Olaria das letras n 8 julho 2014

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jornal literário Número 8 - ano I - julho de 2014


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Editorial

O

baloeiro prepara o balão para atravessar o oceano. Ouve um barulho vindo da floresta. Um urso pardo emerge da folhagem e entra no cesto atraído pelos mantimentos estocados ali. O baloeiro corta as cordas que prendem o balão e observa o vento sopra-lo para longe. O urso engole nuvens, brinca com gaivotas e pesca um peixe voador com uma garrafa presa na barbatana. A garrafa cai e se estilhaça nas colinas distantes, liberta um gênio de papel: Olaria das Letras n.8. Agradeço a todos os participantes pela colaboração.

Boa leitura. Henrique Vale

mesmo uma pechincha, a literatura já foi mais valorizada

© HenriqueVale

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edição: Henrique de Almeida Barbosa do Vale (Henrique Vale) textos: Henrique Vale, Priscila Queiroz,Izabela Ramos, Cláudio da Cruz Francisco, Rômulo Reis Oliveira, Elias Antunes, Moacir Luís Araldi, José Carlos Teodosio, José Carlos Brandão, Wlange Keindé, Samuel Barcellos, Rosa Maria Pocinho dos Santos Alves,Denivaldo Piaia, Salomão Máximo, Sônia R R Rodrigues, Leandro Silveira Fleck, Aline Naomi, Gladis Barriel, Geraldo Trombin, José Ronaldo Siqueira, Clarisse Souza, André Foltran, Bianca Ferraz Bittencourt ilustrações: Orion (Márcio Oliveira) e Izabela Ramos


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O HOMEM PRISCILA QUEIROZ

Há tempos o homem mora naquela cidade e agora, por algum motivo, começa a pensar... “Há tempos moro nesta cidade”. Olhos e sobrancelhas saltam em espanto. Os passos tornam-se mais apressados que de costume, fazem o terno esvoaçar em deselegante postura, os cabelos despenteiam e as mãos prensam em concha na alça da maleta. O homem busca sem saber o quê procura. E a seguinte verdade: “Há tempos moro nesta cidade” - estala fundo no peito oprimido pelos fortes batimentos do coração, fazendo-o mover as pernas sem a necessária atenção. E lá está o homem! No tropeço não visto. O andar apressado esbarra nos difíceis blocos da calçada. Blocos quadrados, irregulares. Blocos mais altos, outros mais baixos, ambos se intercalando em ritmo barroco. Alto, baixo. Alto, baixo. Alto. Alto. O homem bem os conhece, sempre tomou muito cuidado, sabia que a cada passo poderia sentir o susto de um tropeço. Mas tropeçou, é fato. E o começo do tropeço não se deu a qualquer momento. Bom, até pode ser um momento qualquer – o relato do tropeço sempre depende do tropeçante – não cabe classificar. Mas o fato exato é que se deu em um momento. Sem começo, nem meio, nem fim. Existiu.

© ag visuell - Fotolia.com

O andar apressado esbarrou em tropeço no espaço inconstante dos blocos da calçada. Alto, baixo, baixo. Alto. Sem que o tropeçante percebesse, tornando impotente sua astúcia incapaz de desviar a ponta do sapato do bloco maior. Alto. Tal é o bloco culpado! O homem descobre a causa do tropeço. E pensa que um centímetro a menos contribuiria para que nada tivesse acontecido à normalidade do andar. Se os blocos fossem iguais tropeço não haveria, a dor não nasceria e o tornozelo não sofreria tentando reequilibrar o corpo cambaleante. Que ironicamente não cai. O homem se equilibra para não chegar ao chão e caminha em menor velocidade, mas com o mesmo sentimento de confusão desajeitada no peito. Começa a pensar na indesejada cena como um ocorrido sem precisar. A dúvida em pensamento faz “Por quê?”. Naquela calçada passa todos os dias e “Por quê?”. Continua em pequenos contidos passos. Com a mão trêmula ajeita a gravata em nó na garganta. Algo clama por ser feito. Precisa parar e não consente. Mas deseja parar. Então desprende os dedos tão bem fechados na alça da maleta e vê as marcas das unhas fincadas na própria mão. Para. E com as pernas enrijecidas no próximo passo que não houve, torna-se um marco fincado na calçada. Alto, baixo... Alto. Olha para o horizonte alucinando idéias longe de si. O homem não sabe para onde olha. A visão atravessa o horizonte em ponto não fixo. Parece que assim ficará em longo tempo de pensamento, tomado por uma vontade em anomalia com o mundo ao seu redor. Parou e fincou. “Há tempos moro nesta cidade”. Sem perceber, as pálpebras se juntam em profundo piscar, do horizonte escapa o olhar, e o homem busca com as palavras a sua verdade em contínua forma de pergunta a ser feita. - E agora? Agora continua a andar. Alto, baixo, baixo. Alto.


