessidades da escola e dos alunos, bem como novos projetos a que este agrupamento tem aderido.

Foi um momento de trabalho bastante proveitoso, permitindo à JS Baião perceber o estado atual do sistema educativo, bem como perceber as necessidades que escolas e alunos enfrentam.


16 | Jan - Dez 2019

JS TROFA

Roteiro pelas Freguesias: Coronado A Juventude Socialista da Trofa, sempre defendeu as políticas de proximidade e o contacto com a população. Dessa forma, iniciamos no passado sábado, na Vila do Coronado, o Roteiro pelas Freguesias do nosso concelho. Visitamos, na Vila do Coronado, vários locais onde é necessária uma intervenção

urgente por parte da Câmara Municipal, que tem relegado a Vila do Coronado e os investimentos na mesma, provocando assim a existência de Trofenses de primeira e Trofenses de segunda. A necessidade de criar condições de acesso às habitações na Rua das Figueiras e na Travessa do Soeiro do apresentam-se,

entre outras, como medidas consideradas prioritárias para a Vila do Coronado. Em conjunto com esta requalificação, deve existir por parte da C.M.Trofa o compromisso de melhoria no Largo de Trinaterra de forma a requalificar um espaço de lazer e convívio esquecido durante largos anos pela C.M.

Juventude e Desporto de Chavães, Ovil, contando com a participação do Presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, da Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista

de Baião, Ivone Abreu e dos participantes no roteiro, nomeadamente executivos das Juntas de Freguesia e Representantes do Movimento Associativo.

JS BAIÃO

Roteiro Conhecer para intervir Na tarde do dia 23 de fevereiro, a Juventude Socialista de Baião promoveu a apresentação dos resultados do seu roteiro “Conhecer para intervir: a tua voz na tua freguesia!”, que percorreu as freguesias do município de Baião durante o ano de 2018, reunindo com os executivos das Juntas de Freguesia e com o movimento associativo, para debater os temas saúde, educação e estado social. A apresentação dos resultados, seguida de um debate, decorreu na Casa da


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JS PENAFIEL

“A Europa que queremos” No dia 21 de fevereiro no auditório Municipal de Penafiel decorreu um debate sobre o futuro da União Europeia intitulado por “A Europa que queremos”. Este debate foi organizado pela Juventude Socialista de Penafiel que teve como oradores a Eurodeputada madeirense Liliana Rodrigues e ainda o Presidente da Federação do Partido Socialista do Porto Manuel Pizarro. O debate sobre o futuro da União Europeia assume especial relevância atualmente devido às eleições europeias que acontecem em maio deste ano. O mandato da Eurodeputada Liliana Rodrigues termina em maio deste ano e esta veio partilhar com a população penafidelense quais as necessidades e as valências da União Europeia. Foram debatidas questões sobre igualdade de género, violência doméstica, a coesão territorial, o combate ao fascismo e a ascensão da extrema-direita, a migração e os direitos humanos e ainda a questão do brexit. O debate caracterizou-se pela esperança Europeia. depositada numa União Europeia coesa A Eurodeputada Liliana Rodrigues tere com os valores fundamentais vincados, mina dizendo que “É preciso inverter alertando que o futuro está nos jovens este modo de fazer política, em que se e que estes têm uma crença muita forte atropela a dignidade e a solidariedade pela luta na melhoria constante da União em nome dos interesses económicos e

da troca de influências, em que a palavra hoje dada, perde todo o valor no dia seguinte. Esse não é o meu entendimento da política. Gosto de pensar que Portugal é uma exceção e que pode contribuir para colocar a Europa no caminho certo”.


18 | Jan - Dez 2019

JS VILA NOVA DE GAIA

1ª edição do “Fazer Política” No dia 23 de fevereiro, a Juventude Socialista de Vila Nova de Gaia realizou a primeira edição do “Fazer Política”, iniciativa que visa a formação política dos militantes da Juventude Socialista de Vila Nova de Gaia, dotando-os de ferramentas e conhecimentos chaves para o exercício de uma vida cívica e partidária de excelência. Nesta primeira edição, o “Fazer Política” versou sobre as diferentes realidades de uma freguesia urbana e de uma freguesia rural, tendo valido ao debate os importantes contributos do Dr. Dário Silva, Presidente da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro, e do Dr. César Rodrigues, Presidente da Junta da União Freguesia de Grijó/Sermonde. A importância de servir genuinamente as populações das áreas às quais presidem, bem como a necessidade de reforço de políticas com dimensão social, onde se incluem, por exemplo, os transportes e a habitação, foram algumas das principais prioridades apontadas pelos Presidentes de Junta. O debate contou ainda com uma ver- parte da audiência. tente mais personalista na qual cada Após esta atividade, fica a firme convicum dos Presidentes falou sobre o seu ção de que a formação política deve ser percurso e as suas motivações na polí- uma aposta da Juventude Socialista de tica e uma vertente de perguntas por Vila Nova de Gaia, a fim de continuar

o caminho de credibilização da nossa estrutra através da preparação crescente dos militantes da Juventude Socialista.


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JS MATOSINHOS

Cidades Inteligentes A sustentabilidade das cidades e sua capacidade para servirem o ambiente, e não se servirem deste é hoje uma visão necessária para um futuro que se avizinha e que se deve potenciar positivamente. Com este intuito, a Federação do Porto da JS, no dia 9 de fevereiro,

JS AMARANTE

JS Café: Somos Europa! A Juventude Socialista de Amarante organizou, no dia 1 de março, mais uma edição do JS Café. O tema “Somos Europa!” serviu de base para uma reflexão sobre o tempo passado, o tempo presente e o futuro da Europa. A iniciativa teve lugar num ambiente informal, no Café Bar, na cidade de Amarante, e contou com a honrosa presença do Eurodeputado Dr. Francisco Assis.

realizou uma visita à “Casa em Movi- da nova geração de tecnologias (ilumento” que, depois de várias paragens minação, limpeza, etc). Foco especial em cidades de renome europeu, tomou teve o LivingLab, o quarteirão de Matolugar num dos corações da cidade de sinhos que serve como embrião de uma Matosinhos. A iniciativa iniciou-se cidade inteligente. Em seguida, Manuel com uma exposição por parte do João Vieira Lopes (criador do projeto – Casas Pereira da Silva, assessor da presi- em Movimento), apresentou o seu prodente da Câmara de Matosinhos, na jeto e o enquadramento que uma casa qual foram referidas as várias iniciati- inteligente pode ter numa cidade, bem vas e parcerias entre a Câmara, centros como todos os benefícios que poderia de investigação e tecido empresarial, proporcionar, para a cidade, para o propara a promoção da sustentabilidade prietário e não menos importante, para ambiental e económica através do uso o ambiente.


