O Mensalista - Dezembro 2016

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DEZEMBRO 2016 JORNAL DA FEDERAÇÃO DO PORTO DA JS

O MENSALISTA

XX Congresso Nacional IVAN GONÇALVES SUCEDE A JOÃO TORRES NA LIDERANÇA DA MAIOR ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DE JUVENTUDE DO PAÍS (P. 5)

TOP-DOWN

ENTREVISTA

JS CAFÉ

A análise de Pedro Perdigão Descobre os Altos e Baixos do mês de Dezembro. (p. 12)

Este mês conversamos comIvan Gonçalves, novo Secretário-geral da Juventude Socialista (p.13)

João Costa, Secretário de Estado da Educação foi o orador convidado para esta iniciativa Federativa (p. 11)

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ÍNDICE : CONGRESSO NACIONAL

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REUNIÃO MAGNA DA JUVENTUDE SOCIALISTA

JS CAFÉ

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INICIATIVA FEDERATIVA EM SANTO TIRSO

TOP-DOWN O MELHOR E PIOR DO MÊS DE DEZEMBRO

ENTREVISTA

13

À CONVERSA COM IVAN GONÇALVES

12 POLÍTICOS DE SOFÁ

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O HUMOR DE GONÇALO SALAZAR

IMAGENS PERPETUA-SE A MEMÓRIA

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EDITORIAL: TIAGO JOSUÉ FERREIRA DIRETOR Faleceu Mário Soares. Pai da nossa democracia, o maior de todos nós. Nós, jovens socialistas, gostamos e ousamos dizer, como tão bem nos distingue, que estamos na linha da frente pela luta dos direitos, liberdades e garantias pelo qual se fez Abril. Pois, se essas linhas existem, é porque também existiu Soares. Criador da democracia em que vivemos Soares é, incontornavelmente, uma das maiores – senão a maior – figura política do Século XX cujas ações mais influenciam a nossa sociedade nos dias que correm. Incansável na luta contra o fascismo, imponente na alternativa democrática que se insurgiu em Portugal, não existem adjetivos para qualificar o quanto felicitados nos devíamos sentir, jovens socialistas, por termos tido a oportunidade de ser contemporâneos de uma tão distinta figura, por tudo o que ela para nós representa. O legado de Soares é imenso e a sua pegada na nossa história é de tal modo profunda que nunca se dissipará. Mesmo sem percebermos a importância da liberdade que Mário Soares nos garantiu, porque já nascemos nela e a tomamos como garantida, os livros de história não deixarão esquecer tudo o que fez por nós. Mas não será agora. Nem será amanhã. Soares deixou muitos inimigos e muitos maledicentes, alguns nem sabem bem porque o são. Mas, como todos os grandes Homens, também a história precisará do tempo necessário para perceber, e nos fazer ver, a todos, o que foi um ser verdadeiramente grandioso.

EQUIPA : BRUNO SILVA SOARES JORNALISTA

HUGO BESSA JORNALISTA

PEDRO PERDIGÃO ANALISTA

GONÇALO SALAZAR HUMORISTA

HUGO TRINDADE DESIGNER

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XX Congresso NAcional da JS no distrito do porto Escrito por: Amadeu Dias | Luís Guimarães Nos dias 16,17 e 18 de Dezembro a cidade da Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, recebeu a reunião magna da Juventude Socialista. Durante o fim-desemana participaram mais de 700 jovens socialistas no XX Congresso Nacional da Juventude Socialista, entre delegados efetivos, inerentes, membros do PS e representantes de outras Juventudes Socialistas da Europa, num claro sinal de proximidade. Como referido anteriormente, o XX Congresso Nacional da JS, que reúne de 2 em 2 anos iniciou-se na sextafeira, dia 16, dedicado à receção e credenciação dos participantes. Em simultâneo realizou-se a eleição da Mesa do Congresso e da Comissão de Verificação de Poderes. No sábado 17, iniciaram-se verdadeiramente os trabalhos políticos. Coube ao Presidente da Comissão Organizadora do Congresso, o camarada Tiago Gonçalves a honra de fazer a primeira intervenção do XX Congresso. Fê-lo de uma forma subtil e metódica, duas das grandes virtudes que o caracterizam. O Tiago é daqueles dirigentes que deixará a sua marca na JS e que elevou o patamar da organização para um nível de excelência. Foi o dirigente de todas as horas e todas as burocracias. Contactou com milhares de militantes e nunca negou o seu auxílio. Sem dúvida que mereceu a honra de se despedir como presidente da COC. Na pessoa do Tiago, é de elementar justiça saudar todo o esforço da COC, que assegurou a todos as condições necessárias de participação no congresso. Nós, militantes do Porto, não esquecemos e prestamos o devido agradecimento à nossa camarada Filipa Magalhães, inexcedível em todo o processo.

A manhã prosseguiu com a intervenção do anfitrião e Presidente da Federação do Porto da JS Hugo Carvalho. Intervenção que ficou marcada pelas boas-vindas a todos os congressistas. Agradeceu igualmente a confiança depositada pela COC para a realização do XX Congresso no Porto, mas ressalvou que esta confiança é o reflexo do trabalho diário e participação das diferentes concelhias e seus dirigentes nas atividades da JS. Esta intervenção serviu igualmente para lançar os próximos desafios. E na agenda dos militantes do distrito do Porto estará sempre a regionalização. A descentralização e delegação de competências estarão sempre na linha da frente do combate político no Porto.

