O Mensalista - Abril e Maio 2018

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Abril-Maio 2018 | Edição 15 | Diretora: Inês Monteiro Redação: Diogo Amaral, Diogo Silva, Eliana Pinto, João Coutinho, Paula Moreira, Pedro Salazar, Rafael Martins Designer Editorial: Válter Santos

ANÁLISE POLÍTICA:

A Liberdade é o valor revolucionário conquistado por Abril p23

A Liberdade Saiu à Rua As comemorações do 25 de Abril da Federação do Porto da JS (p6a8)

ATIVIDADES:

A VOZ DOS MILITANTES:

ENTREVISTA:

A semana dedicada aos jovens estudantes sob o lema “Dá voz ao conhecimento” p5

Grândola Vila Morena: “Terra da Fraternidade, o Povo é quem mais ordena…” p20/21

A opinião da Presidente do Conselho de Jurisdição da Federação do Porto da JS p24a26

Action Week na Federação do Porto da JS

Ouvindo e recordando os valores de Abril

Eduarda Ferreira revela os seus desafios


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Equipa Inês Monteiro

Rafael G. Martins

Diretora | Penafiel

Jornalista | Paços de Ferreira

Diogo Amaral

Diogo Silva

Editor | Trofa

Analista | Vila Nova de Gaia

Paula Moreira

Pedro M. Salazar

Editora | Baião

Analista | Póvoa de Varzim

Eliana Pinto

Gonçalo O. Salazar

Jornalista | Amarante

Cronista | Matosinhos

João Coutinho

Válter Santos

Jornalista | Valongo

Designer Editorial | Maia


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Editorial

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ecordar o 25 de Abril é acreditar que é possível fazer uma revolução pacífica, democrática, romântica - e de todos. Um dos maiores legados, se não o mais importante, que a nossa geração herdou dos nossos antepassados é a possibilidade de sermos livres. Por isso, não nos só foi possível porque homens e mulhepodemos esquecer de celebrar sempre res quiseram, tentaram e conseguiram Abril. O 25 de Abril é um dos dias mais que, agora, apenas se falasse em Ditanaturais para a minha – nossa – gera- dura no pretérito perfeito. Grito “25 ção. E porquê? Exatamente porque de Abril, sempre!”, não porque tem de nascemos após a Revolução e fomos acontecer todos os dias, mas porque já uma espécie de baby-boomers do novo aconteceu e (até ver) foi para sempre. Portugal democrático. Somos mais um Fico descansada e tranquila por sentir rescaldo que um resultado: trazemos o que hoje em dia, a minha geração sabe peso da expectativa e o desleixo do des- dar valor ao legado de Abril que herdou. conhecimento, o privilégio de termos Acredito que estaremos prontos a nascido em Liberdade e a responsabi- sermos os heróis e herdeiros de todas lidade do heroísmo que nos antecedeu. as madrugadas quantas sejam necessáNão desonremos o feito daqueles heróis, rias para preservamos a liberdade. os mesmos que nos garantiram a Liberdade que, agora, consideramos um “Esta é a madrugada que eu esperava dado adquirido. Desde que me conheço O dia inicial inteiro e limpo que celebro Abril e não posso estar Onde emergimos da noite e do silêncio mais grata aos meus pais. Por, quando E livres habitamos a substância do era criança, fazer as viagens de carro tempo” a ouvir Sérgio Godinho, Zeca Afonso e José Mário Branco. Pelas histórias do Sophia de Mello Breyner, ‘25 de Abril’ meu pai e do meu avô, enquanto adoles- in “O Nome das Coisas”, 1977 cente, sobre como viveram a revolução e como lutaram contra a ditadura. Mas, | INÊS MONTEIRO principalmente, por me terem incutido os valores da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Hei-de sempre gritar: “25 de Abril, sempre! Fascismo nunca mais!”, porque a Revolução dos Cravos

Hei-de sempre gritar: 25 de Abril, sempre! Fascismo nunca mais!


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Roteiro da Habitação e Emancipação

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o passado dia 29 de março, a Federação Distrital do Porto da Juventude Socialista iniciou o seu roteiro no âmbito da Habitação e Emancipação com um encontro de ideias sobre o seu promotor mais frequente: o poder local. A iniciativa teve lugar no auditório da Cooperativa Água Viva, em Matosinhos, e contou com a participação de Tiago Maia, administrador executivo da MatosinhosHabit, e de Paula Marques, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa e responsável pelo pelouro da habitação. A presença destes afigurou-se pertinente, na medida em que cada um apresentou a sua perspetiva relativamente à realidade habitacional de Matosinhos e Lisboa, respetivamente, bem como teceram considerações sobre a problemática da habitação enquanto direito constitucionalmente garantido. Apesar de se tratarem de responsáveis por territórios com escalas distintas, existem problemáticas comuns como a especulação imobiliária, a ausência de regulação das rendas e a desproporção entre a oferta e a procura. Embora existam programas para apoiar as famílias mais vulneráveis economicamente e até mesmo para os jovens estudantes, os municípios não têm capacidade para dar resposta a todos as solicitações. Por isso, torna-se urgente criar políticas públicas que visem a regulação das leis de arrendamento e o incentivo à iniciativa privada, compatibilizando

A Federação do Porto da JS iniciou o roteiro da habitação e emancipação em Matosinhos

os interesses económicos e o bem-estar público. A reconversão dos objetivos das cooperativas, direcionando-as para o arrendamento, foi outro dos tópicos abordados pelos oradores e por um público participativo, maioritariamente jovem, que manifestou preocupação face à situação atual do país em relação à habitação. O roteiro federativo para a habitação e emancipação percorrerá o distrito do Porto até Maio, procurando

compreender as diferentes realidades de cumprimento de direito à habitação, bem como as soluções implementadas ou projetadas em cada território, assim como práticas municipais de incentivo à emancipação. Sendo um tema fundamental na vida dos jovens portuenses, a Federação Distrital do Porto pretende concluir este roteiro com um conjunto de propostas políticas neste domínio.


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Action Week na Federação do Porto

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Juventude Socialista e os Estudantes Socialistas realizaram, na semana de 19 a 24 de março, uma Action Week sob o lema «Dá voz ao conhecimento», com o objetivo de assinalar o Dia do Estudante, que aconteceu a 24 de março, mas também com o fim divulgar junto dos jovens as propostas da JS para os setores da educação e do ensino superior. A Federação do Porto JS foi para a rua, mobilizando jovens socialistas em diversas escolas básicas e secundárias, universidades e

politécnicos por todo o distrito. Desde Lousada à Trofa, de Penafiel a Vila Nova de Gaia, de Baião a Vila do Conde, passando pelo Porto e pela Maia. Foram distribuídos flyers que, além de revelarem algumas propostas como a Propina Zero, a Valorização da Representação Estudantil ou o Apoio nas Rendas dos Estudantes Deslocados e informações sobre a Juventude Socialista e os Estudantes Socialistas, procuram recolher desafios, preocupações e sugestões que os jovens queiram apresentar à JS. No

último dia de ação, a Federação do Porto contou com a presença do Coordenador Nacional dos Estudantes Socialistas, Tiago Veloso. Através da Action Week a Juventude Socialista demonstrou, uma vez mais, que a está sensibilizada em aproximar-se dos jovens e das suas necessidades, mas dando-lhes também a conhecer a importância da participação cívica e política, assim como algumas das bandeira da JS. | INÊS MONTEIRO