20 | Jan - Dez 2019

JS PAÇOS DE FERREIRA

Mês da prevenção da violência A JS Paços de Ferreira abraçou o mês de fevereiro como o mês de prevenção contra a violência no namoro. Durante todo o dia 14, no Facebook, a JS lançou imagens, textos e vídeos de sensibilização e informação sobre esta problemática, partilhados com toda a

comunidade, de forma a dar a conhecer esta realidade e a impelir todas as pessoas a agir caso sejam vítimas, ou testemunhas, de algum caso de violência. Já no dia 24, a JS saiu à rua numa campanha de sensibilização sobre o flagelo da violência no namoro, uma realidade bastante presente no quotidiano de muitos jovens. Abordamos pessoas das várias faixas etárias, entregando flyers com os vários graus de violência no namoro e os contactos institucionais disponíveis. Aproveitamos

para advertir sobre as violências de género e doméstica e a importância de não virar a cara e ocultar a voz perante qualquer caso de abuso, estando em contacto no terreno com uma população bastante recetiva.

europeias, discutiu-se a Europa e as questões prementes que se colocam na atualidade. Muito se pôde aprender com as intervenções do nosso convidado João Duarte Albuquerque.​ A todos os participantes, mas sobretudo

ao João Albuquerque e ao Eduardo Barroco de Melo, a JS Paços de Ferreira deixa o seu agradecimento pela participação nesta atividade, que nos deixou a todos mais ricos.

JS PAÇOS DE FERREIRA

Quizz “A Europa também és tu” No passado dia 2 de Março, à noite, a JS Paços de Ferreira promoveu um evento relativo às próximas Eleições Europeias de 26 de maio, contando com a presença do Presidente da Young Europen Socialists (YES), João Duarte Albuquerque. O evento consistiu num quizz intitulado “A Europa Também és Tu”, cujo intuito era sensibilizar para a importância da envolvência dos jovens nas questões europeias, e para o apelo ao voto nestas eleições. Após esta atividade, e num momento de debate político e de aprofundamento do conhecimento das questões gerais


Jan - Dez 2019 | 21

JS PENAFIEL

Homenagem aos 249 Anos da cidade de Penafiel No passado dia 3 de março assinaram-se os 249 anos da elevação de Penafiel a cidade. Neste âmbito a Juventude Socialista de Penafiel concretizou, ao longo do mês, duas iniciativas que discutiram o Emprego e a Habitação no concelho, realizadas na freguesia das Termas de S. Vicente e Fonte Arcada respectivamente. Os temas foram escolhidos pois, para a JS, são duas questões fundamentais e para as quais o município não tem dado resposta à altura das necessidades dos penafidelenses. O roteiro de iniciativas arrancou no dia 23 de março na antiga sede de Junta de S. Paio da Portela e contou com Sousa Pinto, diretor do Centro de Emprego e histórico socialista do concelho como orador, para expor ‘Eu quero trabalhar em Penafiel”, e esclarecer algumas questões relativas à empregabilidade, desemprego e salários, relativos ao município. Digno de destaque foi a incapacidade de atrair trabalho qualificado para Penafiel, forçando os jovens penafidelenses a trabalharem fora do seu concelho ou sujeitarem-se a trabalhar em algo que não a sua formação. Para a JS Penafiel trabalho é melhor que não trabalhar,

mas nenhum jovem se licencia para tra- em Penafiel tem resultado numa perda balhar num call center ou numa caixa demográfica ano após ano, ao passo de supermercado, e esses são os únicos que os municípios vizinhos têm aumenpostos de trabalho que a câmara muni- tado de população, o que significa que cipal tem sido capaz de criar. Penafiel está a perder população para No seguimento, Fonte Arcada foi sede os concelhos vizinhos. O facto de não para o tema “Eu quero morar em Pena- existir nenhum pelouro na câmara fiel”, no dia 30 de março. Para este municipal que mencione a palavra debate, Nuno Araújo, Presidente do ‘habitação’, estando esta pasta ambiPS Penafiel, participou como orador, e guamente dividida por 3 ou 4 pelouros explanou alguns aspetos importantes de 3 ou 4 vereadores é preocupante e sobre a habitação em Penafiel, como as relevador da reforma necessariamente oportunidades e os entraves para um urgente também neste domínio. penafidelense em ter ou procurar habi- A JS Penafiel continua a mostrar uma tação própria no concelho. Digno de política interventiva, focando assundestaque foi o facto de não se construir tos de primeira ordem, mas apostando habitação pública no concelho desde também na descentralização das suas que o PS deixou de ter poder autárquico, iniciativas às várias freguesias em em 2001. A denotada incapacidade do muitas das quais já conseguiu reunir município dar resposta ao problema condições para formalizar núcleos da habitação (a custos controlados) locais.


22 | Jan - Dez 2019

JS SANTO TIRSO

O ambiente e os rios Decorreu no dia 15 de março, na Trofa, o debate intitulado “O Ambiente e os Rios – A Reabilitação do Rio Ave”, numa iniciativa conjunta promovida pela Federação do Porto da JS e as concelhias da JS/Trofa, a JS/Vila do Conde e a JS/Santo Tirso. Inserido no Roteiro do Ambiente levado a cabo pela Federação da JS/Porto, o evento contou com a presença de Pedro Teiga, especialista em reabilitação

e recuperação de rios e ribeiras. Na intervenção que fez, Pedro Teiga chamou a atenção para a importância dos rios, em geral, e do rio Ave, em particular, seja a nível ambiental, hídrico, social e até mesmo económico para a região. Nos últimos 20 anos, tem sido desenvolvido um trabalho com vista à reabilitação e valorização ambiental da Bacia Hidrográfica do Ave. Mas, apesar das melhorias, há ainda um longo caminho a percorrer. Desde a redução das fontes de poluição do rio aos trabalhos de recuperação da galeria ribeirinha e das funcionalidades dos sistemas naturais ribeirinhos, é imperativo que haja um trabalho

JS VALONGO

Debate sobre a Transmissão da Violência No dia 22 de março, a Juventude Socialista de Valongo realizou um debate sobre o tema: “Da violência no casal à violência no namoro: A transmissão da violência”. Foi perante uma sala atenta, e que contou com perto de uma centena de pessoas, sobretudo jovens, que a Profª Doutora Madalena Sofia Oliveira nos deu uma sessão bastante interessante sobre contextos emotivos que captou e prendeu

a atenção do público presente, durante mais de duas horas de boa conversa.

consertado entra vários atores da comunidade, para que o objetivo de combater a despoluição e promover a valorização ambiental possa ser construído gradualmente. Ao fim da sessão realizada na sede da JS/Trofa, marcada por uma grande participação, ficou a certeza de que, para se continuar o caminho da reabilitação e da valorização ambiental, é necessário que exista uma estratégia global, com projetos consertados entre os diferentes municípios, com a intervenção do Governo central e, sobretudo, com o envolvimento das populações, de forma a que todos sejam atores vigilantes, protetores e promotores do ambiente.


Jan - Dez 2019 | 23

JS TROFA

Junto ao Ringue de Futebol, alertamos para a existência de uma fissura na ponte, que passa para o interior de uma habitação colocando não só em risco os proprietários como dos utilizadores diários da ponte. A Juventude Socialista da Trofa, inserido A Juventude Socialista da Trofa, reinvino seu no Roteiro pelas Freguesias visi- dica que a Câmara Municipal da Trofa e tou no dia 25 de março, a Freguesia do a Junta de Freguesia do Muro façam os Muro. esforços para resolver os problemas dos A Juventude Socialista da Trofa, alerta Murenses e não continuem a colocar em para o estado degradado dos passeios causa a segurança e qualidade de vida de acesso à Igreja do Muro. Destruídos, dos mesmos. com buracos e tubagem a céu aberto que colocam em causa a segurança dos murenses que utilizam aquele espaço.

