OBVIO 17 DEZ 2017: Homicídios

Page 1

OBSERVATÓRIO DA VIOLÊNCIA LETAL INTENCIONAL NO RIO GRANDE DO NORTE ED 17. ANO II. 2017

NESTA EDIÇÃO: MOSSORÓ E A VIOLÊNCIA HOMICIDA JUVENIL A FALHA DIAGNÓSTICA CRIMES OBSCUROS PRÉVIA: OBSERVATÓRIO POTIGUAR 2017 BOLETIM ANALÍTICO MENSAL.



SUMÁRIO Expediente ................................................................................................................................. 5 O que vem por aí... ..................................................................................................................... 5 Observatório Potiguar 2017: prévia ................................................................................................. 6 Mossoró e a violência homicida juvenil .......................................................................................... 7 A falha diagnóstica ................................................................................................................... 12 Crimes obscuros ........................................................................................................................ 14 Nota Técnica ............................................................................................................................ 17 Boletim analítico ...................................................................................................................... 19 1.

Dinâmica espacial da violência............................................................................................ 19

1a.

A RMN - Região Metropolitana de Natal ............................................................................. 19

1b.

Mesorregiões do Estado ................................................................................................... 19

1c.

Rankiamento da Violência na RMN – Região Metropolitana de Natal em 2017........................... 20

1d.

Rankiamento da Violência nas Mesorregiões ....................................................................... 20

a.

Municípios Motores ............................................................................................................ 21

i.

Natal ............................................................................................................................... 21

1.

Bairros ............................................................................................................................ 21

2.

Áreas Integradas de Segurança Pública e Ronda Cidadã ........................................................... 22

3.

Zonas Administrativas de Natal ............................................................................................ 23

4.

Distribuição Gráfica da Violência nas Zonas de Natal em 2017 ................................................... 23

5.

Rankiamento da Violência por bairros de Natal em 2017 ........................................................... 24

ii.

Mossoró ........................................................................................................................... 25

1.

Bairros ............................................................................................................................ 25

2.

Áreas Integradas de Segurança Pública ................................................................................. 26

Pág. 3


3.

Zonas Referenciais ............................................................................................................. 26

4.

Distribuição Gráfica da Violência nas Zonas de Mossoró em 2017 ............................................... 27

5.

Rankiamento da Violência por bairros de Mossoró em 2017 ....................................................... 27

iii.

Parnamirim .................................................................................................................. 28

1.

Bairros ............................................................................................................................ 28

2.

Áreas Integradas de Segurança Pública ................................................................................. 28

3.

Zonas de Referência ........................................................................................................... 29

4.

Distribuição Gráfica da Violência nas Zonas Parnamirim em 2017 .............................................. 29

5.

Rankiamento da Violência por bairros de Parnamirim em 2017 ................................................. 30

2.

Ação e instrumentação dos crimes ........................................................................................ 31

2a.

Ação Letal .................................................................................................................... 31

2b.

Meio e/ou meio empregado ............................................................................................. 31

3.

Perfis das Vítimas.............................................................................................................. 32

3a.

Gênero ......................................................................................................................... 32

3b.

Etnia ........................................................................................................................... 32

3c.

Faixa Etária .................................................................................................................. 33

4.

Temporalidade Criminal ..................................................................................................... 33

4a.

Evolução Mensal ............................................................................................................ 33

4b.

Variação Semanal .......................................................................................................... 35

4c.

Período do dia............................................................................................................... 36

4d.

Dias do mês .................................................................................................................. 38

5.

Análise Mensal .................................................................................................................. 40

Pág. 4


EXPEDIENTE

O QUE VEM POR AÍ...

OBVIO - OBSERVATÓRIO DA VIOLÊNCIA LETAL INTENCIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE

As perspectivas descortinadas pelas políticas públicas de segurança pública e públicas de segurança revelam um futuro obscuro para a segurança do povo potiguar e daqueles que residem ou estão de passagem pelo estado.

FICHA INSTITUCIONAL PRESIDENTE DE HONRA (IN MEMORIAM)

MARCOS DIONISIO MEDEIROS CALDAS COORDENADOR ACADÊMICO

THADEU DE SOUSA BRANDÃO COORDENADOR DE PESQUISA

IVENIO HERMES

COORDENADOR DE IMPRENSA

CEZAR ALVES DE LIMA

COORDENADOR DE ESTATÍSTICAS

SANCLAI VASCONCELOS SILVA COLETA TÉCNICA

ABRAÃO DE OLIVEIRA JUNIOR DANIEL OLIVEIRA BARBALHO ELMA GOMES PEREIRA JOSEMARIO ALVES LEYSSON CARLOS MARCELINO NETO RAFAEL IGOR ALVES BARBOSA SÁSKIA SANDRINELLI HERMES SIDNEY SILVA AUDITORIA

EMANUEL DHAYAN BEZERRA DE ALMEIDA KALINA LEITE GONÇALVES MANUEL SABINO PONTES ROSIVALDO TOSCANO DOS SANTOS JUNIOR THADEU DE SOUSA BRANDÃO LABORATÓRIO DE PESQUISA PESQUISADORES

IVENIO HERMES JULIANA DE OLIVEIRA ROCHA FRANCO SHEYLA PAIVA PEDROSA BRANDÃO THADEU DE SOUSA BRANDÃO PESQUISADORES ASSISTENTES

IARA MARIANA DE FARIAS NÓBREGA NIEDERLAND TAVARES LEMOS CINDY DAMARIS GOMES LIRA ESTUDANTES PESQUISADORES

GABRIELA CRISTINA PAULINO FELICIANO HIGO DA SILVA LIMA JOSINEIDE BATISTA DA SILVA MOISÉS MEIRELLES DE ARAÚJO PAULO CÉSAR ALVES DE SÁ COLETA, SISTEMATIZAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO

METODOLOGIA METADADOS

NATAL/RN NOVEMBRO, 2017 A METODOLOGIA METADADOS E A PLATAFORMA MULTIFONTE FORAM CRIADAS POR IVENIO HERMES E MARCOS DIONISIO, E SÃO

Sem nenhuma ação substancial para debelar ou minimamente frear a locomotiva da violência homicida, o Poder Executivo do Rio Grande do Norte somente acenas com estatísticas promocionais de uma gestão que afundou o estado num mar de sangue sob a desculpa estapafúrdia de uma guerra entre traficantes, não que ela não exista, mas que o governo jamais poderia usar esse argumento para justificar tantos homicídios, e sim usar como motivação para suas ações de segurança serem realmente pertinentes e exitosas. Para comprovar nossas argumentações, este mês apresentamos três análises além de nossa habitual Análise Mensal : Em Mossoró e a violência homicida juvenil, Thadeu Brandão mostra a realidade por trás das falas incentivadoras do ódio; em A falha diagnóstica, Ivenio Hermes mostra como a utilização equivocada de dados ou ocultamento deles retroalimenta a violência homicida; e em Crimes obscuros, Fabio Vale desnuda a realidade de que o estado do Rio Grande do Norte não possui, não sabe ou evita divulgar dados sobre a investigação de homicídios. Neste mês o MPRN firmou convênio com o OBVIO para unificar informações sobre criminalidade e segurança pública, um grande passo para a promoção de maior transparência de dados e informações sobre a pauta da segurança. O convênio prevê um intercâmbio de informações entre as duas instituições, estabelecendo conexões entre os dados de forma a gerar diagnósticos e análises criminais. Lembramos ainda que esse mês estaremos publicando Observatório Potiguar 2017, trabalho dos pesquisadores Ivenio Hermes e Thadeu Brandão e de toda equipe que participa do OBVIO – Observatório da Violência, um livro que apresenta um material mais amplo e aprofundado sobre a violência homicida. Por enquanto, fique com o 17º Boletim Analítico-Científico Mensal, trabalho árduo e pro bono, do OBVIO – Observatório da Violência, Grupo de Pesquisa da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), cadastrado no CNPQ (http://bit.ly/OBVIO-CNPQ) que conta com técnicos, pesquisadores e estudantes de várias instituições de nível superior do RN. Boa leitura!

OS MEIOS DE CONSOLIDAÇÃO DE DADOS E OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES UTILIZADO PELO OBVIO, SENDO VEDADA SUA UTILIZAÇÃO COMERCIAL OU PARA FINS DE PROPAGANDA GOVERNAMENTAL.