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COMEMORAÇÕES DE ABRIL

A Liberdade Saiu à Rua

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Federação Distrital do Porto da Juventude Socialista realizou um ciclo de três conferências no âmbito das comemorações do 25 de Abril e do 1 de Maio com o mote “A Liberdade Saiu à Rua”. A tertúlia “As Portas que Abril Abriu” iniciou o ciclo de comemorações no dia 21 de Abril. Pela noite, na Quinta da Caverneira, na Maia, a Federação recebeu como convidados a Prof. Doutora Irene Flunser Pimentel, uma das mais eminentes historiadoras portuguesas e especialista em História Contemporânea de Portugal, bem como o Dr. Diogo Leão, deputado do Partido Socialista e também ele historiador. Nesta atividade, os militantes da Juventude Socialista e os demais convidados tiveram a oportunidade de aprender

mais sobre o tempo do Estado Novo, as razões que levaram à sua sustentação durante tanto tempo, as condições políticas para o seu aparecimento e como se deu o desenvolvimento do Processo Revolucionário e a implementação de um sistema democrático e pluripartidário. Puderam ainda discutir os desafios atuais da democracia, qual o papel dos cidadãos e dos socialistas em particular na manutenção e desenvolvimento da liberdade e do regime político representativo, refletir sobre o papel das forças armadas, dos agentes culturais e do sindicalismo, bem como de outros grupos de cidadãos, na Revolução dos Cravos e no presente. Por sua vez, no dia 26 de abril no Ateneu Comercial do Porto, a Federação do Porto deu continuidade

ao ciclo de conferências com a tertúlia “A Cantiga é uma Arma?” que contou com a presença de Vitorino Salomé, icónico cantor e compositor Português, e Carlos Carranca, poeta e cantor de Coimbra. Nesta iniciativa direcionada para a cultura, os oradores transmitiram a mensagem de que existe sempre espaço para a música, poesia e arte como forma de intervenção política e que, esta via de intervenção, é tanto mais usada quanto a sociedade estiver sobre uma pressão social e económica mais evidentes. Comentaram ainda que, hoje em dia, apesar de a música e a poesia serem ainda usadas com um cariz interventivo, o facto de Portugal estar politicamente estável, diminui a sua eficácia e a sua visibilidade para a


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“As Portas que Abril Abriu”, “A Cantiga é Uma Arma?” e “Que Força é Essa?” foram o mote das três conferências organizadas nestas comemorações sociedade em geral. Assim, nessa noite, os Jovens Socialistas puderam constatar que a cultura, seja na forma de cantiga ou poesia, é a arma mais poderosa de um povo. “Que Força é Essa?” foi o título da última tertúlia, intimamente ligada às comemorações do 1º de Maio, realizada no dia 12 de maio, na Biblioteca Municipal de Lousada. O Professor Manuel Carvalho da Silva, ex dirigente sindical, professor universitário, investigador do CES e escritor, foi o orador. Este traçou o panorama do sindicalismo em Portugal numa vertente atualista, o chamado sindicalismo do século XXI. Na sequência da conferência foram abordados um conjunto de desafios que os sindicatos e os trabalhadores têm nos dias de hoje, tais como as novas bandeiras na área laboral, os desafios do 1º de Maio, a sua renovação, as funções sociais e a centralidade do Trabalho. As principais funções do Trabalho foram também abordadas, enumerando o objetivo mais básico que é a função alimentar, que tem por base a retribuição mensal e a dignidade do fator Trabalho e, por outro lado, uma função abstrata mas muito importante, a dignidade ôntica, na medida em que o Trabalho é olhado numa vertente de realização pessoal do próprio trabalhador – que a ela tem direito. Muito mais havia a tratar, mas num conjunto de iniciativas sobre o 25 de Abril e 1º de Maio a palavra foi dada à plateia, acontecendo o diálogo e a partilha de


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Mais de 80 jovens socialistas integraram a Marcha de comemoração do 25 de Abril de 1974

conhecimento entre o convidado e os jovens que assistiram. Apesar de não se enquadrar no ciclo de conferências no âmbito das celebrações “A Liberdade Saiu à Rua”, no dia 25 de abril, a Federação do Porto da JS marcou presença, como habitual, na Marcha da Liberdade pelas ruas da cidade do Porto. Sob o lema «Educação é Revolução», mais de oitenta jovens socialistas integraram as comemorações oficiais do 25 de Abril de 1974, em conjunto com dezenas de forças políticas e associativas, num momento de celebração da conquista da liberdade e da democracia. Durante a marcha, através de palavras de ordem, cânticos e marcha lenta, os jovens da Federação do Porto fizeram-se ouvir e mostraram que se encontram sempre prontos para assegurar o futuro que Abril permitiu. Mas, este ano, a Federação do Porto foi mais além e, através de cartazes, deu voz a várias preocupações políticas e sociais, como a educação e o muito que ainda há a cumprir no ensino básico, secundário e no ensino superior, a precariedade laboral, a igualdade de género e as políticas europeias. A Federação Distrital da Juventude Socialista do Porto demonstrou, de forma histórica, que os valores da Democracia, da Constituição e de Abril estão bem patentes na sua génese e que nunca deixará que sejam esquecidos. | INÊS MONTEIRO


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Atividades Concelhias da JS JS AMARANTE

Encontro Nacional de Estudantes Socialistas Realizou-se em Amarante, nos dias 7 e 8 de abril, o Encontro Nacional de Estudantes Socialistas. O encontro juntou mais de uma centena de militantes da JS, desde representantes de todos os núcleos de estudantes socialistas do país a militantes e dirigentes da Juventude Socialista para debater o presente e o futuro da educação em Portugal. A iniciativa teve inicio no sábado, dia 7 de abril, com o Plenário Nacional dos Estudantes Socialistas. O encerramento do dia de trabalhos esteve a cargo do Coordenador Nacional dos Estudantes Socialistas eleito, Tiago Veloso, e do Secretário-geral da JS e deputado à Assembleia da República Ivan Gonçalves. O Secretário-geral da JS, Ivan Gonçalves, defendeu que «A ação do atual Governo na área do Ensino Superior tem ficado aquém das nossas expectativas se por um lado é preciso continuar a aprofundar a diminuição dos custos de frequência no Ensino Superior, baixando as propinas, reforçando a ação social escolar e uniformizando e reduzindo as taxas e emolumentos praticadas nas

instituições, é também preciso que se garanta que as Universidades e Politécnicos não fiquem à margem do grande combate à precariedade que está a ser feito em todos os setores da Administração Pública». O último momento deste Encontro Nacional de Estudantes Socialistas teve lugar no dia 8 de abril de manhã, com uma conversa com Tiago Brandão Rodrigues, Ministro da Educação. Este momento descontraído

de debate e reflexão permitiu que Tiago Brandão Rodrigues desse a conhecer a visão do atual processo de transformação do sistema educativo em Portugal e que muitos estudantes questionassem o ministro sobre as atuais opções governativas. É de assinalar também a reativação do núcleo de estudantes socialistas de Amarante onde o militante Rúben Cunha tomou posse como presidente.