Roteiro pelas Freguesias: Muro

JS TROFA

O teu passe TrofaPorto mudou! A Juventude Socialista da Trofa organizou várias ações de sensibilização na Estação Ferroviária da Trofa, de forma a dar a conhecer e explicar a medida do governo do Partido Socialista quanto ao novo passe social à comunidade trofense. Em conjunto com os vereadores do Partido Socialista, Amadeu Dias e Miguel Tato Diogo, a Juventude Socialista da Trofa promoveu a iniciativa do governo, tornando os passes mais baratos e, assim, criando mobilidade.


24 | Jan - Dez 2019

JS PÓVOA DE VARZIM

Fórum Pensar a Póvoa Realizou-se no dia 30 de março, a segunda edição do Fórum “Pensar a Póvoa”, organizado pela JS Póvoa de Varzim, que teve lugar na Sede da Associação local Leões da Lapa. Com um formato adequado à participação de quem nunca teve intervenção política, visando aproximar os mais jovens dos espaços de debate e colocando-os em contacto direto com a JS para que as suas ideias sejam ouvidas

com a proximidade que caracteriza a nossa forma de fazer política, foram constituídas três mesas de discussão: Cultura; Participação e Lazer, moderadas por Hugo Gonçalves, Cristiana Fernandes e Manuel Vieira, respetivamente. Os participantes tiveram ainda oportunidade de expressarem as ideias finais perante o grupo, momento que foi marcado pelo elevado nível apresentado, que muito nos orgulha, que evidenciou posições e ideias que a JS levará como bandeiras para o ano de 2019, estando a decorrer agora um processo de preparção de Mnaifestos Políticos baseados nestas discussões, que serão levados

aos órgãos políticos do Município. Queremos uma política mais próxima, capaz e transparente. Move-nos uma sociedade mais usta e solidária. A JS orgulha-se de, num município onde a pluralidade e o exercício democrático sofrem alguma asfixia, ser o espaço de debate que recebeu estes jovens. Contem connosco para lutar por uma Póvoa melhor, como nós contaremos com vocês.

JS PAREDES

Roteiro pelas Freguesias: Muro No dia 30 de março, a JS Paredes realizou o fórum de discussão subordinado ao tema “Como marcar fora de joga à violência no desporto”. A iniciativa realizada no auditório do conservatório de música de Paredes, teve como oradores convidados Fernando Valente, treinador de futebol profissional, Hugo Carvalho, deputado à Assembleia da República pelo Partido Socialista onde é parte integrante da comissão de cultura, comunicação,

juventude e desporto e coordenador do grupo de trabalho da área do desporto e ainda Pedro Condez Tomás, jurista e advogado, com trabalho académico na área do direito desportivo. O Presidente da Câmara Municipal de

Paredes Alexandre Almeida e o vereador Paulo Silva, ambos eleitos pelo Partido Socialista, apadrinharam o evento procedendo a uma breve introdução sobre o debate que se seguiria.


Jan - Dez 2019 | 25

JS TROFA

Comunicado do Núcleo da Trofa: Souto de Bairros No mandato do atual Vice-Presidente da Câmara Municipal da Trofa, como Presidente da Junta de Freguesia de Santiago de Bougado, foi criado e inaugurado um campo de futebol de praia e um espaço de lazer adjacente na zona de Bairros, no concelho da Trofa. No início apresentou-se como um local promotor da atividade desportiva ao ar livre para os trofenses, porém, hoje devido ao acumular de anos de degradação e ausência de manutenção não passa de um local onde os buracos predominam e as ervas reproduzem-se. Um espaço ao abandono, sem cuidado, e que

agora se encontra sob a tutela da Câmara Municipal da Trofa. Para além disso, é visível a falta de segurança neste local. A proteção (através de redes) junto à estrada, já não existem, colocando assim em perigo qualquer utilizador do espaço assim como a normal circulação. Devido à falta de manutenção e acompanhamento, é visível com o abatimento do solo e a degradação do espaço, vários objetos e materiais, como madeira, cabos de eletricidade e ferros, que na prática da atividade desportiva pode resultar em lesões e ferimentos graves para os atletas. A falta de condições de segurança, conforto e compromisso por parte da Câmara Municipal da Trofa e da Junta de Freguesia, nesta zona está bem expressa e deve-se à inexistência de manutenção e abandono do espaço. Esta forma de fazer política, dos dois

executivos, coloca a Freguesia de Bougado em segundo plano no que toca a usufruto por parte dos trofenses, obrigando-os a deslocarem-se para concelhos vizinhos para praticarem desporto. O Núcleo da Trofa, Núcleo de Residência da Juventude Socialista da Trofa, considera essencial que seja feita uma manutenção total ao espaço, com a colocação de novas redes, proteções, reposição do solo assim como a abertura dos sanitários presentes no local. Queremos que os jovens trofenses tenham a oportunidade de desfrutar do seu concelho e das infraestruturas que existem. Queremos que os jovens trofenses não vejam o futuro a passar por aqui. Queremos que os jovens trofenses tenham o seu futuro aqui.


26 | Jan - Dez 2019

JS BAIÃO

“O teu futuro na Europa” A iniciativa “O teu futuro na Europa”, organizada pela Juventude Socialista de Baião e pelo Partido Socialista de Baião, decorreu na tarde do dia 13 de Abril, no edifício da Junta de Freguesia de Ancede, contando com a participação do Presidente da Federação Distrital do Porto da Juventude Socialista, Eduardo Barroco Parlamento Europeu. de Melo, e de João Duarte Albuquer- A sessão proporcionou um intenso que, candidato do Partido Socialista ao debate sobre os principais desafios que

a União Europeia enfrentará, nomeadamente os que estão relacionados com a área social e com as alterações climáticas.

JS PENAFIEL

Cantar à Europa No passado dia 17 de Maio, a JS de Penafiel voltou a organizar uma noite de música e cultura para os penafidelenses, desta vez, aproveitando o mote das eleições europeias. O evento realizou-se no Largo da Ajuda e contou com a presença de vários artistas do concelho e arredores tais como: Rei Bongo e os Bons Sabores da Selva, O Triunfo dos Acéfalos, Manuel Cruz, Ana Soares e Margarida Barbosa. O evento que pretende dar visibilidade a jovens artistas

assim como festejar a Europa foi apresentado pelo humorista Gonçalo Salazar que apesar da noite fria conseguiu bons momentos de humor fazendo a ponte entre momentos de poesia e música. A JS Penafiel confirma que o evento foi um sucesso e contou com um público

diverso de amigos e simpatizantes da JS de Penafiel mas também com pessoas curiosas que estavam de passagem e que foram ficando, conseguindo o objectivo de animar os penafidelenses, dar visibilidade aos artistas e sensibilizar para a importância das eleições europeias.


