O Mensalista - Março 2016

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Março 2016 JORNAL DA FEDERAÇÃO do porto DA JS

O MENSALISTA a capa JS Maia organiza debate sobre igualdade de género “O papel da mulher na sociedade contemporânea”

Congresso Federativo PS Forte adesão e participação de Vários militantes da juventude socialista ajudou a enriquecer o debate

Concelhias

Entrevista

Acompanha o trabalho desenvolvido pelas concelhias do distrito do Porto durante o mês de Março

Este mês conversamos com Marco Ferreira, Presidente de Mesa da Comissão Política Federativa da JS.

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Campus JS Iniciativa inédita destinada a Coordenadores Concelhios. O mote foi “Capacitar em Proximidade”


ÍNDICE : JS Maia

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Debate sobre igualdade de género

Congresso Federativo

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Js no congresso federativo do partido socialista

Concelhias

Campus js

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uma iniciativa inédita da js

7 Entrevista

Atividades locais durante o mês de março

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à conversa com marco ferreira

The u.k’s referendum a opinião de peter haysom

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EDITORIAL: TIAGO JOSUÉ FERREIRA EDITOR O que é ética? Segundo os gregos - a quem devemos a palavra e significado - indica ter bons costumes, boas maneiras e, acima de tudo, carácter. Com cerca de cem dias de Governo socialista com apoio parlamentar à Esquerda o país parece, finalmente, começar a ganhar algum rumo e a alcançar alguma plenitude e esperança. No entanto, em contraciclo, temos um PSD de rastos, tão de rastos como o país que deixou ao fim de quatro nefastos anos de austeridade sufocante.

Tiago Barbosa Ribeiro os partidos também podem morrer. Felizmente, pelo menos para mim, o PS renovou-se, tem um líder à altura e está longe do PS “centrão” de outrora, que preferia atender à direita do que ouvir à esquerda. Por outro lado temos um PSD (e CDS) petrificado, absolutamente estagnado e aparentemente incapaz de compreender que o cenário político português mudou de tal forma que deixou de existir espaço para a sua política de sovinice e utopia tradicional.

EQUIPA : BRUNO SILVA SOARES REDAÇÃO

Hugo Bessa

Sá Carneiro dizia-nos que a política sem ética é uma vergonha. Pois bem, parece que Passos Coelho e Sá Como dizia o meu Carneiro são perfeitos camarada e amigo antípodas.

REDAÇÃO

Pedro Perdigão REDAÇÃO

Susana Sousa REDAÇÃO

Hugo Trindade DESIGN

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“O papel da mulher na sociedade contemporânea” Escrito por: João M. Torres Fotos: Elisa Neves

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Juventude Socialista da Maia organizou, no passado dia 11 de março, o debate “o papel da mulher na sociedade contemporânea”, subordinado ao tema da igualdade. A iniciativa, amplamente participada, teve lugar no auditório da Quinta da Caverneira, em Águas Santas. Este evento contou com a participação de Elza Pais, deputada na Assembleia da República e Ex-secretária de Estado da Igualdade , Gabriela Canavilhas, deputada na Assembleia da República e Ex-Ministra da Cultura e Ilda Afonso, Diretora Técnica do P’RA TI – UMAR (União das Mulheres Alternativa e Resposta). Durante a iniciativa fez-se uma ampla discussão sobre a evolução dos tempos no que concerne à Mulher que ainda sofre as consequências do preconceito e do status de inferioridade; os grandes movimentos feministas; o facto de ainda não haver igualdade de salários, mesmo que as mulheres desempenhem as mesmas funções profissionais que os homens; o caso da mulher ainda acabar por acumular algumas funções domésticas assimiladas culturalmente como se fossem sua obrigação e não do homem também (funções de dona de casa), o

tráfico humano, a mutilação genital feminina, o assédio sexual, a legalização da prostituição, bem como, a questão da violência contra a mulher e a violência no namoro foram os temas mais abordados e que constituem uma preocupação da sociedade do séc. XXI. Ao longo do debate, as oradoras apresentaram as suas perspetivas. Elza Pais, afirmou que “para falar do papel das mulheres era importante falar do papel dos homens”, pois, estes também têm sido discriminados no ponto de vista dos afetos, sendo importante que “ambos sejam inteiramente livres para serem fortes”. Apontou as diversas conquistas que Portugal obteve no campo da igualdade (IVG, Procriação Medicamente assistida, entre outros), defendendo claramente a importância da Lei da Paridade havendo um caminho a percorrer no sentido de “mudar a cultura política”. Durante a sua exposição apresentou diferentes propostas que constavam do programa do PS na última campanha para as eleições legislativas. Gabriela Canavilhas, começou a sua intervenção fazendo um repúdio à violência no namoro. Afirmou que a Igualdade de género “é uma causa que diz respeito aos homens e às mulheres”.