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JS TROFA

JS Trofa À Conversa com A Juventude Socialista da Trofa voltou a organizar uma iniciativa junto dos trofenses para debater sobre os Prós e Contras da Legalização das Drogas do Bloco de Esquerda para a legalização Leves. Os oradores convidados foram do consumo para fins terapêuticos e os o Deputado à Assembleia da República, efeitos que o consumo tanto terapêutico Tiago Barbosa Ribeiro e, João Azevedo, como recreativo influencia o consumiMédico e Membro do Secretariado Con- dor, foram temas abordados durante a celhio do Partido Socialista da Trofa. discussão no Teorias - Comes & Bebes O processo de discussão interno do Par- - Snackbar. Por outro lado, a importântido Socialista, a abordagem da proposta cia do impacto económico da legalização,

JS VILA DO CONDE

JS Care No sábado, dia 14 de março, a JS de Vila do Conde realizou a iniciativa JS Care, tendo como mote o Círculo Católico de Operário. Esta foi uma ação no âmbito da saúde, do núcleo de Saúde e Ação Social, com o objetivo de alertar e consciencializar os jovens vilacondenses a ter uma atitude mais responsável nesta matéria. A sessão de abertura contou com a intervenção do Presidente da JS Vila do Conde, Ânser Coelho, e com o Presidente da Federação Distrital do Porto da JS, Eduardo Barroco Melo.

Posteriormente, o primeiro painel ficou marcado pela temática dos comportamentos de risco na juventude, com o Enf. Mário Cerejeira (CHPVVC) e a Enf. Idrisse Coelho (CHPVVC). Estes alertaram os jovens para as questões ligadas aos excessos de consumo de álcool e de estupefacientes, distúrbios alimentares, hipertensão arterial e DST’S. A Cruz Vermelha Portuguesa - Delegação

a regulação do mercado e o combate ao tráfico foram também assuntos abordados pelos jovens presentes na iniciativa. A Juventude Socialista da Trofa aposta cada vez mais na proximidade e interação com os jovens trofenses. É extremamente importante levar a discussão à sociedade e trazer a sociedade à discussão.

de Vila do Conde - constituiu o segundo painel, que através da experiência de Tânia Cruz, foi possível elucidar acerca do Suporte Básico de Vida e o seu protocolo, dando exemplos práticos de manobras de reanimação e de desobstrução das vias respiratórias. O terceiro painel focou-se na vertente da saúde no desporto, contando com a participação de Ft. Joaquim Pontes (Fisionorte) e o Ft. Pedro Dias (FC Porto), tendo sido abordada a importância da Fisioterapia na recuperação do atleta, aliada às boas práticas no tratamento de lesões e como reagir. Por último, os presentes realizaram rastreios promovidos pela Cruz Vermelha Portuguesa e pela Nutricionista Patrícia Marques.


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JS AMARANTE

a Juventude Socialista de Amarante reuniu com a Associação Recreativa de Padronelo (ARPA), fundada em 1982. De seguida, conhecemos um dos espaços verdes mais frequentados de Amarante no Verão, a praia fluvial de Padronelo. No passado dia 3 de março a Juventude A Juventude Socialista de Amarante visiSocialista de Amarante organizou mais tou ainda o Paço de Dona Loba, cuja vida um JS360, desta vez na freguesia de deu origem a uma lenda escrita por Frei Padronelo. Padronelo é uma freguesia do Luís de Sousa no séc. XVII. O Paço, ediconcelho de Amarante com 2,49 km² de ficado no século XIV e classificado como área e 884 habitantes.Com início marcado monumento nacional em 1978, vai ser para as 14h, a JS Amarante reuniu com alvo de um conjunto de estudos com vista o Presidente da Junta de Padronelo que à sua conservação e valorização patrimoteve oportunidade de transmitir algumas nial. Para terminar, como não poderia notas sobre a história e os pontos de maior deixar de ser, a Juventude Socialista de interesse da freguesia. Posteriormente, Amarante visitou uma padaria tradicional

JS 360º Visita a Padronelo

de Padronelo, onde teve a honra de experimentar alguns dos doces típicos da região e o famoso trigo de Padronelo.

JS BAIÃO

Turismo no Douro Verde No passado dia 17 de Março, a Juventude Socialista de Baião promoveu mais uma iniciativa no âmbito da JS Café, tendo como mote “Perspetivas para o Turismo no Douro Verde”. A atividade decorreu no espaço de restauração “Tasquinha D’Otília”, na freguesia de Valadares e contou com a participação de Joaquim Ribeiro (empresário), Ricardo Magalhães (Rota do Românico) e Jorge Caetano (Presidente da Cooperativa Dólmen). Desencadeou-se, assim, um

debate sobre o futuro da atividade turística na região do Douro Verde, na qual o município de Baião está integrado. Tendo decorrido de forma bastante interativa com o público, permitiu uma participação ativa dos presentes, pela colocação de questões aos oradores e partilha de perspetivas pública e privada acerca do tema.Por fim, o objeto

de discussão afigura-se pertinente, uma vez que o turismo é um setor em crescimento no território, estando dependente da colaboração entre entidades públicas e privadas, no sentido de melhorar os serviços prestados a quem visita esta região e também para que os visitantes possam usufruir de todas as potencialidades do território.


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NES FEUP

Entrevista a Alberto Martins O Núcleo de Estudantes Socialistas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (NES FEUP) celebrou o ensino superior português. Assim, e Dia Nacional do Estudante a 24 de março, representando o momento principal da recebendo o Dr. Alberto Martins, histó- iniciativa, foi realizada uma entrevista rico militante socialista, na academia. A ao Dr. Alberto Martins. O ex-deputado iniciativa começou com uma reunião e ex-ministro, que recebeu a Grã-Cruz com o Prof. João Falcão e Cunha, Diretor da Ordem da Liberdade em 1999, conda FEUP, onde vários tópicos relevantes versou com o Coordenador do Núcleo, sobre a faculdade e educação foram abor- Diogo Amaral, onde foram abordadados. O momento foi preenchido com a dos assuntos relacionados com a Crise partilha de conhecimentos e ideias, bem Académica de 1969, sobre a história do como o escrutínio da realidade atual no próprio e a educação atual. Para finalizar

o Dia Nacional do Estudante, realizou-se uma visita à faculdade com a apresentação do campus e principais trabalhos em curso nos laboratórios de vários departamentos. Por fim, procedeu-se a uma breve apresentação do espaço da Associação de Estudantes. A iniciativa abriu as portas para um NES mais interventivo na faculdade. Pode aceder à entrevista na página social do NES FEUP ou no QR Code em anexo.

JS VILA NOVA DE GAIA

Ajuda na limpeza do Areinho No passado dia 24 de março, a Juventude Socialista de Vila Nova de Gaia em articulação com outras associações do concelho e com o apoio das Águas de Gaia e Câmara Municipal, procedeu à limpeza do lixo acumulado no areinho de Oliveira do Douro. Esta iniciativa serviu dois propósitos: limpar o areinho para evitar a acumulação de lixo e, acima de

tudo, sensibilizar a comunidade para as consequências da poluição marinha e

apelar à reciclagem e contenção no uso de plásticos.


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JS PENAFIEL

Rendimento Básico Incondicional Rendimento Básico Incondicional (RBI) foi o tema que a Juventude Socialista de Penafiel decidiu discutir no passado dia 31 de março. Assim, a Juventude Socialista convidou o deputado à Assembleia da República, Tiago Barbosa Ribeiro para que este abordasse o RBI, apontando as suas vantagens e desvantagens, bem como de que forma estaria a causar discussão na Assembleia da República.