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Dos sapatos para as nuvens Izabela Ramos

Sergey Nivens - Fotolia.com

Todos podem dizer que são muito sendo pouco, assim como podem dizer que são poucos sendo muito. No entanto não são nada. São como o segredo que um dia é e depois de violado, não é mais. Não existe importância nem importar-se por aqui. As pessoas se maltratam e te maltratam. Mais ou menos como quando pegamos o melhor e mais limpo sapato para calçar e no meio do caminho de casa pisamos na merda, quando falamos o que não devíamos para o melhor amigo, quando deixamos o pedaço mais suculento da carne vermelha e sangrenta cair do prato ao chão ou quando mancham de vinho o seu vestido favorito. A sensação de desgosto e de desperdício é a mesma e sempre será a mesma. Quanto a nós, uma negação em matéria de ser. Nunca esperei por coisa alguma além de esperar, por isso me solidifiquei embrutecida em meus próprios devaneios de quintas e sextas feiras para tentar ser menos rígida e bruta. Uma especie de delicadeza nata, coisa que não nos pertence. Quem eu sou? Cabelos castanhos como açúcar queimado e lábios cor de terra. A pele de um pálido pardo, fruto do isolamento entre quatro paredes. Sou uma metáfora desgastada, preciso de auxílio. Eu sou a moça jovem de rosto velho. Mãos pequenas e unhas com pequenos borrões de branco. Expressão de susto constante como se sempre estivesse a ouvir o indiscreto trovão que rasga das nuvens um grito, ou quem sabe um gemido de dor. Olhos míopes e sem graça, escuros e desprovidos de esperança. Moça sem sorte, azarada. Inteligente e dedicada. Essa moça nunca reclama nem desanima, por isso agora escreve. Se ela, ou melhor, se eu pudesse dar-lhe um bom presente, seria um momento, pois é o que coleciono. Como cortesia por sua atenção até aqui, a moça agora escreve um de seus melhores momentos, já que pessoas não cabem nas cabeças, escrevo para fazer-me entrar sorrateiramente na sua. Pois bem, era segunda cinco da manhã. O baque barulhento da porta de uma velha van bate e me acorda, ou melhor, me assusta e me faz lembrar que já estava acordada. Então me levanto, me troco e me deixo me observar um pouco na esperança de que meu reflexo, ou meu eu invertido, se materialize ao meu lado e compartilhe de minha própria consciência para me ajudar a fazer tudo o que quero em 24 horas. É claro que nada acontece, e no cansaço de mastigar meu próprio bafo faminto saio de frente do espelho e me deixo saborear uma xícara quente de café. Após o café e o pão crocante rasgador de gengivas sensíveis, olho ao redor tentando notar algo vivo ou chamativo ao meu redor. Com isso quero dizer que tudo me entedia, até o sexo solitário. As pessoas não conseguem nem se amar ou se atrair, ou talvez seja apenas eu.


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Tenho 16 anos e não me importo se não o conheço, meu momento ainda é meu presente a você, caro leitor. Logo logo chego ao momento de beleza do qual tanto quero contar. Talvez ele seja caro, ou quem sabe um milagre da natureza rico em cores e vida e totalmente gratuito. Ao sair para calçar meus gastos sapatos com minhas meias manchadas pela água sanitária de outro dia, me dou ao trabalho de erguer meu pescoço como se alguma mão invisível levantasse meu queixo com a ponta de seus dois dedos. Observo. São as nuvens, brancas por cima e escuras em baixo respondendo com impecável recíproca ao meu olhar. Elas são perturbadoramente silenciosas e os jovens que conheço com seus membros tecnológicos inseparáveis jamais irão querer observá-las com os meus míopes olhos. Sei que de alguma parte desconhecida do céu, manchas rosadas, se não avermelhadas ou alaranjadas surgem como tinta rasgando a água. Essas simpáticas formas estão em perfeita harmonia, sem falar ainda do sol, que explode e deixa rastros precisos rachando o suave tecido azul do céu. Simplesmente me apaixonei, sendo que só havia ido calçar meus gastos sapatos de todo dia. Vi o céu, e imaginei as nuvens sem onde se segurarem caindo sobre minha casa, molhando meu cabelo e lavando minha alma. As manchas rosas ou alaranjadas que não sei bem definir, iriam colorir a minha roupa e me mostrar um outro lado, quem sabe mais ousado e menos sem graça. Quem sabe até pintaria a cor de terra dos meus lábios e me faria sorrir com um sorriso infantil. Era das nuvens que eu precisava, mas não apenas. Tenho medo de perder o céu, e as pessoas que não o tem, o matam a cada dia que passa. Obrigada.