Jan - Dez 2019 | 27

JS TROFA

Comemorar Abril A Juventude Socialista da Trofa comemorou Abril com um conjunto de várias atividades. A primeira foi a já celebre JS Trofa à conversa com..., com o Joao Duarte Albuquerque numa iniciativa com o tema: O 25 de Abril e a Europa. O Presidente da Young European Socialists apresentou os pilares do projeto europeu e comparou os mesmos à Revolução dos Cravos que abriu a Portugal as portas da CEE. No futuro, a esperança de Abril deve ser repetida pela Europa, de forma a combater os populismos, a extrema-direita e permitir esperança, liberdade

mas acima de tudo igualdade para todos os países-membros da União Europeia. A defesa de um novo compromisso social para a Europa, para os Portugueses com medidas para a Habitação, Emancipação Jovem, Emprego e acesso a mais cultura e oportunidades são as medidas que o Partido Socialista apresenta na sua candidatura às Eleições Europeias, com a lista, encabeçada pelo Pedro Marques

e pelo foram apresentadas pelo João Albuquerque, nesta edição do JS TROFA à conversa com João Albuquerque. Uma segunda atividade, no dia 23 de Abril, o Núcleo de Freguesia e a Concelhia da Juventude Socialista da Trofa visitaram a ASAS de forma a conhecer as valências, projetos, problemas e dificuldades desta IPSS que apoia os Trofenses a vários níveis. Já no dia 24 de Abril, a Juventude Socialista da Trofa esteve no ASAS a explicar e a pintar os símbolos do 25 de Abril junto das crianças Trofenses. Por fim, no dia 25 de abril, a Juventude Socialista da Trofa distribuiu pelas ruas do concelho da Trofa o símbolo da revolução de Abril. Acreditamos que a luta contra o fascismo , a liberdade e a igualdade que a luta dos revolucionários de Abril devem ser motivo de celebração e partilha com todos os trofenses.


28 | Jan - Dez 2019

JS AMARANTE

JS 360º – Visita a Ôlo e Canadelo No passado dia 20 de julho, a Juventude Socialista de Amarante realizou a visita à união de freguesias de Ôlo e Canadelo. A iniciativa da Juventude Socialista teve início às 14h desse mesmo dia e contou com a presença de alguns dos militantes da JS Amarante. Foi acompanhada pelo executivo da Junta de Freguesia de Ôlo e Canadelo. Os jovens socialistas começaram por

visitar a freguesia de Ôlo, iniciando a visita pelas instalações da Junta de Freguesia. Depois foram conhecer as instalações da sede da Associação Desportiva e Cénica de Ôlo, que conta com a participação de vários jovens de várias freguesias do concelho. De seguida, os militantes foram conhecer

o tão cobiçado rio Ôlo. Depois deslocaram-se até à freguesia de Canadelo para visitarem as margens banhadas pelo rio Ôlo, realizando um lanche convívio com alguma população. Esta iniciativa contou com todo o apoio e acolhimento da Junta de Freguesia de Ôlo e Canadelo.

acesso a um direito consagrado na Constituição da República Portuguesa. Na Trofa, é urgente a intervenção do executivo municipal para garantir um Plano

Municipal de Habitação de forma a ser possível os jovens ficarem na Trofa e garantirem o desenvolvimento do nosso concelho.

JS TROFA

Problemas locais com resposta nacional A Juventude Socialista da Trofa esteve à conversa com o Deputado à Assembleia da República,Hugo Pires, numa iniciativa de debate com o tema do acesso à Habitação. No dia em que foi aprovada na Assembleia da República a primeira Lei de Bases da Habitação foi possível perceber quais as ferramentas, os mecanismos e garantias do Estado, para que todos tenham a mesma oportunidade de


Jan - Dez 2019 | 29

JS PENAFIEL

Aterro sanitário de Rio Mau Face à recente campanha da Câmara Municipal de Penafiel, em que adverte os munícipes para não deitarem lixo para o chão, sob pena de coima, a JS Penafiel questiona a Câmara Municipal pela resolução do problema ambiental do aterro em Penafiel, que considera muito mais importante e urgente. O Aterro Sanitário de Penafiel, localizado na serra da Boneca, nas freguesias de Rio

Mau e Sebolido, e gerido pela Ambisousa, assunto, ou que solução procurará para foi inaugurado em 1999 e já devia estar este problema. A JS relembra que existe encerrado há vários anos. Mesmo com um acordo de rotatividade que prevê uma ampliação não prevista, o aterro de outro concelho a albergar o novo aterro, Penafiel já devia estar encerrado desde mas a passividade do executivo munici2015 e, hoje, está a receber resíduos para pal nesta matéria permitiu que o sul do os quais não está preparado, provenien- concelho se tornasse na lixeira da região. tes de vários municípios do vale do Sousa, A JS Penafiel compreende a campanha da contaminando o solo e a água de ribei- Câmara Municipal face ao lixo no chão, ras e rios que vão desaguar ao Rio Douro, mas acusa-a de estar a multar penafidenomeadamente o Rio Mau. lenses enquanto ela própria compactua A licença de funcionamento do Aterro com um crime ambiental muito mais de Penafiel termina em 2021 e não grave. poderá ser renovada. Contudo, não se ouve a Câmara Municipal a falar deste

JS TROFA

Legislativas: campanha de proximidade A 28 de setembro, a Juventude Socialista da Trofa esteve na Feira Semanal da Trofa com os candidatos do Partido Socialista à Assembleia da República (AR) pelo distrito do Porto. Com a trofense e candidata à AR Joana Lima, a JS Trofa conversou, discutiu e, especialmente, ouviu a população sobre o que é possível fazer ainda mais e melhor por Portugal. Tratou-se de mais uma atividade de

proximidade junto da população trofense, sendo esta enquadrada com as

eleições legislativas.


30 | Jan - Dez 2019

JS PÓVOA DE VARZIM

Atividades 2019 Foram várias as atividades realizadas pela JS Póvoa de Varzim ao longo dos últimos meses. De forma a assinalar o dia do trabalhador, no dia 1 de Maio iniciamos o Roteiro do trabalho, uma atividade que nos pôs em contacto com grande parte dos comerciantes, trabalhadores e empregadores do nosso concelho, que culminou num debate sobre os problemas de fundo do emprego no nosso país, e que contou com a presença do Deputado à Assembleia da República pelo PS, Tiago Barbosa Ribeiro, e a Secretária-Geral da JS, Maria Begonha.

No verão, destacamos o Torneio de Basquete, que juntou dezenas de jovens numa atividade pensada para promover, sobretudo, a atividade física e o convívio; e o Sunset de encerramento de verão, com entrada livre na Fortaleza da Póvoa de Varzim, um evento que promoveu os talentos de vários poveiros e bandas convidadas, que contou com a presença de mais de 650 jovens.


Jan - Dez 2019 | 31

Top do Mês NOVO ACORDO PARA O ENSINO SUPERIOR

Depois do balanço negativo que se fez da prevalência do crime de violência doméstica em Portugal, nos últimos anos, o Governo iniciou um processo de modernização da atuação, em várias áreas governativas, para a extinção deste crime grave, infelizmente comum no nosso país.