O RBI, desde logo é totalmente distinto do Rendimento Social de Inserção (RSI), a base de um é totalmente distinta do outro. O Rendimento Básico Incondicional é um subsídio que, se aplicado, todas as pessoas iriam receber uma prestação mensal, paga pelo estado, atribuída a todos os cidadãos portugueses independentemente do seu estado laboral, familiar, etário, etc. A JS pre- este elucida o tema que foi abordado, tende continuar com estas formações, de forma a que a formação não seja tendo já algumas em vista futuramente, apenas interna, mas também externa. apresentando também um vídeo infor- A formação só faz com que as decisões mativo para a partilha pública. Estes dos eleitores sejam mais conscienvídeos serão gravados após as forma- tes e informadas, sendo este o último ções por um elemento da JS, em que objetivo.

JS PÓVOA DE VARZIM

Mês de Março O mês de março foi orientado para a organização interna na Póvoa de Varzim. Com arranque numa reunião descentralizada, na freguesia de Argivai, onde tivemos oportunidade de conhecer um novo espaço e expandir a área de ação da nossa estrutura, realizando alguns contactos importantes. Seguiu-se a participação na Taça da Póvoa de Paintball, organizada pelos Rangers, associação poveira especializada na prática deste desporto, num importante momento de team building

onde não tivemos o sucesso pretendido mas destacamos a vitória sobre a equipa da JSD concelhia, quem sabe um sinal do que aí vem! Avançamos depois para a ação na Escola Secundária Eça de Queirós, enquadrada no “Action Week” nacional, onde o contacto com os

jovens poveiros foi frutífero e revelador de uma maior presença da formação política e cívica nas nossas escolas. Por fim, uma formação interna sobre o sistema político-constitucional português, levada a cabo pelo coordenador concelhio, e aluno de Direito, Miguel Nascimento, marcando, assim, o momento do pico no interesse dos jovens pelos temas mais técnicos, assinalando-se a reunião com maior afluência desde o início do mandato. Foi um mês produtivo, como sempre, com um tom mais organizativo e de planeamento, enquanto nos preparávamos para um mês de abril cheio. A preparação é a chave do sucesso!


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JS VILA DO CONDE

Acção de limpeza: Mindelo e ROM No passado sábado dia 31 de março, a Juventude Socialista de Vila do Conde participou na ação de sensibilização e limpeza na Reserva Ornitológica de Mindelo. Esta iniciativa contou com a organização da “Solidarity Soul” e da associação dos Amigos do Mindelo para a Defesa do Ambiente, contando com o apoio da Junta de Freguesia de Mindelo. Inserida no Projeto Europeu Coastwatch, esta ação pretendia recolher e monitorizar o lixo numa parte da praia

JS TROFA

Câmara sem Transparência Através do Índice Municipal de Transparência (IMT) a população trofense confirmou que o executivo municipal não dá a devida importância à transparência municipal junto dos Trofenses. A Câmara Municipal da Trofa desceu 66 lugares no Ranking do Índice Municipal de Transparência comprovando que a Transparência, Rigor e a Gestão Municipal não são uma prioridade. A

de Mindelo e da ROM - primeira área protegida em Portugal em 1957 e atual Paisagem Protegida Regional do Litoral. Foi possível recolher dezenas de sacos cheios de lixo, maioritariamente de plástico doméstico, embalagens de tabaco, redes, esferovite, tampas, garrafas de vidro e de plástico. De salientar, ainda, que apesar da ROM estar protegida no Plano de Ordenamento da Orla Costeira e possuir áreas incluídas nas

reservas agrícolas e Ecológica Nacional, é constantemente alvo de inúmeras agressões, nas quais a pressão urbanística, extração ilegal de areias das principais dunas, o depósito de lixo e a poluição das linhas de água pelos estabelecimentos industriais. Os resultados daqui decorrentes imperam a urgente consciencialização e mobilização dos vilacondenses para a importância da preservação ambiental.

Juventude Socialista da Trofa não pode compactuar com este tipo de gestão do Executivo Municipal liderado pelo PPD/PSD. Um executivo que só sabe dar voz à sua propaganda publicitária em vez de realizar uma gestão cuidada e transparente dos recursos públicos dos Trofenses. Desde a taxa de IMI elevada, o preço da água, saneamento e resíduos, os Trofenses pagam demasiado para viver na Trofa afetando assim a sua qualidade de vida. Valores elevados pagos pelos Trofenses que não sabem como é feita a gestão desses impostos. É necessário transparência e rigor na gestão Municipal na Trofa. A JS Trofa

irá continuar atenta e interventiva pelo seu concelho.


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JS SANTO TIRSO

representando os vários períodos de ocupação daquele espaço. Num segundo momento, visitaram a Associação de Solidariedade Humanitária de Monte Córdova - uma IPSS que comemora este ano o 30º aniversário e trabalha em A iniciativa “Roteiros Autárquicos”, várias frentes, desde creche ao jardim promovida pela Juventude Socialista de infância, lar de idosos, centro de dia de Santo Tirso, ocorreu no passado e ainda apoio domiciliário. Deslocaramdia 7 na freguesia de Monte Córdova. A -se, ainda, ao Monte Córdova Futebol visita teve início num dos seus lugares Clube, fundado em agosto de 1981 e mais emblemáticos - o Castro de Monte que conta, atualmente, com cerca de Padrão - uma estação arqueológica que 100 atletas. A manhã terminou com uma data o século IX a.C. Posteriormente, visita à Associação Cultural e Desportiva houve uma visita guiada ao Centro de Cabanas - uma associação de cariz Interpretativo de Monte Padrão, no cultural que, a funcionar desde 2004, qual estão expostos diversos objetos tem difundido o gosto pela cultura junto recuperados da estação arqueológica, da população cordovense. O roteiro

Roteiros Autárquicos

JS VALONGO

Legalização das Drogas Leves No passado dia 6 de abril, pelas 21 horas, na sede do Partido Socialista, em Ermesinde, a Juventude Socialista de Valongo organizou um debate subordinado ao tema: “Legalização das drogas leves… o que pensar?”. A controvérsia da temática despertou o interesse da comunidade, o que se refletiu numa sala completamente cheia, tendo o debate, entre jovens e menos jovens, resultado de um momento de aprendizagem e

discussão muito enriquecedor. Como oradores convidados estiveram presentes: Cláudia Silva, socióloga e Luís Guimarães, médico. O Presidente da JS Valongo, Pedro Marques Pimenta, refere: “Foi um debate extremamente enriquecedor e intergeracional. Por ser um tema fraturante, apresentaram-se posições divergentes, o que enriqueceu ainda mais a discussão. Percebe-se que a população, jovem e menos jovem, é cada vez menos conservadora e revela uma enorme abertura para estas questões mais sensíveis da sociedade”. Realça ainda, “Apesar de Portugal ser tomado como um bom exemplo no que toca à descriminalização da posse

terminou, no período da tarde, na sede da Junta de Freguesia de Monte Córdova, tendo sido recebidos pelo executivo, e onde tiveram oportunidade de conhecer o seu funcionamento e aspirações futuras da freguesia. Para Sofia Andrade, presidente da JS/ Santo Tirso, “as visitas pelas freguesias do nosso concelho são a melhor maneira de contactar com a realidade das diferentes localidades”, ao mesmo tempo que se aproxima dos jovens residentes nas mesmas.

de droga para consumo próprio, desde 2001, ainda há um longo caminho a percorrer. Em 2017 começou a debater-se na Assembleia da República a legalização das drogas leves, nomeadamente cannabis, para fins medicinais, mas não recreativos, dando o mote para uma discussão que, certamente, nos acompanhará nos próximos anos”.


