O Mensalista - Fevereiro 2018

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Fevereiro 2018 | Edição 13 | Diretora: Inês Monteiro Redação: Diogo Amaral, Diogo Silva, Eliana Pinto, João Coutinho, Paula Moreira, Pedro Salazar, Rafael Martins Designer Editorial: Válter Santos

ANÁLISE POLÍTICA:

Devolver Estado à Economia e colocá-la ao serviço da igualdade p21

Não podemos ser uma Juventude com medo de se afirmar Socialista Eduardo Barroco de Melo, o novo Líder da Federação do Porto da JS em Entrevista p22a25

CONCELHIAS:

ATIVIDADES:

A VOZ DOS MILITANTES:

Eleições levam a renovação de estruturas na maioria dos concelhos do distrito do Porto p6a10

Jovens Trabalhadores Socialistas e Concelhias apostam e desenvolvem iniciativas p11a17

Orçamento comunitário e discussão da legalização da cannabis para fins medicinais p18/19

Líderes das Iniciativas das concelhias estruturas da projetam o futuro Federação

O financiamento da base do regime democrático


2 | Fevereiro 2018

Equipa Inês Monteiro

Rafael G. Martins

Diretora | Penafiel

Jornalista | Paços de Ferreira

Diogo Amaral

Diogo Silva

Editor | Trofa

Analista | Vila Nova de Gaia

Paula Moreira

Pedro M. Salazar

Editora | Baião

Analista | Póvoa de Varzim

Eliana Pinto

Gonçalo O. Salazar

Jornalista | Amarante

Cronista | Matosinhos

João Coutinho

Válter Santos

Jornalista | Valongo

Designer Editorial | Maia


Fevereiro 2018 | 3

Editorial

O

Mensalista, Jornal da Federação Distrital do Porto da Juventude Socialista, para o biénio 20172019, apresenta-se renovado e de cara lavada. O jornal é composto por uma nova equipa, que integra na sua estrutura dez elementos com características distintas, mas onde acredito predomina a competência e o rigor, numa simbiose perfeita com a vitalidade e o inconformismo. Nesta que é a primeira edição do Mensalista do novo mandato, não posso deixar de agradecer o voto de confiança depositado em mim para escolher e liderar esta equipa. Assumo com toda a equipa, o compromisso de em conjunto honrarmos orgulhosamente o passado da Federação Distrital do Porto da JS, e pautarmos a nossa atividade com total sentido de responsabilidade. Assim como n’O Mensalista, na Federação Distrital do Porto a grande maioria dos dirigentes terminaram os seus ciclos. Emerge agora, no seio da Federação, uma equipa renovada de quadros distritais e concelhios - desde a nova liderança federativa de Eduardo Barroco de Melo, aos catorze novos Presidentes de Concelhias que iniciaram funções no último Congresso. O Mensalista continuará a fazer o retrato e a divulgar as notícias das várias atividades que vão sendo realizadas pelas diversas estruturas concelhias e distritais. Entre as várias novidades que implementaremos, a análise política de temas relevantes e presentes na

Assumo com toda a equipa, o compromisso de em conjunto honrarmos orgulhosamente o passado da Federação Distrital do Porto da JS agenda mediática, ficará ao encargo do Marco Ferreira. Importa igualmente deixar uma nota sobre a importância que cada concelhia tem no trabalho não apenas d’O Mensalista como também da Federação. Este canal de comunicação será tanto mais eficaz e produtivo quanto maior for a colaboração das concelhias e o envolvimento de todos. | INÊS MONTEIRO


4 | Fevereiro 2018

XV Congresso da Federação Distrital do Porto

N

o passado dia 9 de dezembro de 2017, decorreu o XV Congresso Distrital do Porto da Juventude Socialista. No Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, mais de 150 jovens socialistas de todo o distrito reuniram-se para o balanço do mandato que terminou e elegeram os novos órgãos diretivos para o biénio 2017-2019. Os trabalhos na manhã de sábado iniciaram-se com a sessão de abertura que contou com a presença de Luísa Salgueiro, Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, e de Joana Lima, Coordenadora dos Deputados do Distrito do Porto, e respetivamente Deputada à Assembleia da República. Terminada a sessão de abertura, momento sempre inspirador e motivador para os jovens socialistas, os trabalhos do Congresso continuaram com a apresentação, discussão e votação do relatório de atividades do Presidente de Federação. Ao fim de 4 anos a liderar os destinos da Federação Distrital do Porto da JS, o deputado do Partido Socialista, Hugo Carvalho, deixou a presidência desta organização política de juventude, sob um forte, prolongado e sincero aplauso de gratidão por todo o seu trabalho e dedicação demonstrados durante os seus dois mandatos como líder da estrutura. Durante a tarde os militantes da Juventude Socialista discutiram a Moção Global de Estratégia “Futuro à Esquerda”, onde o primeiro subscritor, Eduardo Barroco de Melo - eleito Presidente da

Manuel Pizarro esteve presente durante o encerramento do XV Congresso em Matosinhos

Federação Distrital do Porto da JS - assegurou que o documento tem como base uma “ideologia que nós, Jovens Socialistas, nos propomos a construir nos próximos dois anos”. Eduardo Barroco de Melo afirma que “não é por acaso que trazemos este slogan, não é por acaso que escolhemos “à esquerda”. Porque obviamente, perante as opções que temos pela frente, nós temos de fazer uma escolha. É uma escolha de ajudar o Partido Socialista a reencontrar-se consigo mesmo. Esse é um papel que nós temos desde sempre na Juventude Socialista. Sermos a consciência crítica

do Partido Socialista. E ter esse papel significa que somos nós que, em primeiro lugar, os vamos ajudar a orientarem-se”. Esta Moção Global de Estratégia abre espaço para a discussão sobre o contexto social e económico em que Portugal se enquadra neste momento, e para uma reflexão sobre qual é o Socialismo na Europa e para onde caminha o seu futuro. Propõem-se ainda alguns modelos de cooperação intermunicipal, que assentam na lógica da rejeição ao centralismo. Na educação, os jovens socialistas defendem uma educação mais flexível, nomeadamente na


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Não é por acaso que trazemos este slogan, não é por acaso que escolhemos “à esquerda” | EDUARDO BARROCO DE MELO