A ambição governativa do PS, de formar, Foi uma importante novidade a apro- cada vez mais, as jovens gerações do vação do aumento, em 35 euros, para nosso país materializou-se, mais uma o ano de 2020. Este aumento, que se vez, com o assinar do acordo para a anuncia ser contínuo até ao final do legislatura, para os anos de 2020-2023, atual mandato governativo, permitirá entre o Governo e as Instituições de um melhoramento essencial nos ren- Ensino Superior Públicas. Fortalecer o dimentos das famílias portuguesas, nosso Ensino Superior é apostar num procurando criar-lhes melhores con- futuro mais ambicioso e desenvolvido dições de Vida. para o nosso país.

NO PRESS!

ADEUS SPITZENKANDIDAT

No passado dia 4, o secretário de estado dos Estados Unidos da América, Mike Pompeo e o atual primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu encontraram-se em Lisboa limitando o acesso dos jornalistas para o relato do respetivo encontro. Conhecendo algumas polémicas, relativas a possíveis ataques à democracia, protagonizados por estes representantes internacionais, é importante continuar a lutar pela transparência nas relações internacionais.

A nomeação de Ursula Von Der Leyen, como Presidente da Comissão Europeia, veio por termo a uma tradição democrática relevante. Pela primeira vez, nenhum dos candidatos apresentados pelas diferentes famílias políticas europeias para o cargo de Spitzenkandidat acabou por ser eleito para esse cargo. Isto poderá ser uma divergência democrática relevante para o futuro europeu.

AUMENTO DO SMN PARA 635 EUROS

COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Down do Mês

“FORA, PIÑERA!”

O Chile está a atravessar um período de instabilidade social cuja intensidade remonta aos tempos da ditadura. A revolta popular deve-se ao neoliberalismo do Governo de Piñera que tem atacado o povo através de cortes nos salários, nas pensões, na educação, na saúde, entre outros setores importantes, enquanto beneficia os grandes grupos económicos.


32 | Jan - Dez 2019

DISCUSSÃO

A Voz dos Militantes

VILA NOVA DE GAIA

Alexandre Coelho

PENAFIEL

SANTO TIRSO

Cristiana L. Cruz

Diogo A. Silva

24 anos | Advogada

21 anos | Estudante

25 anos | Engenheiro

Como jovem numa Europa que atravessa um período de incertezas, acreditas que as próximas eleições representarão um voto de confiança nas instituições europeias?

A

s eleições europeias foram sempre marcadas pelo abstencionismo. Contudo mais que uma desacreditação no projeto Europeu, este abstencionismo significa sim uma falta de sensibilização de uma Europa para o real significado destas politicas e para o seu impacto no nosso dia a dia. O desconhecimento é um dos principais motores para a falta de confiança, importando assim melhorar a divulgação do projeto europeu de forma a baixar estas taxas de abstenção e a criar uma europa mais unida e mais forte.

N

ão. A União Europeia significa ainda para a população portuguesa uma instituição longínqua que por vezes se intromete nas relações e nas normas de Portugal. Infelizmente a influência direta que a União Europeia tem no ordenamento jurídico português não está clarificada na população portuguesa, o que se irá refletir nas próximas eleições europeias, em que existirão muito poucas pessoas a deslocarem-se às urnas para exercer o seu direito de voto.

A

s próximas eleições europeias são uma renovada oportunidade para mostrar e consciencializar da importância e essencialidade da União Europeia para a vida dos seus cidadãos, no que toca ao presente e ao desenho do futuro. Cabe-nos a afirmação do ser europeu como um modo de vida, sem fronteiras e de desenvolvimento.


Jan - Dez 2019 | 33

A atuação da polícia no Bairro da Jamaica para pôr fim à altercação entre duas pessoas gerou uma onda de indignação. Acreditas que o papel das forças policiais deve ser controlado?

T

odas as profissões devem ter normas de orientação e controlo da sua actividade. Como tal a polícia deve também tê-las, principalmente sendo uma área de intervenção tão próxima dos cidadãos e lidando com assuntos tão delicados como são a segurança e a liberdade. Por serem assuntos tão delicados é também mais fácil muitas vezes atravessar o limbo entre o que é uma intervenção válida e o que é aceite pela opinião pública, sendo fácil ferir susceptibilidades.

S

im. Esse controlo tem obrigatoriamente que existir devido à defesa, principalmente de arguidos, que por muitas vezes os seus direitos ficam à quem devido à atuação das forças policiais. Não podem ser concedidos poderes ilimitados às forças policiais, devido ao seu objetivo final ser a garantir segurança da população restringindo direitos fundamentais de forma abusiva. Muitas vezes é percebido que as forças policiais munem-se dos seus poderes para atuarem de forma excessiva, como por exemplo a figura da legítima defesa.

A

s forças policiais e de segurança dispõe dos seus meios próprios de controlo da sua atuação. Os problemas relativos à atuação prendem-se com a proporcionalidade da resposta. Atualmente, com a propagação extremamente ágil de todos os acontecimentos, há uma acrescida sensação de justiça popular, o que desvirtua que se esqueça os meios adequados a julgar e eventualmente punir.

Dadas as vagas de frio dos últimos meses, dados do Eurostat apontam que Portugal é dos países da Europa onde mais gente tem dificuldades em suportar o custo de aquecimento das habitações. Acreditas que se trata de um problema estrutural ou social?

A

s vagas de frio têm-se tornado uma realidade cada vez mais frequente, sendo enquadradas nas mudanças climáticas que hoje atravessamos. Portugal não está preparado, quer socialmente quer estruturalmente, para lidar com esta situação, sendo relevante insistir nas políticas de construção dirigidas para o isolamento térmico e aquecimento, dotando os nossos edifícios de melhores condições. Além disso, a falta de recursos económicos das nossas famílias devesse também ter em conta. O aquecimento, tal como outras condições higieno-sanitárias como a água potável e a eletricidade, deve ser considerado um bem essencial e ser apoiado pelo estado, tal como sucede em outros países europeus.

I

nicialmente aquando as construções de imóveis não são idealizadas formas de contornar o problema do aquecimento, porque Portugal não é um país onde a vaga de frio seja manifestamente preocupante. Atualmente, devido às alterações climáticas que o planeta está a sofrer, o aquecimento nas casas dos Portugueses começa a ser um problema. Combater um problema a priori que deveria estar pensado ab initio exige custos que os portugueses não podem despender no seu orçamento familiar, optando por soluções mais económicas, mas não tão eficazes.

A

necessidade de aquecimento reflete-se sobretudo nas populações mais idosas e isoladas, com mais baixos rendimentos e habitações pouco aconchegante. Pelas razões apontadas, colocam-se questões relativamente à coesão territorial, isolamento, desproteção de idosos e pensões reduzidas. Combatendo isso, acredito que a realidade verificada seria bem diferente.