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Inspirado na "Primavera Árabe" e em emblemáticos revolucionários da história mundial como Gandhi (Revolução Indiana) e Robespierre (Revolução Francesa), o romance "Revolucionários - E se a próxima Revolução acontecesse aqui?" (Editora Pandorga) conta a história de personagens corajosos, polêmicos e intrigantes. Entre eles a do pacifista Mário, do guerrilheiro Heitor, da bela ativista Sofia, do corrupto deputado Magalhães, do ex-torturador da Ditadura Militar, Diretor Ubirajara, do traficante Sorriso, da militar Joana e do hacker Jorge. De forma pacífica ou violenta, esses e outros personagens irão atuar a favor ou contra uma dramática Revolução no Brasil. Pelo grito ou pelo tiro, a Revolução virá nas páginas desse livro!

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Palestrante, escritor de crônicas e artigos de opinião no blog “Dragão Urbano”, seus textos mais se assemelham à “declarações de guerra” contra o Sistema. Emerson não poupa “artilharia pesada” contra à corrupta classe política nacional, os grandes e mentirosos veículos de comunicação, bem contra os “donos do mundo”, representados pelas mega corporações e instituições financeiras internacionais. No cerne de sua crítica incendiária, ataca ao Sistema Capitalista Predatório como principal responsável pelo destino apocalíptico que se descortina à nossa frente. Você sem dúvida poderá se identificar com suas ideias, ou quem sabe negá-las, mas não será capaz de manter-se indiferente a este autor.


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PALAVRAS ESQUECIDAS Cláudio da Cruz Francisco Fogem dos lábios Se esquivam das mãos Driblam o raciocínio Dão nó no pensamento Provocam mistérios Mancham sorrisos Seguem outros caminhos Habitam outras mentes Acordam em outras manhãs Deixam saudades Vontade Desejo Desespero Rasgam discursos Acendem as dúvidas Apagam idéias Valorizam o silêncio Paixões traiçoeiras

Izabela Ramos

Separam vogais, consoantes e verbos FRAGÂNCIA Desconstroem histórias Com precisão

Cláudio da Cruz Francisco

E não deixam pistas. Em meu universo Sinto cheiro diferente Completo e gostoso O cheiro bom das boas palavras.


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Desafio Literário

O

desafio-tema do mês de maio foi «balão». Publicamos as poesias e os minicontos selecionados.


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POESIA 1ºLugar – Rômulo Reis Oliveira

2ºLugar- Elias Antunes –

3ºLugar- Moacir Luís Araldi

Balão dualístico

Balões antigos

Protagonize

Há vários tipos de balões Incontáveis os que eu conheço Eles ultrapassaram gerações Cada um possui um preço Uma grandiosa invenção Aquele balão que voou Ou balão de São João Que a floresta incendiou O famoso balão mágico Contagiava a criançada Outro é o “balão trágico”! Deixa a população apavorada O desafio desse mês Está na sua mão O poeta da vez Escreveu sobre o balão.

4ºLugar-José Carlos Teodosio

Era proibido dizer que a manhã estava enguiçada, não queria submergir no caos da história. E um menino com seus balões mais que antigos balia no cesto jogado no rio do esquecimento as moscas cantavam monótonas o voo dos estrumes resistiam ao verso furado pelo fuzil. Havia uma dolente aurora sem a rotina do café reunindo os membros dispersos medo e insônia contemplavam os uniformes do poder Não sobrava tempo para a corrupção do pranto, violão empoeirado, garganta seca. Abril empalava as sombras e o patriotismo e os heróis exaltados, a resistência era um rato no esgoto do tempo.

Pegue o vento com as mãos. Comprima, encha e solte o balão. Dê mais altura à pandorga. Finja que hoje é tua folga. Cante qualquer besteira. Apanhe a flor na roseira. Vibre com as conquistas. Aceite outros pontos de vista. Prove a comida, Elogie a cozinheira. Passe pelo muro de cabeça erguida. Não tenha ganâncias descabidas No espirito é que está a nobreza. Preserve-se e a natureza. Deixe recados. Diga que ama. Sinta-se amado. Pule sobre a cama. Não esconda que sente saudades. Não tenha vergonha da felicidade. Nem tudo é tão sério, Preserve só alguns mistérios. Protagonize a própria vida Por você que ela quer ser gerida.