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O final da manhã aproximava-se e era altura dos dirigentes do PS abordarem os congressistas. Manuel Pizarro, Presidente da Federação do Porto do PS dirigiu aproveitou as suas breves palavras para incentivar todos os jovens para os próximos combates, relembrando que o PS necessita mais do que nunca de se renovar. Seguiu-se a Secretária Geral Adjunta do PS, Ana Catarina Mendes num discurso marcado pela nostalgia de quem pela JS passou. A sua mensagem recordou o seu percurso na JS, com isso aproveitou para relembrar que as portas do PS estão hoje mais abertas que nunca à integração dos jovens. Ana Catarina afirmou que hoje, os rostos que defendem o PS provém na sua maioria da JS. Responsabiliza assim os próximos dirigentes e enaltece a importância da nossa participação na construção da democracia, lembrando as grandes conquistas da JS (interrupção voluntária da gravidez, casamento por pessoas do mesmo sexo, etc). Terminadas as intervenções institucionais chegava o momento mais esperado do XX Congresso Nacional da JS. Tomava a palavra o ainda SG João Torres. A intervenção do João Torres incidiu sobre o seu percurso enquanto SG. Fez um balanço justo dos seus 4 anos, dando mais ênfase aos últimos dois anos.

João Torres destacou, naturalmente, as vitórias do PS durante o seu mandato, no qual formamos Governo, fazendo parte de uma solução governativa histórica em Portugal. E muito foi o contributo da JS em cada momento eleitoral. Fizemos história! A JS elegeu pela primeira vez 3 deputados à Assembleia da República. Conseguimos mais, ainda que por pouco tempo, tivemos 4 deputados em funções. Deputados esses que foram e são incansáveis na elaboração e apresentação de propostas que visam defender os interesses dos jovens Portugueses. Defendemos os salários justos em Portugal, porque acreditamos que nenhum trabalhador deve auferir um salário 20 ou 30 vezes superior a outro, defendemos a abolição de propinas no ensino, conseguindo, para já, o congelamento das propinas. A JS apresentou igualmente propostas como a regulamentação do trabalho sexual, a legalização das drogas leves ou o enquadramento jurídico da eutanásia, tomando ao longo dos últimos 4 anos mais de uma centena de posições nas diferentes áreas. Mas a JS não se esgotou na apresentação de propostas. Foi mais além, e reagiu perante os conflitos geopolíticos mais relevantes, com destaque para a causa dos refugiados. A JS soube estar à Frente do Nosso Tempo apresentando-se aos jovens com iniciativas de proximidade (Action Day). Foram vários os dias em que centenas de estruturas difundiram a mensagem da JS junto dos mais jovens. Mas as inovações não se esgotaram aqui. Foi no mandato do João Torres que a estrutura desenvolveu uma das ferramentas de comunicação mais importantes de sempre, a plataforma JS HUB. Através de um clique, todos os dirigentes estão hoje mais capacitados para desenvolver o seu trabalho e comunicar de forma mais próxima. Muito mais haveria para dizer sobre os 4 anos do João Torres. Deixa um legado inigualável, e a história encarregar-se-á de comprovar a importância dos seus mandatos. Mas quem ouviu a intervenção do João Torres percebeu que se tratou de um líder amigo, próximo e atento. Um líder que percorreu o país concelho a concelho, e nunca se escusou a

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participar nas iniciativas para as quais era convidado. O João terminou o seu percurso enquanto SG com uma profunda e sentida homenagem que poucos na história da JS se orgulharão de ter sentido. Foram minutos em que apenas os aplausos calorosos se ouviram na Escola Secundária Rocha Peixoto. Aplausos genuínos, de todos os que sentiram o dever de prestar a justa homenagem a um líder ímpar e carismático, que potenciou e afirmou a Juventude Socialista como a maior e melhor estrutura política jovem de Portugal. A manhã terminou com a intervenção do Presidente do PS Carlos César, que elogiou o percurso da JS nos últimos 4 anos, destacando o papel da estrutura nas vitórias e na afirmação do PS como uma solução para Portugal.

pós pausa para almoço, a agenda para a parte de tarde marcava-se, desde logo, pela apresentação e discussão das Moções Globais de Estratégia. A este Congresso Nacional foi apresentada, discutida e votada a Moção Global de Estratégia «Do lado certo da História – Por um Futuro com Direitos». Esta moção, assente numa longa caminhada de reflexão e de debate entre os militantes de Norte a Sul, do Litoral ao Interior, culminou no Fórum “Por um Futuro com Direitos” em Torres Novas onde discussão e a redação da moção aconteceu. Ivan Gonçalves na sua intervenção de apresentação, contextualizou o seu projeto, para os próximos dois anos de mandato à frente da JS, num quadro de fragilidade no sentimento europeu, nos direitos sociais e nos direitos dos trabalhadores. Um panorama que justifica, por si só, a ação da Juventude Socialista na defesa dos mais fracos, das minorias e da dignidade do trabalho. A Moção Global de Estratégia, primeiramente subscrita por Ivan Gonçalves, está delineada em 7 linhas estratégicas de ação política, seis delas dedicadas à ação externa da Juventude Socialista que vão do Combate às Desigualdades, passando pelos Direitos do Trabalho, do Conhecimento, da Qualidade de Vida, da Qualificação da Democracia até à ação na Europa e na Cooperação Internacional; e uma linha estratégica para a organização interna da estrutura. Num extenso conjunto de objetivos, seguindo a boa prática que os mandatos anteriores tinham já vincado, o documento mereceu o elogio de todos os camaradas que fizeram uso da palavra na ambição e na lealdade à continuidade do universal trabalho que João Torres e a sua equipa conseguiram concretizar.

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Dos grandes objetivos partilhados pelo novo SecretárioGeral da Juventude Socialista, são de salientar a luta intransigente pela valorização do trabalho no combate aos falsos recibos verdes, nas condições contratuais precárias e no combate ao desemprego e na criação do estatuto do jovem empreendedor; a revisão pelo sistema eleitoral para a Assembleia da República passando pela inclusão de eleitores com mais de 16 anos de idade; a luta pela legalização da prostituição; luta pela maior presença da política no espaço escolar e a vitória do PS em 2017 e na pretendida inclusão de jovens nas listas para as eleições autárquicas.