Pág. 5


OBSERVATÓRIO POTIGUAR 2017: PRÉVIA Este mês estaremos lançando o Observatório Potiguar 2017, um trabalho dos pesquisadores Ivenio Hermes e Thadeu Brandão e de toda equipe que participa do OBVIO – Observatório da Violência. Para ter um vislumbre do material, trazemos abaixo dois depoimentos sobre o trabalho:

O OBVIO Observatório da Violência lança mais um produto de extrema importância para estudiosos e autoridades da área de violência e criminalidade: o “Observatório Potiguar 2017”, obra fundamental para acompanhar as estatísticas de crimes violentos letais intencionais no Rio Grande do Norte. O estudo utiliza metodologias analíticas claras e precisas, possibilitando uma visão geral e particular dessa epidemia que assola o RN, traçando os diversos perfis dos CVLIs com profundidade e expertise. O OBVIO e sua equipe estão de parabéns uma vez mais! Raimundo Carlyle Juiz de Direito TJRN

Assim como entender e explicar o caótico e complexo ambiente urbano, o entendimento da violência – seja ela praticada no ambiente urbano ou fora dele –, suas origens, causas específicas, suas variáveis e sua transversalidade, constitui um desafio que depende não somente de um esforço hercúleo, mas da aplicação das ferramentas corretas e de muita dedicação ao longo do tempo. O "Observatório Potiguar 2017", que traz a público “O Mapa da Violência Letal Intencional do Rio Grande do Norte”, constitui uma base robusta para esse entendimento e para a conscientização da sociedade em geral nesse estado, e pode – e deve – ser uma referência para a inteligência dentro da segurança pública em qualquer unidade federativa. É fundamental que esse trabalho seja amplamente divulgado e conhecido. Ériko Fabrício Nery da Costa Arquiteto e Urbanista Perito Criminal (PA) Ms. Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano

A obra Observatório Potiguar 2017 faz parte da série anual iniciada em 2016 e será disponibilizada em 18 de dezembro de 2017. Não perca! Pág. 6


MOSSORÓ E A VIOLÊNCIA HOMICIDA JUVENIL Por Thadeu Brandão1

148

208 217

173 2014

2015

2016

2017

MOSSORÓ

Mossoró vem apresentando, ao menos desde 2008, uma escalada no número de homicídios que vem assustando seus moradores e observadores. A mídia local vem também mostrando o aumento vertiginoso das taxas de homicídios da cidade. Nos últimos três anos, até o dia 4 de novembro, o quadro se agrava: em 2014 tinha-se chegado ao0s 162 óbitos; em 2015, 134; em 2016 grande crescimento chegavase aos 190. Atingimos ontem os 201 homicídios (no momento em que escrevo, chegamos aos 202 CVLIs...).

EXTREMOZ

A dinâmica de homicídios (estatística) aumenta e diminui ano após ano sem, no entanto, mudar o quadro geral. Enquanto cidade de porte médio, (*) O OBVIO contabiliza homicídios, latrocínios, Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 lesões corporais seguidas de morte e outras (atualizado em 30/11/2017 às 8:00hs). condutas dolosas que resultem em morte. Mossoró segue a mesma dinâmica de cidades congêneres como Campina Grande (PB) ou Crato (CE), por exemplo. Os bairros mais afetados pela dinâmica homicida são aqueles com maior caracterização de segregação sócio espacial, ou seja, os periféricos: Santo Antônio, Abolições, Aeroporto (Quixabeirinha), Alto de São Manoel, Belo Horizonte, entre outros. A distribuição espacial é periférica e contribuir com o preconceito e a marcante falta de políticas públicas e de segurança nessas áreas. Citar a violência homicida como ponto focal e, insistir nela, tem um motivo: as estatísticas das demais formas de violência são rarefeitas e entram em uma gigantesca "mancha negra" que, embora sirva para o trabalho policial, prejudica por demais, a análise científica. Seguindo parte da metodologia do OBVIO RN, usar a taxa de homicídios é um indicador, não o único, para uma medição do grau de violência que nos assola. Mas, a quem diretamente? Conforme aponta a grande "mídia" e seus vulgarizadores nas redes sociais, o volume maior de casos de violência que chegam à população são os casos de crimes contra o patrimônio (roubos, assaltos, furtos, etc.), assim como o tráfico de drogas ilícitas. Contra este a população clama mais presença policial, ostensivamente. Ao olhar para os crimes contra a vida, porém, o quadro é bárbaro e, infelizmente, negligenciado. Afinal, o perfil (estatístico) da vítima de homicídio permanece inalterado: jovem, negro ou pardo, morador de periferia, pobre, desempregado ou subempregado. Sem investigação formal conclusiva (inquérito policial terminado) é apontado como "envolvido com o tráfico". Eis a tônica. Uma parte significativa destas mortes (de 40 a 50%, dependendo do ano em questão) é "desconhecida". São execuções, com arma de fogo potente (pistola, em geral) que seguem uma mesma dinâmica. O vácuo é Thadeu Brandão - Sociólogo, Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela UFRN. Professor Adjunto de Sociologia da UFERSA e do Mestrado em "Cognição, Tecnologias e Instituições" (CCSAH/UFERSA). Líder do grupo de Pesquisa "Observatório da Violência do RN". Coapresentador do Observador Político na TV Mossoró e 93 FM. Colunista do Jornal O Mossoroense. Autor de "Atrás das Grades: habitus e interação social no sistema prisional" e coautor de "Rastros de Pólvora: Metadados 2015" atualmente exerce a função de Coordenador do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas da UFERSA (Universidade Federal Rural do Semi-Árido). 1

Pág. 7


exemplar: mata-se impunemente, ou quase isso; mata-se um tipo (ideal tipo weberiano) específico de sujeito e quase sempre da mesma forma.

RANKING DE BAIRROS ABOLICAO AEROPORTO MOSSORO ALTO DA CONCEICAO ALTO DE SAO MANOEL ALTO DO SUMARE BARROCAS BELO HORIZONTE BOA VISTA BOM JARDIM BOM JESUS BOM PASTOR M CENTRO MOSSORO DOM JAIME CAMARA DOZE ANOS FORNO VELHO ILHA DE SANTA LUZIA LAGOA DO MATO M NOVA BETANIA NOVA VIDA (MALVINAS) OURO NEGRO PAREDOES PLANALTO 13 DE MAIO PRES COSTA E SILVA REDENCAO RINCAO SANTA DELMIRA SANTO ANTONIO VILA MAISA VINGT-ROSADO WALFREDO GURGEL (PINTOS) RURAL MOSSORO

TOTAL

2015

2016

10 5 0 3 2 6 5 2 3 1 1 6 10 1 0 1 0 1 7 1 5 3 3 2 0 16 15 6 7 1 25

6 17 5 11 4 11 16 2 6 6 1 5 0 2 1 4 0 3 6 3 2 8 6 0 2 10 36 2 5 3 25

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 13 14 5 10 5 10 24 11 4 3 0 4 12 4 2 2 0 8 3 2 6 1 9 0 0 15 26 3 1 0 20

-40,0% 240,0% NA 266,7% 100,0% 83,3% 220,0% 0,0% 100,0% 500,0% 0,0% -16,7% -100,0% 100,0% NA 300,0% NA 200,0% -14,3% 200,0% -60,0% 166,7% 100,0% -100,0% NA -37,5% 140,0% -66,7% -28,6% 200,0% 0,0%

116,7% -17,6% 0,0% -9,1% 25,0% -9,1% 50,0% 450,0% -33,3% -50,0% -100,0% -20,0% NA 100,0% 100,0% -50,0% NA 166,7% -50,0% -33,3% 200,0% -87,5% 50,0% NA -100,0% 50,0% -27,8% 50,0% -80,0% -100,0% -20,0%

30,0% 180,0% NA 233,3% 150,0% 66,7% 380,0% 450,0% 33,3% 200,0% -100,0% -33,3% 20,0% 300,0% NA 100,0% NA 700,0% -57,1% 100,0% 20,0% -66,7% 200,0% -100,0% NA -6,3% 73,3% -50,0% -85,7% -100,0% -20,0%

148

208

217

40,5%

4,3%

46,6%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Numa perversa gramática social da desigualdade, criamos um subcidadão que possui o "direito" (invertido) de ser morto. Justificamos, inclusive, seu desaparecimento, alegando que "se meteu com o crime porque quis". Nascido criminoso, numa retomada lombrosiana do neo-pseudo-racismo, o jovem pobre e negro é vítima de um holocausto por que "merece". Faltando-lhe escola, oportunidade, apoio familiar e presença do Estado, este chega no seu derradeiro momento: executando-o, formal ou informalmente. Para se ter uma ideia de como essa gramática é social, em Mossoró, os bairros centrais estão quase livres deste "mal": Centro, Nova Betânia e alhures. O "Corredor Cultural" e seu entorno é tão pacificado quanto qualquer cidadezinha canadense. Isso em termos de homicídios, é claro. Roubos a residências e outras Pág. 8


formas de crimes são comuns na área mais economicamente privilegiada da cidade. Diferentemente de outras regiões, porém, os homicídios são raramente registrados e, quando o são, fogem do "padrão" de motivações sempre apontados e o perfil da vítima, não se enquadra no tipo geral.