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Defendeu sem sofismas, “a violência é uma questão de poder e hoje, mais do que nunca, é necessário equilibrar o forte e o fraco”. Gabriela Canavilhas quis fazer uma abordagem do papel da mulher relacionada com a cultura, convidando a plateia a realizar “uma viajem de recuo ao passado” falando das questões conceptuais e da própria linguagem feminina na história da arte. Já Ilda Afonso, fez uma intervenção onde falou das reivindicações do direito do corpo e analisando os direitos das mulheres na altura do Estado Novo, “a titulo de exemplo, o livro “o segundo sexo” só foi autorizado em Portugal 28 anos depois de sair no estrangeiro”. A representante da UMAR, instituição que faz este ano 40 anos, transmitiu que uma forma de combate à violência doméstica e do namoro passaria também pela sensibilização da população, fazendo “um trabalho de prevenção junto das escolas e de outras instituições”. João Magalhães Torres, antes de terminar a conferência, citou uma pequena frase de Simone de Beauvoir que constituía uma reflexão sobre o tema que se discutiu, “uma frase dita por uma das principais chamas do movimento feminista francês que foi autora do livro “o segundo sexo” considerado uma das obras mais influentes da humanidade” – “Que nada nos defina, que nada nos sujeite, que a liberdade seja a nossa própria substância”.

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JS em Forte Presença no Congresso Federativo do PS Escrito por: Luís Guimarães A Juventude Socialista marca forte presença no XVII Congresso Federativo do Partido Socialista que decorreu no passado dia 19 de Março na Exponor. A este congresso foi apresentada e votada por unanimidade a Moção Global de Estratégia de Manuel Pizarro: “Afirmar o Porto, Mobilizar o Norte”. À moção bastante aplaudida e com várias intervenções de apoio à próxima direção distrital, somaram-se várias moções sectoriais, em especial a da Reforma do Sistema Político, subscrita primeira pelo camarada e presidente da JS Matosinhos Hugo Trindade. Todas as Concelhias do Partido Socialista incluíram camaradas da Juventude Socialista na sua lista de delegados. Manuel Pizarro foi eleito por mais de 4500 militantes do Partido Socialista do Distrito do Porto. Os novos órgãos encontram-se agora sufragados e contam com vários militantes da Juventude Socialista no Conselho de Jurisdição e na Comissão Política Federativa. Espera-se um mandato com muitos desafios e com muitas conquistas, e começou com um Congresso em que a JS disse mais uma vez Presente.

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A ti v i d ad es

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JS Amarante - Desafios e Experiências no Ensino Superior No passado dia 5 de Março a Juventude Socialista de Amarante, em parceria com a Juventude Socialista de Vila Real, realizou mais uma rúbrica “JS Café”, desta vez subordinada ao tema “Ensino Superior: desafios e perspetivas”. A iniciativa decorreu na Escola Básica Amadeo Souza Cardoso, em Amarante, e contou como oradores com o presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Daniel Freitas, com o presidente da Associação Académica da Universidade de Trásos- Montes e Alto Douro (AAUTAD), André Coelho, e com o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), José Dias. Todos convergiram no facto de o maior desafio residir na captura de novos estudantes para as faculdades - quer jovens e oriundos do ensino secundário, quer um público mais velho que pretenda “reciclar” conhecimentos. O maior problema centrar-se- á na questão demográfica, sendo que na atualidade as instituições têm procurado captar alunos de outros países comoforma de financiamento.

Daniel Freitas referiu a importância de se efetuar um estudo sobre o abandono escolar, que tem sido “prometido e constantemente adiado”. José Dias, por sua vez, salientou o ensino, a investigação e a partilha de conhecimento como os três pilares fundamentais do Ensino Superior. Relativamente à dicotomia ensino politécnico vs ensino universitário, a opinião dos três oradores convergiu: há a necessidade de reorganizar a rede e de estabelecer uma lógica de cooperação entre os dois sistemas.