Findada esta parte, ao mesmo tempo que se ouviam os contributos para a Moção Global, houve ainda espaço, na cantina da Escola Secundária de Rocha Peixoto, para uma Feira Gastronómica em que as diferentes federações da Juventude Socialista puderam partilhar com os delegados presentes as especialidades gastronómicas das suas regiões provenientes, dos Açores à Estremadura Portuguesa, passando por Aveiro, foram muitos os doces, fumados, produtos vinícolas e lácteos que foram apresentados à degustação.

Contribuir para o cabimento legal do trabalho sexual será uma das prioridades dos próximos dois anos, segundo Ivan Gonçalves “temos ainda alguns desafios por concretizar, nomeadamente a regulamentação da prostituição, que visa dar condições mínimas de dignidade a um setor da população que, longe de qualquer consideração moral, é um setor especialmente atreito a vulnerabilidades e que deve ser, por isso, protegido, não estando sujeito àquilo que é uma autêntica hipocrisia na forma como o nosso ordenamento legal está regulamentado”. As eleições autárquicas de 2017 serão um momento de excelência da ação da JS e Ivan vê uma oportunidade para os jovens socialistas que “podem fazer política de forma diferente e ser um contributo diferente para que o PS tenha uma agenda transversal a todas as idades, como se pretende num partido interclassista e intergeracional como é o PS”, em que se conta que a Juventude Socialista seja fortemente integrada nas responsabilidades a que o PS se propõe a nível local. Ainda nas palavras de Ivan Gonçalves “a Juventude Socialista assume como principais combates a luta por relações de trabalho mais dignas e a defesa de um sistema de educação universal, de qualidade e gratuito. Combatemos a atual perda de direitos que faz com que a nossa geração seja a primeira, em democracia, que corre o risco de viver pior que as gerações anteriores. Daremos, também, continuidade à agenda progressista de liberdades e garantias que é parte intrínseca do património ideológico da Juventude Socialista”.

O último dia do XX Congresso Nacional da JS ficou marcado pelas intervenções do Secretário-Geral do PS António Costa, e pela intervenção do recém-eleito Secretário-Geral da JS Ivan Gonçalves. António Costa começou a sua intervenção diferenciando o papel da JS e do PS. Segundo o Primeiro-Ministro Português, a JS diferencia-se por ter sabido formar os seus melhores quadros e o PS por ser capaz de se abrir às novas gerações. António Costa recordou que é o terceiro SG do PS que militou na JS, afirmando que a JS é o grande viveiro de quadros do PS.

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Para António Costa a JS desempenha o papel único de ser capaz de atualizar em cada geração, aqueles que são os valores fundadores do PS, a luta pela liberdade e pela igualdade. Costa prosseguiu afirmando que a JS é fundamental para continuar a travar o combate contra as novas ameaças à igualdade e liberdade. Segundo o SG do PS, há 20 anos a JS foi capaz de construir e antecipar uma nova agenda de liberdade e igualdade, que ao longo destes últimos anos os Governos do PS têm vindo a concretizar, que culminou com a mais recente decisão de terminar com a discriminação da adoção por casais do mesmo sexo. Mas António Costa relembra que é necessário continuar a atualizar esta agenda, e reafirma que essa função de antecipar os desafios do futuro pertence à JS.

E cem mil jovens desempregados significa que o país está a perder a capacidade mais produtiva, mais qualificada e mais criativa que Portugal dispõe para se desenvolver. António Costa culminou a sua intervenção encorajando todos os jovens socialistas, na pessoa do Ivan Gonçalves, a serem inconformados e a continuarem do Lado Certo da História por Um Futuro com Direitos.

O Primeiro-Ministro aproveitou a sua intervenção junto dos jovens socialistas para prestar contas. Comprovou o bom trabalho que o Governo tem desenvolvido, no entanto alertou para que a JS não se acomode, e relembre sempre, que apesar de estamos no caminho certo é preciso fazer sempre mais e melhor porque ninguém se pode conformar, nem ninguém pode viver de consciência tranquila, quando se sabe que apesar de já ter sido reduzido o desemprego jovem, ainda existem cem mil jovens desempregados.

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O XX Congresso Nacional da JS terminou com a intervenção do recém-eleito SG Ivan Gonçalves. Iniciou a sua intervenção por relembrar a presença do fundador do PS, Mário Soares, no último congresso em Tróia, pedindo que todos honrem o seu percurso e as suas conquistas. O novo SG da JS reafirmou que a JS é uma estrutura comprometida com o Governo do PS, ressalvando que será uma estrutura vigilante, e que fiscalizará a atuação do PS, sendo intransigente em várias matérias como por exemplo na defesa de uma escola pública, gratuita, universal e de qualidade para todos. O líder dos jovens socialistas afirmou que a JS acredita numa sociedade do conhecimento, que não assente na precariedade, no desemprego, nos baixos salários, mas sim num alto nível de conhecimento que nos permita viver numa sociedade mais próspera. Segundo Ivan Gonçalves, seremos também uma estrutura vigilante nas novas relações de trabalho, nomeadamente na defesa das relações de trabalho dignas que permitam à nossa geração ter uma qualidade de vida que não seja inferior às gerações anteriores. Acrescenta ainda que a JS continuará a ser uma estrutura comprometida no combate à precariedade, que é um dos grandes entraves à emancipação. O novo SG continuou a sua intervenção

avisando que os jovens socialistas serão igualmente vigilantes na defesa do papel do Estado na sociedade. O Estado é o maior promotor de uma sociedade mais justa e equilibrada, cabendo ao Estado redistribuir a riqueza e proteger os mais desfavorecidos. Assim, a JS estará atenta a esta matéria, defendendo inequivocamente a implementação de salários justos em Portugal. O líder da Juventude Socialista despediu-se de todos apelando à participação de todos no Lado Certo da História – por um Futuro com Direitos, durante os próximos dois anos. Prometeu ser um líder próximo, envolvido, e acima de tudo um líder de todos os momentos e de todos os militantes e suas estruturas.