FAIXA ETÁRIA 0 A 11 12 A 17 18 A 24 25 A 29 30 A 34 35 A 64 65 OU+ NI TOTAL

2015 0 10 60 25 15 32 5 1 148

2016 2 21 69 37 20 50 3 6 208

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 1 NA -50,0% NA 18 110,0% -14,3% 80,0% 84 15,0% 21,7% 40,0% 30 48,0% -18,9% 20,0% 29 33,3% 45,0% 93,3% 47 56,3% -6,0% 46,9% 3 -40,0% 0,0% -40,0% 5 500,0% -16,7% 400,0% 217 40,5% 4,3% 46,6%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte. Faixa etária da juventude destacada na tabela.

Apresentam partes de população mais carente, além do perfil básico da vítima homicida, que segue o que ocorre no restante do Brasil: homens jovens, negros/pardos, moradores de periferias e com baixa escolaridade. A maior parte dos homicídios, não solucionados, são creditados ao "tráfico de drogas". A maior parte tem perfil de execução ou vingança. Sendo o quadro esboçado uma realidade nacional, importa lembrar que o Brasil vivencia, há pelo menos três décadas um duro cotidiano de riscos e incertezas. Nossa "modernidade tardia" caracterizar-se-ia pela reprodução estrutural da exclusão social e pela disseminação das violências, com a consequente ruptura de laços sociais e a exclusão de várias categorias sociais, como a juventude, uma das grandes vítimas desse processo.

ETNIA PARDA NEGRA BRANCA TOTAL

2015 65 52 31 148

2016 113 58 37 208

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 94 73,8% -16,8% 44,6% 87 11,5% 50,0% 67,3% 36 19,4% -2,7% 16,1% 217 40,5% 4,3% 46,6%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Aqui, nesses rincões, o jovem relaciona-se com a violência de modo ambivalente: ora torna-se vítima, ora surge como agressor. Fundamental frisar que os jovens vivenciam um processo de transição para a vida adulta, cada vez mais tardio em nosso momento civilizatório, quando então sua agressividade (pulsão) tem o caráter positivo de habilitá-los a se autonomizarem e a ocuparem um lugar no espaço social. Isto posto, uma das características marcantes nos adolescentes atuais é a incerteza do emprego, assim como o exercício e a

Pág. 9


vivência da agressividade e da violência. Num mundo de incertezas e de fragmentações, a violência surge como discurso, deveras autônomo.

GÊNERO FEMININO MASCULINO TOTAL

2015 5 143 148

2016 12 196 208

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 10 140,0% -16,7% 100,0% 207 37,1% 5,6% 44,8% 217 40,5% 4,3% 46,6%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Os dados de homicídios das últimas três décadas mostram uma tendência de generalização da violência. Considerando todo o período de 1980 a 2012, houve um continuado aumento das mortes de jovens e adultos jovens, sobretudo do sexo masculino, por causas externas (homicídios, suicídios, mortes no trânsito). Há uma sobremortalidade masculina e juvenil como apontado. Marcadamente permeado pelo uso de armas de fogo na maioria dos casos.

LOCAL DA MORTE E/OU ENCONTRO DO CADÁVER ASSENTAMENTOS RURAIS BARES E FESTAS COMUNIDADES E FAVELAS DENTRO DA RESIDENCIA DENTRO DE VEICULOS EQUIPAMENTOS PUBLICOS ESTRADAS CARROCAVEIS FRENTE A RESIDENCIA HOSPITAIS E PRONTOS SOCORROS INTERIOR DE EDIFICACOES MARGENS DE RODOVIAS E ESTRADAS MERCADOS E FEIRAS LIVRES POVOADOS E SITIOS PREDIOS DE CORREICAO PROXIMO A RESIDENCIA QUINTAL DA RESIDENCIA TERRENOS BALDIOS VIAS PUBLICAS TOTAL

2015 3 16 1 1 0 4 14 1 6 26 1 2 0 2 0 0 9 62 148

2016 1 15 1 29 5 4 8 9 4 16 8 0 3 5 3 4 14 79 208

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 0 -66,7% -100,0% -100,0% 15 -6,3% 0,0% -6,3% 0 0,0% -100,0% -100,0% 32 2800,0% 10,3% 3100,0% 7 NA 40,0% NA 10 0,0% 150,0% 150,0% 10 -42,9% 25,0% -28,6% 19 800,0% 111,1% 1800,0% 20 -33,3% 400,0% 233,3% 9 -38,5% -43,8% -65,4% 7 700,0% -12,5% 600,0% 0 -100,0% NA -100,0% 4 NA 33,3% NA 3 150,0% -40,0% 50,0% 5 NA 66,7% NA 2 NA -50,0% NA 10 55,6% -28,6% 11,1% 64 27,4% -19,0% 3,2% 217 40,5% 4,3% 46,6%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Vivemos um verdadeiro "genocídio" juvenil: jovens, negros/pardos, pobres, com baixa escolaridade e moradores de periferias. O perfil pouco muda e se altera nessas três décadas. Da faixa de 16 a 24 anos, o grosso das vítimas vai se consumindo. Quanto aos perpetradores, este quase que também pode ser considerado o perfil. O problema é que nossos homicídios são poucos investigados (em relação ao seu número total e à desestrutura absurda que o tripé: polícia-justiça-sistema prisional vivenciam). Esse vácuo analítico custa caro ao Brasil e ao seu futuro. Em Mossoró, banalizou-se a morte e a violência. Pág. 10


Sobra o discurso vazio e violentamente simbólico do: "morreu porque estava envolvido".

ARMAMENTO E/OU MEIO EMPREGADO ARMA DE FOGO ARMA BRANCA OBJETO CONTUNDENTE ASFIXIA MECANICA PROVOCADA NAO IDENTIFICADO ESPANCAMENTO QUEIMADURA PERFURO-CONTUNDENTE TOTAL

2015 130 11 3 0 2 1 0 1 148

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Morre a civilização e vive a barbárie. Até quando?

Pág. 11

2016 194 6 3 2 1 2 0 0 208

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 200 49,2% 3,1% 53,8% 8 -45,5% 33,3% -27,3% 3 0,0% 0,0% 0,0% 5 NA 150,0% NA 0 -50,0% -100,0% -100,0% 0 100,0% -100,0% -100,0% 1 NA NA NA 0 -100,0% NA -100,0% 217 40,5% 4,3% 46,6%


A FALHA DIAGNÓSTICA Por Ivenio Hermes2 As condutas violentas letais intencionais, genericamente ditas como homicídios, são os principais indicadores utilizados para aferir a violência, e como tal, mensuram também se as estratégias de segurança, sejam elas políticas públicas de segurança ou políticas de segurança pública, tem surtido resultado e atingido o êxito para o qual foram desenhadas. Uma das principais falhas da atual gestão de segurança pública, e de todo o executivo estadual, quando se trata de diagnósticos para ações de segurança, é a falta de objetividade ao tratar com ações integradoras que gerem informações claras e direcionadas para a resolução do problema. Fazem confusão entre produtividade e resolutividade, algo que há muito tempo alerto, pois se transforma num fator de descrédito da administração confundir terminologias em análises tão primárias da criminalidade. Quando tratamos de homicídios especificamente, o número de inquéritos instaurados em relação ao número de homicídios cometidos e devidamente mapeados, mostra produtividade de trabalho, entretanto, somente os inquéritos com indicação de autoria e materialidade, aqueles onde o criminoso ou criminosos são apontados, é que formam o número de resolutividade. É simples, resolutividade vem de resolução, ou seja, casos resolvidos são indicadores de resolutividade, inquéritos abertos não. O ano de 2017 já se consolidou e ficará para a história com o ano mais violento já vivido pelos potiguares, e na contramão desse índice de violência, não se observa planos ou estratégias para a redução. O que ocorre são apenas espasmos de operações de segurança pública sem fulcro em estratégias direcionadas para a solução dos problemas, e esse tipo de atitude realmente só acarretará na desconstrução contínua de tudo aquilo que o saber técnico/científico visa solidificar. Não repassar dados concretos e céleres sobre o índice de resolutividade nas investigações de homicídios, macula qualquer trabalho ou esforço da Polícia Civil, evita que se demostre o descaso com que essa instituição é tratada, trabalhando apenas, como é o caso do Rio Grande do Norte, com 24% de seu efetivo. Temos feridas abertas na segurança pública, são chagas que o Governo do Estado deixa e que são preenchidas pelos criminosos que obtém, em retorno, uma blindagem popular e a famosa lei do silêncio que os jornalistas costumam citar para definir a falta de voluntariedade da população em colaborar com as forças da lei.