Militantes da JS e PS enchem Teatro Constantino Nery para apoiar a nova estrutura federativa

adaptação dos currículos ao contexto onde habitam e do ano de escolaridade, para que se mantenham atuais, e pre- a defesa por uma política de habitação tendem também ver aprofundados pública e não social, e a defesa da proios modelos de participação cívica, de bição expressa de trabalho temporário. discussão política e de cidadania, para Ao final da tarde foram apresentadas fomentar o espírito crítico dos jovens. e debatidas quinze Moções Setoriais Na saúde, pretendem ver evoluído o sobre temas tão diversos como a inclumodelo atual, que não seja centrado em são de minorias no contexto escolar, a hospitais, direcionando atenções para regionalização ou os mecanismos de as unidades de cuidados continuados, transparência no exercício de funções e para a promoção de estratégias de públicas na era da informação. envelhecimento ativo. Por fim, desta- Na sessão de encerramento, que contou ca-se igualmente nesta moção, a defesa com a participação do Presidente da pelos manuais gratuitos para todas as Federação Distrital do Porto do Partido crianças, independentemente da área Socialista, Manuel Pizarro, bem como

com o Secretário-Geral da Juventude Socialista, Ivan Gonçalves, o novo presidente da Federação Distrital do Porto da Juventude Socialista, Eduardo Barroco de Melo, agradeceu os contributos dos delegados para o reforço da Moção “Futuro à Esquerda”. Nessa intervenção, reforçou ainda as prioridades para o mandato que agora se iniciou: discutir o posicionamento ideológico do campo socialista no presente e no futuro próximos, procurando preparar as eleições legislativas; assumir um posicionamento político na esquerda socialista para o país e para a Europa; e, fundamentalmente, continuar a defender o Norte do país e o distrito do Porto em particular, promovendo políticas públicas que combatam as assimetrias de desenvolvimento económico e social, que procurem o desenvolvimento pleno dos cidadãos e que aproximem os serviços do Estado do cumprimento dos direitos fundamentais e da resposta às necessidades individuais de todos. Neste Congresso, o candidato do Partido Socialista a Presidente da Câmara Municipal da Trofa nas últimas eleições autárquicas e Presidente da Tendência Sindical Jovem Socialista, Amadeu Dias, sucedeu a Marco Ferreira na presidência da Comissão Política Federativa, enquanto a camarada Eduarda Ferreira (Lousada) foi eleita Presidente da Comissão de Jurisdição da Federação. | INÊS MONTEIRO


6 | Fevereiro 2018

RENOVAÇÃO DE ESTRUTURAS

Novos Presidentes e o Futuro

AMARANTE

E

m novembro passado, todas as dezoito concelhias da Federação Distrital do Porto da Juventude Socialista elegeram os seus órgãos para biénio 2017-2019. A Federação viveu uma profunda e quase total renovação dos seus quadros sendo que, nos dezoito concelhos, catorze foram eleitos pela primeira vez Presidentes de Concelhia. Dos quatro restantes: dois transitaram para um segundo mandato e, os demais, entram para o seu terceiro e último mandato. Este ciclo político apresenta especial importância uma vez que ocorrerão dois atos eleitorais neste período - as eleições Europeias e Legislativas. Desta forma, as concelhias terão um papel fundamental durante a caminhada dos próximos dois anos para a obtenção da vitória do Partido Socialista, uma vez que são elas as responsáveis por auscultar e mobilizar cada militante e cada cidadão do seu concelho. Nesta rubrica d’O Mensalista, a intenção é dar a conhecer os novos rostos que lideram as concelhias da JS do Distrito do Porto, assim como os objetivos que traçaram para este mandato.

Rui Vilares 23 anos | Estudante 1º MANDATO

“A Juventude Socialista de Amarante é uma estrutura que se abre à sociedade e que procura a proximidade com os diversos atores. É por Amarante e pelos amarantinos que sempre nos colocaremos na vanguarda do combate político. Temos como objetivo dar credibilidade à intervenção política e construir uma democracia cada vez mais transparente. O JS Forma-te, o JS Explica e o JS Alerta são algumas das novidades que pretendemos implementar na estrutura.”

GONDOMAR

Diogo Augusto 28 anos | Engenheiro 3º MANDATO

“Após dois mandatos bem sucedidos, com uma presença em todos os campos políticos e sociais incluindo o Conselho Municipal da Juventude e Conselho Municipal da Educação, para os quais fomos eleitos, objetivamos agora ampliar no nosso raio de ação e auxiliar o PS na elaboração de um programa eleitoral que continue a focar a vertente social, com objetivo de trazer mais jovens para o Concelho e a fixá-los no mesmo.”


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Catorze das dezoito concelhias da Federação do Porto têm novos líderes

BAIÃO

FELGUEIRAS

Ana M. Silva

Soraia Varandas

27 anos | Bióloga

26 anos | Enfermeira

2º MANDATO

1º MANDATO

“À Juventude Socialista de Baião cabe trabalhar em prol de uma aproximação dos jovens em relação à política, criando condições para o debate e para a participação política da população jovem. A JS Baião continuará a ter um papel preponderante na promoção da discussão de ideias e na apresentação de propostas que visem a melhoria do seu município, muito particularmente no que diz respeito à melhoria das condições de vida da população mais jovem.”

LOUSADA

“Pretendemos fazer renascer a Juventude Socialista em Felgueiras, reaproximar os jovens da vida política, dar voz aos seus anseios e ansiedades e assim, poder contribuir para desenvolvimento do Concelho de Felgueiras.”

MAIA

Nuno Fernandes

Francisco Almeida

26 anos | Técnico Comercial

20 anos | Estudante

1º MANDATO

1º MANDATO

“A Juventude Socialista de Lousada pretende, neste mandato, “A JS Maia é hoje uma estrutura jovem e renovada, querendo dinamizar mais atividades de diferentes tipologias e âmbitos, apostar na formação política e ideológica dos nossos militandinamizar iniciativas junto das Associações Juvenis e demais tes para que estejam à altura de servir o PS e a nossa terra. Instituições do Concelho, assim como, manter uma voz ativa Apostar numa política de proximidade e mobilizando os nos órgãos autárquicos, em que temos representação. jovens do nosso concelho para o nosso projeto autárquico, Queremos assumir um compromisso constante com a comu- contribuindo para uma “Maia de Futuro”, o nosso desígnio.” nidade Lousadense, em particular, com os Jovens, na defesa dos seus principais interesses e motivações.”


8 | Fevereiro 2018

Presidentes de Gondomar e Paredes reforçam objetivos e conquistam 3º mandato

MARCO DE CANAVESES

MATOSINHOS

Miguel Queirós

Miguel Rodrigues

27 anos | Engenheiro Civil

23 anos | Analista

1º MANDATO

1º MANDATO

“A JS Marco de Canaveses vai trabalhar para ser uma voz “Neste mandato queremos reformar a nossa abordagem activa. Queremos apresentar propostas concretas, não só aos jovens de Matosinhos. Queremos renovar a estrutura e do universo jovem, mas também do dia à dia da cidade e capacitá-la, tornando a JS Matosinhos num veículo da voz da população em geral. Outros dos objetivos é trabalhar a dos mais jovens dentro do Partido Socialista, continuando formação política dos jovens, dando oportunidade aos ele- o caminho progressista de política local que foi seguido mentos de Juventude Socialista de ter “palco”. É na juventude até aqui.” partidária que se ganha traquejo e onde futuros candidatos se podem preparar para futuros desafios.”