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João Costa debate Educação em Santo Tirso Escrito por: Sofia Andrade No passado dia 2 de dezembro, a JS Santo Tirso, em parceria com a Federação do Porto da Juventude Socialista, realizou mais uma edição do JS Café, no Café do Rio, Parque Urbano da Rabada, em Santo Tirso. O JS Café realizado teve como tema, para análise e discussão a “Educação e os seus desafios para o futuro” e contou com a presença do Secretário de Estado da Educação, Dr. João Costa. Perante uma sala repleta de jovens e também vários autarcas socialistas de Santo Tirso, o Secretário de Estado salientou que a Educação e a Formação desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de uma sociedade. “É preciso valorizar à escola no seu todo, desde o jardim de infância até ao ensino secundário e universitário”, defende João Costa. Para João Costa, a aposta e o investimento na educação são um contributo de extrema importância para a igualdade de oportunidades e consequentemente para a promoção da coesão social. O Secretário de Estado da Educação partilhou com os presentes a importância que tem o continuar a inovar e a investir no setor da educação. É preciso perceber como é possível formar e desenvolver alunos / pessoas com conhecimentos adequados à realidade de cada comunidade. Não menos importante, foi ainda analisado a relevância

do voltar a investir na formação dos adultos. Durante anos, o programa Novas Oportunidade formou milhares de pessoas. Desde que este programa foi cancelado, o número de pessoas adultas inscritas em programas de formação diminuiu 85%. João Costa defende que não podemos ficar indiferentes à estes números e que são necessárias medidas interventivas também a este nível. Perante uma plateia bastante interventiva, o Secretário de Estado da Educação foi interpelado com questões relacionadas com a importância da participação dos jovens nas Associações de Estudantes e ainda sobre a dificuldade sentida pelas jovens que, após terminarem o seu percurso académico, se deparam com a problemática da falta de emprego. Sobre esta matéria João Costa frisou que é de facto necessário adotar medidas para combater o desemprego, desde o combate ao emprego precário (estágios) até à implementação de políticas de estímulo às empresas. Sofia Andrade, presidente da Concelhia de Santo Tirso da JS, que albergou esta iniciativa, afirmou que a “Juventude Socialista de Santo Tirso congratula-se com o sucesso que esta iniciativa alcançou” Foi ainda mais longe dizendo que “a concelhia está em sintonia com a Federação do Porto da Juventude Socialista, no que respeita a importância da implementação de políticas descentralizadas, que levam à discussão assuntos que estão na ordem do dia e se apresentam de interesse comum, por uma sociedade mais informada.”

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TOP-DOWN

Perdão fiscal

Uma medida que muitos governos já adotaram, mas és governo teve a felicidade de obter um resultado excecional e que permitirá ter um défice baixo este ano. O valor do défice não será apenas por causa desta política, mas ajuda a consolidar. Mas acima de tudo, e a cereja no topo do bolo num ano que correu bem, a Portugal.

Mensagem de natal

O Primeiro Ministro, António Costa, dirigiu-se aos portugueses a partir de uma sala de uma escola primária. Não figura neste posto pelo conteúdo, mas pela mensagem de esperança nas gerações futuras e pela preocupação com estas que tem, necessariamente, de pautarqualquer político em funções e qualquer política a adotar.

Marcelo Rebelo de sousa

E difícil dizer que é o homem do momento e a figura do ano porque, porventura, não o é. Porém, fechou o ano sem qualquer diploma na por ver na mesa, numa mesa que parece nunca estar sentado. O OE passou no seu crivo no dia que chegou, tempo recorde. Revela por um lado preparação mas , acima de tudo, cooperação com o governo. E um Presidente no ponto.

Comparações inadequadas

O Ministro Augusto Santos Silva comparou a concertação social a uma feira de gado e já pediu desculpa por isso. Mas, logo logo, a oposição caiu em cima e afirmou que João Soares se demitiu por menos, e todos nos lembramos do ex-ministro Manuel Pinho. Este é o tipo de declarações a evitar. Mesmo.

Manuel Heitor

Haver salários baixos é mau. Precariedade é péssimo. Mas ver um Ministro da Ciência e Ensino Superior a afirmar que é normal haver professores nas Universidades sem serem remunerados, é bater mesmo no fundo do que poderiamos pensar ou prever.

Escrito por: Pedro Perdigão

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À CONVERSA COM

IVAN GONÇALVES O Mensalista | Página 13


ENTREVISTA Escrito por: Bruno Silva Soares Ivan, iniciamos esta entrevista de forma a conhecer quais foram os motivos que te levaram a ingressar na JS? Fundamentalmente sempre fui simpatizante do Partido Socialista, assim como todos em minha casa, apesar de não ter ninguém na família que fosse militante. No entanto sempre se votou à esquerda na minha família. Lembro-me de vários episódios enquanto criança, por exemplo, lembro-me de quando foi o fim do cavaquismo em Portugal com a vitória do Engenheiro António Guterres em 1995. Mas, independentemente da minha família, sempre me interessei por politica, apesar de ter ingressado e estudado no ramo da engenharia e ciências exatas, mas sempre fui discutindo politica de formas informais. No entanto, em 2007, com 20 anos de idade, achei que era importante poder ser consequente com algumas das minhas opiniões, decidi inscrever-me numa juventude partidária, neste caso na Juventude Socialista. Apesar de já conhecer a juventude há vários anos, nunca tinha dado esse passo e também nunca tinha conhecido ninguém que fosse militante da Juventude Socialista. Portanto, acabei por iniciativa própria enviar uma carta para a Sede Nacional da Juventude Socialista com a ficha de militante, e desde então, nunca estive afastado da nossa estrutura participando sempre de forma positiva e de promoção da discussão politica. Sendo então por iniciativa própria que te filiaste na Juventude Socialista, certamente tens várias referências politicas, quais seriam as mesmas? Existem várias referências que me foram marcando o meu percurso enquanto cidadão e enquanto politico. Como é obvio, Mário Soares uma figura tutelar do e no nosso Partido. António Guterres, onde destaco as suas vitórias em 1995 e 1999. Eu cresci com essa geração de lideres socialistas que eram encabeçados por António Guterres e que tinham outras pessoas como