Ivenio Hermes – Arquiteto e urbanista, pesquisador e escritor vencedor do Prêmio Literário Tancredo Neves. Consultor em Gestão e Políticas Públicas de Segurança e de Segurança Pública. Possui em sua bibliografia 16 livros publicados e mais de 1.200 artigos/textos. É Coordenador de Pesquisa do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte, Instituto do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas da UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mestrando do Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico e Interdisciplinar em Cognição, Tecnologias e Instituições (UFERSA), Consultor do Conselho Especial de Segurança Pública e Políticas Carcerárias da OAB-RN, Consultor da Comissão Parlamentar de Políticas Carcerárias da Assembleia Legislativa do RN, Pesquisador do COEDHUCI - Conselho Estadual dos Direitos Humanos e da Cidadania e Membro Sênior do FBSP - Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 2

Pág. 12


Continuar escondendo, é cometer uma falha diagnóstica, não enxergar um mal que precisa ser corrigido, é como varrer a sujeira para baixo do tapete, ela não deixa de existir, apenas fica lá se acumulando e gerando problemas ainda maiores para o futuro3.

Texto para a matéria Crimes Obscuros do jornalista Fabio Vale, publicada no Jornal De Fato, edição impressa nº 5032 do domingo dia 3 de novembro de 2017 (https://issuu.com/jornaldefato/docs/03_12_2017/12) . A matéria aborda a falta de envio de informações sobre inquérito de homicídios pela Secretaria Estadual de Segurança Pública do RN que foi divulgada em recente estudo do instituto “Sou da Paz”. 3

Pág. 13


CRIMES OBSCUROS Por Fábio Vale4 Mais um estudo nacional

Estudo nacional divulgado nesta semana apontou que o Rio Grande do Norte não figura entre estados brasileiros que disponibilizam dados sobre esclarecimento de homicídios. O Rio Grande do Norte não integra uma lista seleta de seis estados brasileiros que disponibilizam dados sobre esclarecimento de homicídios. Pelo menos é o que aponta um estudo nacional divulgado nesta semana. A situação é considerada preocupante por pesquisadores da área, como um especialista em segurança pública com atuação no estado potiguar que avalia que esse quadro contribui para a impunidade. Divulgado em novembro de 2017, o estudo do “Instituto Sou da Paz” intitulado “Onde mora a impunidade” busca responder a seguinte questão: por que o Brasil precisa de um indicador nacional de esclarecimento de homicídios? O levantamento buscou elaborar o primeiro Indicador Nacional de Esclarecimento de Homicídios do Brasil em 2017. Segundo o estudo, os órgãos estaduais e federais responsáveis pela sistematização de dados referentes à investigação policial não disponibilizam informações sobre denúncias de acordo com a data do homicídio. Diante disso, a pesquisa diz ter solicitado aos Ministérios Públicos dos 27 estados da federação, entre maio e junho deste ano, dados em relação a denúncias criminais apresentadas entre janeiro de 2015 e junho deste ano referentes a homicídios dolosos consumados. As demandas incluíam número do processo, data da denúncia, data do registro policial, data do fato, município onde ocorreu e número do inquérito. De acordo com o levantamento, apenas os estados de São Paulo, Espírito Santo, Rondônia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Pará enviaram as informações. Já oito estados teriam relatado diversas dificuldades técnicas impeditivas ao envio de dados sobre denúncias criminais de homicídios dolosos consumados. São eles: Alagoas, Amazonas, Tocantins, Rio Grande do Norte, Ceará, Distrito Federal, Paraíba e Goiás. O principal fator citado foi a ausência de sistemas de armazenamento de dados integrados com as polícias e o Poder Judiciário, de modo que seria necessário uma análise processual de cada denúncia de homicídio para atender a demanda solicitada. E em outros cinco estados – Mato Grosso, Amapá, Minas Gerais, Paraná e Maranhão –, a solicitação de dados continuava sendo apreciada até a publicação do estudo.

Fábio Vale - Graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Funcionário Público Estadual e repórter do jornal De Fato, em Mossoró-RN. Cursando à distância curso de qualificação em Jornalismo de Dados pela Associação Brasileira de Jornalista Investigativo (Abraji). 4

Pág. 14


A pesquisa cita que Roraima, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Piauí, Acre, Bahia e Sergipe compartilharam dados incompletos, seja pela falta da data da denúncia ou do homicídio, o que inviabilizou o cálculo dos seus indicadores. A reportagem encaminhou e-mail para as assessorias da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SESED), da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual, solicitando informações sobre o atual quadro de esclarecimento de homicídios no estado e um posicionamento sobre esse levantamento do Instituto Sou da Paz, mas, até a conclusão deste material não houve um retorno das demandas. RN ultrapassa 2.200 assassinatos no ano

O Rio Grande do Norte ultrapassou neste ano a marca de 2.200 assassinatos. Somente até a manhã do dia 26 de novembro de 2017, 2.190 pessoas já tinham sido mortas em todo o estado desde o início de 2017. O dado é do Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO), grupo de pesquisa da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) que mapeia os chamados crimes violentos letais intencionais (CVLIs) registrados no território potiguar. Para se ter uma ideia da violência homicida no estado, dentro de um período recente de 16 dias, quase 100 assassinatos ocorreram no RN. Entre os dias 10 e 26 de novembro de 2017, o estado passou de 2.100 mortes para mais de 2.190, sendo que esse número foi alcançado ainda na manhã desse último dia levantado. O cenário apontado pelo Observatório da Violência, em dados divulgados recentemente, deu conta também de uma média de seis crimes por dia no estado e um aumento de mais de 22% no número de assassinatos neste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o Obvio, de 1° de janeiro até às 9 horas do dia 26 de novembro de 2017, 2.190 pessoas foram mortas em todo o território potiguar. O total corresponde a uma média diária de 6,66 e um crescimento de 22,3% na quantidade de crimes em 2017 em relação a 2016, quando foram registrados pela entidade 1.791 assassinatos. O levantamento do Obvio mostrou, também, que somente na capital potiguar, 564 pessoas foram mortas neste ano até então, contra 535 crimes ocorridos no ano passado. Ainda em Natal, 461 assassinatos foram notificados em 2015 e 534 em 2014. E em Mossoró, até as 9h do domingo passado, 216 pessoas já tinham sido assassinadas neste ano. Ainda de acordo com o Observatório, no mesmo período do ano passado foram 207 crimes na cidade, contra 144 em 2015 e 170 em 2014. Avaliação e análise

Especialista em segurança pública com atuação no RN avalia que falta de diagnóstico sobre assassinatos contribui para impunidade. Coordenador do Observatório da Violência e estudioso da área, Ivenio Hermes, critica a ausência de informações claras e direcionadas para a resolução de homicídios.

Pág. 15


O Especialista frisa que não repassar dados sobre investigações de homicídios macula qualquer trabalho ou esforço da Polícia Civil. Ivenio Hermes diz que ano de 2017 se consolidou como mais violento já vivido pelos potiguares e ainda faltam planos ou estratégias para a redução Para o especialista em segurança pública e coordenador do Observatório da Violência (OBVIO), Ivenio Hermes, a falta de diagnóstico sobre assassinatos contribui para a impunidade. O estudioso da área criticou a ausência de informações claras e direcionadas para a resolução de homicídios. Referindo-se ao problema como “falha diagnóstica”, Hermes pontua que as condutas violentas letais intencionais, genericamente ditas como homicídios, são os principais indicadores utilizados para aferir a violência e, como tal, mensuram também se as estratégias de segurança, sejam elas políticas públicas de segurança ou políticas de segurança pública, têm surtido resultado e atingido o êxito para o qual foram desenhadas. Segundo o especialista, uma das principais falhas da atual gestão de segurança pública e de todo o Executivo estadual quando se trata de diagnóstico para ações de segurança é a falta de objetividade ao tratar com ações integradoras que gerem informações claras e direcionadas para a resolução do problema. Ivenio Hermes explica que há uma diferença entre produtividade e resolutividade. “Fazem confusão entre produtividade e resolutividade, algo que há muito tempo alerto, pois se transforma num fator de descrédito da administração confundir terminologias em análises tão primárias da criminalidade.” Ele esclarece, também, que quando tratamos de homicídios especificamente, o número de inquéritos instaurados em relação ao total de homicídios cometidos e devidamente mapeados mostra produtividade de trabalho, entretanto somente os inquéritos com indicação de autoria e materialidade, aqueles em que o criminoso ou criminosos são apontados, é que formam o número de resolutividade. “É simples. Resolutividade vem de resolução, ou seja, casos resolvidos são indicadores de resolutividade; inquéritos abertos, não”, detalha ele. Para o especialista, o ano de 2017 já se consolidou e ficará para a história como o ano mais violento já vivido pelos potiguares, e na contramão desse índice de violência, não se observam planos ou estratégias para a redução. “O que ocorre são apenas espasmos de operações de segurança pública sem fulcro em estratégias direcionadas para a solução dos problemas, e esse tipo de atitude realmente só acarretará na desconstrução contínua de tudo aquilo que o saber técnico/científico visa solidificar”, avalia ele. Ainda de acordo com o especialista, não repassar dados concretos e céleres sobre o índice de resolutividade nas investigações de homicídios macula qualquer trabalho ou esforço da Polícia Civil; evita que se demonstre o descaso com o que essa instituição é tratada, trabalhando apenas, como é o caso do Rio Grande do Norte, com 24% de seu efetivo. “Temos feridas abertas na segurança pública, são chagas que o Governo do Estado deixa e que são preenchidas pelos criminosos que obtêm, em retorno, uma blindagem popular e a famosa lei do silêncio que os jornalistas costumam citar para definir a falta de voluntariedade da população em colaborar com as forças da lei”, afirma. “Continuar escondendo é cometer uma falha diagnóstica, não enxergar um mal que precisa ser corrigido, é como varrer a sujeira para debaixo do tapete. Ela não deixa de existir; apenas fica lá se acumulando e gerando problemas ainda maiores para o futuro”, finaliza ele. Pág. 16