JS Baião - Roteiro “JS Presente” No passado dia 5 de Março a Juventude Socialista de Baião deu início ao Roteiro JS Presente. A iniciativa tem como principal objetivo dar a conhecer esta estrutura às freguesias e, ao mesmo tempo, desenvolver ações de aproximação e contacto com os jovens e com o território, perceber quais as suas preocupações e anseios. A União de Freguesias de Loivos da Ribeira e Tresouras, foi a escolhida para dar início ao Roteiro. Teve como plano a reunião com o Presidente daquela junta, a visita de locais estrategicamente delineados e ausculcação da população. A reunião com o Presidente da Junta, André Santos, revelou-se muito importante para que se pudesse conhecer a freguesia, nomeadamente os desassossegos causados pelo mau tempo de fevereiro, bem como outras preocupações elencadas pelo executivo. No contacto com os habitantes desta freguesia foram identificadas várias incongruências relacionadas com a faturação da água da rede de abastecimento de água, atualmente gerida pela Empresa Águas do Noroeste/Norte.

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JS Santo Tirso - Roteiro pelas Freguesias A Juventude Socialista de Santo Tirso, em parceria com a secção do PS/Santo Tirso está a promover um conjunto de visitas a freguesias do concelho de Santo Tirso. A primeira sessão destas visitas foi realizada no passado dia 2 de abril, à Freguesia de Vila Nova do Campo e contou com a participação do Deputado da Assembleia da Republica e Secretário-Geral da Juventude Socialista, João Torres. O encontro decorreu no salão nobre da Junta de Freguesia de Vila Nova do Campo. Tratando-se esta, de uma freguesia que resultou de uma agregação de freguesias, a questão da reorganização administrativa das freguesias, imposta pelo anterior governo PSD/CDS, foi naturalmente um dos temas abordado, assunto sobre o qual esclareceu João Torres, sobre a possibilidade de esta tema ser devolvido às Assembleias Municipais para a decisão de manter ou alterar o actual mapa da organização das freguesias.

Js gondomar “+ próxima de jovim” A JS Gondomar iniciou o seu Roteiro “JS Gondomar + Próxima”, uma actividade que pretende ser uma fonte de informação sobre o ponto de situação de todo o Concelho, iniciando-se na antiga freguesia de Jovim. Recolhemos a informação que a centralização dos serviços da Junta de Freguesia em Gondomar (São Cosme) não é de todo benéfico para a Jovinenses, tendo em conta a ausência do Presidente neste território, provocando a demora na resposta à população. A equipa da Juventude Socialista acabou a sua deslocação à Freguesia com a visita a uma empresa que recentemente se fixou em Gondomar, a SPIANA, uma indústria que não é tradicional de Gondomar, a cerâmica, mas que encontraram no nosso território uma “excelente localização e com pessoas incríveis e dedicadas” – António Magalhães, Director de Produção – com a colaboração do centro de emprego de Gondomar foi possível criar nesta fase 21 postos de trabalho, mas com o objectivo de que num futuro próximo possam ser criados um total de 50 postos de trabalho.

“A JS pode concluir que o actual Executivo da União de Freguesias de São Cosme, Jovim e Valbom continua sem cumprir as promessas de construir e arranjar os passeios por toda a Freguesia de Jovim, o que não dignifica o nome da Freguesia nem do Concelho de Gondomar.”

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Hugo Pinto, coordenador do Núcleo diz, em nota de imprensa,- que se Núcleo de Duas Igrejas se compromete a estar ao serviço da freguesia para promover um crescimento mais sustentável e saudável, bem como apoiar o Partido Socialista a vencer a Junta de Freguesia de Duas Igrejas e a Câmara Municipal de Penafiel, em 2017. A formalização do núcleo ficou marcada por uma iniciativa voltada para a saúde da freguesia intitulada “Feira da Saúde”. Com rastreios, desporto e várias paletras, a iniciativa que durou todo o dia é, para vários dos participantes, uma lufada de ar fresco e a dinamização de que a Freguesia de Duas Igrejas tanto precisava

JS Penafiel Formaliza mais um Núcleo de Residência No passado dia 23 de Março de 2016 decorreu a formalização do Núcleo de Duas Igrejas da Juventude Socialista de Penafiel, liderado por Hugo Joaquim Maia Pinto. É com grande orgulho e sentido de responsabilidade que anunciamos a formalização de um núcleo que tem como principal objectivo apoiar a população atendendo às dificuldades e inquietações bem como estar presente em todos os aspetos políticos e sociais da freguesia.