o António Costa, José Sócrates que marcaram o meu percurso, ainda para mais, quando me filiei José Sócrates e António Costa estavam no Governo quando me filiei. Jorge Sampaio, por todo o seu humanismo e pelo seu percurso enquanto Presidente da República. Assim, como Almeida Santos. Eu identifiquei-me sempre com os quadros do partido socialista, pela sua capacidad de liderança e me marcaram os anos em que me comecei a interessar pela politica. Iniciaste então o teu percurso no Instituto Superior Técnico, mais concretamente no Núcleo de Estudantes Socialistas do IST. Como foi esse percurso politico com foco no teu percurso no Ensino Superior? Na altura em que me filiei estudava no I.S. Técnico, e tentei procurar saber se existiam mais camaradas que estivessem filiados na Juventude Socialista e também estudassem no Técnico. À data não sabia da existência dos Núcleos de Estudantes Socialistas e muito menos no Técnico existia um núcleo, apesar do mesmo estar inativo. Em conjunto com vários camaradas presentes retomamos a atividade no núcleo, do qual acabei por liderar o processo de reativação e ficar como Coordenador do Núcleo de Estudantes Socialistas, apesar de ser militante da Juventude Socialista recentemente. Esta coordenação de núcleo proporcionou-me o primeiro contacto com a liderança e com a estrutura da Juventude Socialista e fez com que “aprendesse cada vez mais à medida que fazia!”. Em conjunto com os mesmos camaradas o interesse pela participação académica no I.S. Técnico e na sua politica académica começamos a participar ativamente na dinâmica interna e acabamos por ser candidatos à Associação de Estudantes do Técnico. Após participar em duas listas, tanto para os órgãos como para a Associação de Estudantes acabei por ser Presidente da Associação de Estudantes do I.S. Técnico, algo que aconteceu através de

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um grupo de amigos e camaradas que começaram a interessar-se por politica na mesma altura e a desenvolver o trabalho politico em conjunto no Núcleo de Estudantes Socialistas. Liderar a Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, uma instituição com 11 mil estudantes fez com que ganhasse muita experiência e criasse projetos ambiciosos e abrangentes em conjunto com todos. No entanto, com todo o percurso Académico e de Coordenação do Núcleo de Estudantes Socialistas do Técnico que enumeras, tinhas de conciliar isso com a tua militância na estrutura concelhia de Almada. Como foi esse trabalho? Sim, exatamente. Existia a conciliação do cargo de presidente da associação de estudantes eu fui presidente da concelhia da juventude socialista de Almada. O trabalho desenvolvido no concelho de Almada enquanto estrutura jovem partidária não é fácil, pois é um concelho onde o Partido Socialista ganha nas eleições legislativas, no entanto, nas eleições autárquicas perdemos sempre em detrimento do Partido Comunista. Este percurso politico enquanto presidente da estrutura concelhia fez com que ganhasse muita experiência enquanto trabalho de oposição e de politicas que a juventude socialista deve defender para os jovens. Hoje ao olhar para esse trabalho que foi desenvolvido por ti e agora é por outros jovens, como vês a estrutura concelhia da Juventude Socialista de Almada hoje? Quando iniciei o meu percurso como presidente da estrutura de concelhia de Almada, tinha 22 anos, o que levou a aparecer uma nova geração de jovens na juventude socialista, mas acima de tudo jovens com vontade de fazer politica e de se envolver nas decisões concelhias. O que é certo é que esta geração que me acompanhou nos anos iniciais continua a trabalhar em Almada e a nível nacional, mas sabemos que a nova geração que esta a entrar para a estrutura concelhia da JS de Almada esta a demonstrar uma grande vitalidade e novas ideias para o nosso concelho. É um motivo de orgulho olhar hoje para esta estrutura ver o que ela cresceu e o que diariamente,

contribui para o sucesso da JS e do PS tanto em Almada como no nosso país. E é claro que sempre que posso acompanho presencialmente as iniciativas da minha concelhia visto que ainda moro em Almada, e existe uma grande ligação aos dirigentes da JS de Almada. No entanto, apesar de já não seres o representante da Juventude Socialista em Almada não perdes o teu trabalho politico no concelho. Hoje, és vereador da Câmara Municipal de Almada em regime de substituição, como é desenvolver esse trabalho? Sim, nas últimas eleições eu fui candidato a vereador para a Câmara Municipal de Almada. Era o quinto da lista, onde habitualmente elegemos três vereadores. No entanto, e enquanto oposição, aquilo que fazemos é uma rotatividade entre os candidatos de forma a que todos possam dar o seu contributo e que seja feita uma gestão eficaz de todo o tipo de politicas de proximidade. Enquanto Vereador tem sido um trabalho difícil, por ser sem vereador sem pelouro, pois os contributos que vamos dando dependem sempre da aceitação do executivo municipal, mas nunca descurei na defesa intransigente das politicas jovens e para os jovens no concelho de Almada. Mas tem sido um percurso muito gratificante ao longo destes três anos, estar como vereador sem pelouro tem me transmitido muito acerca de como o poder autárquico pode e deve ser exercido. Falamos daquele que foi o teu percurso no núcleo de estudantes socialistas e na concelhia de Almada, percurso esse que fizeram com que fosse possível a tua afirmação na Federação Distrital de Setúbal. Como foi conciliar todos estes desafios? Na Federação de Setúbal tivemos algumas condições que não deixam de ser diferentes, pois a Federação de Setúbal esteve em 2010 quando o meu antecessor foi eleito, o Camarada Pedro Ruas, nós tivemos uma Comissão Administrativa para organizar o Congresso Distrital pois não nos foi possível fazer a eleição da COC. Ou seja, a Federação estava de alguma forma estagnada nesse sentido, e após a sua eleição o trabalho do Pedro Ruas foi de