NOTA TÉCNICA O presente material visa subsidiar todas as entidades governamentais e/ou não-governamentais, bem como a própria sociedade norte-rio-grandense, com informações científicas e diagnósticas sobre a criminalidade violenta letal intencional. As informações apresentadas são oriundas de dados interpolados por meio da Metodologia Metadados5, no âmbito do Grupo de Pesquisas Criminais da UFERSA, não pretendendo substituir a responsabilidade do estado para com a transparência e nem quanto à prestação de serviços para ações policiais.

1 Imagem: Cruzes pela paz, fixadas na Praia de Ponta Negra em junho de 2017, ocasião em que o estado do Rio Grande do Norte atingia a marca de 1000 mortes matadas.

As análises são feitas pelo método de transdisplinarização de informações, chamado de análises criminais integrais, usadas pelos autores principais, Ivenio Hermes e Thadeu Brandão, insere múltiplos conhecimentos das áreas de gestão e administração pública, sociologia, direito, técnicas de policiamento, investigação de homicídios, estatísticas e diversas outras para, concatenadas entre si, gerarem um saber diferenciado sobre complexidade temática. O Banco de Dados do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional é obtido por meio do tratamento parametrizado de dados de diversas fontes6, numa metodologia de pesquisa denominado Plataforma 5

HERMES, Ivenio; DIONISIO, Marcos. Do Homicímetro Ao Cvlimetro: A Plataforma Multifonte e a Contribuição Social nas Políticas Públicas de Segurança. 2. ed. Natal: Saraiva, 2014. 110 p. 6 ITEP

– Instituto Técnico-Científico de Perícia, MPRN – Ministério Público do Rio Grande do Norte por meio do (CAOP Criminal - Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais e GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, PCRN – Polícia Civil do RN,

Pág. 17


Multifonte criado por Hermes e Dionisio7. Seus conceitos e diagnósticos são determinadas por análises contextuais de complexidade, fundamentadas na Teoria da Complexidade de Edgar Morin, citado por Santos, Santos e Chiquieri8, concatenando conhecimentos de saberes diversos de forma dinâmica e integrada para a celeridade e a devida credibilidade dos resultados. O estudo cobre o período de 1 de janeiro a 30 de novembro dos anos 2015, 2016 e 2017.

PMRN – Polícia Militar do RN, DATASUS – Departamento de Informática do SUS (Informações de Óbitos e de Entradas de Pessoas Feridas por Causas Externas), Sistema de Pesquisa Social e Mídias do OBVIO/UFERSA, etc. 7

HERMES, Ivenio. Metadados 2013: Análises da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte. 2. ed. Natal: Saraiva, 2014. 145 p.

8

SANTOS, Akiko; SANTOS, Ana Cristina Souza dos; CHIQUIERI, Ana Maria Crepaldi. A Dialógica de Edgar Morin e o Terceiro Incluído de Basarab Nicolescu: Uma Nova Maneira de Olhar e Interagir com o Mundo. III Edipe: Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p.1-26, 2 out. 2009.

Pág. 18


BOLETIM ANALÍTICO 1. DINÂMICA ESPACIAL DA VIOLÊNCIA Abordagem: um estudo das variações de 2017 comparadas proporcionalmente, ou seja, dentro do mesmo período, aos anos 2015 e 2016, modelo adotado para aferir os resultados das possíveis estratégias de segurança da administração Robinson Faria. O recurso gráfico adotado são tabelas e gráficos comparativos mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2015-2016 e 2016-2017), e; variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).

1a. A RMN - REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL

REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL NATAL PARNAMIRIM SAO GONCALO DO AMARANTE CEARA-MIRIM MACAIBA EXTREMOZ SAO JOSE DE MIPIBU NISIA FLORESTA MAXARANGUAPE MONTE ALEGRE VERA CRUZ IELMO MARINHO TOTAL

2015 472 122 68 49 61 31 24 22 4 4 2 5 864

2016 540 157 95 82 58 32 41 31 7 9 7 3 1.062

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 573 14,4% 6,1% 21,4% 138 28,7% -12,1% 13,1% 114 39,7% 20,0% 67,6% 134 67,3% 63,4% 173,5% 97 -4,9% 67,2% 59,0% 60 3,2% 87,5% 93,5% 46 70,8% 12,2% 91,7% 45 40,9% 45,2% 104,5% 22 75,0% 214,3% 450,0% 19 125,0% 111,1% 375,0% 17 250,0% 142,9% 750,0% 11 -40,0% 266,7% 120,0% 1.276 22,9% 20,2% 47,7%

2015 906 359 139 116 1.520

2016 2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 1.118 1.337 23,4% 19,6% 47,6% 421 502 17,3% 19,2% 39,8% 177 256 27,3% 44,6% 84,2% 99 114 -14,7% 15,2% -1,7% 1.815 2.209 19,4% 21,7% 45,3%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

1b. MESORREGIÕES DO ESTADO

MESORREGIÕES POTIGUARES LESTE POTIGUAR OESTE POTIGUAR AGRESTE POTIGUAR CENTRAL POTIGUAR TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 19


1c. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA NA RMN – REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL EM 2017

1d. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA NAS MESORREGIÕES

Pág. 20


a. MUNICÍPIOS MOTORES i. NATAL 1. BAIRROS

BAIRROS DE NATAL 2015 46 57 32 31 40 28 23 34 19 19 13 11 12 11 10 9 9 8 11 8 1 1 6 3 4 1 8 4 2 5 1 1 1 3 0 0 472

NSA SRA DA APRESENTACAO FELIPE CAMARAO PAJUCARA LAGOA AZUL POTENGI PLANALTO QUINTAS IGAPO REDINHA BOM PASTOR CIDADE DA ESPERANCA CIDADE NOVA ROCAS CIDADE ALTA ALECRIM MAE LUIZA DIX-SEPT ROSADO HOSPITAIS NATAL PONTA NEGRA GUARAPES LAGOA NOVA NORDESTE SANTOS REIS NSA SRA DE NAZARE NOVA DESCOBERTA PITIMBU TIROL PRAIA DO MEIO NEOPOLIS CANDELARIA PETROPOLIS CAPIM MACIO RIBEIRA LAGOA SECA AREIA PRETA BARRO VERMELHO TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 21

2016 66 50 52 31 34 30 26 21 16 17 19 22 12 21 10 13 7 11 7 10 11 10 4 7 6 5 2 3 4 3 4 2 2 1 0 1 540

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 79 43,5% 19,7% 71,7% 47 -12,3% -6,0% -17,5% 40 62,5% -23,1% 25,0% 51 0,0% 64,5% 64,5% 33 -15,0% -2,9% -17,5% 32 7,1% 6,7% 14,3% 38 13,0% 46,2% 65,2% 26 -38,2% 23,8% -23,5% 26 -15,8% 62,5% 36,8% 22 -10,5% 29,4% 15,8% 11 46,2% -42,1% -15,4% 7 100,0% -68,2% -36,4% 13 0,0% 8,3% 8,3% 3 90,9% -85,7% -72,7% 15 0,0% 50,0% 50,0% 12 44,4% -7,7% 33,3% 17 -22,2% 142,9% 88,9% 13 37,5% 18,2% 62,5% 13 -36,4% 85,7% 18,2% 8 25,0% -20,0% 0,0% 13 1000,0% 18,2% 1200,0% 10 900,0% 0,0% 900,0% 7 -33,3% 75,0% 16,7% 4 133,3% -42,9% 33,3% 4 50,0% -33,3% 0,0% 7 400,0% 40,0% 600,0% 3 -75,0% 50,0% -62,5% 5 -25,0% 66,7% 25,0% 5 100,0% 25,0% 150,0% 2 -40,0% -33,3% -60,0% 2 300,0% -50,0% 100,0% 2 100,0% 0,0% 100,0% 2 100,0% 0,0% 100,0% 0 -66,7% -100,0% -100,0% 1 NA NA NA 0 NA -100,0% NA 573 14,4% 6,1% 21,4%


2. ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E RONDA CIDADÃ

ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA DE NATAL AISP1 AISP2 AISP3 AISP4 AISP5 AISP6 AISP7 AISP8 AISP9 AISP10 AISP11 AISP12 AISP13 AISP14 AISP15 AISP NAO ATRIBUIDA * TOTAL

2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

11 34 10 10 10 31 43 36 46 3 37 74 51 57 11 8 472

4 42 10 17 20 31 53 55 66 6 45 55 68 50 7 11 540

3 30 15 15 19 51 70 39 79 7 47 59 66 47 13 13 573

-63,6% 23,5% 0,0% 70,0% 100,0% 0,0% 23,3% 52,8% 43,5% 100,0% 21,6% -25,7% 33,3% -12,3% -36,4% 37,5% 14,4%

-25,0% -28,6% 50,0% -11,8% -5,0% 64,5% 32,1% -29,1% 19,7% 16,7% 4,4% 7,3% -2,9% -6,0% 85,7% 18,2% 6,1%

-72,7% -11,8% 50,0% 50,0% 90,0% 64,5% 62,8% 8,3% 71,7% 133,3% 27,0% -20,3% 29,4% -17,5% 18,2% 62,5% 21,4%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Observações: 1 - A divisão em Áreas Integradas de Segurança Pública e a especificação da área onde as ações do Projeto Ronda Cidadã foram obtidas no manual Diretrizes Ronda Cidadã estabelecido pelo Decreto nº 26.027, de 29 de abril de 2016; 2 – A classificação com AISP Não Atribuída foi utilizada para áreas que não foram incluídas no projeto, como a Via Costeira e seu litoral e o Parque das Dunas em Natal, a zona rural de Mossoró e áreas expansão ainda com vegetação de Parnamirim; 3 – As vítimas abandonadas em hospitais e cujo local exato da morte ou onde a agressão inicial foi sofrida não foi obtido devido à falta de transparência dos sites públicos do sistema de segurança do Rio Grande do Norte, foram também inseridas nas AISP Não Atribuída;

Pág. 22


3. ZONAS ADMINISTRATIVAS DE NATAL

ZONAS ADMINISTRATIVAS DE NATAL 2015 202 172 65 25 8 472

NORTE OESTE LESTE SUL HOSPITAIS TOTAL

2016 220 198 73 38 11 540

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 255 8,9% 15,9% 26,2% 196 15,1% -1,0% 14,0% 63 12,3% -13,7% -3,1% 46 52,0% 21,1% 84,0% 13 37,5% 18,2% 62,5% 573 14,4% 6,1% 21,4%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

4. DISTRIBUIÇÃO GRÁFICA DA VIOLÊNCIA NAS ZONAS DE NATAL EM 2017

Pág. 23


5. RANKIAMENTO DA VIOLร NCIA POR BAIRROS DE NATAL EM 2017

Pรกg. 24


ii. MOSSORÓ 1. BAIRROS

BAIRROS DE MOSSORÓ 2015 15 25 5 16 5 10 6 3 10 3 7 6 2 7 3 5 3 1 6 2 1 0 1 1 1 1 0 1 2 0 148

SANTO ANTONIO RURAL MOSSORO BELO HORIZONTE SANTA DELMIRA AEROPORTO MOSSORO ABOLICAO BARROCAS ALTO DE SAO MANOEL DOM JAIME CAMARA PRES COSTA E SILVA NOVA VIDA (MALVINAS) CENTRO MOSSORO BOA VISTA VINGT-ROSADO BOM JARDIM PAREDOES PLANALTO 13 DE MAIO NOVA BETANIA VILA MAISA ALTO DO SUMARE BOM JESUS ALTO DA CONCEICAO ILHA DE SANTA LUZIA DOZE ANOS OURO NEGRO WALFREDO GURGEL (PINTOS) FORNO VELHO BOM PASTOR M REDENCAO RINCAO TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 25

2016 36 25 16 10 17 6 11 11 0 6 6 5 2 5 6 2 8 3 2 4 6 5 4 2 3 3 1 1 0 2 208

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 26 140,0% -27,8% 73,3% 20 0,0% -20,0% -20,0% 24 220,0% 50,0% 380,0% 15 -37,5% 50,0% -6,3% 14 240,0% -17,6% 180,0% 13 -40,0% 116,7% 30,0% 10 83,3% -9,1% 66,7% 10 266,7% -9,1% 233,3% 12 -100,0% NA 20,0% 9 100,0% 50,0% 200,0% 3 -14,3% -50,0% -57,1% 4 -16,7% -20,0% -33,3% 11 0,0% 450,0% 450,0% 1 -28,6% -80,0% -85,7% 4 100,0% -33,3% 33,3% 6 -60,0% 200,0% 20,0% 1 166,7% -87,5% -66,7% 8 200,0% 166,7% 700,0% 3 -66,7% 50,0% -50,0% 5 100,0% 25,0% 150,0% 3 500,0% -50,0% 200,0% 5 NA 0,0% NA 2 300,0% -50,0% 100,0% 4 100,0% 100,0% 300,0% 2 200,0% -33,3% 100,0% 0 200,0% -100,0% -100,0% 2 NA 100,0% NA 0 0,0% -100,0% -100,0% 0 -100,0% NA -100,0% 0 NA -100,0% NA 217 40,5% 4,3% 46,6%


2. ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA PÚBLICA

ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA DE MOSSORÓ 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

AISP18

38

53

46

39,5%

-13,2%

21,1%

AISP19

79

128

148

62,0%

15,6%

87,3%

AISP NAO ATRIBUIDA *

31

27

23

-12,9%

-14,8%

-25,8%

148

208

217

40,5%

4,3%

46,6%

2015 56 25 13 31 12 11 148

2016 63 56 43 27 12 7 208

TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

3. ZONAS REFERENCIAIS

ZONAS REFERENCIAIS DE MOSSORÓ LESTE NORTE SUL RURAL OESTE CENTRAL TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 26

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 61 12,5% -3,2% 8,9% 40 124,0% -28,6% 60,0% 60 230,8% 39,5% 361,5% 23 -12,9% -14,8% -25,8% 23 0,0% 91,7% 91,7% 10 -36,4% 42,9% -9,1% 217 40,5% 4,3% 46,6%


4. DISTRIBUIÇÃO GRÁFICA DA VIOLÊNCIA NAS ZONAS DE MOSSORÓ EM 2017

5. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA POR BAIRROS DE MOSSORÓ EM 2017

Pág. 27


iii. PARNAMIRIM 1. BAIRROS

BAIRROS DE PARNAMIRIM 2015 6 12 17 16 8 7 6 9 7 6 2 3 4 2 0 5 4 2 2 2 0 0 0 2 0 122

NOVA PARNAMIRIM PASSAGEM DE AREIA BELA PARNAMIRIM MONTE CASTELO EMAUS SANTOS REIS PNM ROSA DOS VENTOS NOVA ESPERANCA LIBERDADE SANTA TEREZA PIUM VIDA NOVA CENTRO PARNAMIRIM CAJUPIRANGA PARQUE DE EXPOSICAO VALE DO SOL JARDIM PLANALTO HOSPITAIS PNM COHABINAL BOA ESPERANCA PIRANGI DO NORTE JAPECANGA PNM COTOVELO AREA DE EXPANSAO BARREIRA DO INFERNO TOTAL

2016 20 19 14 15 20 9 5 6 6 4 3 2 4 6 7 6 2 1 3 2 2 0 1 0 0 157

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 27 233,3% 35,0% 350,0% 13 58,3% -31,6% 8,3% 12 -17,6% -14,3% -29,4% 12 -6,3% -20,0% -25,0% 9 150,0% -55,0% 12,5% 3 28,6% -66,7% -57,1% 7 -16,7% 40,0% 16,7% 2 -33,3% -66,7% -77,8% 3 -14,3% -50,0% -57,1% 6 -33,3% 50,0% 0,0% 10 50,0% 233,3% 400,0% 8 -33,3% 300,0% 166,7% 5 0,0% 25,0% 25,0% 5 200,0% -16,7% 150,0% 5 NA -28,6% NA 0 20,0% -100,0% -100,0% 1 -50,0% -50,0% -75,0% 3 -50,0% 200,0% 50,0% 1 50,0% -66,7% -50,0% 1 0,0% -50,0% -50,0% 1 NA -50,0% NA 2 NA NA NA 1 NA 0,0% NA 0 -100,0% NA -100,0% 1 NA NA NA 138 28,7% -12,1% 13,1%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

2. ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA PÚBLICA

ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA DE PARNAMIRIM 2015

2016

AISP16

37

66

64

78,4%

-3,0%

73,0%

AISP17

83

90

71

8,4%

-21,1%

-14,5%

AISP NAO ATRIBUIDA * TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 28

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

2

1

3

-50,0%

200,0%

50,0%

122

157

138

28,7%

-12,1%

13,1%


3. ZONAS DE REFERÊNCIA

ZONAS REFERENCIAIS DE PARNAMIRIM 2015 81 35 4 2 122

OESTE LESTE LITORAL SUL HOSPITAIS TOTAL

2016 87 60 9 1 157

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 70 7,4% -19,5% -13,6% 51 71,4% -15,0% 45,7% 14 125,0% 55,6% 250,0% 3 -50,0% 200,0% 50,0% 138 28,7% -12,1% 13,1%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

4. DISTRIBUIÇÃO GRÁFICA DA VIOLÊNCIA NAS ZONAS PARNAMIRIM EM 2017

Pág. 29


5. RANKIAMENTO DA VIOLร NCIA POR BAIRROS DE PARNAMIRIM EM 2017

Pรกg. 30


2. AÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DOS CRIMES Abordagem: As macrocausas da violência sofrem um processo de micro segmentação provocado pelo aumento de atores criminais na dinâmica do crime, destarte, paradigmas da ação criminosa se diversificam indelevelmente e subdividem as condutas violentas letais intencionais em vários tipos. No Rio Grande do Norte tratamos as mortes oriundas dos embates policiais, como Ações Típicas de Estado (termo utilizado pela primeira vez no Brasil pelo OBVIO) que é o detentor absoluto do monopólio do uso da violência, assim evitamos atribuir, mesmo que inadvertidamente, culpa ou dolo aos agentes encarregados de aplicar a lei, e meramente mensuramos essa violência para fins de estudos e orientação na adoção de políticas de controle. O recurso gráfico adotado são tabelas comparativas mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2015-2016 e 2016-2017), e: variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).

2a. AÇÃO LETAL

TIPOS DE AÇÕES LETAIS 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

1.246

1.570

1.831

26,0%

16,6%

47,0%

LESAO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE ACAO TIPICA DE ESTADO

115 70

89 66

161 110

-22,6% -5,7%

80,9% 66,7%

40,0% 57,1%

LATROCINIO FEMINICIDIO

53 27

54 34

64 36

1,9% 25,9%

18,5% 5,9%

20,8% 33,3%

9 1.520

1 1.814

7 2.209

-88,9% 19,3%

600,0% 21,8%

-22,2% 45,3%

2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

1.277

1.578

1.959

23,6%

24,1%

53,4%

ARMA BRANCA OBJETO CONTUNDENTE

147 34

129 27

150 39

-12,2% -20,6%

16,3% 44,4%

2,0% 14,7%

ESPANCAMENTO ASFIXIA MECANICA PROVOCADA

21 25

42 23

29 20

100,0% -8,0%

-31,0% -13,0%

38,1% -20,0%

16 12 1.815 2.209

0,0% 19,4%

-25,0% 21,7%

-25,0% 45,3%

HOMICIDIO

OUTROS TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

2b. MEIO E/OU MEIO EMPREGADO

ARMAS OU MEIOS EMPREGADOS ARMA DE FOGO

OUTROS TOTAL

16 1.520

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 31


3. PERFIS DAS VÍTIMAS Abordagem: Os três principais perfis das vítimas de CVLIs seguem, como esperado, o padrão nacional de vitimização, o que sugere que sem surpresas nesses seguimentos, está havendo falhas nas políticas públicas de segurança em estabelecer estratégias para suas reduções. O recurso gráfico adotado são tabelas comparativas mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2015-2016 e 2016-2017), e: variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).

3a. GÊNERO

GÊNERO MASCULINO FEMININO IGNORADO

2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

1.418

1.714

2.061

20,9%

20,2%

45,3%

102

99

146

-2,9%

47,5%

43,1%

2

2

NA

0,0%

NA

1.520

0

1.815 2.209

19,4%

21,7%

45,3%

2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

PARDA

773

990

1.120

28,1%

13,1%

44,9%

NEGRA

479

593

896

23,8%

51,1%

87,1%

BRANCA

261

228

188

-12,6%

-17,5%

-28,0%

7

4

5

-42,9%

25,0%

-28,6%

1.815 2.209

19,4%

21,7%

45,3%

TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

3b. ETNIA

ETNIA

IGNORADA TOTAL

1.520

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 32


3c. FAIXA ETÁRIA

FAIXA ETÁRIA 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

0 A 11 12 A 17

6 169

6 166

7 214

0,0% -1,8%

16,7% 28,9%

16,7% 26,6%

18 A 24 25 A 29 30 A 34

505 262 165

614 290 220

748 341 257

21,6% 10,7% 33,3%

21,8% 17,6% 16,8%

48,1% 30,2% 55,8%

35 A 64 65 OU+ NI

350 22 41

406 27 86

465 25 152

16,0% 22,7% 109,8%

14,5% -7,4% 76,7%

32,9% 13,6% 270,7%

TOTAL

1.520

1.815 2.209

19,4%

21,7%

45,3%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

4. TEMPORALIDADE CRIMINAL A variação de CVLIs mensal desse início de ano se mantem, não obstante nesse mês de novembro ter ficado igual ao mês de novembro de 2016, continua mantendo um acumulado que chega a 45% entre 2015 e 2017. O recurso gráfico adotado são tabelas e gráficos comparativos mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2015-2016 e 2016-2017), e; variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).

4a. EVOLUÇÃO MENSAL

EVOLUÇÃO MENSAL JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV TOTAL

2015

2016

154 112 153 122 135 112

148 159 172 150 179 175

145 135 131 142 179 1.520

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 33

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 212 194 196 217 211 173

-3,9% 42,0% 12,4% 23,0% 32,6% 56,3%

43,2% 22,0% 14,0% 44,7% 17,9% -1,1%

37,7% 73,2% 28,1% 77,9% 56,3% 54,5%

160 218 167 226 161 227 185 176 159 159 1.815 2.209

10,3% 23,7% 22,9% 30,3% -11,2% 19,4%

36,3% 35,3% 41,0% -4,9% 0,0% 21,7%

50,3% 67,4% 73,3% 23,9% -11,2% 45,3%


Pรกg. 34


4b. VARIAÇÃO SEMANAL

VARIAÇÃO SEMANAL 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

SEG

25

17

11

-32,0%

-35,3%

-56,0%

TER QUA

26 19

32 23

17 16

23,1% 21,1%

-46,9% -30,4%

-34,6% -15,8%

QUI SEX

15 14

20 19

25 35

33,3% 35,7%

25,0% 84,2%

66,7% 150,0%

SAB DOM

24 56

27 21

32 23

12,5% -62,5%

18,5% 9,5%

33,3% -58,9%

TOTAL

179

159

159

-11,2%

0,0%

-11,2%

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 35


4c. PERร ODO DO DIA

Pรกg. 36


Pรกg. 37


4d. DIAS DO MÊS

DIAS DO MÊS DE NOVEMBRO 2015

2016

1 2

10 5

3 3

5 7

-70,0% -40,0%

66,7% 133,3%

-50,0% 40,0%

3 4

5 7

8 2

9 7

60,0% -71,4%

12,5% 250,0%

80,0% 0,0%

5

2

7

5

250,0%

-28,6%

150,0%

6 7

3 3

8 3

3 4

166,7% 0,0%

-62,5% 33,3%

0,0% 33,3%

8 9

5 2

6 4

3 10

20,0% 100,0%

-50,0% 150,0%

-40,0% 400,0%

10 11

8 3

2 8

5 13

-75,0% 166,7%

150,0% 62,5%

-37,5% 333,3%

12 13

3 5

7 3

6 4

133,3% -40,0%

-14,3% 33,3%

100,0% -20,0%

14

9

5

6

-44,4%

20,0%

-33,3%

15

13

11

5

-15,4%

-54,5%

-61,5%

16

3

6

2

100,0%

-66,7%

-33,3%

17 18

7 7

8 4

10 4

14,3% -42,9%

25,0% 0,0%

42,9% -42,9%

19 20

5 5

7 7

5 1

40,0% 40,0%

-28,6% -85,7%

0,0% -80,0%

21

7

4

2

-42,9%

-50,0%

-71,4%

22

16

1

1

-93,8%

0,0%

-93,8%

23

5

5

1

0,0%

-80,0%

-80,0%

24 25

6 2

2 5

11 8

-66,7% 150,0%

450,0% 60,0%

83,3% 300,0%

26 27

5 1

6 3

7 3

20,0% 200,0%

16,7% 0,0%

40,0% 200,0%

28 29

5 12

5 11

5 2

0,0% -8,3%

0,0% -81,8%

0,0% -83,3%

10 179

5 159

5 159

-50,0% -11,2%

0,0% 0,0%

-50,0% -11,2%

30 TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 38

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017


Pรกg. 39


5. ANÁLISE MENSAL As condutas violentas letais intencionais, genericamente ditas como homicídios, são os principais indicadores utilizados para aferir a violência, e como tal, mensuram também se as estratégias de segurança, sejam elas políticas públicas de segurança ou políticas de segurança pública, tem surtido resultado e atingido o êxito para o qual foram 1.520 1.815 criadas. Nesse mister, desde 2016 que 2.209 o RN vem apresentado crescimento 1.622 contínuo e significativo em sua dinâmica de CVLIs, e neste 11º mês 2014 2015 2016 marcou mais um índice notório: 2209 vidas perdidas no transcurso de 334 dias de 2017, e sem mostras de redução. 2016 MÉDIA DIÁRIA