Js trofa reúne com deputados pela linha do metro da trofa O PS e a JS Trofa vincaram em reunião com os Deputados do Distrito do Porto que a expansão da linha do metro desde o Porto até este concelho “é uma prioridade”, exigindo que se “abandone a retórica” e se inclua este projeto “num plano global de investimentos estratégicos para Portugal”. “São legitimas e justas as aspirações dos Trofenses relativamente a esta obra.Expandir a linha do metro até à Trofa é a correção de uma injustiça para com as populações e para com a região”, lê-se em comunicado que dá conta de que a concelhia do PS e da JS se reuniram com os deputados socialistas. A 24 de Fevereiro de 2002, a circulação ferroviária nas linhas da CP da Póvoa de Varzim e da Trofa foram encerradas para dar início às obras de construção do canal do metro. A população da Trofa continuou sem metro. A ligação à Póvoa foi inaugurada a 18 de Março de 2006.

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JS Maia envia Carta Aberta a Presidente da C.M. Maia No documento pode ler-se, por exemplo: “O Conselho Municipal da Juventude (CMJ) é um órgão consultivo que procura dar voz aos jovens do nosso concelho através do envolvimento de diversas organizações, associações e grupos informais, promovendo o debate sobre temas que à juventude dizem respeito. Na vanguarda pela participação cívica dos jovens, a Juventude Socialista (JS) apresentou, em 2009, um projecto de lei que estabelecia um regime legal comum a todos os Conselhos Municipais de Juventude. Esse projecto tornou-se lei, sendo obrigatório a sua criação e funcionamento, em todos os municípios do país.” Entre outras “lutas” a Juventude Socialista da Maia reinvindica o CMJ e afirma que “se a ausência de Políticas de Juventude centradas nos reais problemas dos jovens maiatos sempre foi uma lacuna no nosso concelho, o facto de este órgão consultivo não reunir desde 6 de maio de 2014 é a confirmação da ausência total de visão desde executivo que, para além de não reconhecer as potencialidades desde órgão no fomento do diálogo com e entre os jovens maiatos, desrespeita totalmente e de forma inaceitável a lei em vigor.” “É tempo de respeitar e valorizar os jovens da nossa terra. Exigimos, por isso, que convoque, dinamize e divulgue o CMJ como uma instrumento elementar para potenciar as capacidades criativas dos jovens da Maia, fomentando a sua participação cívica, por forma a conhecer melhor as aspirações e anseios dos jovens deste concelho. Assim, solicitamos que Câmara Municipal da Maia altere o rumo da sua política de entrave à participação dos jovens colocando-os, anos após ano, à margem das decisões políticas da sua terra” acrescentou João Torres, no término da carta aberta que a JS Maia enviara ao Presidente da Câmara Municipal da Maia.

Js gaia em roteiro autárquico A Concelhia de Vila Nova de Gaia retomou o Roteiro Autárquico “JS/Gaia Freguesia a Freguesia”, visitando as freguesias de Pedroso/Seixezelo e da Madalena. Na primeira visita foi possível perceber o empenho do Executivo local em promover uma aproximação à população mais jovem, estando inclusivamente planeada a criação do Conselho Local de Juventude. Na visita à Madalena, sendo este um Executivo PSD/ CDS-PP, o Presidente da JS/Gaia manifestou a sua “satisfação por saber que existe um clima de cooperação entre a Junta de Freguesia e o Executivo Municipal, uma situação que não se verificou durante os 16 anos em que a direita liderou a Câmara Municipal, onde os atos de discriminação para com as juntas de outra cor partidária eram constantes”

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js gondomar Com duas iniciativas A iniciativa “dia de TODOS os Pais teve como objectivo elucidar e fazer lembrar que em 2016 pela primeira em Portugal no dia 19 de Março se celebra pela primeira vez o Dia verdadeiramente de todos os pais. A JS Gondomar levou mais de 50 jovens à Assembleia da República, onde foram recebidos pelo Deputado e Secretário-geral da Juventude Socialista, João Torres e os Deputados Isabel Santos, Diogo Leão e Ivan Gonçalves.