34 | Jan - Dez 2019

Para lá dos mínimos

A

umentar o salário mínimo nacional (SMN) é uma flagrante questão de justiça social e é também uma das mais basilares formas de intervenção do estado na economia. Ainda para mais em tempos em que os radicalismos orçamentais europeus e a financeirização da economia conduziram ao apagamento do Estado no seu essencial papel intervencionista. Os resultados são os que se sabem. No total dos rendimentos dos portugueses, os rendimentos provenientes do trabalho ocupam uma fatia cada vez menor face aos rendimentos de capital. Na luta secular entre capital e trabalho, os assalariados estão a perder a batalha. E é interessante atender a esta triste ironia: a redução de salários, a redução do poder dos trabalhadores, o enfraquecimento da regulação laboral são contemporâneos de um século marcado por crise, estagnação ou crescimento risível em Portugal e na Europa. Ao mesmo tempo, no recente caso português, o aumento do salário mínimo acompanhou uma assinalável retoma económica e uma extraordinária recuperação na criação de emprego. Uns dirão que terá sido “apesar do aumento do SMN”, outros não farão relação. Na verdade, uma das causas (a maior?) para esta retoma foi precisamente o aumento de rendimentos dos trabalhadores mais pobres. E é por isso que não devemos parar por aqui. O aumento do salário mínimo é a

mais poderosa intervenção contra o maior veneno económico e social em Portugal: a desigualdade na distribuição de rendimentos. Portugal concentra praticamente todos os argumentos a favor do aumento do SMN: dignificação do trabalho e dos trabalhadores, uma mais justa distribuição de rendimentos entre patrões e assalariados, a redução da pobreza entre os que trabalham e o combate à desigualdade salarial entre homens e mulheres. Além destes, os argumentos económicos são centrais: o aumento do SMN funciona como impulso para a melhoria da produtividade, via incremento da eficiência dos processos produtivos. E este incre-

aumentar este valor e de como tanta gente, demasiada gente, permanece em níveis tão baixos de rendimento. Ainda assim, aumentar o SMN não tem efeitos excessivos na massa salarial a pagar pelas empresas. Os custos das empresas com salários são uma pequena parcela dos custos totais da sua atividade (valores entre 10% a 15%). Isto significa que, aumentar o SMN em 10% teria um efeito inferior a 1% nos custos totais das empresas. E ainda teríamos o impacto positivo na procura que esse aumento acarretaria. Com um SMN muito baixo os países tendem a competir em atividades de pouco valor acrescentado. Manter esse

mento passa por um foco em atividades geradoras de maior valor acrescentado. E, num momento de inflação baixa, o aumento do SMN contribui para um estímulo à procura e potenciação do crescimento económico. Aumentar o SMN, no nosso cenário, no nosso contexto, não é um perigo, mas sim um estímulo para a economia nacional. Os baixos salários não são consequência do atraso económico do país. São fundamentalmente a sua causa! Por isso é tão importante combater os dogmas da direita relativamente a esta matéria. É verdade que o aumento SMN abrange muitos trabalhadores (o recente aumento para seiscentos euros terá abrangido mais de um quarto dos trabalhadores). Mas essa é precisamente a demonstração do quão é importante

salário baixo promove a economia da precariedade e atrai as empresas deste tipo de economia. A precariedade produz desigualdade, e a desigualdade é inimiga do crescimento, do bem-estar estar social e é injusta! A precariedade não é um assunto apenas dos que dela sofrem diretamente, é um assunto de todos, que tem efeitos no conjunto da sociedade. Dado aquilo que aprendemos nesta legislatura sobre os efeitos do SMN e sobre as resistências que nos impõem para o seu aumento, é necessária uma firmeza absoluta nesta luta. Aumentar o SMN não é uma cedência, nem pode ser uma moeda de troca. Aumentar o salário mínimo nacional é uma urgência. | MARCO FERREIRA


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ENTREVISTA:

Tânia Teixeira OM: Como surgiu o teu interesse pela política? E como se deu a tua entrada na JS? TT:Desde muito cedo comecei a gostar da política. Lembro-me de ouvir cantar o Zeca Afonso na rádio. Em casa, a minha mãe, que é de esquerda, foi militante do PCP após o 25 de Abril, foi sindicalista e uma mulher de causas, ligada ao mundo associativo. O meu pai cresceu no seio da pequena burguesia e era um homem de direita. Desde os meus três anos de idade sempre ouvi falar de política em casa e comecei a acompanhar a minha mãe nesta área e no mundo associativo, em diversas iniciativas políticas, nas comemorações do 25 de Abril, também no PS, nos comícios com António Guterres, com Jorge Sampaio, nas autárquicas com o Fernando Gomes, nas cerimónias, na Câmara Municipal do Porto, no Palácio de Belém, no Palácio da Ajuda, reuniões com associações, sindicatos, etc. Através do mundo associativo, acompanhada pela minha mãe, desde muito nova vi crianças a serem discriminadas por viverem em bairros sociais, vi crianças a não terem as mesmas oportunidades de estudar, vi famílias a viverem em “casas” no interior da cidade, em ilhas sem o mínimo de condições dignas para viver. Vi a injustiça social! Quando entrei para o 5 º ano comecei a preocupar-me com os problemas da

escola. Na minha sala de aula havia infiltrações de água e então pedi à minha professora para me ajudar a fazer uma carta dirigida à DREN. Na altura, com o apoio da minha mãe, reuni-me com deputados da Assembleia da República e consegui que a DREN fosse visitar a escola e resolvesse aquele problema. Fui várias vezes delegada de turma. Procurei ter sempre sensibilidade para os problemas e para as necessidades das pessoas. Desde os 16 anos de idade sempre estive ligada ao mundo associativo, fazendo parte como voluntária de algumas organizações sociais.

Aos 14 anos inscrevi-me como militante da JS. A filiação na JS foi um convite e uma decisão minha. Desde os meus cinco anos que gostei de politica. Já andava pelo Partido Socialista e fui convidada para fazer parte da JS. O Partido Socialista é o partido que mais defendeu e continua a defender a igualdade e que faz progressivamente com que o país seja mais igual e livre para todos. Tive a minha primeira luta política na JS com Interrupção Voluntária da Gravidez com Pedro Nuno Santos a líder da JS. Tive oportunidade de perceber o que estava em causa. Participei


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Ser militante da JS é isto. É pertencer a um grupo de jovens sonhadores, que se identificam com os valores do socialismo democrático, que não se conformam perante as desigualdades activamente nesta luta, debati o tema para esta consciência. É a vontade de na minha escola, recolhi assinaturas melhorar a vida das pessoas e, quem nas ruas e pela primeira vez deparei-me sabe, de mudar o mundo. com a discriminação e com a crítica às A Juventude Socialista consegue estar juventudes partidárias. ao lado dos jovens, dos seus problemas, Mas foi sobretudo com as novas lide- temos “Razões de Esquerda” para lutar ranças que a JS se começou a afirmar pelo direito à habitação, pelo ensino, como uma estrutura forte e autónoma. pelo combate à precariedade, pela luta OM: Agora que está a chegar ao fim, contra o desemprego, contra a discricomo sentes que foi o teu percurso minação social, pela emancipação enquanto militante da JS? jovem. Esforçamo-nos nestas e outras TT: Em algumas palavras: cheio de lutas a favor de um País livre e progresdinamismo e de energia, foi ser a voz, sista, com a defesa da regulamentação ter a vontade e o querer de fazer mais do trabalho sexual, a eliminação das e melhor. Um percurso onde foi possí- propinas, entre outras situações, aprevel acreditar que podemos viver num sentando propostas e contributos para mundo melhor, mais justo, solidário e as resolver. fraterno. Somos uma Jota Socialista progressista Ser militante da JS é isto. É perten- de transformação social, que está do cer a um grupo de jovens sonhadores, lado certo da história, em luta por um que se identificam com os valores do país à frente do nosso tempo. socialismo democrático, que não se Do meu lado, o meu empenho foi e é conformam perante as desigualdades também este. Acredito num mundo e as injustiças sociais. mais justo, solidário e igualitário. Ao participar intensamente em diver- Reforço, é isto ser militante da JS e ser sas iniciativas e campanhas, percorri de esquerda. milhares de quilómetros pelos distritos, OM: Quais foram as figuras (nacionais pelo País. Conheci realidades sociais e e estrangeiras) que mais marcaram a histórias de vida diferentes em cada tua militância? concelho ou distrito. Aprendi a fazer TT: O meu primeiro comício foi com política e o porquê de a fazer e a missão António Guterres, no Porto. Vi a sua luta de lutar pelas causas em que acredito. contra a pobreza e desigualdade social. Todas as intervenções, as participações Defesa pelas políticas sociais, uma área nos debates, as formações, os congres- que sempre defendi. sos e as apresentações de moções, bem António Guterres um político humacomo todos aqueles com quem me fui nista, um homem que começou como cruzando foram muito importantes voluntário em bairros de lata enquanto