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JS PORTO

O Porto Não Se Vende No passado dia 7 de abril, a JS Porto marcou presença na concentração organizada pelo movimento “Direito à Cidade” e participada pelo movimento “O Porto Não Se Vende”. Atualmente, a concelhia encontra-se num debate interno com os seus militantes sobre os problemas da habitação e as soluções necessárias para cumprir um desígnio constitucional do direito à habitação justa e para todos. A JS Porto entende que

a sua participação neste movimento foi uma forma de expressar a sua preocupação existente em relação aos inúmeros despejos forçados na cidade do Porto e à pressão feita aos moradores para abandonarem as suas residências. Por outro lado, foi ainda possível demonstrar a preocupação da JS Porto quanto aos aumentos substanciais e descontrolados das rendas, provocando que muitos dos

JS AMARANTE

JS MATOSINHOS

Almoço de 25 de Abril

Reunião com ATSVL

No dia 25 de Abril de 2018 realizou-se o já habitual almoço de 25 de Abril organizado pelo PS Amarante e a Juventude Socialista de Amarante. Neste almoço estiveram presentes cerca de 320 pessoas. Este encontro foi uma grande iniciativa para o partido socialista de Amarante e para a Juventude Socialista de Amarante visto que mobilizou grande parte da população o que contribui para a força do partido.

No passado dia 19 de Abril, a Juventude Socialista de Matosinhos reuniu-se com a Associação de Trabalho Social e Voluntário de Lavra (ATSVL), um dos principais motores do Associativismo Juvenil de Matosinhos e, em particular, na União de Freguesias de Lavra, Perafita e Santa Cruz do Bispo. Esta iniciativa surge no âmbito da estratégia da JS Matosinhos de manter uma proximidade com as Associações do concelho.

moradores que ate à data sempre viveram no Porto, seja cada vez mais difícil ou mesmo impossível habitar no concelho. A JS Porto continuará a trabalhar na elaboração de propostas concretas que permitam tornar as rendas mais acessíveis, facilitando a possibilidade de habitar no concelho do Porto, promovendo, assim, uma maior igualdade.

Neste caso, foram registadas carências substantivas no edifício da Associação e a dificuldade da mesma em alavancar os meios próprios para financiar todas as reparações causadas pelas chuvas do Inverno. Saímos com o compromisso de levantar esta questão junto dos órgãos de poder local, como nos compete, tendo o problema já um fim à vista com a intervenção da CMM, de cuja solução fomos uma parte.


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JS PENAFIEL

Abril com Artistas Penafidelenses No dia 25 abril, no Largo d’Ajuda, coração da cidade de Penafiel, a JS convidou vários artistas penafidelenses para expressar Abril. Os artistas brindaram os penafidelenses com música, poesia Mendes, de Novelas. Paralelamente ao e ainda pintura. Estiveram presentes: espetáculo que se criou no coração da Margarida Barbosa, Manuel Cruz e Xico, cidade, foram ainda distribuídos cravos solista de Oldrões; Anabela Silva e Zé para encherem a cidade com o espírito Sousa, de Abragão; Vanessa Cecília, de de Abril. A forma melhor de celebrar Boelhe; a banda Rei Bongo e os Bons Abril é dar ênfase a todos os direitos Sabores da Selva, de Santa Marta; e João que foram adquiridos com esta data,

JS PÓVOA DE VARZIM

que decorreu no mesmo dia. No dia 18 de abril, uma comitiva de 5 pessoas deslocou-se à Assembleia da República para assistir, in loco, ao debate quinzenal com o Primeiro-Ministro O mês de abril é sempre especial António Costa, bem como conhecer o para qualquer estrutura socialista e Palácio de São Bento e dialogar com de esquerda democrática. Foi também os jovens deputados socialistas. Não para nós um mês de recolher os frutos ficou de fora do planeamento uma pasde um longo trabalho de preparação, sagem pela Sede Nacional da JS, para tendo realizado o debate com maior dar oportunidade aos novos militanafluência da história da nossa estru- tes de conhecer o espaço físico que é tura, com a presença do Rui Teixeira casa de todos nós. Não afastando a elee do deputado Porfírio Silva, subordi- mentar importância que a educação nado ao tema “A reforma da Educação tem na formação do espírito livre, foi em Portugal”. Não deixamos, claro, de depois do debate e da deslocação à marcar presença no Encontro Nacional AR que, oficialmente, arrancaram as de Estudantes Socialistas, em Amarante, comemorações do mês da democracia

Mês de Abril

nomeadamente o direito à liberdade de expressão. Uma data que não poderia passar em branco, pela sua importância e significado para cada português, foi marcada por mais uma brilhante iniciativa socialista.

e da revolução, com a contribuição que demos para a realização do jantar de 25 de abril organizado pelo Espaço de Liberdade, que uniu PS e BE no nosso concelho e sentou à mesa mais de 120 poveiros num espaço totalmente esgotado. Momento único foi também a deslocação, após o jantar, para cantar a Grândola, Vila Morena na praça principal da cidade, em frente ao edifício da Câmara Municipal.Além da iniciativa local, destacamos a mobilização poveira para todas as atividades do roteiro federativo de abril, chegando a levar mais de uma dezena de jovens para as conferências cuja qualidade foi notória para todos os participantes.


18 | Abril-Maio 2018

JS TROFA

Educação, Poder Local, Ação Social e por fim Viver Abril antes e depois da Revolução dos Cravos em Portugal. No dia 25 de Abril, a Juventude Socialista manteve a sua anual celebração com a distribuição de cravos simbolizando por Inspirados na necessidade de mostrar vários locais do concelho. Em adição, às novas gerações a importância e os com o grande desígnio de transmitir valores de Abril, a Juventude Socialista aos mais jovens os valores da revoluda Trofa dinamizou junto dos Trofenses ção de Abril, a JS Trofa em conjunto várias atividades relacionadas com o 25 com a Associação de Estudantes da de Abril. Iniciamos, de 21 a 26 de Abril, Escola Secundária da Trofa e de vários com o “Diálogo de Gerações”, uma alunos da vertente de Artes da mesma campanha digital sobre o 25 de Abril, escola, decoraram o comércio local onde vários camaradas da Juventude e da Trofa com a iniciativa: “Montras de do Partido Socialista da Trofa aborda- Abril”. Uma iniciativa de sucesso que ram temas sobre o estado da Cultura, promove a dinamização do comércio

Atividades de 25 de Abril

local Trofense, esquecido pelo executivo camarário ao mesmo tempo que promove a cultura e artes assim como os valores de Abril e da Revolução dos Cravos junto das novas gerações.

JS PENAFIEL

Empresas de Trabalho Temporário No passado dia 1 de maio, os jovens penafidelenses socialistas reuniram-se, na sede do Partido Socialista, para debateram acerca das empresas de trabalho temporário. A Juventude Socialista de Penafiel tem vindo a organizar diversas edições da Academia Socialista, com vista a formar quadros políticos mais capazes, apostando na sua formação. Desta vez, o tema escolhido foram

as empresas de trabalho temporário, tendo como orador Hugo Carvalho Gonçalves, advogado, Secretário Nacional da Juventude Socialista e Coordenador dos Jovens Trabalhadores Socialistas. O tema referido foi abordado, conjuntamente, com o da precariedade e o modo como estas contribuem para tal. Convergindo a Academia Socialista em

uma única ideia, urge terminar com as empresas de trabalho temporário, sendo esta uma fonte muito rentável no que toca à precariedade. A Academia Socialista terminou com a ideia “precariedade não é da vida” e cabe aos jovens, e a todos que o defendem, lutar para que a legislação laboral se altere, terminando, assim, com a precariedade.