5,48

Novembro tem se apresentado como ..::VARIAÇÃO::.. um mês menos violento dentro da série 2014 2014-2015 2015-2016 2016-2017 4,90 histórica anual, o que se mostra na -6,3% +19,4% +21,7% desaceleração em relação ao mês (*) O OBVIO contabiliza homicídios, latrocínios, Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de lesões corporais seguidas de morte e outras 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e anterior e obteve a mesma marca que condutas dolosas que resultem em morte. 2016 (atualizado em 30/11/2017 às 8:00hs). seu correspondente em 2016. Dezembro deverá seguir a mesma linha caso não haja surpresas devido ao direcionamento habitual de esforços para o Carnatal, evento de promoção particular que impacta na segurança pública e demanda redirecionamento do pequeno efetivo de policiais do estado para garantir um mínimo de segurança para os participantes do evento, provocando o efeito “bolsão de segurança” que suscetibiliza outros locais à ação da criminalidade e aos efeitos da violência. 2015 4,59

2017 6,67

RESUMO GERAL 2014

2015

2016

2017

1.622 47,59

1.520 44,16

1.815 52,23

2.209 62,99

VARIAÇÃO EM RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR

NA

-6,3%

19,4%

21,7%

VIDAS POUPADAS/PERDIDAS | RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR

NA

-102

295

394

4,97

4,58

5,97

5,68

CVLI EM NÚMEROS ABSOLUTOS TAXA DE CVLI POR 100 MIL HAB

INDICE DE MORTANDADE DIARIA EM OUTUBRO Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Mesmo com esse número menor, o mês de novembro registrou 159 mortes matadas conforme pode ser visto no tópico Evolução Mensal (pag. 22 e 23), não significando nenhum resultado positivo para a gestão executiva estadual. Pág. 40


Com a taxa de homicídios por 100 mil habitantes atingindo o absurdo índice de 62,99 nestes onze meses, os 31 dias que restam para acabar o ano é um tempo diminuto e impossível de produzir soluções para tentar frear essa locomotiva de violência que tornou 2017 o mais violento da história do Rio Grande do Norte. Essas 2209 mortes por CVLIs até 30 de novembro representam um aumento de 21,7% em relação ao ano anterior.

A violência média de 6,67 CVLIs por dia continua muito próxima de quase 7 homicídios por dia, ou seja, em 2017 no Rio Grande do Norte um ser humano é vítima de CVLIs a cada 3 horas e meia. O mês ainda apresentou menos picos de violência em relação à média diária de 6,67, como pode ser visto no tópico Dias do Mês (pg. 27 e 28), quando mostra 9 dias com uma mortandade igual ou superior a 6 mortes matadas por dia, e nessa mesma linha de análise, o mês de teve 9 de seus 30 dias abaixo ou na média, logo, com destaque para os dias 20, 22 e 24 quando houve somente um homicídio em cada dia em todo o estado.

CONTADOR DE CVLI DE MULHERES MORTES MATADAS DE MULHERES OU FEMICÍDIOS* MORTES MATADAS DE MULHERES TIPO FEMINICÍDIOS**

2015 102 27

2016 99 34

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 146 -2,9% 47,5% 43,1% 36 25,9% 5,9% 33,3%

*Assassinato de mulheres em geral. **Assassinato de mulheres com características de violência doméstica e/ou de gênero

(*) O OBVIO contabiliza homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e outras condutas dolosas que resultem em morte.

Período de 1 de janeiro a 30 de novembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 (atualizado em 30/11/2017 às 8:00hs).

Pág. 41

As mortes matadas de mulheres potiguares já chegam a 47,5% de aumento, são 146 em 2017 para 99 em 2016, mas no quesito feminicídios, são 36 mulheres em 2017 para 34 em 2016, essas mortes a mais em 2017 representam 5,9% de aumento nesse tipo de crime.


Uma das principais cadeias de retroalimentação da violência é, inequivocamente a impunidade. Um material específico sobre a mortandade de mulheres foi publicado no dia 20 de novembro e pode ser lido e baixado em http://bit.ly/ObvioFem4

AVALIAÇÃO DA MORTANDADE POR GESTÕES R CIARLINI R FARIA DIFERENÇA TOTAL ENTRE AS GESTÕES

ANO 1 1.070 1.670

ANO 2 1.225 1.995

ANO 3 1.665 2.238

ANO 4 1.772 0

TOTAL 5.732 5.903 171

% 55,6% 34,0%

Como se pode constatar na tabela acima, o alto índice de homicídios ocorridos durante a atual gestão estadual dirime quaisquer dúvidas sobre a efetividade das políticas adotadas nos últimos três anos. Faltando um mês para encerrar o ano de 2017, nos quase 3 anos da gestão R Faria já aconteceram mais homicídios que em toda gestão R Ciarlini, 171 CVLIs, para ser mais preciso. É uma profusão de violência e criminalidade que não se justifica nem pelo índice de crescimento populacional. O ano de 2017 está sendo tão violento, que restará à máquina pública de mídia do estado, divulgar em 2018, qualquer desaceleração como uma redução, para confundir que não estiver atento e vilipendiando a família das vítimas e elas próprias, ao trata-las como meros números numa estatística e não como vidas perdidas. E por falar em vidas perdidas, atualmente estamos com 394 vidas perdidas a mais, comparando 2017 com 2016. Números que infelizmente precisamos mostrar e alertar, e que foram devidamente auditados por uma equipe de 6 auditores individualmente, que seguem representados por dois cientista-analistas que juntos somam mais de 30 anos de experiência com segurança pública. Este é nosso relatório. IVENIO HERMES9 E THADEU DE SOUSA BRANDÃO10 COORDENADORES DO OBVIO

Ivenio Hermes – Arquiteto e urbanista, pesquisador e escritor vencedor do Prêmio Literário Tancredo Neves. Consultor em Gestão e Políticas Públicas de Segurança e de Segurança Pública. Possui em sua bibliografia 16 livros publicados e mais de 1.200 artigos/textos. É Coordenador de Pesquisa do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte, Instituto do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas da UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mestrando do Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico e Interdisciplinar em Cognição, Tecnologias e Instituições (UFERSA), Consultor do Conselho Especial de Segurança Pública e Políticas Carcerárias da OAB-RN, Consultor da Comissão Parlamentar de Políticas Carcerárias da Assembleia Legislativa do RN, Pesquisador do COEDHUCI - Conselho Estadual dos Direitos Humanos e da Cidadania e Membro Sênior do FBSP - Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 9

Thadeu Brandão - Sociólogo, Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela UFRN. Professor Adjunto de Sociologia da UFERSA e do Mestrado em "Cognição, Tecnologias e Instituições" (CCSAH/UFERSA). Líder do grupo de Pesquisa "Observatório da Violência do RN". Coapresentador do Observador Político na TV Mossoró e 93 FM. Colunista do Jornal O Mossoroense. Autor de "Atrás das Grades: habitus e interação social no sistema prisional" e coautor de "Rastros de Pólvora: Metadados 2015" atualmente exerce a função de Coordenador do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas da UFERSA (Universidade Federal Rural do Semi-Árido). 10

Pág. 42


“A MORTE DE CADA SER HUMANO DIMINUI-ME, PORQUE SOU PARTE DA HUMANIDADE; EIS PORQUE, NUNCA PERGUNTO POR QUEM OS SINOS DOBRAM; ELES DOBRAM POR MIM.” JOHN DONNE *ADAPTAÇÃO LIVRE

Pág. 43


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.