PAÇOS DE FERREIRA

PAREDES

Helena Leal

Luís Garcia

28 anos | Engenheira Civil

26 anos | Estudante

1º MANDATO

3º MANDATO

“O primeiro e principal objetivo da JS Paços de Ferreira passa “O grande objetivo para este mandato à frente da concelhia de pela aproximação da política aos jovens, com a conscien- Paredes passa por beneficiar da grande vitória do PS nas últicialização política e cívica dos pacenses e o consequente mas autárquicas para afirmar os valores socialistas e atrair crescimento da estrutura. Em segundo lugar, e não menos mais jovens paredenses para a política. importante, a formação e a informação política, dotando Temos também o grande desafio de acompanhar e formar os nosso jovens de conhecimento e capacidade crítica, e a os nossos jovens autarcas eleitos nos diferentes órgãos, bem aposta na criação de líderes de futuro, que possam continuar como colocar em marcha as nossas propostas e visão no que a lutar pelos ideais socialistas, tanto na JS como no PS.” às políticas de juventude diz respeito.”


Fevereiro 2018 | 9

Eleições Europeias e Legislativas são dois atos fundamentais neste mandato

PENAFIEL

PORTO

Tiago J. Ferreira

Álvaro Vaz

24 anos | Estudante

29 anos | Técnico de Farmácia

1º MANDATO

1º MANDATO

“A Juventude Socialista de Penafiel tem como principais “Neste mandato da JS Porto temos o objetivo de lutar por objetivos contactar com os penafidelenses de todas as essa igualdade de oportunidades. Lutaremos pela Habitação, freguesias, e conhecer os seus problemas. Debater a Educação e Emprego na nossa cidade, e em especial pelas nossa sociedade, formando quadros de excelência que oportunidades dos jovens nestas áreas. nos permita ajudar o PS a ganhar as eleições autárquicas, Acreditamos que na nossa cidade temos que marcar um Ponto já em 2021.” de Partida para inverter o aumento do abismo que existe entre a classe baixa e a classe alta, representado pela abolição das oportunidades da classe média dentro da nossa cidade.”

PÓVOA DE VARZIM

SANTO TIRSO

19 anos | Estudante

29 anos | Tec. Diagn. Terapêutica

1º MANDATO

2º MANDATO

Miguel Nascimento

Sofia Andrade

“A sociedade poveira sentirá a presença da JS como nunca. “A JS Santo Tirso tem para este mandato, projetos e objetivos Seremos um espaço de debate aberto e variado onde todos bem definidos e estruturados. Desde sempre, defendemos têm a palavra. Cabe-nos afirmar uma política de proximi- que os jovens devem ter um papel cada vez mais intervendade com os cidadãos, direcionada para os poveiros e não tivo na vida pública. Com base nesta premissa, continuaremos para os partidos. Os jovens terão oportunidade de intervir, para a desenvolver um trabalho que visa aproximar os jovens do dar o melhor de si, errar e aprender. Conceder oportunidades aos poder político, privilegiando o espaço para o diálogo e debate jovens significa formar cidadãos mais preparados e ter uma demo- de ideias, de uma forma séria e dedicada, de modo a contribuircracia melhor. A Póvoa conta com a JS, a JS contará com todos.” mos ativamente para a construção do futuro do nosso concelho.”


10 | Fevereiro 2018

Proximidade aos concelhos é dos principais objetivos apontados pelas novas estruturas

TROFA

VALONGO

24 anos | Ges. Qualidade Ambiente

27 anos | Estudante

1º MANDATO

1º MANDATO

Bruno S. Soares

Pedro Pimenta

“Inicia-se um mandato fundamental para a estrutura da JS “A Juventude Socialista de Valongo defenderá e lutará pelos Trofa e para os Trofenses que serão envolvidos nas decisões interesses dos jovens de Valongo. Vamos auscultá-los e promoe no dia-a-dia da nossa estrutura. Queremos dotar a estru- ver uma política de proximidade para identificarmos as suas tura de capacidade política, de conhecimento histórico do preocupações, por forma a desenvolver o seu espírito político nosso concelho e promover uma, ainda maior, proximidade partidário. Valongo é um dos concelhos mais jovens do País. política. Iremos apostar em atividades de formação, de Por isso, é nossa missão acompanhar e desenvolver a orientaaproximação aos Jovens e momentos de luta pelas causas ção do futuro destes jovens para o socialismo democrático e Trofenses. Seremos uma Juventude pelo Futuro.” fazer deles o garante da continuidade dos nossos princípios.”

VILA DO CONDE

VILA NOVA DE GAIA

23 anos | Estudante

28 anos | Economista

1º MANDATO

1º MANDATO

Ânser Coelho

Carlos Ribeiro

“A JS de Vila do Conde abre caminho para um novo projeto “Nos últimos anos a JS cresceu e afirmou-se como a referência aberto à nossa comunidade, numa política de proximidade, em Vila Nova de Gaia. Continuaremos esse caminho capenvolvendo os seus jovens agentes e instituições numa dimen- tando mais jovens para a família socialista e demonstrando são educativa, política, social e cultural. Não só procurámos a importância das juventudes partidárias na participação ser uma oposição positiva e construtiva, na apresentação de cívica e no reforço da democracia. Sentimos o peso da respolíticas alternativas e iniciativas que promovam a resolu- ponsabilidade que os gaienses nos atribuíram no passado dia ções de problemas como também procurámos crescer para 1 de Outubro, mas também a confiança de termos o melhor melhor servir e para melhor responder aos desafios do futuro.” projeto e os melhores e mais dedicados para o concretizarem.”


Fevereiro 2018 | 11

Atividades Concelhias da JS JS PENAFIEL

JS Solidária em Penafiel A Juventude Socialista de Penafiel desenvolveu mais uma iniciativa, no final do ano de 2017, intitulada como JS Solidária. Esta consistiu na distribuição de caixas em vários estabelecimentos públicos do concelho de Penafiel para quem quisesse contribuir com bens alimentares, peças de vestuário e brinquedos. Os penafidelenses aderiram em massa a esta onda de solidariedade, validado pela quantidade de materiais

recolhidos, que se destinaram a munícipes com carências económicas. Todos os objetos recolhidos pela JS foram devidamente separados, de modo a que a partilha fosse feita de forma justa entre as instituições escolhidas

para a causa, nomeadamente, a Casa do Gaiato, o Centro Social e Paroquial S. º Estevão de Oldrões e de Galegos, ou seja, três das seis instituições com uma Loja Social.

crianças do Lar Evangélico Português. Durante a iniciativa, estiveram presentes cerca de 24 crianças/jovens que aproveitaram a tarde para realizar atividades de grupo e conviverem com os participantes.

Mais uma vez todas as expectativas foram superadas, pois apesar de colocarmos um sorriso às crianças, conseguimos angariar vários litros de leite, diversos produtos de higiene, jogos didáticos e roupa que foram entregues à Associação.