Js Penafiel Congratula-se de obra realizada A JS Penafiel, por intermédio do Núcleo de Galegos, congratulou-se de ter conseguido a repavimentação de uma rua que havia sido prometida sucessivamente desde 2009. Em causa esteve a colocação de um “outdoor” denunciador que, em causa-efeito, levou a Câmara Municipal de Penafiel a repavimentar a obra pouco tempo depois.

JS Trofa em Roteiro de Proximidade No passado dia 12 de março, a Juventude Socialista da Trofa, no âmbito do “Roteiro de Proximidade”, deslocouse até à Freguesia do Coronado, para perceber e auscultar os problemas que afetam esta população. Na sequência deste contacto, percebemos que o problema primordial, prende-se com o facto de a Câmara Municipal não comunicar à Junta de Freguesia as decisões de intervenção na Freguesia, o que prejudica bastante a população do Coronado. Esta falta de comunicação, não permite que as reais dificuldades dos habitantes dos Coronados sejam consideradas antes da realização das obras, por tal, só quando os trabalhos são concluídos é que são descobertas as deficiências da intervenção. Para confirmarmos esta política errada levada a cabo pela Coligação que lidera a Câmara Municipal da Trofa, visitamos diversas ruas da freguesia que nos dão exemplo desta falta de diálogo. No caso das obras de saneamento, foi-nos explicado que o projeto foi planeado com base numa planta de 1999, e que não existiram novos levantamentos topográficos no terreno, ou seja, muitas das casas que foram construídas entretanto, não foram consideradas na execução desta obra.

A Juventude Socialista procurou também perceber a situação da rede viária da Freguesia do Coronado. Foi-nos explicado, pelo Presidente da Junta desta Freguesia, José Ferreira, que as obras de requalificação das estradas, de São Mamede e São Romão do Coronado, seriam responsabilidade da Câmara Municipal da Trofa, isto porque em 2014, esta Junta de Freguesia não aceitou assinar o protocolo proposto pela autarquia trofense, por entender que não seria justo e adequado aos interesses dos habitantes da Freguesia. A Juventude Socialista da Trofa, aproveitou a visita para demonstrar toda a solidariedade e apoio ao Presidente da Junta de Freguesias do Coronado e restante equipa, na luta desigual que enfrentam pelo melhor qualidade de vida dos habitantes dos Coronados.

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Federação do Porto PResente no Campus JS Escrito por: Luís Guimarães Foi ímpar, nos últimos anos de história da Juventude Socialista, o Encontro Nacional de Presidentes de Concelhia, iniciativa nomeada de Campus JS e com o mote “Capacitar em Proximidade”, que aconteceu no passado dia 12 e 13 de Março em Évora com mais de 200 dirigentes nacionais e locais. Iniciativa vocacionada para a formação e informação dos Presidentes de Concelhia, permitiu através da intervenção de todo o Secretariado Nacional, do responsável pela OES – Eduardo Barroco de Melo, e da ANJAS – Marco Ferreira, dar referência particular às linhas políticas e metodológicas da nossa organização. A representação do distrito do Porto foi amplamente conseguida por uma larga maioria das concelhias da Região do Vale do Sousa e Tâmega e da Área Metropolitana.

O Campus JS contou com quatro painéis de formação e debate, com um momento importante de dinâmica de grupo e de partilha de experiências e de respostas a problemas comuns das estruturas locais. No Campus JS foi também lançado uma plataforma híbrida de gestão e organização das estruturas a todos os níveis – a JS Hub. Esta plataforma permitirá os dirigentes saberem em tempo real os militantes das estruturas a que dirigem, as estatísticas, enviar newsletters e convocar reuniões e processos eleitorais. No interesse claro de facilitar a gestão de estruturas, a Direção Nacional quer que todos os dirigentes e militantes tenham mais tempo para pensar e fazer política.

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Ă€ Conversa com

Marco Ferreira PĂĄgina 14 | O Mensalista


ENTREVISTA Escrito por: Bruno Silva Soares Quais os motivos/ ideais que te levaram a ingressar na JS Trofa e a construir uma equipa nova para o concelho? Como vez a JS Trofa atualmente?