Abril-Maio 2018 | 19

JS AMARANTE

JS 360º Visita a Jazente No passado dia 28 de Abril de 2017, a Juventude Socialista de Amarante

realizou a visita à freguesia de jazente. A iniciativa da Juventude Socialista teve inicio às 14h desse mesmo dia e contou com a presença de alguns dos militantes da JS Amarante. Os jovens socialistas foram recebidos pelo presidente da junta de Jazente o qual os acompanhou pela visita à freguesia. Foi

visitado o Centro Social de Jazente, o clube desportivo de Jazente, a igreja de Jazente, a casa do carvalhal e ainda foi realizada uma reunião com o grupo de bombos “Zés Pereiras”. A JS Amarante realiza o JS 360 com muito orgulho tornando-se mais próxima da população.

JS GONDOMAR

2º Torneio de FIFA 18 No passado dia 29 de abril, em Rio Tinto, Gondomar, vários jovens juntaram-se na sede do Partido Socialista da Estação para disputarem a 2ª eliminatória do 2º Torneio de Fifa 18 da JS Gondomar. A concelhia de Gondomar da Juventude Socialista pretende aumentar a sua notoriedade junto dos jovens gondomarenses e, como tal, resolveu criar este torneio que será realizado também noutros locais do concelho. Todos os participantes deram o seu melhor e todos os participantes e agradece a houve jogos muito bem disputados, sua adesão a este torneio. O ambiente sendo que a final teve um espetacu- no torneio foi sempre de grande fairlar resultado final de 6-5! Apesar dos 3 -play e foi adotado um novo formato primeiros classificados, Pedro Nunes, para esta etapa, em relação ao 1º torVasco Santos e Hugo Silva (primeiro, neio realizado em Baguim do Monte, segundo e terceiro, respetivamente) o que permitiu que a duração do torterem maior destaque, a Juventude neio fosse reduzida e que o tempo que Socialista de Gondomar parabeniza um jogador passava sem jogar fosse,

significativamente, diminuído. O próximo torneio será divulgado o quanto antes e importa referir que todos os participantes do torneio de Baguim do Monte e do torneio de Rio Tinto poderão voltar a inscrever-se, à exceção do vencedor de cada um dos torneios que já estão apurados para a finalíssima.


20 | Abril-Maio 2018

DISCUSSÃO

A Voz dos Militantes

PAÇOS DE FERREIRA

PORTO

MAIA

Margarida Sousa

Manuel da Cruz

Luís Pereira

31 anos | Professora

24 anos | Estudante

18 anos | Estudante

“Terra da Fraternidade, o Povo é quem mais ordena…” Consideras que este excerto se adequa à realidade do pós 25 de abril?

Hoje em dia, fomenta-se demasiado a cultura do individualismo e da busca pelo poder. O povo ainda vota, mas pouco, comparativamente ao resultado histórico do pós-25 de Abril de 1974. Tenho a ideia de que os pais, agora avós, se esqueceram de passar aos seus descendentes os valores da liberdade, da fraternidade e do verdadeiro sentido do povo: aquele que se quer fazer ouvir, que é livre e não resignado, que se interessa pela política e pela verdadeira democracia. Ou então, estes, a quem a informação deveria chegar de forma correta, chega de tal maneira deturpada que acabam por se desinteressar da política e focar-se no dia-a-dia continuando a “roda de rato” do quotidiano.

Não podemos esquecer que o Povo sempre ordena, que é sempre livre, e quando pensamos que a liberdade nos é dada por alguém é porque não compreendemos verdadeiramente o valor da liberdade e do poder, que é inalienável. Quem dá o poder é sempre o povo, por isso ordena sempre, e quando se recusa a obedecer retira todo o poder ao governante. O pós 25 de abril foi o momento em que deixamos de obedecer e compreendemos que sempre ordenamos, e isto não pode nunca ser esquecido.

Sim, embora eu considere que se tenha vindo a perder ao longo do tempo. Penso que apesar de não ser totalmente assim, “o povo” acha que tem perdido o poder que teve logo o pós-25 de Abril, é urgente mudar isso.


Abril-Maio 2018 | 21

Quando ouves “Abril”. O que te recorda?

Para mim, “Abril” ainda é sinónimo de Liberdade e Coragem. Os meus pais fizeram parte deste marco histórico (o meu pai como militar) e sempre fizeram questão de me contar como tudo se passou. De muitos outros valores que me passaram, fizeram sempre questão de me dizer que “o povo (pobre) não se quer quieto nem calado”. Acho que todos os jovens dentro da sua responsabilidade devem fazer-se ouvir e sobretudo não se resignarem, pois, são eles a força que impulsionará positivamente este país.

Primavera da liberdade. A primeira por causa de ser um mês do nascimento, do florir. E a segunda, que se conjuga bem com a primeira, porque é a afirmação da liberdade em Portugal. Mas também recordo que abril não é um mês, mas um sentimento de mudança, de alegria, de vida renovada. Abril lembra-me todos os dias!

Quando ouço “Abril” vem me à memória não só liberdade, democracia e igualdade, como também esperança, união e o início da garantia dos direitos e liberdades individuais dos portugueses.

O espetro da ditadura ainda persiste em muitas mentalidades, incluindo na de alguns jovens. Como acreditas que se devem combater esses movimentos?

Na verdade, o comportamento ditatorial revela-se em vários âmbitos. E, embora seja constantemente associado à política, também é exercido nas relações de trabalho, sociais, afetivas e familiares. Vendo a etimologia da palavra, que deriva de dicere ou “dizer”, um ditador é uma pessoa cujas palavras possuem a força de lei. Hoje em dia, há muitos “ditadores”, isto é, pessoas que acham que a sua palavra é lei, imutável e cujo comportamento revela um certo “complexo de deus”. Neste sentido, devemos educar os nossos filhos e jovens para receberem um “não”, que nem tudo é como queremos e que face às adversidades e contrariedades há que ouvir os outros, pois só assim crescemos em democracia e liberdade.

A democracia resolve-se sempre com mais democracia. Se afastarmos os jovens dos centros de decisão, se propagarmos a ideia de que a política é corrupta ou carreirista, se obscurecermos a história e fizermos um revisionismo relativizando os males do totatilarismo, estaremos, seguramente, a diminuir o valor da democracia. É, sem dúvida, pela memória que contrariamos os males da humanidade e é, por esta razão, que abril não pode ser esquecido.

Concordo, é uma questão muito pertinente devido ao panorama europeu atual, nomeadamente o crescimento das ideologias de extrema-direita. Na minha opinião devemos alterar a forma como celebramos Abril, devemos fazê-la de forma mais apelativa, mas ao mesmo tempo de forma “chocante” para que nunca se esqueça esses tempos repressivos de forma a evitar o seu ressurgimento.


22 | Abril-Maio 2018

Top do Mês PORTUGAL MAIS EFICIENTE

REVISITANDO O ARTIGO 65º

A sexta feira do dia 13 deste mês foi marcada com o progresso em matéria de direitos humanos. A idade mínima para uma pessoa transsexual mudar o nome e o género no cartão de cidadão passou para os 16 anos, sem necessidade de relatório médico. Já os bebés intersexo não serão submetidos a cirurgias a menos que corram riscos de saúde. Fez-se justiça. A autodeterminação da identidade de género é um direito de todos e de todas. Não precisamos que seja alguém a dizer-nos quem somos. Nós sabemos quem somos.