JS MAIA

Um Brinquedo, Um Sorriso A Juventude Socialista da Maia organizou, mais uma vez, no dia 17 de Dezembro, a 14ª edição do evento de cariz solidário “Um Brinquedo, Um Sorriso”. Este evento que é organizado há 14 anos consecutivos marcou, mais uma vez, de forma significativa, a época natalícia das crianças do Lar Evangélico Português e da Juventude Socialista maiata. Cada participante oferecia uma prenda e 6 litros de Leite. No final do evento, foram distribuídos os presentes por todas as


12 | Fevereiro 2018

JTS PORTO

O Poder Local e o Emprego Os Jovens Trabalhadores Socialistas da Federação do Porto promoveram um debate Sobre Estratégias e Objetivos para a Década que contou com a participação do Ministro Vieira da Silva e a Autarca Luísa Salgueiro. As questões do trabalho revestem uma importância ímpar, pelos fatores de subsistência e pela sua própria dignidade ôntica. Pela sua função alimentar e de suprimento das necessidades básicas do ser humano, o Estado mantém no topo das suas prioridades a redução do desemprego. Foi com este pano de fundo que partimos para o debate. Depois de um período eleitoral autárquico em que muito foi dito sobre este assunto, importa perceber de que forma o Poder Local pode influenciar a criação de emprego, que estratégias detém e objetivos se propõe na próxima década. Aproveitando o dinamismo dos autarcas e a experiência da governação quisemos trazer ao debate a realidade dos Jovens Trabalhadores, podendo aproximar visões e erigir soluções para a construção de um futuro melhor para todos os jovens. Os Jovens Trabalhadores Socialistas da Federação do Porto, como estrutura autónoma da Juventude Socialista, mantém como parte integrante do

seu programa o acompanhamento da realidade do Distrito, trazendo a debate questões importantes para a construção de um futuro mais promissor para todos. Não havendo propostas concretas no projeto de lei N.º 62/XIII sobre a descentralização de competências da administração direta e indireta do Estado para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais, na criação de emprego coube-nos a questionar o Ministro Vieira da Silva sobre este tema. Face à realidade da área do Trabalho não existem por si só competências que

possam ser descentralizadas – referiu o Ministro – a não ser reforçar a capacidade de investimento dos municípios para a instalação de empresas. Quando os jovens estão devidamente informados face à realidade nacional, torna-se mais fácil a construção de uma visão sólida dos problemas que existem na área do trabalho. Assim, com a contribuição de autarcas e membros da governação a clarificação das políticas prosseguidas torna-se mais percetível para todos os participantes no debate.


Fevereiro 2018 | 13

JS AMARANTE

Emprego Digno Flyers No passado dia 22 de dezembro de 2017, a juventude socialista de Amarante decidiu juntar-se e distribuir flyers educativos acerca do emprego digno. Esta iniciativa, realizada pelas ruas de Amarante, teve como intuito sensibilizar os amarantinos para a valorização do emprego digno e, ao mesmo tempo, desenvolver uma política de proximidade.

O tema é atual e afigura-se pertinente pela crescente valorização do trabalho livre de exploração e compatível com as qualificações. No entanto, para que cada uma obtenha realização pessoal,

o trabalho deve ter uma remuneração digna, que possibilite uma autonomia financeira.

JS MATOSINHOS

Europa: Desafio de Gerações No dia 27 de janeiro, a Juventude Socialista de Matosinhos participou na iniciativa “Europa: Desafio de Gerações”, que teve lugar na sede da concelhia do Partido Socialista de Matosinhos. Discutiram-se com os jovens de Matosinhos os principais desafios da União Europeia, os da sua construção e passado, mas também o seu projeto futuro. Esta iniciativa contou com a participação de João Duarte Albuquerque, presidente da Young European Socialista e Ana Gomes, deputada portuguesa

no Parlamento Europeu. Estes contribuíram com uma perspetiva de quem projeta o socialismo europeu do futuro e o de quem, todos os dias, contribui para a construção da União Europeia como a vivemos. A par disto, abordaram-se temas como a cooperação

europeia em matéria de defesa e proteção de dados, até às posições políticas mais distintas dentro da nossa família política, como os problemas dentro dos partidos socialistas alemão e romeno.


14 | Fevereiro 2018

JS VALONGO

Adopção por Casais Homossexuais A Juventude Socialista de Valongo explorou o tema da adoção por casais homossexuais num debate com o Psicólogo Bruno Silva. O tema a debate é talvez um dos mais delicados da atualidade. São divergentes os pontos de vista apresentados por quem se coloca “a favor” e “contra” a adopção

por casais do mesmo sexo, pelo que a sua discussão é da maior pertinência. A sexualidade integra a própria condição humana. É um direito fundamental, inalienável e imprescritível, que acompanha o ser humano desde o seu nascimento. O conceito de “família” é cunhado como uma relação interpessoal entre um homem e uma mulher tendo por base o afeto. É necessário reconhecer que há relacionamentos que, mesmo sem a diversidade de sexos, são também eles cunhados por um elo de afetividade. Portugal tornou-se no 24º país mundial a permitir a adoção por casais do mesmo sexo.

JS TROFA

Proximidade com Comércio Local No passado dia 23 de dezembro, a Juventude Socialista da Trofa realizou mais uma iniciativa de proximidade e auscultação aos trofenses e aos seus comerciantes. Em época festiva, o comércio local dinamizou-se de forma a cativar novos clientes e a servir os já clientes regulares. No entanto, essa dinamização partiu do comércio local, sem o apoio da Câmara Municipal da Trofa. Os militantes da JS Trofa percorreram

as ruas do concelho com o intuito de entender as necessidades, problemas dos comerciantes e quais as possíveis soluções. A JS Trofa entende

que é imprescindível um acompanhamento próximo dos comerciantes para realmente entender as suas dificuldades.


Fevereiro 2018 | 15

JS PORTO

Visita ao Bairro da Tapada No dia 3 de Fevereiro a JS Porto fez uma visita ao Bairro da Tapada. O Bairro da Tapada foi alvo de uma forte cobertura mediática quando houve a possibilidade da venda a um grupo imobiliário, contra a vontade da maioria dos moradores. Essa venda foi, entretanto, negada pela câmara do Porto. Após o sucedido, coube à JS Porto fazer uma visita ao local, tentando perceber

qual a real situação do Bairro e avaliar quais as valências do mesmo. Estaremos

atentos à situação, de modo a que continuem a existir portuenses no Porto.

contou com a presença do Presidente da Comissão Política Concelhia do PS, Eng. Mário Almeida, com os Dirigentes do PS, Eng. António Caetano e Doutor Abel Maia, recém eleito Presidente da Comissão Política do PS Vila do Conde. Como uma das forças políticas de juventude mais ativas e representativas do Distrito do Porto, a JS-Vila

do Conde apresenta-se como uma estrutura de conceito e dinamismo, afirmando-se como um espaço de diálogo democrático e pluralista, onde numa forma direta os jovens socialistas discutem, elaboram, participam e desenvolvem projetos direcionados para os jovens do município.