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esde que me conheço que me interesso pela política e, portanto, mesmo em criança já tinha intenção de ingressar num partido. A opção pelo PS é consequência da minha educação familiar e do meio social onde me inseria. O tema da “igualdade” guiou-me sempre e conduziu a minha formação política. Depois, algures em 2008 a questão autárquica deu o “empurrão” final para a entrada ativa na política. A nossa vontade em derrubar o poder da direita na Trofa foi uma das motivações para formalizar uma estrutura local da JS. Atualmente a JS Trofa é constituída ainda por pessoas que estiveram nas batalhas de 2009 e por novos valores que me enchem de esperança. A Trofa continuará a marcar o panorama político da JS distrital e nacional numa forma, acredito eu, muito particular de ser. Quais as tuas referências políticas e sociais? Politicamente, os primeiro-ministros socialistas Guterres e Sócrates e o presidente Soares são parte da construção do meu pensamento político. Mas, indubitavelmente, Mário Soares é um líder intemporal, a figura do sec.XX português e cuja acção europeísta, democratizadora e progressista são compêndio de uma esquerda moderna numas décadas (80/90/00) em que as esquerdas passaram a achar que só se ganhavam eleições ao centro, com os resultados que se sabem. Actualmente, estou bastante entusiasmado com o governo de esquerda liderado pelo António Costa. Espero, igualmente, que se torne uma referência para todos.

“Política é o espaço da retórica, mas não se constrói um percurso de serviço à causa pública em torno da retórica vazia. Somos a geração do seculo XXI que se bate por políticas de século XXI para os nossos concelhos e para as nossas freguesias.” Como responsável máximo da ANJAS a nível nacional o que esperas dos jovens autarcas socialistas, nomeadamente dos jovens da federação do Porto? Acredito que o poder local é um espaço priveligiado para a actuação políticas das estruturas locais da JS. E esse é um espaço que as concelhias não podem descurar e no qual devem actuar com intensidade, com conteúdo e dentro de uma estratégia autárquica definida. Os jovens autarcas socialistas fazem parte de uma nova geração de autarcas e governar uma autarquia hoje é diferente do que se fazia há 10 anos. Por isso, temos um grande papel a desempenhar e esse papel irá atribuir aos jovens autarcas socialistas uma importância crescente nas suas comunidades locais. O que eu espero é que a JS seja um espaço de apoio aos autarcas e que os auxilie a crescer no seu conteúdo político. Política é o espaço da retórica, mas não se constrói um percurso de serviço à causa pública em torno da retórica vazia. Somos a geração do seculo XXI que se bate por políticas de século XXI para os nossos concelhos e para as no sas freguesias.

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Enquanto Presidente da mesa da Comissão Politica Distrital da JS Porto, quais os objetivos e metas pensas que a Federação do Porto deve lutar para alcançar neste mandato? Vejo o trabalho de uma federação da JS em dois níveis: suporte concelhio e definição de estratégias regionais. E tenho isto muito claro para mim: a primeira função de uma estrutura distrital é estar sempre pronta a prestar suporte às estruturas concelhias. Por isso, os mecanismos de camaradagem inter-concelhia são fundamentais. E isto nada tem a ver com “política de afectos”, está sim relacionado com a capacidade de mobilizar as estruturas para criarem escala, a pensarem globalmente mas agirem localmente. Por isso, acredito muito da deslocalização das iniciativas federativas, na tomada de posição política da federação em questões locais e na disponibilização de ferramentas de apoio às concelhias (formação nomeadamente). Num segundo nível, as questões regionais ou supra-municipais. Há uma grande desigualdade nacional que o PS tem a obrigação de combater: a desigualdade regional. Nada justifica o hiato Lisboa-Porto, como não se justifica a disparidade Porto-Baião. Urge combater essas desigualdades, não em nome da nossa região individualmente, mas em nome de um país que avance conjuntamente. O país precisa mais do Porto, que o Porto precisa do país. Mas só com igualdade e justiça regional avançaremos verdadeiramente. “Eles” até podem ir mais rápido, mas juntos iremos mais longe. Assim, uma meta da JS distrital neste mandato deve ser o combate às assimetrias regionais e fazer um acompanhamento próximo das medidas do actual governo que nos aproximam de modelos regionalizados de governação. Foram várias as oportunidades para te afirmares na história da Juventude Socialista, no entanto, escolheste ficar na Trofa como líder da Concelhia do PS Trofa, hoje, e após várias experiências enquanto Presidente do PS Trofa e ainda com idade de jovem, qual a maior diferença e semelhança sentes?