O muito controverso tema das alterações climáticas procura tomar posição dianteira em muitas ações políticas internacionais. O Acordo de Paris foi um marco do inicio do século XXI para uma problemática para toda a Humanidade. Portugal, assinante deste acordo, tomou mais um passo no rumo correto. Apresentando o programa “Casa Eficiente 2020”, o Governo Português disponibilizou 200 milhões de euros para que os portugueses transformem as suas habitações em estruturas ecologicamente mais eficientes ajudando a reduzir o impacto ecológico da nossa sociedade.

Na nossa Constituição está consagrado o direito da habitação digna para o cidadão português e o dever do Estado do salvaguardar. A habitação tem sido tema importante, no atual ciclo governativo, devido, principalmente, ao crescente impacto do turismo na habitabilidade dos grandes centros urbanos. Demonstra-se a vontade política para lutar, novamente, por restabelecer a dignidade neste setor, que é essencial para o bem-estar de qualquer sociedade desenvolvida, procurando, sempre prestar maior auxílio ao grupo de cidadãos mais frágil e que, muitas vezes, não vê garantido o seu direito constitucional.

ENTÃO E A SÍRIA?

MAIS VALE O JOÃOZINHO SENTAR-SE

CRIANÇAS ROUBADAS

Mais um ataque foi feito à Síria. Donald Trump, Theresa May e Emmanuel Macron deram ordem para lançar 100 mísseis em território sírio de forma unilateral, ou seja, sem a aprovação dos seus governos e sem a luz verde da ONU. Foi um ataque à rebelia da carta das Nações Unidas que, parecendo ter tido boas intenções, apenas serviu para desestabilizar mais o Médio Oriente. Estas três potências agiram à rebelia para extinguir o terrorismo, mesmo sabendo que são elas que financiam as armas aos países que o alimentam.

O estado de degradação da ala pediátrica A Igreja Universal do Reino de Deus do Hospital São João, no Porto, foi notícia (IURD) foi acusada de adotar crianças este mês. Numa desmonstração de desa- de forma ilegal. A TVI tem trabalhado grado, tanto perante o Ministro da Saúde, nas investigações, vários casos trágicos Adalberto Fernandes, como perante o têm sido anunciados e, este mês, a JusMinistro das Finanças, Mário Centeno, tiça afirmou que há indícios de crimes várias vozes se insurgiram sobre a situa- no processo posterior de adoção. Resta ção, demostrando-se um tanto quanto saber o papel da Segurança Social desde contraditórias. Toda a agitação social o início neste caso e entender as várias expôs o conflito que entrava as obras incongruências e injustiças (também necessárias. Conflito este que se trava por parte dos tribunais) ocorridas entre o Ministério da Saúde, a direção durante os processos de adoção. do Hospital São João e a associação “Um lugar para o Joãozinho”. Espera-se que tudo se resolva, de forma célere, de modo a proteger-se os mais jovens portugueses.

PRECONCEITO COM AZAR

Down do Mês


Abril-Maio 2018 | 23

A Revolução não passa de Moda Democratizar. Descolonizar. Desenvol- maior rendimento tiveram um rendiver. A tridimensional revolução de Abril mento dez vezes superior aos 10% de derruba uma ditadura de direita, fascista portugueses com menor rendimento e assassina, acaba com a acção opres- (coeficiente S90/S10). Um indicador que sora sobre os territórios colonizados e foi melhorando ao longo das décadas, A realidade, que negam, é que é possíabre um caminho de desenvolvimento que piorou gravemente no período da vel, em Portugal, trabalhar muito, em social e económico que nos retiraria do austeridade e que agora tem tido uma condições difíceis, gerando lucros para terceiro mundo. O país de Salazar era lenta recuperação. Contudo, não dei- os patrões, e mesmo assim não deixar o tal que vivia “dentro das suas possi- xamos a cauda da Europa e enquanto de ser pobre. A direita lida mal com a bilidades” em que a pobreza salvífica não se atacarem as causas deste fardo revolução. era a base estrutural do cidadão de boas nacional, não teremos as condições “São os mordomos famílias. A liberdade conquistada é o para o desenvolvimento que abril pediu. Do universo todo motor do desenvolvimento pretendido Mais: 24% dos portugueses vivem em Senhores à força com a revolução. Aliás, a liberdade é risco de pobreza, um em cada quatro Mandadores sem lei em si mesma um valor revolucionário vive com um rendimento inferior a Enchem as tulhas que faz parte do código genético do PS. 445€ mensais. Os lucros cada vez maioBebem vinho novo E é com liberdade e em nome da liber- res concentram-se num número cada Dançam a ronda dade que se constrói mais igualdade, vez menor de pessoas, uma tendência No pinhal do rei mais direitos sociais e mais direitos que o desenvolvimento tecnológico só Eles comem tudo, eles comem tudo” políticos. A revolução da igualdade é exponencia. Não é isto um bom motivo (Zeca Afonso) a revolução sempre incompleta. Nem para a revolução? A esquerda só é de Quando se fala da identidade do PS, do liberdade sem igualdade, nem igual- esquerda quando centra o seu combate posicionamento à esquerda, ao centro, dade sem liberdade. na batalha contra a desigualdade. Enri- ao centro da esquerda, ou à esquerda “Só há liberdade a sério quando houver jecer os direitos laborais, revitalizar a do centro, será bom reafirmar que estaa paz o pão concertação social, combater mono- mos onde sempre estivemos: no centro habitação pólios, regular mercados, incrementar da luta pela liberdade. Por tal, a via da saúde educação o investimento público, fortalecer o conversão ao inevitável não nos sedusó há liberdade a sério quando houver estado social, taxar a concentração zirá. Há um abril pelo qual ainda temos liberdade de mudar e decidir de riqueza, revisitar o direito consti- de lutar. Hoje há um abril para se fazer. quando pertencer ao povo o que o tucional à habitação digna. Este é um Vi o Abril que ganha e Abril que perde povo produzir.” caderno de encargos pelo qual vale a Abril que foi Abril e o que não foi (Sérgio Godinho) pena marchar, no dia 25, no dia 1, em eu vi Abril de ser e de não ser. Qualquer que seja o indicador esco- todos os dias da vida de um socialista. Abril de Abril vestido (Abril tão verde) lhido, Portugal é um dos cinco países A direita apregoa que a desigualdade Abril de Abril despido (Abril que dói) mais desiguais da UE-25. O relatório do é justificável e apropriada porque é Abril já feito. E ainda por fazer. INE mais recente (7 de maio) indica que, uma recompensa aos que “trabalham (Manuel Alegre) em 2016, os 10% de portugueses com muito” versus os “pobres preguiçosos”. | MARCO FERREIRA


24 | Abril-Maio 2018

ENTREVISTA DO MÊS:

Eduarda Ferreira OM: Quais foram, para ti, as maiores conquistas da Juventude Socialista em toda a sua história? EF: Pese embora ter iniciado a minha militância em 2011, recordo-me que desde sempre vi a Juventude Socialista como uma estrutura partidária promotora de grandes e emergentes causas. Lembro-me da luta que foi promovida para se implementar os conselhos municipais da juventude, os orçamentos participativos jovens, a gratuitidade dos manuais escolares – medidas que temos visto a ser implementadas há bem pouco tempo, mas que já se debatem na JS há largos anos. Sempre defendemos a obrigatoriedade do 12º ano como consequência para o aumento da qualificação da população portuguesa e que hoje, felizmente, já surte resultados. Sempre temos defendido grandes mudanças na educação, no acesso à educação por todos e é das coisas que mais sentido faz e mais me deixa orgulhosa. De modo mais marcante, e grandes bandeiras que foram, obviamente não podemos deixar de frisar a extensão da união de facto a casais do mesmo sexo e a legalização da interrupção voluntária da gravidez. Lembro-me perfeitamente que se tratava de uma das grandes bandeiras, porque havia a perfeita noção de que o número de abortos clandestinos era imenso, em situações completamente desumanas e atentatórias da dignidade da mulher e do ser humano. Creio que