JS VILA DO CONDE

Tomada de Posse: Ânser Coelho No passado dia 7 de dezembro, realizou-se a tomada de Posse dos órgãos da Concelhia da JS-Vila do Conde para o biénio 2017-2019, no Salão Nobre do Centro Municipal de Vila do Conde. nser Coelho foi eleito como Presidente da Concelhia e Carlos Filipe Gonçalves assumiu funções como Presidente da Mesa da Assembleia Concelhia, num órgão constituído por dezenas de jovens representativos de todas as freguesias do concelho. Esta cerimónia


16 | Fevereiro 2018

JS SANTO TIRSO

Tomada de Posse: Sofia Andrade No dia 4 de novembro de 2017, Sofia Andrade foi reeleita, em lista única, para liderar a Juventude Socialista de Santo Tirso por mais 2 anos. A jovem

de 29 anos quer dar continuidade ao projeto político da estrutura, com vista à sua afirmação aos níveis regional e nacional. Para tal, pretende manter os Roteiros Autárquicos pelas freguesias, com visitas de proximidade, para melhor se inteirar dos problemas e anseios das populações do concelho, bem como promover campanhas solidárias e visitas a instituições e

associações. Por outro lado, tenciona aumentar a participação cívica e política dos jovens da concelhia, através de iniciativas como debates e fóruns de ideias. Com os olhos postos no futuro, Sofia Andrade está convencida de que a articulação da estrutura, através de ideias e propostas, junto do PS de Santo Tirso será uma mais valia para dar “continuidade ao projeto político iniciado em 2015.”

de género e estereótipos associados. Por outro lado, Filomena Pereira, reforçou o papel que as escolas têm na educação dos jovens, uma vez agentes de socialização secundária. No entanto, alertou para a questão das origens sociais e capital cultural dos jovens,

pois influencia a forma como estes percepcionam estas problemáticas. Foi nestes moldes que a JS Penafiel mostrou a sua preocupação e sensibilização para com fenómenos que continuam a afetar a sociedade, promovendo a discussão e o debate público.

JS PENAFIEL

As Cicatrizes do Medo No passado dia 12 de janeiro, a Juventude Socialista de Penafiel apresentou uma iniciativa intitulada como “ As Cicatrizes do medo”, que teve lugar na Junta de Freguesia de Cabeça Santa. Consistiu num debate sobre a Violência de Género, Doméstica e no Namoro e contou com a presença de Margarida Pacheco, investigadora da UMAR (Unidade de Mulheres Alternativa e Resposta) e Filomena Pereira, membro da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco em Penafiel. Margarida Pacheco alertou para a prevenção precoce da violência doméstica e de género, através do trabalho de socialização dos jovens para a questões


Fevereiro 2018 | 17

JS PENAFIEL

A Floresta é de todos nós No passado dia 27 de janeiro, a Juventude Socialista de Paço de Sousa organizou um de debate envolto da temática da floresta e dos desafios que esta enfrenta. Tendo lugar na junta de freguesia de Paço de Sousa, o núcleo de Hugo Carvalho, Deputado à Assempretendeu demonstrar que estas pro- bleia da República, Américo Mendes, blemáticas devem ser discutidas Presidente da Associação Florestal do antecipadamente para evitar danos Vale do Sousa e, também, Pedro Santos, colaterais, ao mesmo tempo que tenta adjunto de comando Bombeiros Volunaproximar a população para discutir, tários de Paço de Sousa. Embora os refletir e tentar solucionar. oradores defendam posições distintas, A iniciativa contou com a participação todos afirmam que é imperativo haver

alterações da legislação das florestas. Por outro lado, debateram-se questões como a responsabilidade de limpar as matas pelos proprietários ou, na sua ausência, do Estado. Por outro lado, colocou-se em tónica as punições pelos responsáveis dos incêndios e a importância da prevenção.

JS AMARANTE

JS 360º - Festa do Caldo das Coibes Nos dias 11 e 12 de Novembro de 2017, a juventude socialista de Amarante marcou presença na “Festa do Caldo das Coibes”, no sentido de reforçar uma ação política descentralizada e de proximidade. Este evento foi realizado pela junta de freguesia de Rebordelo, com Associação Viver Canadelo e Serra do colaboração do CLAP – Centro Local Marão. Neste evento podemos enconde Animação e Promoção Rural - e da trar não só a animação musical e teatral

de grupos do concelho como também provar o típico caldo das coibes e vários produtos confecionados localmente.


18 | Fevereiro 2018

DISCUSSÃO

A Voz dos Militantes

VILA NOVA DE GAIA

MATOSINHOS

VILA DO CONDE

Rui Teixeira

Nuno Matos

Carlos F. Gonçalves

19 anos | Estudante

25 anos | Advogado

27 anos | Analista Químico

O pacote de impostos europeus proposto pelo Governo Português visa compensar o risco do orçamento comunitário baixar. Achas que esta proposta pode resultar?

S

im. Com o Brexit estima-se um impacto financeiro de cerca de 13 mil milhões de euros e um risco, quase certo, do orçamento comunitário baixar. Tornou-se óbvio que tínhamos de reforçar o orçamento da UE. O Governo Português tomou assim, a meu ver, a feliz iniciativa de propor a criação de três impostos europeus que permitem reforçar o orçamento comunitário sem que isso implique um aumento de contribuições dos estados membro.

A distinção constitucional e legal entre os conceitos de imposto e de taxa ou outro tributo tem por base o carácter unilateral, não existindo uma relação sinalagmática entre o pagamento de um imposto e a contrapartida recebida. A proposta apresentada pelo governo português só pode ser bem vista, porque estamos perante áreas em que a tributação afeta menos o bem comum dos cidadãos europeus: plataformas digitais, empresas poluentes e transações financeiras. A relação sinalagmática é com os cidadãos da UE, conseguindo através do sinalagma uma maior justiça social e um acesso a bens infraestruturais.

S

im. Este pacote de impostos que propõe a criação de três impostos europeus para as plataformas digitais, empresas poluentes e transações financeiras internacionais surgem fundamentalmente com o objetivo preventivo e de precaução de forma a garantir que o orçamento comunitário não baixe, aliado à necessidade de cobrar impostos sobre novas realidades que estão em constante crescimento, como são disso exemplo as plataformas digitais.


Fevereiro 2018 | 19

Ainda se levantam muitas questões relativas à legalização da cannabis para fins medicinais. Acreditas que se deve discutir a fundo este assunto?

N

ão. A informação médica é neste momento mais do que suficiente para termos a certeza de todos os benefícios do uso da cannabis para fins medicinais. A necessidade de discutir a fundo este assunto é o argumento dos que rejeitam a ciência ou, bem mais comummente, dos conservadores que tremem perante as mudanças na sociedade. Aquilo que devíamos estar já a discutir a fundo é a legalização da cannabis para fins recreativos. Mas, infelizmente, continuamos presos ao passado.

O ser humano tem a capacidade de criar mecanismos que usados a favor da comunidade revestem uma importância ímpar. A cannabis sendo uma planta capaz de trazer benefícios para a saúde deve ser administrada, pelo menos, de uma forma controlada. Por outro lado, colocam-se aqui questões da autonomia e desenvolvimento da pessoa humana, dando-lhe a possibilidade de optar pelo consumo totalmente livre deste tipo de produtos, sabendo, porém, que existe um controlo de qualidade na forma em que é fabricada e comercializada a cannabis.