Essa “escolha” não existiu:

“Até hoje tenho dito ‘sim’ às oportunidades que me são colocadas no PS e na JS e tenho dado o meu melhor para cumprir com a confiança depositada.” O trabalho no PS é muito mais complexo e rígido que na JS. Aliás, suspeito que o PS tem coisas a aprender com a JS em termos de capacidade organizativa. O Partido Socialista precisa de urgente modernização e de rever as suas formas de inserção na sociedade e a forma como procura acolher e captar os cidadãos que querem fazer política. Parece-me que a JS já iniciou esse caminho e o PS ainda não. Ser presidente de uma das maiores concelhias do PS do país aos 26 anos constituiu um momento único. Mas não nego que há muitas dificuldades e a juventude é handicap nesta matéria. Lidero uma concelhia do PS saída de uma difícil derrota eleitoral e com grandes défices de penetração na vida cidadã. Fazer do PS uma estrutura cívica activa, agregadora e acolhedora tem sido a minha missão, ao mesmo tempo que apresentamos uma visão de esquerda para a autarquia e que tentamos romper com alguns moldes habituais de fazer política local que me parecem obsoletos. Tem sido um trabalho muito exigente, ao mesmo tempo que me dedico a construir uma minha carreira profissional que, defendo, deve ser sempre uma prioridade simultânea à construção de uma carreira política. Contudo, perante as maiores dificuldades, maiores são as ambições. E em 2017 os socialistas da Trofa têm uma missão: devolver à esquerda a presidência da câmara municipal e construir um caminho de esperança para o “concelho-coração” da Trofa. Espero uma ajuda dos jovens socialistas do distrito do Porto.

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TOP-DOWN

Start Up Simplex

O interromper do programa Simplex sempre foi uma medida severamente contestada pela interrupção da modernização administrativa que o programa impinge. As duas afirmações somadas, neste Governo, traduz-se no Start Up Simplex, um programa para a modernização administrativa, que parte do cidadão e traz a tendência empresarial para o Estado.

Arranque de Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa tem tido um arranque de mandato, no mínimo, diferente. O destaque neste mês, segue no sentido de dar voz aquilo que foram as cerimónias de investidura, que passaram pelo Porto e duraram 3 dias. Para além desta inovação, junta-se o anúncio da celebração do 10 de Junho em Paris. Por último, a promulgação do OE com explicação do porquê.

100 dias de Governo

Nem sempre foi fácil. A tarefa de construir medidas e políticas que se enquadrem entre o PCP e BE e a Comissão Europeia é árdua. Porém, nos primeiros 100 dias de Governo, o mesmo mostrou que consegue fazê-lo, principalmente no que toca a um instrumento como o Orçamento de Estado, a principal ferramenta de governação para a administração pública.

SocialDemocracia, Sempre

Para o congresso do PSD, Passos Coelho levou consigo na sua moção o slogan Social-Democracia, Sempre. O slogan apenas faz jus ao nome do partido, porque depois dos últimos 4 anos de governação, a social-democracia nem na gaveta esteve. É, sem dúvida, um baixo do mês de março, pelo simples facto de se tentar fazer esquecer aquilo que ficou marcado na vida dos portugueses.

Atentados Bélgica

Os atentados ocorridos na Bélgica, para além da atrocidade em si ou pelo terror espalhado, também porque põe a “nu” muitas deficiências da UE enquanto segurança interna, e constituem uma séria ameaça ao projeto europeu. O facto de haverem falhas graves na troca de informações desta amplitude entre os Estados-Membros merece uma séria reflexão quanto às medidas a adotar nesta matéria.

Escrito por: Pedro Perdigão

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Britain (and Europe) prepare to meet their destiny In my homeland, the atmosphere is unusually tense. After years of debate and internal fighting about the UK’s place in Europe (that is, in the European Union), on the 23rd June myself and millions of other Brits will decide if they want to be IN or OUT. This referendum vote will have huge implications, for a number of reasons. Britain is one of the largest markets (and economies) in the Union, is a net contributor to the project, and together with Germany and France has the largest number of MEPs. But most importantly, for the UK to leave the EU would not only mean a radical re-think of its own position on the world stage, but would also force the European institutions themselves to consider their raison d’être. The Union’s survival, as an economic and political institution, is “on the line”. This debate, in the UK, is dividing political parties, as it has done for years. The right-wing of the Conservative Party typically supports “Brexit”, with complaints about lost sovereignty and over-regulation. Big Conservative names such as Boris Johnson support Brexit alongside Nigel Farage and UKIP.