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cativar mais jovens e uma nova geração de protagonistas políticos do Distrito de Setúbal, pessoas novas e com vontade fazer politica. Nós eramos todos bastantes novos, aliás eu quando fui eleito presidente de federação tinha 24 anos, o que acaba por ser estranho perante o paradigma da nossa estrutura e tendo eu entrado aproximadamente quatro anos antes. Aproveitando o facto de referires a tua eleição como Presidente de Federação da Juventude Socialista de Setúbal, como vês hoje todo esse processo de eleição? Nós eramos todos uma geração muito recente na politica, e entre a nossa geração que entrou entre 2010 e 2012 com o Pedro Ruas, começou a enraizar as suas ideias politicas. No entanto, existia um fosso geracional entre a minha geração e a geração do Pedro Ruas, o que acabaria por não permitir uma evidente sucessão na Federação. Em 2012, quando fui eleito o grande desafio que a Federação de Setúbal teve foi o de criar aqui um grupo que pudesse ajudar as concelhias a crescer, a desenvolver melhor o seu trabalho e ao mesmo tempo criar um sentimento de pertença a uma organização que era supraconcelhia. Aqui no distrito as concelhias trabalhavam e trabalham bem, nunca existiu esse paradigma de não existir trabalho concelhio, mas o que não existia era uma organização federativa. Hoje, como avalias esse trabalho desenvolvido enquanto Presidente da Federação Distrital de Setúbal? Fui eleito em Março de 2012, falamos então de um percurso de quase cinco anos como Presidente da Federação de Setúbal. No entanto, todos estes anos permitiram dotar e afirmar esta estrutura federativa de jovens com capacidade politica o que me sair agora descansado em relação ao futuro do Distrito. É obvio que fazer elogios em casa própria não é muito fácil, mas uma das coisas que reparei neste ultimo congresso nacional é que a Federação Distrital de Setúbal é das poucas federações que aumentou o seu número de militantes, apesar de achar que não são os números que fazem politica é um bom sinal da capacidade de trabalho e de resposta da Federação de Setúbal. Mas aquilo, que me deixa mais satisfeito e a saber que foi um bom trabalho

é o reconhecimento de outros pela competência e capacidade politica que esta estrutura tem apresentado nos últimos anos. Mas, ninguém faz nada sozinho, e a razão de hoje ser Secretário – Geral é devido a muitos camaradas que me acompanham diariamente desde os últimos anos. No entanto, apesar destes anos enquanto Presidente da Federação Distrital de Setúbal, também desenvolveste trabalho junto do Secretariado Nacional. Como foi desenvolver este trabalho? Sim, inicialmente, fui Coordenador Nacional do ONES, ainda no mandato do Pedro Delgado Alves e como tal era inerente ao Secretariado Nacional, onde o trabalho foi cumprido, sempre com um grande apoio por parte do Pedro Alves. O principal objetivo era capacitar as Instituições de Ensino do maior numero possível de núcleos com órgãos eleitos, ao mesmo tempo pensar e fazer politica. Foram desenvolvidos dois encontros nacionais de estudantes socialistas. Depois com o João Torres no seu primeiro mandato fui membro do Secretariado-Nacional com o Pelouro do Ensino Superior e nestes dois últimos anos com o pelouro do trabalho. Referes o trabalho com o João Torres nos seus dois mandatos, como foi esse trabalho com o João e nos pelouros do Ensino Superior e do Trabalho. Sim, o trabalho com o João o balanço foi muito positivo. Estava com pelouros no Secretariado-Nacional primeiro com o Ensino Superior onde conseguimos vários avanços e defender causas politicas jovens para o ensino superior. Assim como neste segundo mandato com o Pelouro do trabalho, onde a luta pelos direitos no trabalho, a empregabilidade jovem, os estágios-emprego foram sempre politicas a ser revistas, comentadas, trabalhadas de forma a apresentar propostas para melhorar as condições de trabalho para os Jovens Portugueses. Agora que falamos do teu percurso e trabalho em conjunto com o Secretariado-Nacional, durante três mandatos, várias foram as realidades e concelhias que ias conhecendo. Como foi conhecer Portugal de “lés-a-lés”?

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Foi dos melhores ensinamentos enquanto militante da Juventude Socialista conhecer as realidades concelhias de Portugal. Inicialmente, senti isso quando comecei a trabalhar em Almada, enquanto Presidente da Concelhia, que apesar de não ser um concelho muito grande se não fosse com a Juventude Socialista eu não conhecia as pessoas e locais do concelho como hoje conheço. O mesmo aconteceu-me com o distrito quando fui Presidente de Federação, pois hoje conheço as várias realidades, culturas e tradições do meu distrito. E a nível nacional é extramente importante conhecer as realidades dos distritos e concelhos, não é possível ser Secretário-Geral sem um trabalho de proximidade, de conhecimento de forma a exercer este cargo o melhor possível. Esta experiência que eu fui tendo enquanto secretario nacional permitiu-me ter a oportunidade de estar em constante contacto com as estruturas e de renovar a imagem como o trabalho politico pode ser feito de forma a englobar todos e todas os portugueses. Falas de trabalho politico, e hoje, és um deputado Jovem na Assembleia da República, como têm sido esta experiência? Tem sido uma experiencia muito gratificante, e que para mim, quando aos 20 anos me filiei na Juventude Socialista não acreditava que aos 28 anos estaria como deputado à Assembleia da República. Foi algo que também aconteceu com naturalidade e devido ao percurso que fu tendo ao longo dos anos. Este trabalho politico tem sido muito enriquecedor para mim, de forma a perceber o trabalho politico com o qual não estava tão familiarizado. Durante este ano e um mês aprendi mesmo muito enquanto deputado, no trabalho em conjunto com o governo e com o grupo parlamentar. Enumeras o trabalho em conjunto com o governo e com o grupo parlamentar, na tua resposta a esta experiência na Assembleia da República, como tem sido essa sinergia entre deputados jovens e o grupo parlamentar? Nós temos vantagem em relação a outros deputados jovens que