S

im. O debate alargado e aprofundado sobre a legalização do cannabis é fundamental para a clarificação da utilização e objetivos desta medida. Saber em que condições os doentes o podem fazer, as limitações da utilização, os locais de venda e condições de autocultivo, a fiscalização e coimas a atribuir a quem não cumpra a lei, entre outros aspetos, é basilar para o correto funcionamento e objetivo desta medida.

As fontes de financiamento da atividade dos partidos políticos compreendem as suas receitas próprias e outras provenientes de financiamento privado e de subvenções públicas. Concordas com esta medida?

É para mim essencial que os partidos sejam maioritariamente financiados pelo Estado. Não há democracia sem partidos e, assim sendo, o Estado tem que assumir um papel central no financiamento dos mesmos através das subvenções públicas. Para além disso, um modelo privado de financiamento apenas conduziria ao lobby, como acontece em alguns países, exemplos bem conhecidos. O essencial nesta questão é uma fiscalização intensiva da atividade dos partidos que permita reforçar a confiança dos cidadãos na atividade dos mesmos.

S

im. O Estado deve manter um financiamento equilibrado para a atividade partidária, fornecendo condições para que não haja uma dependência de apoios e donativos de grandes grupos de interesse. No entanto, deve ser dada uma margem para que os partidos possam receber dos seus militantes, além das quotizações, apoios ao desenvolvimento da sua atividade partidária desde que fixados a um limite razoável e equilibrado. Poderá ser possível ao Estado criar isenções no que concerne com as atividades unicamente partidárias, devendo em todo o resto estar sujeitos ao princípio da igualdade fiscal.

S

im. A democracia não se faz sem os partidos políticos, estes são a base do regime democrático. Para que estes desenvolvam a sua atividade democrática e participativa junto das populações são necessários financiamentos de fontes próprias assim como das subvenções públicas. Sendo que defendo a transparência, rigor e bom senso na gestão e apresentação das contas dos partidos.


20 | Fevereiro 2018

Top do Mês INOVAÇÃO AMERICANA CHEGA A PORTUGAL

A Web Summit é um evento “ainda” muito jovem em Lisboa, tendo completado, em 2017, a sua segunda edição, com a presença de personalidades de enorme renome, como o secretário geral da ONU, António Guterres. Apesar da sua juventude, começam já a serem conhecidos alguns frutos desta aposta nacional. A Google e a Amazon, duas das mais reconhecidas empresas internacionalmente, anunciaram a “entrada” em terrenos portugueses, instalando-se a Google em Lisboa, prevendo criar cerca de 500 postos de trabalho, e a Amazon no Porto, prevendo criar cerca de 250 postos de trabalho.

CIÊNCIA, ENSINO SUPERIOR E INOVAÇÃO

AS CONTAS QUE BATEM CERTO

Estas notícias recentes não são, propriamente, novidades, tendo em conta o historial recente do desempenho económico de Portugal ao longo do atual mandato do Partido Socialista. Destacam-se, portanto, os 2,7% de crescimento económico português em 2017, e os 7,8% de taxa de desemprego, registada em dezembro de 2017, revelando, assim, o sucesso das políticas do atual governo.

Em 2015, Portugal estava posicionado no 20º lugar do ranking de serviços de saúde europeus entre 35 países. Em 2017, com a adoção de políticas de recursos humanos baseadas no planeamento de necessidades, Portugal passou para 14º lugar, encontrando-se à frente de países como o Reino Unido, a Espanha, a Itália e a Irlanda. É para continuarmos a subir no ranking?

REFORMAS

CELTEJO

É dos factos mais repetidos, e audíveis, A idade da reforma tem vindo a aumentar em múltiplos debates e discursos. O e alguns problemas têm acompanhado facto de que a atual geração é a mais esse aumento. Há possibilidade de qualificada de sempre. Tendo em haver pessoas a não aguentar trabalhar conta o objetivo do Estado, o de que muito mais tempo e de essas terem de cada vez mais jovens obtenham for- pagar 14,5 de corte de pensão com taxa mação no ensino superior, surge um de sustentabilidade, mais 0,5 por cada aviso importante no relatório da OCDE, mês que antecipa a idade da reforma. relativamente ao setor, no ano de 2017. Trazer justiça a estas pessoas é mais A OCDE concluiu que a falta de uma um passo a ser dado pelo Governo. estratégia nacional para estas áreas leva à ineficácia das mesmas. Salienta a importância de uma melhor programação do financiamento dos projetos, a curto e médio prazo, e solicita, ainda, uma maior intervenção do setor privado português no setor da inovação.

Down do Mês

RANKING EUROPEU DE SAÚDE

O rio Tejo tem vindo a passar por uma situação degradante. A poluição contínua afeta a água, assim como a Vida que nela se encontra. A CelTejo negou uma vez ser a responsável por esta tragédia, mas é ela a responsável pelas descargas de poluentes na zona de Abrantes e pela produção de celuloses cujos efluentes não são tratados. Entretanto, António Costa prometeu que ia limitar as descargas de celulose no Rio Tejo.


Fevereiro 2018 | 21

Devolver Estado à Economia

A

história da direita portuguesa é a história do fascínio pelo Estado mínimo e pelo “menor Estado, melhor Estado”. De Cavaco a Passos Coelho, o Estado foi sendo retirado da economia. Foram tão longe que até conseguiram tirar a economia do próprio país. Hoje os principais centros de decisão das maiores empresas nacionais e das empresas com maior impacto estratégico no país estão localizados em Espanha, China ou Omã. E a questão vai para lá da nacionalidade, a questão é de longo-prazo, de estratégia e de defesa do interesse dos cidadãos em detrimento de dividendos ou lucros. O problema agigantou-se quando o encantamento em torno dos mitos do “benefício da gestão privada” penetrou nas fronteiras dos partidos socialistas e sociais democratas. Na Europa a rendição foi evidente, duradoura e perdura. Em Portugal também devemos ter contrição. Por isso exige-se combater os mitos e defender o papel do Estado na economia. E esta é uma luta que começa agora. A privatização dos CTT não se tratou de uma inevitabilidade. Foi uma escolha. E nenhuma razão de qualidade e de serviço público justificava a privatização dos CTT. Os CTT são, desde do início dos anos 90, uma empresa sustentável, com lucros e que prestava um serviço público de referência. Os CTT tinham uma gestão pública que compatibilizava serviço de qualidade com lucros. Na verdade, com os anos negros da Troika,