estudante e via a política como a forma de mudar uma sociedade “cheia de injustiças”, foi sempre um político com o qual me identifiquei. Não é por acaso que foi nomeado para Secretário-geral da ONU. Quando em 1995 foi eleito primeiro-ministro, António Guterres tinha atrás de si uma campanha eleitoral que assentou em duas ideias de ordem: “As pessoas não são números” e “A paixão pela educação”. Foram duas frases de propaganda que reflectiam muito mais do que a simples mensagem política imediata. Elas representavam a preocupação com a justiça social. Defendeu e reforçou o Sistema Nacional de Saúde, inaugurou a assistência


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pública e as políticas para a terceira idade, combateu a pobreza com um programa de erradicação de barracas e a criação do Rendimento Mínimo Garantido, sem esquecer a assunção do combate à toxicodependência enquanto questão de saúde. Jorge Sampaio pela a sua humanidade e importância pelas entidades socias. Ainda me recordo bem das cerimonias que assisti, protocolos, o apoio que dava às entidades sociais e a luta pela injustiça social. Mário Soares «Um Político Assume-se» Um político de todos os combates contra a ditadura, pela Liberdade, pela Democracia e pelos Direitos do Homem, pela Europa, considerado uma referência

democrática, não só em Portugal, como a destruir as políticas aplicadas por na Europa. OBama. Na campanha MP3, campanha às Presi- Alexandria Ocasio-Cortez é a mulher denciais com Mário Soares a candidato, mais nova a chegar à Câmara dos tive uma das experiências mais signi- Representantes, nos Estados Unidos. ficativas para mim. Gostei muito de Reivindica medidas como o fim das proconhecer o Dr. Mário Soares. pinas no ensino superior e um sistema Soares é fixe, foi e vai continuar a ser. de saúde para todos. Está vivo na memória de todos e na história da Juventude Socialista e do Partido Socialista. Mário Soares amava a liberdade. É essa a sua herança, que devemos continuar amar. Estrangeiras - Barack Obama, Alexandria Ocasio-Cortez Barack Obama é a pessoa mais inspira- A política é um meio onde os jovens já dora na política mundial. começam a ter o seu espaço, mas ainda Barack Obama é um político norte-a- há muitas mentalidades para mudar. As mericano, eleito presidente dos Estados mulheres e os jovens tem de ser ouviUnidos em novembro de 2008. Para dos e representados. Obama a América é para todos. “Não No caminho na luta contra a desihá uma América negra e uma América gualdade de género ainda há muito a branca e uma América latina e uma fazer. E é na política que devemos dar América asiática. Há os Estados Unidos o exemplo. da América”. OM: Qual é o balanço que fazes da Obama foi um bom presidente para os governação do Partido Socialista no EUA e para o resto do mundo. governo da república? Vai ficar lembrado pela reforma do TT: Depois destes 3 anos com António sistema de saúde e pela recupera- Costa a governar temos resultados posição económica. Não esquecer que ele tivos, podemos dizer todos com orgulho herdou a maior crise econômica dos “somos socialistas”. Falar no programa EUA desde a Grande Depressão de do Partido Socialista remete-nos para 1929. Um marco também na sua luta os sentimentos de confiança e espeno combate ao terrorismo, e pela luta rança por um Portugal diferente e de pela igualdade. oportunidades para todos. Ao contrário, Donald Trump tem vindo O País está melhor e é tempo de

As mulheres e os jovens têm de ser ouvidos e representados


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É bem visível que foi possível governar com um governo maioritário de esquerda

confiança. Agora sim, temos um Estado social para todos, mas ainda há muito por mudar. Sem dúvida, a alternativa e a confiança que Portugal precisava e precisa para as melhorias está no PS! Temos um governo que está próximo das pessoas e dos problemas do país. O Governo continua na União Europeia a mostrar a diferença na história da democracia. Fizemos história ao derrubar pequenos muros que existiam entre o PS, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português. O balanço desta governação é

desistiu dos portugueses e mostrou a porta da emigração. A esquerda conseguiu acabar com estas medidas radicais impostas pelo governação anterior. Mas insisto, ainda há muito para mudar. Não é em quatro anos que se muda tudo. O trabalho é para continuar. Mas, sem dúvida, o balanço desta governação é positivo. OM: Em outubro deste ano, e caso o Partido Socialista consiga atingir a maioria absoluta, consideras que atual solução governativa se deve repetir? TT: É bem visível que foi possível governar com um governo maioritário de esquerda. Tendo com base cumprir com um grande conjunto de propostas e medidas que foram possíveis estabilizar a economia do país e ao mesmo tempo garantir melhor condições de vida aos cidadãos. Se formos governo positivo. nas próximas eleições legislativas e se Houve melhorias na educação, na saúde, tivermos de governar com algum dos na redução do défice ou no aumento partidos, penso que será importante do salário mínimo nacional. Promo- continuar com uma relação com os veu-se igualdade, inclusão, tornou-se o partidos de esquerda. Tendo sempre IRS mais justo para as famílias, aumen- por base acordos de governação com tou-se o abono de família, alargou-se a políticas de esquerda. licença de parentalidade, combateu-se Mas depende do governo, das propostas a precariedade, apostou-se na cultura e da esquerda e do resultado das eleições nas politicas de habitação.. obviamente. O governo teve a coragem de romper Agora, dos valores que defendo seria com as políticas anteriores, impostas um erro que o Partido Socialista se pela direita. As pessoas não se esque- aliasse aos partidos da direita. O camicem dos cortes de subsídios, feriados, nho é pela esquerda. salários pensões e de um governo que | JOÃO COUTINHO


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ENTREVISTA:

Hugo Carvalho Gonçalves OM: O que te fez juntar à Juventude Socialista? HCG: Tenho um percurso relativamente atípico, na medida em que só me juntei à JS já depois de ter saído da faculdade e já quando estava a estagiar, algures em 2012/2013. A minha participação cívica até essa altura fundava-se principalmente no associativismo estudantil ao qual me dediquei ininterruptamente desde o meu secundário. Fui presidente da AE da minha escola secundária, fui depois presidente da AE da faculdade direito UP, por isso a participação cívica sempre foi algo muito presente no meu dia a dia. O que me importava principalmente era poder ter um papel interventivo na minha comunidade e foi no associativismo estudantil onde senti que pudia cumprir, numa primeira fase, essa minha vocação. Quando terminou essa fase, com algum vazio à mistura, sendo a participação política já algo que tinha relativamente no meu horizonte, senti que podia ser a altura de dar esse passo e uma forma de continuar a dar de mim aos outros. A escolha pela JS/PS foi relativamente pacífica pela identidade de princípios. Na verdade, o que acho é que as pessoas devem procurar participar na sua comunidade da forma que se sentirem mais à vontade, no meu caso vim à experiência e fui muito bem acolhido nesta casa. O resto é história.