nos antecederam. Nós somos três deputados, eu, o João Torres e o Diogo Leão, tivemos também a Inês Lamego que nos acompanhou durante alguns meses, o que permitiu construir um verdadeiro grupo de trabalho e sermos mais eficazes na forma como fazemos o nosso trabalho e promover de uma melhor forma a imagem e o trabalho da Juventude Socialista. Este trabalho, em conjunto com o Grupo Parlamentar da Partido Socialista, liderado por Carlos César, faz com que o trabalho da Juventude Socialista seja cada vez mais reconhecido no dia-a-dia do que era antes de nós termos esta oportunidade, o que leva à nossa afirmação jovem no seio do grupo parlamentar. E com o Governo? Como tem sido esse trabalho, principalmente na defesa das causas jovens? As nossas revindicações fazemos sempre com o governo de forma próxima e correta. A proximidade com o Governo e os seus ministros faz com que as causas jovens que hoje lutamos cheguem de forma concreta ao Governo para serem ouvidas e tidas em conta. O nosso governo, reconhece um grande trabalho aos deputados jovens e é um aliado no nosso trabalho. No entanto, a Juventude Socialista tem a tradição de se afirmar ideologicamente mais à esquerda do Partido Socialista o que faz com que as nossas lutas sejam mais longe. Por exemplo, quando o Partido Socialista, neste caso, o Governo, toma alguma posição com a qual, nós, Juventude Socialista não são coincidentes com a nossa ideologia mais à esquerda, devemos fazer um papel “fiscalizador” à atuação do governo de forma a sensibilizar esta atuação para uma melhor solução. Referes a palavra “Aliado” acerca do Governo e do trabalho que se desenvolve na Assembleia da República. Aproveitando que usas a palavra aliado, qual a tua opinião acerca deste Momento histórico de Governação, que tem aliados à esquerda. Acho que é importante para a forma como o nosso sistema democrático esta organizado que esta governação à esquerda seja uma realidade.

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Aquilo que se passava ao longo das ultimas eleições é que nós tínhamos aproximadamente 20% de eleitores e de representatividade que não eram equacionados par a formação de governo e para as discussões finais de decisão. No entanto, existem muitas visões do Partido Socialista, do Bloco de Esquerda, do Partido Comunista Português e do Partido Ecologista “Os Verdes” que não são coincidentes, mas ainda bem que é assim pois faz convergir opiniões e tomar decisões transversais para Portugal. Mas vejo com muito entusiasmo como este trabalho tem sido feito, de juntar as forças de esquerda em Portugal para encontrar um rumo com esperança. Agora que já abordamos todo o teu percurso até à data, falta por fim, falar do processo de decisão e de discussão politica em torno da tua candidatura a Secretário-geral. Como foi tomar a decisão de ser candidato? Tomar a decisão de ser candidato a Secretário-Geral da Juventude Socialista não foi uma decisão fácil, ou seja, não foi uma decisão tomada do dia para a noite. No entanto, aquilo que fui sentido das estruturas de alguns meses ate hoje, sempre que visitava foi de que todos incentivavam para ocupar a posição de Secretário-Geral. Depois, ao longo da construção da Moção Global de Estratégia, nomeadamente com a dinamização de um excelente fórum de discussão que me motivou ainda mais a ser Secretário-Geral da Juventude Socialista, sabendo que a discussão politica estará sempre presente no dia-a-dia da Juventude Socialista. Referes a questão da Moção Global de Estratégia e a discussão politica que a Juventude Socialista consegue ter na sua estrutura interna. O que podemos esperar dos próximos dois anos? Durante os últimos anos a opinião pública e a comunicação social acabaram por confundir aquilo que são causas fraturantes com aquilo que são causas estruturantes na visão da Juventude Socialista. Os nossos principais desafios para os dois próximos anos passam pelo combate às desigualdades na nossa sociedade que tem vindo a crescer, nomeadamente as desigualdades económicas e sociais, passam pela regionalização, a regulamentação da prostituição e da eutanásia, as propinas no ensino superior (2o e 3o Ciclo – devem ser

regulamentadas), promover os contratos de trabalho a investigadores em detrimento de bolsas de investigação, a igualdade de género, um trabalho mais digno para os jovens de forma a estes jovens se emanciparem, estimular o emprego jovem, luta contra a precariedade. E por fim promover o acesso a uma educação universal e gratuita, pois apesar de existir pontos de partida diferentes quando nascemos a educação é a melhor forma de colocar todos em igualdade de oportunidades. Assim como promover junto das estruturas de concelhia formas de os jovens socialistas afirmarem a sua voz por um futuro com direitos. Na tua resposta anterior falamos de afirmar a voz dos jovens socialistas. Em 2017 teremos eleições autárquicas, como vês a abertura do Partido Socialista para a integração de jovens nas listas autárquicas? Esse é um passo importante, feito em forma de recomendação de forma a incorporar nas suas listas pessoas de todas as gerações colmatando assim um problema do Partido Socialista que é ter proximidade com os jovens. Ou seja, se não tivermos jovens nas listas para as eleições autárquicas não temos voz junto dos jovens do concelho. É necessário que as estrutura concelhias do Partido Socialista cumpram esta recomendação permitindo que os jovens sejam eleitos e que ganhem experiência e voz politica de forma serem no futuro grandes quadros da Juventude socialista. Como sabes, o Jornal O Mensalista trabalha de forma próxima e concreta para as concelhias da Federação da Juventude Socialista do Porto. Como é que vês esta estrutura que é a Federação da Juventude Socialista do Porto? Eu sempre me habituei a ver a Federação Distrital da Juventude Socialista do Porto como uma federação que mais exemplifica aquilo que deve ser o trabalho de uma federação e das suas concelhias que se unem em prol de uma ou mais causas distritais. A Federação do Porto é a que melhor representa o espirito politico e de trabalho que nos devemos ter nas nossas estruturas, para além disso têm jovens políticos muito bem preparados para a atividade politica, para alem de João Torres, o Hugo Carvalho, o Marco Ferreira e o Eduardo Barroco de Melo com quem já tive a oportunidade de trabalhar no secretariado nacional.