os correios foram, para muitas pessoas, um dos poucos contactos físicos com o Estado. Os CTT davam dinheiro ao Estado e eram parte de uma estratégia de coesão territorial e social. Mesmo com a queda do serviço postal, com o advento das novas tecnologias, os CTT não ficaram em crise e não precisavam de nenhum privado para mostrar qual Não será muito arriscado afirmar que todas as privatizações do estado em o caminho a seguir. Portugal é hoje um dos poucos países torno de empresas monopolistas, ou da Europa a não ter um serviço postal que operam em mercado não plenapúblico. A gestão privada dos CTT, que mente concorrenciais, correram mal. agora pertence a fundos (!?) suíços, ame- O Estado acabou por perder dinheiro, ricanos, alemães, franceses, irlandeses e vendeu com pressa, em crise e a preço mais uns quantos, resultou em quebra de de saldo, os cidadãos e as empresas serviço e quebra de resultados. Os CTT ficaram pior servidas e a preços mais têm menos balcões e um nível de serviço caros, o país perdeu capacidade de pior para cidadãos e empresas. O Estado decisão estratégica. EDP, REN, CIMPOR, já está a perder dinheiro, porque os divi- ANA, PT, sector bancário: são histórias dendos que poderia estar a receber e do que não deve ser feito, do que correu perdeu já superam o valor da privatiza- e corre mal, dos “bons gestores” que ção. Mas, nas sempre criativas lógicas fazem fortuna em torno de serviços da direita liberal, duas “vitórias” foram públicos, de indemnizações compenalcançadas: os mágicos dividendos reti- satórias e de contratos rentistas. rados pelos accionistas – superiores ao Portugal não ganhou nada com estas próprio lucro dos CTT, e… o Banco CTT. privatizações: nem as finanças públicas, O tal banco que, enquanto os CTT eram nem a economia. Mas certamente alguém continua a lucrar muito, pois as crises do públicos, nunca foi possível criar. Três anos após a privatização, as juntas défice, mesmo que impostas pelas oriende freguesia vão acolhendo os despojos tadas regras europeias, são sempre uma dos balcões dos CTT em várias zonas do oportunidade para bons negócios. Cabe país. Como tantas vezes, foram privatiza- às gerações atuais provar que nada dos os lucros, mas as obrigações, dívidas disto é irreversível devolvendo Estado e prejuízos continuam nacionalizados. A à economia e colocando a economia ao economia é mesmo uma ciência muito serviço da igualdade. criativa. | MARCO FERREIRA


22 | Fevereiro 2018

ENTREVISTA DO MÊS:

Eduardo Barroco de Melo OM: Como é que surgiu o teu interesse pela JS e como foi a tua caminhada desde a militância até à atual presidência de federação? EBM: Obviamente que a minha militância começou pelo facto de me rever num certo projeto de sociedade. Sendo certo que todas as estruturas político partidárias têm uma ideologia base, obviamente na qual não nos revemos sempre totalmente, nem em todos os na altura do meu associativismo estumomentos, mas com os quais nós nos dantil que me filiei, com 17 ou 18 anos, identificamos, pelo menos nos seus em 2007. Não tive, apesar de tudo, um propósitos fundamentais. Eu antes de movimento ativo nesses primeiros anos, ser militante da Juventude Socialista muito devido a estar ligado ao moviou do Partido Socialista, sou Socialista. mento associativo estudantil. Fiz um Filiado numa tradição política particu- percurso muito intenso na Associação lar, na linha da social-democracia de Académica de Coimbra, da qual fui preBernstein - o Socialismo Reformista. sidente em 2011 e foi quando abandonei Porquê participar na Juventude Socia- o movimento associativo estudantil que lista? Acima de tudo porque considero comecei a ser mais ativo na estrutura. que temos uma obrigação de vida que Desde lá fui desempenhando um coné contribuirmos para as nossas comu- junto de responsabilidades dentro da nidades, seja do ponto de vista local Juventude Socialista, que coincidiram ou mais abrangente e a deixarmos, no com o início do 1º mandato do João fundo, melhor do que quando nela Torres como Secretário Geral. Comeiniciamos o nosso percurso. O exercí- cei, depois, a participar em Vila Nova cio da militância resulta dessas duas de Gaia, pois anteriormente estava inscoisas: uma, de poder contribuir para crito em Coimbra. Quando comecei a comunidade e a outra de identifica- a exercer a militância em Gaia, tive ção ideológica, que me fez perceber algumas responsabilidades na Conque a Juventude Socialista e o Partido celhia e também na Federação. Fui, Socialista eram os mais indicados. também, Coordenador Nacional da O meu percurso na JS é relativamente Organização dos Estudantes Socialisparticular. Eu tenho um percurso de tas (OES) e atualmente sou secretário participação cívica e política muito nacional para o ensino superior. ligado ao movimento associativo. Foi Portanto, considero que esse conjunto

Temos uma obrigação de vida que é contribuirmos para as nossas comunidades

de experiências me permitiu chegar a este momento e apresentar uma candidatura à federação, tendo a certeza que tinha todas as condições para exercer bem esta função. No fundo, nesta que é a minha reta final como militante da Juventude Socialista, quis prestar um contributo à federação distrital. OM: Como sabemos, e antes da tua atual presidência federativa, foste dirigente nacional da OES. Quais foram as maiores adversidades que enfrentaste no cargo e como avaliarias o teu mandato? EBM: Começando, se calhar, pelo fim (risos). Foi um mandato


Fevereiro 2018 | 23

Uma das coisas que mais me preocupa [...] é a implementação da OES, em força, no distrito do Porto

difícil. A Juventude Socialista tem, historicamente, algumas organizações autónomas às quais não tem conseguido imprimir a força que elas necessitariam. Eu quando fui Coordenador da OES, foi num momento em que a estrutura foi criada, juntando duas estruturas de estudantes já existentes. Por um lado, essa junção significou que nós tínhamos uma organização nova, por outro lado tínhamos uma dificuldade naquele momento, que era a proibição de atos eleitorais próximos ao congresso da Juventude Socialista. Portanto, quando se formou a OES, os núcleos que existiam naquele momento

Considero importante contribuir para a cultura política da JS e a evolução da mesma perderam todos o mandato e, por isso, começamos praticamente do zero. O meu mandato, no fundo, foi um mandato de organização, no sentido de que o que pretendíamos fazer era dar consistência à organização. A nível político,

também tomamos algumas medidas importantes, como é o exemplo da medida - que temos conseguido fazer passar nos orçamento de estado desde que somos governo - em relação ao congelamento máximo do valor das propinas. Quando eu saí, conseguimos ter alguns núcleos com órgãos eleitos, solidificando a estrutura. O objetivo foi que, chegando ao fim do meu mandato, não tivéssemos de fazer a nomeação provisória da estrutura e que depois acabasse por realizar o mandato normal, pois não conseguia convocar os processos eleitorais regulares. Uma das coisas que mais me preocupa, como Presidente da Federação Distrital do Porto, é a implementação da OES, em força, no distrito do Porto. É algo para o qual estamos a trabalhar arduamente. OM: Quais são os teus principais objetivos para este mandato como presidente da Federação Distrital da JS Porto? EBM: Por um lado, acho que do ponto de vista da organização interna a Juventude Socialista tem evoluído muito, principalmente a nível nacional. Na Federação do Porto, especialmente nos últimos dez anos, temos tido a honra de termos uma federação muito ativa e capaz, com grande atividade política. No fundo, considero importante contribuir para a cultura política da Juventude Socialista e a evolução da mesma, dando mais um passo em