Recordo-me que desde sempre vi a Juventude Socialista como uma estrutura partidária promotora de grandes e emergentes causas o papel da JS, pese embora possa não ter relevo no imediato, pelo menos não tanto quanto gostaríamos, acaba por ir abrindo mentalidades, abrindo portas à discussão e regra geral abre portas a mudanças legislativas. Podemos estar orgulhosos daquilo que temos sido para os Jovens Portugueses e para a evolução do país. OM: Como Presidente do Conselho de Jurisdição da Federação, quais são os principais desafios que tens pela frente? EF: Bom, genericamente eu posso dizer que a minha função primordial enquanto presidente do conselho de jurisdição é asseverar a legalidade dos nossos procedimentos internos. No entanto, e penso que isso é bem revelador da qualidade da Federação, não

tem existido quaisquer problemas quer no actual mandato quer nos anteriores. Não há situações de violação de estatutos ou regulamentos ou tentativas de subverter normas. Penso que isso é muito revelador da nossa honestidade política, daquilo que queremos para o país, do verdadeiro motivo pelo qual fazemos política – ou seja, não vemos uma caça desenfreada a cargos ou ascensões mediáticas. Fazemos política dentro daquilo que são as nossas normas internas, crescemos internamente enquanto cidadãos e políticos e não procuramos mais do que vermos as nossas ideias implementadas, como alavanca evolutiva do país. OM: O que significa, na tua opinião, ser mulher na política? E consideras que ainda há entraves que se colocam


Abril-Maio 2018 | 25

Creio que o papel da JS (...) acaba por ir abrindo mentalidades, abrindo portas à discussão e regra geral abre portas a mudanças legislativas

à participação feminina? EF: Essa é uma vexata quaestio. Primeiro porque já se vai debatendo a participação da mulher na política e de forma nem sempre pacífica, depois porque sou suspeita nas considerações que teço sobre o assunto. Medidas como as quotas voluntárias dos partidos e a lei da paridade, adoptadas pela grande maioria dos países da União Europeia, inclusive Portugal, constituíram já um avanço relativamente à promoção da igualdade de género, tendo por consequência aumentado o número de mulheres na política. Apesar disso, dessa representatividade – infelizmente um pouco forçada – penso que a batalha da verdadeira partilha do poder entre homens e mulheres políticos está longe de ficar balanceada em

partes iguais. Ou seja, há de facto uma maior representatividade das mulheres dentro dos partidos, mas tal não levou à sua aproximação ao poder ou à verdadeira tomada de decisões. Penso que será um processo natural, evolutivo, que partirá necessariamente da afirmação das mulheres no mundo político. Por lado, sou completamente contra a imposição de lugares para as mulheres, como se tem vindo a discutir. Uma coisa é o aumento da representatividade feminina (com as quotas/paridade), coisa distinta é impor que determinado lugar seja ocupado por mulheres, numa ultima ratio legal, uma imposição de per se, sem qualquer fundamento. E sou contra, essencialmente, porque não favorece os ideais da meritocracia e porque não enaltece ou dignifica a

mulher enquanto ser humano, dotado de capacidades próprias para ocupar o lugar, pela competência. A mulher deve afirmar-se como ser diferente do homem, porque isso decorre da sua natureza, e tal como os homens, mais capacitada para esta ou aquela função. Creio que nenhuma mulher procurará ocupar um lugar porque se impõe isso por via estatutária ou regulamentar, mas antes porque detém características que lhe permitem asseverar o trabalho a realizar. A discriminação positiva, ainda que positiva, não deixa de ser discriminação, se injustificada. OM: Num mundo em contaste mudança, quais consideras que são os grande desígnios da representação política? EF: Em primeiro lugar impõe-se uma maior credibilização da política, dos políticos em si. Mas lá chegaremos. Entendo que é necessário dar cada mais atenção à proximidade entre eleitores e eleitos. Mas não estamos aqui a falar de proximidade como um conceito populista ou bacoco, que fica bem ao discurso político e não passa disso mesmo, de meras considerações teóricas. É necessário dar maior relevo ao poder local, ao papel das autarquias locais, porque são esses os verdadeiros órgãos de representação do povo, pela ligação e envolvência nos processos decisórios. Este é, porventura, o foco essencial da governança política e que deve ser superiorizado, acima de


26 | Abril-Maio 2018

Medidas como as quotas voluntárias dos partidos e a lei da paridade (...) constituíram já um avanço relativamente à promoção da igualdade de género qualquer posição partidária. Só com um poder local forte e autarcas de excelência o país e os órgãos estaduais podem ser credibilizados. O exercício de representação tem de começar da base para o topo, e nunca o oposto. Talvez por termos um Primeiro Ministro que foi Presidente de câmara durante vários anos (ao contrário dos seus antecessores) é que temos sentido um maior apoio da opinião pública a António Costa. E daqui voltamos ao início. A questão da credibilização política – se o eleitor se sente chamado a intervir, se confia no poder local, terá uma abertura maior para aquilo que é o plano nacional. Mas enfim, muito ainda há a fazer quanto à credibilização da classe política, que passa pela transparência, pelo assumir de conflitos de interesses, por uma maior fiscalização. OM: O que significa, para ti, em pleno Século XXI, o 25 de Abril? EF: Todos os da nossa geração tiveram a felicidade de não nascer em regime ditatorial, onde a voz do povo era silenciada, perseguida e censurada. Onde venceu, por 40 anos, o poder pelo temor e pela pobreza. recordo-me que desde cedo fui ouvindo relatos dos meus pais que vivenciaram o regime e o clima de medo e de abusos por que passaram. Algo que hoje, para nós, nos é tão distante que acaba por cair em esquecimento no resto do ano, só sendo relembrado tais factos em abril. Aquilo que para nós é hoje um dado adquirido

para o nosso presente e para onde caminhamos.Não podemos esquecer aquilo que a História nos ensina. De facto, o número de apoiantes de partidos extremistas, no seio europeu, tem crescido nos últimos anos. Este aparente esquecimento dos episódios mais violentos da História mundial é algo que profundamente me preocupa e me faz questionar o porquê de chegarmos a este ponto, onde falhamos para que tais ondas tenham vindo a crescer. Mas o mesmo se passa dentro de portas. O 25 de abril é um marco que nos obriga a relembrar o passado – aquilo por que

Só com um poder local forte e autarcas de excelência o país e os órgãos estaduais podem ser credibilizados é resultado de uma luta travada por outros, antes de nós, que abriram portas à liberdade para que hoje pudéssemos viver num regime democrático. A verdade é que a nossa geração ainda se vai lembrando através dos relatos dos familiares, sendo agora, nossa obrigação veicular essa informação e passa-la aos mais novos, como modo de alerta

passaram antes de nós para atingir a liberdade – mas é também um alerta para os nossos dias – porque apesar de uma liberdade mais banalizada, vão surgindo formas de repressão específicas através de uso abusivo de poder. Cabe-nos, pois, e todos os dias, cumprir Abril. | JOÃO COUTINHO



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