5ºLugar-José Carlos Brandão A noite cai

Vento frio A noite cai sobre as pedras do horizonte Lembro do lenço no ar a bailar, eu num balão em alto mar. Lenço! Tenso, penso, sinto, beijo e vejo, no vento frio na noite calma, os olhos alegres e a timidez da minha alma.

– O sol como um balão de fogo A meu lado cai uma outra noite maior mais pesada – Sem nenhum balão


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olaria das letras 6ºLugar-Wlange Keindé

7ºLugar-Samuel Barcellos Pra frente e pra cima

Balão Eu Você e Aquele sentimento inflou Como um balão subiu ao céu E não conteve seu esplendor desceu ao chão Rodeado por serpentes de fogo engolido Rodopiando como um peão meu balão Em um olhar tudo isso aconteceu Um sentimento que nasceu E morreu

Sumir assim do nada seria uma loucura não? Qual o tamanho da minha? Se só hoje a vida me é bela, que seja hoje pra sempre, Meu medo é do amanhã, o cinza de ontem me marcou pra sempre O temor que a partir daquele dia os tons das minhas horas se escureçam me consome Mas hoje não, Hoje meu balão é azul céu Meu sorriso combina com as nuvens, Qualquer lugar é meu e somente meu. Se a vida é cheio de altos e baixos que seja no céu Hoje eu sou azul Hoje eu me camuflo Se ninguém me ver que seja porque eu quero que ninguém me veja Eu vou subir, subir sumir.

8ºLugar- Rosa Maria Pocinho dos

9ºLugar- Denivaldo Piaia

Santos Alves Gaiato Baila Alegre Levando Amores Outonais

Sextavado peão charuto quadrado De qualquer forma ou formato lá vai o balão levando a emoção de um menino gaiato

10ºLugar- – Salomão Máximo Viagem de sonhos Viagem de sonhos Sobe, sobe, sobe... Balão... Cheio de sonhos e ilusão Explode nas alturas... E volta pro chão.


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Miniconto 1ºLugar –Sonia R R Rodrigues- Festa de São João Saci existe! Surripiou meus balões e pendurou todos bem alto, na varanda. Vovô disse que o saci fez isso para me ensinar a proteger a mata. Mamãe trocou as mechas por velinhas, e, depois de acesos, ficaram lindos! E ecológicos. 2ºLugar- Elias Antunes – Zarabatanas

Um balão é sempre uma possibilidade... Uma vez amarrei um bilhete num balão e soltei-o pelo ar, mas muitos começaram a cuspir dardos com suas zarabatanas, tentando impedir meu voo. Então, só me restava acordar e continuar a vida...

3ºLugar-Leandro Silveira Fleck- O ventre Talita escreveu no balão roxo uma frase boba de amor por André. Colocou-o embaixo do vestido, fazendo uma tímida pressão no enorme ventre que cresceu sem a presença do pai e sem um lar. O estouro assustou as parteiras acordando as gêmeas para a vida.

4ºLugar-Aline Naomi- Le ballon rouge Da janela, espiava o céu. Gostava de ficar ali, olhando aquele recorte de céu, que quase sempre era o mesmo. No entanto, naquela manhã, avistou algo diferente: além das grades, um balão vermelho voava bem alto, soprado pelo vento.

5ºLugar-Gladis Barriel – Um amor de balão Ela acreditava que o amor chegaria montado em um cavalo branco ou conduzindo um carro vermelho, mas ele pilotava o balão cor de arcoiris que o primeiro vento arrastou. 6ºLugar-Geraldo Trombin –O Sopro – Fuuuu... Fuuuu... Fuuuu...; fazia Paulinho com uma bala entre os lábios. – Que qué isso, meu filho? Por que tá soprando a balinha? – Pra ver se ela vira um baaalãoooo! 7ºLugar-José Ronaldo Siqueira – Sometimes they float Eu o via. De um vermelho tão humano que era uma prosopopeia. Uma lufada o arremessou para cima. Eu perdia contato visual, mas sabia-o bem-aventurado entre as alturas. Estava muito feliz, aquele balão. E pensar que há alguns dias ele batia cá dentro de meu peito. 8ºLugar- Clarisse Souza Estourando pelos ventos eles se erguiam do chão. Eram claros, coloridos, escuros como um abismo. Misturavam-se ao passado, nadando pelo futuro, dançando no presente sem quase pousar os pés. São os balões da existência, leves e pesados. Pensamentos. 9ºLugar-André Foltran – A baloeira Para cada novo amor ela soltava um balão. No quintal, centenas de destroços...

10ºLugar- Bianca Ferraz Bitencourt- Vazio Nossos sonhos tão bonitos, de sermos mais, de voar além do céu num balão, agora todos esvaziados – fruto de estocada em meu coração.


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