However, European Union membership is equally divisive for the Left – in particular, the Labour Party, the UK sister party of the PS, is having its doubts. There are those that support EU Human Rights laws, labour legislation and the trade brought by the internal market. On the other hand, many Labour politicians and activists have attacked the direction of the EU in recent years, the implications for UK wages, and trans-Atlantic trade deals that could have implications for British workers. There are high passions, and compelling arguments for social justice, on both sides of the debate. Again, there are big issues at stake in this vote, now including the safety of all of our citizens and the survival of European society as we know it. As Portugal’s oldest ally, the UK drifting off into the Atlantic would be a political earthquake for both of our countries. The presence of Portuguese emigrants in Britain, the trade between our two countries, the number of British people living and visiting Portugal...all of these things will need to be reconsidered if the Brits vote to leave. In this case, the Portuguese Left will need to develop solutions to deal with the consequences.

Escrito por: Peter Haysom

O Mensalista | Página 19


Retratos Socialistas

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Escrito por: Susana Sousa

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Ana C. Mendes

António Costa

“O PS não perdeu a sua identidade e não a irá perder. É importante, mais do que nunca, sublinhar e agir de acordo com uma escolha ideológica de ser um partido de esquerda, de construir uma sociedade plural com justiça social, transparência e igualdade”

“O PSD acha que nada pode acontecer sem o PSD, mas há uma coisa que eles terão de se convencer um dia: continuaremos a ter dia e continuaremos a ter noite mesmo que o PSD não contribua para isso.”

Isabel Moreira

João Galamba

“O PS apresenta um Orçamento que responde ao desafio do deputado Miguel Morgado. Na prática e perante situações concretas dá tradução material a compromissos assumidos no passado pelo PSD e CDS que vincularam o Estado Português e que também vincularam o Governo do PS”

“O défice que o Governo socialista traça tem a ver não com aquilo que foi deixado como herança natural, mas resulta de uma alternativa, de uma visão, de crescimento diferente e também de uma atitude na própria Comissão Europeia mais pró-Portugal.”

O Mensalista | Página 21


Manuel Pizarro

Luísa Salgueiro

“Temos finalmente um primeiro-ministro que acredita na regionalização. António Costa, porventura por ter sido presidente de uma câmara municipal, percebeu bem a importância de uma governação próxima dos cidadãos”

“Embora consciente das limitações orçamentais ainda existentes, o Governo assume claramente a sua determinação em não deixar ninguém para trás, garantindo a todos os portugueses o acesso a uma vida digna e com pleno direito à Saúde.”

Tiago B. Ribeiro

João Torres

A precariedade também atinge todos etariamente de um lado temos uma geração mais jovem que vai envelhecendo em casa dos pais entre biscates, a maior confirmação mas sem expectativas de vida formada que continua a adiar-se numa estrada de caminho único e sem nenhum sentido enquanto consome os seus melhores ano numa economia que tudo suga e nada dá (…)”

“ O Partido Socialista quer afirmar e reafirmar que os estudantes tem ficado vezes de mais para trás nas discussões políticas no nosso país e por isso importa também dar um sinal de que vamos partir para uma nova discussão e um sinal também de inclusão quanto à frequência do ensino superior.”

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P OL Í TI C OS DESO F Á Marcelo Reality Show

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Já aqui havia dito que corríamos o risco de Marcelo tornar a sua presidência num reality show político. E não falhei. A sua tomada de posse foi isso mesmo. Por momentos pensei que teria uma linha de valor acrescentado para votar no conselheiro de estado que queria ver nomeado naquela semana. Não digo que seja prejudicial. Mas se Marcelo transformou a sua tomada de posse num reality, a verdade é que Cavaco transformou a sua governação num documentário do Discovery Channel sobre a estadia dos ratos canguru no deserto do sahara. E esta é a prova do desnorte político nacional: dois homens suportados pela mesma linha ideológica conseguem divergir mais do que o Pedro Guerra com qualquer pessoa do planeta. Não quero com isto agoirar ou desejar que Marcelo não seja bemsucedido. Que o seja. Mas que fique claro que esperamos bem mais do que operações de charme. Não queremos um presidente-superstar, que se esqueça da sua função e seja só superstar. Para já, basta que seja presidente. Já era bom. Diz que tem faltado um nos últimos anos.

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JS FEDERACAO PORTO

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