OM: Quais foram os momentos mais marcantes da tua militância na Juventude Socialista? HCG: Não gosto nada desta pergunta porque não sou nada saudosista. Sempre vi a minha participação como algo dinâmico e todos os momentos, mais pequenos ou maiores, foram formas e oportunidades que tive para contribuir para a organização na qual me insiro, procurando ter sempre um reflexo na vida lá fora, que é a que verdadeiramente interessa. Contudo, descontando os maus, porque naturalmente também existem, posso selecionar três: a minha experiência

como Coordenador Nacional dos Jovens Trabalhadores Socialistas, que me permitiram dar o meu contributo pessoal para um tema, o Trabalho, que era debatido de uma forma pouco aprofundada (embora cada vez mais, felizmente, isso não seja verdade), apesar da relação inata que tem com um projecto político de esquerda. Somos ainda uma estrutura política muito direccionada para o estudante do ensino superior e sinto que pude dar um humilde contributo para alargar a abrangência que temos, se queremos ser representativos dos jovens portugueses, que ter. Em segundo lugar, naturalmente, a


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... talvez o que emocionalmente me diz mais, ter podido acompanhar a JS da Póvoa desde uma estrutura praticamente

oportunidade que tive, por convite do Eduardo, de ser Secretário Federativo para Organização. Era um cargo novo na estrutura, cuja importância me parece hoje consolidada, o que é bom sinal, e que se tornou na possibilidade de ter uma função cuja utilidade era tão só poder ajudar diariamente a nossa federação e as nossas 18 concelhias. Foi a experiência mais intensa que tive na JS e por isso mesmo foi muito enriquecedor em todos os aspectos. E por fim, talvez o que emocionalmente me diz mais, ter podido acompanhar a Juventude Socialista da Póvoa desde uma estrutura praticamente inexistente à estrutura renovada e de referência a nível distrital e nacional que, sem falsas humildade, hoje é. Olhar hoje para JS Póvoa é sentir que alguma coisa de bom devo ter feito e acho que é esse conforto que todos procuramos quando terminamos um determinado percurso. OM: Quais as mudanças que aguardas ver por parte da atual ação do governo do PS no nosso país? HCG: A política é fundamentalmente um lugar de expectativas. E as expectativas são dos padrões de avaliação mais frustrantes que existem. Se há 5 anos, por exemplo, vos dissesse que hoje o país teria o desemprego ao nível que está hoje, alguém acreditaria? Ou que o PS era o partido das contas certas, alguém deixaria de gozar comigo? Mas a memória não é lá grande coisa nestas vidas. A minha convicção é que o rumo

que está ser seguido é o rumo certo, independentemente de poder discordar em várias questões, o que naturalmente acontece. Ou seja, eu não espero mudanças mágicas propriamente ditas, eu espero é que o PS seja capaz de colocar o país no rumo que acredito que tem que ser colocado. O que eu quero é ver emprego digno, habitação como um verdadeiro direito universal, que ninguém em Portugal deixe de estudar ou tenha sucesso porque não nasceu num berço de ouro ou que as questões da emergência climática não sejam marketing governativo. A democracia é um processo dinâmico que se constrói todos os dias, é para isso que as nossas convicções são úteis, porque dão, sobretudo, coerência à nossa actividade política. OM: Quais são os maiores desafios com que a JS se depara? HCG: Fundamentalmente, os desafios que a JS se depara são os mesmos das outras organizações políticas de juventude, diria mesmo com qualquer actividade colectiva. Credibilidade. Basicamente, o preconceito com as Juventudes Partidárias são só uma modalidade do preconceito que hoje pesa sobre a política em geral. Em abstracto pensemos: um jovem, que é constantemente acusado de não querer saber de nada, inscreve-se numa organização política para participar na sua comunidade, debater e aprender, e a resposta que recebe da sociedade

é uma crítica? Isto não faz sentido nenhum. Quem aqui está sabe as horas que aqui perdemos, o que abdicamos e, sobretudo, como nos tornamos cidadãos muito mais completos. Mas de nada importa vivermos nesta bolha revoltados com quem olha para


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inexistente à estrutura renovada e de referência a nível distrital e nacional que, sem falsas humildade, hoje é.

nós dessa forma. Aliás, o grande problema da política (e é mesmo isso que alimenta todas as formas de populismo), é exactamente essa divisão: Nós os Cidadãos, Eles os Políticos. Essa é uma visão absolutamente antidemocrática. Como se a política não fizesse parte da

vida em comunidade. De qualquer das formas, qualquer pessoa que hoje está na política tem também essa responsabilidade acrescida: a do comportamento ético irrepreensível. Porque cada vez que alguém falha levamos todos por tabela. Fala-se de grandes reformas do sistema político…A mais importante de todas é mesmo sairmos da bolha confortável em que nos encontramos com os nossos pares, que pensam mais ou menos como nós, das bolhas das redes sociais e irmos fazer coisas junto das pessoa que, genericamente, não acreditam em nada disto que andamos aqui a fazer. Debates, actividades, propostas, simplesmente falar com as pessoas, sejam nossos familiares, amigos, colegas de trabalho e às vezes até desconhecidos. Essa é a essência da política, não é vivermos em clubes fechados, por mais conforto que isso traga. A JS se quer ser sustentável tem que aplicar estes princípios a si própria enquanto estrutura. Primeiro, não tem que ser um PS dos pequeninos. Pelo contrário, tem que influenciar directamente a forma de fazer política no próprio PS, mais aberta, transparente, comunitária e útil. E segundo, tem que estar onde os jovens estão e falar dos assuntos que são realmente importantes. Há esta transição para uma estrutura activista, à falta de melhor termo porque não vejo como possa haver participação política sem

activismo, e tem que sair das paredes onde está demasiadas vezes confinada, percebendo que a forma de comunicar mudou radicalmente. É este o desafio para todos os militantes e simultaneamente para toda a estrutura: ganhar credibilidade passo a passo. Porque sem credibilidade de nada importa passar a melhor e mais certa mensagem do mundo. Simplesmente não vai ser recebida. Mas sinto que estamos a entrar numa fase polarizada da nossa vida pública e que isso, com todos os defeitos que traz, traz também cada vez mais jovens com vontade de não deixarem que ninguém fale por eles. Então que sintam que o podem fazer nesta nossa casa comum, a Juventude Socialista. | DIOGO SILVA


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