24 | Fevereiro 2018

Não podemos ter medo de nos afirmarmos como Socialistas, nem ter medo de querermos uma sociedade Socialista sem diferenças de classes frente, fazendo a estrutura evoluir. Por outro lado, um grande desafio que temos são, obviamente, as Eleições Legislativas. Teremos, também, as Europeias, que ainda não sabemos se decorrerá na mesma altura ou não. Este mandato terá de ser focado na construção de um programa político da Juventude Socialista do distrito do Porto para o país. Considero que temos de ter uma maior capacidade intervenção na sociedade civil. Temos de ser capazes de transpor a atividade da JS para fora dos limites da mesma. É importante dialogarmos com os movimentos sociais, estruturas sindicais e estruturas de representação de pessoas, interessadas nos assuntos da vida pública e política. Estes são os três grandes desafios para este mandato. OM: Por várias vezes referiste a necessidade de aprofundar o debate em relação a novas formas de atingir a sociedade socialista. De que forma estas disposto a fazê-lo na JS? EBM: Bem, essa é uma questão importante. Por vezes somos levados a participar e a construir uma participação dentro das organizações políticas, muito por aquilo que é a cultura política do momento e muito pelo que é, de alguma forma, uma forma particular de entender como deve ser a relação desse partido com a política de um modo geral e com a sociedade que, muitas vezes, nos leva a fugir dos nossos princípios ideológicos basilares. Eu acho que nós

não podemos ser um partido e, neste caso, uma Juventude com medo de se afirmar socialista. É inconcebível que nós possamos dizer que somos socialistas, mas “não assim tanto”. Aquilo que eu entendo é que, obviamente, a Juventude Socialista e o Partido Socialista precisam de se redescobrir na forma de perceber a sociedade. Eu quando anteriormente referi que sou Socialista Reformista, estava completamente ciente daquilo que quero dizer quando digo isto. Nós não podemos ter receio de dizer que existem direitos fundamentais que, por exemplo, estão consagrados na nossa constituição e que têm de ser cumpridos, que vão para além dos chamados direitos mínimos de sobrevivência. Quando nós falamos,

e falamos muito disto na campanha eleitoral para a federação, ao nível das questões da habitação. E quando, hoje em dia, se fala muito sobre a habitação devido à pressão do turismo, temos de nos lembrar que o direito à habitação está consagrado na constituição. E a habitação, de um modo geral, não é um bem garantido em Portugal. Nós temos que repensar qual é o papel do estado para garantir esses mínimos que, como disse, não podem ser mínimos meramente existencialistas. E, portanto, aquilo que eu quero fazer e estou disposto a fazer é pensar de que forma nós, Socialistas Reformistas, temos a dizer para a sociedade no século XXI. Percebendo, obviamente, que aquelas que são as nossas

Há direitos fundamentais que estão consagrados na nossa constituição e que têm de ser cumpridos, que vão para além dos chamados direitos mínimos de sobrevivência


Fevereiro 2018 | 25

O Socialismo é necessário enquanto houver injustiça e, infelizmente, nunca deixará de ser necessário porque haverá sempre injustiça

inspirações ideológicas são datadas no defender, eventualmente, a compressão tempo e, por isso, precisamos de as salarial da nossa sociedade. No sentido entender no contexto atual. No entanto, em que nós não podemos, e bem, ter não podemos ter medo de nos afirmar- concentração de riqueza que impeça mos como Socialistas, nem ter medo a evolução na escala socioeconómica de querermos uma sociedade socialista das pessoas. A social-democracia teve no sentido de não existirem diferenças um problema a partir dos anos 70, no de classes. As pessoas estão habitua- período pós-crise do petróleo, quando das, por vezes, a perceber que devem começa a vaga neoliberal. O problema afirmar a defesa do Estado Social. Que que temos desde esse momento é que devem afirmar coisas básicas como a nunca fomos capazes de produzir uma Saúde, Educação e Segurança Social, síntese, talvez por ser impossível, de um essencialmente. Mas não estão nor- plano de desenvolvimento económico. malmente a perceber a dimensão do A grande falência dentro do debate da que querem dizer com isso. E eu acho nossa família política é, de facto, a ineverdadeiramente importante que nós, xistência desse modelo económico. Nós JS, não fujamos ao debate para perce- não podemos aceitar que no relatório bermos o que queremos dizer com isto. da OXFAM deste ano nos digam que Quando digo que quero uma Sociedade 80% da riqueza está concentrada na Socialista não é no sentido do Socialismo Soviético. Eu quero um Estado que permita várias coisas. Quero que me garanta direitos fundamentais, que me garanta igualdade de oportunidades, mobilidade social e, não sendo igualitário, que trate todos por igual. Isto significa que nós podemos ter que

Uma das belezas do projeto Socialista é [o facto de] ser construído de forma coletiva

mão de 1% da população. É impossível considerarmos que isto é sustentável do ponto de vista do desenvolvimento económico. Nós temos de debater estas questões a fundo. E atenção que eu não tenho nada contra as empresas, os empresários e a iniciativa das pessoas, só considero que não pode ser feita de forma arbitrária. OM: Como gostarias de ser relembrado no futuro, não só na Juventude Socialista como também no seio do Partido Socialista? EBM: Eu não acho que seja relevante. Considero que uma das belezas do projeto Socialista é em ser construído de forma coletiva. Eu gostava, fundamentalmente, de contribuir para a discussão para que, de alguma forma, nós pudéssemos ser um Partido Socialista forte e, quando digo forte, não digo necessariamente ganhar muitas eleições, apesar de ser desejável. Mas, acima de tudo, um Partido Socialista que permita que a sociedade mude para melhor. Eu costumo dizer isto: o Socialismo é necessário enquanto houver injustiça e, infelizmente, nunca deixará de ser necessário porque haverá sempre injustiça, mas pelo menos que seja reduzida ao mínimo possível. Gostava de ser lembrado como alguém que contribuiu para isso. Acho que sou mais uma peça na engrenagem e isso é que é fundamental. | JOÃO COUTINHO


26 | Fevereiro 2018

Nota de Pesar Camaradas, É com um profundo pesar que vos escrevo nesta nova edição d’O Mensalista. Sei bem que estavam à espera de humor. Foi com isso, afinal, que me comprometi. No entanto, é neste momento impossível fazê-lo. Primeiro, porque a Geringonça está bem e recomenda-se. A esquerda está connosco e, aparte de uns ocasionais devaneios, o trabalho está a ser bem feito por todos. Segundo, porque o país está a melhorar a olhos vistos. Menos desemprego, mais crescimento, menos défice, mais eurogrupo… Existem e existirão sempre coisas que não mudam, como a estreia de uma nova temporada da Casa dos Segredos, mas por enquanto o CentenoR7 ainda não pode acabar com isso, infelizmente. Terceiro, porque o PSD está tão mau que a Amnistia Internacional decretou como violação de Direitos Humanos se gozarmos com eles e, por agora, o meu barbeiro ainda não sabe fazer cortes de cabelo ridículos e eu não consigo ficar parecido com o Trump nem o Kim Jong-Un. Deixo-vos hoje com o desejo de que a Cristas tropece num degrau em direto porque assim de humor político não estou a ver mais nada que se possa fazer. Sincerely Yours, Salazar




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