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A VOZ DOS MILITANTES

Escrito por: Hugo Bessa

atualidade política OPINIÃO DE:

David Coelho Paços de Ferreira Técnico de Eletricidade 31 Anos

Luísa Felizardo Trofa Estudante de Arquitetura 21 Anos

Márcio Ribeiro Felgueiras Estudante de Gestão 21 Anos

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A polémica na CGD pode enfraquecer a posição do governo junto dos eleitores?

S

im. Vivemos tempos de forte desconfiança no sector financeiro, no entanto penso que com a clarificação do processo, demissão da atual direção e a solução encontrada pelo Governo ao ir buscar Paulo Macedo para Presidente da CGD irá resolver a questão, sendo que não se pode voltar a ter situações destas pouco claras principalmente no banco do estado.

N

ão. É óbvio que é difícil explicar à população aquilo que está em causa e também é fácil entrar no populismo à volta desta questão. No entanto, na minha opinião, apesar das diversas tentativas da oposição de atacar e desgastar o governo com este tema, entendo que o primeiro ministro António Costa tem sabido clarificar o assunto perante os eleitores.

S

im. Não o caso em si, mas o facto de se ter criado bastante especulação em torno do seu fecho e principalmente devido a demorar para se ver o caso resolvido na sua totalidade.

As eleições presidenciais na Áustria são uma “lufada de ar fresco” para os valores que construíram a Europa?

N

ão. São mais um “balão de oxigénio” para a Europa e os seus valores fundamentais. Situações com na Áustria, Itália e até mesmo na América são preocupantes pois refletem um forte descontentamento das pessoas na sua qualidade de vida que os atuais responsáveis políticos europeus ainda não estão a conseguir dar solução.

S

im. Mas não podemos considerar este momento de grande regozijo, dada a pequena diferença percentual entre os candidatos. Existem ainda dois dados que devemos ter em conta nestas eleições presidenciais: O primeiro são os resultados desastrosos do SPO e do OVP que deixam marcas para o futuro da social-democracia austríaca; O segundo é o acentuado crescimento de partidos de extrema-direita que têm ganho força junto dos eleitores.

S

im. Utilizando as palavras do presidente do parlamento europeu Martin Schulz, onde se refere ao resultado das eleições presidenciais austríacas como uma “pesada derrota do nacionalismo e do populismo anti-europeu”, O resultado mantem vivo os valores de construção da europa. Uma vez que o candidato de extrema-direita, que saiu derrotado, pretendia entre outras medidas fechar as mesquitas na Áustria.

O referendo italiano provocou uma subida dos juros da dívida pública. Até a Alemanha que normalmente é o Porto seguro dos investidores se ressentiu. Achas que poderão haver consequências mais gravosas para a Europa?

S

im. Acho que hoje em dia tudo pode fazer subir ou baixar os juros da dívida pública, sinceramente este tipo de dependência financeira e “obsessão” pela dívida tem levado ao que já referi, a Europa e o sonho europeu foi esquecido e trocado pela preocupação com o capital, os juros e as agências de cotação quando deveria ser “Porto seguro” primeiro para os seus cidadãos.

S

im. Com a saída de Renzi, Itália mergulha numa situação de incerteza face aos mercados financeiros. A economia italiana está frágil, o projeto europeu encontrase ameaçado pela força de partidos populistas, antissistema e apoiantes do regresso da lira italiana. A Europa assistiu recentemente ao Brexit e à eleição de Trump nos EUA, resultados que pareciam, de todo, improváveis.

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N

ão. O referendo italiano é sobre um assunto constitucional interno e não sobre a permanência de longa data da Itália na União europeia, como alguns comentadores têm defendido. No entanto o resultado do referendo pode desencadear uma instabilidade politica na terceira maior economia da zona euro, o que inevitavelmente ira abalar a atualmente frágil União Europeia.


P O L Í T I C O S D E S O F Á 2017 O tempo passa e o desespero aumenta. Tiveram um bom natal? Boas entradas? Eu tambem obrigado. Este espaço vai servir, neste mês, para duas coisas. Regozijar por tudo o que temos ouvido nas noticias, todos os dados e numeros que afastam O Diabo do nosso país (A Geringonça é mais eficaz que as maias para afastar o diabo das nossas portas) e para deixar algumas sugestões de criaturas miticas e fictícias que nos assombrarão na eventualidade da premonição do falhanço da Geringonça or Nostradamus Passos Coelho. O primeiro ponto está completo. Passemos então ao segundo 1. Minotauro - Nada mais assustador que um touro com o corpo de um humano para meter medo aqueles que nao sabem muito bem o que se passa. 2. Sasquatch - Já se começa a tornar dificil de acreditar que existe. 3. Mostro do Loch Ness - Um monstro importado porque a Geringonça está a

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M O C S N E IMAG A I R ร T S HI

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O MENSALISTA

JS FEDERACAO PORTO

P O R T O N O R T E

C O M

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